Por que sonhamos?

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Ana Petry

POR QUE SONHAMOS?

Recanto Maestro 2016


P498p

Petry, Ana

Por que sonhamos? / Ana Petry. – Recanto Maestro, São João do Polêsine, RS: Ontopsicológica Editora Universitária, 2016. 52 p. ; 20 cm. ISBN 978-85-64631-32-8 1. Sonho – interpretação. 2. Elementos oníricos. 3. Símbolos. 4. Sonho - história. 5. Ana Petry. I. Título.

CDU (1997): 159.98 Catalogado na publicação: Biblioteca Humanitas da AMF.

© 2016 Todos os direitos reservados à Ontopsicológica Editora Universitária Rua Oniotan, 490 | Un. 21 | Distrito Recanto Maestro 97230-000 | São João do Polêsine | RS | Brasil +55 55 3289 1140 | info@ontopsicologia.com.br | www.ontopsicologia.com.br


NOTAS SOBRE A AUTORA

Ana Petry é consultora, graduada em Psicologia pela Universidade de Passo Fundo, Especialista em Ontopsicologia pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília, Especialista em Psicologia com endereço ontopsicológico pela Universidade de São Petersburgo (Rússia), Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Dirige a Profilo d’Azione e leciona nos cursos de MBA, Especialização e Bacharelado em Ontopsicologia da Antonio Meneghetti Faculdade (AMF). Colabora como membro do Conselho Científico da Associação Brasileira de Ontopsicologia, como tradutora da Ontopsicológica Editora Universitária, e como articulista da Revista Performance Líder.



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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................... 9 I. UM POUCO DE HISTÓRIA............................... 11 II. O VALOR E A FUNÇÃO DOS SONHOS....... 25 1. O que são os sonhos?............................................... 25 2. A hierarquia do sonho................................................ 30 3. Por que muitas pessoas não recordam os próprios sonhos?.......................................................................... 31

III. A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS............ 33 1. As fontes dos símbolos.............................................. 34 2. Os três critérios oníricos............................................. 35 3. Os elementos oníricos................................................ 42

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................... 45



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INTRODUÇÃO

Quando a nossa mente se distancia do externo e mergulha num mundo sem tempo e sem espaço, abre-se um fabuloso universo de fantasia e possibilidades, de histórias imponderáveis. Estamos sonhando. Chamamos de sonho o conjunto de imagens e ideias surgidas durante o sono, mas não por acaso também chamamos de sonho os grandes desejos, aspirações plausíveis ou não de serem realizadas. Mas é possível encontrar significado para os sonhos? O que são essas fantasias tão bem elaboradas? Por que sonhamos? Atualmente, encontramos nas ciências duas opiniões extremas quando se trata do valor e do significado dos sonhos. De um lado, a moderna neurologia, que considera o sonho como resquícios de memória que vagam na mente durante o estado do sono ou como manifestações fenomênicas de modulações neuroquímicas da atividade cerebral. De outro lado, em claro contraste, está a psicanálise ortodoxa, que encontra na atividade onírica uma via de


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acesso ao mundo inconsciente do indivíduo. Em meio a essa fenda entre as ciências biológicas e humanas, a cultura popular segue com suas próprias crenças: ou considera os sonhos fantasia sem sentido, ou tem seu próprio código de interpretação, disseminado por sites ou manuais de bolso. Se a cultura popular carece de fundamento teórico e rigor metodológico, e a psicanálise ortodoxa parece não explicar suficientemente a origem dos sonhos, a postura médico-biologicista carece de coerência diante do fato inquestionável de que os sonhos são um produto da mente e, como tal, a exemplo dos produtos do organismo, como o sangue, a urina etc., portam consigo informações acerca do estado de seu produtor. Este livro não tem a intenção de fornecer uma tratativa completa acerca dos sonhos, mas informar ao leitor interessado das últimas pesquisas realizadas. Partimos da constatação de que a atividade onírica é um fenômeno humano universal e, portanto, constituinte da própria natureza humana, não podendo ser excluída da investigação científica. Apresentamos, neste volume da Coleção Homem, verdadeiramente humano, após uma breve síntese histórica, o que é o sonho, qual a sua função para a psique e como ele pode ser utilizado na compreensão do ser humano e de seus aspectos existenciais.


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I. UM POUCO DE HISTÓRIA

O sonho está presente na cultura humana desde os povos da mesopotâmia, sendo que mais antigo registro remonta ao IV milênio a.C. e está contido na Epopeia de Gilgamesch, poema épico acerca do deus-herói. Para os babilônios, os sonhos eram fonte de verdades certas, quando bem interpretados. Quando eram maus sonhos, deveriam ser escritos em tablitas de argila e mergulhados na água, de forma que sonho e tablita fossem ambos dissolvidos. Os sumérios possuíam os chamados rituais de incubação. Acreditavam que, adormecendo em um lugar deputado a uma certa divindade, podiam provocar-lhe uma resposta através de um sonho. Mas uma vez que o mistério estava oculto sob forma de imagens oníricas, devia-se recorrer ao auxílio de um intérprete. Para os egípcios, a primeira concepção a respeito dos sonhos era negativa: durante os sono, o


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sujeito viajava por lugares perigosos, entrando em contato com espíritos malignos que poderiam causar danos. Por isso, eram formulados adequados ritos mágicos e amuletos que protegessem o homem dos sonhos maus. No novo império, a partir de 1580 a.C., os sonhos passam a ser uma comunicação com o mundo dos mortos e com as divindades. Assim como o sol mergulha na noite, o homem, quando chega o sono, mergulha no além, para emergir fortalecido pela manhã. A interpretação dos sonhos era uma respeitada ciência reservada aos médicos e aos magos, necessitando anos de estudo nas chamadas Per Ankh, Casa da Vida, uma espécie de universidade da época, dedicada à instrução cultural e à pesquisa. Os hebreus consideravam os sonhos como a direta manifestação da vontade de Deus, mas do Deus único, onipotente, que frequentemente aparecia ao povo eleito. Os mais famosos sonhos do Antigo Testamento foram o sonho do faraó do Egito, antevendo sete anos de fartura seguidos de sete anos de escassez, e o sonho de Nabucodonosor, antevendo o declínio gradativo das civilizações posteriores, interpretados respectivamente por José e pelo profeta Daniel. Encontram-se referências aos sonhos na Torá, no Talmud, no Midrash, assim como na Chassidut


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e na Cabalá, especialmente no Zohar. Os sonhos podem ser de três tipos. Os mais raros são os proféticos, chamados visões; são mensagens direta de Deus e, portanto, têm significado absoluto. Os mais comuns seguem os lábios de quem lê, ou seja, adquirem significado conforme a interpretação que lhe for dada. Exatamente por isso o Talmud recomenda contá-los apenas aos sábios. Para os hebreus, há ainda um terceiro tipo de sonho que provém da intimidade do ser humano e, com linguagem simbólica, expressa aspectos da vida interior, aquilo que está recolhido no coração do sonhador. Influenciados pela cultura egípcia e mesopotâmica, para os gregos, os sonhos tinham valor profético e eram consultados como oráculos antes das batalhas, antes de tomar decisões, para saber se os deuses aprovavam uma escolha ou para buscar a cura para diversos males, existindo inclusive templos nos quais os peregrinos se dirigiam a fim de receber, durante o sono, a visão de Esculápio, o deus capaz de curar. Em 700 a.C. já havia uma grande quantidade de textos que circulavam pela Magna Grécia discutindo a respeito da natureza dos sonhos, da arte de interpretá-los e documentando sonhos famosos. A primeira compilação desses textos remonta à época do grande governante grego Péricles (495-429 a.C.)


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e foi realizada por Antifonte, o Sofista, um coetâneo de Sócrates (470-399 a.C.) cuja profissão era exatamente a de intérprete de sonhos e presságios. Na mitologia grega, Hipnos era o deus do sono e da sonolência, e entre os seus mil filhos, chamados Oneiros, estavam Morfeu, Fobetor e Fântaso, que se ocupavam respectivamente dos elementos humanos, dos animais e dos objetos inanimados dos sonhos. Os sonhos ocupavam um lugar de destaque também nas obras literárias e poéticas. Homero, o maior poeta da Antiguidade, conta-nos em sua Ilíada, que Aquiles sugere consultar um adivinho de sonho, porque o sonho vem de Zeus. Para Homero, havia dois tipos de sonho. Os que vinham através de portas de marfim eram enganadores, mas aqueles que vinham por meio de lúcidos cornos diziam a verdade. Havia um terceiro modo de se referir ao sonho; era o Sonho como personagem, um recurso narrativo utilizado por Homero; Sonho, ou Oneiros, era um demônio enviado por Zeus, que visitava o sonhador assumindo qualquer forma possível e enganando o sujeito com indicações falsas. Também os grandes pensadores da antiguidade grega ocuparam-se dos sonhos. Platão (428-348 a.C) transfere aos sonhos uma dimensão mais psicológica. No livro IX de A República, escreve que du-


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rante o sono a parte mansa e racional da alma dorme e a parte animal e selvagem tudo ousa. Surgem, assim, visões desenfreadas que revelam os instintos inatos do homem e reprimidos durante o estado de vigília pela censura do raciocínio. Platão fez largo uso do mito em sua reflexão filosófica e boa parte dos seus mitos tinham todas as característica de elaborações oníricas. Por outro lado, Aristóteles (384-324 a.C.) criticava a interpretação astrológica dos sonhos. Afirmava que o sonho não faz mais que transmitir e elaborar os estímulos sensitivos que nos atingem durante o dia, dando início ao que mais tarde se chamaria visão naturalística do sonho. No entanto, ele sustenta que no sono, ou ao aproximar-se da morte, não somente diminuiu o exercício das faculdades racionais, mas permite à alma de recolher-se em si mesma e assumir a própria natureza, o que comporta capacidade de prever o futuro. Portanto, a previsão do futuro torna-se a maior expressão da racionalidade, e não mais atribuível a uma intervenção divina. Essa tese assinala um profundo distanciamento da concepção religiosa do sonho e do seu significado. Aristóteles também afirmava que não se pode, com leviandade, nem descartar com desprezo a interpretação do sonho, nem ter nela confiança cega. Para o filósofo, os sonhos eram causa ou símbolo


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dos eventos, ou então coincidências. O mais sagaz intérprete de sonhos era aquele que possuía a faculdade de colher essas diferenças. Seu pupilo mais famoso, o imperador Alexandre Magno, possuía em seu séquito um intérprete de sonhos chamado Aristandro de Telmessos. No decorrer da história, encontramos também médicos e naturalistas que pretendiam utilizar o sonho em suas práticas: Hipócrates (460-370 a.C.), considerado o pai da medicina, escreveu Acerca da dieta; séculos mais tarde, o médico romano Claudio Galeno (129-199) escreveu Acerca da diagnose que se extrai dos sonhos; ambas as obras buscavam entender a relação entre sonho e diagnose. O primeiro tratado completo sobre os sonhos que sobreviveu até a nossa era é atribuído a Artemidoro de Daldis, escrito no II século a.C. Artemidoro gozava de muita consideração entre os seus contemporâneos, sendo inclusive citado por Galeno como um especialista na arte de compreender os sonhos. Sua obra, que recolhe as crenças do mundo greco-romano a respeito da interpretação dos sonhos, ultrapassou o mundo da língua grega e chegou a ter uma tradução árabe. Com o advento do Cristianismo, toda a cultura relativa aos sonhos desenvolvida pelas civilizações precedentes foi desmantelada na medida em que foi


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gradativamente removida a importância e a cultura da mitologia antiga. Assim, de um valor que possuía para os povos antigos, os sonhos passaram a ser vistos com hostilidade na Idade Média. Quando Deus enviava mensagens a santos e profetas através dos sonhos, esses sonhos eram chamados visões, como regia a cultura hebraica. Mas a maioria dos sonhos eram considerados um veículo para perturbar e tentar a alma. Exatamente por isso, era malvisto qualquer tipo de busca de seu significado. A prática de interpretar os sonhos chegou a ser proibida pelo papa Gregório II (669-731). Ainda assim, a ideia de encontrar nos sonhos algum indício útil para a vida permaneceu no imaginário popular. No mundo islâmico, os sonhos tinham um papel central. O próprio Maomé (571-632) recebeu a sua investidura de profeta do anjo Gabriel em um sonho. O anjo entregou a Maomé um pedaço de tecido no qual estavam bordadas algumas palavras e ordenou que ele as recitasse, comunicando que Deus o havia escolhido como o último profeta enviado à humanidade. Maomé lembrou daquelas palavras quando despertou e elas se tornaram, assim, o início do texto sagrado, o Alcorão. No Renascimento, há um interesse pelas chamadas ciências ocultas, o que favorece a redescoberta dos intérpretes dos sonhos na Europa.


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Lembrando que ciência oculta era todo e qualquer conhecimento que não advinha das sagradas escrituras. A leitura e o estudo do tratado de Artemidoro de Daldis são retomados e a obra é traduzida em diversas línguas. No século das lumes, os sonhos foram considerados ilusões, e as tentativas de interpretação eram vistas como superstição. O caráter irracional dos conteúdos oníricos levou médicos e filósofos a desmerecer os sonhos como expressões válidas da vida mental. No entanto, o filósofo francês FrançoisMarie Arouet, conhecido como Voltaire (1694-1778), perguntava-se: visto que a alma, por si só, tranquila no descanso dos sentidos e agindo sozinha, é a causa única e único sujeito de todas as ideias que temos dormindo, por que todas essas ideias são quase sempre irregulares, irracionais, incoerentes? É Freud quem, um século mais tarde, irá lhe responder. Para o filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), há uma profunda unidade entre a vida cotidiana e os sonhos. Afirma que a vigília e os sonhos são páginas do mesmo livro: a vida. A leitura contínua é a leitura feita durante o dia; o sonho é a leitura um pouco desordenada, mais fraca, feita durante à noite. Porém, é sempre a leitura do mesmo livro. Para Schopenhauer, o conteúdo do sonho nunca é totalmente ilógico e nunca é imotivado; tal con-


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teúdo depende dos desejos, das imagens recentemente percebidas, da experiência real do sonhador. Muito influenciado pelas ideias de Schopenhauer, o neurologista vienense Sigmund Freud (1856-1939), em 1900, publica a célebre obra A Interpretação dos Sonhos, que instaura a era psicológica da investigação onírica. Freud foi o primeiro a propor uma funcionalidade aos sonhos, ou seja, foi o primeiro a tentar explicar qual seria a sua função na economia da vida psíquica. Para esse autor, o sonho era um meio de eliminar as excitações psíquicas que perturbam o sono. Em palavras simples, o sonho era entendido como a manifestação de um desejo inconsciente. Os desejos proibidos pela censura encontrariam realização nos sonhos, através de uma satisfação alucinatória. Freud explicou muitos dos mecanismos aplicados na construção do sonho, como o deslocamento, a condensação e a projeção. Esses mecanismos tinham a função de distorcer o conteúdo de forma que o Eu não se apercebesse do desejo reprimido, o que causaria ansiedade. Sendo uma via por meio da qual os desejos reprimidos se manifestariam, os sonhos faziam parte dos instrumentos dos quais se serviam os psicanalistas na busca da compreensão do paciente. O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (18751961) parte das pesquisas psicanalíticas, mas am-


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plia a sua investigação acrescentando elementos do mundo oriental e da mitologia clássica. Com uma teoria própria das instâncias da personalidade, Jung acredita que os sonhos dão uma indicação acerca do futuro, mas de forma diferente daquela entendida nos tempos de Artemidoro. Para esse autor, o sonho pode apontar o futuro na medida em que exprime tendência da psique que conduz a pessoa em determinadas direções existenciais. As duas obras de maior relevância a respeito da interpretação psicanalítica dos sonhos são: Manual para análise dos sonhos, de Emil A. Gutheil, e O uso clínico dos sonhos, de Walter Bonime. Enquanto nos séculos XVIII e XIX ainda eram discutidos os pilares das ciências e o que poderia ou não ser objeto de investigação científica, no último século a ciência e seus métodos foram cada vez mais em uma direção na qual os sonhos não tem espaço: os ideais positivistas de ciência. Com a convicção de que todos os fenômenos, tanto físicos quanto psíquicos, são produtos de sistemas complexos, mas sempre possíveis de serem decompostos em unidades simples, mecânicas e materiais, os sonhos foram, pouco a pouco, sendo excluídos das investigações sérias e relegados apenas à cultura popular. Ainda que freudianos e junguianos continuem defendendo a utilidade dos sonhos, o que se observa na


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prática é que, de uma forma geral, não há compreensão e conhecimento suficientes para um uso seguro das informações oníricas. Mesmo com o descaso da ciência positivista e com os problemas dos métodos de interpretação disponíveis, ainda assim há inúmeros registros de homens que referem ter encontrado nos sonhos informações importantes, principalmente sobre seus projetos profissionais. E não se trata de homens comuns. Gottfried Leibniz (1646-1716), filósofo alemão, referiu ter encontrado nos sonhos soluções para problemas que, durante a vigília, teriam requerido longas meditações. O famoso compositor austríaco Wolfgang Mozart (1756-1791) revelou que muitas de suas obras lhe vinham à mente nos sonhos. Elias Howe (1819-1867), americano que inventou a máquina de costura, afirmou ter encontrado a solução de colocar o orifício da agulha na mesma extremidade que a ponta exatamente em um sonho. E o que dizer da declaração do químico russo Dmitri Mendeleev (1834-1907) de que a ordem de todos os elementos da tabela periódica apareceu-lhe em um sonho. Divinos ou demoníacos, estudados ou ignorados, utilizados ou desprezados, os sonhos são uma indiscutível realidade humana. Se o fenômeno onírico não se encaixa nos tradicionais métodos de


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pesquisa da ciência positivista, largamente aplicada atualmente, isso é um problema e um limite do método positivista, mas não se pode descartar o valor desse fenômeno tipicamente humano. Significa que o sonho faz parte de uma classe de objetos de estudos muito complexos que não podem ser medidos e tabulados com os procedimentos matemáticos, mas precisam ser investigados com outros métodos. Ou seja, é preciso uma metodologia capaz de acessar o profundo humano. Nas décadas de 1970 e 1980, o Acadêmico Antonio Meneghetti (1936-2013) empreende uma longa pesquisa prática em busca da resolução das problemáticas existenciais mais essenciais dos seres humanos: Quem é o homem? Como ele pode se conhecer? Por que existe a presença constante da doença e da esquizofrenia? Quais seriam os critérios para a saúde e a realização? Suportado por um eminente conhecimento, tanto clássico quanto contemporâneo, Meneghetti identificou no exercício da clínica psicoterapêutica que o sonho é uma excelente via para a compreensão do mundo interno do ser humano. Entretanto, para utilizar a informação onírica, é preciso um método diverso. Diferentemente de seus antecessores, Meneghetti exclui as interpretações culturais, uma vez que são relativas e variadas, e desenvolve um


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método baseado no valor biológico dos símbolos. Com tal método, os sonhos voltam a ser uma útil informação à compreensão do mundo interno e externo de um indivíduo. Os capítulos a seguir foram escritos em base às suas descobertas e ao seu método, configurados no que constitui a ciência ontopsicológica.


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