Pedagogia Ontopsicológica

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pedagogia

ontopsicolรณgica



Antonio Meneghetti

pedagogia

ontopsicológica

3ªedição

Ontopsicológica Editora Universitária

Recanto Maestro 2014


Título original italiano Pedagogia Ontopsicologica por Psicologica Editrice, 1ª edição em 1979. Traduzido da 4ª edição, publicada em 2007.

M541p Meneghetti, Antonio, 1936-2013 Pedagogia Ontopsicológica / Antonio Meneghetti; tradução e revisão Ontopsicológica Editora Universitária. – 3 ed. – Recanto Maestro, RS: Ontopsicológica Editora Universitária, 2014. 258 p. ; 23 cm. Título original italiano: Pedagogia Ontopsicologica ISBN 978-85-64631-16 - 8 1. Ontopsicologia. 2. Nascimento do Eu. 3. Educação. 4. Família. I. Título. CDU: 37 Catalogado na publicação: Biblioteca Humanitas da AMF

© 2014 Todos os direitos reservados à Ontopsicológica Editora Universitária Rua Oniotan, 490 | Distrito Recanto Maestro 97230-000 | São João do Polêsine-RS | Brasil | + 55 55 3289-1140 info@ontopsicologia.com.br | www.ontopsicologia.com.br


SUMÁRIO parte I 1. Introdução à Pedagogia Ontopsicológica....... 11 1.1 O que é a Ontopsicologia.......................................................... 11 1.2 A Pedagogia Ontopsicológica..................................................14 1.3. O fanciullo como fenomenologia do espírito e autóctise histórica.........................................................................17 1.4 Teleologia da pedagogia.............................................................21 2. O Princípio do evento diádico.....................................25 3. A mãe é o filtro de realidade, o ambiente primário causante de qualquer outra realidade no efeito-filho.................................................31 4. Egoicidade absoluta.........................................................37 5. Holofrasia e consciência .............................................41 6. Capacidade de amor e de sexo na criança..........45 7. O significado do brinquedo e o significado do não.........................................................53


8. Importância da imagem como função à identificação da própria existência individuada na criança com menos de cinco anos..................................................................................................57 9. A criança entre os quatro-sete anos. A superação Familística......................................................61 10. Ainda no período quatro-sete anos. Valor da fábula.......................................................................65 10.1..................................................................................................65 10.2 A fábula...................................................................................67 11. Dos sete aos onze anos. Última fase da infância: O sentimento religioso.................................71 12. Critério de saúde: puberdade....................................75 12.1 O critério de saúde................................................................75 12.2 Puberdade-adolescência.........................................................76 13. Doze, quatorze, dezessete anos...............................81 14. Os sete momentos do crescimento.........................85 15. Personologia erótico-agressiva.............................91 16. O corpo palavra da alma. Valor primário do indivíduo e relatividade dos valores históricos........................................................97 16.1..................................................................................................97 16.2 Relatividade dos valores sociais..........................................100


parte II 1. Considerações sobre a etiologia Plurifatorial da Neurose e Esquizofrenia............................................105 1.1 Ambiente e estruturação egoica..............................................105 1.2 O filho como compensação da frustração materna.................. 110 1.3 A causa da desadaptação psicológica....................................... 112 1.4 A “bofetada terapêutica”......................................................... 113 1.5 A dinâmica dissociante da simbiose diádica............................ 115 1.6 O adulto-mãe........................................................................... 119 1.7 Causas pré-dispositivas à neurose ou psicose.........................120 1.8 Soluções...................................................................................122 1.9 Apêndice: Fenomenologia da esquizofrenia latente.................123 1.10 Síntese da etiologia plurifatorial da neurose e esquizofrenia. .............................................................................128 2. A Família...................................................................................131 2.1 Os filhos como problema legal para os adultos........................131 2.2 Quando o jovem faz superego ao genitor maduro...................133 2.3 Psicologia da genitura.............................................................135 3. Droga e motivações psicológicas...........................145

parte III 1. Individuação e socialização....................................155 1.1 O processo de identificação ...................................................155 1.2 Identidade e heterodoxia........................................................159 1.3 Individuação e socialização...................................................162 2. A ética da práxis existencial......................................169 2.1 O critério de valor...................................................................169 2.2 Moral sistêmica e moral ôntica...............................................171


3. O nascimento do eu..........................................................173 3.1 Eu amébico e virtualidade......................................................173 3.2 Pressupostos psicobiológicos..................................................176 3.3 Embriologia............................................................................178 3.4 O instinto vital........................................................................179 3.5 Instinto de posse e ambiente....................................................181 3.6 A mediação do âmbito parental...............................................185 3.7 O constituir-se do Eu como relação entre organismo e realidade....................................................................189 4. Uma nova pedagogia para a sociedade futura..................................................................193 4.1 Elementos para uma pedagogia funcional...............................203 4.2 O escopo da pedagogia ............................................................ 211 5. Pedagogia contemporânea: responsabilidade e formação do líder para a sociedade futura..................................................................215 6. O homem natal de vida..................................................231

apêndice 1. Síntese sobre a pedagogia ontopsicológica....................................................................235 2. Síntese acerca do nascimento do eu....................245 Bibliografia do autor..........................................................253


Parte I



1. Introdução à Pedagogia Ontopsicológica1

1.1 O que é a Ontopsicologia Ontopsicologia: do grego “o[n, o[ntoV = essente”, genitivo do particípio presente2 do verbo “ειμι” (ser); “λοvγος”(estudo); “ψυχhv” (alma); significa estudo dos comportamentos psíquicos em primeira causalidade, incluída a compreensão do ser; estudar psicologia segundo as coordenadas do real, ou intencionalidade da ação-vida, ou ação‑ser. O material reportado é o direto exposto de uma série de aulas com direcionamento pedagógico. As aulas reuniam cerca de uma centena de adultos de idade inferior aos quarenta anos. Pais, professores, operadores sociais, médicos, psicólogos, jovens laureados e técnicos genéricos seguiram, interrogaram e confirmaram essas aulas. Prevaleciam numericamente as mulheres. Todos os ouvintes já tinham conhecimento em parte das teorias ontopsicológicas. Os auditórios do curso, além da própria preparação remota, receberam de experts, em antecipação a cada aula minha, uma ampla informação acerca das correntes e seus autores mais sérios do campo pedagógico. Acrescenta-se que todas as aulas são aqui reportadas somente através de asserções sintéticas e prospectivas. Do quanto foi dito, conclui-se que o presente texto é direcionado a especialistas e operadores seriamente empenhados, a mestres dispostos a renascer a cada vez que uma pessoa se dirige a eles para autenticar-se.

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No percurso histórico da construção da língua portuguesa, a partir do latim, o particípio presente deixou de existir, transformando-se em substantivo ou adjetivo. Em latim, o particípio presente do verbo ser é “ens” (forma nominativa) e “entis” (forma genitiva). No português, faz-se uso das construções “aquele que é”, “o ente” (nominativo) e “daquele que é”, “do ente” (genitivo) para indicar o particípio presente do verbo ser. [N.d.T.]

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Pedagogia Ontopsicológica

Trata-se de partir do real fato antropológico e não da cultura ou das suas reflexões. Seu objeto específico é a atividade psíquica ou a ação-base das modalidades do pensamento e da motivação do existir homem, e a relativa funcionalidade dos processos e do agir ao escopo prefixado. Ontopsicologia (psicologia do ser): reproposta do conhecimento elementar para reimpostar o sujeito humano em contato consciente e operativo com o mundo da vida ou com a realidade do ser com escopo de realização individual e integral. Essa ciência é a análise do evento homem no seu fato existencial e histórico. Ela indaga os formais e os processos que estruturam o concreto homem no iso de natureza que lhe é próprio, individua os seus formais essenciais e hipotéticos anexos fenomenológicos. Fundamentalmente, a Ontopsicologia analisa o valor positivo e criativo presente em cada ser humano. Desse ponto de partida, é possível levar adiante uma pesquisa com a intenção de formalizar uma estratégia orientada em direção ao training e à realização de personalidades criativas que possam dar uma contribuição à evolução do contexto social e civil. Na sua investigação, isolou o critério de identidade elementar – o Em Si ôntico e relativas pulsões – como constante-base de sanidade e funcionalidade. O Em Si ôntico (o princípio formal inteligente do ser humano, ou seja, o núcleo ou forma da unidade de ação homem) é o critério operativo e certificante que garante a exatidão de conhecimento tanto em campo científico quanto em âmbito existencial e, em particular, consente o êxito econômico. A novidade da Ontopsicologia baseia-se em três descobertas próprias: campo semântico, Em Si ôntico e monitor de deflexão. O isolamento do campo semântico3 consentiu: 1. Individuar um Iso (Em Si ôntico)4 que constitui a normotipia do O campo semântico na acepção ontopsicológica é tratado profundamente pelo autor na obra MENEGHETTI, A. Campo semântico. 3. ed. Recanto Maestro: Ontopsicológica, 2005.

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O Em Si ôntico é exposto profundamente pelo autor na obra O Em Si do homem. 5. ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2004.

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Introdução à Pedagogia Ontopsicológica

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critério humano, como indivíduo e como espécie; isso consente a recuperação do código-base que torna possível o vetor de exatidão em qualquer autóctise histórica5. 2. Individuar a existência de um mecanismo psicodélico (monitor de deflexão)6 que interage com especularidade fotônica sobre localizadas sinapses neurocerebrais; esse mecanismo desviante da informática‑base das retransmissões sensórias impõe uma angulação fixa de imagens sintéticas ou passivas, razão pela qual a sucessiva reflexão racional nem sempre dá a exata correspondência entre fórmula e quântico funcional. Todo o discurso ontopsicológico é aquele de ensinar a recuperação da consciência da unidade de ação que o ser humano é. O famoso “conhece a ti mesmo” significa simplesmente: colher o inteiro da própria exatidão da natureza. Se queres conhecer o universo, a verdade, tudo o que é vida, deves partir da exatidão do quanto existes. Na medida em que sabes o quanto existes, tanto tens poder de conhecimento. Por isso, a tarefa fundamental de toda a psicologia é aquela de recuperar a integridade de consciência sobre a informação organísmica, de outro modo a ciência é impossível. O erro está sempre na consciência porque não reflete bem como as coisas estão para o sujeito. A Ontopsicologia nasce de uma evidência interna à obra clínica bem sucedida; ela é, de fato, um método para autenticar e desenvolver o homem criativo, mas para obter isso é preciso saber ler o princípio elementar que constitui a natureza humana e criteriar o positivo e negativo para ela. A análise ontopsicológica de base pode ser aplicada no campo clínico, no campo artístico, no campo pedagógico, no campo da pesquisa científica, no campo econômico e político. A Ontopsicologia difere-se das outras escolas enquanto: 1. Utiliza como critério epistemológico de autenticação e de evolução o Em Si ôntico do sujeito. Autóctise: processo histórico de escolhas existenciais que fazem a resultante da evolução e da situação pessoal. Cf. MENEGHETTI, A. Dicionário de Ontopsicologia. 2. ed. Recanto Maestro: Ontopsicológica, 2012. p. 31

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Para um tratado completo, verificar MENEGHETTI, A. O monitor de deflexão na psique humana. 5. ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2005.

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Pedagogia Ontopsicológica

2. Considera, além de todos os meios já revelados pelas outras escolas, o conhecimento operativo do campo semântico (uma linguagem‑base da vida). Ele é o primeiro mediador nas interações inconscientes, psicossomáticas e psicossociais. É um transdutor informático sem deslocamento de massa energética: transferência de informação que informatiza. 3. Individua, como raiz única de muitas alterações, o monitor de deflexão: um programa fixo que age com interferência especular antecipando e defletindo a reflexão do Eu. É uma operação memética que não consente a leitura direta entre a interação do sujeito com o real circundante e a intencionalidade do Em Si ôntico. 4. Estrutura-se como psicologia epistêmica e como base interdisciplinar às ciências, por isso pode ser aplicada em todos os campos científicos e existenciais, e em particular: filosofia, arte, sociologia, política, o empreendedorismo, a economia etc. 5. A Ontopsicologia privilegia a psicologia da autorrealização entendida como responsabilização, formalizando a capacidade do Eu em coincidência com a intencionalidade do Em Si ôntico. 1.2 A Pedagogia ontopsicológica Pedagogia: do grego παi`ς = criança; do grego a[γw e do latim ago = fazer, acompanhar. Arte de como coadjuvar ou evolver uma criança à realização. O escopo prático é educar o sujeito a fazer e a saber si mesmo: fazer uma pedagogia de si mesmo como pessoa líder no mundo, educar um Eu lógico histórico com capacidades e condutas vencedoras. O Em Si ôntico é o critério elementar de natureza que intenciona o projeto humano baseado na constante H ou intencionalidade primeira da natureza relacionada ao homem, sobre o qual, historicamente (meme histórico) e virulogicamente, apóiam-se informações que imitam relações de realidade, mas são espelhos sem o original ou conformidade funcional ao projeto de natureza. Feixe de estereótipos, complexos, desvios não são baseados sobre a natureza em si do homem, mas sobre aquelas sobreposições informáticas (doxa societária) que pouco a


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