especialistas
a silvicultura na vida das
pessoas
A silvicultura é uma atividade bastante abrangente que envolve as pessoas de diferentes formas e intensidade. Plantar para produzir madeira ou diferentes produtos, para fornecer bens e serviços, manejar florestas, arborizar cidades, restaurar áreas degradadas, reflorestar para proteger nascentes, enriquecer matas degradadas para proteção da biodiversidade e mais centenas de outras atividades: tudo isso é silvicultura. E tudo isso envolve pessoas. A ciência, as pesquisas, os trabalhos de campo, enfim... tudo é tocado por pessoas. E a árvore é o centro de toda atenção e cuidado. Independente de ser exótica ou nativa, a silvicultura dispensa a mesma atenção à mesma estrutura biológica. No Brasil, os conceitos de silvicultura são apreendidos nos bancos acadêmicos em toda sua abrangência, mas a aplicação vai se modificando e se estreitando e, às vezes, chega ao final da linha como sinônimo de plantio de eucalipto para produção de madeira para essa ou aquela empresa. A silvicultura, pela abrangência dos temas tratados, permite atalhos que se desenvolvem com mais ou menos intensidade e podem se agigantar. Serão sempre parte da silvicultura. Mas o gigantismo dessa ou daquela atividade pode inibir inúmeras alternativas e oportunidades. O atalho da silvicultura, que levou ao uso do eucalipto e outras espécies exóticas, foi de grande sucesso e deu origem à silvicultura comercial e intensiva, quase “de uma nota só”. Cresceu, se desenvolveu e se destacou em nível internacional. Sucesso econômico marcante e fruto de meritório trabalho de excelentes profissionais. Gerou riquezas e criou seu universo próprio. Virou modelo para o mundo.
Mas a silvicultura é muito maior do que a simples cultura dessa ou daquela espécie. É muito maior que a cultura de eucalipto ou pínus, que se transformou, para muitos, em sinônimo da silvicultura brasileira. Entender, desenvolver e aplicar a silvicultura em sua dimensão, com certeza, vai abrir um leque de novas oportunidades. Esse é um grande desafio aos silvicultores, principalmente nos próximos anos, em que o formato dessa silvicultura de “uma nota só” dá sinais de exaustão. Ela precisa ser repensada, mesmo havendo muito espaço para mais crescimento. Há de se entender o nível atingido, os incontáveis benefícios alcançados e as limitações surgidas para que se possa discutir o redesenho da nova silvicultura. Tivemos um crescimento espetacular, nos últimos 50 anos no Brasil. A tecnologia florestal continua em franca evolução; integraram-se conceitos, necessidades e exigências ambientais e, acima de tudo, foram gerados milhões de empregos diretos e indiretos no meio rural. Foi dado um salto extraordinário na direção do social em benefício das pessoas. E o trabalhador florestal, aquele residente nas comunidades distantes e que representa o elo mais frágil da cadeia de produção, foi o mais beneficia; do, com toda a sua família.
Igor
da Vallourec Florestal
Há muitos dados que mostram que o trabalhador florestal, longe de estar num céu de maravilhas e de regalias, é um privilegiado no meio rural. "
Nelson Barboza Leite Diretor da Teca e Daplan – Gestão e Serviços Florestais e Administrador da www.facebook.com.br/comunidadedesilvicultura
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