Edição nº 50 Junho 2016
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Notícias em Português no Reino Unido
DIA DE PORTUGAL 40 anos em Londres 2016
O dia de Portugal em Londres festeja o seu 40º aniversário em 2016, contando todos os anos desde que foi criado. São vários os nomes que constam do trabalho que o Palop News publica nesta edição.
Gilberto Ferraz em terras de S. Majestade
Um livro que levou 50 anos a escrever por um português que foi Presidente do Sindicato de Jornalistas da BBC
José Cid: cancelado o seu espactáculo para o Dia de Portugal em 2016 “De Outubro a Maio, fiz 25 espectáculos gratuitos em favor de causas” diz o cantor que pediu as desculpas que não lhe deram.
Tiago Corais é o novo líder do Partido Socialista UK
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Quando cheguei tarde ao dia da língua e cultura portuguesa
EDITORIAL
Olho para o relógio, 14:32, é tarde, é tarde. Ora… cartão, câmara, caderno, carteira, caraças! Saio de casa a correr para o metro, está calor. Por: Joana Soares Está muito calor na plataforma, entro para a carruagem e, sim, faz ainda mais calor. Um mar de gente num domingo de sol, ele é famílias, ele é casais, ele é turistas. Tudo ao molhe! “Cámones” e mais “cámones”, turistas e mais turistas. Saco do caderno para escrever uns apontamentos, ponho para lá uns tópicos para que não me esqueça de os apontar mais tarde, nestas coisas ganho sempre amnésia na hora h… Ora bolas! Esqueci-me de perguntar x e y! Ou, Quem me dera ter apontado isto e aquilo! “The next station is Holborn, alight here for the Piccadilly line.” Levanto-me, dirijo-me para a porta da carruagem, a porta abre, boto o pé na plataforma. “Please mind the gap between the train and the platform.” Não há tempo senhora! Para a esquerda, para a direita, onde está a placa? Para cima, para baixo? Está ali! sigo para a Piccadilly Line. Desta vez vou em pé, não faz mal eu também não me importo. Encosta ao vidro, encosta à porta, encosta ao ferrinho vermelho. Tudo é um poiso quando se vai em pé no metro, até o vizinho que cheira a sovaqueira nos dias de maior aflição. Este dia 7 de Maio não chega a tanto! “The next station is South Kensing-
ton, alight here for the Circle and District Lines and for the Natural History Museum.” Siga! Mindei the gap e segui pelo túnel de saída. Continuei a seguir. Segui mais um pouco. Subi as escadas, um clarão, o Natural History Museum à minha direita, sigo até à casa de Baden Powell. Sala cheia, ou melhor pavilhão. Um menino lia poesia no palco, saía esse menino e chegava outro, e assim sucessivamente, às vezes eram meninas. Mas não eram uns poemas quaisquer, chegavam uns com Fernando Pessoa, outros com Alexandre O’Neil, Valter Hugo Mãe, Luíz Vaz de Camões, Luísa Ducla Soares, Maria Alberta Menéres, Cecília Meireles, Mia Couto e tantos mais autores da Língua Portuguesa que a tornam mais rica. E eram miúdos pequenos, alguns com metade da minha altura e nenhum com mais de 10 anos. Fiquei impressionada, tirei umas fotos, e reparei que a plateia estava a prestar bastante atenção. Não é que não se ouvisse um único barulho na sala, mas ouviam-se mais as crianças que os pais, e casos há em que o oposto se verifica. Acabada a sessão de poesia foram anunciados os vencedores do prémio Videolivro, concurso que desafiava estudantes a criar um video no qual descrevessem um livro Português favorito, segue a lista de vencedores abaixo: - Ruben Simões, Jersey - Sérgio Santos, Crawley - Daniel Alves, Londres - Daren Sousa, Leeds Segue-se o meu momento favorito da tarde, a grandiosa atuação da Lusoacademy, uma orquestra de miú-
dos portugueses. E o quão divertido é ver um grupo de tugazinhos a tocar orgulhosa e timidamente José Mário Branco e Zeca Afonso, um pouco fora de tempo e a martelitos, mas se pudessem ver o entusiasmo das professoras e dos alunos. Na fila da frente as violas olhavam e esperavam ansiosamente pelo sinal para tocar o próximo acorde que a maestrina dava com um sorriso na cara, para os músicos e para o público. No fim mostram um videoclipe que fizeram com a música “Oração” da Banda Mais Bonita da Cidade e arrancam fortes gargalhadas do público. Termina assim o Dia da Língua e Cultura Portuguesa, sigo para perto do palco em direção à Regina Duarte com umas perguntas para lhe fazer: Eu: Há quantos anos se dá o Dia da Língua e Cultura Portuguesa? Regina Duarte: Este é o 5º ano. E: Por quem é organizado? R: A coordenação fica a cargo do Instituto Camões. E: Qual o intuito? R: A escolha e a leitura de poemas portugueses têm o intuito de fomentar a leitura de textos portugueses nas comunidades emigrantes, visto que não têm acesso a estes textos no plano curricular. Arrumei a minha tralha e segui viagem para casa, ignorando a mesa dos snacks. Saí contente, pensei na esforço que o Instituto Camões faz para manter a Língua e Cultura Portuguesa vivas no meio das comunidades imigrantes, porque a verdade é que é muito fácil estas crianças perderem o contacto com uma cultura que está fisicamente longe. Mas é tão mais rico ter acesso a essa cultura e experienciar o trabalho dos que lhe dão o melhor uso. Às vezes penso que também em Portugal se poderia celebrar o Dia da Língua e da Cultura Portuguesa mais vezes.
A união da Comunidade, é um sonho antigo que trago desde sempre. A minha casa, o meu bairro, a minha freguesia, a minha cidade, o meu Portugal, a minha Europa ou o meu planeta se quisermos chegar mais longe. Tudo meu, tudo seu, tudo nosso. No desporto, torço por quem me é mais próximo, mesmo que a proximidade seja apenas e tão só (e já é muito), a Língua que falo. No Reino Unido, tenho tentado, na medida do possível, contribuir para a união das pessoas, das instituições, de todos os que partilham uma ideia de comunhão. Nem sempre consigo mas continuo a tentar. Frequentemente, esbarro com pessoas que pensam estar só por elas, acima daquilo que o interesse comum. Gentes que sozinha, pensa que vale mais que todos os outros juntos, ou no mínimo, aqueles que não concordam com elas. Este ano de 2016, a Organização do Dia de Portugal, decidiu, pela primeira vez, desde a fundação deste jornal, impedir o Palop News de estar no evento. Nem pagando. Esta atitude discriminatória, fica pendente da decisão que o Palop News e as pessoas que lhe são próximas venham a tomar. Para lá do prejuízo em termos de imagem e mesmo financeiros, a Organização do Dia de Portugal, assume de forma abusiva uma atitude incompreensível e absolutamente incoerente com o passado do evento. Depois de ter colaborado com o evento ao longo dos últimos anos, sinto no ar o medo das ideias, a incompetência perante a competição da iniciativa. Em 2015, pela primeira vez, o evento teve a entrada paga. Em 2016, a Organização leva ao ingresso um aumento de 60% . Afinal, os receios legislativos de 2015, foram este ano ultrapassados e a hipocrisia levantou voo. Espero que este ano, as disputas, caso as haja (espero que não), sejam levadas a verdadeiros advogados que saibam trabalhar o assunto, e que seja a organização a encontrar os mais competentes sem a sombra do Palop News. Torço pelo evento, pela Comunidade, pelo êxito de quem se esforça por fazer, porque por estes lados, também sabemos o que isso custa e por isso também acreditamos que a justiça, por vezes tarda mas não falha.
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A Europa não se pode transformar num país Árabe - Diz o Dalai Lama À Europa falta Autonomia e Independência de Pensamento Palop News Londres
Numa entrevista ao jornal alemão FAZ, o Dalai Lama, líder do budismo tibetano, o refugiado mundial mais célebre (1959), defendeu a limitação do acolhimento de refugiados. Sob o ponto de vista moral, “um ser humano a quem a vida corre melhor, tem a responsabilidade de ajudá-los. Por outro lado, entretanto já são demasiados”. “A Europa, por exemplo, a Alemanha, não se pode tornar num país árabe” alerta o Dalai Lama. É do parecer que os refugiados deveriam ser aceites apenas a título temporário. “O objetivo devia ser o seu retorno para ajudarem na reconstrução de seus próprios países”. Na entrevista o Nobel da paz, também justifica o emprego da violência quando “as cir-
cunstâncias são tais que não há escolha e a compaixão é a motivação”. O Dalai Lama demonstra muita cautela ao dizer que “a Europa não se pode tornar num país árabe” o que significa o mesmo que dizer que a Europa não se deve transformar num país muçulmano. Só que, se o formulasse desta maneira, teríamos uma discussão que levaria ao fim da macacada, o que se tornaria problemático numa praça pública habituada a viver de macaquinhos no sótão. O Dalai Lama mostra autonomia de pensamento e esta qualidade é provocante para uma sociedade habituada a seguir um pensamento dividido e alinhado em trincheiras de direita e de esquerda. Desde os anos 60 o pensamento europeu encontra-se sobretudo dirigido por políticos,
por tribunos populares ou por cientistas de saber sociológico ou por um jornalismo impossibilitado de se orientar por um códice da imprensa livre e se orienta pelos credos mais cotados no mercado. Por isso é tão raro o pensamento livre responsável sem que se levante logo alguém com o bastão da moral. Haverá populistas que apelidarão o Dalai Lama de fascista, de nacionalista, de populista da direita ou com deficiência intelectual, como é costume na praça pública; e isto porque, tal como acontece a quem pense pela própria cabeça, é logo metido numa gaveta em contraposição à opinião educada no sentido de balbuciar a opinião do polipticamente correcto em voga; também os donos da racionalidade e da verdade depreciarão o Lama pelo simples facto de ele ser um líder religioso. Uma sociedade que abandonou os cinco sentidos e o próprio tecto transcendente, para se orientar apenas por um racionalismo pragmatista e mercantilista continua irreflectidamente a sua marcha decadente. Facto relevante aqui é o Dalai
Lama, de passagem pela Alemanha, questionar a política de portas abertas e de um moralismo justo no foro do individuo só poder ser limitadamente aplicável quando se trata de interesses de instituições ou de estados. A questão dos refugiados torna-se ainda mais complicada também devido aos interesses nacionais europeus e d e
uma Turquia interessada em reter para si os refugiados “bons” e enviar para a Europa os ” casos problemáticos”. A ideia de “uma estadia passageira para refugiados” contradiz interesses da economia de mercado e da ideologia marxista, interessadas em que haja mais concorrência em todos os sectores da sociedade europeia sejam eles de natureza económica, ou de natureza ideológica e espiritual. O Dalai Lama motiva assim o repensar uma política europeia de carácter moralista e de interesses meramente ideológicos e económicos. Apela à moral da responsabilidade numa sociedade em que o moralismo do politicamente correcto avassala o espírito europeu universalista autêntico, fazendo-o em nome de uma cultura aberta e de uma tolerância que chega a atingir os limites da estupidez. Dois exemplos para a política: o Papa Francisco e o Dalai Lama, duas vozes que a serem ouvidas levariam a política económica e social à razão António da Cunha Duarte Justo Pegadas do tempo
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PN/Lusa Londres
A decisão sobre o futuro de uma criança de três meses retirada pelos serviços sociais britânicos a um casal luso-britânico foi adiada para que a situação seja avaliada por assistentes sociais portugueses. "Foi decidido um adiamento para possibilitar avaliação dos pais e avós pela Segurança Social portuguesa, a pedido do Consulado. Os pais não estiveram presentes nem se fizeram representar", disse à agência Lusa a cônsul-geral de Portugal em Londres, Joana Gaspar. Uma funcionária consular esteve presente na audiência, que decorreu à porta fechada no tribunal de Portsmouth, área de residência da portuguesa Iolanda Menino e do pai da criança, Leonardo Edwards. Os progenitores da criança encontram-se em Portugal, onde abordaram já na rua o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros,
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Adiada decisão sobre bebé de casal luso-britânico retirado por serviços sociais britânicos Augusto Santos Silva. Foram também recebidos pelos deputados Paulo Pisco (PS) e, numa outra ocasião, pelos deputados Carlos Gonçalves (PSD), Isabel Santos (PS), Carla Cruz (PCP) e Domicília Costa (BE). O casal teve um filho, Santiago, na sua casa em Southampton, a 01 de fevereiro, mas o bebé foi-lhes retirado pelos serviços sociais ao fim de nove dias. Segundo disseram à Lusa, na sequência do parto feito em casa, a mulher sofreu uma hemorragia e foi internada, no mesmo dia, para a remoção da placenta, tendo tido alta no dia seguinte. No terceiro dia de vida da
criança, duas enfermeiras do sistema nacional de saúde dirigiram-se à residência, em ocasiões diferentes, para observar o bebé, mas os pais recusaram-se a abrir a porta, alegando que a mãe estava cansada e que não havia marcação para estas visitas. Posteriormente, um agente da polícia se deslocou depois à sua casa, tendo, então, visto a criança. Aos cinco dias de vida, os pais levaram a criança para o hospital por esta ter icterícia e Santiago ficou internado para um tratamento de três dias. Foi então que os pais foram então informados de que o tribunal decidira que a criança lhes seria retirada, não lhes tendo
sido dada oportunidade de se despedirem do bebé. Desde então, o casal viu o filho em períodos diários de 90 minutos, mas não diariamente, até 04 de março, quando o viram pela última vez. Em abril, os dois foram para Portugal para reclamar o apoio das autoridades nacionais, rejeitando colaborar com as autoridades britânicas, as quais acusam de "rapto".
Foram também alvo de uma providência cautelar para deixarem de falar publicamente sobre o caso, sob ameaça de prisão, razão pela qual se recusam a regressar ao Reino Unido. Os serviços sociais britânicos estão também a tentar avaliar as condições de os avós, pais de Iolanda Menino, poderem acolher a criança, podendo, em último caso, entregá-la para adoção.
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Aumento de problemas sociais preocupam comunidade portuguesa no Reino Unido O aumento dos problemas sociais na comunidade portuguesa no Reino Unido levou o consulado geral e a embaixada de Portugal a convocar uma sessão de esclarecimento com cerca de 30 líderes da comunidade e uma advogada. PN/Lusa Londres
O evento, que envolveu também o adido social da embaixada, José Galaz, realizou-se ao final do dia de quinta-feira no edifício da embaixada de Portugal no Reino Unido, em Londres, e juntou dirigentes associativos, ativistas, voluntários ou funcionários de instituições e empresas ligadas à comunidade. "Foi uma reunião foi muito útil, com muita informação e muita gente a questionar-se com falta
de conhecimento. Mas é necessário espalhar esta informação para além deste círculo", afirmou à agência Lusa o conselheiro das Comunidades Portuguesas António Cunha. Porém, este defende uma campanha de divulgação maior, que envolva, por exemplo, a comunicação social nacional. A cônsul-geral de Portugal em Londres, Joana Gaspar, referiu que o objetivo é que "a informação, ao ser recebida por esses elementos chave dentro da comunidade, possa ser disseminada e multiplicada para
chegar ao máximo número de pessoas possível dentro da comunidade". No encontro, o primeiro do género, foram abordados temas relacionados com os principais problemas sociais enfrentados pela comunidade, como a retirada de menores às famílias e problemas relacionados com detidos e deportações. Segundo a diplomata, "tem-se verificado, paralelamente ao crescimento da comunidade portuguesa no Reino Unido, um crescimento dos problemas sociais que as acompanham.
Da mesma maneira que em Portugal existem problemas de violência doméstica ou de negligência com menores, os problemas replicam-se da mesma maneira aqui". O Relatório de Segurança Interna de 2015, publicado em março, indicava que 236 portugueses foram detidos e 106 deportados do Reino Unido para Portugal, um aumento de 22% e 36%, respetivamente, face a 2013. Recentemente, o consulado divulgou também ter tido conhecimento de 47 crianças
que foram retiradas a pais portugueses no Reino Unido nos últimos 16 meses, num total de 170 casos desde 2010. "O Reino Unido tem regras e leis diferentes daquelas aplicadas em Portugal e essa diferença é muitas vezes significativa e a diferença de interpretação leva a que comportamentos que são aceitáveis em Portugal não sejam aceitáveis no Reino Unido, provocando consequências para as famílias muito graves", lamentou Joana Gaspar. O consulado pode prestar assistência no âmbito da proteção consular, que está regulamentada e que determina situações em que cidadãos portugueses que se encontrem numa situação de perigo ou com um problema no estrangeiro. A ajuda centra-se em explicações sobre as etapas processuais, quais os direitos e deveres dos cidadãos e as alternativas à disposição e não tanto na defesa jurídica, já que, vincou a cônsul, o posto consular não tem capacidade para pagar honorários de advogados no estrangeiro. A advogada Vitória Nabas, que por ter nacionalidade brasileira e facilidade com a língua portuguesa assiste uma clientela maioritariamente lusófona, confirma que muitos dos casos com que é confrontada resultam de um "choque cultural” muito grande: “o que é crime aqui é aceitável nos nossos países". Por exemplo, uma bofetada numa criança ou violência verbal sobre a esposa ou ainda conduzir um automóvel sem um seguro pessoal são considerados delitos e passíveis da intervenção policial e judicial. "Se escolhemos viver aqui, temos de aceitar como as coisas são feitas aqui", resumiu. Uma das dificuldades, revelou, é a interação com serviços sociais quando estes intervêm e retiram as crianças aos pais por negligência ou maus tratos físicos e emocionais, optando por enfrentar em vez de colaborar. "O enfrentamento vai gerar uma bola de neve cada vez maior. Normalmente, as famílias que têm problemas de crianças que partem para uma adoção forçada, elas não têm um problema, têm vários. Muitas vezes, as famílias são disfuncionais", disse a advogada.
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As economias Africanas enfrentam uma dupla ameaça Porque é que as economias Africanas enfrentam actualmente uma dupla ameaça? Palop News Fonte: Newsweek
As duas principais causas são os preços das mercadorias que se encontram nos valores mais baixos de sempre como há décadas não se via, provocando uma queda de 16 por cento nas trocas comerciais, no que diz respeito às exportações e importações. A China, que também vê a sua economia decrescer, reduziu substancialmente o seu investimento neste Continente. Um dos países particularmente afectados com esta desaceleração económica é a Nigéria, por ser um país muito dependente das importações. Importam absolutamente tudo, tal como afirma o presidente Muhammadu Buhari: " tudo, incluindo palitos". O fundo Monetário internacional entre outras Instituições, aconselharam
a Nigéria a desvalorizar a sua moeda, A Naira, algo que o Presidente Buhari se recusou a fazer. A Nigéria luta contra a falta de consumo interno fazendo assim surgir um movimento liderado pelo Senador nigeriano Ben Murray-Bruce, que incentiva o consumo dos produtos locais, numa tentativa de fazer renascer a economia do país e de a tirar de debaixo da sombra que agora se apodera da Nigéria. Apesar do consumo de produtos locais não ser a solução ideal nem ter o poder de resolver a decadência económica, as empresas locais são, por outro lado, uma grande oportunidade de diversificação económica que tenta evitar futuras sombras. Prevê-se que os mercados Africanos crescam rapidamente nas próximas décadas, pelo acompanhamento que terão de
fazer ao crescimento populacional e a consequente urbanização. A classe média Africana não cresceu como previsto contudo, as estimativas sugerem que dentro dos próximos 5 anos, 128 milhões de lares irão nascer. Se estes novos consumidores olharem apenas para os produtos locais, as empresas regionais também irão crescer o que fará com que a dependência das importações de produtos estrangeiros decresça, fortalecendo assim a economia Africana. Entretanto, a guerra competitiva está ao rubro e embora as empresas Africanas conheçam melhor o seu mercado e compreendam melhor o seu consumidor local, esta vantagem não é de todo suficiente. Exemplos desta dura competitividade são, a AZAM-Cola e a gigante e líder de mercado Coca-Cola. Percebendo que os consumidores locais preferem beber produtos gaseificados por estes representarem o luxo, o Grupo Bakhresa com sede na Tanzânia mudou a sua estratégia de mercado. Passou a co-
mercializar a sua Azam-cola em garrafas de plástico recicláveis o que leva a um maior consumo local, o que obriga a líder de mercado a alterar a sua embalagem de vidro tradicional para a mesma da concorrência, na tentativa de não perder clientes. Os governos Africanos cada vez mais se apercebem do pontecial que tem o seu mercado interno e em 2014 o governo do Uganda promove uma política, "Buy Uganda" e decreta que 20% das compras governamentais, sejam adquiridas localmente. Contudo e depois desta tomada de decisão, as empresas ocidentais apercebem-se de que têm de fazer algo mais para continuar a conquistar mercado e isto, representa uma nova ameaça à economia Africana, a corrupção. No início deste ano, a Coca-Cola pagou 240 milhões de dólares e ficou com 40% das acções de uma empresa local com base em Lagos, assumindo assim a responsabilidade comercial da popular marca de sumos, Chivita. Enquanto que as restantes empresas estran-
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geiras com as suas burocracias exageradas, levam à restrição de barreiras comerciais tais como: Taxas de trânsito, taxas aduaneiras que por sua vez causam inconsistências alfandegárias. A falta de infra-estruturas que controlem estas situações, volta a dificultar a vida das empresas locais que enfrentam agora, uma competitividade desigual. A economia Africana tem pela frente muitos desafios e apesar de poder desempenhar um papel importante em termos de crescimento económico, resta saber se consegue proteger-se da próxima recessão económica Mundial.
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Oito "economistas" do "Brexit" publicaram um folheto informativo com vários argumentos que apoiam a saída do Reino Unido da União Europeia e a incitar a população ao, "Vote Out".
Brexit afirma que o Reino Unido fica melhor se saír da União Europeia Palop News Fonte e Foto: Sky News
Brexit, é um movimento que engloba várias personalidades políticas que afirmam que
continuar na União Europeia, é um desastre económico para o país e uma perda de soberania. Estes "economistas" afirmam que a economia britânica irá crescer cerca de 4% em dez
anos, após a saída da U.E. Explicam ainda que as tarifas de importação fora do bloco europeu são mais baixas, o que fará com que o consumo interno aumente em cerca de
4%. Dizem ser a regulamentação europeia que estrangula o crescimento económico britânico e que sem esta regulamentação, tanto o emprego como o investimento irão crescer. Contestam a contribuição que o Reino Unido dá para o orçamento europeu, afirmando que o gastaria melhor noutras situações passando desta forma, a controlar melhor as "habilidades" dos emigrantes. O movimento Pró-Europa, "Vote In", afirma que Londres deixará de ser o Centro Financeiro Global com esta saída do espaço europeu enquanto que o Brexit, contra-argumenta dizendo que mesmo não fazendo parte da Zona Euro, Londres nunca deixou de ser o Centro Financeiro Global, nem sofreu qualquer abalo por causa disso. O grupo de especialistas por trás deste folheto informativo conta com personalidades como: Gerard Lyons (Conselheiro pró-Brexit), Boris Johnson (actual Mayor de Londres e
ex-economista-chefe do banco "Standard Chartered"), Roger Bootle (Presidente da Consultoria da "Capital Economics") e, Patrick Minford (professor de economia da Universidade de Cardiff). Enquanto que a OCDE e o fundo Monetário Internacional alegam perdas na ordem dos 3% do PIB nacional até 2020 com a saída do R.U. da U.E., o equivalente a £2.200 por família, o professor Minford diz que "esta é uma propaganda enganosa sem quaisquer fundamentos económicos adequados" e continua: "os argumentos usados por estas insituições não fazem sentido..." Reitera a afirmação de crescimento económico confirmada pelos estudos do Brexit que diz que com a saída do Reino Unido do espaço económico europeu, o crescimento é garantido em cerca de 2% e apresenta os seguintes números percentuais: Competitividade cresce cerca de 5%, os salários cerca de 1,5%, o desemprego irá caír em cerca de 2% e em termos de preços finais para o consumidor, estes vão caír em cerca de 8% e acrescenta: " A análise dos nossos economistas é adequada e é nosso dever mostrar este estudo aos nossos votantes". O professor Minford acredita que o Reino Unido ficará mais independe e que assim tomará as rédeas das suas próprias decisões pois, a saída do R.U. da U.E., não impede a participação e criação de novas parcerias entre o Reino Unido e os seus aliados, em termos de terrorismo e política internacional. Contudo, a ideia que permanece viva e que o Ex-Primeiro Ministro Britânico Tony Blair afirmou recentemente é que, "se o Reino Unido saír da União Europeia, a Escócia sai do Reino Unido". Esta saída irá dar força aos nacionalismos escoceses que pretendem controlar a sua própria economia. Se isto acontecer, o referendo de 18 de Setembro de 2014 que viu o "Não" vencer, voltará a acontecer e desta vez mais forte e com outras consequências que Londres não prevê nem está preparada para enfrentar.
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Por:
Soraia Pereira
Advogada Brasil e Portugal
Certificado de capacidade matrimonial
Para casar a lei exige que os noivos tenham capacidade para contrair casamento, isto é, que não se verifique a existência de impedimentos matrimoniais - circunstâncias que impedem a celebração do casamento. Palop News
Para casar a lei exige que os noivos tenham capacidade para contrair casamento, isto é, que não se verifique a existência de impedimentos matrimoniais - circunstâncias que impedem a celebração do casamento. Cada país é diferente em suas exigências para um estrangeiro contrair casamento e assim, em primeiro lugar, terá que entrar em contato com o registro civil do país no qual pretende casar para saber quais os documentos necessários para iniciar o processo de casamento. O certificado de capacidade matrimonial é o documento que
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comprova que os noivos estão livres para casarem, ou seja, que nada impede a realização do casamento no exterior. “Nulla Osta” é a versão italiana do certificado de capacidade matrimonial. A legislação brasileira não prevê, de forma específica, a expedição de certificados de capacidade matrimonial para brasileiros que desejam casar no exterior, uma vez que, na legislação brasileira, basta a declaração do nubente, acompanhada da certidão de nascimento, ou, se foi casado anteriormente e se divorciou, deverá apresentar a certidão de casamento com o divórcio averbado. No Brasil, somente os Cartórios de Registro Civil, quando solicitados pelo
interessado, estão habilitados a expedir certificado ou atestado de estado civil, documento que não pode ser obtido em Repartição consular, mas somente junto ao próprio cartório. O certificado de capacidade matrimonial emitido na Escócia é válido por 3 meses. Na Inglaterra, País de Gales ou Irlanda do Norte, o certificado não tem prazo para expirar, porém você deve descobrir, por parte das autoridades do país em que você pretende casar por quanto tempo o certificado é válido no país, uma vez que deve estar válido no dia do casamento. Nesses países, o certificado também é emitido pelo registro civil local. De acordo com o disposto na
Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro, o casamento rege-se pelas leis do local onde está domiciliada a pessoa. Assim, a rigor, aos casamentos a serem realizados no Brasil, seja entre brasileiros, seja entre brasileiro e estrangeiro, deve-se aplicar a lei brasileira, em todos os seus aspectos. Como a documentação a ser apresentada pelos nubentes, brasileiros ou estrangeiros, é determinada pelo artigo 1.525 do Código Civil Brasileiro, sempre deve ser consultado o registro civil mais próximo à sua residência para obter uma relação dos documentos exigidos para a celebração de casamento no Brasil ou profissionais que possam orientá-lo com relação a vários detalhes, tais como: a) procuração; b) regime de bens a ser adotado; c) alteração de nomes; d) legalização e tradução de documentos.
Vale ressaltar que, desde que você siga a lei do país onde se casar, e que seja legalmente reconhecido pelo governo, então não há nenhuma razão para que seu casamento não seja reconhecido em outro país. Logicamente que há exceções e somente um advogado poderá auxiliá-lo neste aspecto. Um casamento só pode ser registrado em um lugar, portanto se você casou de acordo com a lei brasileira não há nenhuma disposição na lei inglesa para registrar o seu casamento neste país. Este artigo foi redigido meramente para fins de informação e debate não devendo ser considerado uma opinião legal para qualquer operação de negócio específico. 2016. Direitos Autorais reservados a NABAS INTERNATIONAL LAWYERS
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Partido Socialista no UK em nova etapa Palop News Exclusivo
A secção do Partido Socialista de Portugal no Reino Unido, realizou as eleições para a secção local. Ao mesmo tempo, foi eleito o Delegado para o Congresso, bem como a eleição para o Secretário-geral. Tanto quanto foi possível apurar pelo Palop News, foi a primeira vez que se realizaram eleições na secção de um partido político português no Reino Unido mas ultimas décadas. Tiago Corais, assumiu a liderança da única candidatura que registou a maior participação de sempre na história desta secção. "Mais de 30 pessoas preencheram a sua ficha de inscrição na militância do Partido Socialista no dia das eleições" - revelou fonte do Partido Socialista ao Palop News. Tiago Corais, afirmou em entrevista ao nosso jornal que os principais projectos da Secção no Reino Unido, passam por "vários assuntos. Queremos fomentar o« Movimento Também
Somos Portugueses», favorecendo a ideia de permitir que os migrantes portugueses se possam recensear e votar de forma online. Faremos eventos mensais para estreitar o contacto com as populações” - revela Tiago Corais para acrescentar que – “outro dos projectos a defender é o «Resgatar a Democracia» que apresentou uma moção ao Congresso do Partido Socialista" - remata. As relações com o Labour Party, são outro dos objectivos deste jovem líder que afirma que "só participando na política local ganharemos visibilidade e por essa via uma maior capacidade de integrar os portugueses no país de acolhimento" - revela. Sob o lema "Construir um Partido Socialista com os Portugueses no Reino Unido", Tiago Corais aspira ainda a intervir em nome do partido que se encontra no Poder para interferir na melhoria dos serviços consulares que têm sido alvo de diversas criticas ao longo do último meio século. "Estando no Poder, não nos podemos acomodar e entendemos ser obrigação nossa contribuir para uma melhor relação dos portugueses com o Consulado de Londres" - disse para terminar.
Não há outro nome: é tortura Nos Estados Unidos e no Brasil, a novilíngua em favor dos maustratos Palop News Londres
Nesses últimos meses de prévias eleitorais nos Estados Unidos, vários candidatos à presidência se pronunciaram com tom de aprovação a respeito das chamadas “técnicas avançadas de interrogatório.” Eles se referem ao programa conduzido pela Agência Central de Inteligência (CIA) que submeteu indivíduos detidos pelos Estados Unidos, após os ataques de 11 de setembro, a tratamentos que podem constituir tortura. Entre outras práticas, agentes públicos obrigaram indivíduos a permanecerem em dolorosas posições por dias, sem dormir, derramaram água em seus narizes e bocas até quase asfixiá-los e os acorrentaram ao teto de suas celas. O Brasil tem também seus próprios problemas com a tortura. Apesar dos muitos avanços legais e institucionais dos últimos anos, a homenagem prestada pelo deputado Jair Bolsonaro na votação do impeachment a notório torturador da ditadura não deixa dúvidas que a sociedade deve estar alerta às tentativas de justificar o injustificável. Atualmente, os abusos cometidos contra indivíduos sob custódia do Estado continuam a ser um dos problemas mais preocupantes de direitos humanos no país. Em 2014, a Human Rights Watch documentou 64 casos de tortura e tratamento cruel, desumano ou degradante cometidos pelas forças de segurança ou agentes penitenciários. No ano passado, 2.700 presos disseram em audiências terem sofrido maus-tratos ou tortura por parte da polícia, segundo o Conselho Nacional de Justiça. Além disso, uma pesquisa de 2014 mostrou
que cerca de um quinto dos brasileiros ainda apoia o uso da tortura se esta for a única forma de obter provas ou punir criminosos. À parte da execrável manifestação de Bolsonaro, os políticos no Brasil não endossam o uso da tortura abertamente. O que é particularmente preocupante nos Estados Unidos é que, lá, alguns políticos o fazem. Os fortes aplausos recebidos por candidatos quando expressam seu apoio à tortura são vergonhosos. Donald Trump chegou a publicar nota na qual não apenas endossa as “técnicas avançadas de interrogatório”, mas acrescenta que “nenhuma prática deve ser descartada quando vidas americanas estão em jogo.” Em seguida, ele reconheceu que a utilização de pelos menos algumas dessas técnicas seria ilegal, mas disse que trabalharia para mudar a lei. A CIA tem parte da culpa pela retórica utilizada por esses candidatos. Um contundente relatório do Comité de Inteligência do Senado dos EUA concluiu, mais de um ano atrás, que o uso das “técnicas avançadas de interrogatório” não foi eficaz na obtenção de informações úteis de inteligência. Em resposta, a CIA admitiu que erros foram cometidos. No entanto, a Agência refutou com veemência a conclusão do relatório e continua a insistir que as técnicas, tendo sido autorizadas de maneira apropriada ou não, foram úteis. O presidente Barack Obama também merece parcela da culpa. Apesar de ter encerrado o programa de “técnicas avançadas de interrogatório”, sua administração se recusou a processar criminalmente quaisquer responsáveis por autorizá-lo ou executá-lo, ou mesmo agir contra aqueles
cuja conduta ultrapassou os limites do que havia sido autorizado. Os dois pré-candidatos que ainda disputam as primárias do partido Democrata, Hillary Clinton and Bernie Sanders, condenaram a tortura em termos gerais, mas nenhum deles declarou que promoveria a responsabilização dos envolvidos no programa. Em sua maioria esmagadora, especialistas concordam que a tortura produz informações pouco confiáveis e compromete tentativas de obter a cooperação de detidos. Essa não é e não deve ser, porém, a única razão pela qual governos devem rejeitar a tortura. É absolutamente cruel e desumano cometer abusos contra alguém que esteja sob custódia do Estado. Esse é o motivo pelo qual as convenções internacionais a proíbem, assim como o fazem as leis domésticas de muitos países, incluindo dos Estados Unidos e do Brasil. A tortura tem destruído as vidas de presos submetidos a ela, e causado enormes danos à reputação de países. Nos EUA, o uso das “técnicas avançadas de interrogatório” e o fracasso do governo em rejeitá-las totalmente até agora tornaram muito mais difícil ao país se posicionar contra práticas abusivas de detenção e outras violações de direitos em todo o mundo. A administração Obama ainda pode demonstrar de forma clara a posição dos EUA sobre a ilegalidade das “técnicas avançadas de interrogatório”. A maneira mais eficaz de fazê-lo é promovendo a responsabilização criminal dos envolvidos na tortura. O mesmo é válido para o Brasil. Enquanto reinar a impunidade, a tortura persistirá. Uma versão impressa deste artigo foi publicada na revista semanal Carta Capital.
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Rádio para jovens portugueses arranca em Londres Palop News Londres
O Portuguese Speaking Community Centre iniciou no passado dia 23 de Abril um novo projecto vocacionado para jovens portugueses ou luso descendentes entre os 14 e os 20 anos a residir em Londres. O projecto, passa pela criação de raíz de um estúdio de rádio, e pretende envolver os jovens na produção de uma programação a ser emitida por tempo indeterminado. A iniciativa pretende capacitar os jovens para a instalação, criação e produção de uma grelha de programas de rádio a serem emitidas semanalmente pela via digital. A Formação e emissão decorre ao Sábado em frequência digital a anunciar. “Se tens entre os 14 e os 20 anos, vives em londres e queres uma aventura inesquecível, contacta o Centro Comunitário através de info@portuguesecc.org ou pelo telefone 0 207 8208 666”.
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A oposição ao novo Mayor, foi levantada principalmente devido às suas origens islâmicas mas no seu conjunto, as ações da oposição, não foram suficientes para o derrotar. “Sou londrino, sou britânico, sou de fé islâmica e tenho orgulho de ser muçulmano. Sou de origem asiática, paquistanesa. Sou um pai, sou um marido, sou sofrido torcedor do Liverpool há muito tempo. Sou todas essas coisas” - palavras do Mayor depois de ter conquistado as eleições com 1.310.140 de votos. O principal opositor, o Conservador Zac Goldsmith, ficou-se com apenas 994.614 de votos. Sadiq Kan, nasceu em Londres e é advogado especializado em Direitos Humanos, filho de um motorista de autocarro e de uma modista. Sempre estudou na escola pública e em 2005 foi eleito deputado tendo chegado a fazer parte da equipa de Gordon Brown. No seu manifesto eleitoral,
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Sadiq Kan novo Mayor de Londres Apesar da forte campanha que foi feita contra a sua candidatura, Sadiq Kan logrou ser eleito Mayor de Londres conseguindo que o Partido Trabalhista esteja no cargo pela segunda vez desde que este foi criado, depois de Ken Livingstone e Boris Johnson. negócios, criatividade e justiça”. No seu discurso de campanha eleitoral, o novo Mayor de 45 anos comprometeu-se a congelar o preço dos transportes durante a sua legislatura,
Sadiq Kan escreveu que a missão passa por "restaurar a oportunidade, e proteger e promover a competitividade de Londres e seu status como uma cidade líder mundial em
fazer um esforço para reduzir o preço da habitação em Londres ao mesmo tempo que prometeu fazer campanha para que o Reino Unido se mantenha na União Europeia.
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Exclusivo Palop News
Gilberto Ferraz “Por Terras de S. Majestade” o livro apresentado em Londres Gilberto Ferraz a residir em Londres há 50 anos, é jornalista, entrevistou alguns dos mais famosos rostos do Mundo, e nunca aceitou trocar de nacionalidade. Ao longo de 30 anos, trabalhou na gigante BBC onde foi Presidente do Sindicato dos Jornalistas. Palop News Londres
Hoje falamos de um livro que não sabemos quanto tempo demorou a escrever mas que sabemos ter demorado 50 anos a viver. “Foi um projecto não da minha própria iniciativa. Devo o encorajamento para o escrever, a um colega, Director do Jornal de Notícias - Fernando Martins que me perguntou «porque é que você não traduz em livro os seus conhecimentos e experiência»? Em resultado disso, há 20 anos a esta parte que faço alterações e aditamentos a este trabalho. “O projecto inicial era há 10 anos atrás, metade das páginas do que é hoje. Daí para cá, tive outras experiências que procurei condensar o mais possível, até me admirar por ter chegado às quase 600 páginas” - revela ao
nosso repórter. Gilberto Ferraz assume que o público português é menos leitor que o britânico mas que espera que esta viagem de 50 anos possa cativar mais portugueses à leitura. “A minha preocupação foi dar aos leitores portugueses uma foto resumida do Reino Unido e dos ingleses no seu intimo” - disse. A obra, conta com a apresentação “Em jeito de intróito” do Embaixador Francisco Seixas da Costa que dá este trabalho como um conjunto de “memórias” a que o autor prefere chamar “experiências vividas na minha vida profissional com entrevistas às mais elevadas figuras políticas deste país (algumas já falecidas). Em termos jornalísticos posso orgulhar-me de ser o único português nesse domínio” - disse. No portfólio destas memórias,
Gilberto Ferraz desfila nomes como George W. Bush (pai), Princesa Diana ou Tony Blair num incontável fio de nomes que o Mundo conheceu pela imprensa. Gilberto Ferraz, recorda nesta entrevista o seu envolvimento na questão de Timor Leste aquando da ocupação da Indonésia, as dificuldades que teve em levantar perguntas ao Vice-Presidente dos Estados Unidos e o desconforto que as suas questões levantaram ao político americano sobre a invasão timorense. “Não é fácil os políticos aceitarem perguntas de jornalistas que não conhecem e eu fui o último e perguntei a George Bush “onde estava o mérito da democracia americana quando apoiava militarmente o regime indonésio? Nunca esperei que um homem tão experiente como aquele pu-
desse ficar tão perdido de palavras. Foi uma pergunta inesperada que no fim não foi muito bom para ele. Balbuciou à procura de uma resposta adequada e disse que estavam em contacto com os amigos indonésios para haver uma solução. Para mim, como jornalista, embaraçar um vice-presidente americano é uma grande memória” - revela ao Palop News. Nas memórias deste jornalista, aparece ainda outro episódio em Downing Street envolvendo Tony Blair aquando da visita programada do Presidente português Jorge Sampaio. “Estava programada a visita e esta foi subitamente adiada porque Tony Blair estava envolvido com os contactos mundiais sobre a possível invasão do Iraque. Consegui nessa altura um contacto quando Tony Blair foi à Síria e pediu
um adiamento à visita de Jorge Sampaio que estava em Moscovo, a dois dias de vir a Londres. Eu soube por fontes em Portugal, que foi um embaraço para a diplomacia portuguesa e António Guterres veio a Londres para amenizar a situação” conta Gilberto Ferraz. Para acrescentar; “Estava na Downing Street com António Guterres e Tony Blair e eu fiz uma pergunta que também embaraçou o Primeiro-ministro inglês; surpreendi os colegas que vieram de Portugal que me questionaram mais tarde e perguntei a Tony Blair se teria sido o resultado negativo com Assad que justificava o adiamento da visita quando estava tudo programado para a visita de Jorge Sampaio. Notei um sorriso de Guterres perante a pergunta que embaraçou Tony Blair que me respondeu: É lamentável o que aconteceu mas está tudo previsto para que tudo aconteça em breve. Na saída, o braço direito de Tony Blair, Tommy Camble, chamou-me e disse: “Por favor promete que não faças de novo essa pergunta - pensei no assunto e respondi - não foi uma pergunta justa? Acabei por prometer não a repetir” fechando assim a história em que um jornalista português ao serviço da BBC embaraçou a política britânica. As histórias de Gilberto Ferraz atravessam grandes momentos da política mundial. Nos anos 80, foi chamado ao Ministério da Defesa antes da Guerra do Golfo. O próprio ministro serviu as bebidas enquanto dava como certo que a guerra seria uma realidade. “Foi uma conversa bastante longa. Estava presente apenas um colega do Corriere Della Sera. Eu pensava que a guerra não iria acontecer mas o Ministro Britânico tinha informações que eu não tinha. “Gilberto, concordo com a sua análise mas George Bush (que eu tinha entrevistado mas que era agora Presidente dos EUA) está cheio desta situação, vai haver guerra no Iraque”. Ao trabalhar como quadro da
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catedral da informação chamada BBC, Gilberto Ferraz, muitas vezes teve segredos de Estado a passar nas matérias que trabalhou. “Muitas vezes tinha informaçãoprivilegiada m a s
nunca a utilizei, pelo respeito à profissão, às fontes e a mim mesmo” - confessa para acrescentar “Tive muitos segredos de estado numa outra dimensão. Digo no livro o que posso dizer. O que não digo é segredo de estado. Assinei um documento em que não devo falar sobre alguns assuntos. Fui cuidadoso nesse assunto”. Gilberto Ferraz foi por diversas vezes chamado a gabinetes ministeriais britânicos para colaborar em questões relativas a países de Língua Portuguesa. Destes encontros, Gilberto Ferraz recorda com especial destaque o início das relações diplomáticas entre o Reino Unido e Angola, tendo mesmo privado com o cunhado de Agostinho Neto Jorge Morais que se deslocou a Londres como Ministro. Mais tarde, foi com o Embaixador Manuel
Pakavira. Outra das histórias passa pelo financiamento dos bancos ingleses ao Brasil e que Gilberto Ferraz acompanhou de perto como colaborador. Na época, havia apenas dois bancos com a vocação procurada. “Esses dois bancos eram, o Loyds e o Middlands que hoje é o HSBC. Acompanhei altas individualidades brasileiras na City, nos bancos e em ministérios para conseguir financiamento para o Brasil” - recorda. Para o jornalista, houve sempre uma fronteira muito clara entre o exercício da profissão e as actividades que desenvolvia de forma paralela. “Entre colegas da secção portuguesa da BBC, alguns colegas perguntavam como é que consegui isolar as minhas funções como jornalista e as funções que me confiavam. Eu respondia que uma coisa, é uma coisa. Outra coisa, é outra coisa. - Nunca teve dúvidas sobre a mistura de junções? - Nunca. Às vezes nestas delegações e com alguns grandes nomes atuais do jornalismo. No lote de visitas, além de políticos e financeiros, Gilberto
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Ferraz recorda com destaque a visita de um regimento de bombeiros brasileiros a Londres que acompanhou nas diversas visitas aos quarteis em Londres. O português que chegou a Presidente do Sindicato dos Jornalistas da BBC, tem a noção de nunca ter feito a pergunta errada nestas visitas. “Os ingleses procuravam que os objectivos do visitante fossem conseguidos. A minha função era possibilitar que a visita fosse bem-sucedida. O meu conhecimento da sociedade britânica estava ao serviço das causas dos visitantes” - disse. “Nunca me aconteceu escrever e não publicar. Depois do 25 Abril, fui o primeiro correspondente no estrangeiro para Portugal. Estávamos perante um país com a democracia em formação e o meu trabalho foi sobretudo didáctico ao passar a minha visão do Reino Unido para Portugal naquilo que escrevia. Pensei sempre no que seria útil escrever para a incipiente democracia em Portugal e escrevi sobre como é que a imprensa britânica viu o 25 de Abril em Portugal e falo disso
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no meu livro já que fui o primeiro correspondente português no Reino Unido”. No livro Por terras de S. Majestade, Gilberto Ferraz reproduz muitas das histórias que viveu ao longo da sua carreira. “Reproduzo no livro um artigo que publiquei sobre o armamento e as Nações Unidas que foi utilizado por um autor do livro escolar do 9º ano e que eu desconhecia até porque nunca fui contactado pelo autor” - confessa o jornalista que foi o Coordenador da secção do PPD/PSD no Reino Unido. Apesar de ter sido convidado por Sá Carneiro para se candidatar a deputado (convite que a BBC haveria de abortar), o jornalista nunca teve convites para cargos de confiança política. “Como chefe de família, entendi que não seria razoável aceitar o cargo de deputado se para isso tivesse que abandonar a minha carreira na BBC” - diz ao Palop News. Dos entrevistados que lhe passaram pelo microfone, Gilberto Ferraz recorda aquele que não conseguiu entrevistar. “O único político de grande prestígio que não consegui entrevistar foi Harold Wilson (Ex 1º Ministro do Reino Unido). - Uma espinha atravessada?
- É. A Secretária dele escreveu-me uma carta muito simpática mas que não resultou em entrevista. Os políticos só dão entrevistas quando têm interesse em dá-las. Não é o jornalista que decide. Só quando se trata de um jornalista de grande prestígio que eu nunca fui mas nunca ninguém me virou as costas” - revela. O jornalista assume ter tido entrevistas em que estava seguro de não lhe dizerem a verdade mas “nunca nenhum entrevistado me virou as costas “ – revela. - Algum dia lhe pediram as perguntas antes de a entrevista ser dada? - Não. É engraçado esse pormenor. Esse pormenor é muito vulgar em Portugal mas não no Reino Unido. É uma desclassificação quando pedem perguntas antecipadas. Para o autor de “Por terras de S. Majestade”, o BREXIT é um não problema e lembra o dia em que entrevistou Jeremy Corbyn devido à invasão de Timor-Leste pela Indonésia. Ao serviço da sua profissão,
Gilberto Ferraz foi ainda o correspondente para Portugal no caso Maddie MacCann, assunto sobre o qual reserva a sua posição pessoal. Ainda como jornalista, o autor recorda aqueles entrevista-
dos que lhe deixaram uma marca especial. “Entrevistei muitas personalidades ligadas ao cinema e aqui em Londres é um privilégio extraordinário nesse domínio” para depois contar a história que viveu ao entrevistar “Audrey Horne que antes de ser artista de cinema, teve uma carreira vibrante na televisão americana. Quando a fui entrevistar, eu disse-lhe que era um grande prazer em conhecê-la pessoalmente porque me lembro dos seus papéis na televiso e a reacção dela foi dar-me um beijo. Quem ficaram
surpreendidos foram os meus colegas que também estavam à espera da entrevista e naturalmente invejosos. Foi uma artista muito conhecida. Revelou-me que sendo azougada nos papéis que fazia, revelou-se uma pessoa profundamente humanista. Outra entrevista que reproduzo no livro, foi Mr Q da série James Bond - infelizmente a última entrevista que deu porque morreu três meses mais tarde” – recorda para acrescentar – “Este foi um homem que muito me tocou não apenas pela sua sensibilidade mas pela forma humanista como se me apresentou” – conclui. Sobre a política, Gilberto Ferraz defende que é uma arte nobre mas que é também deturpada por muitas pessoas que por lá andam. “É uma arte infelizmente abusada por aqueles que a deviam respeitar e que deviam fazer dela uma arte ainda maior. Infelizmente, a política como um dos grandes pintores portugueses retratou «essa grande porca» que a classe política tem desvirtuado. Os políticos abraçam a política não por ela mesma mas por interesses pessoais” - diz. Em relação à actualidade londrina, Gilberto Ferraz destaca o aumento da criminalidade e as alterações nas políticas sociais e económicas. “Londres está completamente diferente e até o clima sofreu alterações muito acentuadas” – revela para acres-
centar: “Os assaltos têm aumentado em todo o Reino Unido de uma forma constante”. “O respeito que era um apanágio britânico, deixou de existir mas não penso que a culpa seja dos migrantes. O respeito que era um apanágio britânico deixou de se ver. Quanto ao livro, será publicado também em inglês caso ultrapasse uma edição. “Para já, vai ser vendido como ebook na internet - vai ser traduzido em castelhano e se tiver o êxito que espero que possa ter, será traduzido em inglês” - informa. Para já, o livro pode ser encomendado na Editora Chiado mas está previsto que possa também ser vendido em Londres. Neste livro, encontram-se muitas das histórias vividas por Gilberto Ferraz, como o recente episódio em que António Santana Carlos, Ex Embaixador de Portugal no Reino Unido que foi rudemente mencionado por um jornalista inglês e que teve a defesa de Gilberto Ferraz. Este, o espírito de um português que ao longo dos últimos anos teve acesso a entrevistar muitas das mais importantes figuras mundiais da política e das artes, e por quem passaram muitos dos mais importantes segredos do Reino Unido desde a 2ª Guerra Mundial até aos dias de hoje.
Um livro a não perder Nota da Redacção: No fecho desta edição, soubemos do súbito falecimento de Marisa Ferraz, esposa do autor aqui mencionado. A toda a família e em nome dos nossos leitores e anunciantes, apresentamos ao nosso colega Gilberto Ferraz as nossas mais sentidas condolências.
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DoP 2016. 40 Anos
Estávamos no ano de 1967 e a comunidade Portuguesa era diminuta quando comparada com a segunda década do Século XXl, quando esta mesma Comunidade, está estimada em mais de meio milhão de portugueses apenas na área de Jurisdição do Consulado de Portugal em Londres. Timidamente, alguns (poucos) portugueses, reuniam-se para festejar a Pátria mas nunca de forma oficial e desses pequenos eventos, não existem registos. Apenas memórias de portugueses que vivem em Londres há cerca de 50 anos Palop News Londres
Algumas opiniões, defendem que só após o 25 de Abril de 1974, as comemorações do Dia de Portugal em Londres foram autorizadas, o que deixa a dúvida sobre a verdadeira data do primeiro evento. Neste trabalho, fruto dos testemunhos, vamos manter a data de 1976 como a data do primeiro tímido evento num hotel, que daria lugar ao acontecimento que evoluiu para o que hoje se conhece em Londres. “O primeiro evento aconteceu no Lancaster Gate Hotel na Bayswater e só depois, se passou a fazer num dos diversos parques por onde passou” – revela ao Palop News José Amador, Ex Vice-cônsul de Portugal em Londres e mentor do evento, tal como se conhece até aos dias de hoje. Já nesse tempo, José Amador recorda a presença de José António Costa, actual Chairman do Dia de Portugal em Londres. A Comunidade Portuguesa exercia o seu convívio através do movimento associativo que na época, ainda beneficiava de um prestígio que hoje está arredado das mais antigas associações portuguesas em Londres, embora em franco crescimento nas associações mais recentes. O futebol, a pesca e a sueca, eram alguns dos argumentos para reunir a Comunidade Portuguesa dessa época no evento que celebrava Portugal. “Todas as pessoas eram voluntárias ao serviço do evento” – revela José Amador – para acrescentar – “Bastava fazer alguns telefonemas e havia portugueses que se voluntariavam para que o evento fosse uma realidade” – revela o homem que geriu os destinos do evento ao longo de mais
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de 20 anos. Hoje, o descrédito de alguns dirigentes associativos e as suspeitas de manobras financeiras em nome da Comunidade, afastam as pessoas desse voluntariado. Este Diplomata, a quem esta tarefa não cabia no seu registo profissional, deu início a uma iniciativa que haveria de durar até aos dias de hoje. Como voluntário e Diplomata, haveria de abandonar Londres em 2004, depois de lhe ter sido imposta a Comenda do Infante D. Henrique, do reconhecimento da Rainha Isabel e do Jubilado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros. Nos primeiros eventos, José Amador reuniu as principais associações portuguesas por onde fez passar torneios de sueca ou futebol mas era sobretudo esta última modalidade desportiva que reunia a hostes portuguesas, e era também pela rivalidade desportiva que se registaram alguns dos maiores dissabores. O dia de Portugal em Londres passou depois a acontecer nos parques londrinos, lugar onde continua em 2016 apesar das diversas organizações ao longo dos anos prometerem fazer diferente. Na verdade, fazem sempre uma quase cópia dos eventos anteriores, nomeadamente no
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que respeita ao Município onde o evento acontece, mantendo distante a numerosa comunidade portuguesa a Norte de Londres onde os grandes eventos não chegam. Suspeita-se que o primeiro Parque tenha sido o de Regents Park mas também Richmond, Putney e Battersea viram o Dia de Portugal acontecer. Terá havido algumas (poucas) interrupções ao longo dos anos que foram substituídas por soluções que não conseguimos identificar neste trabalho, mas também houve interrupções sem qualquer substituição, tal como aconteceu em 2014. Manuel Fernandes, conhecido como o Manuel do Talho e gestor do Cinco Quinas, foi dirigente associativo e terá participado em diversos eventos do Dia de Portugal para nos últimos anos, organizar os festejos com um evento no Restaurante Lua no espaço do Larkhall Park, onde todos os anos, as comemorações do Dia de Portugal acontecem para centenas de portugueses e transeuntes. Antes, também Manuel Fernandes era dirigente associa-
tivo de uma estrutura que participava nas comemorações do Dia de Portugal. Depois de passar por alguns parques entre o Norte e o Sul de Londres até 2004, o Dia de Portugal acabou por se instalar no Kennington Park a Sul de Londres, entrando na alçada dos eventos de Lambeth onde ainda permanece. Apesar de profissionalmente não estar obrigado a desenvolver o projecto do Dia de Portugal em Londres, José Amador, voluntariou-se para que o evento fosse possível. Por consequência, acabou a dar voltas ao Mundo para instituir em vários países a união das associações e dos portugueses nos países por onde passou. “As associações participantes oscilavam entre as oito e as doze e todas elas contavam com o voluntariado dos seus associados para tornar o evento possível” – diz José Amador. Hoje, uma das maiores dificuldades que o evento acusa, é precisamente a falta de voluntariado. “Todos os anos começávamos financeiramente do zero e sem qualquer valor em caixa. O saldo
do evento anterior, era todo ele investido nas aulas de português e no apoio ao associativismo” – refere o Diplomata ao Palop News. “A autorização para festejar o evento só aconteceu após o 25 de Abril” – revela Gabriel Fernandes ao Palop News o que deixa o evento com a idade de 40 anos em 2016. A história do dia de Portugal está toda ela documentada. Os primeiros eventos têm o seu espólio documental nos arquivos do Consulado Geral de Portugal em Londres. “Deixei as actas de todas as reuniões e todas as informações referentes aos mais de vinte eventos em que participei” – refere o Diplomata José Amador. Na história mais recente, nomeadamente a partir de 2009, o Palop News tem um arquivo com muitos milhares de documentos em arquivo digital já que se trata de um evento em que o Palop News sempre esteve envolvido até 2015 já que em 2016, a Organização decidiu atribuir a exclusividade a um jornal brasileiro. Em 2009, António Santana Car-
los, então Embaixador de Portugal para o Reino Unido, chama à Embaixada o Conselheiro António Cunha e incentiva-o a organizar o evento do 10 de Junho. “Estávamos em finais de Março quando o Embaixador me chama e me faz ver que o evento ainda não tinha a adesão suficiente para acontecer. Foram dois meses para organizar o evento” que pela primeira vez aconteceu em Streatham Park, o mesmo local aonde acabaria por regressar em 2015 pela mão de José António Costa e onde se repete o evento em 2016. Neste ano de 2009 com a gestão de António Cunha, foram vários os nomes envolvidos. Rui Simões, Henrique Carneiro, Adelina Pereira, Pedro Xavier, Filipe Pereira, Patrícia Marcelino e Salomé Campos entre outros, haveriam de ser alguns dos nomes chave para que a realização do evento fosse possível. Outro nome que atravessa várias organizações, é o empresário Domingos Cabeças que geralmente aparece ligado às funções de palco, contratação de artistas e à comunicação
com as tendas de restaurantes. O mesmo empresário é a referência de uma associação cuja actividade associativa não conseguimos apurar, mas que testemunhos afirmam ter tido tenda de restauração no evento do Dia de Portugal ao longo de alguns eventos anteriores a 2010. Também com Domingos Cabeças e na gestão de António Cunha, haveria de haver um desequilíbrio financeiro no valor de milhares de libras numa das organizações, e que envolve um conhecido empresário português que prefere manter o anonimato. O artista cabeça de cartaz neste ano de 2009 foi Herman José, depois de uma maratona para se conseguir um nome de relevo e que estivesse livre para a data, já que o tempo disponível era escasso. A cantora Maiuko foi outra das vozes que se fez ouvir no evento e como é hábito, alguns dos artistas musicais residentes em Londres que acompanharam alguns ranchos de folclore sempre presentes. Existem porém duas empresas que têm marcado a sua presença no evento ao longo dos anos
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e cujos registos dão a todas as organizações alguma tranquilidade. O grupo Madeira e a empresa de congelados Varina, têm estado presentes na generalidade dos eventos e sempre de forma pacífica, apoiando as organizações sem participarem nas questões menos esclarecidas. Outra referência empresarial é a empresa Atlantico que tem marcado o seu apoio ao evento ao longo de várias edições. “Foi depois que o José Amador foi embora que surgiram três portugueses, cujos nomes já não me recordo que começaram a organizar o evento” – diz José Sales da Silva a residir em Londres há 40 anos e que também foi fundador da Associação Cultural. Segundo o empresário Joaquim Teixeira, é também nesta época que se dá a entrada da empresa Atlantico como principal pilar financeiro do evento, através da obrigação contratual nos fornecimentos que haveria de ser contestado ao longo dos anos por diversos restaurantes. Voltando aos primeiros quase trinta eventos, ouvimos de novo José Amador. “Havia uma tabela de preços e todas as tendas tinham que vender os seus produtos ao mesmo preço. Isso era combinado nas reuniões que
antecediam cada evento” – recorda. Esta, haveria de ser uma prática que se haveria de manter até aos últimos eventos. Em 2015, apesar de algumas insistências para abrir a ementa a outros géneros alimentícios, a resistência da organização acabou por impor a ementa tradicional. Contudo, o Palop News sabe que para 2016 essa prática terá sido quebrada e outras ofertas poderão estar disponíveis em eventos futuros. Em 2010, Rui Simões decide chamar a si a responsabilidade do evento e com Henrique Carneiro e Pedro Xavier, assumem a Organização.
“Havia a necessidade de ter à frente do evento, alguém com credibilidade e que pudesse defender as contas do evento. Com António Cunha, nem a própria equipa sabia os detalhes orçamentais” – disse Rui Simões ao Palop News. O mesmo clima viria a acontecer com outros detalhes em 2015 com a gestão de José António Costa quando se dá o litígio entre a Organização e a empresa Atlantico e vários membros da Organização desconheciam os detalhes do caso. Em entrevista ao PaLOP News em 2011, Rui Simões referia que “há pessoas que não têm credibilidade para ocupar o cargo que ocupam” - referindo-se à gestão de António Cunha no Dia de Portugal. Neste ano, um grande lote de artistas é contratado em Portugal e Lena D’Água e Miguel Ângelo entre outros, foram impedidos de cantar devido à falta de tempo que o rigor horário determina. Já nesta época se referia a necessidade de o evento passar a ter dois dias e um horário alargado, o que nunca veio a acontecer. Em 2015, Fernando Sertage sugere um local em que os dois dias e o horário alargado seriam uma realidade. O resultado, foi
ter que abandonar o seu voluntariado na organização do Dia de Portugal por vontade de José António Costa. Em contramão, um documento em nosso poder datado de 28 de Abril de 2015 e emitido pelo Lambeth Council, exige o pagamento de £6.250.00 e emitido em nome de Day of Portugal & Poúuguese Communitiesuese. Afinal, quando chegamos aos documentos, não é o nome de cada pessoa mas sim a Comunidade Portuguesa que é posta em dúvida. Rui Simões presidiu à Organização tendo transitado da equipa anterior dirigida pelo Conselheiro António Cunha. Neste ano, Rui Simões desenvolveu a aplicação junto do Lambeth Council sem que ninguém o pudesse esperar e viu a sua candidatura aprovada. Na equipa, Pedro Xavier e Henrique Carneiro, haveriam também de transitar da Organização anterior. Foi o ano em que a Organização conseguiu negociar os maiores patrocínios mas mesmo assim insuficientes para que o evento pudesse ter um saldo positivo. No ano seguinte, as associações A Família, Futebol Clube do Porto of London e os Amigos do Tacho ficaram ausentes dos fes-
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tejos do Dia de Portugal. A isto, haveria de se juntar a ausência do principal sponsor, a Atlantico que neste ano também esteve ausente. O evento saldou-se por um violento dia de chuva mas que mesmo assim registou cerca de 10 mil pessoas. “Tivemos que fazer recuar o balcão da barraca para abrigar as pessoas” – confessa Felisberto Serrão da Associação Cultural que tem marcado a sua presença no evento ao longo dos anos. Fonte do Palop News refere ainda como tendo sido num ano anterior de 2013 que alegadamente desapareceram 12 mil libras da tenda do F. C. Porto of London no evento, e cujo suposto desaparecimento, não foi explicado até aos dias de hoje. O Palop News sabe porém que nenhuma queixa foi apresentada na polícia após o alegado desaparecimento do dinheiro. Esta decisão cujos fundamentos se desconhecem corresponde porém à mesma decisão que a Assembleia do F. C. Porto of London teve em relação à Presidência de Rui Simões neste Clube, e que até hoje não se encontra publicamente esclarecida apesar das tentativas do Palop News. Em entrevista ao Palop News, foi dito que em Assembleia Geral, foi decidido arquivar o assunto da gestão de Rui Simões ao serviços do Clube. Foi também em 2012 que um membro da organização foi contactado pela alfândega britânica a questionar a Organização sobre uma remessa de vinho destinada ao evento e que pretendia entrar no país como donativo. “Tínhamos um contrato de exclusividade com a Atlantico pelo que qualquer vinho que pudesse vir para o Dia de Portugal, mesmo a título de oferta, tinha que ser recusado e foi essa a informação que dei para a Alfândega” – disse Henrique Carneiro ao Palop News. Em 2012, Rui Simões, agora com Ludgero Castanho, repete o fracasso de tentar «fabricar» um saldo positivo no evento. “Seria o ano em que iria sobrar dinheiro se não fossem os casos de o Lambeth Council não ter financiado o parque, se não fossem as desistências de três associações e o cancelamento da Atlantico” – refere Ludgero Castanho. Terá sido neste ano de 2012 que o F. C. porto e o Grupo Alegria de Norte entraram em con-
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junto numa tenda de restauração no evento. Também neste ano, haveria de haver desaguisados pelo resultado da caixa ter alegadamente e por breves momentos desaparecido do recinto, para vir a ser encontrado mais tarde já na sede do Clube. Mais uma vez, a suspeição a fazer sombras no evento do Dia de Portugal que José Amador comenta da seguinte forma: “Todos os detalhes do evento eram escriturados e nunca houve falhas financeiras ao longo dos mais de 20 anos que apoiei a Organização do evento” – refere o Ex-diplomata que diz conhecer bem José An-
tónio Costa, actual Chairman da Organização do evento. Este ano de 2012, foi também o ano em que o evento do Dia de Portugal, pela mão do Palop News, criou a biblioteca no Centro Comunitário. Esta biblioteca contou com a colaboração da actriz Sofia Escobar e o escritor (entretanto falecido), Luís Miguel Rocha. Este evento, foi ainda marcado por novo deficit nas contas do evento avaliado em vários milhares de libras. O sponsor Atlantico, as associações Cultural e o F. C. do porto, estiveram ausentes do evento. O Palop News apurou
que parte das razões para estas ausências, poderão estar relacionadas com o deficit do ano anterior, num ano em que a Organização esperava poder construir o fundo de maneio que até 2016 e que ainda não foi possível. “Eu mesmo disse que não teria mais nada a ver com a Organização do Dia de Portugal. Infelizmente tenho a cabeça no cepo por uma dívida ao Lambeth Council no valor de 8 mil e trezentas libras e aos poucos aconteceu que voltei a ser envolvido. Na verdade, o nome que corresponde à dívida é o meu nome pessoal e não o da Comunidade pelo que acabei por aceitar resolver o problema com o Lambeth Council” – disse Rui Simões ao Palop News em 2012. Com este conjunto de circunstâncias, o evento ameaça cair com a retirada de todos os voluntários ao serviço da organização e José António Costa assume dirigir a Organização do evento a partir do ano de 2013. No final, as contas haveriam uma vez mais de se saldar por um redondo resultado sem margem para iniciar o evento do ano seguinte. José
António Costa pensa em desistir mas não conclui esse desejo por pressão exercida por Alcino Francisco que acabaria também por recrutar os 42 voluntários de 2015, e 8 dos dez membros da Organização deste ano. É com a notícia de que seria José António Costa a assumir a Organização do evento, que Gabriel Fernandes, Ex-Conselheiro da Comunidade Portuguesa publica na sua página do Facebook o seu desacordo considerando a falta de capacidade de liderança do intérprete. Foi também em 2013 que a Organização do evento emite uma carta de agradecimento e reconhecimento ao editor do Palop News e foi ainda neste ano que o nosso jornal emitiu uma factura à organização pelos negócios efectuados além do trabalho de voluntariado. É também neste ano que Fernando Sertage haveria de integrar a Organização que viria a abandonar em 2016 num processo pouco pacífico. A Organização mantém como sponsor principal a empresa Lyca Mobile, empresa que foi levada ao conhecimento da Organização
através do Palop News, depois do patrocínio anteriormente oferecido à Organização presidida por Rui Simões em 2012. No final do evento de 2013, mais uma vez a Organização está descapitalizada e com dificuldades financeiras para fazer face aos compromissos assumidos com os fornecedores. José António Costa assume que teve que cobrir os prejuízos do evento do seu próprio bolso, o que se repetiria em 2015. Pesem embora as dificuldades em encontrar patrocínios para o evento, a gestão de José António Costa tem, desde 2013, rejeitado algumas propostas de receita. No ano de 2013, a empresa Best Gourmet, representante da Buondi para o Reino Unido, tentou participar no evento mas sem êxito. A pesar na decisão, António Gomes refere uma história que envolveu a sua empresa e o F. C. do Porto of London que terá terminado de forma pouco simpática. “Não alimento esperanças de algum dia poder participar no Dia de Portugal enquanto esta gestão se mantiver” – disse António Gomes ao Palop News.
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O ano de 2014 ficará na história como um dos anos de interrupção no evento. Por falta de equipa e fundo de maneio, a Organização presidida por José António Costa abortou o evento ao mesmo tempo que promoveu a integração da Organização na tutela do Centro Comunitário que haveria de se manter até 2015. Em 2016, a Organização do evento abandona o mesmo Centro Comunitário e José António Costa demite-se do cargo na Direcção do mesmo Centro por incompatibilidades diversas. No espaço de tempo anterior, o mesmo dirigente, ocupava os cargos de “Trustee” do F. C. Porto of London, Chairman do Dia de Portugal e membro do “board” do Centro Comunitário acumulando três voluntariados em simultâneo. Para além do serviço voluntário, foi também em 2013 que José António Costa e Rui Reis afirmam terem desembolsado milhares de libras em antecipação para que o evento fosse possível. Em 2014, o resultado só poderia ser o descanso do evento até porque, os anteriores intervenientes,
estavam pouco disponíveis para voltar a encarar as dificuldades de 2013. A partir de 2015, a entrada no evento do Dia de Portugal passou a ser paga pelo valor de £3.00 por pessoa. Estiveram no evento, 12 mil pessoas que pagaram o ingresso. Mesmo assim, o evento fecha com um deficit superior a oito mil libras. Talvez isso explique a razão pela qual um fornecedor do evento de 2015, reclama o pagamento de pouco mais de £100.00. “Entrada paga no Dia de Portugal?” – pergunta José Amador, o ex-Vice Cônsul Adjunto que criou a génese do evento no anos 70 de forma voluntária. “Esse não é o meu Dia de Portugal onde se pretende honrar o país e honrar a comunidade” – revela ao Palop News. Apesar da receita da bilheteira (cerca de 30 mil libras), a organização continuou em 2015 a apresentar prejuízo. Uma das razões apontadas foi o diferendo entre a Organiza-
ção e a empresa Atlantico no valor de cinco mil libras e que o Palop News noticiou após o evento. Para resolver este problema, a Organização do Dia de Portugal em Londres, entregou a questão jurídica a um falso advogado que viria a ser desmascarado pelo Palop News. Na defesa do seu nome, o edi-
tor do Palop News entregou informação confidencial no Centro Comunitário que por força da tutela ao Dia de Portugal, entregou a documentação à equipa de José António Costa. Dias depois, a mesma informação haveria de voltar ao Palop News por Royal Mail com a assinatura do falso advogado Alex Maxwell em clara
violação de confidencialidade. Neste ano de 2015, mais uma vez José António Costa afirma ter desembolsado pessoalmente a antecipação de alguns custos avaliados em milhares de libras que se esperam recuperar em 2016. Em 2015, foi também o ano que o Dia de Portugal, pela mão da Igreja Evangélica em West Norwood, teve a participação de 42 voluntários, número que não se registava desde que em 2004, o diplomata José Amador terminou a sua comissão em Londres e abandonou a Organização do Dia de Portugal. Lino Miguel é outro nome que integrou a equipa de 2015 mas por pouco tempo. Convidado para fazer a produção do evento dada a sua experiência internacional neste género de trabalhos, acabou por bater com a porta depois de ter agendado uma reunião com a equipa e ver a data e hora ser repetida para uma convocatória diferente emi-
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tida por José António Costa, que aqui repete um episódio passado no F. C. Porto noutras circunstâncias mas com o mesmo perfil de estratégia. “Disse que tem a liberdade de fechar a porta ou mantê-la aberta e nesse dia pousamos a chave em cima da mesa e viemos embora” – diz o empresário Joaquim Pinto que fez parte da Direcção do Clube do F. C. Porto com Rui Simões. Voltando à imprensa, a Organização anuncia a Gente da nossa terra TV como sponsor Media para televisão, no entanto, o Palop News sabe que outra estação de televisão foi autorizada a estar no evento. O mesmo não se passa com os jornais e com nenhuma outra actividade com excepção aos “main sponsors”. Pode haver mais que um banco, mais que um advogado, mais que um restaurante, mais que um directório, mais que uma televisão, mas não pode haver mais que um jornal, isto, quando se usa o Dia de Portugal e a posição na Organização para fazer uma vontade pessoal que traduz a incapacidade para aceitar a di-
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ferença de opiniões. A mesma posição foi assumida no ano de 2015 por um membro da organização ao ser recusado um pedido para distribuição de informação eleitoral. Em causa, as eleições para conselheiros da Comunidade em que Paulo Costa dos Migrantes Unidos vê o seu pedido recusado devido a que ele mesmo, e um membro da Organização do Dia de Portugal, fazerem parte de diferentes listas. Em nome da Comunidade, acontece haver pessoas que utilizam a sua capacidade dentro da Organização do evento para combaterem outras batalhas que nada têm que ver com o Dia de Portugal. A partir de 2016, o Dia de Portugal, sob a batuta de José António Costa, abandona todos
os vínculos associativos e passa a estar registado como empresa CIC (Community Interest Company) em nome de quatro portugueses que transitaram da equipa anterior. Destes quatro membros, três foram recrutados pelo editor do Palop News. Este corte com o Centro Comunitário, deixa mais uma vez suspeitas de que o evento e a Associação sob cuja tutela funcionou no ano anterior, pode estar inquinada. Quanto ao registo da empresa CIC, Adelina Pereira revela que “é a forma certa de ter uma estrutura que produza o evento” – diz. Para 2016, a entrada no Dia de Portugal aumenta de preço em 60% na receita de bilheteira. Esta decisão pode estar relacionada com o fracasso das negociações com diversos patrocínios e na
ausência da verba esperada e a solução pode ser encontrada na receita de bilheteira. A ser verdade, o risco da Organização cresce e caso o tempo se torne chu-
voso ou demasiado frio, o saldo final pode gerar desequilíbrios financeiros. A receita de bilheteira esperada, segundo cálculos da própria Organização de 2016, pode ascender a 75 mil libras (62.5%) do orçamento de 2015 e que em 2016 aparentemente não será muito diferente do orçamento do ano anterior, considerando o valor do acesso e o número de pessoas esperadas. Segundo o Palop News conseguiu apurar, este ano tem a inovação de não obrigar os restaurantes ao fornecimento exclusivo e cada tenda de restauração poderá recorrer ao seu fornecimento habitual. José António Costa, Chairman do dia de Portugal, dispensou para 2016 três dos voluntários que o acompanharam em 2015 e mais uma vez aqui, a rota de colisão parece ser o motivo. De resto, o mesmo terá acontecido antes com mais que um dos presidentes do Futebol Clube do Porto of London que tem em José António Costa o seu “trustee” mais activo. Em várias situações distintas, com o mesmo intérprete, os mesmos resultados a provocar mudanças no voluntariado que se renova. Se 2016 não funcionar como previsto, o ano de 2017, ficará em risco de repetir 2014. Esperamos que tal não aconteça porque cada vez que o evento é abortado, fica mais longe a retoma do espírito que lhe presidiu no seu início, em que os portugueses tinham como preocupação “honrar Portugal, os portugueses e a Comunidade” – diz José Amador. O primeiro sobressalto da edição de 2016 passou contudo ao lado das questões financeiras. A contratação de José Cid e posterior rescisão de contrato, por via de um vídeo gravado há seis anos atrás, foi o primeiro episódio de que as decisões da Organização nem sempre são pacíficas (Ver entrevista no Palop News). O artista que pondera processar a organização, foi substituído por José Malhoa que aparece assim como a segunda escolha para o evento. É ainda sob a mesma Direcção que uma das maiores empresas britânicas é recusada sem apelo, para participar no Dia de Portugal 2016. A 4 de Abril, recebemos no Palop News um e:mail da empresa britânica que se refere ao Dia de Portugal dizendo que “Tenho certeza que o pessoal aqui ficará muito interessado em patroci-
nar!” Entramos em contacto com a Organização que nos informou simplesmente que o negócio não seria possível. Encaminhamos a resposta para a empresa. A 26 do mesmo mês, recebemos o lamento da empresa britânica que nos diz o seguinte: “não acredito! Nem tive tempo de apresentar a proposta aqui.... Eles estavam super animados para participar... Nem uma chance de negociar? Tenho certeza absoluta que a «nossa empresa» tem um budget muito maior para o evento, pois já estive do lado do “ sponsor admitido” e eles devem estar pagando bem pouquinho... Eu tenho £100k para eventos no meu budget e ainda não consegui fechar nenhum, que pena.” Ficamos absolutamente esclarecidos. Qualquer negócio que pudesse ser proposto pelo Palop News, estava recusado sem qualquer hipótese de negociação mesmo que isso fosse vantajoso para o evento e para a Comunidade Portuguesa. Este foi mais um detalhe para percebermos que a questão, é pessoal mas que o nome utilizado é o da Comunidade Portuguesa. Tentamos adquirir um espaço no evento para o Palop News e a resposta que recebemos também foi convincente. A Organização do Dia de Portugal, empresa CIC (Community Interest Company), não atua na defesa da Comunidade excluindo quem não lhe agrada. Nem pagando o Palop News pode participar no evento em 2016. Em 6 de Abril, o Palop News recebe a resposta da estupefacção “Em relação à distribuição de jornais no recinto, a mesma apenas está disponível para o nosso partner Notícias em Português (Brazilian News), jornal oficial do Dia de Portugal”. Estava explicada a atitude da Organização em relação aos jornais portugueses que ficam assim desvalorizados em relação ao jornal brasileiro. A Organização do Dia de Portugal em Londres, mostra assim que nada entende sobre o alcance da comunicação dos meios lusófonos na Comunidade Portuguesa, e desperdiça os seu esforços num mercado que nada que ver com o target do evento. Sobre comunicação e distribuição dos Media, a Organização revela uma ignorância absoluta e uma perfeita distância sobre os números do share dos meios na Comunidade. Esta fica sempre atrás dos interesses pessoais de quem assumiu o Dia de Portugal
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como um negócio onde existem muitas formas de matar as pulgas. Em 2015, a Organização do dia de Portugal em Londres, assumiu com o Lambeth Council um acordo para três anos até 2017. Este acordo, visa em primeiro lugar que o evento possa ser organizado segundo as regras inglesas e a Organização, comprometeu-se a cumprir todas as exigências previstas esquecendo de alguma forma aquilo que são as tradições portuguesas, nomeadamente na questão alimentar. O próximo ano de 2017, será o momento de todas as verdades sobre este evento que teima em resistir mas que não se reinventa por força da teimosia das diferentes organizações que escondem a capacidade de ousar e fazer diferente. Muitas vezes, a sensação de medo das ideias paira como se mudar não fosse renascer e viver de novo de uma forma diferente. O formato da festa do Dia de Portugal em Londres, acusa 40 anos de existência sempre debaixo do mesmo modelo, mostrando-se incapaz de se refrescar com novas ideias e um novo perfil que a exemplo do que aconteceu no seu início, proporcione vantagens para a comunidade seja
pelo apoio ao associativismo, seja pelo apoio à juventude, à 3ª idade ou ainda aos portugueses com dificuldades de diversa ordem. Paradigmático, é em 2016 a saída do evento da tutela do Centro Comunitário, no mesmo momento em que o “Chairman” do evento se demite como Board-member” dessa mesma tutela. Para o futuro, ficará sempre a história de um conjunto de pessoas que tentam, da melhor forma que podem, fazer acontecer o evento mesmo que os resultados fiquem longe das expectativas que criam na Comunidade. A cada ano, cometem-se novos erros e antigos também. As diversas organizações reconhecem a necessidade de se adaptarem aos novos tempos ao mesmo tempo que se mostram incapazes de inovar e levar o evento ao patamar que se exige de uma comunidade com quase um milhão de pessoas mas cujas ambições não passam dos 10 a 15 mil ingressos. Apenas 20% da população calculada em Lambeth, município onde o evento acontece. Fernando Sertage desafiou a Organização de 2015 para procurar uma solução diferente que mais uma vez foi recusada sem qualquer tipo de apelo ou dis-
cussão ou explicação. “Em causa está um espaço que pelo mesmo orçamento do Streatham Park de 2015, oferece abrigo em caso de chuva, ar livre em caso de bom tempo, dois dias de evento a que acresce um dia para montagem e um dia para desmontagem, bilhe-
produtos pode ser calculada em £350.00, a mesma presença em espaço individual pode chegar às £500.00 ou mesmo £1.500.00 dependendo da localização. Já os restaurantes, no início do evento na década de 1970, as barracas tinham um valor de £50.00 mas o acesso era exclu-
teira online para o mercado de Londres, estacionamento para 5 mil viaturas, segurança e licenças incluídos e com horário até à meia noite” – diz Fernando Sertage para acrescentar – “nem sequer quiseram ver o local ou falar sobre o assunto” – lamenta. O Palop News saiu à rua com uma pergunta e entrevistou 25 pessoas que afirmam visitarem o Dia de Portugal regularmente. A pergunta feita foi: - Quanto gasta quando vai ao Dia de Portugal? 5 gastam £0.00 8 gastam £15.00 4 gastam £20.00 5 gastam £35.00 3 gastam £50.00
sivo a associações, e talvez por isso, a existência de associações que foram criadas sem qualquer tipo de motivação associativa mas apenas para poderem participar no evento, até que mais tarde, o movimento associativo caiu num descrédito que está agora a ser recuperado pelas novas associações que deu lugar aos restaurantes privados. Algumas dessas associações, tinham como único registo a inscrição no Consulado Geral de Portugal em Londres mas sem qualquer tipo de registo, quer na Companies House, quer na Charity Commission. Nos últimos anos, uma barraca no Dia de Portugal em Londres pode chegar às £3.500.00 a que se devem acrescentar os pagamentos a fornecedores, acessórios (fogareiro, extintor, seguros e outros), além da massa humana de trabalho que tendencialmente pode chegar às 20 pessoas. - Ofereci £150.00 para quem pudesse estar no assador no Dia de Portugal e não consegui ninguém – disse um empresário de restauração ao Palop News. Tentamos apurar a razão para tamanha falta de pessoas para trabalhar e detectamos que as pessoas que estão nos assadores podem, no dia seguinte, ficar na cama por não conseguirem abrir os olhos devido à exposição ao fumo. Quando o Lambeth Council sugeriu a utilização de assadores tapados, vários restaurantes recusaram a ideia por tal não fazer parte da tradição portuguesa. O Município de Lambeth tem entendido ao longo dos anos
Em média, estas pessoas revelaram que têm um consumo médio de £21.00. O resultado para um evento de dez mil pessoas, resulta assim num total de £210.000 que tendencialmente se dividem por uma média de 10 barracas com um volume de facturação de £21 mil por cada barraca. Em declarações ao Palop News, Rui Simões que fez parte da Organização ao longo de vários anos e que participou com uma barraca enquanto Presidente da Direcção do Futebol Clube do Porto of London, revelou que as barracas podem facturar entre as £7.000 e as £25.000 no Dia de Portugal em Londres. Quanto custa ter uma barraca no Dia de Portugal em Londres? Os valores variam conforme o tipo de presença. Enquanto uma participação na tenda comum sem direito a efectuar vendas de
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que o evento do Dia de Portugal é um evento para assegurar dentro das suas fronteiras. No entanto, quer o Município quer as restantes autoridades (Polícia, bombeiros, etc), fazem um apertado controlo do evento e até 2015, recusaram aumentar o horário do evento como forma de os restaurantes capitalizarem o investimento no evento. Estas exigências, nem sempre são fáceis de interpretar. Um exemplo disso é a proibição de os assadores se situarem por baixo da ramagem das árvores para evitar incêndios ou estragos nas plantas. Outra das exigências, passa por proibir que os assadores possam estar a funcionar antes das 11 horas da manhã o que deixa um reduzido tempo de apenas 8 horas para que os restaurantes recuperem o investimento feito para estarem presentes no evento. Aos restaurantes, é exigida uma classificação mínima atribuída pelo Lambeth Council o que contraria a história inicial do evento em que as tendas de restauração eram na totalidade entregues a associações que não dispunham de restaurante fora do evento. No lote das exigências, alguns negócios que beneficiam de aprovação facilitada, quando as empresas contratadas são conhecidas pelas autoridades britânicas. Incluem-se aqui a montagem do palco, o aluguer dos sanitários, a limpeza do recinto e a segurança entre outros. A participação de uma tenda de restauração no Dia de Portugal é sempre um investimento avultado se pensarmos que além do aluguer do espaço, temos a considerar o pagamento a fornecedores e às pessoas envolvidas. Na prática, participar como restaurante no Dia de Portugal, pode chegar a uma disponibilidade superior a 10 mil libras que têm apenas oito horas para serem recuperadas. Ao longo dos anos, nunca nenhuma Organização porém, ousou chamar a atenção para as diferentes exigências entre o Dia de Portugal e o Jamaica Day (Brixton), onde, supostamente, seria muito mais difícil controlar as questões de Higiene ou Segurança Pública. Esta diferença de tratamento, nunca foi publicamente discutida apesar de várias vezes sugerida. PN Todas as fotos publicadas são espólio do Palop News e referentes aos anos em questão.
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José Cid acusa Organização do Dia de Portugal em Londres de injustiça Palop News Londres
José Cid, foi anunciado como cabeça de cartaz para o Dia de Portugal 2016. Um vídeo gravado seis anos antes com Nuno Markl, haveria porém de virar tudo ao contrário e o espectáculo cancelado. No referido vídeo, José Cid fala com algum desdém de alguma música transmontana e de algumas pessoas que são a imagem de um Trás-os-Montes há muito desaparecido. O vídeo que se havia de tornar viral no Facebook, levou a Organização do Dia de Portugal a cancelar com o artista. “Estou a ponderar processar a Organização” disse o artista ao Palop News para mais tarde acrescentar “que os meus ódios não conseguem chegar tão longe.” “O que eu disse foi num programa de comédia e como di-
zem os ingleses «its a joke» mas nada de sério. Desde Outubro a Junho fiz mais de 25 espectáculos para caridade e faço muitos espectáculos gratuitos para os bombeiros. Poucos artistas em Portugal podem dizer que trabalham tanto como eu para as causas. Todos os dias saem anedotas frescas sobre os alentejanos e isso não revolta as pessoas desta forma” diz o artista que acabou a pedir desculpas num programa de televisão. “Ao longo dos anos fiz muitos espectáculos em Trás-os-Montes e respeito todos os portugueses de forma igual. Se fosse o Herman José a dizer a mesma coisa as pessoas batiam palmas, não entendo a decisão do Dia de Portugal em Londres” – revela. “Tenho uma editora inglesa interessada em trabalhar comigo e tenho muitos trabalhos escritos em honra de Trás-os-Montes. Não irei a Londres em 12 de Junho mas irei a Espanha ou a
Paris com os convites que tenho sem que este episódio tenha feito mossa” – revela. José Cid, admite vir a Londres noutras oportunidades e que está “triste pelo desenrolar deste episódio” que segundo o próprio lhe dá uma prejuízo superior a dez mil euros. Paulo Custódio, um português a residir em East Anglia afirma no Facebook que o valor do cachet estava acertado em 15 mil euros. O Palop News contactou um advogado português em Londres para avaliar as possibilidades de o caso acabar em Tribunal e dos possíveis resultados. “A contratação do artista é posterior à gravação do vídeo pelo que a Organização, não pode cancelar o contrato. A Organização não pode alegar o desconhecimento de uma situação anterior ao contrato seis anos antes e sendo assim, o artista só precisa de recorrer da decisão para recuperar o seu cachet” – diz o jurista ao Palop News. A ser verdade, a empresa Day of Portugal (CIC), será a prejudicada a ter que indemnizar o artista.
Palop News Londres
Tendo começado a sua carreira como compositor de samba de enredos, Martinho da Vila continua a ser um representante de uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio, Vila Isabel, de onde adquiriu a sua alcunha “da Vila”. Ao samba aliam-se a bossa nova e fusões de pop mais contemporâneas que criam o seu estilo característico e carnavalesco. Além da música, Martinho da Vila dedica-se também ao jornalismo, sendo ativista cultural e autor de 13 livros. Grande parte da sua pesquisa centra-se nas influências musicais Afro-Brasileiras, bem como na sua história, expandindo-se um pouco pela música Lusófona. Consequentemente este tem vindo a ser mediador de intercâmbios culturais entre o Brazil e a África desde os anos 70, com Angola como um dos seus maiores focos, tendo, por isso, ganho vários prémios e títulos honorários pelas suas iniciativas musicais.
Martinho da Vila atua no próximo dia 28 de Junho no Barbican
Relativamente ao espectáculo no Barbican em Londres, Martinho da Vila revela o entusiasmo de impressionar o público local, bem como os brasileiros que vivem em Londres, trazendo-lhes um pouco do Brasil. Mais informações acerca do concerto aqui: http://www.barbican.org.uk/music/event-detail. asp?ID=19481 O Palop News tem ingressos para sortear. Para concorrer, basta ir à página do Facebook do Palop News, clicar um “like” e dizer onde recebeu a nossa versão de papel que será distribuída a partir do dia 12 de Junho.
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Palop News Fonte: The Independent
O Ministério do Interior Britânico (M.I.) mais conhecido por Home Office, deporta três vezes mais adolescentes para países devastados pela guerra, do que aqueles que anteriormente admitiu no país. Neste role de deportações, estão adolescentes que vieram morar para o Reino Unido em criança e que foram deportados assim que completaram os 18 anos de idade - revela uma investigação do jornal "The Independent". Várias Instituições Humanitárias consideram esta atitude do M.I. como sendo casos de "vida ou morte", tomadas por um "insensível Home office" que levam à deportação destes jovens para países onde poderão correr risco de vida. Apesar destas crianças crescerem e se formarem academicamente no Reino Unido, assim que atingem os 18 anos de idade, são deportadas para os países de origem, países esses, que estão não só, fustigados pela guerra bem como o grau de pobreza é elevado e são países
Ministério do Interior Britânico, deporta adolescentes que estas mesmas crianças não conhecem e nunca lá viveram por terem crescido neste país europeu. Contudo, o Ministério do Interior declara que os jovens deportados "já não precisam da nossa protecção". Estatísticas recentes mostram que 445 jovens com 18 anos, foram deportados para os paises de onde fugiram. Anna Musgrave, gerente de uma das instituições humanitárias que contestam esta medidas, diz ao Independent: "Estas
crianças crescem aqui e muitas delas, atingem boas metas escolares. Agora sentem-se confusas e com medo e acima de tudo, sentem-se abandonadas por um país que pensavam que as ia proteger" e acrescenta "o governo está bem ciente de que o sistema de asilo no Reino Unido está a desapontar estes jovens e que precisa de ser urgentemente reformado" Uma pesquisa feita no ano passado pelos jornalistas de investigação do "The Inde-
pendent", identificou os destinos para onde estes jovens estão a ser deportados como sendo destinos "preocupantes" pois, estão a ser enviados para países como Afeganistão (conflito Afegão), Síria (guerra civil que já vai entrar no seu 6.º ano), Iraque (insurgência Iraquiana) e Líbia (estado em colapso) ou seja, estão a ser enviados para zonas de conflito depois de uma educação britânica instalada, desde criança. Tim Farron, líder dos Liberais Democratas disse ao Independent: "Expulsar jovens de 18 anos para os países de onde fugiram, expõe um sistema de imigração auto-destrutivo e completamente insensível" e continua: "É preciso não esquecer o desespero das pessoas que deixam tudo para trás para fugir à guerra e dar-lhes a oportunidade de continuarem a viver no Reino Unido" Relatórios anteriores a Fevereiro de 2016 sugerem que entre 2007 e 2015, quatro mil requerentes de asilo que vieram para o R.U. ainda órfãos, foram já deportados para os países de origem, acima mencionados. Don Flynn director da Rede
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dos Direitos dos Migrantes, alerta para "uma cultura administrativa que desconsidera o bem-estar de jovens vulneráveis" pois " o Home Office não consegue dar uma contagem correcta da quantidade de jovens que são expulsos do Reino Unido e o facto de não o conseguirem fazer, revela o mau uso que o Ministério do Interior faz dos procedimentos instalados". Um porta-voz da Asylum Aid diz que "é absolutamente crucial tomar cuidado com estas questões, de forma a que a vida destes jovens não seja posta em risco". Po outro lado um porta-voz do M.I. afirma que " O Reino Unido tem um orgulhoso histórico de concessão de asilo a quem realmente precisa dele e cada caso, é cuidadosamente e individualmente considerado" e acrescenta: "Nós levamos a nossa responsabilidade internacional que envolve crianças e o seu consequente bem-estar, seriamente. Quando detectamos alguém que já não necessita da nossa protecção, esperamos que estas pessoas deixem o nosso país voluntariamente".
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