4 minute read

Nano Turismo: a nova tendência?

De acordo com estudos recentes o Nano Turismo tem vindo a aumentar durante a pandemia do Covid-19. Basicamente o termo refere-se a um tipo de turismo mais perto de casa onde o “visitante” não se limita a ver mas também a participar. E a utilização da expressão “visitante” por oposição ao termo “turista” não é por acaso. Na opinião dos arquitetos Aljoša Dekleva e Tina Gregorič, que criaram o termo Nano Turismo em 2014 “o termo turista é cada vez mais usado de forma pejorativa, para sugerir um interesse superficial por culturas ou ambientes. Já ninguém quer ser turista, preferindo ser viajante, passageiro ou convidado”.

É que o turismo tão crescente e massificado nos últimos tempos, responsável por um lado por milhões de empregos em todo o mundo mas por outro com alguns contras, como os malefícios para o ambiente ou a descaracterização das cidades, atravessa agora, muito por força da pandemia, um periodo de reflexão. Mesmo antes de lutarmos contra uma pandemia global, sabíamos que o turismo global é responsável por 8% das emissões mundiais de gases de efeito estufa. Sabíamos que, entre o turismo excessivo e as mudanças climáticas, estávamos literalmente a afundar Veneza, a elevar os preços dos aluguéis em Barcelona e a acabar com a água potável em Santorini. Os dois arquitetos lançaram a plataforma, nanotourism.org, em que definem este termo como “algo construtivo, que promove uma crítica criativa às atuais desvantagens ambientais, sociais e económicas do turismo convencional, servindo como uma alternativa participativa, orientada localmente”.

Advertisement

O prefixo nano vem da palavra grega para anão e costuma definir uma medida microscópica. Um nano turista, “examina os aspectos invisíveis dos lugares que visita e torna-os visíveis”. Na prática, um nano turista passa a fazer parte da comunidade local em vez de usar um destino como cenário de férias genéricas. Não se limita a ver e usufruir, mas participa, como os viajantes em agroturismo ou voluntariado. Em última análise a principal característica do Nano Turismo é a troca entre os visitantes e o hospedeiro, que é diferente da simples observação e mero consumo dentro do modelo de turismo de massa. Também a questão da proximidade surge associada a este conceito na medida em que as pessoas não precisam de viajar longas distâncias para conseguir essa troca. Algumas das maneiras mais eficazes de ser um nanoturista são envolvendo-se no que se passa na sua cidade, um ambiente de viagens que a pandemia reintroduziu em muitos de nós. A aposta para os próximos tempos, mais uma vez por culpa da pandemia, pode assentar em visitar o próprio país com um espírito de trocas de saberes, partilha de experiências e conhecimentos, proteção e valorização do património local, desenvolvimento de economias responsáveis e sociais e muita inclusão.

Nano Tourism: the new trend?

According to recent studies, Nano Turismo has been on the rise during the Covid-19 pandemic. Basically, the term refers to a type of tourism closer to home where the “visitor” is not limited to seeing but also participating. And the use of the term “visitor” as opposed to the term “tourist” is no accident. In the opinion of architects Aljoša Dekleva and Tina Gregorič, who coined the term Nano Turismo in 2014 “the term tourist is increasingly used in a pejorative way, to suggest a superficial interest in cultures or environments. Nobody wants to be a tourist anymore, preferring to be a traveler, passenger or guest”.

Is that the tourism so growing and widespread in recent times, responsible on the one hand for millions of jobs worldwide but on the other hand with some cons, such as the harm to the environment or the mischaracterization of cities, now crosses, largely due to pandemic, a period of reflection. Even before we fought a global pandemic, we knew that global tourism is responsible for 8% of the world’s greenhouse gas emissions. We knew that, between excessive tourism and climate change, we were literally sinking Venice, raising rental prices in Barcelona and ending drinking water in Santorini. The two architects launched the platform, nanotourism.org, in which they define this term as “something constructive, which promotes a creative critique of the current environmental, social and economic disadvantages of conventional tourism, serving as a participatory, locally oriented alternative”.

The prefix nano comes from the Greek word for dwarf and usually defines a microscopic measurement. A Nano tourist, “examines the invisible aspects of the places he visits and makes them visible”. In practice, a nano tourist becomes part of the local community instead of using a destination as a generic vacation setting. It is not limited to seeing and enjoying, but participates, like travelers in agritourism or volunteering. Ultimately, the main characteristic of Nano Turismo is the exchange between visitors and the host, which is different from simple observation and mere consumption within the mass tourism model. The issue of proximity is also associated with this concept in that people do not need to travel long distances to achieve this exchange. Some of the most effective ways to be a nano tourist are to get involved in what is going on in your city, a travel environment that the pandemic has reintroduced in many of us. The bet for the coming times, once again because of the pandemic, may be based on visiting the country itself with a spirit of exchange of knowledge, sharing of experiences and knowledge, protection and enhancement of local heritage, development of responsible and social economies and a lot of inclusion.

This article is from: