Arte de viver

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Ontopsicologica Editrice

Quando um autor científico, que se experimentou em diversos campos e com resultados reconhecidos, é convidado e decide escrever sobre aquelas coisas que permanecem primárias no fundo de toda experiência, verifica-se que surge algo de simples e ingênuo; capaz, porém, de desenvolver e controlar o complexo superior da existência com vantagem de personalidade realizada e criativa.

A Arte de Viver dos Sábios

A Arte de Viver dos Sábios

Antonio Meneghetti

Diversos são os títulos honoríficos dedicados a sua pessoa por parte de várias universidades e academias, entre os quais a láurea Honoris Causa em Física pela descoberta do Campo Semântico, a linguagem que a natureza medeia entre as próprias individuações. O seu pensamento revela uma capacitada visão de teologia e filosofia antropocêntrica. Do existencialismo histórico, abre a evidência dos vetores metafísicos como único objeto de subjetividade funcional. Em 1998, com a defesa da tese “L’esistere come contraddizione ed incontro dell’Essere nell’ipostasi umana” recebeu o título de Gran Doctor Nauk em Ciências Psicológicas concedido pela Suprema Corte de Avaliação Interministerial da Federação Russa. Fundador da Ontopsicologia, Presidente da Associação Internacional de Ontopsicologia (NGO in Special Consultive Status with the ECOSOC of the United Nations), Acadêmico e Vice-Presidente da Academia Internacional de Informatização (NGO in General Consultive Status with the ECOSOC of the United Nations). Hoje, é escolhido no mundo como especialista superior em ação de lideraça e de economia e estimula, por meio de suas idéias e ensinamentos, atividades científicas, artísticas, empresariais e políticas absolutamente de vanguarda. Defende a ótica humanista segundo os correlatos da Ontopsicologia, especialmente se operada por homens sadios que atuam a própria liderança por meio de um serviço superior às progressivas exigências sociais do homem social.

Antonio Meneghetti

Antonio Meneghetti nasce na Itália em 1936. Entre os muitos títulos de que pode orgulhar-se estão: o doutorado clássico em Teologia junto à Pontifícia Universidade Lateranense de Roma; o doutorado em Filosofia junto à Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino em Roma; o doutorado em Ciências Sociais junto à Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino em Roma; a láurea em Filosofia com orientação psicológica junto à Universidade Católica do Sagrado Coração em Milão. Anos de ensino em vários campos, dez anos de atividade clínica como psicoterapeuta, com verificação, por mais de cinco anos, do desaparecimento do sintoma sem apoio médicofarmacêutico. Diversas obras suas já foram traduzidas para o português, inglês, espanhol, russo, letão e chinês. Recebeu mais de uma vez o Prêmio Cultura conferido pela Presidência do Conselho dos Ministros da República Italiana.


Antonio Meneghetti

A Arte de Viver dos Sábios Tradução coordenada por Ontopsicológica Editora Universitária 4a edição 1ª reimpressão

Ontopsicológica Editora Universitária Recanto Maestro 2012

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© 2012 Ontopsicológica Editora Universitária Do original L’Arte di Vivere dei Saggi | 3a edição © Psicologica Editrice - Roma

Todos os direitos reservados pela Lei 9.610 de 19/02/1998. É proibida a reprodução total ou parcial, com qualquer meio e para qualquer uso, sem a autorização prévia por escrito da Editora. Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto no 1.825, de 20 de dezembro de 1907.

Meneghetti, Antonio, 1936A arte de viver dos sábios / Antonio Meneghetti ; tradução Ontopsicológica Editora Universitária. – 4. ed. – Recanto Maestro, RS : Ontopsicológica, 2012. Título original: L’Arte di Vivere dei Saggi. ISBN 978-85-88381-46-9 1. Metafísica - Vida. I. Título CDU: 111

Capa: parte da obra de Antonio Meneghetti, sem título, Recanto Maestro, 2001, acrílico sobre tela, 193x288cm. Nota de tradução: por se tratar de um livro que apresenta uma rica linguagem epistemológica, optou-se por utilizar neologismos na tradução de vocábulos inexistentes na língua portuguesa, em vez de utilizar termos aproximativos ou expressões interpretativas ou explicativas.

Ontopsicológica Editora Universitária End.: Rua Oniotan, 490 | 97230-000 Recanto Maestro | São João do Polêsine - RS www.ontoed.com.br | info@ontoed.com.br

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O sábio colocou a mão dentro do peito e extraiu uma porção de coisas que lançou aos presentes. Desses, alguns foram tocados e sofreram, não recolheram aquelas coisas, seguiram à sombra de si mesmos e permaneceram inconscientes. Outros recolheram aquelas coisas e as colocaram entre o coração e a mente. Tornaram-se luz e continuaram a criação.

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Sumário Introdução............................................................7 Três estilos de vida...............................................11 Metafísica da adolescência................................21 Pressupostos de Ontopsicologia.........................31 O instinto de conservação..................................49 O sexo e o amor..................................................65 O problema de fundo: moral sistêmica e moral ôntica..........................81 O dinheiro...........................................................89 Relações pessoais...............................................93 As duas morais indipensáveis ao sábio..............99 A Arte de Viver..................................................109 A resposta metafísica........................................115 Bibliografia do Autor........................................123

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Introdução

pós ter percorrido muitos caminhos, absolutizando a cada vez aquele que empreendia, cheguei à consciência que todos são uma parte importante da verdade. Ainda hoje, quando encontro pessoas definidas nas suas crenças – em alguns casos exemplares, em outros casos discutíveis – tenho uma tolerância longeva que me permite compreendê-las como veredas iniciáticas permanentes aos tantos modos da vida. Não me agrada aconselhar os definidos adultos sobre a verdade de certas coisas, um pouco porque já são viciados, um pouco porque não sabem renunciar à sua identidade histórica e um pouco porque buscam o ter antes do ser.

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Mas quando penso nos jovens, dos quatorze aos vinte e um anos, de ambos os sexos, meu coração se alarga e a minha espontaneidade de dar saber torna-se fanciulla1. Uma vez descobri que uma das minhas filhas estava chorando. Posteriormente, disse à mãe que ela sofria, pois não conseguia posicionar a própria vida onde era mais importante. Naquele momento não disse nada. À mãe, respondi que se tratava de uma crise, um tanto aguda, no entanto, típica do adolescente sadio e inteligente: tensão e angústia do metafísico. A maioria dos homens, senão todos, carrega dentro de si uma tumba que esconde o assassínio do próprio potencial metafísico. Substancialmente, quase todos reduzem a própria existência a um ciclo biológico por não ter individuado e concretizado 1 O termo fanciullo significa menino, criança, ou alma ainda pura, o autor também remete ao conceito do indivíduo que se conservou inocente, puro, cândido, ainda capaz de admirar-se com a vida. [NdT]

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Introdução ♦ 9

historicamente uma atração ôntica que necessitava de um horizonte metafísico (para além da existência). Paga-se sistematicamente o assassínio desse apelo com a angústia. Escrevo este pequeno livro para reforçar esse apelo ôntico, para reconhecê-lo e vivê-lo. Então, em vez de um viver para a morte, a vida torna-se um viver para ser, e a angústia, mesmo sendo conhecida, não é experimentada.

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Primeiro Capítulo

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Três estilos de vida

ensar em ensinar um pouco de estrada segura aos jovens que não querem acabar na multidão poderia ser infantilismo ideológico, mas considerando as várias etapas aperfeiçoadas na minha existência, e tendo amadurecido por meio das estradas concluídas, uma experiência mais única do que rara – ao menos do quanto constatei nos vários encontros com representantes de diversas culturas e países – acredito cumprir um dever de consciência, se abro aos jovens um pouco do meu conhecimento sobre a arte de viver.

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1.1 Diferença entre viver, ofício de viver e arte de viver. Viver significa correr como força na força, do latim vis = força, vivens = vivente, ou seja, aquele que é força na força; vida vem de vis e da raiz grega do verbo tivqhmi = pôr, fazer, dar lugar, materializar, portanto significa lugar do viver. O termo “viver” forma-se da individuação de uma força na força geral. Ambas as forças, a individual e a geral, estão em movimento, isto é, são correntes. A desinência “er” (como todas as desinências dos verbos em ar, er, ir) nasce do verbo latino ruere = correr, rolar, sair de, precipitar, girar. a) Viver. De fato, significa uma participação ativa no conjunto de todo e qualquer vivente. A árvore vive, o pássaro vive, o homem vive. Vivente é qualquer coisa que demonstra semovência autônoma constante

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Três estilos de vida ♦ 13

ao executar todas aquelas funções que caracterizam e especificam o indivíduo como vivente. Viver é apenas uma participação naturística onde se especifica a espécie sem outros atributos de diferenciação superior. É um movimento no biológico. Em relação ao homem, o viver como tal é ordinário e universal. O indivíduo entra no ritmo da natureza e com ela e por meio dela experimenta do nascimento à morte todas as fases de prazer, saúde e dor das várias idades. Nasce para tornar-se adulto, acasalar, conceber e manter filhos até a autossuficiência natural e, depois, esperar a morte segundo o costume da cultura onde nasceu e foi educado. Tudo aquilo que é um igual externo do homem, pertence-lhe, ele usufrui e a ele está ligado. Refiro-me às leis, às tradições e às religiões. O homem, visto na dimensão do viver naturístico cotidiano, pode julgarse realizado se, sem doença ou deficiências físicas, realiza a norma do bem estar dos

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instintos básicos: fome, sede, segurança, sexo, sociabilidade. O viver como um existir na multidão biológica é uma coisa boa, e para conseguilo é suficiente seguir as indicações expostas pelas leis oficiais, pela cultura do ambiente ou de massa e pela religião comum do lugar. Por cultura do ambiente ou de massa devese entender todo tipo de ciências aplicadas, especificadas pelos vários papéis previstos pela sociedade vigente: medicina, economia, literatura, arquitetura, lei ou direito, teologia, filosofia, esporte, música e as formas de artesanato e os diversos ofícios – do camponês ao relojoeiro ou ao operador de computador. Os mestres ou guardiões próprios desse horizonte são: a família, os padres, os juízes, a polícia e os médicos. b) Ofício de viver. O termo “ofício” indica aquilo que era hábito de um mestre, vale dizer, o modo de fazer em relação a

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Três estilos de vida ♦ 15

uma utilidade ou função de modo superior ou melhor do que os outros. Portanto, ofício define uma atitude desenvolvida com capacidade contínua e superior aos outros. Por exemplo, o ofício de marceneiro ou serralheiro aplica-se a todos aqueles que sabem usar e operar, através da madeira ou do ferro, resultados superiores por função e bravura. O ofício de viver significa um modo ou estilo de vida superior à norma corrente do contexto social. Quem conhece o ofício de viver é o mais capaz da classe. “Classe” significa comum. Ele sabe fazer melhor do que todos as coisas de todos. Aprendeu diversos instrumentos do viver e sabe usálos e uniformizá-los exclusivamente em vantagem própria e com o escopo de primar. Tudo é relativo ao seu escopo. É alguém que, ao invés de ovelha, quer ser pastor. Do âmbito do biológico social quer ganhar exclusivamente inteligência de poder pessoal.

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É um líder e a sua psicologia ou regras básicas de comportamento estão escritas em “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel. Quem conhece o ofício de viver pode considerar-se, sem dúvida, acima de muitos e a sua satisfação consiste em dois aspectos: superior realização histórica (economia, liderança, afetividade), e consciência da sua identidade e do seu poder. Praticamente, essas características são identificáveis em todos aqueles que, de fato (com ou sem notoriedade), são líderes, isto é, pessoas de primeira categoria. Aquilo que os diferencia do primeiro modo de viver consiste nisso. Enquanto o primeiro nível percorre os modelos de vida como absolutos e totalitários, o segundo usa os modelos simplesmente como meios ao próprio fim, e os observa na medida em que merecem credibilidade por parte dos outros. Os primeiros são aqueles que creem, os segundos usam aquilo que o próximo crê.

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Três estilos de vida ♦ 17

Os definíveis no ofício de viver, de qualquer modo poucos, evoluem o próprio egoísmo sadio em direção a um progressivo ganho mental e de personalidade, concretizado nos meios econômicos e em qualificadas (as mais produtivas ao próprio escopo) relações, considerando que todas as leis podem ser boas, mas nenhuma definitiva e absoluta. c) Arte de viver. “Arte”, propriamente, significa: aquilo que faz a forma da força sob, aquilo que dá um lugar à forma da força. Vem do princípio formal de “arder” , e uma imagem aproximada pode ser o molde das chamas emanadas pelo fogo de uma lareira. A arte de viver é a capacidade de agir sobre a vida, através de modelos de ação que determinam uma novidade de ser na existência. Ao invés de repetir o ciclo objetual da existência, o indivíduo inventa comportamentos de função tão destacada, que lhe consentem objetivar a existência

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como fundo natural de jogo da própria personalidade. Na arte de viver, o sujeito usa a existência ou a vida sem nela crer. Não que a despreze ou a valorize pouco. Pelo contrário, compreende e a qualifica mais do que os outros, mas descobre o seu fim último e vive todo o resto como teatro. Na dimensão da arte de viver se compreende o perigo contínuo das coisas e das relações, exercita-se o viver cotidiano com extrema exatidão. Cada relação ou coisa tem a sua medida de tempo, de lugar, de substância e de circunstância. Basta errar um desses critérios para encontrar a existência contra si e não ter mais a possibilidade de usar a vida como objeto pessoal. A arte de viver pertence a todos aqueles – muito raros – que sabem dominar a vida como ato do próprio espírito e podem se chamar sábios. “Sábio” vem do latim sapiens = sapiente. A raiz é o verbo sapere que significa ter ou dar saber. O sábio é aquele que conhece e age com prazer.

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Três estilos de vida ♦ 19

A sabedoria é a técnica de colher o prazer do que existe. 1.2 Feitas essas diferenciações, é claro que não me deterei sobre todos os rodeios daqueles que já pagam a vida em doença ou que sobrevivem por um estado de inércia congênito, segundo a tolerância do composto químico-fisiológico do corpo. Esse tipo de vida é neurose. Para o viver é suficiente a cultura sistêmica. Para o ofício de viver é suficiente descobrir aquilo que é comum em diversas culturas ou opiniões absolutas ou extremistas. Portanto, interessar-me-ei em dar algumas indicações e experiências sobre a arte de viver.

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Para continuar lendo, adquira o livro em www.ontopsicologia.com.br

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