Palop News edi 047 Junho 2015

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Edição 047

Edição nº 47 Junho 2015 | Tiragem 10.000 cópias | Distribuido em mais de 200 pontos

Carta ao Ministro da tutela da imigração Ilustre português a residir em Londres escreve a Ministro. Principal visada, é Joana Gaspar, Cônsul de Portugal em Londres. No limiar do insulto

PCC 3 anos de actividade Centro Comunitário Português (PCC) em Lambeth em balanço de 3 anos de actividade. O que é? Para que serve? Onde está?

Dia de Portugal persegue história de 40 anos A Comunidade Portuguesa insiste em manter a festa. Prognósticos, só depois do evento.Guia do evento nas páginas centrais

Investidores defraudados Empresário português no UK deixa rastro comercial de fraude e engano. Conhecido pela dinâmica dos seus projectos, colecciona na comunidade um prestígio pouco recomendável.

Movimento associativo no Reino Unido Onde está que não se vê? Crónica de opinião

Burla no emprego Agência de emprego procura portugueses incautos e factura em cima do engano ao cidadão


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Propriedade AFA Associados Alcino G. Francisco London Contacto +44 (0)7475525677

Direcção Geral: Alcino G. Francisco Alcino.g.francisco@gmail.com Direcção Financeira: Maria Emília Leite dir.financeiro@palopnews.com Direcção de comunicação: dir.comunicacao@palopnews. com Departamento Comercial: Manuel Gomes dep.comercial@palop news.com Redacção Chefe de Redacção: amgfrancisco@gmail.com Vice Director: joel.gomes@palopnews.com Revisão: Eunice.Pereira@palopnews.com Fotografia: Bruno Ribeiro/ Ludgero Castanho Direcão Criativa: Lidia Pais Edição e Design Gráfico: redhenrydesigns.com Distribuição Power Ltd - Londres Impressão Webprint - Londres Design Publicidade redhenrydesigns.com Website www.palopnews.com http://palopnews.blogspot.com Edição online João Domingos— JadHost Informática Caderno Angola Lengaluca Sampaio Fontes Agência Lusa - Portugal Correspondentes Portugal Liliana Ferreira(Porto) Vítor Martins (Lisboa) Carlos Damásio (Lisboa) Carlos Monteiro (Lisboa) S. Paulo - Brasil Jandirlea Oliveira Maputo - Moçambique Traquinho da Conceição Cidade da Praia - Cabo Verde Óscar Vendaval Luanda - Angola Fernando Barros Londres - UK Maria Clara Resendes Cronistas Cronistas Lukie Gooda, Paulo Pisco, Maria Leonor Bento, Maggie João, João Botas, Manuel Gomes Claudia Oliveira Nguvulo António Justo

ROTEIRO Demoramos cerca de um ano até tomarmos a decisão de desistir da versão de papel de forma regular mensalmente como foi hábito durante 6 anos. Entendemos que a nossa versão online reúne um maior numero de leitores e uma maior capacidade de interagir com o público que nos escolhe. Através do nosso portal web, ficamos mais próximos que quem nos lê e num simples clique podemos melhor servir esse imenso público que apoia a forma como escrevemos a informação. O detalhe mais dorido deste decisão, é a saudade imensa que temos pelo cheiro da tinta e do papel numa mistura que nos desperta os sentidos de uma forma que a tecnologia não proporciona. Por isso, decidimos que ao longo do ano haverá duas edições em formato de papel. Junho, para acompanhar o Dia de Portugal e Dezembro para o fecho do ano e recepção á Quadra Natalícia. Ao mesmo tempo, podemos sempre fazer dois balanços anuais que possam registar as mudanças da Comunidade e aquilo que de mais importante vai acontecendo.

O mais importante, é chegar a um cada vez maior numero de pessoas garantindo ao mesmo tempo uma informação isenta e onde o jornalismo não seja usurpado por interesse a que o próprio jornalismo é alheio. Para o roteiro desta edição, destacamos as nossas reportagens sobre os esquemas de fraude que visitam a comunidade, seja na forma de projectos, seja na forma de fraude de forma a que todos estejam avisados dos riscos que correm. Aproveitamos também para aplaudir o que de melhor se vai fazendo na Comunidade com o esforço de todos os que contribuem para ampliar os nossos horizontes. O mais importante porém, nesta edição, será o evento do Dia de Portugal como símbolo da portugalidade de quem um dia escolheu viver no Reino Unido. Por Portugal.

CORREIO DOS LEITORES Deixamos aqui o nosso obrigado a todas as pessoas que têm sido capazes de nos escrever, de nos apoiar e criticar. Todas as mensagens são respondidas embora nem todas no jornal. Obrigado de novo e continuem a escrever-nos. Muitos jornais recebem cor-respondência dos seus lei-tores.

O mais de um milhar de mensagens que temos registadas no nosso portal web, provam bem o volume de leitores que nos acompanha sem espaço para qualquer sombra de dúvidas. Outra das afirmações que podemos fazer, é que todas as mensagens que nos são depositadas no portal web são respondidas. Nenhum outro meio no Reino Unido pode repetir as nossas palavras. Cumpre-nos assim agradecer aos nossos leitores que confiam na equipa do PaLOP News e aos nossos colaboradores que têm sido inexcedíveis nas respostas que têm fornecido. Se nesta edição especial encontrar matéria que lhe mereça um comentário, uma dúvida, uma critica ou elogio, por favor visite palopnews.com e lá encontrará todas as matérias aqui publicadas. Até lá, aceite por favor o nosso muito obrigado por ser nosso leitor.

EDITORIAL

Existem momentos na vida que nos exigem decisões. As mais difíceis, exigem ponderação, por vezes, longos períodos de reflexão e um vai e volta muitas vezes balançado para onde queremos e para onde devemos. O conteúdo desta edição, passou muito pelo índice a saber que devemos publicar mesmo aquilo que não queremos. Porque nos desgosta, porque teremos outras preferências, porque a nossa vontade e desejo é muito outro que não aquele (este). Depois de toda esta ponderação, acabamos por decidir publicar as matérias apresentadas nas páginas seguintes. Se há assuntos que nos dão prazer escrever e trabalhar para eles, outros há, que gostávamos pudessem ser outros. Esprememos a Comunidade na recolha de conceitos, de opiniões, até mesmo de conselhos e pesado no seu conjunto, decidimos publicar não o que queremos mas aquilo que temos obrigação de publicar num compromisso para lá dos conhecimentos pessoais, para lá das ameaças veladas, para lá das histórias que urgem de mudança. Estamos crentes que o nosso compromisso com a Comunidade Portuguesa, com a profissão e com a consciência, são mais apertados do que o desfraldar de histórias que resultam em benefício ou em prejuí-zo de muitos. Assim, decidimos aplaudir o que encontramos de bom e denunciar o que na perspectiva dos nossos leitores, é um prejuízo colectivo. Com um aumento crescente da Comunidade Portuguesa no Reino Unido, começam já a ver-se algumas diferenças no comportamento de pessoas que pensavam poder continuar a usufruir de liberdades que nunca lhes foram concedidas. A Comunidade está a mudar, para melhor, mesmo que algo tarde. Depois? Bom, depois, é Dia de Portugal no Reino Unido seja lá onde quer os portugueses se encontrem.



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Dia de Portugal 39 anos de história Foi quando a Comunidade Portuguesa ainda era diminuta e se registavam ainda poucos portugueses a viver em Londres que aconteceu o primeiro Dia de Portugal UK. Palop News Londres

A informação mais antiga que conseguimos apurar, relata o ano de 1976 como tendo sido a edição

nº 1 o que na prática significa 39 anos de actividade. Na época, o movimento associativo, era ainda uma referência que unia as pessoas em torno do objectivo do convívio entre os por-

tugueses ainda recentemente imigrados em Londres. Rezam as histórias mais antigas, que o embrião do evento, terá nascido de um primeiro convívio realizado num hotel. Perante a adesão ao evento, os líderes associativos pela batuta do Vice-Cônsul Adjunto José Amador, decidiram passar o evento para um espaço ao ar livre. Se bem o pensaram, melhor o fizeram. Nas pessoas que entrevistamos, descobrimos que nem sempre o Dia de Portugal aconteceu em Kennington Park como muitos pretendem fazer crer. Richmond, Putney e Battersea, foram três dos espaços que viram o Dia de Portugal acontecer e o mesmo Streatham Park que o evento escolheu para 2015, foi já o seu palco principal no ano de 2009 pela mão do Conselheiro António Cunha e com a presença do artista Herman José. Os artistas a residir no Reino Unido, têm-se mantido fieis ao compromisso do evento e mostrado a sua disponibilidade quer para atuar no evento, quer mesmo para trabalhar nos eventos menores de angariação de fundos que geralmente antecedem o evento.

Os artistas, sempre se revelaram um dos principais suportes para que o evento pudesse acontecer e nas primeiras edições, tudo era feito com ―a prata da casa‖ dos artistas a residir em Londres. Mais tarde, com a evolução do evento, começaram a ser contratados artistas expressamente a chegarem de Portugal e por Londres passaram os maiores nomes da musica portuguesa. Do que não existem registos reais, é dos anos em que a festa não aconteceu embora tenha sido possível apurar que nos anos mais recentes, tenha havido pelo me-nos dois anos em que o evento não aconteceu. Um desses anos, foi em 2014 por razões que a organização explicou e que foi amplamente divulgada nos jornais comunitários. Pese embora se trate de um evento que podemos classificar de regular, O Dia de Portugal em Londres nem sempre teve resultados isentos de críticas. Na ―vox populis‖ da Comunida-de, um rol de histórias mal conta-das e de contabilidades ocultas deixam um rastro nauseabundo de um prestígio duvidoso.

Já no ano de 2015, o Lambeth Council (Município) fez emitir uma carta em nosso poder que revela uma dívida no valor de £6.250.00 (Ver página 5) Contactamos a Organização desse ano que se escusa a comentar o assunto. Existem no entanto outras fontes por nós contactadas que referem que este assunto não tem lugar de existir uma vez que o próprio Município terá assumido essa despesa. Para todos os efeitos, o cliente mencionado na referida carta, é o ―Dia de Portugal e Comunidades Portuguesas‖. Este, é o tipo de situações que alegadamente tem vindo a acontecer ao longo dos anos sem que isso contudo chegue ao conhecimento do público. ―Perdi demasiado dinheiro com o Dia de Portugal‖ - revelou um dos organizadores do ano de 2012. Um outro membro da mesma Organização, refere ter perdido ―mais de 10 mil libras por me ter envolvido no evento”. Por entender, fica o facto de o evento ter um orçamento de cerca de uma centena de milhares de libras e deixar para trás o género de episódios que hipoteca o nome de toda a Comunidade.. Num esforço de sobrevivência, o


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Dia de Portugal e as suas diversas organizações, têm continuado a merecer por parte de alguns membros destacados da Comunidade, críticas desfavoráveis e outras favoráveis pelo facto de terem feito a festa acontecer.. A verdade, é que poucos se têm voluntariado para apoiar e aplaudir quem se esforça para que o evento aconteça ao longo dos anos em que, bem ou mal a ―Festa dos Portugueses‖ tem acontecido. Para 2015, a Organização decidiu trabalhar em colaboração estreita com o PCC (Portuguese Community Centre—Centro Comunitário Português) como forma de melhor articular as necessidades de comunicação entre o Lambeth Council e o evento. Segundo Lia Matos da Direcção do PCC, esta terá sido a estratégia que melhor defende os interesses da Comunidade para efeitos de transparência em relação ás autoridades. Nos comentários de vários portugueses que conhecem bem a história do Dia de Portugal em Londres, fica um amargo de boca e um virar de costas com o evento que urge alterar. Se em 2014, o evento não aconteceu, em 2013, a

Organização de então apresentou na Embaixada de Portugal o Relatório final de contas com um saldo positivo de £500. Nes edições da ultima década, e pese embora as contas terem diso entregues ás autoridades segundo as diversas organizações, nunca o relatório tinha sido disponibilizado publicamente. Num evento que pretende reunir toda a Comunidade, torna-se importante que esta se concilie com o seu evento maior no Reino Unido para que seja assegurado um futuro que possa reinar por mais 40 anos, ou, até que a Comunidade Portuguesa continue a existir no país de acolhimento. Com uma dotação orçamental de cerca de 100 mil libras, o evento justifica o esforço de toda a Comunidade nomeadamente a participação do movimento associativo, aglutinador das forças civis portugueses instaladas em terras de Sua Majestade. Quincas, assim se chama o boneco que se transformou na mas-

cote do Dia de Portugal e que foi apresentado no evento de 20 de Março no Salão Scalabrini em Oval. Perante a necessidade de uma imagem que pudesse identificar a Comunidade Portuguesa no evento que fes-

teja a nacio nalida de, Nélio P e r e i r a, membro da Organização do Dia de Portugal 2015, entendeu apresentar uma proposta que foi entusiasticamente acolhido por

todos os que têm cruzado com a imagem do simpático boneco. A sua forma foi inspirada num dos pormenores da Bandeira de Portugal: uma das 5 quinas (que simbolizam os 5 reis mouros que D. Afonso Henriques venceu na batalha de Ourique), e desta inspiração nasceu o seu nome. As suas cores representam o seu pais: a cor vermelha predominante da bandeira portuguesa, representa a conquista, a virilidade e a alegria. Já o verde representa as florestas do território português. As suas características representam a personificação do evento. Um sorriso estampado no rosto, demonstra a alegria, a simpatia, e o seu aspecto é amigável. Tem corpo antropomorfizado e é bastante activo. O Quincas nasceu para representar a humanização do evento e através da identificação com o público juvenil criar um vínculo emocional, o que faz com que os valores e ideais deste sejam absorvidos de forma mais eficaz. O Quincas é nosso

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António Cunha em carta ao Ministro O conselheiro António Cunha, escreveu ao Ministro dos Negócios estrangeiros Rui Machete e varreu o Consulado de Portugal. Joana Gaspar, Cônsul Geral de Portugal em Londres, é a principal visada na carta enviada pelo Conselheiro. Palop News Londres

Cunha, acusa a Cônsul de ser responsável pelos limites de ―rutura‖ a que chegou o Consulado de Portugal em Londres. ―O Consulado Geral foi entregue a uma pessoa que não tem experiência nem conhecimento suficiente e nem humildade para aprender ouvir quem melhor conhece a Comunidade e os problemas enfrentados pelos os portugueses no Reino Unido‖ - diz António Cunha na sua carta. Contactada pelo Palop News, A Cônsul de Portugal diz desconhe-

cer a existência do documento. Além de afirmar não ter recebido a carta no Consulado, diz desconhecer se a carta terá ou não sido recebida pelo Ministro. Contactado o Ministério, ficamos sem resposta. A confirmação de que a carta existe, vem do próprio António Cunha que alega ter havido fuga de informação. Na carta, António Cunha sugere haver promiscuídade nas relações do Consulado e a empresa privada PLS de Pedro Xavier na Wilcox Road (Sul de Londres). ―Sr. Ministro chegamos ao escândalo de ter o Consulado Geral a recomendar os serviços de

uma agência do Pedro Xavier para efectuar actos de notariado‖ - diz Cunha na carta alegadamente enviada ao Ministro. Na versão do Conselheiro, a receção do Consulado distribui cartões de visita da empresa. Pedro Xavier, é mesmo mencionado por quatro vezes. Na missiva, Cunha refere um violento desaguizado entre ele próprio e Joana Gaspar que segundo o Conselheiro, «foi corrido do gabinete» a quem acusa de o ter recebido com ―duas pedras na mão‖. Cunha, afirma ter saído do gabinete de Joana Gaspar em ―choque‖. Os mimos com que o Conselheiro brinda a diplomata são di-

versos mas sempre no mesmo sentido. Intriga, arrogância, incapacidade, incompetência, inexperiência ou histerismo são alguns dos exemplos. O conselheiro António Cunha, vai mesmo ao ponto de exigir ao Ministro a exoneração da diplomata e ameaça que caso o Minsitro não tome uma decisão favorável, recorrer a outros meios para sanear a Cônsul. Na mesma carta, António Cunha refere um evento em que se encontrou com um vereador de Lambeth, que se manifestou chocado porque Joana Gaspar tinha posto o Conselheiro fora do seu gabinete. Contactamos o único vereador português do Lambeth Council, Guilherme Rosa por e:mail, mas não obtivemos qualquer resposta. Confrontamos Pedro Xavier da PLS com a carta que aceitou responder ao nosso jornal. - É falso que os preços praticados entre nós sejam superiores aos honorários do Consulado. Estamos vinculados à mesma tabela de preços do Ministério o que nos leva a perder dinheiro em muitas situações - refere Pedro Xavier.

Tanto quanto nos foi possível apurar, também o centro comunitário PCC (Portuguese Community Centre) em Kennigton, tem o mesmo protocolo de outsourcing com o Consulado de Portugal. Curiosamente, este centro comunitário existe muito graças à intervenção do autor da carta. Por detrás destes protocolos, está obrigatóriamente um advogado português e o Palop News, confirmou que não existem irregularidades tanto no dossier de Pedro Xavier como do PCC. Cunha, acusa ainda Joana Gaspar de quebra de sigilo profissional por ter partilhado informação confidencial e insiste que agiu em nome da Comunidade no exercício das funções para as quais foi eleito, cerca de 8 anos atrás. ―Tendo eu recebido inúmeras queixas sobre este assunto dirigi-me ao Consulado Geral onde me confirmaram esta situação” - diz na carta. O Conselheiro, refere ainda o testemunho dos funcionários do Consulado para os cenários mencio nados.


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Corria a primeira década deste Século, quando o Conselheiro António Cunha decide intervir e chamar a atenção do poder político do Council de Lambeth, onde reside a maior concentração de portugueses a Sul da capital britânica. Após a vitória eleitoral do Labour Party em Lambeth, Steve Reed, Presidente do Executivo fez passar uma aprovação no valor de meio milhão de libras que haveria de ser depositado no Capital Community Foundation, para gerar juros que seriam postos à disposição de projectos para a Comunidade Portuguesa em Lambeth. Do primeiro estudo, haveria de resultar o trabalho desenvolvido pela Stockwell Partnership que se tornaria um dos mais polémicos documentos sobre a Comunidade Portuguesa mas que seria também parte embrionária do projecto do PCC (Portuguese Community Centre), inaugurado em 13 de Dezembro de 2011 com a presença de Alex Bigham, vereador do Município. Depois de peripécias diversas, o projecto do Centro Comunitário conse-

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Portuguese Community Centre em balanço Apesar de a Comunidade Portuguesa se encontrar no Reino Unido por mais de 40 anos, ainda hoje se mede a sua participação cívica por fracos indicadores de visibilidade. guiu assegurar a sua sobrevivência e é hoje um projecto carregado de ambições. Lia Matos, a residir no Reino Unido por largos anos, acabaria por substituir o Conselheiro António Cunha na frente dos destinos do PCC num movimento envolto de fortes polémicas. Findos estes mais de três anos de actividade, impõese um balanço. ―Sinto-me realizada com o trabalho do PCC. Tem sido um trabalho de prazer, suor, preocupações e frustrações mas que está a pagar os objectivos estipulados desde o inicio‖ - diz Lia Matos nesta entrevista. No ultimo ano, o atendimento do Centro Comunitário cresceu 200% segundo Lia Matos que afirma ainda ―estar muito por fazer‖. Para a Comunidade, fica a certe-

za de que nestes três anos de breve história, a vertente burocrática foi ultrapassada e a Comunidade começou a olhar para o PCC com outros olhos. ―Começou a haver uma maior aceitação. Antes havia uma descrença no projecto e na capacidade de fazermos singrar o projecto. Ultrapassamos o stress e o cepticismo.‖ - revela a Presidente. O Portuguese Community Centre, teve os seus objectivos assentes em três pressupostos iniciais. Apoio Social, Educação e Atendimento diverso (advise) e segundo Lia Matos, este triângulo, tem estado a ser cumprido. Para todos os efeitos, os cursos, têm sido um dos ―cavalos de batalha‖ com maior aderência e o atendimento tem o maior registo nos valores do PCC. Para o ―board‖ (Direcção) do PCC, estes valores,

só são possíveis graças ao voluntariado que regista já mais de duas dezenas de pessoas que se entregaram a esta tarefa. Apesar das pessoas envolvidas, o registo de que o PCC está ―a trabalhar para lá da capacidade do Centro ou que o espaço nos permite. Precisamos de um espaço maior e temos projectos para esse crescimento. Acalentamos o sonho de um dia ter um espaço nosso‖ revela para acrescentar - ―Estamos a pagar uma renda que sobe anualmente. 15 mil libras de renda ano neste momento e por isso pensamos que se conseguimos pagar a renda, também poderemos encontrar formas de investir numa propriedade que seja da comunidade‖. Em 2014, foram atendidas 1450 pessoas sendo que 350 desses atendimentos são de novas ca-

ras que recorrem aos serviços do PCC. No topo deste atendimento, os serviços de Segurança Social que acaba por ser a primeira vocação do Centro Comunitário logo seguida da informação Legal. Além da agenda mencionada, o PCC tem ainda um dia por semana reservado ao recrutamento de emprego através das várias parcerias desenvolvidas com agências de emprego, sendo que uma delas ajuda á criação de currículos para emprego - soubemos nesta entrevista. ―Não é a nossa primeira vocação e por isso não temos isto como uma rotina imperativa mas os numeros atendidos justificam uma atenção especial‖ - disse.


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Quanto ao financiamento do Centro Comunitário, este é um dos assuntos mais ventilados na agenda de trabalhos. ―O orçamento de 2015 está garantido e estamos já a tratar do orçamento para 2016. Para já, temos o apoio da London Community Foundation de Lambeth através do resultado do fundo de meio milhão de libras ali depositado. A Lotery Found tem também sido um parceiro financeiro no orçamento e o Governo de Portugal tem também tido uma participação mas o destaque vai para o Lambeth‖ revela Lia Matos. A ser assim, importaria fazer a pergunta certa, ou se quisermos, as perguntas certas: - O que pensa o Lambeth do tra-balho do PCC? - Por aquilo que recebemos por escrito temos tido um bom desempenho. - Punhais nas costas, não? - Também - diz ao nosso repórter. Com as alterações ao longo do tempo, com a evolução registada, outras preocupações se têm levan-tado. ―A maior preocupação em relação ao Centro, é o entendimento em relação ao fundo de £500 mil que era para o PCC em regime de exclusividade. Acontece que ao

longo dos últimos 2 anos isso tem vindo a modificar. Nós não acedemos ao meio milhão mas sim aos juros desse valor o que dá pouco mais de 30 mil libras por ano e isto tem estado a ser dificultado”. - Porquê? - quisemos saber. - Somos uma comunidade muito grande, fazemos pequenas coisas aqui e ali mas nunca nos juntamos à volta de um grande projecto Acontece que a competitivade dentro da comunidade fez sentir a sua pressão junto do Lambeth. A meu ver isso não estaria errado se tivéssemos por escrito que esses projectos seriam mesmo para a Comunidade Portuguesa. O que acontece neste momento, é que qualquer entidade que diga que vai fazer um projecto para a Comunidade Portuguesa, seja essa entidade de qualquer nacionalidade, pode aderir a esse fundo e só nos podemos culpar a nós enquanto comunidade por esta tendência‖ - lamenta. Sobre o estudo que o London Community Founfation se encontra a fazer sobre a Comunidade

Portuguesa, Lia Matos lamenta que o próprio PCC não tenha sido chamado a intervir e tenha servido apenas de mero elemento de consulta. Ficamos assim a saber que o Lambeth Council através do London Community Foundation pode estar a «tirar o tapete» ao Centro Comunitário e por essa via a todos os projectos desenvolvidos pela

Comunidade Portuguesa no âmbito do acordo inicial. Para Lia Matos porém, a questão é bem mais grave. ―Tudo aponta que os responsáveis por esta alteração, sejam elementos da própria Comunidade Portuguesa em Lambeth que assim espreitam chegar aos fundos mas sem garantias de que as verbas sejam para aplicar na própria comunidade. Até porque as associações

portuguesas em Lambeth, faz muito tempo que deixaram de ser uma referência no apoio à Comunidade‖ - diz. No Palop News, sabemos que os fundos estão cada vez mais restritos e existe uma sede de alguns elementos da Comunidade Portuguesa para aceder a esses fundos. Para Lia Matos, isso resulta em prejuízo da própria Comunidade Portuguesa. ―Existe um desconhecimento de como o acesso ao fundo é feito e criou-se dentro do Lambeth um conjunto de pressões. - Quem? - Associações, grupos e projectos avulso. - São líderes comunitários? - Eu não conheço líderes comunitários na nossa comunidade. - A liderança está vazia? - Não existe. A minha opinião honesta é que a nossa comunidade está viciada no sentido em que se habituou a manobrar dentro da própria comunidade portuguesa em que existem os auto intitulados líderes com grande falta de reconhecimento. Estou aqui há 30

anos e este fenómeno tem acontecido ao longo do tempo. Houve sempre gente que se diz capaz de fazer coisas e por isso se foram auto intitulando líderes que eu não reconheço. - Há muitos aldrabões neste ―gheto‖ chamado Comunidade? - Há - Mais do que o tolerável? - Existe uma falta de conhecimento e do saber mexer dentro daquilo que são os parâmetros normais dentro da nossa sociedade. Existe um desejo quase desmesurado de querer ser conhecido. É a feira de vaidades - deixa cair. - As pessoas fazem muito esforço para ficar nas fotografias? - Sim, sim, fazem demasiado esforço para aparecer mas na hora de apresentar trabalho ninguém vê esses líderes. Outra das ferramentas que o PCC tem usado para fazer valer a sua presença, é a Diplomacia Portuguesa. - Como é que este tema é abordado junto da nossa diplomacia? - Eu diria que os nossos diplomatas agem de uma forma diplomática e jamais poderiam revelar as suas opiniões. Talvez se a comunidade fosse mais coesa e mais aberta as


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coisas fossem diferentes. - Para criar esse ambiente, o que seria necessário? - Seria necessário Formação. - Em que áreas? - Quase todas. Se olharmos para a maioria da nossa comunidade, embora isso esteja agora a mudar, temos restauração, construção e limpezas. Houve sempre quase que um medo de crescer. Falta de confiança. Dizem muito «não é para mim, não sou capaz» e a principal Formação em que devemos investir é no Inglês e no domínio da Língua - esclarece. No que toca á liderança da Comunidade, Lia Matos não poupa as suas críticas. ―Se houvesse liderança, se tivessemos aconselhamento dessa liderença, a nossa comunidade seria muito diferente - revela. - Quais são os principais pecados desta comuniadde? - A Formação e o facto de não votarmos. Não existimos porque não votamos. Existimos em número mas não estamos nos censos eleitorais. Não existimos simplesmente e não usamos os serviços que estão ao dispôr de toda a gente porque não participamos. Apesar deste estado de espírito, Lia Matos acredita que as coi-

sas estão a mudar e a nova vaga de portugueses a chegar ao Reino Unido vai levar a uma nova ordem em que os auto-intitulados líderes vão ficar definitivamente esquecidos. ―A nova vaga é completamente diferente quer na atitude quer na postura. Esta nova vaga trouxe um espirito muito mais aberto e com mais facilidade de adaptação. Trazem mais ambição e muito mais capacidade de integração. Para chegar mais longe, precisamos de auto confiança que não temos tido ao longo dos últimos anos. Isso eu encontro na nova vaga. Infelizmente, continuamos também a ver crescer o ambiente anterior de baixa estima pessoal e pouca ambição‖. Com uma funcionária e 30 voluntários o Centro Comunitário continua a afirmar o seu percurso de continuidade. Para já, foi assegurado o protocolo com os serviços do Consulado de Portugal e hoje, parte dos serviços ali prestados podem também ser encontrados no PCC. ―Hoje, somos um provedor de serviços consulares e esta foi mais uma luta ganha‖ - revela Lia Matos para continuar - ―somos mais rápidos e praticamos os mesmos preços do Consulado‖ - revela. -

Que razões houve para que houvesse resistência a este protocolo? Não posso dizer quais as razões mas houve de facto um processo que eu só soube por fontes paralelas e revoltei-me contra a ideia que o PCC não fosse incluído nesse projecto. Houve pessoas que não viam de que forma esse trabalho pudesse ajudar o PCC. Ora, o PCC está permanentemente à procura de formas de se financiar. Mesmo aplicando a mesma tabela de preços do Consulado, é sempre dinheiro que entra dentro do PCC e que é útil para desenvolvermos o nosso trabalho. Para este protocolo, foi exigida a presença de um advogado português que é obrigatório ter e que recebe uma parte do rendimento “mas isso significa menos de 50% da receita‖ - informa. - O protocolo com o Consulado, fez aumentar o numero de pessoas que recorrem ao PCC? - Sim, fez. Por isso era importante que esse protocolo pudesse ter acontecido. Além disso, o facto de sermos reconhecidos pelo Consulado através deste protocolo, dá prestígio e credibilidade ao PCC. Uma das causas que fizemos no-

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tar nas nossas questões, prendese com o facto de a comunidade empresarial estar distante do conhecimento sobre o Centro Comunitário. O Palop News, saiu à rua e a quase totalidade dos empresários a quem fizemos a pergunta se conhece o PCC, a grande maioria disse desconhecer a sua existência. - Os empresários não conhecem o PCC - afirmamos. Já discutimos fazer uma recepção com os empresários e outras camadas da nossa Comunidade. O que acontece é que no PCC, a generalidade do trabalho é feito por voluntários e apenas uma pessoa é remunerada. Com tudo o que acontece no PCC é muito dificil fazermos actividades paralelas. Ao mesmo tempo, também entendo que muita gente não sabe porque não lê e porque não procura. Temos em projecto fazer uma parceria com certos negócios portugueses e alguns já aderiram a essa parceria em que, tornando-se membros do PCC, têm descontos nos serviços e poder de voto para a presidência do PCC que vai acontecer em breve. Ao mesmo tempo, essa participação dará também descontos em certos estabelecimentos na Comunidade.

- Quanto custa ser membro? - £60.00/ano e poderão pagar mensalmente, trimestralmente ou anualmente. - Quais são os serviços contemplados na grelha de descontos? - Os cursos por exemplo que têm que ser pagos mas que são gratuitos quando para desempregados ou pessoas de baixo rendimento desde que justificado com os documentos habituais que são exigidos pelas autoridades inglesas que geralmente são extratos bancários, cartas justificativas de doença, benefícios ou do Job Centre Plus. Na área de serviços, temos por exemplo o aconselhamento Legal e seguimos o processo até à ida a Tribunal, momento em que se esgotam os serviços que temos. No entanto, os utentes têm 50% de desconto quando recorrem aos advogados que têm parceria com o PCC. Temos outros serviços como aconselhamento na saúde para além dos cursos e tudo isso com desconto incluindo o aluguer da sala. - Quantos membros têm neste momento? - Muito poucos. Precisamos de mais até para fazer com que o Centro seja da Comunidade, participando através do poder de intervenção

do voto. O PCC é da Comunidade e os membros têm a oportunidade de votarem e de serem candidatos num processo eleitoral simples e linear. Por vezes, o querer ser e o poder ser é diferente. Por vezes, querer mostrar aquilo que de facto somos e fazemos, depende também de termos quem nos oiça. - Com este sistema eleitoral, não se teme um assalto à Direcção do PCC?

- Para que as pessoas se proponham a membro da Direção, é preciso que forneçam alguma informação pessoal que é avaliada segundo critérios que gerem o próprio PCC. Em caso de haver um registo de fraude, por exemplo, essa pessoa será excluída. Também alguém que está em competição com os objectivos do PCC ou dos seus pontos de financiamento, está também excluído. O PCC está aqui

para servir a Comunidade e não pessoas em particular. Confio no bom senso e nos mecanismos que temos disponíveis para confirmar a fiabilidade de quem se candidata. Já houve pessoas que tentaram e foram barradas e provou-se que essas candidaturas, não correspondiam à realidade do currículo apresentado. Os candidatos, terão que ser honestos, ter boas intenções e sobretudo saber que trabalhamos


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para a Comunidade. - Como se explica a mudança frenética na Direcção (Board) do PCC? - Não existe uma mudança assim tão grande. Neste momento, existem dois membros na Direcção que estão desde antes do início do próprio PCC. A natureza daquilo que fazemos é voluntariado e temos que responder a toda a gente. Muita gente nos faz perguntas sobre a actividade do PCC para saberem como estão as coisas a acontecer. Nesse aspecto, temos uma grande responsabilidade. O voluntariado, tem que ser encarado como uma responsabilidade e ás vezes há trabalho para fazer para lá das reuniões da Direcção. Muitas vezes, levamos trabalho para fazer em casa. Para lá disso, houve a necessidade de trazer para a Direcção membros que pela sua especialidade profissional, pudessem constituir uma mais valia para o PCC. - Há quem defenda alguma promiscuidade nas relações entre o PCC e a Stockwell Partnership. Isto corresponde à verdade? - Absolutamente não. O documento que a Sotckwell Partnership desenvolveu por encomenda do Conselheiro António Cunha, não deixou mal a nossa Comunidade. O documento deu os resultados que precisávamos. - O documento estava muito incompleto.

- A verdade é que o documento foi encomendado à Stockwell Partnership depois de ninguém ter aceitado fazê-lo dentro da nossa Comunidade. - O PCC, não tem o ―cavalo de Tróia‖ dentro de portas? - Nós temos um protocolo com a Stockwell Partnership porque há dois anos atrás, esta instituição fez um projecto para a Comunidade Portuguesa e foi para isso financiada. Através disso, formaram a Maria Marques que é uma profissional excepcional e que desenvolve os seus conhecimentos no PCC e que trabalha em estrita colaboração com a Stockwell Partnership. O documento produziu os resultados necessários. O documento corresponde à realidade do momento. - A sua entrada desta Direcção foi algo turbulenta. Esta Presidente vai continuar? - A minha entrada nesta lugar foi quase acidental e penso que vou continuar nem que seja como voluntária. - Está a preparar a sua candidatura como Conselheira? - Absolutamente não. Já fui convidada mas a minha ambição pessoal não tem nada que ver com a política, mesmo que a política seja muito do que se faz no PCC e mesmo na minha vida pessoal. A minha ambição é essencialmente comunitária. Eu já tenho actividade comercial pessoal que não trabalha com, nem para a Comunidade. As

minhas ambições vão noutro sentido. Neste momento, estou a investir na minha Formação na área da Saúde e talvez um dia pense numa agência de serviços a pessoas que precisam de ajuda mas sempre numa perspectiva de negócio. Politicamente é para esquecer e Conselheira da Comunidade, nunca. - Como é que o PCC se relaciona com os conselheiros? - Não se relaciona. Aparecem esporadicamente se forem convidados. - Reconhece os conselheiros como líderes da Comunidade? - Como disse atrás, não reconheço ninguém como líder da Comunidade, conselheiros incluídos. Um conselheiro, aconselha, informa e mostra serviço pelo melhor para a sua Comunidade. Existe conflito entre os conselheiros e o movimento associativo da Comunidade e infelizmente isso vê-se acontecer na Comunidade. Hoje toda a gente quer mandar mas depois não querem assumir responsabilidades e isso não existe. - Projecto do PCC? O que podemos esperar? - Estamos a trabalhar a questão do financiamento e identificamos algumas oportunidades e estamos já a aplicar a estratégia que nos possa permitir sonhar em aumentar o espaço físico do Centro. Não sei se nestas ou noutras instalações mas temos a necessidade de aumentar o espaço. Estamos a discutir com

algumas instituições incluindo o Lambeth Council para podermos ter um espaço comunitário que vise os nossos idosos ou os nossos sem abrigo por exemplo, e sermos nós os responsáveis pelos nossos. Estamos sempre a pedir mas temos que interiorizar que também temos que fazer alguma coisa. Digamos, um lugar que possa valer em situações de emergência. - Este ano, temos o Dia de Portugal na tutela do PCC. Foi uma decisão difícil? - Foi. - O que foi pesado? - Quando o Dia de Portugal é feito na tutela do PCC, dá uma ideia errada daquilo que o Centro Comunitário é. Foi necessário perceber que o Centro trabalhe apenas como uma tutela e deixar perceber também que essa tutela, não é um exclusivo do Dia de Portugal. Está também aberto a outros projectos da Comunidade Portuguesa. O PCC é um interlocutor que permite «avenidas» para os projectos da Comunidade para que os projectos aconteçam. O que temos que pesar, é saber se os projectos em causa, prestigiam ou prejudicam o Centro. Nós sabemos que o Dia de Portugal não tem muitas vezes, por parte daqueles que se intitulam líderes, uma boa publicidade se bem que seja uma festa importante para os portugueses. Depois, porque entendemos que está ser feito um esforço para mudar aquilo que tem sido o Dia de Portugal em Londres e o PCC está satisfeito por acompanhar essa atitude. De fora, ficam quaisquer questões de financiamento. Desta vez, como no evento anterior, o Centro facilita as suas instalações e mecanismos de Formação para ajudar o evento. A publicidade é o mais importante para que o Centro possa chegar mais longe ajudar mais pessoas e já agora encontrar mais pessoas para ajudar o centro. Se o Dia de Portugal, entretanto tiver um donativo para o Centro, será muito bem vindo. - Que cursos estão a andar neste momento? - São vários. Tradução, Atendimento e aconselhamento, Inglês, Food & Safety, 1ºs socorros, informática entre outros e mais haverá

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no futuro próximo. - Recados? Temos algum? Quero dizer à Comunidade que existem causas para as quais vale a pena olhar e ajudar. Tenho visto nestes últimos três anos, algumas dessas causas a serem implementadas em Londres. De uma forma curiosa, estas causas, têm sido implementadas por pessoas desconhecidas na Comunidade. Para lá do PCC, temos a Abraço ImiGrande e outras que são causas que vale a pena incentivar. É uma questão de respeito para com as pessoas que dão do seu tempo, do seu trabalho, daquilo que quase não têm. As novas associações que estão a surgir, estão a mudar o panorama associativo português no Reino Unido. Existe uma atitude mais abrangente e mais social do que havia antes. As estruturas mais antigas, tinham que ver com o desporto e o folclore. Neste momento, estamos a ver gente nova e desconhecida da Comunidade mas com uma visão mais abrangente das necessidades da Comunidade. - A Comunidade Portuguesa no Reino Unido é descriminada de alguma forma? - Não creio que sejam descriminados. São ignorados porque a Comunidade não se faz sentir, ver ou ouvir. Não votam, não participam, não se integram. Existem eventos ingleses onde outras comunidades marcam a sua presença como Comunidade. Eu já tive oportunidade de estar presente em alguns desses eventos onde nós eramos a única presença portuguesa apesar de haver várias estruturas em Lambeth da Comunidade Portuguesa que em todo o caso estiveram ausentes. A Comunidade Brasileira por exemplo, marca a sua presença com mais força, mesmo que haja menos associações e estruturas brasileiras que portuguesas existindo porém uma outra cultura. - Temos a mentalidade ao tamanho do País? - Gostava de dizer que temos uma mentalidade do tamanho do nosso mar mas na verdade não temos. Acho que nos acomodamos e deixamos andar. PN


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From Lisbon to Brent Teresa Silvestre é mais uma história de vida aproximada a todos os portugueses que um dia decidiram deixar a zona de conforto para experimentar os sabores de uma aventura apenas dois meses atrás. Palop News Londres

O sabor escolhido, chama-se Brent e fica situado a Norte de Londres, paredes meias com a Comunidade Portuguesa ali instalada há mais de 40 anos. O espaço, já conhecido por muitos portugueses a residir na zona, é um salão de investimento grego de nome Paraskevas. Natural de Alverca (Lisboa), decidiu abraçar a profissão de cabeleireira mais de trinta e cinco anos atrás e como todas as apaixonadas pelo assunto, começou por treinar com as bonecas de infância e juventude apesar da pressão familiar que preferia um futuro na medicina. "Gosto do que faço e para além da imagem pessoal, gosto e preocupo-me com as questões de saúde capilar e dermatológica. Pode parecer que são duas profissões distantes mas que na verdade têm tudo em comum" - revela. Para se perceber como Teresa Silvestre encaixa na profissão, ouvimos as suas palavras. Tudo o que tem a ver com a saúde mental das pessoas, reúne as suas preferências de leitura e interesse. "Aproveito os meus conhecimentos para beneficiar as pessoas que recorrem a mim" - diz. - É o jogo do espelho? - É o jogo da auto-estima de cada um. As pessoas procuram-me não porque precisam de mudar de penteado mas porque querem mudar algo dentro delas. Por vezes, bastam algumas palavras para que as pessoas me deiam a liberdade de interpretar o meu trabalho. - O que se muda por fora ajuda a mudar o que está por dentro? - Completamente. - Em que pensa quando está a atender uma cliente? - Que saia dali e que se sinta feliz. Que receba elogios e que tenha um sorriso verdadeiro. Raramente cumpro ordens porque a generalidade das pessoas que me procuram confiam num trabalho que as vai deixar com a moral em cima. Quando uma cliente me traz uma ideia pré-concebida e se eu entender que a ideia se adapta, cumpro o desejo da cliente, caso contrário, tento fazer valer os meus argumentos técnicos e de estratégia pessoal

que normalmente resulta. Por vezes, algumas clientes aparecem com ideias que viram num filme, numa novela ou numa revista e eu analiso se o que me pedem se adequa ao estilo da pessoa, á sua profissão e aos seus detalhes pessoais. A ser verdade, atuo em conformidade, caso contrário, tento mostrar que podem haver melhores ideias. ―Muitas pessoas, pensam que por um casaco assentar bem a alguém, também lhe irá assentar bem a ela e isto é errado. O mesmo acontece com a imagem capilar ou facial. Por razões de auto-estima, muitas pessoas, por acharem que a imagem de outra pessoa é bonita, procuram copiar para si mesma e nem sempre, ou raramente isso funciona‖. Embora a sua experiência mais vasta seja no mercado feminino, os homens também estão na mira técnica desta profissional que escolheu uma cidade onde os espaços de cabeleireiro são imensos. "Há diferenças comportamentais entre os sexos" - diz - "enquanto os homens são mais vulneráveis ao aconselhamento, as mulheres exigem maiores argumentos para aceitar sugestões. Os homens entre os 30 e os 60 anos, deixam-se orientar mais facilmente pela opinião profissional. No caso das senhoras, são um pouco mais renitentes mas mesmo assim abrem espaço para a intervenção do profissional. Como disse antes, as pessoas procuram-

-me não especificamente porque precisam de cortar o cabelo ou pentear mas porque precisam de se animar em termos morais e emocionais. Há nesta profissão uma "costela" de psicologia - revela. Os espaços de cabeleireiro têm a fama de serem um local de tagarelice. Teresa Silvestre, encosta o argumento de que isso depende da pessoa que está a gerir o espaço. Basta saber gerir a situação e o ambiente de "tagarelice" é perfeitamente evitável. "Se eu tenho três diferentes clientes dentro do espaço, não é a mesma coisa que ter apenas uma logo não é uma boa aposta tomar partido desse género de ambiente. O profissional tem que estar á margem dessa questão". - O profissional é o árbitro deste género de situação? - Sem dúvida. Teresa Silvestre acabaria por justificar a sua vinda para Londres. "A aventura para Londres, aconteceu porque em Portugal as coisas estão difíceis e apesar de eu estar habituada a trabalhar com uma clientela elitista e com algum poder de compra, neste momento, até essa classe média-alta está retraída. ―Aos poucos, essa dificuldade começou a notar-se e levado em consideração o gosto que tenho pela profissão, aceitei esta aposta em Londres como poderia ter sido noutro qualquer lugar da Europa‖ - confessa. Teresa Silvestre, está ainda a sentir a sua chegada a Londres num período de adaptação que todos

os migrantes conhecem bem. "Aqui é tudo diferente. Vou-me adaptando a todas as diferenças, seja no espaço, seja nas pessoas e estou a começar a gostar. Para já trago o projecto de ficar mas o futuro a Deus pertence. Se fosse um ano atrás, eu teria renunciado a vir para Londres e depois disso, é onde eu estou. A vida muda e nunca sabemos". Ao contrário da generalidade das profissionais que chegam a Londres e se integram num espaço de trabalho português, Teresa Silvestre decidiu "arrepiar" caminho de outra forma. Mesmo com um fraco domínio da Língua Inglesa, acabaria por ser recebida no Paraskevas Haircutters, situado entre alguns restaurantes portugueses na zona. "Conheci o Johnny Paraskevas através de outras pessoas que me deu a oportunidade de vir fazer a experiência e já antes de vir de Portugal tinha esta posição assegurada. É um desafio e eu gosto deste género de desafios". Chegada sem conhecer o público ou a Comunidade, Teresa Silvestre foi abrindo cami-

nho dia a dia. "Estou entusiasmada. Sinto que o meu trabalho está a dar frutos e cada vez mais tenho novas clientes e outras que se vão tornando assíduas. Seria pecado dizer que as coisas me estão a correr mal até pela clientela portuguesa que tem recorrido a mim. Para as próximas visitas, Teresa Silvestre deixa um apelo. "É importante que o cliente me deixe fazer aquilo que eu penso que seja o melhor, que me deixem funcionar a criatividade. A inspiração é muito importante e depois o trabalho desenvolvido com qualidade. PN http:// www. p a raskevashaircutters. co.uk/


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Palop News Londres

O caso de Sofia Ferreira espelha bem o engano a que muitas pessoas estão sujeitas quando não conferem as promessas de trabalho que lhe são feitas e sobretudo quando não justificam a empresa com quem estão a trabalhar. Procuramos em Londres a Agência de Emprego Consultant mas não o conseguimos. Na internet ou no terreno, não foi possível verificar qualquer referência física. Todas as provas reunidas, foram conseguidas pelo método escrito. A estratégia é da "empresa" é simples. Em primeiro lugar, passa por anunciar vagas de emprego. Neste caso, para o The Trafalgar Hotel, uma unidade do Grupo Hilton embora não refiram a que rede pertence o hotel. Sofia Ferreira, respondeu ao apelo. Portuguesa em dificuldades em Portugal, arrisca responder, fazer o passaporte e comprando a viagem para Londres enquanto se prepara para pagar uma taxa de £505.65. Este valor é demasiado para Sofia pelo que se acorda o pagamento em duas fases sendo a primeira de £250.00. "Bom dia, Wright Baines" - escreveu Sofia Ferreira quando o processo já estava em andamento - "O voo está marcado para o dia 29 deste mês, e já está pago" - (nunca haveria de recuperar essa despesa. Apesar do compromisso de lhe ser devolvido o valor depois de chegar a Londres, Sofia Ferreira nunca chegou a embarcar. Em boa hora não o fez apesar do prejuízo) Mas ainda não tenho o dinheiro que vocês me estão a pedir, já não falta muito, para £505.65 GBP". A primeira noção de vigarice, começa logo no website do hotel thetrafalgar.eu-tf, cuja extensão não confere. Tentamos abrir o site e demos com um esquema de "scam". Fomos mais longe e contactamos o hotel que afirma não trabalhar com nenhuma agência de empregos relacionada neste processo. Por outras palavras, a Consultant indica para o posto de trabalho num hotel que na verdade até existe mas que é utilizado para um esquema de fraude. Em toda a correspondência, a Consultant utiliza mesmo o endereço correto do hotel verdadeiro. Procuramos melhor as trincheiras deste processo e acabamos por encontrar a Jobs Global com escritórios em diversos países do Mundo e variadas ofertas de emprego nos mais diversos países. A sede, é no Dubai e os escritórios espalham-se pelo Egito, Moldova,

A burla continua

São váriasas empresasquetentam recrutar mão de obra nos países da Europa com destino ao Reino Unido. Nem todas porém são honestas ou merecem credibilidade. Filipinas, India, Nepal, Sri Lanka, Tunísia ou Quirguistão. Terá sido a partir deste site que a Consultant e Sofia Ferreira tiveram o primeiro contacto depois do Sapo Empregos de onde o anuncio acabou por deparecer. Acabamos por encontrar a mesma oferta sem termos que sair de casa. No site Achei Londres, afecto à Comunidade Brasileira e gerida por Duda Picardo em Londres, demos com o anuncio onde ainda continua (http://www.acheilondres. com/33282/classificados/ofereco_vagas/vagas_at_the_trafalgar_hotel.html). O cheiro a vigarice, começa logo pela forma como a empresa comunica na forma escrita em português. "Candidato com experiência de hospitalidade são convidados a se inscrever para trabalhar na empresa de milhões de dólares na expansão da sua base de mão de obra devido ao aumento da quantidade de clientes e Client. all candidatos qualificados receberão nomeação, independentemente da sua raça, cor, sexo, origem nacional, veterano status, idade, religião, deficiência, orientação sexual ou nacionalidade." Basicamente, uma tradução automática. O simples facto de exigirem o passaporte a um cidadão português para entrar no Reino Unido, já seria assunto para duvidar mas Sofia Ferreira estava entusiasmada com a ideia de um emprego que

lhe prometia "£3.800.00 mensais e diversas regalias sociais no lugar de massagista. Só o salário já levaria a desconfiar, exceto quando estamos desesperados por emprego mesmo que tenha descoberto que o Hotel mencionado não tem SPA, logo não teria massagista. Outra das dúvidas, reside na forma como a empresa escreve em inglês. Nenhuma empresa no Reino Unido, comunica num inglês de tão péssima qualidade. "So do get to Mr Jer-kins at the HMRC office with the 250GBP pounds and other things so that they can begin with the papers immediately.and do make sure you have done this before you travel and do inform us when you have done it". Contactamos o Trafalgar Hotel em Londres. Amy Wright, informou que não trabalham com nenhuma das referências de que lhe falamos e que não lhes corresponde o endereço de e:mail careers@thetrafalgar.eu-tf. Estava confirmada a tese de vigarice. Na correspondência trocada, Sofia Ferreira informou que não fala inglês mas isso não pareceu um obstáculo para a "nossa" agência de emprego. Para as razões de confiança, a "agência" apelou à experiência identificada no CV de Sofia Ferreira. Desde que o dinheiro fosse pago, a "agência" não vê problemas de qualquer espécie. Nos e:mails analisados, dá para

perceber a mudança do tipo de letra o que nos leva a concluir a utilização de «copy-paste» também aqui, de acordo com a falta de rigor do inglês praticado alternado, no mesmo e:mail, com uma linguagem de nível oficial. Veja-se o inglês praticado para pedir o dinheiro: "So do get to Mr Jerkins at the HMRC office with the 250GBP pounds and other things so that they can begin with the papers" (isto aliado à informação de que o pagamento só pode ser efectuado através da Money Gram, que existe também em Londres), immediately.and do make sure you have done this before you travel and do inform us when you have done it. Para Sofia Ferreira, chegou também o pedido do preenchimento de formulários e diversa informação do "Home Office" (Serviços de Imigração) bem como do "Revenue" (Finanças). Todo o tipo de esquemas que permita enganar os mais incautos. Veja-se a pressão para que o pagamento seja feito: "We are writing to know if your flight for the 29th of this months still holds so we can arrange for your arrival and for someone to pick you from the airport to the hotel. Also we hope you have concluded with the HMRC office." Ao mesmo tempo, a "agência‖ não perde tempo a tentar enganar a portuguesa.

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"Dear Sofia Ferreira, You were asked by the agency to pay half of the money to begin the processing and when you come over to London on the 29th you go to the office to collect it with the remaining part of the fee. We do hope this is understood and doable by you so do inform us on this so we know what arrangement to be done." Tudo o que interessa, é mesmo o pagamento da "fee", que felizmente para Sofia Ferreira, tal nunca iria acontecer. Contactamos a Netos Agency, conhecida agência de emprego portuguesa em Londres. Domingos Cabeças, foi peremptório. "A agência não pode cobrar do candidato" - disse. O tal endereço de e:mail que o hotel não reconhece, escreveu a Sofia Ferreira e sempre com a questão do pagamento nas preocupações: "Dear Sofia Ferreira, We are writing to know if your flight for the 29th of this months still holds so we can arrange for your arrival and for someone to pick you from the airport to the hotel.Also we hope you have concluded with the HMRC office. We hope to hear from you soon". Que fique o alerta. Se lhe oferecerem um emprego no Reino Unido, saiba que trabalha para receber, nunca para pagar. PN




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Mediar o conflito. Well Estar em Londres

Na sociedade é cada vez mais comum a existência de conflitos pelas mais diversas razões. Palop News Londres

Os divórcios, os negócios, as relações humanas de diversa ordem, despertam os mais variados tipos de desentendimentos. Muitos destes conflitos, acabam por vezes na barra do tribunal e muitas outras vezes, até mesmo depois de resolvidos em tribunal permanecem. Fruto desta dinâmica, uma nova actividade acabou por surgir e se no início era uma actividade com uma exposição tímida, hoje torna-se mesmo obrigatória em alguns casos que se passam no Reino Unido. Procuramos em Londres uma dessas empresas de mediação de conflitos e fomos ver como funciona. Natália Gonçalves, é a portuguesa que em Londres gere a Well Estar, empresa de mediação que trabalha em português. ―Somos duas sócias – revela Natália Gonçalves ao nosso jornal – sendo eu portuguesa e a minha sócia britânica e temos dois pontos de trabalho, sendo um a Norte e outro a Sul de Londres onde existe uma maior concentração de portugueses e luso-falantes‖. Daqui, vem o nome da empresa. ―Wellestar‖ numa miscelânea linguística entre o inglês e o português, é para Natália Gonçalves, ―uma forma de comunicar o serviço junto da Comunidade de línguas portuguesa e espanhola‖ já que esta portuguesa, natural do Alentejo, viveu junto à raia espanhola. ―Cresci a ver desenhos animados em espanhol‖ – revela. Licenciada em Turismo, cedo descobriu outra vocação. Em Londres faz 14 anos, encontrou na mediação de conflitos a sua mais recente experiência profissional ingressando numa actividade que colide em grande margem com a actividade da advogacia. - O que é a mediação? - É uma forma alternativa de encontrar soluções para os conflitos. Quando temos um conflito nas nossas vidas, temos formas diferentes de o lidar em função da nossa personalidade ou formação.

As pessoas podem discutir e até resolver o conflito dessa forma ou continuar a discutir por vários anos, podem fugir do conflito, podem aprender a viver com o conflito fazendo o melhor que pode e dar o facto como adquirido mas a verdade é que quando isto se torna insuportável as pessoas decidem recorrer aos tribunais porque pensam ser a única opção mas na verdade há alternativas e a mediação é uma dessas alternativas, muitas vezes, a mais credível até porque é uma estratégia que muitas vezes elimina a possibilidade do tribunal. Para se chegar à mediação, não é necessário um grande conflito. ―Um casal que tenha uma discussão entre eles, pode ser motivo suficiente para se encontrarem num patamar de mediação mesmo que se entenda que um mediador não é um terapeuta‖ – diz Natália Gonçalves. - Quando é que um casal recorre ao serviço de mediação? - Normalmente quando já tomaram a decisão de uma separação, altura em que o ambiente entre ambos precisa de apoio para gerar equilíbrios. Não é uma decisão fácil. Há pessoas que recorrem a nós com a decisão ainda por assumir e procuram soluções enquanto outras, estão absolutamente decididas e nos procuram para melhor executar a decisão tomada. Nós ajudamos a encontrar as melhores alternativas e soluções para que o conflito seja ultrapassado de forma pacífica. - Aconselham no divórcio? - Nós não aconselhamos a pessoa ao divórcio. Nós aconselhamos a melhor solução para a decisão que as pessoas tomam através de uma visão periférica e do conhecimento das instituições. No fundo, o que fazemos, é explicar ás pessoas de que forma a mediação pode ajudar a concretizar a decisão tomada da melhor forma. - Nas relações de trabalho, a

mediação também funciona? - Claro que funciona. A mediação funciona em qualquer tipo de conflitos. O que fazemos muitas vezes, é tentar reparar o relacionamento entre as pessoas evitando o que o conflito tem de pior de forma a que não fiquem marcas violentas do relacionamento entre as pessoas abrangidas pelo conflito. - As pessoas são chamadas à mediação? - Não de todo. As pessoas vêm à mediação de forma voluntária. Todo o processo é feito de acordo com a vontade das pessoas e é necessário que as pessoas queiram participar. Normalmente, temos uma conversa com cada uma das partes seja por telefone ou pessoalmente e depois marcamos uma sessão de mediação com todas as pessoas presentes desde que elas tenham conc ord ad o em participar. - A m ed i ação

também é válida para as empresas? - É válido para todo o tipo de conflitos. A diferença entre a mediação familiar ou a empresarial, é que a mediação entre um casal, é um processo que não decorre ao longo de um dia por ser mais complexo porque a mediação, abrange o divórcio, a partilha de bens ou as responsabilidades parentais. É um processo que envolve mais tempo até por força da burocracia. Quando se trata de um casal, falamos com ambas as partes separadamente antes de nos reunirmos pela primeira vez e nas reuniões seguintes que podem ser semanais ou quinze-nais dependendo da forma como o processo decorre até ao seu final o que pode levar entre seis a oito reuniões. - Quando o assunto é comercial é mais simples? - É mais simples sim. Normalmente para uma mediação comercial cível é uma reunião que é agendada

para um dia inteiro mas por vezes acontece demorar apenas algumas horas. É um espaço de tempo em que os presentes se comprometeram para resolver o problema e se tudo correr bem, no final do dia vão para casa com uma solução. - Como é o ambiente da mediação? - No início é algo tenso. As pessoas chegam com as emoções à flor da pele e compete-nos aliviar essa tensão e criar uma plataforma de entendimento inicial para que as pessoas fiquem abertas à negociação. Como se trata de uma acção voluntária, as pessoas sentem-se à vontade para interromper, por vezes para tomar um café. A mediação é um ambiente que procura soluções e por isso é um ambiente tranquilo. - Acontece as pessoas passarem o tempo total da mediação e não chegarem a acordo por teimosia? - Há casos e casos. Normalmente, quando as pessoas chegam à mediação, vêm determinadas a obter um resultado. Por vezes podem sair com o resulta-


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do esperado, outras vezes com um acordo possível mas também acontece saírem da mediação com um resultado ainda mais favorável do que aquele que tinham pensado. - Esta mediação evita o recurso à justiça. Como estão a reagir os advogados a esta nova actividade? - A mediação não é uma coisa nova. Já existe faz muitos anos e é utilizada alternativamente. Tem sido um segredo bem guardado. Penso que campo civil ou comercial há sempre a possibilidade de se fazer dinheiro com os conflitos das pessoas principalmente quando a opção passa pela obtenção de uma indeminização. A mediação, oferece soluções num prazo de tempo mais curto e por um preço bastante inferior favorecendo as pessoas até porque o processo é menos stressante e emocionalmente menos desgastante. - É mais barato quanto? - Consideravelmente mais barato. Em casos civis ou comerciais não é assunto que se orçamente pelo preço/hora e depende do numero de deslocações e da complexidade do processo. A grande vantagem, é que a mediação tem um preço fixo e o custo é suportado pelas partes do conflito de forma uniforme em partes iguais. Logo aqui, é mais barato 50%. - É possível haver mais que dois litigantes? - Sim é possível. Já participei num caso assim. - É mais fácil ou mais difícil? Depende das pessoas. Nos conflitos do Civil e do Comercial, nós começamos por trabalhar com os intervenientes de forma separada em diferentes salas e só as juntamos quando já estão um pouco mais calmas e dispostas a negociar. - A mediação é uma estratega das relações sociais? - Não diria que é uma estratega. O que acontece é que a mediação é um processo que é estudado e que dá resultados. É certos passos que devem ser seguidos e por isso é que a mediação funciona e tem uma taxa de êxito tão elevada. O mediador, é uma pessoa neutra que está disposta a explorar o processo com os participantes e que está ali para ajudar a encontrar soluções com as quais todos consigam concordar tornando as coisas mais fácil mas não é necessariamente uma estratégia. - Não sendo estratégia, há uma Formação de base? - Exactamente. Não sendo uma estratégia, é um método.

- Em que consiste esse método? - É mais simples do que se possa aparentemente supor e por essa razão a mediação assume que não funciona em todos os casos. - Em que género de casos é que a mediação encontra mais dificuldades? - Por exemplo nos casos em que haja violência doméstica comprovada é mais difícil. Lógico que fazemos sempre um estudo do processo e só avançamos quando sabemos que a mediação é a forma adequada de resolução do conflito e sempre que necessário com as medidas de segurança exigidas. Quando detectamos que a mediação não é o método adequado para o conflito, aconselhamos as pessoas para a melhor solução a consultar. - O litígio do cidadão com instituições da Administração pública está considerado nos vossos serviços? - Nós lidamos com qualquer tipo de conflito independentemente do género ou dos envolvidos sejam cidadão ou instituições. Nós existimos para ajudar a resolver o conflito com as ferramentas e os espaços necessários a um resultado positivo para as partes envolvidas. - Antes da intervenção judicial? - Infelizmente, há pessoas que pensam que o primeiro e ultimo recurso é uma ida a tribunal e muitas vezes são enviadas para a mediação. Isto acontece mais em casos de Família por força da legislação pu-blicada em Abril de 2014 que define que as questões de poder paternal ou divisão de bens e pensão de alimentos, os intervenientes têm que passar por uma sessão de avaliação da mediação. - Obrigatoriamente? - Obrigatoriamente. Há algumas excepções como os casos de violência doméstica comprovadas que constitui uma excepção assim como os casos de protecção infantil que são também uma excepção. Todos os outros casos têm que passar por uma sessão de informação em que o mediador se reúne com ambas as partes em conjunto ou separadamente. Esta reunião dura aproximadamente 45 minutos e o mediador determina se a mediação é viável. Caso isto se confirme, é agendada uma nova sessão para dar início ao processo. Caso a mediação não seja o procedimento certo, é preenchido um formulário para ser apresentado em Tribunal. Este formulário, tem que obri-

gatoriamente ser assinado por um mediador. - A mediação substitui o Tribunal? O que dizemos ás pessoas é que não têm que ir logo para Tribunal e que podem experimentar a mediação como processo mais rápido e mais barato. A questão consiste em experimentar porque só depois disso podemos avaliar os resultados da mediação. Na maior parte dos casos funciona e caso não funcione então o recurso a Tribunal é uma segunda hipótese. Na verdade, a percentagem de casos que é devolvido pela mediação ao tribunal é ínfima. - Quando é que as pessoas decidem que têm necessidade de um mediador? - Quando têm um conflito que o impede de fazer uma vida normal. - Como se encontra um mediador? - A mediação é uma actividade regulamentada e regulada por diversas instituições que por sua vez são também reconhecidas pelo Sistema Nacional de Justiça e que recomendam qual o tipo de mediação que deve procurar. O facto de se ter tornado obrigatório em alguns casos o recurso à mediação, fará com que as empresas de mediação vão passar a anun-ciar nos mesmos locais onde normalmente se vêm os anúncios de advogados. - A fronteira entre os mediadores e os advogados é linear? - Os advogados e os mediadores são profissões complementares e não colidem. Normalmente, o mediador dá a informação legal suficiente para se aferir que as soluções que estão a ser exploradas são justas e adequadas. Por sua vez, um advogado d á ac o n s elha -

mento legal para as questões de Direito e de estratégia. Enquanto mediadores, somos neutros porque trabalhamos com ambas as partes envolvidas e incentivamos as pessoas que participam na mediação a ter aconselhamento legal se entenderem que o devem fazer. - Quanto a custos? - Os custos são mais baratos na mediação. Os advogados têm o seu custo horário tal como nós. A maior diferença, é que o custo da mediação é dividido em partes iguais pelas partes envolvidas. Logo aqui, temos uma redução drástica quando comparado com os custos de um advogado. No caso da nossa empresa, cobramos em função do rendimento das pessoas que recorrem a nós. Quando se trata de uma pessoa com fracos rendimentos, fazemos o recurso ao apoio do financiamento do Estado da mesma forma que acontece com alguns advogados. As verbas que estavam afetas ao pagamento de advogados, inclui agora também o recurso aos mediadores. As pessoas que antes tinham direito a um advogado remunerado pelo Estado Britânico, neste momento, terão também direito a um mediador gratuitamente. O Governo está a apoiar e a recomendar o recurso à

mediação p r in c ip a l -mente nos casos de Família porque vê que é aqui que se conseguem os melhores resultados para as crianças. - Com tantos conflitos que há no mundo, os mediadores vão

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enriquecer? - O conflito não tem que ser visto como uma questão negativa. O conflito, é qualquer coisa que traz a mudança necessária para podermos evoluir. Quando o conflito surge, vamos tentar ver isso pelo lado positivo, vendo as ferramentas que temos disponíveis e fazer as coisas com o máximo de dignidade. Nos casos de divórcio, quanto mais tempo se arrastar o conflito, mais isso se vai reflectir nas crianças e o que importa é conseguir atingir o objectivo sem com isso causar sofrimento. - Considerações finais. - Aquilo que pretendo dizer às pessoas é que em caso de conflito familiar, não deixem as coisas por fazer. Por vezes um acordo mal conseguido, sem apoios, pode deixar pormenores que mais tarde se revelam origens de conflito tipo bola de neve. Estamos aqui para ajudar porque a primeira consulta é gratuita. www.well-estar.com


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Quanto vale o Palop News O Palop News tem hoje uma carteira de clientes acima das 300 empresasregistadas no activo de publicidade. Com uma elevada taxa de repetição e fidelização dos seus anunciantes, o Palop News alberga ainda parcerias desde a hora zero. Palop News Londres

Absolutamente estável, o crescimento de leitores ao longo do tempo mostra que o trabalho desenvolvido conseguiu a fidelização dos seus leitores e anunciantes como nenhum outro meio tinha logrado até hoje em português no Reino Unido. O portal web do Palop News, regista ainda um crescimento de trafego absolutamente estável com ritmos de crescimento constantes desde Julho de 2010, data em que foi lançado e sempre com dois dígitos. Com mais de meio milhão de visitas por ano, o portal web totaliza já mais de três milhões de visitas que serve de garante a todo o empenho e esforço dedicado ao título mais lido no Reino Unido. Outro detalhe de influência, é a origem dos leitores que lendo em português, tem a origem da

maioria dos seus leitores no Reino Unido o que faz do Palop News a melhor informação a toda a comunidade de Língua Portuguesa em terras de Sua Majestade. Para lá do título, o Palop News desenvolve ainda iniciativas anualmente, de que se destacam os festivais de gastronomia "Come In Food Festival", o concurso Miss Portuguese World e o Dia do Pai que todos os anos com o apoio do Instituto Camões, envolve cerca de 4 mil lusodescendentes em idade escolar a residir no Reino Unido. O investimento em meios concorrências é também uma participação financeira que resulta do esforço feito até esta data, a apontar para novas iniciativas anunciadas para o início de 2016. Existem assim, todas as certezas que tanto na linha editorial, como no Canal Eventos, o Palop News é o mais valioso meio em português no Reino Unido. Por isso, agradecemos aos nossos leitores

Netos de portugueses, portugueses são Palop News Londres

A maioria PSD/CDS e o PS aprovaram no parlamento, em votação final global, um diploma que passa a estender a possibilidade de aquisição da nacionalidade portuguesa originária aos netos de portugueses nascidos no estrangeiro. Em relação a este projeto, que partiu da maioria PSD/CDS, o PCP, o Bloco de Esquerda e ―Os Verdes abstiveram-se, enquanto os deputados socialistas Isabel Moreira e Pedro Delgado Alves contrariaram a orientação da sua bancada e votaram contra. Apesar de ter havido uma ampla maioria de votos favoráveis sobre esta alteração à lei da nacionalidade, o consenso entre as bancadas da maioria PSD/CDS e o PS só foi conseguido momentos antes da votação final global, quando foi viabilizada por sociais-democratas e democratas-cristãos uma proposta

de alteração apresentada pelos socialistas, na qual se condicionava a aquisição de nacionalidade por netos de emigrantes portugueses à existência ―de laços de efetiva ligação à comunidade nacional‖. Com a emenda proposta pelo deputado socialista Jorge Lacão, a atribuição da nacionalidade portuguesa originária a netos de emigrantes ficará assim dependente da demonstração pelo requerente de “conhecimentos suficientes da língua portuguesa‖ e da existência de ―contactos regulares com o território português‖. Ficará ainda dependente de não existir ―qualquer condenação (com trânsito em julgado de sentença) pela prática de crime punível com pena de prisão de máximo igual ou superior a três anos, segundo a lei portuguesa‖. Apesar destas alterações, que levaram PCP e Bloco de Esquerda a considerar ter-se ―evitado o mal maior‖, a deputada socialista Isabel Moreira insistiu no voto contra o pro-

jeto de alteração à lei da nacionalidade, justificando-o por “uma questão jurídica e outra prática‖. ―Do ponto de vista jurídico, a aquisição da nacionalidade referente às situações em questão, que eu desejo, deve ser feita por naturalização e não pela via da aquisição originária da nacionalidade. Por causa deste erro jurídico na formulação da lei, torna-se impossível ao requerente fazer prova dos requisitos exigidos, uma vez que se reporta ao momento do nascimento‖, alegou a deputada do PS, especialista em Direito Constitucional. Antes deste conjunto de alterações ter sido aprovado em plenário, na especialidade, os deputados António Filipe e Cecília Honório criticaram duramente a versão inicial proposta pela maioria PSD/CDS, já que se poderia abrir a possibilidade de atribuição da nacionalidade portuguesa originária a um cidadão que não fala português, nem nunca esteve em território nacional. ―No limite, esse cidadão, que obtém por via administrativa a nacionalidade portuguesa, desde que tenha mais de 35 anos, até pode ser candidato a Presidente da República, mesmo que não saiba falar português‖, apontou António Filipe.


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João Noronha é Noticia(s) São inúmeros os projectos do português JN (João de Noronha). No Reino Unido,cursou Business Managementmas a sua vocação para a actividade comercial vem de mais longe. Palop News Londres

Assumidamente monárquico nas redes sociais, JN tem uma história de imigração vasta. Ao fundar um jornal no Reino Unido, ―As Notícias‖, repete uma experiência anterior a que somou a sua capacidade de fazer negócios. Dirige o jornal mais antigo na Comunidade de Língua Portuguesa no Reino Unido e mesmo nos períodos mais férteis em que há mais circulação de meios na comunidade lusófona, ―As Notícias‖, sempre foi o jornal mais regular. A sua tiragem, ultrapassa já as 170 edições, um verdadeiro record nos meios Lusófonos no Reino Unido. Em parceria com Pedro Fernandes, Londres teve oportunidade de intervir na rádio (AM) em português

―genuíno‖ pela mão do nosso visado neste trabalho. A convite de Paulo Custódio, Paulo Aleixo e Octávio Teixeira, JN foi o primeiro convidado da primeira emissão do programa ―Galo de Barcelos‖, até hoje a única grelha reconhecida pela OFCOM na onda FM Stereo no Reino Unido. Com homenagens a Francisco Maciel, JN apresentou a primeira edição da Gala ―As Notícias‖, evento que haveria de se afirmar como o de maior glamour acessível a uma grande maioria de portugueses em Londres. Em cada Gala de ―As Notícias‖, houve sempre a distinção de várias personalidades e na generalidade das opções, o prémio foi consensualmente atribuído embora nesta reportagem se tivessem conhecido outras motivações como se verá mais à frente. Manter a Gala ―As Notícias‖ pelo

seu período de vida útil, equivale a mais tempo do que duraram as dezenas de jornais que a Comuni-dade conheceu no Reino Unido nas últimas duas décadas. Quanto aos troféus atribuídos desde a primeira edição, foram assinados pela artista plástica Maiuko. As revistas, estiveram sempre na mira de JN, embora até hoje, nenhuma tenha singrado. Em todo o caso, não tem sido por falta de iniciativa que o irrequieto JN tem sofrido os maiores dissabores. Uma das últimas principais iniciativas de JN, prende-se contudo com um evento que reuniu os ―assistentes sociais‖ no Reino Unido em português, financiado pela Secretaria de Estado e sponsors comerciais. Multiplicam-se as iniciativas de mérito indiscutível assinadas por JN. Para o encontro dos Assistentes Sociais, a notícia é a ausência

de duas estruturas de Londres. O PCC (Centro Comunitário) e a Abraço imiGrande: ―Abraço imiGrande este-ve representada embora com alguma polémica na medida em quem a representou não estaria em sintonia com a própria instituição e o PCC não compareceu por falta de oportunidade a que a Organização é alheia. Estava prevista a presença da Fernanda Correia em representação do PCC‖ – diz JN. Já a Por-

tuguese Offer, registou um primeiro êxito na edição deste ano havendo alguma curiosidade sobre as próximas edições que estão prometidas. Apesar de múltiplas actividades de JN, a principal referência, porém, permanece no Título. AS NOTÍCIAS (O Jornal) Reza a história que o Jornal ―As Notícias‖ só foi possível, graças à intervenção umbilical da Key Cont Pág seguinte


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Cont pág anterior Stone, uma associação britânica sediada em Thetford. Contactada pelo Palop News, a Key Stone confirma que fizeram um investimento no jornal ―As Notícias‖ mas que ―levaria muito tempo a confirmar valores dado o tempo que já decorreu‖ disse Jondathan da associação. Também JN assume esse apoio. ―Dez meses depois, a Key Stone decidiu acabar com o financiamento e tive que encontrar outras soluções‖ – diz JN. Apesar do aparente êxito mencionado nas páginas do próprio Título, as histórias que ficam contadas, arrastam um prestígio de contornos dúbios.

O TÍTULO Quando decidiu fundar o ―As Notícias‖, JN muniu-se de apoios institucionais e outros financiamentos privados. Em Londres, reuniu alguns empresários portugueses a quem convenceu ao investimento. ―Eu não conhecia bem as pessoas e foi com a ajuda dos conselheiros, nomeadamente a Cristina Costa Pinto, que reuni com diversos empresários que aceitaram integrar o projecto através de uma participação financeira” – revela. Este evento de angariação de fundos junto dos empresários decorreu em Londres, no Britannia (Wandsworth Road) e o discurso

de JN parece ter sido convincente. O projecto, mereceu o apoio do ―mix‖ empresarial ali reunido. Vários empresários assumiram ali, apoiar o mesmo projecto que dura até aos dias de hoje. Segundo JN, cada investidor contribuiu com entre 500 a mil libras com a promessa de lucros rápidos e um futuro investimento na rádio e que agora, em 2015 promete uma televisão em português no Reino Unido. Tudo, em nome dos portugueses a residir no país. Foi o investimento neste mesmo Título que JN acaba de anunciar ter vendido confessando ser esta a segunda operação que envolve o Título. Segundo JN, os investidores eram proprietários de 8% do capital da empresa. Terá sido com a entrada de Pedro Fernandes que acontece a primeira operação e o Título, até aí em nome de uma empresa, passa a funcionar na tutela de outra empresa mas agora sem a participação dos investidores. ―Transitaram dois desses investidores‖ – revela JN sendo que não se recorda do nome de um deles. Parte dos investidores contactados pelo Palop News, afirma não ter tido conhecimento dessa operação. ―É mentira‖ – diz JN. ―foram enviados e:mails a todos os investidores e transitaram aqueles que aceitaram. Não podemos obrigar as pessoas‖.

OS “ACCIONISTAS” Um desses investidores foi Joaquim Pinheiro que pagou mil libras a troco de nada. ―Investi no título, fiz a distribuição do jornal gratuitamente e paguei todos os anúncios que publiquei‖ - revela ao Palop News para acrescentar - “Comprei acções que nunca me foram entregues‖, informação que de resto é comum a outros investidores por nós contactados. Fernanda Gonçalves recorda que chegou a entrar em desacordo com o marido entretanto falecido, por causa deste negócio, ―O Eduardo (marido), pagou as mil libras contra a minha vontade. Bastaria ouvir o discurso de JN para se perceber que ele estava a enganar toda a gente. Só choro a luz que gastei enquanto ele utilizava as minhas

instalações para enganar toda a gente‖ - revela. Joaquim Pinheiro por seu turno esperava uma palavra da parte de JN. Palavra que nunca recebeu. ―Privei-me de muitas coisas para poder pagar mil libras que não deram qualquer resultado ou retorno. Nunca vimos as contas e mesmo sendo investidores, nunca fomos chamados a verificar o investimento. São negócios à João Noronha - disse ao Palop News. Estes investidores de resto, não sabem em nome de quem está o jornal, pese embora saibam que o título acaba de ser vendido (tudo aponta que pela segunda vez) segundo o próprio JN, a um grupo de empresas. Os ―sócios‖ do negócio, souberam através das páginas do próprio jornal que o jornal de que são sócios,

foi vendido. A ser verdade a dupla transação do título, resta saber se legalmente o segundo negócio pode ser anulado pela fratura da primeira operação. ―Gostava de saber o que é que ele pensa que nós somos‖ - atira Joaquim Pinheiro nitidamente desiludido com a história. ―Penso que JN olhe para nós como lorpas‖ deixa cair. Outro empresário que também investiu mil libras no título prefere não ser identificado. “Tenho uma porta aberta e não me quero envolver em confusões‖ - revela. ―Paguei as mil libras, comprei e paguei a publicidade publicada e o JN ainda tem aqui uma dívida que já não espero receber‖ – confessa para adiantar: Cont. pág seguinte


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Cont. pág anterior -―Recebi um papel escrito à mão sem qual-quer validade e a pro-messa de que haveriam reuniões regulares para avaliar o andamento do projecto. Tudo águas de bacalhau‖ – disse o empresário ao Palop News. Sobre o anúncio desta empresa que continua a ser publicado no ―As Notícias‖, o empresário revela que não ―encomendou nada e não autorizou a sua publicação. Se continua a publicar, JN saberá porquê” – afirma o empresário. Confrontamos JN para saber se os „sócios‟ iniciais do projecto tinham transitado nesta nova operação. ―Não porque não é a mesma empresa. É outra empresa. Os que estavam no jornal foram informados e transitaram para esta nova empresa. Transita para a nova empresa quem quiser. Em todo o caso, todos os sócios originais vão transitar para a nova empresa” – afirma. ―Muitas vezes o víamos passar na rua e eu brincava com o meu marido e dizia-lhe «Vai lá Eduardo. Vai ver se o teu investimento já rendeu algum dinheiro» - diz Fernanda Gonçalves com ironia. Um dos empresários por nós contactados, referiu que JN informou os investidores

que teriam ―que registar os papéis mas não disse onde. O projecto era fantástico enquanto discurso mas não passou disso mesmo‖ – disse o empresário. Quem conhece vários dos ―accionistas‖ e muita da actividade desenvolvida então, é Pedro Fernandes que trabalhou no Título durante dois anos e que acabou por se incompatibilizar com JN ao exigir uma participação na empresa. ―O Pedro pediu 50% da minha participação que era de 92%‖ – diz João Noronha. Pedro Fernandes tem outra perspectiva. “Ao fim de dois anos de colaboração sem pagamento, exigi uma participação no título. Tinha a promessa de 1.200 libras por mês e não recebi um único ―pi‖. Estoirei com uma

moto a distribuir o jornal e a vender publicidade. Era justo receber uma compensação mas não funcionou assim‖ – lamenta. ―Sim, assisti a uma reunião em que Pedro Fernandes e JN discutiram 50% - revela um empresário que aceitou gravar para o Palop News e que garante terem estado presentes nessa reunião alguns dos investidores do ―As Notí-cias‖. Recordome que a reunião acabou mal e que ambos discutiram de forma desagradável. Sei do trabalho que o Pedro Fer-

nandes fazia para o jornal tanto na distribuição como na venda de publicidade até porque tudo se passava no meu escritório” – afirma. ―De resto, esse trabalho é público até porque foi publicado no próprio jornal ―As Notícias‖. Sobre a passagem do Título de empresa para empresa, Pedro Fernandes refere que ―os papeis deixam de ter valor quando a empresa deixa de existir. Passar o Título de uma empresa para outra sem que os investidores sejam informados é fraude. Estamos a falar de milhares de libras mas se fossem milhões seria a mesma coisa‖ – diz para acrescentar. ―Os accionistas estavam cansados de JN. São p es s o a s que lidam com muito dinheiro e queriam apenas que o projecto fosse em frente. O que os investidores hoje sentem, é desprezo‖. Fonte próxima de outro empresário, afirma conhecer o registo

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de donativos nos projectos de JN na ordem das 30 mil libras. Destas receitas porém, os investidores iniciais nada sabem. ―Nem tinham que saber‖ diz JN. ―Esse assunto nunca teve nada que ver com o Título‖. A mesma fonte relata na primeira pessoa um cheque de 500 libras que JN lhe depositou na conta, sem ter assinado o espécime. ―Ainda guardo esse cheque e o banco descontou a devolução da minha conta‖ - diz.

O ESCRITÓRIO O escritório de Londres alugado nas instalações de um conhecido empresário na South Lambeth Road, haveria de ser mais um rastilho. ―Pagou a renda por 3 ou 4 meses e depois deixou de pagar apesar de se tratar de um valor simbólico de 175 libras por mês. Depois acabei por aceitar o pagamento em anúncios no jornal‖ – revela o «senhorio» que cedeu o espaço. Pedro Fernandes revela mesmo que foi do seu bolso que teve que pagar parte dessas rendas porque era a única alternativa. ―Dizia que não tinha dinheiro e eu avencei para ajudar o projecto. Cont. pág seguinte


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Cont pág anterior Afinal, entrei no jornal com a intenção de ajudar‖ – diz. JN, também aqui, é de opinião contrária. ―Foi tudo pago. Não me lembro de ter havido qualquer divida. O que acontece é que ele nos dava os serviços de contabilidade e coisas administrativas. As coisas que eram feitas nós pagávamos por permuta mas nunca foi feito com a renda que eu me lembre. As rendas foram pagas. Não sei se ficou alguma em divida mas duvido‖.

O STAFF A velocidade a que o Título apresenta entradas e saídas de pessoal tem sido absolutamente frenética. Anunciados nas suas próprias edições, todo o tipo de colaboradores, jornalistas, directores e anúncios para vendedores. O mais resistente acabaria por ser Daniel Santos que continua a assinar o editorial (após se ter conhecido um desentendimento entre ambos), seguido de Pedro Fernandes que acabou por se incompatibilizar com JN ao fim de cerca de dois anos. Todas as outras apresentações foram absolutamente efémeras, ou com um público alvo dirigido. Os investidores. Ruben Pereira, outro dos jornalistas que passou pelo Título, acabaria por abandonar o projecto. Outra jornalista que prefere não ser identificada revelou ao Palop News: “respondo-lhe às questões mas de forma anónima. Eu tenho medo de JN que já me ameaçou várias vezes‖ – refere para acrescentar ―Quando me despedi do jornal por todas as falcatruas que aconteciam, ele disse que me ía tirar tudo e que eu não iria a lado nenhum. Depois comecei a receber e:mail's e como era mau demais acabei por o bloquear”. Numa confissão, a mesma jornalista que trabalhou com JN por 3 meses, haveria de revelar ―Deveme £600 de diferença entre o que me devia ter pago e o que foi pago. O último mês que lá estive já não me pagou. Eu tenho muito medo dele. Ele é muito instável‖. Sobre o tipo de trabalho que desenvolveu ao serviço do ―As Notícias, a mesma jornalista revela que não fez ―muitas reportagens de rua. O que me era pedido era basicamente para ir a Google buscar a informação a publicar e eu recusei até pelo respeito que tenho pela carteira de jornalista‖ – disse ao Palop News. JN defende-se dizendo que as incompatibilidades com esta jornalista se devem a uma questão de direitos de Propriedade intelectual. Foi paga na íntegra” – afirma JN. ―O jornalismo que ele faz passa

por dizer mal gratuitamente‖ – refere a jornalista para concluir - ―Cheguei a fazer toda a edição e paginação da tiragem durante os três meses que lá trabalhei. Nunca me hei-de esquecer da cara dele a dizer que iria atrás de mim e por isso não quero ser identificada. Não tenho nada de bom para dizer sobre a minha passagem pelo "As Notícias" e do meu curto convívio com o JN‖ – diz. Um empresário que alugou o espaço de escritório de Londres a JN, recorda que se lembra de ―uma brasileira que trabalhou para a TV Record e cujo nome não me lembro que trabalhou no As Notícias e que alegou que o jornal lhe ficou a dever dinheiro mas não me lembro do nome dela‖ – diz. Pedro Fernandes confirma a história: ―Uma jornalista brasileira que mais tarde veio a trabalhar para a Record, cheguei a ter que lhe dar dinheiro do meu bolso para que pudesse continuar a trabalhar. Entre pagamentos dei-lhe mais de 300 libras” – afirma - “Recordo-me da quantidade de vezes que tive que recorrer aos anunciantes para cobrar antecipadamente para fazer sair o jornal da gráfica” – revela Pedro Fernandes que confessa ter entrado ao serviço do jornal porque ―fazia já três meses que a tiragem quinzenal não era publicada e os investidores eram pessoas minhas amigas‖. ―Prometeu-me £1.200 por mês e não recebi um ―pi‖ ao longo de

dois anos. Ainda tive que pagar as minhas despesas de deslocação e alimentação. Passei a ser uma mula de carga. Às 6 da manhã já andavamos por Londres a distribuir jornais e a vender publicidade. Nos primeiros 3 meses vendi 12.500 libras de publicidade para depois ele dizer que o escritório de Londres dava prejuízo‖ – revela. O mesmo Pedro Fernandes recorda as vezes em que teve que meter dinheiro do seu bolso quer para pagar o aluguer do escritório, quer para a conta da gráfica. ―Dei-lhe as últimas £500 para a gráfica e exigi participar na empresa. Nessa altura, já me devia muito dinheiro. ‖ – assume Pedro Fernandes para continuar: ― Para isso foi agendada uma reunião em que estavam presentes alguns dos investidores (accionistas). Quando confrontado, no dia da reunião, no escritório do Pedro Xavier, o JN, à frente de toda a gente, disse: «Eu não dou nada a ninguém o jornal é meu, ele aqui não tem nada e ponto final. Ficamos todos de queixo caído» ‖. Por se tratar da pessoa que mais tempo esteve envolvido no Título, confrontamos Pedro Fernandes com algumas questões. - O jornal dava lucro? - Claro que dava lucro. - Os accionistas sabiam desse lucro? - Claro que não. Numa só edição

de Natal eu cheguei a vender quase 6 mil libras. Muita da publicidade que vendi era por telefone em contacto com empresários meus amigos e que confiaram em mim. - Algum dia foste acusado de receber dos clientes e não teres entregue o dinheiro? - Não, isso nunca aconteceu. Ele sempre admitiu a minha honestidade. Mais uma vez, JN não partilha a opinião. ―O Pedro teve todas as condições e fez um mau trabalho. Estava falido. Eu não preciso do dinheiro do Pedro Fernandes para nada. Ele não tem dinheiro como é que pode emprestar uma coisa que não tem?‖ – Pergunta JN. A TIRAGEM Das cerca de 20 mil cópias anunciadas, Pedro Fernandes refere apenas 4 mil. 3 mil para Londres e mil que permaneciam para a distribuição na sede. ―4 mil eram só para Londres‖ - diz João Noronha.

Outra jornalista que trabalhou com JN revela que os jornais não são distribuídos conforme anunciado. ―A distribuição era feita apenas nas empresas anunciantes. O resto era guardado na garagem‖ – informa. ―Nunca tive nenhuma jornalista a trabalhar comigo enquanto tive garagem e apenas passaram duas jornalistas pela empresa‖ diz JN, no entanto, as diversas memórias apontam para o dobro desse número. ―Ele dizia que não tinha dinheiro, muitas vezes por causa das multas das gráficas por falhar prazos. Depois da experiência que tive com o jornal Hora H, sei que as gráficas não aplicam multas. Era tudo uma mentira” afirma Pedro Fernandes para adiantar: ―Fui várias vezes com ele à gráfica e a tiragem eram 4 mil cópias. Mil que ficavam com ele e três mil que vinham para Londres‖ diz. Cont pág. seguinte


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Cont pág anterior Sobre o volume de assinantes que JN diz serem centenas, Pedro Fernandes denuncia. ―Enquanto eu lá estava o jornal era enviado a 12 pessoas‖ - revela. A mesma jornalista que teme ser identificada afirmaria mesmo que “A distribuição era feita apenas nas empresas que anunciam. O Público, a Comunidade Portuguesa no geral, não tem acesso ao jornal. Eu cheguei a ir com ele a Londres e os jornais são distribuídos apenas pelas empresas anunciantes. Acho isso gravíssimo‖ – refere.

OS VIZINHOS Um dos projectos mais ambiciosos de JN em Thetford, passou por mais uma ideia brilhante que acabaria por ruir. A ideia, consistia num restaurante no 1º andar de um armazém com sala de jogo. No piso inferior, um espaço para escritórios de atendimento à comunidade e um espaço de comércio de produtos alimentares. O ―modus operandi‖ de JN, acabaria por abortar o projecto numa situação que terá mesmo tido envolvimento policial. ―Não sei o que se pensa de JN na comunidade em Londres mas aqui pela zona sabemos como fun-

cionam os negócios dele‖ - refere Paulo Custódio. Lisa Ferro, uma jornalista que trabalhou com JN refere que ―em Thetford muitas pessoas têm medo dele. Ele joga com os apoios sociais que são prestados pela associação „Challenge‟. São favores que as pessoas ficam a dever e por isso é temido. Pessoas que não sabem a Língua. Não senti que as pessoas gostem muito dele ou que seja uma pessoa querida‖. Pedro Fernandes afirma mesmo ter falado ―com pessoas de Thetford e constatei que o prestígio dele é muito mau‖ ―Não se agrada a toda a gente‖ refere João Noronha ao Palop News.

TIMOR A história mais antiga de JN a circular na internet fala de um milhão de dólares e foi publicada pela Agência Lusa. Um jornal e um hotel, falam de uma história deixando atrás um fumo imenso de desemprego, falência e fraude. Ainda hoje ninguém descobriu de que forma JN abandonou a Ilha de Timor Leste de onde terá vindo para o Reino Unido. ―Sobre Timor não falo. Posso

apenas dizer que a verdade está em 800 páginas nos escritórios dos advogados e que o Estado de Portugal detinha 28% do projecto sendo o maior investidor‖ – diz JN Pedro Fernandes refere ter recebido uma carta com a informação sobre Timor. “Foi já quase no fim do nosso relacionamento profissional que recebi essa carta que passei aos investidores porque eram meus amigos. Recebi a carta em casa por correio e esta foi enviada para vários empresários. Estou neste país há 20 anos e nunca vi ninguém que tivesse feito tão mal à nossa Comunidade‖ - revela.

AS GALAS Apuramos que a 1ª Gala de ―As Notícias‖ foi produzida por Francisco Maciel que confessou ao Palop News ter trabalhado para JN. A relação termina com salários em atraso e após esta primeira Gala, Francisco Maciel foi residir para Londres. JN porém continuou a produzir a Gala nos anos seguintes. Em cada gala, um novo episódio a deixar um rasto de histórias mal contadas. ―Investi no jornal mas nunca fui convidado para uma gala‖ - revela Joaquim Pinheiro que guarda me-

mórias de ter largado o trabalho para ir ao aeroporto recolher artistas que vieram trabalhar na própria Gala. As últimas edições da Gala ―As Notícias‖, deixaram tranches de publicidade pouco simpáticas. O Restaurante Grelha Douro a Sul de Londres, publicou no Facebook até à exaustão a dívida de JN pelo fornecimento do catering. Em causa, centenas de libras que alegadamente não terão sido pagas. ―Não tenho pressa. Um dia

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encontrarei JN e poderei falar com ele já que por telefone ou por escrito ele não responde‖ – diz José Manuel do Grelha Douro que tem por receber o fornecimento efectuado. JN tem porém outra versão da história. ―O valor em dívida não corresponde à verdade, não foi emitida fatura e não nos disseram onde queriam o dinheiro‖ – responde JN. Na gala do ano anterior, o valor foi mais elevado. Cont. pág seguinte


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Cont pág anterior Amândio Cardoso, fala em nome da filha quando revela ter o caso entregue na justiça. "Se a minha filha não tivesse adiantado o valor em falta para a Gala, não haveria Gala e estávamos a poucas horas do evento. Deveria ter pago após o evento e já lá vão dois anos - diz – ―depois deixou de me atender o telefone" - revela o empresário. "Na última gala fui convidado para ser testemunha de um fornecedor de JN que se comprometia a pagar o fornecimento após o evento. Valeu na altura a atitude de Susana Forte Vaz, esposa de JN que se disponibilizou para assegurar o pagamento. Contactado este fornecedor, confirmou ter esperado 2 anos pelo pagamento do fornecimento anterior e que tudo acabou pago embora sob a pressão da justiça". Também este fornecedor se revelou indisponível para voltar a trabalhar com JN. ―Estranho‖ – revela João Noronha. ―Está combinado que seja o mesmo fornecedor da próxima Gala‖ – refere. As pessoas dizem coisas que eu não entendo. Uma jornalista que trabalhou para o "As Notícias" e que prefere manter o anonimato, refere que os prémios "não eram atribuídos pelo mérito das pessoas mas pela sua

capacidade financeira em participar", deixando assim perceber que o critério não seria o mérito mas a receita que poderiam gerar. Pedro Fernandes, afirma que “JN oferece os prémios às pessoas com intuitos meramente comerciais. Não quero falar em nomes mas conheço empresários a quem o JN todos os anos oferece o prémio para os ter na Gala. Conheço muita gente zangada com a Gala do “As Notícias.” Afirma para continuar. A mesma jornalista que trabalhou no ―As Notícias‖ referida acima, afirma que “Em relação à Gala, sei que o JN teve que fazer muitas ginásticas. A mulher chegou a chorar comigo‖ - revela. ―Eu apresentei a Gala um ano e além de não ter sido paga não tenho provas em como o fiz. Bloqueoume o acesso a todas as fotografias e imagens” e recomenda ao nosso repórter que ―A própria artista das estatuetas tem muito para contar‖. Amândio Cardoso revela ainda que JN terá publicado anúncios que não lhe foram encomendados e que depois viu chegar a fatura. ―Paguei todos os anúncios que encomendei e ele começou a publicar sem meu conhecimento para abater, creio eu, na dívida que tem

para com a minha filha. Um perfeito disparate. O novo Director do jornal já me telefonou mas eu não tenho nada a falar com ele. O que pretendo é que a minha filha seja reembolsada do dinheiro que emprestou para a Gala e que deveria ter sido paga 24 horas depois. Passaram 3 anos.‖ – revela. Uma vez mais, JN tem uma versão diferente. ―Comeram e beberam e não pagaram‖. Olhando para os valores em causa, fica a certeza que JN perde nesta esgrima. A Secretaria de Estado revela ainda que foi atribuído um apoio financeiro de 3 mil euros para a Gala, em nome da European Challenge Limited, empresa cujo rosto é Susana Forte Vaz, esposa de JN. Sobre esta empresa que JN faz passar como projecto associativo vocacionado para a Comunidade, uma fonte do Palop News revelou: ―Anuncia as galas como fonte de receita para uma associação em favor da Comunidade mas isso não corresponde à verdade. A beneficiária, é a European Challenge da mulher que de associação nada tem. Trata-se isso sim de uma empresa que funciona como qualquer outra a troco do pagamento dos serviços‖ – revela a jornalista que passou pelo ―As Notícias‖. Um conhecido empresário do

Sul de Londres, revela que ―Ouvem-se muitas coisas do Noronha e outras pessoas. O que sei é o que se passou com o Grelha Douro e a Gala que aparentemente é um facto. Em relação a JN, existem outros casos mas não posso divulgar devido ao sigilo que me foi pedido mas, houveram outras coisas chatas que efectivamente aconteceram” – afirma.

OS ARTISTAS João de Noronha já trouxe a Lon-dres alguns dos maiores nomes da música em Portugal. Carlos do Carmo, João Pedro Pais e Luís Represas, são apenas três exemplos. No caso de Carlos do Carmo como de muitos outros artistas, Pedro Fernandes chama a si a responsabilidade. ―O Pedro Fernandes sabe falar mas não sabe contar a verdade‖ diz JN. O artista Fernando Pereira, que foi convidado para a primeira gala por Francisco Maciel, haveria de repetir a experiência sempre de forma gratuita. Desta vez com menos sorte. A falta de cumprimento por parte de JN deixou o artista fora do sério. "As condições de trabalho e a Organização deixaram muito a desejar" - diz ao Palop News para acrescentar - "Acabei por fazer o

melhor possível mesmo sem ter as condições combinadas". Para a Gala de 2013, o artista decidiu não confiar as questões técnicas e exigiu trazer dois técnicos pessoais para garantir a qualidade do seu trabalho. "Combinámos que eu e a minha produtora iríamos participar de novo gratuitamente, a título de solidariedade e que os meus dois técnicos profissionais receberiam um pequeno cachet de 300 euros cada um, para pagar o seu trabalho na Gala e compensar os 3 dias de deslocação e tempo perdido ... trabalhei de borla para ele duas vezes, em ambas as situações colaborei e ajudei o melhor possível, em ambas as situações convenci outras pessoas, cantoras e bailarinas a trabalharem também de borla, nunca tive qualquer compensação financeira ou profissional por isso e ainda paguei aos técnicos 600 euros do meu próprio bolso..." - revela o artista para finalizar "Na própria noite da Gala, a uma certa hora, João Noronha desapareceu com a mulher e nunca mais o vi. Quem nos levou no dia seguinte para o aeroporto foi um amigo comum, pois o nosso contratante e anfitrião, o Sr. JN, para quem tínhamos dado tudo na noite anterior, completamente de borla, nem Cont. pág seguinte


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Cont. pág anterior sequer apareceu no hotel para se despedir..." - revela. ―Trouxemos muitos artistas a Londres e se houve quem não gostou é normal‖ – diz JN. Sílvia Rizzo contratada para uma das galas, revelou ao Palop News terem ―descontado do seu cartão de crédito o valor da estadia no hotel uma quantia estimada em cerca de mil euros, por ter vindo trabalhar numa das galas de JN. ―Tentei fazer Sílvia Rizzo perceber do risco que corria mas não fui suficientemente frontal para evitar mal entendidos‖ – disse Pedro Fernandes ao nosso jornal. Numa coisa, JN e Sílvia Rizzo parecem de acordo. O hotel em causa teve uma atitude pouco digna. O mesmo entrevistado, afirma ainda que: ―Na Gala seguinte, o JN trouxe-a para o hotel em Chelsea e não só apenas não recebeu o cachet como lhe debitaram mais de mil euros no seu cartão de crédito” – refere a confirmar as palavras da artista contactada pelo Palop News. Já esta reportagem estava em andamento, quando soubemos que na última semana de Abril, JN esteve em tribunal, informação que o próprio confirma. ―Alguma coisa foi mal feita nos papeis e eu continuo Director da empresa‖ revela. Apuramos que a ―única coisa que disse ao Juiz é que não é director do jornal‖. Por pagar, alegadamente estão as viagens dos artistas que vieram para trabalhar na Gala. Pedro Fernandes refere que esta estratégia é frequente em JN. ―Faz a dívida em nome da empresa, fecha a empresa e abre outra. Parece complicado mas é simples‖ – revela.

A RÁDIO Com os serviços de Pedro Fernandes, ―As Notícias‖ passa a ter um espaço de antena em Onda Média. Este projeto haveria de ser abortado pouco tempo depois. ―Foi mais uma dívida a que tive que dar a cara‖ diz Pedro Fernandes para acrescentar: ―O JN manda as bombas para Londres mas depois fica longe e eu é que tive que falar com a Estação e desculpar a dívida de 3 a 4 mil libras que tanto quanto sei, nunca chegou a ser paga. O programa custava £1.180 libras por mês e foi mais um negócio à JN‖ diz o nosso entrevistado.

―Concerteza que se deixou uma divida. Foram-lhe dadas todas as condições para trabalhar e ele não trabalhou. A Rádio foi montada para o Pedro e foram-lhe dadas todas as condições e ele não cumpriu. Nunca percebi o que ele quer da vida. Percebi que na última AG que ele esteve presente e pôs as suas duvidas, levantou-se e foi embora. As pessoas são o que são e o Pedro foi para mim uma grande desilusão. Uma coisa é certa, percebeu-se que se eu tivesse deixado o Pedro fazer o que queria no jornal, este já não existiria como aconteceu com o dele. A situação é esta. Todas as pessoas que tiveram jornais, já passaram 17 títulos nestes 10 anos - será por isso que não querem o ―Noticias‖ no caminho!‖ – Deixa cair.

A REVISTA Nos últimos anos, JN ameaçou várias vezes lançar uma revista. Uma dessas vezes concretizou o projecto com a colaboração de Helena Napoleão, que depois da sua experiência apareceu no mercado com a Revista ―Fama‖ que também desapareceu quase de forma instantânea. Ambos os projectos foram nados mortos e não passaram da simples ameaça. Seja na rádio ou nas revistas, os projectos de JN ou a ele de alguma forma associados, ficaram pelo caminho, com excepção do Título. Para já, anuncia a criação de uma televisão a serviço da comunidade e obviamente como mais um investimento na comunicação. A jóia da coroa, permanece o Título. A redução do número de páginas das edições são bem uma referência ao tempo de crise que já não permite a regularidade de outros tempos. ―A regularidade foi mantida enquanto permaneci ao serviço de JN‖ – diz Pedro Fernandes falando de um período que curiosamente coincide com a aproximação de JN a Paulo Costa. ―Fui uma vez a um clube privado em Mayfair para recolher mil libras destinados a JN‖ completa Pedro Fernandes. A última edição a registar a paginação normal, acontece coincidentemente depois do evento financiado pela Secretaria de Estado das Comunidades que reuniu os assistentes sociais de Língua Portuguesa realizado em Thetford. OS NOVOS DONOS JN afirma ter vendido o Título a um grupo empresarial, embora

não revele quem é o grupo novo proprietário do jornal. O rosto que acompanha a notícia é Nuno Couto, também conhecido na comunidade, por ter vendido seguros e publicidade entre outras coisas. Curiosamente é o mesmo Nuno Couto que colaborou com a Eagles Insurance, que recentemente lançou o Jornal A Gazeta pela mão de Nuno Mendes. Nuno Couto tornou-se ainda conhecido por editar um directório que entretanto também desapareceu do mercado, deixando o terreno comercial nas mãos das Páginas Portuguesas e da Pinguim Magazine, que como A Gazeta são alheias a toda esta história. Pedro Fernandes revela que ―quando o JN abordou os empre-sários, abriu o jornal e passado algum tempo, devido às dívidas que arranjou, fechou a empresa e abriu outra. A obrigação de JN deveria ser a de entregar aos acionistas a participação nessa nova empresa. O Título transitou de propriedade. Os acionistas viram o seu bem ser transacionado sem saberem”. Afinal, o mesmo acaba de acontecer agora e assim, JN, vende por duas vezes, algo que já tinha vendido a um conjunto de investidores portugueses em Londres. Na dúvida, perguntamos a Pedro Fernandes: - Quantas empresas se conheceram em posse do Título? - Enquanto estive lá quase dois anos, pelo menos duas mudanças de empresa houve.

NOVOS PRODUTOS Com a queda do número de páginas no ―As Notícias‖, assiste-se ao lançamento de dois novos produtos assinados por JN. A Assistência Social e as feiras comerciais, ao mesmo tempo que a data habitual da Gala falha 2015. Ambos os produtos, tal como todos os primeiros eventos assinados por Noronha, tiveram nota positiva. A Comunidade aguarda as próximas edições. Na fotografia publicada no Facebook sobre o Encontro de Assistentes Sociais, são identificáveis algumas pessoas presentes. Joe Barreto, Gabriel Fernandes, ExConselheiro da Comunidade e Exvereador do Lambeth Council, marcaram presença. Neste encontro, a assinalar ainda a presença de José Galaz, Conselheiro Social da Embaixada de Portugal em Londres bem co-mo Paulo Custódio e Su-

sana Forte Vaz.

INTERNACIONAL Em Março de 2014 e com o Alto Patrocínio da Secretaria de Estado das Comunidades, João Noronha participa num Encontro Mundial dos meios portugueses no estrangeiro. Desse encontro, haveria de resultar a Plataforma dos Meios no Estrangeiro, constituída em projecto associativo. No projecto de Corpos Sociais desta Plataforma, JN ocupa o cargo de tesoureiro. Pedro Fernandes reage a esta informação com sonoras gargalhadas. A Presidência desta plataforma é em Paris e envolve outros meios da Europa, da África, Américas e Macau, que é também onde se encontra o Presidente Mundial dos conselheiros das comunidades no planeta. No Reino Unido, João de Noronha acaba de anunciar a ―Nossa Plataforma‖ para o encontro de assistentes sociais que reuniu 15 pessoas com o patrocínio da Secretaria de Estado das Comunidades. A mesma filosofia a ensaiar o mesmo financiamento. JN tem atravessado a actividade comercial na comunidade Portuguesa no Reino Unido, como uma enguia que se escapa num discurso convincente. ―Seria bom publicar sobre as pessoas que compram publicidade e não a pagam para explicar o esforço feito para manter o jornal‖ diz JN. Mas a história não se fica por aqui. ―O JN não quer ver a Comunidade bem‖ – diz Pedro Fernandes. - Porquê? - Perguntamos - Trabalhei com ele dois anos. Ele chegou ao ponto de ligar para instituições a ameaçar. - Ameaçar como? - O mais importante na Comunidade são as instituições comunitá-rias, clubes, associações. Muitas dessas instituições, não estão 100% legalizadas por falta de apoio ou informação. O JN contactou essas instituições a ameaçar de denúncia. Há algum tempo atrás, tentouse fazer uma Federação das associações e eu não vi, porque já não tinha contactos com ele mas recebi a informação dos responsáveis dessas estruturas a relatar as ameaças. Ele queria que essa federação não fosse para a frente. Ameaçava que caso essas estruturas integrassem essa Federação seriam denunciadas” - Afirma. - Quem recebeu essa ameaça?

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– Insistimos. - Não revelo porque não estou autorizado por essas pessoas a fazê-lo. Se essas pessoas me autorizarem eu dou esses nomes todos. Que homem pega no telefone e ameaça as estruturas mais importantes da Comunidade? – Pergunta Pedro Fernandes. Confrontado, JN responde: ―Eu? Não. De maneira nenhuma. A única coisa que aconteceu na altura - junto da Embaixada, pedi para reunir as associações e pedi que se legalizassem mas nunca falei com qualquer associação nesse sentido. O que está em causa é um português que convence a sua comunidade a investir nas suas ideias e deixa atrás de si este rasto duplamente extraordinário e mesmo assim inexequível. A pagar a “conta”, fica toda uma comunidade que tem dificuldade em manter um clima de confiança quando são os seus mais ―ilustres‖ membros a escrever uma história com estes contornos. ―Quando deixei de trabalhar com o JN, senti-me traído, humilhado porque perdi dois anos da minha vida mas sobretudo, traído. Eu tive uma boa relação com o Noronha que se começou a deteorar quando comecei a descobrir que tipo de pessoa ele é. Até lá, se alguém me falasse mal do Noronha, eu dificilmente acreditaria. Eu defendia o como defendo sempre quem está comigo. Eu, se o JN me desse o Mundo, eu preferia passar fome.‖ – Atira para adiantar ter por receber mais de 40 mil libras no total. ―- Eu tive gente a ameaçar-me fisicamente por trabalhar com o JN. Passei vergonhas. Eu fui posto na rua em alguns estabelecimentos por trabalhar para o ―As Notícias‖. Nunca me tinha acontecido. Chegaram a dizer-me «saia da minha casa. A porta é ali e você não pode estar do lado de cá da porta só por mencionar o JN ou o nome do jornal» ―. Assim se tem escrito a história de um português a residir no Reino Unido cujas ideias são fantásticas mas cuja execução deixa esta sombra. NR: Esta, foi a mais extensa peça publicado até hoje pelo Palop News. Foram entrevistadas 16 pessoas e apurados os nomes de mais 12 direta, ou indiretamente cruzadas neste trabalho. Por falta de espaço, muita da informação sobre este dossier foi omitida.


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Onde andas que não te vejo?

O movimento associativo português no Reino Unido, conspurcou-se ao longo de vários anos em que, alguns portugueses, valendo-se da ignorância e da diferença legislativa entre Portugal e o Reino Unido, criaram associações que de associação, nada têm. Nos últimos anos, as diversas associações que foram sendo fundadas, serviram apenas de capa de negócios a reverter para a algibeira de quem, alegando cuidar da Comunidade, apenas conseguiu ganhar algum dinheiro a título pessoal. Causticada pelas inúmeras histórias de asso-

Terra chama conselheiros Por: Manuel

Gomes

ciações que não passam de meras fontes de rendimento para quem as dirige, os portugueses foram abandonando o movimento associativo em prejuízo da própria Comunidade. A Família, o Futebol Clube do Porto of London e o Cultural, vão sendo as associações que ainda conseguem manter algum do prestígio em favor das pessoas, pese embora as suas agendas se limitem a meras acções de desporto, folclore e convívio pessoal. A nova vaga de migrantes portugueses a chegar ao Reino Unido, parece apostada em destronar o antigo espectro associativo que nos tempos da sua fundação, podem ter tido utilidade mas que hoje estão limitadas ao seu passado. Para algumas das associações(?), podemos estar hoje a assistir a um interregno de não adaptação ao tempo actual. Com maior Formação, com uma visão diferente do presente e sobretudo do futuro, esta nova vaga parece condenada a mandar para o esquecimento, o presente das mais antigas associações portuguesas no Reino Unido que por esta via estão condenadas ao desaparecimento ao a uma reinvenção estatutária. A ausência de eleições participadas e esclarecidas, a desmotivação da sua massa associativa e a falta de ideias que contribuam para uma unificação associativa, apresentam-se como uma fratura que pode condenar este movimento a simplesmente desaparecer para dar lugar a uma nova vaga de movimentos colectivos da sociedade civil. Os líderes da Comunidade Portuguesa, obsoletos e caducos, recusam a sua retirada sem contudo apontarem argumentos que validem e justifiquem os cargos que foram capazes de alcançar. Os partidos políticos representados no Reino Unido, as estruturas dos jantares beneficientes e os conselheiros desta Comunidade, estão absolutamente fora de prazo e do contextos dos projetos para os quais foram eleitos, muito, mas mesmo muito tempo atrás. Que os próximos anos, possam fazer o que nos anos passados esta comunidade não foi capaz de conseguir, pese embora a utilidade que tiveram no passado.

Palop News Londres

São eleitos pela comunidade local e os eleitores têm que, a partir de agora, estar recenseados para efeitos de voto. Se antes já era difícil, com a nova Lei, a chamada ás urnas para eleger conselheiros, pode estar agora dificultada. “Temos que incentivar as pessoas à participação cívica e não faz sentido haver conse-lheiros que estão recenceados em Portugal estando a residir no estrangeiro‖ - diz José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades ao Palop News. Os comentários discutidos nas redes sociais, deixam dúvidas sobre esta medida. A actual equipa de conselheiros portugueses no Reino Unido, é composta pelo Permanente Carlos Freitas pela Madeira, e para o Continente uma equipa de 4 membros. Três homens e uma mulher. As eleições, deveriam ter ocorrido há quatro anos atrás mas só agora o Governo parece decidido a fazer as eleições. ―Se as questões técnicas forem ultrapassadas, prevejo as eleições para Setembro‖ - revelou o Governante. Ainda por se anunciarem oficialmente, existem seis listas em posição de arranque para os cargos de Conselheiro no Reino Unido. Algumas dessas listas incluem nomes repetentes e outros sem qualquer experiência no cargo. Os argumentos, passam pela geografia do movimento associativo ou pela imaginação e criatividade de cada uma das listas. No caso da madeira e durante o ―reinado‖ de Alberto João Jardim, o cargo era de nomeação. Miguel Albuquerque prometeu acabar com o modelo de permanência e nomeação, o que pode significar que Carlos Freitas fica definitivamente afastado do cargo para dar a vez a uma solução diferente e definir pela Admnistração Autónoma. Para os portugueses continentais, a escolha foi sempre eleitoral.

A figura do Conselheiro é jurídica e está reconhecida no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Na medida em que a data se aproxima, espera-se que haja o anuncio das listas que se estão a preparar para disputar as eleições. O que fica por perceber, é quem são os conselheiros, o que fazem, para que servem. Até aqui, o cargo de conselheiro, tem sido discutido sob dois parâmetro. Por assunto, ou por região. Quando a Administração muda de partido político, a tendência é a de discutir qual dos caminhos a seguir e a tendência, é deixar isso para a legislação seguinte, e a seguinte e a seguinte. Os conselheiros em cargo neste momento, estão fora de prazo faz mais de 4 anos numa eleição que deveria acontecer de 4 em 4. É uma fartar de tempo que os migrantes não têm. Consulados, ação social, Ensino do Português, imprensa e um sem numero de outros assuntos, cruzam a confusão de um Orgão demasiado importante nas questões regionais. No caso do Reino Unido, são quatro os conselheiros de que um, obrigatóriamente por razões de cota, tem que ser uma mulher. Contactamos António Cunha, cabeça de lista da equipa em curso no cargo mas apesar das diversas tentativas, não nos foi possível qualquer resposta sobre o resultado do mandato prestes a terminar mas que na verdade terminou já quatro anos atrás. Sobre a data prevista para as eleições, o deputado Paulo Pisco condenou o prazo na sua visita a Londres em Maio ultimo. ―Não é desejável fazer as duas eleições numa data tão próxima. Deviam estar separadas por um período de tempo mais alargado‖. A Comunidade portuguesa no Reino Unido, dificilmente terá nestas eleições uma participação eficaz, já que a exemplo dos imigrantes mais antigos, os mais novos ainda mais, desconhecem o trabalho desenvolvido pelos conselheiros


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Terapiade Regressões a VidasPassadas Recordo-me da primeira vez nuei a ler tudo o que encontrava que entrei em contacto com te- sobre a matéria. rapia de vidas passadas, estava O Dr. Weiss também não nos últimos anos da universi- acreditava em vidas passadas, -dade e li os livros do psiquiatra mas deparou-se com o facto Por: Marta Pires americano, Brian Weiss: ‗Muitas de que quando enviava os seus Vidas, Muitos Mestres‘ e ‗Só o pacientes para a origem do Amor é Real‘. problema, muitos sob hipnose desde 2005 até 2011 (ano em Lembro-me de ter ficado fas- começaram a relatar histórias que faleceu, ou transitou para cinada com esta abordagem te- de outras vidas, noutro corpo outro plano). rapêutica. Imediatamente imagi- antes da vida actual. Ao escrever esta primeira nei-me a fazer e a aprender este Após a confirmação de ele- crónica descobri que 16 anos tipo de terapia e claro falei com mentos das histórias das vidas depois ter lido Brian Weiss, um dos meus professores na passadas de uma paciente, pela primeira vez, tornei o meu altura que me dissuadiu dizen- chamada Catherine, por meio sonho de estudante uma realido: «Nem pensar! Isso de vidas de pesquisas em arquivos pú- dade, hoje utilizo a técnica de passadas não existe!! Esqueça blicos, Dr. Weiss convenceu-se regressão a vidas passadas no Marta!». E eu desliguei tempo- da existência de memorias de meu consultório. rariamente do sonho mas conti- vidas passadas. A regressão a vidas passaPara seu espanto não só os das é uma técnica em que o resultados terapêuticos eram paciente é colocado num esmuito positivos, mas mais e tado de relaxamento hipnótico, mais pacientes regrediam a vi- em que está consciente do que das passadas no seu consul- se passa ao seu redor, mas tem tório. acesso a memórias e informaDurante 10 anos desenvolveu ção a que normalmente não esta pratica no seu consultório teria acesso. Nomeadamente a privado até ter a coragem de memórias de vidas passadas, escrever o seu primeiro livro em ou seja, memórias emocionais 1988 (com algum receio de ser de uma vida anterior. ridicularizando pela comunidaA sessão tem a duração de de cientifica). 2h30m, em que após ser guiaPara seu espanto e surpresa, do à experiencia de outra vida, não só o seu livro foi um suces- é feita a integração da informaso mas recebeu validação de ção adquirida para que possa muitos outros psicólogos, psi- ser útil nesta vida. quiatras e psicoterapeutas que Ou seja quando o pacientambém estavam a trabalhar te sai da sessão vai ter uma com regressões a vidas passa- perspectiva diferente da sua das e a ter experiências e resul- realidade presente. Vai sentir a tados semelhantes. Esta pratica vida de uma outra forma: pode tem vindo a ganhar interesse e ter reencontrado um dom, uma destaque nos últimos anos por qualidade/capacidade que estodo o Mundo. tava adormecida de uma vida Hoje com 11 livros publica- anterior ou pode libertar-se de dos, o Dr Weiss é conhecido e sentimentos ou formas de agir conceituado internacionalmente associadas a memórias emoe dedica a sua carreira à terapia cionais que eram válidas em da regressão a vidas passadas vidas passadas mas que não e até progressão a vidas futu- são úteis no presente. Para viras. Tal como ele vários outros vermos no presente temos que terapeutas têm sido influentes nos libertar do passado. nesta área. Esta abordagem tem beneNomeadamente Dr Roger fícios terapêuticos emocionais Woolger, psicanalista Jungiano e físicos que serão abordados e autor de ‗Other Lives Other em crónicas posteriores. Mas Selves‘, que criou uma técnica sobretudo promove o auto-coregressiva chamada Deep Me- nhecimento e um olhar para a mory Process, que integra as vida e para os relacionamentos regressões a vidas passadas. através de uma nova perspectiEu tive a oportunidade de trei- va que nos dá um outro entennar e aprender com Dr Wooger dimento e promove a mudança.


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Deputado PS questiona Governo sobre fim de voos da TAP entre Londres e Madeira

Trabalhistas vão apoiar proposta de Cameron para referendo sobre a UE Palop News

Palop News Londres

Londres

O deputado socialista Paulo Pisco, eleito pelo círculo da Europa, remeteu à Assembleia da República um pedido de esclarecimento ao Governo sobre a ―supressão dos voos da TAP entre Londres e a Madeira‖, ocorrida a 29 de março. Paulo Pisco classifica a decisão da TAP como ―incompreensível, não apenas pelo prejuízo e transtornos que causa à vasta comunidade madeirense residente em Inglaterra, mas também pela importância de ser a companhia nacional a disponibilizar voos regulares a cidadãos portugueses‖, lê-se no texto enviado à Lusa. ―Além da importante comunidade madeirense residente em Inglaterra, superior a 100.000 pessoas, há ainda a população inglesa que procura a Madeira como destino turístico, o que garantia voos regulares com elevadas taxas de ocupação dos aviões‖, argumenta o deputado na pergunta feita depois de ter visitado, na segunda quinzena de maio, a comunidade portuguesa residente em Londres. Paulo Pisco considera ainda menos justificada a decisão da transportadora aérea portuguesa por ―não haver aparentemente problemas de rentabilidade com a rota‖. ―A prova de que a rota entre Londres e o Funchal era rentável pode aferir-se pelo facto de, logo após a decisão da TAP de suprimir esses voos, a [companhia

A oposição trabalhista no Reino Unido vai apoiar a proposta do primeiro-ministro David Cameron para um referendo sobre a União Europeia, apelando ao voto na permanência na UE, revela a edição de domingo do jornal Sunday Times. "O povo britânico quer expressar-se sobre a adesão da Grã-Bretanha à União Europeia (...), portanto, o Labour apoiará o refe-

aérea britânica] British Airways ter passado a disponibilizar três ligações semanais, havendo ainda a considerar os outros voos existentes das companhias „low cost‟ para o arquipélago‖, sustenta. Em consequência desta decisão, indica o deputado do PS, ―os cidadãos portugueses e outros que hoje queiram ir de Londres para a Madeira em voos da TAP terão de perder um dia, por causa das ligações aéreas que são obrigados a fazer, o que comporta custos acrescidos, o mesmo acontecendo com as companhias „low cost‟, por terem de pagar também as bagagens e a alimentação, entre outros incómodos‖. Uma situação que se agudizará ―particularmente em períodos de férias de Verão, Natal ou Páscoa, devido a um aumento da procura de voos para a Madeira‖. Por todas estas razões, Paulo Pisco enviou ao Governo este pedido de explicações de ―uma decisão tão penalizadora para a comunidade portuguesa no Reino Unido‖, inquirindo ainda sobre se ―a administração da TAP pensa retomar os voos entre Londres e a Madeira‖.

rendo agora", disse a responsável do partido, Harriet Harman e ainda o porta-voz para os Negócios Estrangeiros, Hilary Benn, citados pelo semanário. "O Partido Trabalhista não quer a Grã-Bretanha fora da União Europeia acidentalmente. Faremos campanha para a nossa manutenção na UE", acrescentaram os responsáveis dos trabalhistas. Durante a campanha eleitoral, os trabalhistas defenderam a oposição à realização do referendo, advertindo contra a incerteza económica que iria criar. O primeiro-ministro David Ca-

meron, que venceu com surpreendente maioria absoluta na Câmara dos Comuns, anunciou que gostaria de ver a realização do referendo até 2017. O anúncio deve ser feito na quarta-feira pela rainha Isabel II num discurso no Parlamento. O primeiro-ministro disse ser a favor de manter a Grã-Bretanha na UE, na medida em que poderá negociar algumas reformas, como limitar o acesso ao sistema social britânico de migrantes oriundos de outros países. PN/Lusa

MaioriadoscidadãosdaUniãoEuropeiano Reino Unido não poderá votar no referendo Palop News Londres

A maioria dos cidadãos da União Europeia a residir no Reino Unido não poderá votar num referendo sobre a permanência do país no bloco, anunciou o Governo britânico. A legislação que permite o referendo foi apresentada no parlamento na quinta-feira, com o primeiro-ministro David Cameron a arrancar com uma iniciativa diplomática para reformas entre os 28. Em comunicado, Cameron indicou que o referendo será ―baseado no direito ao voto das eleições nacionais”, o que significa que os cidadãos da maioria dos países da União Europeia que são residentes no Reino Unido

não vão poder votar. Habitualmente, têm direito ao voto os britânicos com mais de 18 anos e os residentes do Reino Unido que sejam da Irlanda ou da Commonwealth - organização de 53 membros, a maioria de países que pertenciam ao antigo Império Britânico. A lista inclui, assim, os residentes de Malta e Chipre. ―Esta é uma grande decisão para o nosso país, uma decisão

sobre o futuro do Reino Unido‖, afirmou uma fonte do gabinete de Cameron. ―É por isso que julgamos ser importante que sejam os cidadãos britânicos, irlandeses e da Com-monwealth a decidir”, disse. Os cidadãos da União Europeia puderam votar no referendo sobre a independência da Escócia, em 2014, e podem votar em eleições britânicas locais. PN/Lusa


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