nutrição nas novas fronteiras
Opiniões
o desafio da nutrição e da
produtividade florestal " iremos atingir metas desconhecidas ou desacreditadas algum tempo atrás por muitos profissionais do setor, elevando o patamar de produtividade a um padrão de maior destaque do que aquele já alcançado nos últimos tempos " Ronaldo Vaz de Arruda Silveira e Vanderlei Benedetti Consultores da RR Agroflorestal
O Brasil está passando por uma nova ampliação das áreas florestais com plantios de rápido crescimento. Desde a época dos incentivos fiscais, nos meados da década de 70, o setor florestal não tem alcançado tanto avanço e projeção nacional e internacional. A implantação de novas indústrias de base florestal no Centro-Oeste e Nordeste do País determinou a valorização e consequente aproveitamento de áreas que não permitiam adequado retorno financeiro com a prática de culturas agrícolas ou mesmo da pecuária. Essa conversão das terras mal aproveitadas ou marginais para negócios florestais em regiões próximas aos empreendimentos industriais tem permitido uma evolução social regional até com resultado positivo na balança comercial do País. Além disso, a atuação de Fundos Internacionais impulsionados pelo crescente uso de madeira como fonte energética tem intensificado essa conjuntura para as novas fronteiras, com investimentos cada vez maiores em negócios florestais. Nos últimos 40 anos, a experiência na implantação de áreas florestais desenvolveu-se bruscamente no País, a ponto de sermos, hoje, referência em silvicultura com plantios de alta produtividade em todo o mundo. Estudos na área de genética, permitindo o desenvolvimento de materiais adequados e de alta produtividade, a evolução no conhecimento das necessidades nutricionais das plantas, equipamentos apropriados para as diferentes condições climáticas e de relevo e práticas operacionais realizadas com qualidade permitiram o reconhecimento do setor brasileiro florestal com destaque pela comunidade internacional das indústrias de base florestal. Esse tripé, que inclui genética, nutrição e qualidade, continua sendo o alicerce para ganhos de produção e de qualidade da madeira produzida no Brasil. As vantagens desses plantios numa região que vinha movimentando o uso de madeira proveniente de cerrado, e nem sempre de forma legal, são significativas, principalmente pelas questões ambientais e sociais envolvidas. Além disso, a grande maioria das empresas que usam madeira como fonte energética no Centro-Oeste vinha obtendo matéria-prima de longas distâncias, o que aumentava o custo da produção industrial.
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Por outro lado, a falta de tradição florestal nessas regiões, com potencial de baixa qualidade operacional, pode acarretar dificuldades para se alcançarem metas definidas pelos empreendedores e o consequente retorno financeiro esperado. Essa conjuntura de oportunidades pode consistir em mais um avanço do setor florestal, que já tem domínio da tecnologia necessária para execução de empreendimentos de grande porte. Resta, nessa ocasião, uma sinergia entre investidores e técnicos do setor com experiência suficiente para planejar e operacionalizar projetos potenciais com o conhecimento silvicultural adquirido ao longo desse período de desenvolvimento. A produtividade dos plantios de eucalipto implantados por empresas de integração vertical, como as indústrias de celulose, chapas, MDF, aglomerados, carvão para siderurgia, etc, tem aumentado significativamente em quase todas as regiões do Brasil, em tempos recentes. Não há dúvida de que os novos patamares de produtividade atingidos têm sido consequência do desenvolvimento de materiais genéticos adaptados às condições climáticas restritivas, como clones resistentes a déficits hídricos acentuados ou espécies adequadas a determinados usos específicos, como produção de carvão, e têm melhorado, inclusive, o rendimento industrial dessas empresas verticalizadas. Entretanto, o avanço significativo na tecnologia e melhoria na operacionalização das práticas da nutrição florestal também faz parte desse impulso tecnológico, permitindo um ganho adicional que os métodos de fertilização antigos associados aos novos clones não comportavam. Novas práticas na área de fertilização que permitiram um incremento significativo da produtividade em plantios de eucalipto, com o uso mais eficiente dos nutrientes durante a rotação completa de plantios florestais, são: a aplicação de gesso no solo para maior desenvolvimento radicular e resistência física aos déficits hídricos acentuados; boro aplicado nas épocas secas via foliar, permitindo a colocação do nutriente no local correto e na hora certa, aumentando a resistência das plantas ao déficit hídrico; novas formulações