Vários Autores
Psicologia da Organização Tradução e organização: FOIL 2ª edição 1ª reimpressão
São Paulo 2013
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Título do original italiano Psicologia dell’Organizzazione por Foil s.r.l., 2ª edição
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Vários Autores Psicologia da Organização /Vários autores ; tradução e revisão FOIL. – São Paulo, SP: FOIL, 2013. 196 p. ; 21 cm. Título original italiano: Psicologia dell’Organizzazione ISBN 978-85-89941-10-5 1. Ontopsicologia. 2. Comportamento organizacional. 3. Líder. 4. Psicologia da administração. 5. Intuição. I. Título.
CDU (2007): 005.32
Catalogado na publicação: Biblioteca Humanitas da AMF
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Sumário Os cinco pontos da pequena e média empresa ���������7 Prof. Antonio Meneghetti
Os cursos MBA �����������������������������������������������������������������21 Pamela Bernabei
Marketing para pequenas e médias empresas ��������37 Elvio Gramignano
O ato de delegar �������������������������������������������������������������47 Prof. Antonio Meneghetti
O escopo econômico da empresa �������������������������������55 Prof. Antonio Meneghetti
As estruturas organizacionais da empresa ����������65 Pamela Bernabei
O vício de forma na manutenção ���������������������������105 Oscar Livrerio
Identidade utilitarista-funcional do business ���111 Prof. Antonio Meneghetti
A capacidade do líder �������������������������������������������������121 Prof. Antonio Meneghetti
Modelos de organização e management empresarial ���������������������������������������131 Pamela Bernabei
Up-Stream control �������������������������������������������������������169 Aos cuidados de Pamela Bernabei
Up-stream analysis e Ontopsicologia �������������������183 Prof. Antonio Meneghetti
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Os cinco pontos da pequena e média empresa1 Prof. Antonio Meneghetti2
I. Os três fatores que constituem o ponto crítico de todos os jovens empresários 1) Uma vez obtido o dinheiro – de modo legal ou ilegal – o jovem tende imediatamente ao excesso de vitrine, de “fazer saber” para ser gratificado, portanto há a exibição, o gasto, o desperdício: compra um novo carro, uma casa de campo, tem um certo tipo de amizade, tira determinados tipos de férias, vistosas relações erótico-sentimentais etc. Milão, 5 de janeiro de 2002 Antonio Meneghetti (1936-2013), italiano. Possui quatro doutorados. Segundo os critérios canônicos das Universidades Romanas, é Doutor em Filosofia e em Ciências Sociais (Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino, Roma) e Doutor em Teologia (Pontifícia Universidade Lateranense, Roma). Na Rússia, obteve, em 27 de abril de 1998, da Suprema Comissão de Avaliação Interacadêmica da Federação Russa, o título de Grand Doktor Nauk em Psicologia (protocolo 0104). Possui também a láurea em Filosofia com endereço psicológico (Universidade Católica do Sagrado Coração, Milão) e recebeu a láurea honoris causa em Física pela descoberta do “campo semântico” (Universidade Pro Deo, Nova York).
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Correspondente à primeira onda de ganho, há um gasto exuberante. Um aspecto ainda mais importante é subestimar a intervenção do Estado, das leis, da vizinhança que certamente não ama ressaltar o vencedor. 2) O segundo ponto de ruptura inevitável é a instrumentalização dos jovens operada por grandes empresas de capital e bancos. Eficientes indústrias do dinheiro usam constantemente jovens de vanguarda, que se sentem honrados em receber determinado cargo de administração e de responsabilidade, pelo qual dão garantias próprias, isto é, referências de responsabilidade civil e penal. O banco ou a indústria, portanto, identificase naquele sujeito, que trabalhará como responsabilidade interna e depois – já está previsto – será queimado. Em um primeiro momento existe a facilidade de exercício, mas a longo prazo alguém intervém, e são encontradas situações não legais. Esses jovens acreditam ser “pontas de diamante”, mas na realidade são cacos de vidro. Tudo isso já está previsto pelo jogo da grande inteligência da economia nacional ou multinacional. 3) O terceiro defeito é de caráter psicológico. À idade de 24, 26 anos, o jovem tem uma certa maturidade, uma certa cultura e experiência, mas que por mais que queira ser miraculosa é sempre inicial, sempre um pouco aprendiz, por isso permanecem vastos espaços de maturidade não experimentada. Ele tem um Eu lógicohistórico adolescente, que era habituado a manobrar uma soma de quatro, cinco mil euros ao mês, que entravam para aquele ganho restrito ao circuito do seu corpo físico e que agora deve balancear passagens de fortuna, de poder, de sucesso. O Eu lógico-histórico do sujeito encontrase a gerir meios desproporcionais e extraordinários,
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adotando, porém, as cláusulas e as habilidades totais que tinha na idade de 14 a 22 anos. Por mais que queira ser um gênio, existem muitas discrepâncias que não o tornam conforme às colocações históricas precisas, circunscritas, “mecânicas” do ambiente, “daquela sociedade”. Existe essa desproporção de maturidade psicológica no jovem líder em usar objetos, possibilidades muito superiores ao limiar de tolerância de maturidade da sua congsciência. Mais cedo ou mais tarde é inevitável que entre em tilt, em ruptura. Costumeiramente esses jovens ficam quebrados, destruídos definitivamente, porque a fortuna perdida, geralmente, é vista por eles como um misto clamoroso entre complexo de culpa e complexo de inferioridade. De fato, não souberam gerir a “hora do tigre” que a história e as circunstâncias tinham lhes consentido. Esse terceiro aspecto é o mais importante: a imaturidade psicológica no evento histórico de fortuna social. É exatamente aqui que a FOIL opera. Não é propriamente uma escola de psicologia, mas uma escola de perspicácia no interior das conotações do business, do dinheiro: existe uma lógica decisiva que é sempre exata.
II. Nesse contexto não definiremos a empresa, porque é inútil repetir aquilo que outros já configuraram, e a definição seria de todo modo relativa. Ao invés disso, nos limitaremos a tratar sobre o substancial leitmotiv de qualquer empresa: a competitividade e a capacidade de relação. Esse tandem é definido como “capacidade de relação com cada um dos órgãos produtivos que assistem,
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defendem, potenciam, protegem”. Trata-se de ensinar a superar todos os elementos que poderiam interromper o batimento cardíaco da pequena e média empresa, das quais o binômio “competitividade e capacidade de relação” é constante intrínseca. Deve-se ter presente cinco temáticas: 1) a lei; 2) a organização dos colaboradores (meios, estruturas); 3) o empresário (o responsável); 4) relação externa (espaço, pessoas, modos); 5) caracterialidade ou psicologia de mercado (referência étnico-econômica). 1) A lei A lei hoje é prioritária em relação ao dinheiro, e antes de iniciar qualquer coisa deve ser sempre controlada. Ela é de produção democrática, sobretudo nos dias de hoje. Não há mais o ditador, o órgão exclusivo de um partido: bem ou mal – conduzido o quanto se quiera – é o povo que faz as leis. É o conjunto de todos os outros que estabelece onde se pode ir e o que se pode fazer. Não faz sentido promover lutas absurdas contra os outros: já se vive a cogestão do direito (direito latu sensu: “o que a sociedade diz”). Uma vez valia “o que Deus diz”, “o que o ditador diz”, “o que a tradição diz”. Hoje vale “o que a sociedade diz”, “a comunidade local e vizinhanças”, “a comunidade onde se trabalha”. O direito da pessoa
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já se reduziu a um fato interior, para o qual cada um ainda permanece soberano e árbitro do próprio bem ontológico. Porém, quando se toma posse de um bem econômicomaterial, de um bem de consumo, torna-se subalterno à sociedade. Em certo sentido, de fato, a fonte do direito é a positividade expressa pelo povo no contexto; não há mais o tempo de ver se aquilo é justo ou não é justo, verdadeiro ou não verdadeiro, conforme ou não conforme. O povo definiu-se no seu parlamento com aquelas leis que, uma vez escritas, homologam e identificam o comportamento da riqueza: é necessário dar ou receber. Para entender a pregnância e o realismo de tudo isso, trarei um exemplo que é muito comum na Itália, mas que está se difundindo também por outros países da Comunidade Econômica Europeia. Uma pessoa que quer construir uma casa, uma garagem, um estabelecimento, para apresentar o projeto deve estar apoiada e sustentada por diversos profissionais considerados competentes que garantam a condução legal: como o povo e o parlamento querem. Não é suficiente o arquiteto ou o engenheiro, são necessários também o perito em segurança, o especialista em anti-incêndio etc.; são figuras que se não forem usadas invalidam o projeto, aquilo que se faz se torna até mesmo infração. Dá-se aos outros o direito de oprimir, de prevalecer sobre si caso não se seja burocraticamente preciso. Uma vez que o projeto tenha sido aprovado, a permissão é afixada em um espaço público por um tempo variável, e qualquer cidadão que não esteja de acordo pode contestá-lo. Não que esse “cidadão qualquer” possa fazer a lei, porém pode criar uma exceção que atrasa a
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realização do projeto e, às vezes, a revisão da própria deliberação de aprovação. As nossas leis dão direito a qualquer pessoa de poder criar problemas ao outro, e não de ajudá-lo. Não há nenhuma lei que estabeleça que se possa ajudar o outro, incriminá-lo é lícito. É preciso tomar conhecimento de tudo isso para não permanecer ingênuo, deficiente diante do business social. Basta sabê-lo, informar-se, encontrar os especialistas corretos. O especialista legal é prioritário em qualquer contexto, com maior razão naquele empresarial, no qual são criadas relações múltiplas também de natureza diversa, e é necessário saber qual é o vademecum, a “tangente” que a lei privilegia. 2) A organização dos colaboradores, meios e estruturas3 É necessário ter, formalizar, concretizar, harmonizar. É preciso saber configurar um corpo orgânico a partir dos vários setores e componentes da empresa que permitam a obtenção do escopo. É determinante possuir colaboradores e meios sincronicamente organizados. São frequentes os casos de empresas que têm uma ótima especialização e ótimos meios – os melhores computadores, os melhores acessos à internet, telefones de última geração –, mas não têm ninguém que os saiba usar. Um exemplo é a Ferrari: se Entendem-se todos os meios da empresa: máquinas, instalações, telefones, computadores, bicicletas, automóveis etc. – tudo aquilo que pertence à instrumentação material e técnica que constitui o corpus da atividade empresarial.
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não tem um excelente piloto, perde. O ideal é ter um Schumacher e uma Ferrari. Quando o empresário começa a ter colaboradores, deve saber formar o pequeno grupo que constitua a sua primeira psicologia territorial – a sua telefonista, o seu secretário, o seu contador etc. Para ter válidos colaboradores o critério não é o salário, mas o saber dar funcionalidade à inteligência responsável dos mesmos – naturalmente àqueles que têm vontade e que são capazes. Os outros devem ser demitidos, ou mantidos à margem, caso sindicatos ou situações contratuais não consintam o afastamento. É preferível pagar o salário ao vazio do que colocar aquele sujeito trabalhando no centro da empresa, visto que pode impedir passagens que valem muito dinheiro. É importante também a manutenção dos locais de trabalho: muitas empresas vão à falência por não saber mantê-los. Pode acontecer que um funcionário pegue um resfriado porque a janela não fecha. Outro tropeça, cai, a fiação elétrica não está dentro das normas: ocorre repentinamente um homicídio culposo. Deve-se saber, portanto, atuar uma gestão econômica inteligente de tudo o que é inerente à instrumentação da empresa. Os documentos também fazem parte da instrumentação interna: como devem ser escritos, como devem ser formalizados? Colocando uma palavra a mais se sai do tema, a “máquina” não lê, não individua e não favorece. Onde não se existe, já se é culpado. Deve-se existir onde o sistema prevê. Lembro que uma vez as guerras – ao menos até a Primeira Guerra Mundial – eram vencidas conforme a manutenção dos objetos. Os canhões, os tanques, os fuzis deviam ser limpos, lubrificados, revisados e consertados
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todos os dias, porque quando era o momento do ataque, uma pancada de chuva, uma ferrugem ou uma nevasca faziam com que nada funcionasse. É necessário, portanto, uma intrínseca ação sincrônica entre meios, estruturas e pessoal. Quanto mais eficiente é a máquina mais eficiente deve ser a pessoa. Se o sujeito quer ganhar, é bom que tenha os meios mais avançados. Tudo isso favorece os melhores colaboradores, que se cansam menos e produzem mais, caso tenham bons instrumentos. Tudo caminha em velocidade de recíproca vantagem. Está sendo proposto na Itália que se alterne os colaboradores, para aumentar os postos de trabalho: um staff trabalharia no fim de semana e outro de segunda a quinta-feira.Analisemos o fato. Entre os dois empregados, um é um válido produtor, funcionário ou colaborador que posiciona os seus programas e faz bem o seu trabalho. O outro, que do ponto de vista técnico-jurídico deveria ser igual, na realidade é um incapaz e estraga toda a operação inteligente do primeiro. Dar-se-iam postos de trabalho nos quais um cria e o outro destrói. A esse ponto, seria melhor que a empresa trabalhasse apenas três dias e que nos demais ficasse em repouso. Tratase de quantificar quanto vale aquela pessoa ao executar uma inteligência normal de trabalho. Ao organizar os colaboradores, portanto, é preciso privilegiar aquele que é funcional e torná-lo ponto de referência. Atenção a este constante silogismo de operatividade intrínseca à eficiência da pequena empresa: instrumentação e organização dos colaboradores, privilegiando sempre as pontas. Não exagerar nem em colaboradores, nem em excesso tecnológico.
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3) O empresário Quando é válido, ele é um pouco o Em Si ôntico4 de toda a empresa, é a inteligência onipresente da qual os outros colhem os efeitos, a manifestação, o sucesso; ele é o arquétipo arquitetônico que produz o evento. É óbvio, portanto, que deve ter um grande cuidado consigo mesmo. Atualmente, na revista italiana Focus, tem-se falado de inconsciente – muitas coisas foram copiadas dos meus escritos passados.5 É de toda forma interessante como essa revista coloca em foco a realidade da existência do inconsciente, que é o maior operador de enganos, sobretudo quando o sujeito tem um Eu lógicohistórico despreparado para a grandeza do potencial do inconsciente, entendido como complexos, matriz, monitor de deflexão, Em Si ôntico.6 Jamais deve ser esquecido que o Em Si ôntico é a reserva áurea da própria personalidade, a riqueza inexaurível onde se pode prover ou reorganizar a própria inteligência. Caso se tenha a possibilidade de fazer algumas consultorias com um ontopsicólogo válido, ele deve ser usado para conseguir entender a antecipação do próprio inconsciente. Não se trata de fazer consultorias Cf. MENEGHETTI, A. O Em Si do homem. 5. ed. Recanto Maestro: Ontopsicológica, 2004. 5 Aconselho a leitura do artigo que trata um ótimo argumento, certamente vulgarizando-o um pouco, difundindo conhecimentos que em Ontopsicologia são muito mais profundos. Focus, n° 121, novembro de 2002. 6 Conforme MENEGHETI, A. Dicionário de Ontopsicologia. 2 ed. Recanto Maestro: Ontopsicológica, 2012. 4
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como um “dependente”, mas de evoluir em Eu lógicohistórico, em consciência autêntica, o enorme bem que o inconsciente contém. Ele fotografa, vê todas as situações e indica imediatamente a luz vermelha ou verde sobre cada particular. Não o usar significa desperdiçar uma providência infinita que o mundo da vida deu a cada um de nós. Hoje existe a técnica ontopsicológica que sabe decodificar as informações dadas pelo inconsciente. Por que não usá-la? É uma economia excepcional, que controla se o Eu lógico-histórico tem condições de recuperar o produto, o quântico de ação que o Em Si ôntico produz. Caso se saiba como os complexos se movem, ou como vão em díade, está-se atualizado sobre como estão as próprias coisas; não o mundo, os outros, mas a própria identidade. Ao invés de cair no destino, na consequencialidade, no carma que age sem o conhecimento da minha consciência, sou informado sobre onde estão os pontos a eliminar e os pontos a reforçar. O empresário não é apenas o Em Si ôntico da empresa, mas também aquele que dá o ponto de unidade de ação aos outros sócios, aos outros colaboradores, é aquele que se faz de estrela polar. O que deve fazer? Deve autorregularse, e a lei de antecipação é exatamente essa contínua consultoria de autenticação, para ser consciência exata ao racionalizar com sucesso as próprias operações. Os resultados são vistos sempre no arco de três semanas. Às vezes se fala de longo prazo: seis meses, um ano. Compreendo que essa é a média standard das estatísticas, mas na realidade dentro de três semanas já se veem de modo evidente os erros de posicionamento.
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Um empresário atento (que controla a situação na sua empresa) os vê após uma semana, um “meio atento” os vê após duas semanas, mas na terceira já existem as rachaduras, com as quais há perda de bem-estar e de oportunidade. Os primeiros frutos são vistos imediatamente. Ao contrário, quando se começa a dizer “Agora a situação está um pouco difícil, ocorreu aquela greve, o aumento dos preços…”, significa que o próprio percurso está minado de desgraças normais, cotidianas, que acontecem a todos e caso não se acorde já se faz parte daquele funeral. 4) Relação externa (espaço, pessoas, modos) como inteligência de serviço A relação externa implica todo o mundo de expansão, produção, exposição e de marketing, espaço, pessoas, os modos de produzir, de expor e de vender a própria mercadoria, como relacionar o produto com a própria oferta econômica, como apresentá-la no contato, no diálogo, à pergunta do outro. Significa saber configurar e homologar a própria oferta à demanda, ou até mesmo estimular uma curiosidade, uma novidade que agrade o outro. O ponto-chave é saber vender o serviço. O produto é relativo, é primário o serviço que se presta àquele tipo de clientela: como se sabe servi-la? O modo de servir os clientes, reais ou futuros, deve coincidir com as suas necessidades e curiosidades. Vendese, portanto, o serviço, e o produto passa assim em segundo
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plano. Retorna-se, portanto, à importância da pessoa: quem é a empresa, o empresário, o colaborador, o sócio. Caso se elimine da Coca-Cola, ou do McDonald’s, todo o establishment da organização de serviço, não sobra nada! É a organização de serviço que faz o business: é indispensável uma organização de presença de serviço, que sozinha já cria uma simpatia. Em tudo isso há sobretudo uma honestidade de mercado retroativa, pela qual o verdadeiro empresário jamais pensa em enganar o cliente.7 O sucesso contínuo e estável caminha sempre com quem tem a inteligência de saber servir. 5) Caracterialidade ou psicologia de mercado – referência étnico- -econômica O aspecto étnico econômico é muito importante. A globalização coloca-nos em contato com o russo, com o francês, com o letão, com o georgiano, com o chinês, com o mongol. Então, rapidamente é preciso se informar sobre a psicologia tradicional étnica do cliente. Se o sujeito é um grego, um tunisiano, um siciliano, um irlandês, terá alguns estereótipos caracteriais standard: é assim, entende apenas naquela maneira e compra as coisas que de algum modo exaltam o seu modo étnico. Todas as culturas têm os seus odores, os seus perfumes, os seus modos de contato. Para se relacionar do modo mais profícuo é necessário, portanto, estudar o aspecto psicológico. Aqueles que enganam duram pouco: devem sempre mudar de local, se for o caso.
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É uma psicologia descritiva, comportamentalista, que permite conhecer a tradição de uma específica cultura ou etnia, e cada uma delas tem seleções temáticas, como por exemplo na cozinha: o modo de apresentar, o tipo de copo, de prato, de pôr a mesa, de usar os condimentos etc. É preciso ter a inteligência, a sagacidade de partir da logística local, sobretudo com os povos do Leste Europeu. Por exemplo, com os povos do Leste, com a China e com o mundo árabe, é preciso ter sensibilidade, flexibilidade e psicologia ilegal – mas formalização legal. É um ponto de vista deles, têm ainda muita instintividade e se sentem, por esse motivo, importantes. Ser mafioso, no sentido neutro do termo, para eles é um motivo de orgulho. A diferença dos Estados Unidos está no fato de que se eles firmam um contrato é porque já sabem onde depois serão vencedores. Mais que os ingleses, os Estados Unidos não fazem contratos com ninguém se não são eles que ganham (o salário para os outros, o ganho para eles: é inexorável); sabem quintessenciar a legalidade de modo tal que a maioria dos povos se encontra despreparada. Uma sociedade pode falir, mas a legalidade permanece garantida. Na logística norte-americana, quanto maior é a infração mais a lei se demonstra forte: desse modo é garantida a chamada democracia econômica dos Estados Unidos – o que em economia pode tranquilamente ser falso. Quando se fala de uma empresa, portanto, é preciso ver com qual povo se está estabelecendo a relação. O modo de gerir a relação com um país do Leste é diferente do comportamento econômico que se pode ter em Milão. É necessário tratar cada homem conforme a sua psicologia étnica: então se abre a confiança. O mercado, afinal de contas, é psicologia autêntica.
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I. Existem três gêneros de cursos relativos à gestão de negócios: - Undergraduate courses: que duram de quatro a cinco anos (cursos de graduação). - Postgraduate: cursos de especialização que são empreendidos após a graduação. - Post experienced education: cursos que duram uma ou duas semanas e que tratam de argumentos específicos. Esta lição versará sobretudo sobre aquilo que se entende por cursos e masters de organização empresarial ou managerial de pós-graduação (postgraduate). Os cursos sobre organização empresarial, sobre management conforme um perfil anglo-saxão são chamados de MBA. Eles são mais conhecidos como: MBA, ieMBA (International Executive Master of Business Administration), DBA (Doctorate of Business Administration), Ph. D. (Philosophy Doctorate). Aulas realizadas em Milão em 12 de outubro de 2002. Membro do Conselho Diretivo da FOIL e da AIO. Consultora empresarial, psicóloga. Representante da AIO no ECOSOC da ONU.
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A abordagem será principalmente do tipo anglosaxônica, visto que o primeiro filão desse tipo de curso tem origem na Inglaterra. As informações relatadas neste breve tratado foram extraídas de um livro intitulado Pocket MBA3, escrito por Tim Hindley, que foi o curador e redator da parte financeira, de business e management da revista The Economist. Escreveu esse livro exatamente porque, segundo ele, The Economist e muitas outras revistas sobre business são famosas por confundirem frequentemente os termos relativos ao management. 1) O que é um MBA? Um MBA (Master of Business Administration) é um curso acadêmico que pode ser frequentado após ter conseguido um diploma e é inerente a um conjunto de matérias e argumentos que constituem a ciência do management. Master: é um título que se concede após ter frequentado esses cursos, superiores ao bacharelado, que é o primeiro nível de graduação. Significa que se adquiriu uma especialização em uma determinada matéria; por exemplo, MA significa Master of Arts. MBA significa master na gestão, condução ou administração dos negócios em sentido econômico. No mundo anglo-saxão esse título encontra tamanha importância de glória e fama que parece ser o único título acadêmico possível de qualificação em business. TIM, H. The Pocket MBA, Economist Books. 4 ed. Reino Unido: Profile Books, 2008 3
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Os cursos MBA
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Mas não é assim. No Japão há muitos cursos de management education que não são MBA. Na Europa muito daquilo que é inerente a business education é visto ainda em nível universitário e não de pós-graduação. Em muitos países o MBA não é reconhecido em nível legal. Também nos próprios países enfatuados (MBA-besoted) de MBA, como Reino Unido e Estados Unidos, há uma grande variedade de cursos universitários sobre business education, diferentes do MBA. Tim Hindle, no início do seu livro, adverte: “As pessoas que se orientam no sentido de uma carreira no mundo dos negócios deveriam pensar duas vezes antes de obter uma graduação (e quem sabe estudar literatura medieval ou árabe), requerida antes que se possa fazer um MBA (ao contrário de outros cursos), porque se arriscam a perder muito tempo”. 2) Quais são os candidatos que habitualmente participam dos cursos MBA? Os estudantes de MBA, pelo fato de necessitarem ter primeiro um diploma e algumas experiências de trabalho, habitualmente não têm menos de 24 anos. Nas escolas americanas de business, se fez uma estatística sobre o perfil médio desses estudantes e revelou-se que a idade média é de 28 anos, raramente 10% superam os trinta anos (ao contrário dos estudantes que chegam da Europa, os quais têm uma idade ligeiramente superior) e que fundamentalmente se dividem em três categorias: • aqueles que querem entrar no mundo dos negócios após terem trabalhado em outras áreas completamente
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