entidades de produtores
a próxima onda O segundo milênio começou com uma grande promessa para o setor sucroenergético. A “comoditização” do etanol e a geração de bioeletricidade eram dois fortes geradores de investimento. Em 2008, quando a Biosul estava sendo criada, eram setenta e dois projetos de greenfields no MS. O que aconteceu em seguida todos já sabem e não carece comentar, os motivos da crise e – esperemos – suas lições já foram largamente debatidos. Ainda assim, o Mato Grosso do Sul saiu da década muito mais importante para a nossa indústria. Os 14 milhões de toneladas de cana processada na safra 2008/2009 já alcançaram 50 milhões, com a característica marcante de produção de etanol, que direciona sempre mais de 70% da matéria-prima. Somos, hoje, 19 unidades em operação, 3º maior estado produtor de etanol na safra 2018/2019 – com mais de 3 bilhões de litros, 5º maior produtor de açúcar – que é produzido em 11 unidades com 900 mil toneladas; 13 unidades exportam para o Sistema Interligado Nacional 2.700 GWH –
equivalente a 40% de toda a energia consumida no estado, o 2º maior exportador de bioenergia de biomassa de cana do Brasil. Nossos melhores índices: geramos mais de 30.000 empregos diretos, com as melhores médias salariais de agricultura e indústria no MS, com a segunda maior massa salarial entre todo o setor produtivo. Os impactos nos municípios canavieiros do MS são de uma eloquência a toda prova, com a criação de polos de desenvolvimento em todo o estado, mesmo aqueles indicadores que não se relacionam diretamente à atividade. E estamos prontos para olhar para a frente. Na direção do RenovaBio, construímos uma agenda no estado, com o objetivo de aproveitar o bom momento que pode vir, criando o melhor ambiente possível para investimentos, seja de empresas já instaladas, seja de novos entrantes. O Mato Grosso do Sul tem notável potencial de crescimento, com cerca de 8 milhões de hectares disponíveis, já que nossos colegas da pecuária demandam cada vez menos área, o que significa crescer sem desmatar e recuperando áreas subaproveitadas, valorizando a sustentabilidade fundamental para nosso setor. A estrutura fundiária, com disponibilidade de propriedades de maior tamanho, é outro indicador que atrai investimento, facilitando expansão e instalação de áreas para cana-de-açúcar. Há interação constante com o governo estadual, um agente fundamental que, mesmo em um momento difícil para os gestores públicos, tem tomado medidas estratégicas para mostrar que aposta no setor. Um exemplo recente é a diminuição da alíquota de ICMS para etanol, melhorando a competitividade com a gasolina.
O segundo milênio começou com uma grande promessa para o setor sucroenergético... Em 2008, quando a Biosul estava sendo criada, eram setenta e dois projetos de greenfields no MS. "
Roberto Hollanda Filho Presidente da Biosul
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