Da Consciência ao Ser

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Da consciĂŞncia ao ser Como impostar a filosofia do futuro



Antonio Meneghetti

Da consciência ao ser Como impostar a filosofia do futuro

Ontopsicológica

Editora Universitária

Recanto Maestro 2014


Título do original italiano: dalla coscienza all’essere come impostare la filosofia del futuro Por Psicologica Editrice, 1ª edição em 2009

M541c Meneghetti, Antonio, 1936-2013. Da consciência ao ser: como impostar a filosofia do futuro/ Antonio Meneghetti; tradução Ontopsicológica Editora Universitária. – Recanto Maestro, RS: Ontopsicológica Editora Universitária, 2014. 340 p. ; 21 cm. Título original italiano: Dalla coscienza all’essere, come impostare la filosofia del futuro ISBN 978-85-64631-20-5 1. Ontopsicologia. 2. Ontologia. 3. Metafísica. 4. Ética. 5. Personalidade. I. Título.

CDU (1997): 111 Catalogado na publicação: Biblioteca Humanitas da AMF.

© 2014 Todos os direitos reservados à Ontopsicológica editora Universitária Rua Oniotan, 490 Un. 21 Distrito Recanto Maestro 97230-000 São João do Polêsine RS Brasil +55 55 3289 1140 | info@ontopsicologia.com.br | www.ontopsicologia.com.br


Acadêmico Professor Antonio Meneghetti Antonio Meneghetti (1936, Itália 2013, Brasil) alcançou quatro doutorados. Segundo os critérios canônicos das Universidades Romanas, foi Doutor em Filosofia e em Ciências Sociais (Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino, Roma) e Doutor em Teologia (Pontifícia Universidade Lateranense, Roma). Na Rússia, obteve, em 27 de abril de 1998, da Suprema Comissão de Avaliação Interacadêmica da Federação Russa, o título de Grand Doktor Nauk em Psicologia (protocolo 0104). Obteve também a láurea em Filosofia com endereço psicológico (Universidade Católica do Sagrado Coração, Milão) e recebeu a láurea honoris causa em Física pela descoberta do “campo semântico” (Universidade Pro Deo, Nova York). Original intelectual do nosso tempo, é autor de mais de 50 obras, em grande parte traduzidas para o inglês, português, russo e chinês. Com excepcional formação em teologia, filosofia, sociologia, direito, psicologia e economia, foi talvez uma das últimas grandes mentes da história recente, como os grandes do passado, com capacidade de formalizar um saber unitário por evidência racional e aplicação concreta. Para ele, a Ontopsicologia, ciência que formalizou nos últimos 40 anos, é a capacidade de evidenciar-se no nexo ontológico. Será necessário algum tempo para se compreender a causalidade operativa das suas descobertas. Descobertas que consentirão familiaridade com o mundo-da-vida ou a continuidade reversível


entre consciência e causalidade real. Fundou e presidiu a Associação Internacional de Ontopsicologia, ONG com status consultivo especial junto ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas. No Brasil, foi patrono da Antonio Meneghetti Faculdade, instituição de ensino superior credenciada pelo Ministério da Educação em 2007, e da Fundação Antonio Meneghetti, instituição criada em 2010 que, com o respaldo do governo brasileiro, visa garantir e perpetuar a obra e os resultados da ciência ontopsicológica no território nacional. Para mais informações: www.antoniomeneghetti.org.br


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DA OBRA................................................15 PREFÁCIO DO AUTOR........................................................17

PRIMEIRA PARTE FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA INTRODUÇÃO........................................................................21 Primeiro Capítulo ONTOLOGIA OU METAFÍSICA.........................................23 1. O que é a ontologia (ou metafísica).......................................23 2. Atributos e modos de acontecimento do ser..........................24 3. Os modos de atribuição do ser: unívoco, equívoco, análogo.......................................................27 4. O ser lógico............................................................................29 5. A evidência.............................................................................30 6. Unicidade e identidade do ente..............................................32 7. O conceito de “verdade”........................................................34 8. Ser e intelecto.........................................................................36 9. O ser é bom e constituinte de ordem......................................39 10. O ser é belo..........................................................................42 11. Do ser atual e potencial ao conceito de “pessoa”.................44 12. Qualidade e sensorialidade do ser; ser real e ser lógico.......47


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13. Os modos da causa eficiente (material, formal e final) e outros atributos........................................................................47 14. O problema da “causalidade”, do “fim” e o ser por si subsistente.............................................................50 Segundo Capítulo Lógica ou Crítica..........................................................57 1. Premissa.................................................................................57 2. Introdução à lógica.................................................................59 3. Os estados mentais.................................................................61 4. Conhecimento da verdade e evidência...................................62 5. O testemunho.........................................................................66 6. O “senso comum”..................................................................67 7. Regras para o ofício crítico....................................................68 8. Correntes da história da filosofia............................................69 9. O erro.....................................................................................73 10. O escopo da ciência.............................................................75 11. A importância do “nexo”......................................................78 12. O princípio de demonstração...............................................80 13. Princípios racionais e princípios empíricos.........................80 14. O princípio de não contradição............................................81 15. Influências religiosas na filosofia e o Ser como Deus..........83 16. Teologia natural e teologia dogmática.................................84 Terceiro Capítulo Ética.......................................................................................87 1. O objeto da ética: o ato voluntário.........................................87 2. Os impedimentos do ato voluntário.......................................88 3. O fim último da vontade: a felicidade....................................90


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4. O critério da felicidade...........................................................92 5. A moralidade dos atos humanos.............................................92 6. O conceito de “mal”...............................................................94 7. Virtude e vícios......................................................................94 8. Identidade utilitarista-funcional e virtual...............................95 9. Direitos e deveres...................................................................96 10. A sociedade..........................................................................98 11. O voto.................................................................................101 12. O direito à propriedade......................................................102 13. Lei natural..........................................................................103 14. Lei social............................................................................105 15. A autoridade.......................................................................106 16. A justiça..............................................................................107 17. A liberdade.........................................................................108 18. O perigo da burocracia.......................................................109 19. A notícia como meio estratégico de poder......................... 110 20. Sacralidade e transcendência............................................. 112 SEGUNDA PARTE INTELECTO E PERSONALIDADE INTRODUÇÃO . ................................................................... 117 1. Recuperação da psicologia superior.................................... 117 2. O conhecimento filosófico do Em Si ôntico para a solução do problema crítico do conhecimento.............. 119 Primeiro Capítulo O INTELECTO......................................................................123


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1. O objeto primeiro do intelecto: o ente enquanto ente..........123 2. As posições do intelecto (possível e agente) e as suas manifestações (consciência e razão).........................126 3. O intelecto agente e o conceito de “verdade”.....................129 4. Memória e formação dos estereótipos................................134 5. A visão ôntica e a espiritualidade do universo.....................136 6. Porque o homem erra...........................................................137 7. O juízo e a razão..................................................................138 8. Vontade e liberdade..............................................................139 9. Responsabilidade ôntica.......................................................142 10. Três caminhos para chegar ao verdadeiro saber...............143 Segundo Capítulo A ALMA..................................................................................147 1. A autorreflexão da alma.......................................................147 2. Alma e matéria.....................................................................148 3. O conceito de “pessoa”........................................................149 4. Relação entre Ser e existência..............................................151 5. O aparecimento da alma e problemáticas bioéticas.............152 6. A imortalidade da alma........................................................155 Terceiro Capítulo COMO IMPOSTAR A FILOSOFIA DO FUTURO...........159 1. Um constante recolocar-se no ponto consente verificar a própria autonomia de pensamento e de comportamento.......159 2. Como impostar hoje a filosofia do futuro............................160 3. Aplicação do método ontopsicológico aos princípios da filosofia real..................................................161 I. ..........................................................................................161


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II...........................................................................................163 4. A unidade informática: o módulo elementar que formaliza o universo..........................................................174 5. Criacionismo e evolução......................................................177 6. Humildade do homem nos confrontos da ordem universal da vida......................................................178 7. Conclusão poética................................................................180 TERCEIRA PARTE CONHECIMENTO ONTOLÓGICO E CONSCIÊNCIA Primeiro Capítulo INTRODUÇÃO À FILOSOFIA...........................................185 1. A exatidão da consciência é indispensável para fazer conhecimento ontológico.........................................................185 2. A “philosophy of mind”.......................................................187 3. Autofundação da filosofia....................................................188 4. O filósofo.............................................................................193 5. A Ontopsicologia aplicada em âmbito filosófico.................197 6. Esclarecimentos terminológicos..........................................198 Segundo Capítulo O CONHECIMENTO ONTOLÓGICO..............................205 1. .............................................................................................205 2. .............................................................................................208 Terceiro Capítulo EU A PRIORI, EU LÓGICO-HISTÓRICO, FENOMENOLOGIA.............................................................217


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1. A técnica ontopsicológica consente a revisão crítica do próprio Eu lógico-histórico......................................................217 2. A percepção..........................................................................218 3. A memória............................................................................224 4. As interferências no processo perceptivo-cognitivo............228 Quarto Capítulo O CONCEITO DE EU, NÃO EU E O IDEALISMO ALEMÃO......................................................................................231 Quinto Capítulo CONHECIMENTO E ABSTRAÇÃO..................................243 1. .............................................................................................243 2. .............................................................................................244 3. .............................................................................................246 4. .............................................................................................247 5. .............................................................................................249 Sexto Capítulo IMAGEM E VISÃO ÔNTICA.............................................253 1. Introdução à filosofia pura...................................................253 2. A imagem mediatriz entre ser e existência...........................262 3. Imagens passivas e imagens ativas......................................264 4. Imagem, informação, ciência...............................................269 Sétimo Capítulo ESTÉTICA EDÊNICA..........................................................271 Oitavo Capítulo OS QUATRO PRINCÍPIOS ÔNTICOS..............................275


Sumário • 13

Nono Capítulo O EM SI ÔNTICO.................................................................279 1. Introdução............................................................................279 2. Critérios convencionais e critério de natureza.....................280 3. O que é o Em Si ôntico........................................................286 4. As características do Em Si ôntico.......................................290 Síntese conclusiva 1.................................................................300 Síntese conclusiva 2.................................................................302 Conclusão O SIGNIFICADO PERENE DE PARMÊNIDES “O SER É, O NÃO SER NÃO É”.........................................305 Paradigma conceitual sobre a motivação e obra da Ontopsicologia ........................................................................307 APÊNDICE PROPOSTA CRÍTICA À CONSCIÊNCIA......................... 311 1. Introdução............................................................................ 311 2. A semente de eucalipto .......................................................312 3. A projeção não consente a exata leitura da realidade...........313 4. Matriz reflexa e consciência.................................................314 5. À Ontopsicologia interessa como levar a consciência do homem à reversibilidade com a realidade...........................316 6. A refundação crítica da consciência para que se torne funcional reflexão do próprio ato de existir.............................320 7. Conclusão ...........................................................................325


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BIBLIOGRAFIA DO AUTOR ............................................335


APRESENTAÇÃO DA OBRA

A presente obra reúne os livros de filosofia publicados nos últimos anos e que nasceram da reelaboração e sistematização das “Summer University of Ontopsychology”, realizadas pelo autor na Itália nos anos 2004, 2005 e 2007. Além disso, está enriquecida com conferências inéditas. Especificando, a Primeira Parte recolhe o conteúdo de Fundamentos de Filosofia (2005), a Segunda Parte o de Intelecto e Personalidade (2006)1 e a Terceira Parte o de Conhecimento ontológico e consciência (2011), com exceção do capítulo “O Em Si ôntico”, já presente no livro O Em Si do homem (2004) e aqui integrado com aspectos da conferência do autor de 30 de dezembro de 2008, em Recanto Maestro (RS – Brasil). O Apêndice ‘Proposta crítica à consciência’ reúne conferências e casuísticas (inéditas) sobre este tema apresentado pelo autor no Brasil (junho e dezembro de 2006, janeiro de 2007). Contemplam o excursus existencial e crítico-filosófico do autor os textos Filosofia ontopsicológica (2003) e Dicionário de Ontopsicologia (2012).

Excluída a Primeira Conferência, que não foi integrada neste texto, enquanto refere-se a temas puramente socioeconômicos.

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PREFÁCIO DO AUTOR

Toda a minha obra científica é a investigação e demonstração da capacidade de conhecer o real de modo verdadeiro e reversível (do conceito ao objeto e vice-versa). Além de minha competência filosófica e teológica, experimentei toda afirmação através da experiência clínica de psicoterapia tanto com o indivíduo quanto com o grupo. Após décadas de trabalho, com resultados contínuos, é tranquila em mim a autoridade de saber e demonstrar a capacidade de conhecer e julgar da nossa inteligência. O erro que vicia o nosso conhecimento crítico não está na natureza das faculdades intelectivas e volitivas. O erro reside no processo formativo e reflexivo da consciência. Revisionada essa, a filosofia e a ciência são funções de segura referência real e evolutiva.



Primeira Parte FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA



INTRODUÇÃO

Nenhuma universidade no mundo ensina filosofia; em todas as faculdades de filosofia se ensina a história dos pensamentos, das opiniões filosóficas. Se, por exemplo, faz-se crítica, escolhe-se logo alguns autores, segundo a ótica do professor – Aristóteles1, Kant2, Hegel3, Marx4, Heidegger5, o positivismo, a liderança etc. – e discute-se sobre eles. Mas esse é um conhecimento de opiniões. Deve-se, porém, pressupor que exista um conhecimento elementar, antes de fazer a crítica ou filosofia, ou seja, uma base para fazer o conhecimento, para ter capacidade de juízo6. Antigamente, dava-se sempre uma base de conhecimento concreto, válida para todos. A partir desta, fazia-se, depois, a evolução, em infinitos percursos da mente. Com estas conferências – que constituem uma perspectiva única – será dada a plataforma do que é a filosofia perene, elementar, aquela base de objetividade do pensamento, que era 384-322 a.C. 1724-1804. 3 1770-1831. 4 1818-1883. 5 1889-1976. 6   No esporte, por exemplo, antes de verificar qual é o estilo para vencer, deve-se ser um atleta demonstrado, capaz, alguém, que em um salto atinge pelo menos os dois metros de altura.Um sujeito que nunca saltou, não pode disputar nas olimpíadas sobre como se salta. 1 2


22 • Fundamentos de Filosofia

indispensável a Kant, Aristóteles, Tomás de Aquino7, Descartes8 etc9. Isso significa que não é o meu modo de ver: é o modelo base da racionalidade, o modelo elementar do proceder científico, o modelo preliminar para fazer ética, crítica, metafísica, dialética etc. Ou seja, trata-se dos princípios elementares, do instrumento básico para raciocinar. Esta filosofia é definida “elementar” ou “perene”, porque é o código-fantasma, que está por trás de todos os códigos cognoscitivos ou modelos de comportamentos da mente, que também são a primeira fenomenologia do mover-se do Em Si ôntico. Ou seja, os princípios de comportamento usados pelo Em Si ôntico, a partir do momento em que começa a fazer autóctise histórica10, são iguais àqueles que o mundo-da-vida atua no próprio real.

1225-1274. 1596-1650. 9 Sem dúvida, Descartes, como também Kant, conhecia os conceitos da filosofia perene, porém, quando esses autores escreviam, estão em dialética com o pensamento filosófico e científico corrente. 10 “Do grego aujtovV ktivzw = posição ou constituição de si (ktivzw = construir, fundar). Processo histórico de escolhas existenciais que efetuam o resultado da evolução e da situação pessoal. O termo é utilizado de dois modos: 1) o fato em si (autopôr-se); 2) o processo do fazer-se (autoconstrução), ou seja, a autóctise histórica como processo psicológico. Autóctise histórica significa: saber ser fiéis artesãos da projetação em ato projetada pelo Em Si ôntico em situação.” MENEGHETTI, A. Dicionário de Ontopsicologia. 2. ed. Recanto Maestro: Ontopsicológica, 2012. p. 31-32. 7 8


Primeiro Capítulo

ONTOLOGIA OU METAFÍSICA

1. O que é a ontologia (ou metafísica) Frequentemente, usa-se o termo “metafísica” sem saber o que significa. A “metafísica”1, propriamente, é a racionalidade elementar que se refere ao ser. A ontologia pura é metafísica. O termo “metafísica” usa-se, propriamente, apenas para os modelos mentais em relação ao ser. No próprio modo de existir, entender, ver, tocar, saber, duvidar, viver ou morrer, na experiência quotidiana – estúpida ou inteligente – existe um elemento primordial, um simples estrutural, sem o qual não se pode fazer nada. Trata-se de uma realidade simples, quotidiana, contínua, total: é ou não é. Qualquer coisa que se correlacione a esta cópula2 – “é” – a este ente (que em grego se diz “w[n, o[ntoV”: ente, verdadeiro), ou seja, ao dado primordial da racionalidade e da experiência humana, que não é constituído pelos sentidos, pela matéria, ou pelo sujeito, mas pelo “é”: ou é, ou não é. Se não é, opera-se uma negação. Essa sumidade metafísica, portanto, é quotidiana, é algo com o qual o sujeito joga continuamente, e é o fundamento que faz o jogo e o jogador. Qualquer modo, ou é fundamentado no ser, ou não tem sentido. A mente humana deve, portanto, começar a entender o que é; é necessário tentar isolar este “fantasma”, mas que substancia qualquer coisa. Do grego “mevta” = além; “ fuvsiV” = natureza concreta. Metafísica: além das aparências, do perceber físico ou das coisas físicas. 2 Eu sou, a rosa é, hoje é etc. 1


24 • Fundamentos de Filosofia

Para começar a entendê-lo, é necessário analisá-lo, porque até para si mesmos, antes de si diante do espelho, diante da consciência ou diante dos outros, está implícita a categoria transcendental de ser. “Metafísica”, ou “ontologia”, é, portanto, a disciplina, o comportamento, o tratado que diz respeito ao ente, e que o estuda em todos os seus aspectos. “Ontologia”: a lógica do ser, o conhecimento do ser, o modo do ser etc. Estuda-se a ontologia em todos os seus atributos, adjetivos, modos essenciais ou elementares, buscando ver como o ser se adapta, como se relativa em toda a dimensão onde ele é. 2. Atributos e modos de acontecimento do ser Antes de tudo, é necessário compreender que ente, uno, verdadeiro e bom se convertem, porque o ser é uno, não são dois: aquele ser que o homem posiciona onde quer que seja é sempre o mesmo; ele faz a comunicação do real porque é o essencial do real. Se um sujeito afirma: “Eu não sei o que é”, ou senão, “Eu sei o que é”, a contradição gira sempre entorno ao ser - não ser. Além disso, o ser, enquanto uno, é também verdadeiro, porque é, porque não tem possibilidade de oposto (o não ser não existe), simplesmente é: é uno, portanto é idêntico onde quer que seja e é verdadeiro. É bom, porque faz a diferença do nada. O mal, por exemplo, não pode existir sem o apoio no bem. É impossível imaginar o mal sem o apoio no bem. O mal, de fato, primeiro é, e isso é o elementar do positivo, do bom. Portanto, o mal é uma variável de um bem: primeiro existe a saúde e o vivente, depois, a doença. Por essa razão, quem encontra o ser encontrou o uno, o verdadeiro e o bem3. Quando a Ontopsicologia afirma que o Em Si ôntico está no horizonte do ser significa que está dentro do uno concreto do Ser metafísico. Trata-se do ser antes do homem, da sua mente: é um conceito transcendente, metafísico, isto é, além da fenomenologia, da imagem ou fisicidade.

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