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concorrências e parcerias
etanol de milho: alimento e energia A adesão à agenda verde se tornou imperativa para a economia mundial, que mira na transição da matriz energética baseada na produção circular de energia e no uso de tecnologias limpas e sustentáveis. Há um movimento global que busca valorar e unificar os mercados de carbono como ferramentas para precificar as emissões e impulsionar o investimento público e privado para a transição energética. Nesse contexto, os biocombustíveis contribuem para o cumprimento dos acordos assinados pelo Brasil junto à comunidade internacional e, sobretudo, se apresentam como uma oportunidade de desenvolvimento socioeconômico para o País. A nova ordem econômica propõe um modelo de desenvolvimento que leve em conta segurança nutricional, planejamento do uso da terra, estratégia para a diminuição da pobreza e um novo mercado para produtos agrícolas, com redução dos impactos ao meio ambiente. A cadeia produtiva do etanol de milho se alinha perfeitamente a essa proposta, uma vez que está estruturada num sistema integrado de produção de alimento e energia, altamente sustentável. Estudos mostram que o Brasil pode se tornar não somente um grande fornecedor mundial de etanol, mas principalmente de tecnologia, considerando fontes como milho e bagaço, além da cana. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que a produção de etanol deverá crescer 35% até 2029. E o milho é o grande impulsionador desse crescimento.
Se tudo se materializar, conforme o previsto, estocaremos 400.000 toneladas de carbono a 2 km de profundidade do solo, reduzindo nossa pegada de carbono em 30gCO2/MJ, o que nos colocaria em uma posição de combustível carbono negativo. "
Daniel Costa Lopes Vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS Energia
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A produção de etanol de milho saltou de 37 milhões de litros na safra de 2013/2014 para uma projeção de 4,2 bilhões de litros na safra 2022/2023. E a expectativa é atingir a marca de 10 bilhões de litros em 2030/2031. Na safra 2022, a oferta de milho no País poderá atingir 124,185 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria Safras & Mercado ─ um acréscimo de 23% em relação à temporada 2021. Já o consumo total deve chegar a 114,557 milhões de toneladas, superando os 96,941 milhões de toneladas da temporada anterior. É nessa conjuntura que o milho, como matéria-prima para a produção do biocombustível, vem se consolidando no mercado nacional. A expansão do segmento de etanol de milho no Brasil, que começou há cerca de 5 anos, e continua, com o surgimento de novas plantas dedicadas exclusivamente à geração de etanol por meio do cereal (full) ou a ampliação daquelas que processam cana-de-açúcar, mas usam o milho na entressafra (flex). Primeira usina de etanol brasileira que utiliza milho em 100% de sua produção, a FS, que iniciou sua operação em 2017, traz em seu DNA os valores da economia verde. Num ciclo fechado, a companhia tem como atividade principal o etanol, mas também desenvolve produtos para nutrição animal, produz óleo de milho e gera bioenergia, comercializando o excedente.