Lusos Páscoa (Easter) 2023

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Edição nº 4 Abril 2023

Distribuido em mais de 600 pontos

Alírio Netto a voz dos Queen Extravaganza Alirio Netto Queen Extravaganza voice Pág. 21

Filme “Great Yarmouth” de Marco Martins estreou Movie “Great Yarmouth” by Marco Martins premiered Pág. 18

Notícias em Português no Reino Unido

Vários restaurantes no Reino Unido, sobretudo em Londres, têm a especialidade de rodízio que muitos não brasileiros não conhecem mas querem conhecer. Pág. 12 Many restaurants in the UK, particularly in London, have the rodízio specialty that many non-Brazilians don’t know but want to know. Pag. 12

Comer Rodízio. É preciso saber. Eating Rodizio.You need to know.


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Propriedade AFA Associados Alcino G. Francisco London Contacto +44 (0)7475525677

Direcção Geral: Alcino G. Francisco

Direcção Financeira: Maria Emília Leite Departamento Comercial: Manuel Gomes

Vai ser obrigatório pedir uma autorização eletrónica para entrar no Reino Unido A partir do próximo ano, os cidadãos da União Europeia terão de fazer um registo online para acederem a território britânico.

It will be mandatory to apply for an electronic authorization to enter the UK From next year, citizens of the European Union will have to register online to access British territory.

Revisão: Eunice.Pereira Fotografia: Bruno Ribeiro/ Ludgero Castanho Direcão Criativa: Lidia Pais Edição e Design Gráfico: redhenrydesigns@gmail.com Distribuição Power Ltd - Londres Impressão Webprint - Londres Design Publicidade redhenrydesigns.com Edição online João Domingos— JadHost Informática Caderno Angola Lengaluca Sampaio Fontes Agência Lusa - Portugal Correspondentes Portugal Liliana Ferreira(Porto) Vítor Martins (Lisboa) Carlos Damásio (Lisboa) Carlos Monteiro (Lisboa) S. Paulo - Brasil Jandirlea Oliveira Maputo - Moçambique Traquinho da Conceição Cidade da Praia - Cabo Verde Óscar Vendaval Luanda - Angola Fernando Barros Londres - UK Maria Clara Resendes Cronistas Cronistas Lukie Gooda, Paulo Pisco, Maria Leonor Bento, Maggie João, João Botas, Manuel Gomes Claudia Oliveira Nguvulo António Justo

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O passaporte vai deixar de ser o único documento a apresentar para poder entrar no Reino Unido. A partir de 2024, os viajantes de países que não precisam de visto (como a União Europeia) vão ter de fazer um registo eletrónico informou a imprensa britânica. A medida entra em vigor para cidadãos países como o Qatar já a 25 de outubro e, em fevereiro do próximo ano, deverá abranger todos os países da União Europeia. Os visitantes naturais da Jordânia, Bahrein, Kuwait, Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos também serão obrigados a pedir esta autorização a partir da mesma data. A Autorização Eletrónica de Viagem será obrigatória para deslocações com fins turísticos, de negócios ou de estudantes, desde que a permanência no país seja inferior a seis meses, segundo o “Publituris”. As autoridades britânicas adiantaram que o

objetivo é emitir a autorização no prazo de três dias úteis — e não haverá exceções. Apenas os europeus que já viviam no Reino Unido antes do Brexit (e que tenham estatuto de residente permanente) ficarão dispensados de fazerem o registo. O pedido será feito online num site que será criado para o efeito. Os viajantes terão de submeter uma fotografia e responder a algums questões sobre a motivação da viagem. A Autorização Eletrónica de Viagem vai ser válida durante dois anos, mas ainda foi divulgado quanto custará.

The passport will no longer be the only document to be presented in order to enter in the United Kingdom. From 2024, travelers from countries that do not need a visa (such as the European Union) will have to register electronically, according to the British press. The measure comes into force for citizens of countries like Qatar on October 25 and, in February next year, should cover

all countries of the European Union. Visitors from Jordan, Bahrain, Kuwait, Oman, Saudi Arabia and the United Arab Emirates will also be required to apply for this permit from the same date. The Electronic Travel Authorization will be mandatory for trips for tourist, business or student purposes, as long as the stay in the country is less than six months, according to “Publituris”. The British authorities said that the aim is to issue the authorization within three working days – and there will be no exceptions. Only Europeans who already lived in the UK before Brexit (and who have permanent resident status) will be exempt from registering. The order will be made online on a website that will be created for this purpose. Travelers will have to submit a photo and answer some questions about the reason for the trip. The Electronic Travel Authorization will be valid for two years, but the cost has yet to be announced.

EDITORIAL

“Deus ajuda quem muda”. Vamos mudar de novo. 15 anos depois de publicarmos jornais em Língua Portuguesa no Reino Unido, vamos deixar de o fazer. Vamos passar a ser revista. Fomos Palop News ao longo de 12 anos, fomos Lusos ao longo de três e anos e agora nós vamos ser outra coisa. Em uma coisa não iremos mudar nunca. O nosso focus de quem fala a Língua Portuguesa no Reino Unido. Transportamos connosco o conhecimento desta comunidade que escolheu este país para viver. Quando se fala de falantes da Língua Portuguesa no Reino unido, falamos de pessoas honestas, trabalhadoras e com integridade nos valores sociais e de família. É um orgulho muito grande trabalhar para esta comunidade. Preparar uma nova versão de nós mesmos, demora tempo assim como também demora tempo fazer comida boa. Estão muitas coisas a acontecer no nosso projeto que nós ainda não podemos divulgar. Estamos em estado de efervescência a controlar a capacidade de estarmos relaxados para que o resultado seja tranquilo. Estamos a consumir o tempo certo para “mudarmos de roupa”. Numa coisa estamos certo. Vamos permanecer perto do que melhore se faz nesta comunidade perseguindo a qualidade do nosso trabalho que os nossos leitores conhecem bem. Vendemos anúncios mas nós não vendemos jornalismo e também não vendemos deontologia. É por estas razões que você permanece connosco apesar de todas as nossas mudanças. Na Língua Portuguesa, dizemos adeus para quem morreu. Para todos os outros, dizemos o que nós dizemos agora. Até já.


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Economia do Reino Unido estagna no 4.º trimestre e evita recessão técnica

do que muitos temiam”. “No entanto, ainda não estamos fora de perigo, particularmente em relação à inflação”, advertiu, citado pela BBC.

A economia do Reino Unido estagnou no quarto trimestre de 2022, evitando assim entrar em recessão técnica, depois de uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,2% no terceiro trimestre do ano passado, foi anunciado.

According to data from the Office for National Statistics (ONS), despite having escaped the recession in the last quarter of 2022, the British economy, the

UK economy stagnates in Q4 and avoids technical recession The UK economy stagnated in the fourth quarter of 2022, thus avoiding entering a technical recession, after a contraction in Gross Domestic Product (GDP) of 0.2% in the third quarter of last year, it was announced. LUSOS Londres

Segundo dados do Office for National Statistics (ONS), apesar de ter escapado à recessão no último trimestre de 2022, a economia britânica, a segunda maior do Velho Continente, contraiu-se 0,5% em dezembro, depois de um crescimento de 0,1% em novembro e de 0,5% em outubro. Assim, no quarto trimestre de 2022, o PIB do Reino Unido ainda permaneceu 0,8% abaixo

do nível observado no quarto trimestre de 2019, o último trimestre completo antes da pandemia da covid-19. Em 2022 como um todo, o crescimento do PIB do Reino Unido foi de 4%, comparado com uma expansão de 7,6% em 2021. O ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, salientou que o Reino Unido foi a economia do G7 com crescimento mais rápido em 2022, o que, “além de evitar uma recessão, mostra que é mais resiliente

second largest in the Old Continent, contracted 0.5% in December, after a growth of 0 .1% in November and 0.5% in October. Thus, in the fourth quarter of 2022, UK GDP still remained 0.8% below the level seen in the fourth quarter of 2019, the last full quarter before the covid-19 pandemic. For 2022 as a whole, UK GDP growth was 4%, com-

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pared with an expansion of 7.6% in 2021. UK Chancelor Jeremy Hunt noted that the UK was the fastest growing G7 economy in 2022, which, “in addition to avoiding a recession, shows that it is more resilient than many feared”. “However, we are not out of the woods yet, particularly with regard to inflation,” he warned, quoted by the BBC.


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Voto da Emigração: 1 ano depois, pouco mudou TSP - Também somos portugueses

Portuguese Emigration Vote: 1 year later, little has changed LUSOS Londres

Há pouco mais de 1 ano, a 10 de fevereiro de 2022, 80 % dos votos dos portugueses na Europa foram anulados. Alguns dias depois, após recursos apresentados por vários partidos, o Tribunal Constitucional ordenou a repetição das eleições no Círculo da Europa. Na altura o primeiro-ministro António Costa, pediu desculpa aos emigrantes que votaram para as eleições legislativas e viram o voto anulado e pediu que a repetição das eleições no círculo da Europa, decretada pelo Tribunal Constitucional, “sirva de lição para todos”. Um ano depois, a TSP – Também somos portugueses – Associação Cívica (TSP) constata que a prioridade que foi anunciada para à revisão das leis eleitorais não se concretizou. Um anunciado Grupo de Trabalho para esse efeito ainda não está constituído. O teste piloto do voto online que havia sido anunciado por Berta Nunes, anterior Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, foi renegado pelo Partido Socialista, que agora se recusa a inclui-lo nas próximas eleições do Conselho das Comunidades Portugueses. Isto acontece quando 80 % das respostas ao inquérito que a TSP fez logo a seguir às eleições querem o voto digital (voto eletrónico remoto para todas as eleições). A TSP não entende que um país que tem liderado em inovações como o Multibanco e a Via Verde, que aposte na simplificação dos processos com o programa Simplex, que faz parte do grupo D9+, um grupo de líderes digitais da Europa, recuse testar o voto eletrónico remoto. Portugal não é esse

país. Os portugueses esperam mais de quem faz as as leis em Portugal. As dificuldades que os cidadãos que vivem no estrangeiro continuam a ter para exercer o seu direito de voto, têm de ser ultrapassadas. A distância aos consulados, o mau funcionamento dos correios em vários países e o voto presencial como única alternativa fazem com que votar seja difícil para quem vive no estrangeiro. A associação TSP – Também somos portugueses vai reiniciar contactos com a Assembleia da República para garantir que hajam propostas efetivas por parte dos partidos políticos para dar aos portugueses no estrangeiro aquilo que eles necessitam: voto igual para todas as eleições, voto postal simplificado, introdução gradual do voto digital, mais representação parlamentar. Esperamos que os portugueses estejam em primeiro lugar. A TSP saúda porém a proposta de Lei do PSD entregue na Assembleia da República que visa promover alterações na Lei Eleitoral mas que em todo o caso são manifestamente insuficientes para as aspirações da associação internacional TSP uma vez que apenas considera

o alargamento do voto postal ás eleições presidenciais e europeias contemplando um teste ao voto eletrónico que não ao voto digital que pode ser conseguido através da CMD (Chave Móvel Digital). De recordar que o voto postal está exclusivamente destinado ás eleições legislativas pelo se torna de dificil entendimento que o mesmo não aconteça com as eleições presidênciais e europeias. A proposta do PSD não contempla porém que o voto postal possa ser enviado para os consulados alegando a Administração Pública a dificuldade em negociar com mais de uma centena de países onde existem eleitores portugueses. Segundo o PSD, a voto eletrónico poderá vir a ser testado nas eleições europeia de 2024. Fica no entanto sem ser mencionada a possibilidade de o voto digital poder acontecer para as eleições dos conselheiros que no início de 2023 conta já com quatro anos de atraso. Por entender, fica ainda a obrigatoriedade do envio de cópia do Cartão de Cidadão junto ao boletim de voto que resultou na anulação de milhares de votos nas ultimas eleições legislativas.

A TSP - Também somos portugueses é uma Associação Cívica Internacional que defende os direitos dos milhões de portugueses residentes no estrangeiro.

1 year ago, on February 10, 2022, 80% of Portuguese votes in Europe were annulled. A few days later, after appeals filed by various parties, the Constitutional Court ordered the elections to be repeated in the Circle of Europe. At the time, Prime Minister António Costa apologized to the emigrants who voted for the legislative elections and saw the vote annulled and asked that the repetition of the elections in the circle of Europe, decreed by the Constitutional Court, “is as a lesson for all”. A year later, TSP – Tamb]em Somos Portugueses (We are also Portuguese) – Associação Cívica (TSP) notes that the priority that was announced for the revision of electoral laws did not materialize. An announced Working Task Group for this purpose has not yet been constituted. The pilot test of online voting that had been announced


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by Berta Nunes, former Secretary of State for Portuguese Communities abroad, was reneged on by the Socialist Party, which now refuses to include it in the next elections for the Council of Portuguese Communities. This happens when 80% of the responses to the survey carried out by TSP, right after the elections want digital voting (remote electronic voting for all elections). TSP does not understand that a country that has been leading in innovations such as Multibanco (Cash machines) and Via Verde (Green Way for vehicles traffic), which bets on simplifying processes with the Simplex program, which is part of the D9+ group, a group of digital leaders in Europe, refuses to test the electronics remote vote. Portugal is not that country. The Portuguese people expect more from those who make the laws in Portugal. The difficulties that citizens living abroad continue to have in exercising their right to vote must be overcome. The distance to consulates, the malfunctioning of post offices in several countries, and in-person voting

as the only alternative make voting difficult for those living abroad. The association TSP – Também Somos Portugueses (We are also Portuguese) will restart contacts with the Parliament to ensure that there are effective proposals on the part of the political parties to give Portuguese people abroad what they need: equal votes for all elections, simplified postal voting, gradual introduction of digital voting, more parliamentary representation. We hope that the Portuguese are in the first place. However, TSP welcomes the proposal for a PSD (Partido Social Democrata) Law submitted to the Parliament, which aims to promote changes in the Electoral Law but which, in any case, are manifestly insufficient for the aspirations of the international TSP union, since it only considers the extension of the postal vote to the presidential and European elections contemplating a test of electronic voting other than digital voting that can be achieved through the CMD Chave Movel Digital (Digital Mobile Key). It should be remembered that postal vo-

tes are exclusively intended for legislative elections, so it is difficult to understand that the same does not happen with presidential and European elections. The PSD Party proposal does not, however, contemplate that the postal vote can be sent to the consulates, alleging the Public Administration the difficulty in negotiating with more than a hundred countries where there are Portuguese voters. According to the PSD, electronic voting could be tested in the 2024 European elections. However, the possibility that digital voting could take place for the elections of community councilors, which at the beginning of 2023 is already four years late, is not mentioned. By understanding, it is still mandatory to send a copy of the Citizen Card together with the ballot paper that resulted in the annulment of thousands of votes in the last legislative elections. TSP (Também Somos Portugueses)- We are also Portuguese is an International Civic Union that defends the rights of millions of Portuguese living abroad.

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Angola: centenas de sem abrigo em despejos forçados e demolições Investigar uso de força excessiva pela polícia contra moradores

Angola: Hundreds Homeless in Forced Evictions, Demolitions Investigate Police Use of Excessive Force Against Residents LUSOS Londres

As autoridades angolanas devem suspender imediatamente os despejos e demolições forçadas no sul de Luanda, afirmou a Human Rights Watch. O governo também deve garantir que os proprietários de casas já demolidas recebam reparações imediatas na forma de indenização, rea-

moradora. “Em seguida, dois soldados arrombaram a porta de casa e começaram a tirar meus móveis, panelas, roupas – tudo – do lado de fora. Quando tentei detê-los, um dos soldados agrediu-me no rosto.” Moradores e dois jornalistas que cobriam os despejos forçados disseram que a polícia espancou quatro homens que tentaram proteger suas propriedades e prendeu dezenas de outros que se reuniram pacificamente para protestar. Os jornalistas alegaram que a polícia e os soldados negaram o acesso da mídia à área. A Human Rights Watch pediu comentários à Polícia angolana a 28 de Fevereiro. Um porta-voz

locação adequada e acomodações alternativas. As forças de segurança angolanas invadiram a área da capital Zango 3 em 27 de fevereiro de 2023 e despejaram pessoas à força, demolindo imediatamente mais de 300 casas, deixando centenas desabrigadas. Moradores disseram que aqueles que se recusaram a abandonar suas casas ou se reuniram para se manifestar pacificamen-

te contra as ações das forças de segurança foram espancados e presos. As autoridades locais alegaram que as casas foram construídas ilegalmente. “As autoridades angolanas devem suspender imediatamente todas as operações de despejo e demolição em Luanda que violem as normas legais internacionais”, disse Ashwanee Budoo-Scholtz, vice-diretor para África da Human Rights Watch. “Funcionários responsáveis por despejos ilegais e uso de força excessiva contra moradores precisam ser responsabilizados.” No dia 27 de fevereiro, uma força conjunta de polícias e militares munidos de espingardas e cassetetes militares chegaram sem avisar entre as 7h00 e as 8h00 na zona do Zango 3, município de Viana, disseram residentes. Um homem uniformizado da polícia, descrito pelos moradores como o comandante

da força, usou um megafone para dizer às pessoas que deixassem suas casas e ordenou ao motorista de uma escavadora que destruísse as casas. Moradores disseram que as forças de segurança não apresentaram ordem judicial, nem se apresentaram ou explicaram sob ordens de quem agiam. “Eles nos surpreenderam quando eu e minha esposa nos estávamos a preparar para sair de casa para trabalhar”, disse Juliano, que não quis divulgar seu nome completo. “Até agora [31º de março] não sei quem os mandou aqui para destruir minha casa.” Juliano mora no bairro desde 2020 e possui os documentos legais da casa, emitidos pela administração local de Viana. Ele morava na casa com a esposa e três filhos. “Eu ainda estava amamentando meu bebé no quarto quando ouvi a voz mandando a gente sair de casa”, disse Rosa, outra

disse não ter conhecimento de qualquer operação de despejo e demolição em Viana. Ainda nesse dia, a Administração do Município de Viana emitiu um comunicado de imprensa confirmando a operação. A autarquia alegou que os moradores construíram ilegalmente e “contra os avisos das autoridades” casas numa área reservada à construção de uma central eléctrica para a zona do Zango. Além disso, a operação de despejo e demolição visava “limpar” os terrenos que estavam ocupados por pessoas “que com as suas ações… põem em causa a concretização de projetos que vão beneficiar muitas famílias e acelerar o desenvolvimento do país”. De acordo com o direito internacional, um “despejo forçado” é “a remoção permanente ou temporária contra sua vontade de indivíduos, famílias e/ ou comunidades das casas e/


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ou terras que ocupam, sem o fornecimento e acesso a formas apropriadas de proteção legal ou outra.” Mesmo quando a expropriação de terras pelo governo é legal, as autoridades precisam aplicar proteções processuais mínimas, incluindo consultas genuínas com os afetados; notificação adequada e razoável data para o despejo; informações oportunas sobre o despejo proposto; identificação adequada do pessoal que efetuou o despejo; e recursos legais disponíveis para os afetados, incluindo compensação e moradia alternativa. Os despejos forçados têm sido um problema persistente nas áreas urbanas de Luanda desde o fim da guerra civil em 2002. Em 2007, a Human Rights Watch e a SOS Habitat publicaram “‘Eles derrubaram as casas’: despejos forçados e insegurança de posse para os pobres urbanos de Luanda”, que documenta 18 despejos em massa em Luanda entre 2002 e 2006, afetando 20.000 pessoas. Em 2016, despejos e demolições forçadas no Zango II, Zango III e Walale, todos no município de Viana, deixaram mais de 6.000 pessoas desabrigadas. Em setembro de 2018, a Human Rights Watch visitou as áreas e descobriu que os residentes despejados à força ainda não haviam sido realocados e compensados. As autoridades alegaram que os moradores ocuparam ilegalmente terras reservadas para projetos estatais. O governo de Luanda e o comandante na época, Adriano Mendes de Carvalho, admitiu que a polícia e os militares usaram a força durante as operações de despejo, e ainda descreveu alguns desses confrontos como “cenas verdadeiramente de terror”.

O Comité de Direitos Económicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas em 2016 expressou preocupação com o uso repetido de despejos forçados em várias cidades angolanas, inclusive de assentamentos informais e durante projetos de desenvolvimento, sem as garantias processuais necessárias, o fornecimento de moradia alternativa ou condições adequadas de compensação às pessoas afetadas. “O governo angolano precisa parar com seu uso ultrajante e de longa data de despejos forçados”, disse Budoo-Scholtz. “Qualquer futura operação de despejo deve ser planejada e realizada de forma legal e ordenada, respeitando os direitos das pessoas à moradia, meios de subsistência e segurança.”

(Johannesburg, March 2, 2023) – The Angolan authorities should immediately suspend forced evictions and demolitions in southern Luanda, Human Rights Watch said today. The government should also ensure that the owners of houses already demolished receive prompt reparations in the form of compensation, adequate relocation, and alternative accommodations. Angolan security forces raided the capital’s Zango 3 area on February 27, 2023 and forcibly evicted people, then immediately demolished over 300 homes, leaving hundreds homeless. Residents said those who refused to abandon their houses or gathered to peacefully demonstrate against the security forces’ actions were beaten and arrested. Local authorities claimed the houses had been built illegally. “The Angolan authorities should immediately halt all evictions and demolitions operations

in Luanda that violate international legal standards,” said Ashwanee Budoo-Scholtz, deputy Africa director at Human Rights Watch. “Officials responsible for unlawful evictions and using excessive force against residents need to be held accountable.” On February 27, a joint force of police and soldiers equipped with military assault rifles and batons arrived without warning between 7 a.m. and 8 a.m. in the Zango 3 area of the municipality of Viana, residents said. A man in police uniform whom residents described as the force commander used a megaphone to tell people to leave their homes, then ordered the driver of a bulldozer to destroy the houses. Residents said the security forces neither presented a court order nor introduce themselves or explain under whose orders they were acting. “They surprised us when my wife and I were preparing to leave the house for work,” said Juliano, who did not want his full name used. “Until now [March 1] I don’t know who sent them here to destroy my house.” Juliano has lived in the neighborhood since 2020, and possesses the legal documents for the house, which the local Viana administration issued. He lived in the house with his wife and three children. “I was still breastfeeding my baby in the bedroom when I heard the voice ordering us to leave the houses,” said Rosa, another resident. “Next thing, two soldiers broke the door of the house and started to remove my furniture, pots, clothes – everything – outside. When I tried to stop them, one of the soldiers slapped my face.” Residents and two journalists who were covering the forced evictions said that police beat four men who tried to protect

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their properties and arrested dozens of others who had peacefully gathered to protest. The journalists alleged that the police and soldiers denied the media access to the area. Human Rights Watch sought comment from the Angolan Police on February 28. A spokesman said he was not aware of any eviction and demolition operation in Viana. Later that day, the Viana Municipality Administration office issued a media statement confirming the operation. The local authority claimed that residents had illegally and “against warnings by the authorities” built houses in an area reserved for the construction of an electric power station for the Zango area. Furthermore, the eviction and demolition operation aimed at “clearing” the land that had been occupied by people “who through their actions… jeopardize the completion of projects that will benefit many families and accelerate the development of the country.” Under international law, a “forced eviction” is “the permanent or temporary removal against their will of individuals, families and/or communities from the

homes and/or land which they occupy, without the provision of, and access to, appropriate forms of legal or other protection.” Even when the government expropriation of land is lawful, the authorities need to apply minimum procedural protections, including genuine consultation with those affected; adequate and reasonable notice of the date of eviction; timely information on the proposed eviction; proper identification of the staff carrying out the eviction; and available legal remedies for those affected, including compensation and alternative housing. Forced evictions have been a persistent problem in urban areas of Luanda since the end of the civil war in 2002. In 2007 Human Rights Watch and SOS Habitat published “‘They Pushed Down the Houses’: Forced Evictions and Insecurity of Tenure for Luanda’s Urban Poor,” which documents 18 mass evictions in Luanda between 2002 and 2006, affecting 20,000 people. In 2016, forced evictions and demolitions in Zango II, Zango III and Walale, all in Viana municipality, left over 6,000 people homeless. In September 2018,

Human Rights Watch visited the areas and found that the forcibly evicted residents were yet to be relocated and compensated. The authorities claimed that residents illegally occupied land reserved for state projects. The Luanda governor at the time, Adriano Mendes de Carvalho, admitted that the police and military had used force during evictions operations, and even described some of those confrontations as “truly terror scenes.” The United Nations Committee on Economic, Social and Cultural Rights in 2016 expressed concerns regarding the repeated use of forced evictions in various Angolan cities, including from informal settlements and during development projects, without the necessary procedural guarantees, the provision of alternative housing, or adequate compensation to the affected people. “The Angolan government needs to stop its longstanding, outrageous use of forced evictions,” Budoo-Scholtz said. “Any future eviction operations should be planned and carried out in a lawful and orderly way that respects people’s rights to housing, livelihoods and safety.”


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Brasil: Ratifique Acordo Regional Sobre Assuntos Ambientais Apoie Defensores Ambientais Aderindo ao Acordo de Escazú

Brazil: Ratify Regional Environment Pact Stand with Environmental Defenders in the Escazu Agreement LUSOS Londres

São Paulo, 23 de março de 2023) – O governo brasileiro deveria encaminhar o Acordo de Escazú ao Congresso Nacional e articular apoio para sua aprovação, disseram hoje mais de 140 organizações brasileiras e internacionais em uma carta aberta ao chanceler Mauro Vieira. O acordo regional de Escazú garante a participação da sociedade nos processos de tomada de decisões ambientais e é o primeiro com disposições específicas sobre os defensores dos direitos humanos em questões ambientais. Em março de 2018, 24 Estados latino-americanos e caribenhos adotaram o Acordo Regional sobre Acesso à Informação, Participação Pública e Acesso à Justiça em Assuntos Ambientais na América Latina e no Caribe, também conhecido como Acordo de Escazú. O Brasil assinou o tratado naquele ano, mas ainda não o enviou ao Congresso para aprovação e posterior ratificação pela Presidência da República, processo necessário para tornar suas disposições obrigatórias. O Presidente Lula deveria encaminhar o acordo ao Congresso antes da segunda reunião da Conferência das Partes do Acordo de Escazú (COP2), que ocorrerá entre os dias 19 e 21 de abril de 2023 em Buenos Aires. “A ratificação do Acordo de Escazú representaria um merecido reconhecimento dos inestimáveis esforços de defensoras e defensores ambientais para proteger nosso planeta”, disse Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil. “Após os últimos anos de hostilidade em relação ao meio ambiente e aos seus defensores no país, o presidente Lula precisa mostrar a eles – e à comunidade internacional – que o Brasil os apoia”.

Os signatários da carta incluem organizações que trabalham com comunidades impactadas pela destruição ambiental e a violência, e que atuam nos temas de meio ambiente, direitos dos povos indígenas, transparência, acesso à informação, segurança pública e direitos humanos; além de associações de servidores públicos, incluindo promotores públicos com atuação especializada em meio ambiente, e grupos acadêmicos. A ratificação e a implementação do acordo fortaleceriam a tomada de decisões em questões ambientais, aumentariam a transparência e a responsabilização por violações ao direito a um meio ambiente saudável, disse a Human Rights Watch. O acordo garante a todas as pessoas o direito ao acesso a informações ambientais, incluindo sobre riscos ambientais e proteção ambiental, bem como a participação pública significativa nos processos de tomada de decisão que afetam suas vidas e o meio ambiente. O acordo também exige que os países assegurem acesso adequado à justiça quando esses direitos forem violados e estabeleçam mecanismos para prevenir danos ambientais e fornecer reparação quando eles ocorrem. O acordo também estabelece parâmetros para a proteção de defensoras e defensores dos direitos humanos ambientais. Exige que os governos participantes forneçam a esses defensores um ambiente de trabalho seguro e propício, os protejam, e promovam responsabilização em relação a quaisquer ataques, ameaças ou intimidações contra eles. Isso é particularmente relevante para países como o Brasil, onde aqueles que lutam pelo meio ambiente têm enfrentado a grave violência que anda de mãos dadas com a destruição ambiental. Em janeiro, a Human Rights

Watch documentou as agruras de pequenos agricultores que arriscam suas vidas enquanto tentam manter suas terras e proteger o meio ambiente e seus meios de subsistência em um assentamento de reforma agrária na Amazônia. Assim como muitos povos indígenas e outros defensores ambientais, eles enfrentam ameaças e ataques por denunciarem redes criminosas envolvidas na extração ilegal de madeira, mineração e grilagem de terras. Apenas na Amazônia Legal, mais de 300 pessoas morreram no contexto de conflitos pelo uso da terra e de recursos naturais na última década, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Os responsáveis pela violência raramente são levados à justiça. “A ratificação do Acordo de Escazú seria um passo importante para garantir justiça ao exigir medidas para prevenir, investigar e punir a violência contra defensores e defensoras do meio ambiente”, disse Canineu. “Ademais, sua ratificação promoveria o multilateralismo defendido por Lula, cooperando regionalmente para proteger o meio ambiente e aqueles que se mobilizam para defendê-lo”.

(São Paulo, March 23, 2023) – The Brazilian government should submit the Escazu Agreement to the National Congress and rally legislators to approve it, more than 140 Brazilian and international organizations said today in an open letter to Foreign Minister Mauro Vieira. The regional agreement ensures public participation in environmental decision-making processes and is the first containing specific provisions on environmental human rights defenders. In March 2018, 24 Latin American and Caribbean states adopted the Regional Agreement on Access to Information,

Public Participation, and Access to Justice in Environmental Matters of Latin American and Caribbean Countries, also known as the Escazú Agreement. Brazil signed the treaty that year but

has not sent it to Congress for approval and later ratification by the president, which is needed to make its provisions binding. The Lula administration should make that submission


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ahead of the second meeting of the Conference of the Parties to the Escazú Agreement (COP2), to be held on April 19-21, 2023, in Buenos Aires. “The ratification of the Escazu Agreement would be a well-deserved recognition of the invaluable efforts of environmental defenders to protect our planet,” said Maria Laura Canineu, Brazil director at Human Rights Watch. “After years of a hostile stance toward the environment and their defenders in the country during the Bolsonaro administration, President Lula needs to show them – and the international community – that Brazil has their back.” The signatories include organizations working with communities affected by environmental destruction and associated violence; on environment, Indigenous rights, transparency, access to information, public security, and human rights; as well as associations of public servants, including prosecutors working on the environment, and academic institutions. The ratification and implementation of the treaty would strengthen environmental decision-making,

booster transparency, and increase accountability with respect to the right to a healthy environment, Human Rights Watch said. The agreement guarantees everyone’s right to access environmental information, such as on environmental risks and environmental protection, as well as to meaningfully participate in decision-making processes that affect their lives and the environment. It also requires countries to ensure adequate access to justice when those rights are violated, and to establish systems to prevent environmental harm or provide redress when it occurs. The agreement also provides standards for the protection of environmental human rights defenders. It requires participating governments to provide them with a safe and enabling environment, protect them, and hold accountable anyone who threatens or commits acts of violence and intimidation against. This is particularly relevant to countries like Brazil, where environmental defenders have faced the serious violence that goes hand in hand with environmental destruction. In January, Human Ri-

ghts Watch documented the plight of small farmers who have been risking their lives as they try to hold on to their land and protect the environment and their livelihoods in a land-reform settlement in the Amazon. They too, as with many Indigenous people and other environmental defenders, face threats and attacks for speaking up against criminal networks involved in illegal logging, mining, and land-grabs. In the Brazilian Amazon alone, more than 300 people have died in conflicts over the use of land and resources in the last decade, according to the Pastoral Land Commission (Comissão Pastoral da Terra, CPT). Those responsible for the violence are rarely brought to justice. “By requiring measures to prevent, investigate, and impose sanctions for attacks against environmental defenders, ratifying the Escazu Agreement would be a step forward for accountability,” Canineu said. “It would also foster Lula’s pledges to defend multilateralism by cooperating regionally to protect the environment and those who stand up to defend it”.


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A zona de emissão ultra baixa expande a partir de 29 de agosto de 2023 O TFL (Transport for London) tornou público que a Ultra Low Emission Zone (ULEZ) está a expandir em todos os bairros de Londres a partir de 29 de agosto de 2023 para ajudar a limpar o ar de Londres.

The ULEZ is expanding The Ultra Low Emission Zone is expanding from 29 August 23 LUSOS Londres

Para ver se será afetado pela expansão ULEZ, use o verificador de veículos on-line simples TFL. A má qualidade do ar não é

apenas um problema do centro de Londres. De fato, o maior número de mortes relacionadas à poluição do ar ocorre nas áreas periféricas de Londres. O ULEZ já fez uma diferença significativa, ajudando a reduzir a poluição prejudicial de

dióxido de nitrogênio em quase metade no centro de Londres. “Precisamos agir agora para ajudar os cinco milhões de londrinos nos bairros periféricos a respirar um ar mais puro também” – Diz a TFL. Carros, motocicletas, vans e

outros veículos especializados (até e incluindo 3,5 toneladas) e microbus (até e incluindo 5 toneladas) precisarão atender aos padrões de emissões ULEZ ou pagar uma taxa diária de £ 12,50 ao dirigir dentro da zona, incluindo a área expandida a partir de 29 de agosto de 2023. Mais de quatro em cada cinco veículos já atendem aos padrões. Mas, se conduzir um veículo a gasolina com mais de 16 anos ou um veículo a gasóleo com mais de 6 anos, deve verificar se será afectado. Para apoiar os londrinos durante a expansão, o esquema de sucateamento do Mayor de Londres está fornecendo assistência financeira para aqueles que recebem certos benefícios de baixa renda ou invalidez. Também há ajuda para comerciantes individuais com sede em Londres, empresas com até 10 funcionários e instituições de caridade registradas. Para obter mais informações sobre o esquema de sucata e outros tipos de suporte, visite nosso site Transport for London. A ULEZ continuará operando 24 horas por dia, 7 dias por semana, todos os dias do ano, exceto no dia de Natal (25 de dezembro). Preferimos que as pessoas usem um veículo que atenda aos padrões de emissões para viagens essenciais em vez de pagar a taxa ou, sempre que possível, usar transporte público, caminhar ou andar de bicicleta. Qualquer dinheiro recebido do esquema é reinvestido na operação e melhoria da rede de transporte de Londres, como a expansão das rotas de “bus” na periferia de Londres. The TFL (Transport for London) made it public thatthat the Ultra Low Emission Zone (ULEZ) is expanding across all London boroughs from 29 August 2023 to help clear London’s air.

To see if you’ll be affected by the ULEZ expansion, use the TFL simple online vehicle checker. Poor air quality is not just a central London problem. In fact, the greatest number of deaths related to air pollution occur in outer London areas. The ULEZ has already made a significant difference, helping to reduce harmful nitrogen dioxide pollution by nearly half in central London. “We need to act now to help the five million Londoners in outer boroughs breathe clearer air too” – Says TfL.

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Cars, motorcycles, vans and other specialist vehicles (up to and including 3.5 tonnes) and minibuses (up to and including 5 tonnes) will need to meet the ULEZ emissions standards or pay a daily charge of £12.50 when driving within the zone, including the expanded area from 2023, 29 August. More than four out of five vehicles already meet the standards. But, if you drive a petrol vehicle over 16 years old or a diesel vehicle over 6 years old, you need to check in case you’re affected.To support Londoners through the expansion, the Mayor of London’s scrappage scheme is providing financial assistance for those on certain low income or disability benefits. There is also help for London-based sole traders, businesses with up to 10 employees and registered charities. For more information on the scrappage scheme and other support, visit our website Transport for London. The ULEZ will continue to operate 24 hours a day, 7 days a week, every day of the year except Christmas Day (25 December). We would prefer people use a vehicle that meets the emissions standards for essential journeys rather than pay the charge, or where possible, use public transport, walk or cycle. Any money received from the scheme is reinvested into running and improving London’s transport network, such as expanding bus routes in outer London. Visit the interactive map to see if a postcode, location or landmark is in the expanded area. If you drive within the Congestion Charge zone in central London, you will also need to pay the daily Congestion Charge unless your vehicle has an exemption or is registered for a 100% discount. The Congestion Charge zone won’t be expanding. Visite o mapa interativo para ver se um código postal, local ou ponto de referência está na área expandida. Se você dirigir dentro da zona de taxa de congestionamento no centro de Londres, também precisará pagar a taxa de congestionamento diária, a menos que seu veículo tenha isenção ou esteja registrado para um desconto de 100%. A zona de taxa de congestionamento (Congestion Charge) não será expandida.


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Rodízio Em uma coisa estamos seguros. Quando vamos comer rodízio alguém no restaurante fala Português com acento do Brasil. Só os brasileiros sabem como fatear a carne na mesa. In one thing we are sure. When we go to eat “Rodízio” someone in the restaurant speaks Portuguese with a Brazilian accent. Only Brazilians know how to slice the meat at the table. LUSOS Londres

“Quando vou comer rodízio não como nas horas anteriores” – Diz um brasileiro que vive em Londres. Tudo tem uma razão. Na maioria dos restaurantes de rodízio o preço é fixo por pessoa. Cada pessoa, pode comer tanto quanto for capaz e repetir as vezes que desejar. Existe um balcão para self service onde cada pessoa recolhe o prato e os talheres. Em seguida, escolhe o acompanhamento numa extensa variedade. Arroz, feijão, salgados, salada, pão, azeitonas e dependendo do restaurante muitos outros acompanhamentos. Com o prato cheio, o cliente escolhe a mesa e começa a “festa da carne”. A todo o momento, vem um empregado de mesa com um naco de carne e sempre diferentes carnes ou salsichas. Sempre que a carne acaba, o empregado de mesa volta e muitas vezes volta mesmo antes de a carne acabar no prato criando uma sensação de fartura. Picanha, maminha, fraldinha, contrafilé, todas as variedades de carne de porco voltam à mesa para ser cortado em fatias diretamente para o prato. E repetem

outra vez, outra vez e tantas vezes quantas o cliente quiser. “Compramos 500 kilos de carne por semana” – Disse o dono de um restaurante de Rodízio ao nosso jornal. Se você gosta de coração de frango, fique pronto. Os brasileiros são especialistas neste petisco e pode encontrar este “dentinho” num restaurante de rodízio. Mas afinal, vamos lá explicar, o que é o Rodízio? Para começar, é o tipo de restaurante onde não existe take away mas onde se pode comer até “rebentar”. Rodízio em Português significa “rotação” ou “virar”, então dizer Rodízio em inglês na verdade significa “rotação” e os restaurantes estilo Rodízio fazem exatamente isso. Eles giram carnes recém-cozinhadas de vários tipos na sua mesa e as colocam diretamente em seu prato. Rodízio Grill, a primeira churrascaria brasileir da América foi fundada em 1995 por Ivan Utrera. Nascido em São Paulo, o brasileiro criou um restaurante premiado com destaque na mídia nacional, incluindo USA Today, The Washington Post, CBS e NBC News. Picanha, o corte de carne favorito do Brasil, tem sido um favorito no Brasil há anos como um corte de carne acessível e saboroso, especialmente quando preparado no estilo tradicional de churrasco. Nos EUA e no Reino Unido, ainda

é relativamente desconhecido fora da churrascaria brasileira. Simplificando; uma churrascaria é um lugar onde a carne é cozinhada no estilo rodízio tão comum no Brasil onde é difícil encontrar uma casa sem uma churrascaria no quintal. Embora o termo picanha seja relativamente desconhecido no Reino Unido, é conhecido aqui como ‘Rump Cap’ ou ‘Sirloin Cap’ de carne bovina. A maioria dos rodízios são servidos diretamente no espeto e são fatiados ou servidos na mesa. Fatias finas são esculpidas na camada externa assada de grandes cortes; os comensais podem usar um par de pequenas pinças de aço inoxidável para pegar as fatias à medida que são cortadas e, em seguida, colocá-las no prato. A Picanha teve origem no Brasil, onde é considerada o melhor corte de carne bovina e é o prato de assinatura das churrascarias.

“When I go to eat rodízio I don’t eat the hours before” – Says a Brazilian who lives in London. Everything has a reason. In most carvery restaurants the price is fixed per person. Each person can eat as much as they can and repeat as many times as they wish. There is a self-service counter where each person collects a plate and cutlery. Then choose the side dish from an extensive range.

Rice, beans, snacks, salad, bread, olives, and depending on the restaurant, many other side dishes. With the full plate, the customer chooses the table and the “meat party” begins. At all times, a waiter comes with a piece of meat and always different meats or sausages. Whenever the meat runs out, the waiter returns and often returns even before the meat runs out on the plate creating a feeling of plenty. Picanha, breast, flank steak, sirloin steak, and all varieties of pork meat return to the table to be cut into slices directly for the plate. And they repeat it again, again, and as many times as the customer wants. “We buy 500 kilos of meat per week” – Said the owner of a Rodízio restaurant to our newspaper. If you like chicken hearts, get ready. Brazilians are specialists in this snack and you can find this “dentinho” in a Rodízio restaurant. But after all, let’s explain, what is Rodízio. To start, it’s the kind of restaurant where there’s no takeaway but where you can eat until you “burst”. Rodízio in Portuguese means “rotation” or “turn”, so, saying Rodízio in English, actually means “rotation” and Rodízio-style restaurants do just that. They rotate freshly grilled meats of various types at your table and place them directly on your plate. Rodízio Grill, america’s first Brazilian™ steakhouse was founded

in 1995 by Ivan Utrera. Born in São Paulo, the Brazilian has created an award-winning restaurant featured in national media, including USA Today, The Washington Post, CBS, and NBC News. In the United Kingdom, with particular emphasis in London, there is a wide variety of Brazilian restaurants that have Rodízio. Picanha, Brazil’s favourite cut of meat, has been a favourite in Brazil for years as an affordable and tasty cut of meat, especially when prepared in the traditional barbecue style. In the US and UK, it is still relatively unknown outside of the Brazilian steakhouse. Simply put; a “churrascaria” is a place where meat is cooked in the Rodízio style so common in Brazil where it’s hard to find a home without a “churrascaria” (barbecue) in the backyard. Although the term sirloin steak is relatively unknown in the UK, it is known here as the beef ‘Rump Cap’ or ‘Sirloin Cap’. Most rodízios are served directly on a skewer and are either sliced or served at the table. Thin slices are carved into the roasted outer layer of large cuts; diners can use a pair of small stainless steel tongs to pick up the slices as they are cut and then place them on the plate. Picanha originated in Brazil, where it is considered the best cut of beef and is the signature dish of steakhouses.


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Milenials: Untranslatable Proposta de resgate de memória futura! Já reparou o quão difícil é hoje encontrarmos batatas-fritas com sabor a batatasfrita? Um dia vamos rejeitar tudo isto “num lápis”, mais as redes-sociais, mais o camandro e o caneco e o catano! Não será do nosso tempo, mas o adn português virá ao de cima quando percebermos que já não nos deixam ser independentes. É verdade, Portugal não é um país independente, são os portugueses que são independentes! LUSOS Londres

Também eu tenho um sonho, o de voltarmos ao relógio de corda. Esse mesmo, que não atrasa o tempo, mas que dá ares de literatura de viagem, com bom tempo, com paletós e cartolas, com tempo, com algum deleite, com ponteiros e camisolas-de-gola-alta. Poesia à parte, o que me interessa é deixar um aviso à navegação que nasce por estes dias,

que quando rebentar a bolha e quiser voltar aos fundamentos, resgatem o essencial do vosso adn adormecido, poluído por Hollywood e mais as Netflixes da vida, com camadas de nevoeiro, como uma cebola de bruma. O vosso adn está no centro do centro, envolto nesse pus, afogado, em transe! Quando acordarem para o futuro, enfiem a mão por um orifício baixo, até ao fundo, e escarafunchem esse “labirinto da saudade” e por favor comecem

por trazer de volta os relógios de corda e ponteiros desiguais. Não façam o tempo andar para trás, mas façam-no vosso, rendam-se ao slow food, ao carvão e às favas, ao namoro, à chuva-miudinha e aos corvos, que o tempo é finito! Depois, não se esqueçam de resgatar a clausula de salvaguarda portuguesa mais eficaz de sempre. O, “então agora vamos almoçar e depois encontramo-nos aqui de novo pelas duas, duas e meia!” Com o quarto-de-

-hora académico, lá para as três está o ramalhete composto. Ai não, espera, faltam os heterónimos do Fernando Pessoa, Huguinho, Zezinho e Luisinho. Não esquecer de resgatar o “Mestre das Redes Sociais”, que ainda vocês não eram nascidos, nem eu, e o gajo já tinha quatro perfis falsos. Dos elencados, falta o Pato Donald! Outra coisa importante são os transportes públicos. Vocês também devem poder “perder o comboio”. Agora, que o vosso acordar vos fez finalmente optar pela via férrea, tragam também de volta o pica, sempre dá uma sensação de missão cumprida, ver um antigo colega de escola a picar um bilhete da bilheteira. Para as tosses vão voltar a chupar Rebuçados Doutor Bayard e a comer xarope de cenouras com mel e limão, feito pelas vossas avós, perdidas no nevoeiro das janelas que se vão abrindo e quase conseguem chegar ao fundo. Serão elas as vossas portas, a vossa luz ao fundo do túnel, a vossa âncora e a vossa boia. Navegar é preciso, também não se esqueçam das Sete Saias, dos Pauliteiros, das samarras,

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dos queijos tipo serra e dos presuntos. Ah e do Baptismo e da Primeira-Comunhão, que os Escuteiros certamente já foram cancelados! Quem não ostenta não alcança! Ostente-se um bom relógio de pulso e um homem sente-se logo o Príncipe da Fuzeta e não se esqueçam também de recuperar o Rei das Berlengas juntamente com o Mário Viegas, que por acaso também recita os heterónimos e bem! Ostentem cagança e atavio, que a tropa vai voltar. Levantem o dedo mindinho enquanto entornam a bica, mas atirem-se ao bacalhau. Comam a sopa de cabeça erguida e vão à horta buscar couve e batata. Semeiem ventos e colherão tempestades, gaivotas em terra tempestade no mar, há mar e mar há ir e voltar! No final, terminem com um apoteótico “assim também eu!” e gabem-se de vos terem agarrado se não vocês “ainda iam-se a eles”! Paço d’Arcos, 29 de Março de 2023, Raúl M. Braga Pires Politólogo/Arabista


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PSD quer alargar voto por correspondência aos emigrantes nas presidenciais e europeias O PSD vai insistir no alargamento da possibilidade de voto de correspondência para os emigrantes nas eleições presidenciais e europeias e propor um projeto-piloto de voto eletrónico, não vinculativo, nas próximas europeias para os residentes no estrangeiro. LUSOS Londres

Estes são os objetivos centrais de um projeto-lei que os sociais-democratas entregam na Assembleia da República e que retoma, na parte do voto por correspondência, diplomas entregues em anteriores legislaturas. No projeto-lei, a que a Lusa teve acesso, o PSD recorda que, na noite em que foi reeleito nas presidenciais de 2021, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu a necessidade de uma revisão legislativa antes de novas eleições, para passar a contemplar, nomeadamente, o voto por correspondência - uma possibilidade que já existe para os emigrantes nas eleições legislativas -, e salienta que esta é também “uma pretensão há muito sugerida pelas comunidades portuguesas no estrangeiro”. “Consideramos que o direito de opção entre votar presencialmente ou por correspondência, atualmente consagrado na lei eleitoral para a Assembleia da República (…) por ser uma medida que potencia a participação eleitoral dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro, deve ser estendido, quer às eleições presidenciais, quer às eleições europeias”, propõe o PSD.

Na exposição de motivos, os sociais-democratas referem que a participação eleitoral dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro tem ficado “muito aquém do que é desejável”, tendo votado nas últimas presidenciais apenas 1,88% dos inscritos e nas europeias de 2019 somente 0,96% do universo total. O partido salienta ainda que a alteração que introduziu esta possibilidade, em 2018 “por impulso do PSD” na Lei Eleitoral para a Assembleia da República, “veio aumentar, de sobremaneira, a participação eleitoral dos portugueses residentes no estrangeiro”. No diploma agora apresentado, o PSD propõe ainda que o Governo promova “de forma permanente uma campanha de informação junto dos eleitores recenseados no estrangeiro relativamente ao modo como podem exercer, nos termos da lei eleitoral, o seu direito de opção entre votar presencialmente ou por correspondência”, “devendo criar para o efeito um portal na internet, sem prejuízo de outras formas de divulgação da informação”. Nas últimas eleições legislativas, em janeiro de 2022, a votação no círculo da Europa teve de ser repetida, após o Tribunal

PSD wants to extend postal voting to migrants in presidential and European elections The PSD (Social Democratic Portuguese Party) will insist on extending the possibility of postal voting for Portuguese migrants in presidential and European elections and will propose a pilot project for digital voting, non-binding, in the next European elections for residents abroad Constitucional declarar a nulidade das eleições nestas assembleias, o que atrasou o arranque da XV e atual legislatura. Nessa ocasião, mais de 157 mil votos dos eleitores do círculo da Europa foram anulados por, durante a contagem, terem sido misturados votos válidos com votos inválidos, não acompanhados de cópia do documento de identificação, como exige a lei. No projeto-lei do PSD, propõe-se também que, nas eleições europeias de 2024, se implemente “um projeto-piloto não vinculativo de voto eletrónico não presencial para os eleitores residentes no estrangeiro”, obrigando o Governo a criar um portal para este efeito.

Este voto eletrónico (que por ser um projeto-piloto não dispensaria o exercício do direito de voto presencial ou por correspondência) passaria pela validação da identidade do eleitor através de um de quatro meios: através da Chave Móvel Digital; com o cartão de cidadão e respetivo código PIN, através do leitor do cartão de cidadão; através de código secreto e irrepetível remetido ou para o endereço de correio eletrónico; ou para o número de telemóvel registado no cartão de cidadão. “Obriga-se a que, no momento da divulgação provisória dos resultados eleitorais após o encerramento das urnas, sejam divulgados também, com o mesmo nível de detalhe, o resultado dos votos contabilizados com o projeto-piloto”, refere o projeto do PSD, que pretende igualmente que o Governo envie ao parlamento um relatório detalhado sobre a experiência “identificando oportunidades de melhorias e as principais falhas ou constrangimentos identificados”. No seu projeto de revisão constitucional, o PSD tem igualmente uma proposta para que a votação eletrónica seja possível em atos eleitorais e referendos.

These are the central objectives of a bill that the Social Democrats are delivering to the Parliament and that takes up, in the part of voting by mail, diplomas delivered in

previous legislatures. In the document, to which Lusa had access, the PSD recalls that on the night he was re-elected in the 2021 presidential elections, Marcelo Rebelo de Sousa defended the need for a legislative review before new elections, to start contemplating, namely, voting by mail - a possibility that already exists for emigrants in legislative elections -, and stresses that this is also “a claim that has long been suggested by Portuguese communities abroad”. “We consider that the right to choose between voting in person or by mail, currently enshrined in the electoral law for the Parliament (...) as it is a measure that enhances the electoral participation of Portuguese citizens living abroad, should be extended, both to elections presidential elections or the European elections”, proposes the PSD. In the explanatory memorandum, the social democrats refer that the electoral participation of Portuguese citizens living abroad has been “far short of what is desirable”, with only 1.88% of those registered voters in the last presidential elections and in the 2019 European elections only 0 .96% of the total universe. The party also points out that the amendment that introduced this possibility, in 2018 “at the impulse of the PSD” in the Electoral Law for the Assembly of the Republic, “greatly increased the electoral


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participation of Portuguese living abroad”. In the project diploma now presented, the PSD also proposes that the Government promote “a permanent information campaign among registered voters abroad regarding how they can exercise, under the terms of the electoral law, their right to choose between voting in person or by mail”, “creating a portal on the internet for this purpose, without prejudice to other forms of dissemination of information”. In the last legislative elections, in January 2022, the vote in the circle of Europe had to be repeated, after the Constitutional Court declared the nullity of the elections in these assemblies, which delayed the start of the XV and current government legislature. On that occasion, more than 157,000 votes cast by voters in the Europe circle were annulled because, during the counting, valid votes were mixed with invalid votes, without a mandatory copy of the identification document, as required by law. In the PSD bill, it is also proposed that, in the 2024 European elections, “a non-binding pilot project for non-face-to-face digital voting can be implemented for voters living abroad”, forcing the Government to create a portal for this It is made. This digital vote (which, being a pilot project, does not exempt the exercise of the right to vote in person or by mail) would involve validating the voter’s identity through one of four means: through the Digital Mobile Key; with the citizen card and respective PIN code, through the citizen card reader; through secret and unrepeatable code sent or to the email address; or to the mobile phone number registered on the citizen’s card. “It is mandatory that, at the moment of the provisional disclosure of the electoral results after the polls close, the results of the votes counted with the pilot project are also disclosed, with the same level of detail”, refers to the PSD project, which also intends for the Government to send to parliament a detailed report on the experience “identifying opportunities for improvement and the main flaws or constraints identified”. In its constitutional revision project, the PSD also has a proposal to make digital voting possible in electoral acts and referendums.

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Portugal 2.º país da OCDE onde rendimento real das famílias mais caiu da pandemia até setembro 2022 Portugal foi o segundo país da OCDE no qual o rendimento real dos agregados familiares mais diminuiu entre o início da crise da pandemia e o terceiro trimestre de 2022, indicam os últimos números comparáveis disponíveis da OCDE divulgados.

Portugal is 2nd OECD country where real household income fell the most from the pandemic until September 2022 Portugal was the second OECD country in which the real income of households declined the most between the beginning of the pandemic crisis and the third quarter of 2022, indicating the latest comparable figures available from the OECD released. LUSOS Londres

De acordo com dados publicados pela OCDE, o rendimento real ‘per capita’ (um indicador em que são deduzidos impostos e contribuições e acrescentados benefícios sociais) em Portugal caiu 4,14% entre o quarto trimestre de 2019 e o terceiro trimestre de 2022, decréscimo só ultrapassado pelo de Espanha, que foi de 7,85%. Os decréscimos de Portugal e Espanha contrastam com o aumento global de 1,9% na OCDE nesse período para os 21 países para os quais existem estatísticas disponíveis. Declínios de menor magnitude foram também registados no Reino Unido (-3,94%), Finlândia (-1,80%), República Checa (-1,68%) e Dinamarca (-1,30%). No outro extremo, os rendimentos reais aumentaram mais na Polónia (7,16%), Eslovénia (6,53%), Austrália (4,55%), Hungria (4,26%) e Canadá (4,09%). “O rendimento familiar real ‘per capita’ excedeu os níveis da pandemia pré-Covid-19 no terceiro trimestre de 2022 em todos os países da OCDE para os quais existem dados disponíveis, exceto a República Checa, Dinamarca, Finlândia, Portugal, Espanha e Reino Unido”, disse a organização. Os peritos da organização associam os maus resultados observados em Espanha e em Portugal à “lenta recuperação” do excedente bruto de exploração e do rendimento misto, que está normalmente ligado ao rendimento dos trabalhadores independentes. No caso particular de Espanha e Portugal, os dois países mais atrasados em termos de evolução do rendimento disponível, a OCDE disse que o resultado pode ser parcialmente

explicado “pela lenta recuperação do excedente bruto de exploração e do rendimento misto das famílias desde os primeiros dias da pandemia”. “Este tipo de rendimento está geralmente associado ao autoemprego e, na maioria dos países, contribui com cerca de um quinto do rendimento disponível do agregado familiar”, disse a instituição. Assim, recordou que Portugal e Espanha registaram grandes quedas nesta referência no primeiro semestre de 2020 e recuperaram lentamente a partir daí, enquanto em contraste, a maioria dos países da OCDE registou um crescimento sólido após a recessão inicial relacionada com a pandemia.

According to data published by the OECD, real ‘per capita’ income (an indicator in which taxes and contributions are deducted and social benefits added) in Portugal fell by 4.14% between the fourth quarter of 2019 and the third quarter of 2022, a decrease only surpassed by that of Spain, which was 7.85%. The decreases in Portugal and Spain contrast with the overall increase of 1.9% in the OECD in that period for the 21 countries for which statistics are available. Lesser magnitude declines were also registered in the United Kingdom (-3.94%), Finland (-1.80%), Czech Republic (-1.68%), and Denmark (-1.30%). At the other extreme, real incomes increased most in Poland (7.16%), Slovenia (6.53%), Australia (4.55%), Hungary (4.26%), and Canada (4.09%). “The real income per capita’ household income exceeded pre-COVID-19 pandemic levels in the third quarter of 2022 in all OECD countries for which data are available, except the Czech Republic, Denmark, Finland,

Portugal, Spain, and the United Kingdom,” the organization said. The organization’s expert associate observed the poor results in Spain and Portugal with the “slow recovery” of gross operating surplus and mixed income, which is normally linked to the income of self-employed workers. In the particular case of Spain and Portugal, the two countries most lagging behind in terms of the evolution of disposable income, the OECD said that the result can be partially explained: “by the slow recovery of the gross operating surplus

and the mixed-income of families since the first days of the pandemic”. “This type of income is generally associated with self-employment and, in most countries, it contributes about a fifth of the household’s disposable income”, said the institution. Thus, he recalled that Portugal and Spain recorded large falls in this benchmark in the first half of 2020 and slowly recovered from there, while in contrast, most OECD countries recorded solid growth after the initial recession related to the pandemic.


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Conhecido o Conselho Consultivo do Consulado Geral de Portugal em Londres No início de Março foi apresentado o novo Conselho Consultivo do Consulado de Londres que serve fundamentalmente para discutir assuntos de interesse da própria comunidade portuguesa nesta área consular.

The Portuguese General Consulate in London Advisory Board is on At the beginning of March, the new Consultative Council of the London Consulate was presented, which fundamentally serves to discuss matters of interest to the Portuguese community in this consular area.

LUSOS Londres

A área consular de Londres que se estende até ao Sul de Inglaterra até ao Norte de Londres para todo o Condado de Esat Anglia, apresenta nove membros sendo que pelo menos sete, são residentes em


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de agendamento para ativar o Cartão de Cidadão recebido em casa. No caso de no espaço de um ano o Cartão de Cidadão não seja ativado nas instalações do Consulado haverá necessidade de emitir novo cartão. Quando for ativar o seu Cartão de Cidadão, aproveite para ativar a Chave Móvel Digital que lhe permitirá aceder a vários serviços no sistema online.

Londres e apenas um membro deste condado. O novo conselho reuniu com o Cônsul Luis Leandro da Silva que detalhou a atividade do Consulado no ano de 2022 e apresentou “perspetivas para 2023”. Ao longo de 2022, o Consulado praticou cerca de 110 mil atos consulares incluindo 42 mil cartões de cidadão e passaportes, 8 mil vistos, 7 mil atos de registo civil e 2 mil atos de notariado. Além de apoios nos domínios dos apoios jurídicos e de segurança social, foram entregues 33 mil documentos. Diáriamente, o Consulado tem vindo a disponibilizar cerca de 200 marcações para efei-

tos de passaporte e cartões de cidadão tendo na sua agenda dias dedicados a quem faz o seu agendamento online para titulares de Chave Móvel Digital. Com a abertura ao Sábado das 7.30 até ás 13.30 (para emissão de passaportes e cartões de cidadão), o Cônsul Geral de Portugal em Londres refere que “foi possível reduzir o prazo de atendimento para 15 dias mediante agendamento prévio”. Na reunião, Luis Leandro da Silva referiu ainda que está a decorrer o processo de concurso para admissão de mais cinco novos assistentes técnicos que visam reforçar a capacidade de atendimento com

o objetivo de emitir 60 mil cartões de cidadão e passaportes em 2023. Na reunião entre o conselho e o Cônsul, foram ainda abordadas temáticas sobre o relacionamento entre o Consulado e a Comunidade como a divulgação da Chave Móvel Digital, a participação dos portugueses na dinâmica eleitoral britânica, o apoio ao associativismo, Ensino do Português e as presenças consulares. Para quem se desloca ao Consulado para efeitos de emissão do Cartão de Cidadão, caso o envio seja pedido pelo correio, fica a informação de que dispõe de um ano para passar nas instalações do Consulado sem necessidade

The London consular area, which extends from the south of England to the north of London for the whole of East Anglia district, has nine members, at least seven of whom are residents in London, and only one member is from East Anglia District. The new council met with Consul Luis Leandro da Silva who detailed the Consulate’s activity in 2022 and presented “prospects for 2023”. Throughout 2022, the Consulate carried out around 110,000 consular acts, including 42,000 citizen cards and passports, 8,000 visas, 7,000 civil registration acts, and 2,000 notary acts. In addition, to support in the areas of legal support and social security, 33 thousand of documents were delivered. Daily, the Consulate has been making around 200 appointments available for passport and citizen card purposes, having in its agenda days dedicated to those who make their online appointments for Digital Mobile Key holders. Opening on Saturdays from

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7.30 am to 1.30 pm (for issuing passports and citizen cards), the General Consul of Portugal in London says “it was possible to reduce the waiting service period to 15 days by prior appointment”. At the meeting, Luis Leandro da Silva also mentioned that the “tender process for the admission of five new technical assistants is underway, with the aim of strengthening service capacity with the aim of issuing 60,000 citizen cards and passports in 2023”. In the meeting between the council and Luis Leandro da Silva, topics were also discussed about the relationship between the Consulate and the Community, such as the dissemination of the Digital Mobile Key, the participation of the Portuguese in the British electoral dynamics, support for associative portuguese unions in the UK, Portuguese Language Teaching and the rotative consulate presence. For those who go to the Consulate for the purpose of issuing the Citizen Card, if the sending is requested by mail, please be informed that you have one year to go to the Consulate without the need to book an appointment to activate the Citizen Card received by mail. If within one year, the Citizen Card is not activated at the Consulate, it will be necessary to issue a new card. When activating your Citizen Card, take the opportunity to activate the Digital Mobile Key that will allow you to access many services on the online system.


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Filme “Great Yarmouth” de Marco Martins estreou a 16 de março O filme “Great Yarmouth - Provisional Figures”, uma ficção de Marco Martins a partir de histórias da vida de emigrantes portugueses no Reino Unido, estreou nos cinemas portugueses a 16 de março, revelou a produtora.

The movie “Great Yarmouth” by Marco Martins premiered on March 16th The film “Great Yarmouth - Provisional Figures”, a fiction by Marco Martins based on stories of the lives of Portuguese migrants in the United Kingdom, premiered in Portuguese cinemas on March 16, revealed the producer. LUSOS Londres

“Great Yarmouth - Provisional Figures”, produzido pela Uma Pedra no Sapato, é o filme que resulta de cinco anos de trabalho de campo de Marco Martins, com atores e não atores, na comunidade de Great Yarmouth, uma vila da Costa Este de Inglaterra, para onde dezenas de portugueses emigraram em busca de trabalho em fábricas de processamento alimentar. “O que existe dentro do filme é uma recriação a partir de relatos. É um produto da minha observação, da minha imaginação e dos relatos”, explicou Marco Martins à agência Lusa, em setembro passado, quando o filme se estreou no festival de cinema de San Sebastian, em Espanha. A longa-metragem é um objeto artístico distinto da peça de teatro que Marco Martins encenou, com a participação daquela comunidade da vila britânica e com a mesma temática, já estreada em palco tanto no Reino Unido como em Portugal, em 2018. O filme centra-se em Tânia (a atriz Beatriz Batarda), uma portuguesa que serve de intermediária para contratar emigrantes portugueses, para um matadouro de perus, e para os instalar em habitações precárias e sem condições, enquanto sonha em mudar de vida e dedicar-se ao turismo para idosos. “Great Yarmouth - Provisional Figures” conta ainda com desempenhos de Rita Cabaço, Nuno Lopes, Romeu Runa, Kris Hitchen e Peter Caulfield, entre outros. Marco Martins trabalha em cinema, audiovisual, publici-

dade, teatro, sendo autor de filmes como as ficções “Alice” (2005) e “Como desenhar um círculo perfeito” (2009), os documentários “Jorge Salavisa – Keep Going” (2011) e “Um corpo que dança – Ballet Gulbenkian 1965-2005” (2022) e a série televisiva “Sara” (2018). Diretor artístico do projeto Arena Ensemble, que cofundou em 2007, Marco Martins já encenou, por exemplo, a peça “Baralha”, baseada em textos de William Shakespeare e desenvolvida com a comunidade cigana, e “Estaleiros”, a partir de textos de Samuel Beckett, com a participação de trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo.

“Great Yarmouth - Provisional Figures”, produced by Uma Pedra no Sapato (A stone in the shoe), is the result of five years of fieldwork by Marco Martins, with actors and non-actors, in the community of Great Yarmouth, a village on the East Coast of England, where dozens of Portuguese emigrated in search of work in food processing factories. “What exists inside the film is a recreation based on reports. It is a product of my observation, my imagination, and the re-

ports”, explained Marco Martins to the Lusa agency, last September, when the film premiered at the film festival of San Sebastian, Spain. A feature film is an artistic object distinct from the theatre play that Marco Martins staged, with the participation of that British village community and with the same theme, already premiered on stage both in the United Kingdom and in Portugal, in 2018. The film focuses on Tânia (the actress Beatriz Batarda), a Portuguese woman who is an intermediary to hire Portuguese emigrants, to a turkey slaughterhouse, and to install them in precarious and poor housing, while she dreams of changing her life and dedicating herself to turning to tourism for the elderly. “Great Yarmouth - Provisional Figures” also features performances by Rita Cabaço, Nuno Lopes, Romeu Runa, Kris Hitchen, and Peter Caulfield, among others. Marco Martins works in cinema, audio visual, advertising, and theatre, being the author of films such as the fiction “Alice” (2005) and “How to draw a perfect circle” (2009), the documentaries “Jorge Salavisa – Keep Going” (2011) and

“A body that dances – Ballet Gulbenkian 1965-2005” (2022) and the television series “Sara” (2018). Artistic director of the Arena Ensemble project, which he co-founded in 2007, Marco Martins has staged, for example, the play “Baralha”, based on texts by William Shakespeare and developed with the gypsy community, and “Estaleiros”, based on texts by Samuel Beckett, with the participation of workers from the Viana do Castelo shipyards.


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Alírio Netto a voz dos Queen Extravaganza Alírio Netto começou a sua relação com musica perto dos catorze anos de idade e aos 46 anos, este brasileiro de Santa Catarina, roça o estrelato ao integrar a banda tributo oficial dos Queen Extravaganza.

Alirio Netto the voice of Queen Extravaganza Alirio Netto began his relationship with music around the age of fourteen and at the age of 46, this Brazilian from Santa Catarina is on the verge of stardom by joining the official Queen tribute band, Extravaganza. LUSOS Londres

A viver em Madrid por força de uma relação que tem com a esposa, igualmente intérprete, Alírio Netto é um peito cheio de profissionalismo e responsabilidade. “Eu nem queria acreditar quando me encontrei com Brian May e Roger Taylor que me con-

vidaram para integrar a banda tributo oficial dos Queen” – revela ao nosso jornal. Começou por uma banda de colégio a voz que dá voz a Freddie Mercury nos palcos de muitos lugares do mundo. Fomos ver a sua prestação em Londres, em Hammersmith e voltamos deslumbrados pela sua capacidade interpretativa mas ao mesmo

tempo pelo seu trato humano. Tinha nove anos quando decidiu que haveria de ser um profissional da musica e ao longo da carreira aprendeu sobre os mais diversos espaços musicais. Passou pela ópera aos 17 anos e no Jesus Chryst Superstar no México, foi Cristo e Judas, no desempenho de dois diferentes papéis. Como músico, afrma a rir que toca piano e guitarra embora “nenhum deles de forma perfeita” como se fosse possível ser perfeito e musico ao mesmo tempo. Depois dos “covers” que fazia na infância, passou a ser notado como o génio que hoje assume. De aluno, passou a professor e hoje conta com mais de seis mil alunos que passaram pelo seu ensinamento na arte de usar a voz. “Nós somos a ferramenta que se diverte no palco para divertir o público” revela o cantor que veste a pele do vocalista de uma das mais famosas bandas musicais do mundo de todos os tempos. Em 2017, recebeu o convite para integrar a banda de tributo aos Queen, Extravaganza e não esconde o orgulho por fazer parte desta seleção. Passa pelo teatro, envolve-se na música e desafia destinos. “Somos atletas da voz” afirma para catalogar a banda de que faz parte. Se não tivesse enveredado pela música, teria escolhido o futebol e de forma mais serena poderia até ser veterinário pela sua paixão pelo mundo animal. A dividir a vida entre o Brasil e Espanha e o resto do mundo, afirma que correr é a forma que encontra para combater a pressão da agenda. No palco, precisa de poucos minutos para mostrar um

cabelo suado de genialidade e esforço. “Fazemos de tudo para divertir as pessoas que deixam o conforto da sua casa para estar connosco naquilo que naquele momento é a nossa casa” – deixa cair na entrevista numa demonstração do respeito que tem pelo público. Ao longo de dois meses e com uma agenda com mais de 36 shows, Alírio Netto assume que a pressão lhe dá mais alegria que cansaço. No final do espetáculo, quando a banda já se retirou, o público não perdoa e pede mais. E mais e mais e mais. A banda volta ao palco e aos instrumento e vem a apotease de duas músicas que não foram cantadas durante o concerto. Bohemian Rhapsody e We are the champions. As quatro mil pessoas presentes não resistem e explodem como se de repente, o palco deixasse de estar no lugar certo e mudasse de lugar para onde estão as cadeiras e o público. “Quando entro no palco vou de óculos escuros e procuro encontrar as pessoas mais ativas. Quando tiro os óculos olho para essas pessoas, olhos no olhos e deixo o desafio para fazerem o show connosco e a partir daí deixamos o contágio acontecer” - Revela. São dois os vocalistas que dão corpo e continuidade ao ídolo que foi vocalista dos Queen, Fredy Mercury. Há competição ou rivalidade? Perguntamos. “Não. Há cumplicidade” – Rematou. Um show a ver, repetir e chorar por mais.

Living in Madrid because of a

relationship with his wife, who is also an interpreter, Alírio Netto is a chest full of professionalism and responsibility. “I couldn’t believe it when I met Brian May and Roger Taylor who invited me to join the official Queen tribute band” – he said to our newspaper. It started with a high school band, the voice that gives voice to Freddie Mercury on stages in many places around the world. We went to see him perform in London at Hammersmith and came back dazzled by his interpretive capacity but at the same time by his human approach. He was nine years old when he decided that he would become a professional music and throughout his career, he learned about the most diverse musical styles. He went through opera at age 17 and in Mexico at the Jesus Christ Superstar show, he was Christ and Judas, performing two different roles. As a musician, he says with a laugh that he plays piano and guitar although “neither of them is perfect” as if it were possible to be perfect and a musician at the same time. After the “covers” that he did in childhood, he started to be noticed as the genius that he assumes today. From a student, he became a teacher and today he has more than six thousand students who have gone through his teaching the art of using the voice. “We are the tool that has fun on stage to entertain the audience” reveals the singer who plays the lead singer of one of the most famous music bands in the world


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of all time. In 2017, he received an invitation to join the Queen Tribute band, Extravaganza, and he does not hide his pride in being part of this selection. He goes through the theatre, gets involved in music, and challenges destinies. “We are voice athletes,” he says to catalog the band he is part of. If he hadn’t turned to music, he would have chosen to be football player and, in a more relaxing way, he could even become a veterinarian due to his passion for the animal world. Dividing his life between Brazil and Spain and the rest of the world, he says that running is the way he finds to fight the pressure of his schedule. On stage, he needs a few minutes to show a sweaty hair of genius and effort. “We do everything to entertain people who leave the comfort of their home to be with us in what is our home at that moment” – he drops in the interview in a demonstration of the respect he has for the public. Over two months and with a schedule of more than 36 shows, Alírio Netto assumes that the pressure gives him more joy than fatigue. At the end of the show,

when the band has already left, the public does not forgive and asks for more. And more, and more, and more. The band returns to the stage and the instruments, and comes the apotheosis of two songs that were not sung during the concert. Bohemian Rhapsody and We are the champions. The four thousand people present cannot resist and explode as if, suddenly, the stage is no longer in the right place and has moved to where the chairs and the audience are. “When I go on stage,

I wear sunglasses and try to find the most active people. When I take off my glasses I look at these people, eye to eye and I leave the challenge for them to do the show with us, and from there we let the contagion happen” - Say. There are two vocalists who give body and continuity to the idol who was the lead singer of Queen, Fredy Mercury. Is there competition or rivalry? We asked. “No. There is complicity” – He concluded. A show to see, repeat, and cry for more.

Grupo Wagner. O embrião?

uma em conjunto, possa invadir um qualquer país e neste caso, deixa de haver uma invasão de um país por parte de outro mas sim a invasão de um país por parte de uma empresa ou conjunto de empresas. Isto seria o regresso à escravidão.

Até ha pouco tempo, ser militar era pertencer ao quadro de pessoal do Estado de um País. Com o aparecimento do Grupo Wagner, abre-se um precedente perigoso. Forças Armadas privadas e mesmo assim oficiais por acordos com os governos.

Wagner Group. The embryo? Until recently, being in the military army meant belonging to the staff of the State of a Country. After the Wagner Group, a dangerous precedent was set. Private and yet official Armed Forces by agreements with governments LUSOS Londres

No caso do Grupo Wagner, as alianças são sobretudo com a Rússia, a Síria e a Líbia para combater principalmente a Ucrânia e o ISIS (Estado Islâmico). Para tanto, é entendível que o Grupo Wagner é uma empresa privada de mercenários que está disponível para ser contratada por qualquer nação. Além do recrutamento internacional, o Grupo Wagner conseguiu um acordo com Putin para recrutar presidiários a troco de dinheiro e de liberdade com algumas condições como um tempo mínimo de atividade no teatro de guerra. São estes ex-presidiários e agora militares que são destacados para a linha

da frente onde se regista o mais elevado número de baixas por ferimento e morte. Este precedente, abre caminho a um novo tipo de negócio que pode proliferar um pouco por todo o Mundo. Empresas de recrutamento, formação e fornecimento de mercenários. A deixar crescer esta atividade, facilmente se supõe que qualquer investidor pode, em qualquer momento, criar a sua própria empresa deste segmento e adquirir equipamento militar passando assim a dispôr de recursos humanos e equipamento de guerra. Parece uma ideia aterradora. Também os Estados Unidos na Guerra do Iraque, recorreu a empresas de fornecimento de mercenários e acredita-se que nas zonas de conflito esta práti-

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ca já esteja generalizada. Os países podem, através desta estratégia, reduzir o seu quadro de militares e a despesa na industria da Defesa. Sobretudo os custos de vidas perdidas. Por outro lado, as empresas de mercenários, correm sério risco de terem um crescimento exponencial o que torna a situação ainda mais perigosa. A acrescentar a esta ideia futurista, podemos ainda pensar (apenas pensar), que muitos destes mercenários, podem um dia ser construídos em fábricas de robôs. Num exercício de ficção, levamos ao extremo a possibilidade de num futuro que não será muito longo, uma qualquer empresa de mercenários ou mais do que

In the case of the Wagner Group, alliances are mainly with Russia, Syria, and Libya to fight mainly Ukraine and ISIS (Islamic State). To this end, it is understandable that the Wagner Group is a private mercenary company that is available for hire by any nation. In addition to international recruitment, the Wagner Group reached an agreement with Putin to recruit prisoners in exchange for money and freedom with certain conditions such as a minimum time of activity in the war theatre. It is these ex-convicts and now soldiers who are deployed to the front line where the highest number of casualties by injury and death is recorded. This precedent paves the way for a new type of business that can proliferate all over the world. Companies recruit, train, and supply mercenaries. Letting this activity grow, it is easily assumed that any investor

can, at any time, create his own company in this segment and acquire military equipment, thus having human resources and war equipment. Sounds like a terrifying idea. In the Iraq War, the United States also resorted to mercenary supply companies and it is believed that in conflict zones this practice is already widespread. Countries can, through this strategy, reduce their military staff and expenditure on the Defense industry. Especially the cost of lost lives. On the other hand, mercenary companies are at serious risk of exponential growth, which makes the situation even more dangerous. Adding to this futuristic idea, we can still think (just think), that many of these mercenaries may one day be built in robot factories. In an exercise of fiction, we take to the extreme the possibility that in a future that will not be very long, any company of mercenaries, or more than one together, may invade any country and in this case, there is no longer an invasion of a country by part of another but the invasion of a country by a company or group of companies. Would this be the return to slavery?


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Jorge Aragão arrasou em Londres

O autor e intérprete brasileiro de samba Jorge Aragão visitou Londres na sua tornet europeia tendo esgotado a lotação do Islington Assembly Hall para um público pleno de entusiasmo. Aos 74 anos de idade, o cantor levou o público ao rubro ao cantar diversos temas da sua longa carreira e que o público conhece bem.

Jorge Aragão rocked in London

Brazilian samba author and performer Jorge Aragão visited London on his European tour, having sold out the Islington Assembly Hall to an enthusiastic audience. At the age of 74, the singer led the audience to the brink of singing several songs from his long career which the public well knows. LUSOS Londres

Na entrevista coletiva para os vários jornalistas presentes, Jorge Aragão deixou saber a sua sensibilidade para as tecnologias e a previsão para o show desse dia e do dia seguinte que se realizou em Dublin, na Irlanda. O cantor é também o autor de muitas músicas que fazem parte do repertório de vários intérpretes no Brasil. “Não escrevo por encomenda. Uma música pode ser escrita num único dia ou pode levar um ano a ser escrita e depois se houver alguém que goste de cantar esse tema é um complemento” – afirmou o cantor. Sobre a sua relação com o público, Jorge Aragão refere que “a energia que é transferida a partir do palco é recebida de volta. É o combustível de cada espectáculo que levo para casa”. Já sobre a sua performance para subir ao palco depois de tantos anos, o cantor cede e neste caso, cede a ele mesmo. “Muitas vezes saio de casa disposto a chegar ao palco para pedir desculpa ás pessoas por não estar na melhor forma para fazer o meu trabalho mas depois de duas ou três canções essa vontade desaparece e vem a vontade de seguir cantando.

É com esta energia que Jorge Aragão chega ao palco para afirmar que “o amor fala mais alto”.

At the press conference for many journalists, Jorge Aragão made known his sensitivity to technologies and the forecast for the show for that day and the next day, which took place in Dublin, Ireland. The singer is also the author of many songs that are part of the repertoire of several singers in Brazil. “I don’t write by order. A song can be written in a single day or it can take a year to write and then if there is someone who likes to sing that theme, it is a complement” – said the singer. About his relationship with the audience, Jorge Aragão says that “the energy that is transferred from the stage always back. It’s the fuel I take home from each show”. As for his performance to go on stage after so many years the singer gives in and in this case, he gives in to himself. “Many times I leave my house willing to get on stage to apologize to people for not being in the best shape to do my job but after two or three songs that desire disappears and the desire to keep singing comes. It is with that energy that Jorge Aragão arrives on stage to say that “love speaks louder”.


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Greve de 13 dias em abril nosconsulados e missões de Portugal noestrangeiro O sindicato dos trabalhadores da administração pública no estrangeiro convocaram uma greve de 13 dias no mês de abril contra a ausência de respostas a questões “fundamentais”, a qual acredita que irá causar “um caos ainda maior nos consulados”.

13-day strike in April at Portuguese consulates and missions abroad The union of public administration workers abroad called a 13-day strike in April against the lack of answers to “fundamental” questions, which it believes will cause “even greater chaos in consulates”. LUSOS Londres

“Começámos as negociações de boa maneira”, disse à agência Lusa a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas no Estrangeiro (STCDE), que decretou a greve para os dias 03, 04, 05, 06, 10, 11, 12, 13, 17, 18, 19, 20 e 24 de abril nos postos consulares, missões diplomáticas e centros culturais do instituto Camões no estrangeiro. Segundo Rosa Teixeira Ribeiro, após várias reuniões com representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros, as duas contrapropostas que o sindicato apresentou para a revisão das tabelas salariais ficaram sem resposta. Isto apesar de o sindicato ter “concordado com os montantes propostos para 70% dos países e elencando as discordâncias”. “A última contraproposta foi apresentada em 31 de janeiro, há mais de seis semanas. Não se compreende como um processo tão bem acompanhado,

de repente se encontra nesta fase em que nem sequer há uma resposta”, lamentou. A sindicalista alega que este é “um protesto contra a ausência de resposta” e por não terem sido ainda publicados “textos que estavam negociados, consensualizados” - tal como o novo mecanismo de correção cambial e a regulamentação dos trabalhadores do instituto Camões no estrangeiro. “Ficámos chocados porque tivemos uma reunião no dia 13 de fevereiro sobre a ausência de proteção social, em que pretendiam remeter a discussão destas questões para o fim das negociações. A proteção social não é negociável, estes assuntos têm de ser tratados em paralelo”, disse. Para Rosa Teixeira Ribeiro, a situação nos postos consulares “está incomportável” e os concursos que estão a ser abertos apresentam “remunerações que não são atrativas”. Por outro lado, disse, caiu “muito mal” ao sindicato o facto de todos os trabalhadores da administração publica em Portu-

gal terem tido uma atualização salarial, que não foi aplicada aos que trabalham no estrangeiro. “Não podemos ser considerados funcionários de segunda. Somos de primeira. Não aceitamos os discursos de que as frentes governamentais têm muito trabalho com a educação e a saúde. Somos os únicos trabalhadores da administração pública do estrangeiro completamente esquecidos”, disse. Rosa Teixeira Ribeiro garante que a greve só não avançará se for publicado o novo mecanismo de correção cambial, a regulamentação dos trabalhadores do instituto Camões no estrangeiro e a resposta à contraproposta sindical. “Vamos para a greve. Temos a consciência de que a nossa greve, num período destes (...) vai trazer constrangimento às comunidades porque é um período em que precisam dos postos”, disse, acrescentando: “Os postos fechados quatro dias por semana vai ser um caos ainda maior, mas é a única forma de nos fazermos ouvir”.

“We started the negotiations in a good way”, told the Lusa agency the secretary general of the Union of Consular Workers and Diplomatic Missions Abroad (STCDE), who decreed the strike for the 3rd, 4th, 5th, 6th, 10th, 11th. , 12, 13, 17, 18, 19, 20 and 24 April at consular posts, diplomatic missions and cultural centers of the Camões Institute abroad. According to Rosa Teixeira Ribeiro, after several meetings with representatives of the Ministry of Foreign Affairs, the two counter-proposals that the union presented for the revision of salary tables went unanswered. This despite the union having “agreed with the proposed amounts for 70% of the countries and listing the disagreements”. “The last counter-proposal was presented on January 31, more than six weeks ago. It is hard to understand how such a well-monitored process suddenly finds itself at this stage where there is not even an answer”, she lamented. The unionist alleges that this

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is “a protest against the lack of response” and because “texts that were negotiated, consensual” had not yet been published - such as the new exchange rate correction mechanism and the regulation of Camões institute workers abroad. “We were shocked because we had a meeting on the 13th of February on the absence of social protection, in which they intended to refer the discussion of these issues to the end of the negotiations. Social protection is not negotiable, these issues have to be dealt with in parallel”, he said. For Rosa Teixeira Ribeiro, the situation at consular posts “is unbearable” and the tenders that are being opened present “remunerations that are not attractive”. On the other hand, she said, it fell “very badly” to the union the fact that all public administration workers in Portugal had a salary update, which was not applied to those working abroad. “We cannot be considered second-rate employees. We are first-rate. We do not accept the discourse that government fronts have a lot of work to do with education and health. We are the only public administration workers abroad that are completely forgotten,” she said. Rosa Teixeira Ribeiro guarantees that the strike will not go ahead unless the new exchange rate correction mechanism is published, the regulation of Camões institute workers abroad and the response to the trade union counter-proposal. “We are going on strike. We are aware that our strike, in a period like this (...) will bring embarrassment to the communities because it is a period in which they need the posts”, he said, adding: “The posts closed four days a week will be even more chaos, but it’s the only way to make ourselves heard”.


The Shell a dobrar

A marisqueira The Shell abriu a sua segunda unidade no centro financeiro de Londres em Cannary Warf. O restaurante teve o seu início 2020 no início da pandemia covid 19 perto de Russel Square na Southampton Row no centro de Londres.

The Shell Seafood Restaurant folded in London Seafood restaurant The Shell has opened its second location in London’s financial district in Canary Warf. The restaurant had its 2020 start at the same time start of the covid 19 pandemic near Russel Square on Southampton Row in central London.

Londres

Ao finalizar a sua visita, Marisa Harrison confessou. “Recomendo”.

A equipa integra vários portugueses que tem feito as delícias da comunidade portuguesa que finalmente encontra em Londres a oportunidade de degustar marisco à moda portuguesa. A marisqueira chamou a atenção da RTP (Rádio Televisão Portugal) que fez uma reportagem sobre o restaurante onde encontrou vários portugueses presentes para além de pessoas de várias outras nacionalidades. “Os portugueses sabem tratar bem o marisco” – Disse Joel Pascoal à RTP. “É didifil encontrar uma marisqueira que sirva marisco com qualidade como este. Experimentei e prometo voltar” – Disse Marisa Harrison depois de ter experimentado visitar o The Shell Seafood Restaurant para acrescentar: É dificil encontrar em Londres um restaurante que sirva marisco com esta qualidade”.

The staff includes several Portuguese people who have been delighting the Portuguese community, which finally finds the opportunity to taste seafood in the Portuguese way in London. The seafood restaurant caught the attention of RTP (Radio Television Portugal) which did a report on the restaurant where it found several Portuguese presents in addition to people of various other nationalities. “The Portuguese know how to treat shellfish on a best way” – Joel Pascoal told. “It’s hard to find a seafood restaurant that serves seafood with quality like this one. I tried it and I promise to come back” – Said Marisa Harrison after having visited The Shell Seafood Restaurant added: “It is hard to find a restaurant in London that serves seafood of this quality”. Joaquim Pinto, also present at the restaurant with a group of

LUSOS

Joaquim Pinto, também presente no restaurante com um grupo de amigos, afirmou: “Estamos sem palavras” referindo o serviço e a qualidade e quantidade de comida servida em largas travessas. Já Sérgio Campos, natural da Azambujeira do Mar, afirmou sentir-se “em casa” perante a porção e diversidade de mariscos. Mas não são apenas os portugueses. Sasha Haly da Indonésia afirmou estar maravilhada. “Um fantástco

restaurante” – afirmou. Apresentação e quantidade, são os principais argumentos que fazem deste um dos restaurantes preferidos pelos portugueses que são conhecidos por serem grandes apreciadores de marisco. “Quando dizemos que somos portugueses é um plus para os clientes” diz Joel Pascoal que trabalha em equipa com o chefe Luis Serrano que comanda a cozinha.

friends, said: “We are speechless”, referring to the service and the quality and quantity of food served on large platters. Sérgio Campos, a native of Azambujeira do Mar (Portugal), said he felt “at home” with the portion and diversity of seafood. But it’s not just the Portuguese. Sasha Haly from Indonesia, said she was in awe. “A fantastic restaurant” – She said. Presentation and quantity are the main arguments that make this one of the restaurants preferred by the Portuguese who are known to be great seafood lovers. “When we say we’re Portuguese, it’s a plus for customers,” says Joel Pascoal, who works in a team with chef Luis Serrano, who runs the kitchen. At the end of her visit, Marisa Harrison confessed. “I recommend”.


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