PALAVRANDANDO Suplemento semanal da Revista Palavra & Arte |03
Ndaka Yo Wiñi
o triunfo de uma vida dedicada ao folclore angolano
«AUSENTES» uma novela de ausências
OPELAO ONCÓCUA na troca de experiências à busca de desenvolvimento
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«Ausentes» uma novela de ausências A narradora-protagonista, utilizando «o seu bom espírito observador a fim de captar todos os pormenores que sejam úteis à descrição, quer envolva pessoas quer objectos, paisagens ou o tempo», consegue «pintar por palavras» a baixa de Luanda, descrevendo os edifícios, o mar e algumas pessoas, zungueiras, jovens, taxistas e outros (figurantes).
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m um dos artigos por nós escrito (André, 2018), afirmámos que a crítica, vista, verdadeiramente, como a actividade de interpretação ou decodificação de obras literárias, deve ser feita por pessoas adultas no mundo da leitura e que, doptadas de senso crítico, conheçam as teorias da literatura (formalismo russo, desconstrucionismo, estruturalismo, pós-estruturalismo, neo-criticismo…) ou/e a filosofia (racionalismo, materialismo…). Ora, o indivíduo tido como crítico não deve ser ditador de verdades, ou seja, achar que os seus textos são as mais puras verdades sobre dada obra de determinado escritor, pois a literatura, sendo um campo onde a subjectividade reina, permite múltiplas interpretações. A obra «Ausentes», de Stella Constantino, é uma novela construída, essencialmente, sob a base do monólogo e da descrição. A narradora-protagonista, Sonhadora Compulsiva, mostrava-se cansada com os estragos que a morte (que ela, remetente, carionhttp://palavraearte.co.ao
Texto: João Fernando André|
hosamente ousa tratar por Mor em alguns momentos da composição das 13 sucessivas cartas cuja destinatária é a morte) causava na sua vida e nas dos seus próximos. Ao contrário do que se diz (de que as 13 cartas não foram respondidas pela receptora, a Senhora Morte), acreditamos que, por má compreensão da obra por parte de alguns leitores, as 13 cartas sejam, sim, respondidas (por meio de uma carta de acusação da recepção e respostas para a substância das cartas) pela receptora das mesmas, como podemos constatar no seguinte estrato: «Olá, Sonhadora Compulsiva. Recebi o teu presente (...) estava desposta a não te responder (...) mas depois tocaste em pontos tão íntimos. Foram várias as perguntas que fizeste. Lamento (eu, morte) dizer-te, mas não sou obrigada a responder nenhuma delas (p. 133)». Conforme já afirmámos, a descrição é uma das características fundamentais da obra «Ausentes». A narradora-protagonista, utilizando «o seu bom espírito observador a fim info@palavraearte.co.ao
Palavrandando de captar todos os pormenores que sejam úteis à descrição, quer envolva pessoas quer objectos, paisagens ou o tempo», consegue «pintar por palavras» a baixa de Luanda, descrevendo os edifícios, o mar e algumas pessoas, zungueiras, jovens, taxistas e outros (figurantes). Nascimento e Pinto (2006, p. 198) afirmam que «enquanto a narração representa a parte dinâmica no desenvolvimento da acção, a descrição representa um momento estático, de pausa». Em «Ausentes», a descrição acaba por petrificar a trama, a acção da novela, pois ela, sobrepondo à narração, quase que reduz a acção aos momentos em que a narradora-protagonista, Sonhadora Compulsiva, sentava-se para escrever as provocadoras cartas enviadas para a morte. O acto de escrever contos, novelas ou romances, exige do escritor muito cuidado para com a conectividade (coesão e a coerência do macrotexto), porquanto um desleixo poderá estragar a sequência do narrador criado pelo autor de dada obra literária. Em «Ausentes», há algumas falhas de conexão das ideias da narradora. Quem a lê, apesar do bom cocketail de filosofia, poesia e opiniões de autoajuda, percebe que a narradora-protagonista, depois de estar sem um fio de ligação aos outros lugares, em contextos criados repentinamente, não demonstra que presente entrega, verdadeiramente (para desfecho da novela), à morte, se as rosas vermelhas ou a sua vida. Vejamos: «com aquele toque gelado, grande parte das minhas perguntas foram silenciosamente respondidas, e a paz que aqueles meros segundos de contacto me transmitiram foi mais do que suficiente para eu saber o presente ideal para ela». Pelo estrato aqui citado, conceber-se-ia que o presente que a narradora-protagonista deu à morte era a sua vida, mas, para desconexão da novela, mais para lá, no final, a morte responde às 13 cartas e agradece-a pelo presente, as rosas, http://palavraearte.co.ao
|03 que a mesma, sabe-se lá como, a terá mandado. Esta e outras acções espontâneas, como o rápido coito com o personagem brasileiro de nome Kilombo mesmo quando ela afirma que não terá esquecido ainda o seu eterno amor, Henda, fazem com que «Ausentes» seja uma novela de ausências, sonhos e utopias. Atentemos a seguinte passagem: «… se eu soubesse que era um olhar (o de Henda) de até um dia, ter-te-ia segurado pelo braço e ter-me-ia oferecido para ir contigo (p. 115)». Porém, como todos os livros, há momentos e dizeres em que não houve ausências. Atentemos: «os loucos são filósofos de uma sanidade incompreendida. Muito se fala da morte por aí. Não tão baixo para se tornar inaudível, mas não tão alto para que ela não consiga ouvir e decidir participar. A eternidade é uma falácia que sustenta a alienação dos homens. As despedidas magoam-nos, porque, na verdade, nós não sabemos amar»... À guisa de conclusão, podemos dizer que «Ausentes», de Stella Constantino, é uma narrativa forçada, com uma narradora-protagonista que, a olhar pelo modo como elabora o seu discurso e pelos seus nomes (Sonhadora Compulsiva ou Lua Cheia), padece de neurose, com feridas na alma, por ter perdido os seus próximos (pai, mãe e amante) e que, não se contentando com a perda, decide questionar o porquê da existência da morte, dar esperanças de que a morte não é o fim de tudo e levar os seus leitores para uma reflexão em torno do modo como encaram a vida, a mulher, a sociedade e a religião. Outrossim, como afirmou a prefaciadora da obra, «o segredo para se compreender esta obra está no amor», pois sabemos que «o amor é um contentamento descontente», ele tudo suporta, até as ausências.
Bibliografia ANDRÉ, J. F. (2018). Crítica Literária: para limar as arestas. Palavra e Arte. Recuperado em 23 de Agosto, 2018, de www.palavraearte.co.ao
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Entrevista: Leopoldina Fekayamãle|
Na troca de experiências à busca de desenvolvimento
OPELAO ONCÓCUA é um certame de carácter académico que visa levar algum conhecimento diferenciado e de qualidade aos munícipes do Curoca, na província do Cunene. Pela distância a que se encontra dos centros urbanos, os alunos das escolas do segundo ciclo, professores e quadros da administração local acabam por estar privados de discutir os assuntos que marcam tópico pelo país afora e pelo mundo. Eis o principal fundamento do OPELAO, um evento feito na base de valores democráticos, o que o diferencia, se tivermos em conta a conjuntura político-social, aparentemente, marcada por excessiva censura das discussões, essencialmente, no interior.
Eduardo Rocha Bié, membro fundador e da organização do evento OPELAO ONCÓCUA, cedeu alguns instantes do seu tempo à Palavra&Arte para dar mais detalhes sobre as ideias do evento e a produção por detrás do mesmo.
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Palavrandando O que nos pode dizer sobre O OPELAO ONCÓCUA, sua essência e objectivos? OPELAO significa, nas línguas locais mais representativas do município, que acabam sendo todas inteligíveis por serem bantas, um fórum ou espaço onde as pessoas se reúnem para tratar assuntos de interesse comum, visando buscar soluções para as questões levantadas ou partilhar conhecimentos que geram desenvolvimento. ONCÓCUA é o topónimo da vila que acolhe o certame, a sede do município do Curoca. No entanto, podia ser Otyoto Lubango, caso os munícipes do Lubango pensassem em tal coisa ou o já existente Ondjango Feminista, das bravas guerreiras pelos direitos femininos e equilíbrio do género. O que motivou a iniciativa para um certame com estas características? O OPELAO ONCÓCUA, já caminha para a sua terceira edição, esta que será realizada nos dias 1 e 2 de Setembro deste ano. A ideia surgiu de um levantamento que eu, na altura Coordenador-Geral do Núcleo da Escola de Formação de Professores, no Curoca, e os meus colaboradores fizemos ao deficit de um espaço que discutisse assuntos multidisciplinares a nível do município, mais ou menos à similitude do que ocorre nas Mediatecas das cidades capitais e/ ou Casas da Juventude, para permitir que os nossos alunos crescessem de forma holística, não se circunscrevendo apenas aos conteúdos programáticos. Na altura tinha a designação de ONCÓCUA CONFERENCE. Por ter sido bem acolhido pelos munícipes, na generalidade, reajustamos a designação para OPELAO, a fim de incorporar mais identidade cultural (linguística) ao evento, passamo-lo a tutela do Conselho Municipal da Juventude do Curoca para permitir alargar o seu público alvo. Agora, sem desprimor a modéstia necessária, já o podemos considerar um certame de âmbito regional. Há alguma razão, em particular, para que o local do Certame seja em Oncócua e não
|05 noutro município do Cunene? O OPELAO, pelos valores que persegue, entendo que seja um espaço ajustável em todos municípios do interior. Podia ser em Kaluquembe, Caconda, Cuvelai, Virei, enfim. Acho que é, de todo, necessário estender espaços iguais aos demais municípios deixados em segundo plano na abordagem dos assuntos académicos. A necessidade de reduzir as assimetrias regionais, se entendermos que se fará com quadros mais preparados, multidisciplinarment¬e, exigi-o. Nós alimentamos a profunda crença de que partilhando conhecimento gera-se desenvolvimento. O OPELAO, como espaço académico não precisa ser ONCÓCUA apenas, que fosse, OPELAO VIREI, BELIZE, CHICOMBA, enfim, saem a ganhar os munícipes e o país, num segundo plano. A iniciativa é de um pequeno grupo de pessoas. Que apoios, de pessoas ou entidades, têm recebido para garantir a ocorrência do evento? A Administração Municipal do Curoca, na pessoa do seu Administrador Municipal, o Dr, Francisco Tomé Ngoloímwe, sempre esteve incondicionalmente ao nosso lado dando todo apoio necessário; a Comissão Municipal Eleitoral, na pessoa do seu Presidente João Miguel Mwelihakwa, dando-nos todo apoio material com cadeiras suficientes e meios tecnológicos, aliás, foi ele quem sugeriu o nome OPELAO quando não queríamos mais continuar com o estrangeirismo CONFERECE e, também, não queríamos ser replica do OTYOTO nem do ONDJANGO que já havia no Lubango e em Luanda, respectivamente. As Repartições da Educação e da Saúde também foram sempre muito abertas às nossas solicitações, a quem estendemos um agradecimento descomunal. O facto é que o OPELAO é festa do conhecimento da juventude, na medida em que busca ressarcir as necessidades (nacionais) de debater assuntos democraticamente. O envolvimento dos jovens do município para fazer a
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actividade factível é impressionante, deles e demais residentes. No entanto, a quem nunca teremos palavras para agradecer é aos oradores que atravessam todas agruras duma via não asfaltada e todos com visibilidade social e vão lá ter, imbuídos de sentimento patriótico de facto. Sem querer entrar em inconfidências, tenho mesmo que dizer, entre nós, organização, já andamos a reescrever o conceito de patriotas, olhando para o “sacrifício” a que se submetem esses heróis. Por falar nos oradores, o que nos pode dizer sobre os critérios ou motivações para a escolha dos mesmo? Têm pautado pela diversidade geográfica ou há dificuldades em trazer pessoas de várias partes de Angola? Sobre os oradores, traçamos um perfil e é nesta base que endereçamos os convites. Interessa-nos diversificar a geografia e a perspectiva de abordagem, de acordo com o tema central de cada edição. De acordo ao painel, no perfil que traçamos constam itens como: amar a academia, no sentido de buscar incansavelmente o conhecimento, saber fundamentá-lo e ter vontade de o partilhar (altruisticamente); patriotismo (de facto) contando que quem o seja palmilha Angola sem contar os ganhos, desde que tal odisseia contribua para afirmação do desenvolvimento de Angola. Numa perspectiva muito sintetizada, são esses os nossos alvos. Em geral, não falhamos, na ordem de 80 a 90%. O que nos custam? Nada! Os oradores acedem, gratuitamente, aos nossos convites. Para um ou outro caso, a atender a distância, nos predispusemos a custear os custos de passagem, mas, em geral, os próprios oradores declinam dos valores, depois de lá estarem. Somos uma organização juvenil e não temos tanto, fora de quem nos dá o humilde apoio com o alojamento, transporte e alimentação, de resto vem de nossos bolsos, enquanto parte da organização. Ainda bem que há pessoas que se http://palavraearte.co.ao
compadecem com a causa: não haveria OPELAO se os oradores não fossem patriotas! Que resultados se espera alcançar com a 3ª edição do OPELAO? O nosso maior desafio, nesta terceira edição, é institucionalizar o OPELAO como espaço de partilha de conhecimento que gera desenvolvimento, fazendo que a sua existência esteja dissociada a um ou dois nomes, de pessoas que estiveram na sua origem. Isso poderá permitir que ele se estenda e seja replicado em outras latitudes do país. É de todo necessário que os jovens discutam transversalmente os problemas do país e busquem soluções académicas para eles. Este ano o OPELAO escolheu, como um dos temas, “A Qualidade do Ensino em Angola”. O que motivou essa escolha? Apesar de ser organizado pelo Conselho Municipal da Juventude, o OPELAO não é exclusivo aos jovens, busca agregar todas forças activas da sociedade, combinando os louros da prudência que experiencia doinfo@palavraearte.co.ao
Palavrandando tou aos mais adultos e a ousadia, inovação dos mais jovens. Todos contamos, no combate aos desafios que temos pelo caminho. Este ano elegemos «A Qualidade do Ensino em Angola» como tema central, a partir do qual os oradores convidados irão construir as suas comunicações, apresentando soluções. E «As Autarquias Locais» dando cumprimento a orientação do Conselho da República. Pretendemos promover uma discussão multidisciplinar destas duas questões, para tal convidamos oradores de varias áreas do saber, desde filósofos, juristas, técnicos bancários, servidores públicos, activistas sociais, feministas a docentes universitários, isto tudo no dia 1, para Qualidade do Ensino em Angola, e 2 de Setembro, para Autarquias Locais. Escolhemo-los por serem assuntos articulados. Se por um lado as Autarquias só cumprem os seus nobres objectivos com quadros locais de qualidade, um combate que se vence em salas de aulas, com ensino de mais qualidade, por outro lado, entendemos que as autarquias locais como modelo de governação que permite uma administração de proximidade e apresen-
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|07 tação de soluções mais focadas aos problemas concretos das respectivas comunidade, podem contribuir na melhoria da qualidade de ensino, portanto, uma influencia a outra. Quais são as principais dificuldades com que se deparado, desde a primeira edição até aqui, e que apelo deixa para a sociedade? Desde a primeira edição as principais dificuldades que temos tido têm a ver com a escassez de recursos que permitam o transporte dos oradores e convidados e o seus alojamentos condignos, temos contado com apoio da Administração Municipal e seus afins e com a disponibilização de recursos pessoais do pessoal da organização, mas é sempre irrisório, sendo que o certame se torna mais exigente, no seu padrão de qualidade, a cada edição. Este ano, por exemplo, temos um número de oradores maior, em relação às anteriores edições. Fica, portanto, lançado o apelo às instituições e pessoas que se revêem na causa, que nos apoiem com o que puderem dar.
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Ndaka Yo Wiñi
O triunfo de uma vida dedicada ao folclore angolano
Texto: Isis Hembe| O passado daka Yo Wiñi teve uma infância duramente marcada pelos traumas da guerra. Entre a migração forçada, as intempéries para conseguir um espaço onde morar na capital de Angola, despertou desde cedo uma certa habilidade de gerir a dor e amor. O amor foi-lhe introduzido a partir do leite materno, pois ele é filho de uma mulher comparável a um embondeiro com as raízes fortes na sua cultura que lhe garantiam a robustez suficiente para gerar a múcua mais nutritiva – o seu filho –, a despeitos das circunstâncias adversas que passava. O menino herdou o amor da mãe e dedicou-o esplendorosamente à sua arte.
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Antes de se encontrar, perambulou a esmo na busca de sua identidade, tendo cruzado com o rap. Seu espírito não se quietou, e como se precisasse cumprir obrigatoriamente a sina que traz no nome, Ndaka perdeu-se na procura da Voz do Povo. http://palavraearte.co.ao
Foi no umbundu em que ele se encontrou e encontrou Ndaka Yo Wiñi, ou seja, a voz do povo. Mergulhou numa pesquisa vertiginosa entre os provérbios, as charadas, os mitos, tendo, inclusive, se tornado num porta-voz da etnia Ovimbundu até nas lides internacionais. Ndaka protagonizou uma troca de experiência com a prestigiada Universidade de Harvard, para o efeito. O presente Ndaka Yo Wiñi esteve a assinar a sua obra de estreia, intitulada Olukwembo, no passado dia 25 de Agosto, no Memorial António Agostinho Neto. O evento teve como Mestre de Cerimónia o prestigiado Ismael Mateus que fez uma incursão nos valores abraçados pelo músico que se assentam na investigação e activismo cultural em prol do folclore angola-
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Mas antes mesmo das palavras do Mestre de Cerimónia a atmosfera já estava impreginfo@palavraearte.co.ao
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nada pela ancestralidade evocada pelo artista. Havia um grupo de dança tradicional logo à entrada, numa parede musical igualmente tradicional, com direito a instrumentos musicais locais. adágio que diz “que o homem Tal decoração adornou o lugar que participa da história não a uma atmosfera cultural única a percebe”, é difícil adivinhar o tendo em conta o comum em que de facto poderá acontecer vendas de discos. nos próximos anos. O Anfitrião, absorto em lágrimas, fez transparecer que aquele momento era um o culminar de um exercício de sangue, suor e lágrimas. E tudo isso foi confirmado pela qualidade do show que fez posteriormente. Ao terminar o espectáculo que apresentava, quase 45% do álbum, o artista foi aplaudido de pé, e o público pediu para que bisasse mais um dos temas, provocando, assim, a capacidade de improviso do protocolo que já se via asfixiado pelo tempo. O tempo era curto, mas as filas para a busca de um autógrafo não. Havia um público muito diversificado a nível etário, de nacionalidade, de classe económica e social, provando a todos os presentes o poder magnético da arte.
Todavia, a sorte é quando a oportunidade encontra o qualificado. Partindo desse pressuposto, podemos antever que os artistas que estão a compreender a necessidade de se investir na pesquisa, na originalidade e na identidade cultural serão os mais requisitados em casos de estudo, quando a sociedade compreender que só pode haver autonomia com valores originais.
“Em África o nosso maior problema está na espiritualidade. Precisamos quebrar o hábito de tratar os problemas pela flores. O nosso problema está exactamente na raiz. Está na espiritualidade” Ndaka Yo Wiñi
O futuro Ndaka Yo Wiñi representa a vanguarda do resgate dos valores originários de Angola. Representa um tipo de arte que é extensão de uma consciência espiritual e ancestral. E, compreendendo o http://palavraearte.co.ao
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