Palop News edição 51 Dezembro 2016

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Edição nº 51 Dezembro 2016

Distribuido em mais de 200 pontos

Notícias em Português no Reino Unido

Movimentos Humanos

O mais completo trabalho feito até hoje sobre os movimentos associativos e similares portugueses no Reino Unido. Pela primeira vez, todos os movimentos foram catalogados.

Advogada portuguesa

Foram mais de 300 mil libras de um cliente a que a advogada portuguesa deu sumiço. Julgada em Londres, fugiu antes da leitura da sentença.

Igualdade para as minorias O Município de Lambeth criou um grupo de trabalho para reconhecer o que está deficitário com as minorias. Os portugueses marcaram uma forte presença.

Leilão adoptado O Reino Unido é internacionalmente acusado de usar a adopção forçada como nenhum outro país na Europa. Neste trabalho, mostramos como os imigrantes são os mais afectados.


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PaLOP Shop torna-se realidade e investe na área da saúde O jornal Palop News, tem, ao longo dos anos, vindo a ganhar a confiança de um vasto mercado correspondente aos falantes de português no Mundo estimado em centenas de milhar de pessoas.

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EDITORIAL

Leitores e anunciantes, têm vindo aperceber-se ao longo dos anos, que a etiqueta Pa-

texto, que em 2017 inauguramos a primeira loja PaLOP Shop, transferindo para esta nova área de negócio os mesmos padrões de qualidade e honestidade que criamos no jornal. Com o objectivo de não concorrer com os nossos anunciantes, decidimos escolher a área da saúde e do bem-estar dos nossos anunciantes e leitores com uma LOP, é uma referência de con- gama de produtos de alta fiança, de verdade e rigor na qualidade. A loja, a funcionar informação. É no mesmo con- exclusivamente em online, dá destaque a um dos maiores problemas que a sociedade moderna enfrenta hoje na vertente do consumo de água potável, sem dúvida, aquele que é o negócio do futuro. Cafés, palmilhas, colchões, almofadas, magnésio natural e muitos outros produtos, estarão a partir de 2017 disponíveis para todos através de uma legenda de garantia de honestidade e qualidade. A PaLOP Shop, está ainda presente no Facebook e em breve noutras redes sociais por onde a PaLOP Shop levará a melhor informação sobre a gama de produtos disponível. As consultas e compras poderão ser efectuadas de forma online através do website da PaLOP Shop Todos os nossos produtos são certificados e têm a legenda de qualidade a que a referência PaLOP habituou o seu público. Em breve, está ainda previsto uma secção especial de produtos vocacionado para as empresas para satisfazer as necessidades dos anunciantes do PaLOP News. Boas compras.

Mais um Natal e mais um ano que se rompeu com o tempo. Mais um conjunto de dias de calendário que nos trouxeram sorrisos e amarguras e que carregaram a memória. Para a memória da Comunidade de Língua Portuguesa no Reino Unido em 2016, deixo nas memórias colectivas os casos que foram os mais relevantes. O Dia de Portugal não aconteceu, episódio que se repetiu duas vezes em três anos. Foram eleitos os conselheiros da Comunidade Portuguesa em todo o Mundo. O Reino Unido conseguiu ainda a entrada de um conselheiro no Conselho Nacional. Destapou-se a corrupção que durante anos tem alegadamente ocorrido no Consulado de Portugal em Londres e temos novos Embaixadores de Portugal e do Brasil. Um grupo de portugueses consegue levar ao Parlamento a discusão sobre o recenseamento e o voto electrónico. No PaLOP News, reforçamos a tiragem e a distribuição e publicamos rigorosamente o número de edições anunciadas. Criamos a Palop Shop, uma nova referência do universo PaLOP News e acompanhamos os eventos da Comunidade. Perplexos, assistimos ao Brexit que sustentou a maioria do seu discurso contra a imigração. A Comunidade, reagiu trabalhando como sempre. Os que falam português no Reino Unido, mostram hoje mais vitalidade que em anos anteriores. A nova vaga de imigração portuguesa para o Reino Unido, veio promover a auto-estima de uma Comunidade que estava disso necessitada. Acabou 2016. Viva 2017.


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Leilão adoptado A adopção forçada no Reino Unido continua a fazer manchetes na imprensa de todo o Mundo. Os imigrantes a viver no Reino Unido são particularmente afectados por razões de ordem cultural e as histórias em torno do assunto não dão descanso a quem tem filhos em Inglaterra.

Palop News Londres

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, são 170 os casos de famílias portuguesas envolvidas com os Serviços de Assistência Social desde 2010. A revista Visão afirma na edição de Outubro dados de 2015, referindo que no espaço de um ano, 31.100 crianças foram retiradas às famílias e acrescentadas a um total de 69 mil crianças ao cuidado da Assistência Social, um recorde nas últimas três décadas. Em 2015, 5.050 crianças foram encaminhadas para famílias adoptivas e em 96% dos casos, sem o consentimento dos pais biológicos. Na origem da Legislação Britânica, está um caso célebre que ficou conhecido como o caso “Baby P” que depois de ter sido devolvido à família biológica foi assassinado. “O caso Baby P foi uma falha do sistema e agora a Assistência Social peca pelo excesso mas não peca pela falta” – diz a advogada Vitória Nabas ao

PaLOP News para acrescentar “As assistentes sociais pecam pelo excesso porque fizeram o mesmo antes no sentido contrário” - afirma. Para este trabalho, importa saber se a Comunidade Portuguesa é especialmente atingida por este flagelo. O resultado é arrepiante embora não seja caso único. Os cidadãos britânicos são igualmente atingidos, embora os resultados definitivos sejam diferentes dos que se passam com as famílias imigrantes. “Falantes de português, espanhol, polaco sentem este problema de forma mais agressiva por questões culturais e de dificuldade da Língua” - justifica a advogada Vitória Nabas. Já a Comunidade Muçulmana tem neste caso, um registo cultural diferente e por isso com alguma imunidade à pressão destes casos. “As crianças muçulmanas não falam e não contam a ninguém se forem agredidas por questões de medo aos pais. No Reino Unido existe a mutilação genital mas a informação não transpira para o exterior.


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As crianças muçulmanas não interagem nas escolas como as crianças de origem cristã” – diz ao PaLOP News Vitória Nabas que assim explica porque razão esta comunidade não é tão severamente atingida por este fenómeno no Reino Unido. Os ingleses, além do domínio da Língua, conhecem o sistema. Nasceram e cresceram com as mutações culturais relativas a este assunto e têm mais facilidade em se libertar dos processos. O mesmo não acontece com as famílias imigradas que trazem consigo outras raízes culturais. A generalidade dos pais envolvidos com a Assistência Social, não abrem o seu pensamento a uma forma diferente de interpretar a cultura e a Legislação Britânica. “O filho é meu e eu faço o que quero. Prefiro bater nele e educar do que no futuro ter o meu filho envolvido numa vida de crime” é uma das frases que mais se pronuncia quando acontece haver intervenção da Assistência Social em casos que envolvem menores. Esta será a pior forma de encarar o assunto e

pode mesmo levar à prisão dos pais em causa. Quando a reacção é de resistência, as assistentes sociais encontram os argumentos que precisam para vencer o caso em Tribunal, onde muitos dos pais se recusam a comparecer. A ausência dos pais nas reuniões a que são chamados, são pontos que a Assistência Social marca em seu favor e em prejuízo dos pais. Num telefonema gravado entre Iolanda Menino e Joana Gaspar, Cônsul de Portugal em Londres a que tivemos acesso, a mãe é aconselhada a fazer tudo o que lhe for pedido para que possa recuperar o seu filho. Vitória Nabas vai mais longe e recomenda que a obediência seja total em relação ao que é solicitado. “Faça para inglês ver e pode melhorar em muito a seu favor as linhas do processo” – revela. A revista Visão, investigou alguns casos portugueses no Reino Unido e não encontrou casos de dependência de álcool, drogas ou casos de fome e desleixo.

A atitude torna-se tão mais importante quando sabemos que apenas 20% dos casos resultam na devolução dos filhos às famílias, um número cru e duro para ser escrito mas muito mais agressivo quando bate na porta de cada um de nós. São vários os casos que resultaram na retirada das crianças no Reino Unido a famílias portuguesas. Num dos casos, a recusa em abrir a porta às assistentes sociais levou à intervenção da polícia e à retirada da criança. Outro, foi um caso de uma criança que apareceu no hospital com um ferimento por ter caído da cadeira e deu como suspeita uma agressão não provada à criança. Em alguns casos, é desenterrado o passado dos pais seja no Reino Unido ou no país de origem. Ter consumido drogas mesmo que tenha sido há 20 atrás, é argumento suficiente para a Assistente Social ver aumentar o seu poder no caso. Padecer de doenças do foro psicológico, mesmo que tratado ou em tratamento, é outro argumento de peso.

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Torna-se pacífico que as assistentes sociais acumulam um excesso de poder nestes processos. O jornal Britânico “ The Guardian”, publicou que existe uma lotaria de códigos postais em que umas regiões são mais agressivas que outras. Na internet, uma busca simples dá milhões de resultados que permitem perceber o que se passa. Em todos os países da Europa existem casos de adopção forçada mas nenhum país aplica a Lei da forma que o Reino Unido o faz. Em Grantham, uma família portuguesa viu serem-lhe retirados cinco filhos porque um deles, com atraso mental, referiu na escola que o pai lhe teria batido. Mesmo depois de a criança assumir ter mentido, o processo continuou e três dos cinco filhos foram para adopção enquanto que os dois maiores foram entregues a famílias de acolhimento até aos 21 anos. A Legislação Britânica é explícita. Bater numa criança deixa a criança em risco, argumento suficiente para que seja levantada uma investigação. No curso desta, a criança é entregue a uma família de acolhimento que recebe cerca de 500 a 600 libras por cada criança por semana podendo albergar até um máximo de quatro crianças. “Este é o país que as pessoas escolheram para viver e se querem aqui continuar têm que seguir as regras” diz Vitória Nabas que reconhece a incapacidade para lutar contra o sistema quando não se obedece ao exigido pelas assistentes sociais. Uma das regras é a impossibilidade de contactar com a imprensa, detalhe que dá direito

a prisão sem qualquer apelo. Mais de 200 pais são detidos a cada ano por falarem com a imprensa no Reino Unido. Não importa se a Lei é justa ou não, é para cumprir. Do outro lado da barricada, a Lei Britânica é igualmente incompreensível para a cultura europeia. A idade para responder criminalmente é aos 10 anos, ficando a dúvida sobre os critérios técnicos psicológicos sobre a noção de sociedade e responsabilidade para uma criança de 10 anos. “As crianças só não são detidas por agredir os pais porque os pais não denunciam as crianças por saberem as implicações legais que isso tem, ao contrário dos filhos que não têm problema em denunciar os pais mas se as crianças forem denunciadas, cumprem castigo criminal como qualquer adulto” – diz Vitória Nabas. Neste caso, as crianças acabaram por ser separadas e foram entregues a diferentes famílias de acolhimento. Mau demais para ser verdade? “Quem não quiser ou não gostar pode sempre regressar ao seu país de origem” – diz a advogada que tem tratado de milhares de processos. Perguntamos a uma jovem portuguesa a viver em Londres se tem medo de ter filhos devido à legislação em vigor. A resposta é aterradora. Aos 24 anos, esta funcionária pública revela ter medo de ser mãe embora considere o trabalho das assistentes sociais demasiado brando em alguns casos. Perante a contradição, quisemos saber mais. “Somos muitas vezes chamados a casos quase inacreditáveis” revela esta portuguesa que prefere ficar no

anonimato e não revelar a sua profissão para o governo Britânico. Perguntamos a um empresário português se o seu filho cair de uma cadeira, se tem medo de a levar ao hospital? “Tenho receio mas se acontecer enfrento” diz o empresário casado com uma funcionária de um banco de investimentos a residir no centro de Londres para acrescentar “Depois do parto tivemos a visita da Social Worker e não gostei da forma como fui analisado” – revela. Uma empresária portuguesa também recebeu a visita da Social Worker depois de ter tido um filho. “Disse-me que a minha casa é muito pequena para ter uma criança e eu tive que lhe explicar que devido ao valor das rendas em Londres não é fácil ganhar o suficiente para ter uma casa maior” – informa. Dora Santos saiu na rede social Facebook a contar a sua experiência. “Foram-me retirados os meus quatro filhos. Tive que enlouquecer até que me fossem devolvidos. Todos os dias tinha um escândalo na porta da escola e não desisti até que me fossem devolvidos” – revelou. Um empresário português a residir em Londres desde criança há cerca de 40 anos e que trabalhou para o Home Officce e o Job Centre Plus, pai de quatro filhos confessa o seu medo. “Se um dos meus filhos se magoar acidentalmente vai ao hospital se for um ferimento que justifique. Se for um caso que eu entenda poder tratar sem o recurso ao hospital não o levo para evitar problemas” – confessa. A história mais dorida que encontramos é a de um pai que revela o mais improvável. “A minha filha pediu para ser entregue aos serviços sociais e até hoje nunca mais soube nada sobre ela. Não tenho explicação para esta decisão” – confessa o empresário português. Outro pai, decidiu meter o filho num avião e foi à Ilha da Madeira onde aplicou um correctivo ao filho. “O «crime» foi cometido na Madeira e não em Londres. Não me podem acusar de nada” – diz o pai que para aplicar a disciplina que entendeu desembolsou duas viagens de avião. Uma educadora de infância a trabalhar em Londres, refere conhecer vários casos que en-

volvem famílias portuguesas. “Dar uma palmada num filho pode levantar um problema monstruoso” – diz Vitória Nabas que acrescenta uma solução. “Em Roma, sê romano. Estamos em Inglaterra e estamos obrigados a cumprir a Lei Inglesa”. Confrontamos a advogada com as cartas dos Direitos Humanos e dos Direitos da Criança. A resposta da jurista é assustadora. “Esses documentos existem mas ninguém sabe onde estão nem para que servem” – ironiza para continuar – “Os ingleses querem apenas sair da alçada da União Europeia e legislar segundo as suas próprias convicções mesmo que seja ao arrepio dos Direitos Humanos ou da Criança” Decorria a legislatura de Tony Blair quando foi aprovado orçamento para as famílias de acolhimento, os processos de adopção e a tramitação dos processos. “Tudo é dinheiro” – diz Vitória Nabas. Segundo a reportagem da TVI, são 80 mil as crianças a viver em famílias de acolhimento e que segundo as nossas contas reverte num valor de dois milhões e meio de libras anual-

mente pagas a estas famílias. A mesma fonte, revela que uma agência privada de adopção de crianças, terá sido vendida por 175 milhões e libras e que um único Council (Município) de Londres, terá desembolsado qualquer coisa como 60 milhões de libras em 70 processos de adopção forçada. Números que tornam esta questão num dos maiores negócios sociais em Inglaterra. A psicologia é uma das armas que a Assistência Social usa para o diagnóstico sobre quem pode ou não ter filhos no Reino Unido após o envolvimento da Justiça. O parâmetro a obedecer é, o Mental Health Border (Fronteiras da Saúde Mental) ou “Personal Borderline” cujo diagnóstico pode revelar-se uma roleta russa. “Como vai alguém acreditar num teste psicológico depois de uma pessoa perder um filho se até mesmo o próprio começa a ter dúvidas sobre si mesmo? Mas alguém fica bem da cabeça depois de perder um bebé?” – pergunta uma mãe a quem foi retirado o filho e que se recusa a fazer testes psicológicos. Quanto aos meios de comuni-


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cação social, precisam de fazer um intenso trabalho de pesquisa para conseguir testemunhos

e detalhes sobre os casos que encontram. A generalidade dos pais, com a ameaça de prisão, temem f a l a r com os

meios por saberem que isso os pode afastar ainda mais do resultado desejado pelo que não se entende porque razão a Justiça pode ser discutida na imprensa mas quando o assun-

to é a adopção forçada tudo se transforma em tabu. No ambiente do dia-a-dia dos imigrantes, instalou-se uma cultura de medo. Medo de ter filhos, medo de os educar segundo a

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tradição cultural dos pais, medo da escola, da polícia, das assistentes sociais e dos tribunais numa inversão de valores onde as pessoas temem as instituições que deveriam protegê-las. De um lado, a protecção da criança, do outro a questão cultural de cada família e do outro um poderoso negócio que enriquece empresas britânicas num negócio que não deixa rasto. Em todo o caso, não é necessário que haja uma denúncia para que uma «Social Worker» visite uma família. Segundo a Lei Britânica, sempre que uma criança nasce, é obrigatória uma visita para conferir que esta esteja protegida segundo os critérios da Lei Inglesa. Quem for pai/mãe sem que cumpra os critérios que a Lei exige, pode entrar para as estatísticas havendo mesmo suspeitas de casos em que a criança consta das estatísticas para adopção mesmo antes de nascer. Esta é uma versão reduzida dos trabalhos publicados online no portal web do PaLOP News. Saiba mais visitando o nosso sítio na internet www.palopnews. com


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Portugueses em UK. Movimentos humanos e associativos As diferenças legislativas entre Portugal e o Reino Unido, estendem-se até ao movimento associativo e aquilo que em Portugal pode significar um obstáculo, no Reino Unido, pode significar uma facilidade. No trabalho que agora apresentamos, nem tudo funciona porém, de forma tão tranquila ou transparente apesar de a Comunidade Portuguesa no Reino Unido mostrar uma dinâmica digna de registo. Palop News

as associações.

Londres Já no Reino Unido, a legisla-

Em Portugal, para darmos apenas este exemplo de comparação, a criação de uma associação, obriga a Escritura Pública com o capital mínimo obrigatório como se de uma empresa se tratasse. Ao mesmo tempo, a estrutura associativa, obriga à aprovação de estatutos e regulamentos próprios para cada tipo de associação a que se sobrepõe a Lei Geral para

ção permite outros géneros de movimento associativo a que se acrescenta a filosofia de “Charity”, principalmente para as associações dedicadas à Solidariedade Social. Não se pretende contudo com este trabalho dizer como criar uma associação no Reino Unido mas apenas definir o que existe no Reino Unido em Português.

Neste trabalho que foi iniciado em 2014 e concluído em 2016, foi possível catalogar 77 movimentos humanos em português no Reino Unido. Para referir a dificuldade deste trabalho, refira-se que o website do Consulado Geral de Portugal em Londres, regista apenas 40 desses movimentos, quase metade dos registos que conseguimos incluir neste trabalho onde incluímos também os movimentos mencionados pelo Consulado.


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Ao longo dos últimos 60 dias, insistimos juntos destes movimentos associativos com um questionário para melhor podermos conhecer este movimento colectivo dos portugueses no Reino Unido e estabelecemos contacto quer por e:mail, quer por telefone, para podermos ter uma amostra tão grande quanto possível. Responderam, 17 dessas estruturas com as respostas que aqui reproduzimos o que não significando um “espelho” da realidade, já é considerado uma amostra daquilo que é e como funcionam os movimentos humanos portugueses no Reino Unido. Na listagem que elaboramos, foi ainda possível registar algumas informações que consideramos úteis. Da listagem de 77 estruturas, 11 já não existem ou não chegaram mesmo a registar qualquer actividade excepto nas redes sociais e em alguns casos por percursos de tempo muito curtos. No registo do Consulado de Portugal em Londres, existem mesmo referências que não existem há já mais de meia

década. Esta desactualização, prende-se, alegadamente, com a falta de informação que estas estruturas não fornecem às autoridades ou a cessação das suas actividades. Curiosamente, foi também possível detetar situações em que o Consulado Geral de Portugal, foi mesmo o único registo feito pela estrutura, aparentemente, uma herança do tempo em que só as associações podiam ter restaurantes nas comemorações do Dia de Portugal em Londres, prática que foi abandonada na última década. Ao mesmo tempo, a amostra

Quadro 1

produzida pelo Palop News, regista ainda em alguns casos a duplicidade de estruturas associativas, bem como a usurpação de identificação. Em todas a regiões do Reino Unido, Londres, é a cidade que tem a maior actividade com uma taxa de 25% das estruturas existentes com resposta ao questionário. Quadro 1 Quanto a membros que integram a Direcção, o resultado dá como 35.3% das estruturas com um corpo até 5 elementos (Quadro 1). Este estudo, não considera a posição de “Trustee”,

figura contemplada na Legislação Britânica e desconhecida na Legislação Portuguesa, em referência às pessoas em posição das mais importantes decisões no contexto das estruturas associativas, nomeadamente as que se encontram referidas como “Charity” na Charity Commission, entidade que no Reino Unido supervisiona as estruturas associativas. A generalidade dos movimentos, não acusa qualquer registo na Companies

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House ou na Charity Commission. Quadro 2 Sintomático, é o calendário eleitoral destas estruturas e tendencialmente uma questão a quem nem todas as estruturas aceitam responder. O calendário eleitoral (Quadro 2), dá como 50% as estruturas a que o calendário eleitoral não se aplica, abrindo aqui espaço para uma das maiores diferenças entre o


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prias, 43.8% em instalações alugadas e pouco menos de 40% sem qualquer tipo de instalações afectas à actividade. Perante esta realidade, importaria agora saber quantas pessoas estão afectas ao movimento associativo e quais as suas causas.

média, cada estrutura reúne cerca de 59.2 membros. A forma como se distribuem estes membros, é também interessante quando comparados por género. De alguma forma, os membros do sexo feminino, fazem valer a sua presença e os géneros aparecem equilibra-

tam entender de que forma se pode apoiar e discutir o Movimento Associativo Português no Reino Unido. Apesar de se movimentarem e de se assumirem como estrutu-

Quadro 4 Quadro 2 associativismo em Portugal e no Reino Unido. Para este volume, contribuem também as estruturas religiosas que estando catalogadas como Movimento Humano, não estão sujeitas a um calendário eleitoral. Quadro 3 Quanto à forma de comunicar com o público através das redes sociais, a resposta não deixa margem para dúvidas e o primeiro lugar é atribuído ao Facebook com 100% das estruturas aqui registadas (Quadro 3). Saliente-se que em alguns casos, este é mesmo o único registo que a estrutura possui independentemente do tipo de registo a que fazemos referência ser ou não de carácter oficial. Para confundir ainda mais as

conclusões sobre esta matéria, a amostra produzida através deste inquérito perguntou em que tipo de instalações estas estruturas se reúnem e onde desenvolvem a sua actividade.

Quadro 6

Quadro 4 O resultado (Quadro 4), não deixa margem para dúvidas com 18.8% em instalações pró-

Quadro 3

As respostas das estruturas que decidiram responder ao nosso questionário, definem da seguinte forma a sua massa associativa. Quadro 5 No máximo, 23.5% das estruturas assumem envolver acima dos 400 associados, enquanto que 23.5% assumem entre 5 a 50 membros. De notar que 11.8% afirmam possuir entre 301 e 400 membros, a mesma média para as que afirmam ter entre 51 a 200 membros distribuídos por dois grupos. Segundo as respostas recebidas, em

dos nesta relação de presenças (Quadro 6). Quadro 6 As principais dificuldades de leitura deste questionário, surgem no final deste inquérito deixando muitas questões em aberto e para serem discutidas num outro trabalho que pretendemos publicar em 2017. Com a informação recolhida, importa pois completar a forma como podemos entender a existência e a funcionalidade destas estruturas como meio de desenvolver ferramentas que permi-

ras associativas, muitas das referências, através das respostas reunidas, deixam em branco um conjunto de questões que pretendemos entender mais tarde, se é que o leitor não tenha já entendido formular as mesmas questões que nós. Algumas estão expostas nos quadros seguintes. Sabendo da existência de todas estas estruturas, torna-se necessário saber afinal, o que as move? O que faz com que tantas pessoas confluam em união para fazer funcionar o esforço colectivo? Para que se reúnem estas pessoas? Porquê e para quê? A resposta, apesar de se diversificar por diversas razões, aponta para uma unanimidade de 100% das causas. Para lá da gastronomia, do desporto, saúde, política, música ou religião entre outros, a Solidariedade é a

Quadro 7

causa que mais consensos reúnem (Quadro 7)

Quadro 5

Quadro 7 Pelas respostas recebidas, estamos perante um conjunto de estruturas em que muitas delas possuem instalações, alugadas ou próprias e com a certeza que a totalidade destas estruturas exerce a sua actividade nas questões da Solidariedade Social. Neste contexto, importa pois perceber quais as receitas que


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estes Movimentos Humanos reúnem para fazer face a essa responsabilidade, e que tipo de Organização têm para responder às questões de Solidariedade tão frequentes nos aglomerados da imigração. De que forma, estas estruturas reúnem as verbas necessárias para responder às diversas solicitações com que são confrontados ao longo do tempo?. Tivemos aqui a primeira surpresa ao questionar as estruturas sobre esta questão. As cotas de associado, seriam a primeira das soluções. A surpresa, ou nem tanto, vem do facto de mais de metade (52.9%) destas estruturas não terem qualquer valor a pagar pelos seus associados (Quadro 8). Este, é mais um dos detalhes que contraria a filosofia associativa habitual em Portugal onde, quando o associado não paga a sua cota, é excluído pelos estatutos e regulamentos. Quadro 8 A dúvida permanece. Se não existe um valor para a cotização dos membros associados e se estas estruturas despendem esforços na Solidariedade en-

tre outras causas, onde podem estas estruturas recolher a base do esforço despendido? Foi o que tentamos saber a seguir. Com um resultado que aponta para a Solidariedade além de outras causas, sem qualquer tipo de cotização junto dos associados e mesmo assim havendo estruturas com instalações que deixam supor mais uma despesa, a solução só poderia vir dos apoios oficiais, quer do Governo de Portugal, quer do Governo do Reino Unido. Quadro 9

Também aqui fomos surpreendidos. 75% das estruturas não recebe qualquer tipo de apoio governamental de nenhuma das nações (Quadro 9) embora 12.5% afirmem ter apoio do Governo do Reino Unido o mesmo acontecendo com estruturas que referem outros apoios que não são governamentais. Torna-se pois evidentes as diferenças entre o movimento associativo que os portugueses desenvolvem no Reino Unido no plano da imigração. Sem apoios e sem cotizações como receita do Movimento Associativo, resta a estas estruturas a capacidade

Quadro 8

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Quadro 9 de inventar as receitas com que tantas vezes valem a situações

de desespero e aflição a que os governos de ambos os países


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Quadro 10

parecem não apoiar com a dinâmica e a vontade de quem interpreta o movimento associativo em português, no Reino Unido, castrado de todas as vontades que não sejam…, os eventos. Quadro 10 É assim que a resposta surge no financiamento destes movimentos humanos, naquilo que a imigração melhor sabe fazer. Os eventos. Questionados sobre o número de eventos que cada estrutura realiza em cada ano, encontramos uma média em quase metade das estruturas organiza uma média de um evento a cada mês. Apesar de muitas das estruturas não terem respondido ao inquérito feito pelo Palop News, queremos deixar o nosso agradecimento àquelas que responderam e que nos permitiram assim conhecer um pouco mais destes Movimentos Huma-

nos e as estruturas associativas portuguesas no Reino Unido. Muito ficou por perguntar, muito mais terá ficado por responder mas estamos seguros que agora, temos mais informação do que qualquer outra entidade ou personalidade sobre estes movimentos. Neste estudo, detectámos situações pouco claras em relação a alguns dos registos. Encontramos situações que aparentemente serão o mote pelo qual muitas pessoas não aderem com mais entusiasmo a este género de movimentos, mas encontramos também muitas estruturas que somam muitos milhares de libras no apoio à Solidariedade Humana e esta, é certamente razão suficiente para não tomar a árvore pela floresta e continuarmos, como temos feito ao longo a última década, a apoiar o Movimento Associativo traduzido na solidariedade de quem, ao chegar a um País estranho, pode continuar a contar com a amizade como factor de aproximação de um povo que longe da Pátria, mantém os seus valores de Solidariedade.


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Advogada portuguesa Maria Antónia Cameira condenada em Londres A advogada portuguesa Maria Antónia Cameira não compareceu no Tribunal em Londres o que não impediu a sentença que a condena a seis anos de prisão. Alegadamente, a advogada estará fugida em Portugal. Palop News Londres

A Justiça Britânica, emitiu um mandado de captura contra a cidadã portuguesa pelo crime de fraude por se ter apropriado de cerca de 300 mil libras de um cliente do seu escritório em Londres onde desenvolveu intensa actividade empresarial. A advogada que chegou a ser membro da Câmara de Comércio Luso-Britânica, foi acusada pelo Tribunal por ter utilizado o dinheiro do seu cliente para uma vida luxuosa. O crime que terá sido cometido em 2012, levou a que o cliente tenha processado a advogada que terá voado para Portugal antes da leitura da sentença.

O cliente, procurou os serviços da advogada no sentido de mediar a compra de uma casa depositando o dinheiro na conta da empresa. O valor, acabou por ser retirado e a casa nunca terá sido comprada. Maria Antónia Cameira terá usado parte da verba para pagar dívidas e o restante para financiar as suas despesas pessoais nomeadamente aquisição de bens e

serviços de luxo. John Schofield da secção de crime financeiro afirmou que a advogada “abusou da sua posição de confiança e autoridade. Assim que se apercebeu que as coisas não corriam bem em tribunal, fugiu de Inglaterra. A vítima merece justiça” – disse o responsável pelas diligências deste processo.

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Presidente de Portugal visitou Londres Marcelo Rebelo de Sousa visitou a capital Britânica com uma agenda que envolveu diversos contactos que começaram com reuniões com investidores e banqueiros na City londrina.

Palop News Londres

Na recepção com a Rainha, Marcelo recordou a visita de S. Majestade a Lisboa quando ainda era uma criança. “Tenho a certeza que era”, respondeu Sua majestade ao Presidente de Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa, teve ainda oportunidade de conviver com várias personalidades da Comunidade Portuguesa radicada no Reino Unido numa agenda composta por uma reunião com alguns líderes associativos e comunitários durante a tarde, e no fim do dia com uma recepção alargada oferecida na residência do Embaixador de Portugal. Entre as diversas individualidades que se encontravam na recepção oferecida na Residência do Embaixador de Portugal, destaque para Durão Barroso. Marcelo Rebelo de Sousa, deixou aos portugueses presentes uma mensagem de tranquilidade sem no entanto se referir à questão do Brexit. “Estive reunido com a Primeira-Ministro Britânica que reconheceu a importância dos portugueses na economia do Reino Unido. Muitos portugueses estão aqui a trabalhar por Portugal mas estão também a trabalhar pelo Reino Unido. Em Portugal, sabemos o pa-

pel e importância desta comunidade e sabemos como ela é prestigiada e querida neste País ” – disse o Presidente da República. O PR, destacou ainda a “dimensão espiritual de Portugal construída pelos portugueses que vivem fora de Portugal construindo vários «portugais» - afirmou. Marcelo Rebelo de Sousa insistiu ainda dizendo, que “Sabemos que num futuro próximo ou mais distante, a amizade entre Portugal e Inglaterra vai continuar e que Portugal saberá manter essa aliança tradicional com a sua pertença de pleno di-

reito na EU e apostando numa União forte. Para o Mundo é importante que haja uma EU forte assim como é importante que as alianças tradicionais sejam enriquecidas e respeitadas à medida que o tempo passa” - disse. Sem pronunciar a palavra Brexit, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que “Há preocupações. A vida é feita de preocupações. Nós sabemos que que vivemos tempos difíceis no Mundo. Tem havido grandes mudanças e é cada vez mais complexo o ajustamento a essas mudanças” terminando por dizer que estas dificuldades são também elas “ultrapassáveis”.


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Os cantores líricos Luís Peças e João Paulo Ferreira, acompanhados pela pianista Claire Tester passaram pelo Reino Unido numa digressão em que interpretam peças do Cancioneiro de Elvas.

Palop News Londres

Os dois contratenores, acompanhados ao piano por Claire Tester, cantaram na igreja de Santa Cruz, em Binsted, no leste do condado de Hampshire, no sul de Inglaterra. O programa deste recital incluiu “Porque me não vês Joana”, “Já não podeis ser contentes”, canções do Cancioneiro de Elvas (século XVI), assim como “Ay linda amiga”, de autor anónimo, também do século XVI, e ainda, entre outras obras, canções populares espanholas, recolhidas por Federico Garcia Lorca, designadamente “Zorongo”, “Las morillas de Jaen”, “Las tres hojas”, “La tarara” e “Los reyes de la baraja”. O recital incluiu igualmente obras de César Franck (18221890), “Panis angelus”, Franz Schubert (1797-1828), “Der Tod und das Mädchen” (“A morte e a donzela”), e de Cláudio Monteverdi (1567-1643), “Sì dolce è`l tormento”. Os cantores líricos atuaram ainda na igreja de Nossa Se-

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Cantores líricos Luís Peças e João Paulo Ferreira atuam em Inglaterra nhora da Ascensão, em Londres, onde apresentaram um programa com algumas peças comuns ao de Binsted, nomeadamente as do Cancioneiro de Elvas, de Cláudio Monteverdi,

César Franck e Franz Schubert, a que se juntaram outras, como as árias “Ombra mai fu”, de Georg Friedrich Handel (16851759), e “Speramza”, de Vicente Martín y Soler (1754-1806).

A digressão encerrou em Vuxton, na região de Medway, no sudeste de Inglaterra, onde os dois contratenores atuaram na igreja de S. João Batista. O contratenor Luís Peças tem atuado com regularidade em palcos europeus e norte-americanos. França tem sido o país onde o cantor lírico se tem apresentado mais vezes, tendo atuado, entre outros templos, na Catedral de Saint-Louis des Invalides, em Paris. O cantor tem-se apresentado em festivais acompanhado pela pianista Paulle Grimaldi e pelo Ensemble Barroco do Chiado. Em Portugal, é presença assídua em recitais no Mosteiro de Alcobaça, no centro do país. Luís Peças iniciou os estudos musicais em 1985, na banda de música de Alcobaça, como oboísta. No ano seguinte, ingressou no Conservatório Nacional de

Lisboa. Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, frequentou aulas de canto com a meio-soprano de origem romena Liliane Bizineche. Paralelamente, trabalhou com professores como o baixo alemão Max van Egmond e a soprano norte-americana Jill Feldman, em cursos de interpretação de Música Antiga e, em 1999, aperfeiçoou o repertório barroco com o contratenor britânico Rodney Gibson. O contratenor brasileiro João Paulo Ferreira iniciou a sua carreira internacional no verão de 2014, com o Nido Delas Artes International Opera Tour, tendo atuado no México, Panamá e Costa Rica. Ainda em 2014, estreou-se em Portugal, num recital com Luís Peças, no santuário de N.S.ª da Nazaré, na cidade da Nazaré, centro litoral do país. Antes de Inglaterra, os dois cantores atuaram em França.


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Cubism Law torna-se o maior escritório Latino-Americano no UK A notícia soube-se depois de estarem concluídas todas as negociações entre o escritório de advogados Cubism Law e o escritório, também de advogados Nabas International Lawyers que anunciaram um acordo comercial que criou o maior escritório de advogados latino-americano em Londres. PN/Lusa Londres

A fusão entre as duas empresas tem agora mais de 60 advogados, duas sedes físicas e uma rede de serviços comum. “O nosso escritório está agora sob a alçada da Cubism Law mantendo no entanto as mesmas pessoas, o mesmo nome e as mesmas valências. O que acontece, é que agora temos um lote de serviços que não tínhamos até aqui fruto da fusão que fizemos com a Cubism Law” – diz Vitória Nabas que continua a participar na empresa que criou mas participa agora também numa outra empresa de maior dimensão. “O escritório Nabas International Lawyers mantém a sua identidade jurídica mas tem agora outra agilidade por força da união a um escritório de maior dimensão. Continuamos como até aqui mas sob a Ad-

ministração da Cubism Law fazendo agora parte dessa sociedade” – diz Vitória Nabas ao PN. A principal dificuldade desta fusão cujas negociações começaram em Janeiro de 2016 e terminaram em Outubro, foi a capacidade de instituir o diálogo entre as ferramentas informáticas e a comunicação entre diferentes idiomas. “Tivemos que lançar muita informação de forma manual” – diz a advogada que se tornou referência em Londres junto das comunidades luso-hispânicas. A Nabas International Lawyers que tem cerca de 14 anos no mercado londrino, vê-se assim, por força desta fusão, incluída nos 500 maiores escritórios de advogados em todo o Mundo e com ferramentas de gestão avaliadas em milhões de libras que até agora estavam fora do seu alcance. “Hoje podemos

gerir cada caso de uma forma diferente e avaliar a produtividade de cada advogado com maior precisão através das ferramentas disponibilizadas pela Cubism Law” – refere Vitória Nabas para quem o arquivo morto é um dos maiores pesos na área de custos de um escritório de advogados. “Hoje podemos aceder a toda a nossa informação através de uma «drive» alojada no sistema o que nos permite monitorar qualquer um dos milhares de clientes que temos. Além disso, podemos hoje satisfazer clientes gigantescos com uma rede de serviços que antes não podíamos oferecer mas que agora têm resposta” – afirma a advogada que fundou o seu escritório antes de a Cubism Law existir.

O escritório Nabas Legal, foi a primeira referência fundada por Vitória Nabas que em 2006 tinha um universo de 4 advogados e que em 2016 integra já 15 elementos qualificados. “Hoje, integramos uma estrutura com mais de 60 advogados e com uma rede de serviços que abrange todas as áreas do Direito” – afirma para continuar – “podemos crescer até um certo ponto mas depois, ou temos capacidade financeira para produzir avultados investimentos ou nos associamos. Foi o que fizemos” – remata. Os 15 advogados ao serviço da Nabas International Lawyers estavam absolutamente lotados de trabalho. “Hoje, podemos trabalhar com uma maior folga de competências e os ganhos vão para os nossos clientes”. – diz. Sobre esta fusão, a advogada afirma que o escritório que fez crescer não “somos uma agência mas sim uma subsidiária. A Cubism tem 8 subsdiárias. Cada uma tem a sua especialidade. A nossa são duas. Clientes internacionais e imigração. No universo da Cubism o que aparece na área internacional

ou imigração, cai no escritório Nabas” – refere. Dado o excesso de trabalho, Vitória Nabas refere que a empresa não tinha tempo para se dedicar com a intensidade necessária às questões de índole comercial. Esta fusão, parece ter sido a solução para fazer ainda crescer mais um dos maiores escritórios do Mundo. Quanto aos clientes das diferentes comunidades no Reino Unido, Vitória Nabas garante que os falantes de português, espanhol, polaco e mesmo russo, continuam a ser atendido no mesmo escritório. “Caso se verifique essa necessidade, podemos encaminhar o cliente para a Cubism Law já que somos parte integrante deste escritório” – diz Nabas ao Palop News. Esta fusão, permite ainda a partir de agora interagir com outro escritório em França e ao mesmo tempo com as conexões já existentes em diversos países da América Latina. Com esta fusão, cresce também o escritório da Cubism Law que absorve assim uma importante fatia do mercado da imigração até agora controlada pelo escritório fundado por Vitória Nabas. Marcas e patentes, hotéis, Direito Fiscal e vários tipos de litigação, passam assim a ser áreas do Direito a que os clientes até aqui exclusivos da Nabas International Lawyers passam a ter acesso na língua de origem sem alterar o atendimento ao cliente. “O logo Nabas continua e até o nosso papel de carta continua igual. Continuamos a existir mas debaixo de uma estrutura maior. Continuamos a trabalhar com a comunidade de Língua Portuguesa e Espanhola da mesma forma. Mudou a qualidade e a quantidade de serviços que prestamos e acredito que isto foi o melhor para os nossos clientes” – finaliza.


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Dia de Portugal. Vivo, morto ou moribundo? No ano de 2016, as comemorações do Dia de Portugal em Londres, iriam completar 40 anos de existência anual, salvo raríssimas excepções de anos em que o evento não aconteceu como foi o caso de 2014. PN/Lusa Londres

Devido a questões que nunca foram publicamente esclarecidas, o Dia de Portugal em Londres não aconteceu em 2016. A página do Facebook da Organização refere as condições climatéricas como a razão para o cancelamento do evento de nada tendo valido os episódios do dia anterior ao evento, em que as condições do terreno já não ofereciam um bom andamento às viaturas que se deslocaram ao local para a montagem dos equipamentos. Através de várias entrevistas que fizemos a pessoas conhecedoras da realidade, apuramos que o terreno em causa, na parte inferior do recinto, precisamente onde foi instalado o evento, houve em tempos (cerca de 50/70 anos atrás) um lamaçal. Segundo apuramos, cerca de 40 anos atrás, o Lambeth Council terá alegada-

mente feito obras no terreno de forma a impedir a acumulação de águas pluviais que aparentemente seriam razão suficiente para evitar o recinto em dias de chuva. Esta será talvez uma informação que a própria Organização do Dia de Portugal não dispõe e que o Lambeth Council poderá, eventualmente não recordar dada a distância de tempo. No contacto que mantivemos com várias empresas, constatamos algum desconforto por parte dos empresários que investiram no evento em relação à demora na comunicação por parte da Organização. Um mês depois do cancelamento, várias empresas não tinham qualquer informação por parte da organização referente ao cancelamento nem ao possível retorno do investimento feito. Sabemos no entanto que um mês depois do dia do evento, a Organização estaria a negociar junto da Companhia de Seguros

que nessa data ainda não teria qualquer decisão definitiva assumida. O sítio da internet da organização bem como nas redes sociais, a Organização insistiu em não prestar qualquer tipo de informação. Recorde-se que esta Organização foi constituída como empresa CIC (Comunity Interest Company) com a participação de quatro nomes de portugueses pertencentes à Organização. Desde o dia do cancelamento, o silêncio por parte da Organização tem sido total nas redes sociais e o sítio web foi mesmo eliminado. Ao pedido de uma entrevista do PaLOP News para podermos informar o público, verdadeiro sustento do evento, a Organização não responde numa atitude que em nada favorece as pessoas que integram a Organização. Note-se que para a promoção dos seus eventos, a Organização solicita o apoio da imprensa mas para prestar a informação ao público,


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a Organização fica muda e não oferece a informação que ao público é devida por se tratar de um evento público e que só foi possível graças a uma extensa comunidade que responde presente mesmo quando os ingressos passaram a ser pagos. Voltando aos empresários

que investiram no evento, fica-nos uma imagem de descontentamento a fazer aumentar o diferendo entre a mesma Organização e o maior patrocínio de sempre do evento ao longo dos anos. Um empresário contactado pelo nosso jornal, referia-se assim ao evento um mês depois do cancelamento:

“Tenho a mania de pagar a publicidade antecipadamente e até agora não tenho qualquer comunicação sobre o valor que paguei para um evento que não aconteceu. Posso até nunca mais receber o dinheiro de volta mas merecia uma explicação” – refere ao Palop News um empresário portu-

guês em Lambeth. Outro empresário do segmento da restauração, reclama informação que ninguém lhe terá prestado e a menos que este empresário tenha omitido qualquer informação, a Organização do DoP não voltou a comunicar qualquer decisão passadas mais de três semanas sobre o cancelamento do evento. “Sim recebemos um e:mail que nos informa sobre o cancelamento mas não refere nada sobre o reembolso dos valores pagos” – diz uma Directora de uma empresa envolvida como sponsor do Dia de Portugal. Durante algum tempo após o cancelamento, o sítio da organização na internet, continuava a convidar a população a adquirir ingressos, com a imagem do artista principal que estava previsto acontecer mas que não aconteceu. Depois do polémico cancelamento com José Cid e a escolha de José Malhoa, a Organização teve dificuldades em comunicar com os portugueses as decisões que ía assumindo. Outras empresas dedicadas ao negócio da publicidade, acabam por ficar desacreditadas, devido principalmente, à atitude da Organi-

zação sobre o evento em relação a quem investiu. “Nunca mais apareceu aqui ninguém” – diz um outro empresário ao Palop News, ao mesmo tempo que um membro da organização afirma que a publicidade só é possível graças ao evento. “Sem DoP não haveria publicidade nos meios” – afirmou o responsável da organização ao Palop News. Para lá dos meios publicitários, qualquer outra Organização que possa eventualmente surgir, terá que se debater com as sucessivas vicissitudes das organizações anteriores. Já próximo do final do ano e no momento em que se deveria estar a trabalhar o evento de 2017, a Organização informa os empresários que haverá devolução do dinheiro investido, embora não na totalidade. “Devolveram 70% do dinheiro investido no espaço mas não foi considerado o investimento feito nos produtos alimentares que tivemos que atirar para o lixo” – diz ao Palop News um empresário que tinha um restaurante presente no evento. Sobre o futuro do evento em próximos anos, os vários empresários contactados pelo PaLOP News mostram-se descrentes. “Com este modelo não voltaremos a estar presentes” – diz um dos empresários contactados e que é assíduo no evento ao longo dos anos. Com esta Organização e a insistência no mesmo modelo de «festa», a generalidade dos empresários que contactamos mostra-se descontente com os resultados e por essa razão previsivelmente ausentes de qualquer iniciativa que venha a ser tomada. Para registo, fica a atitude da Organização cuja principal Direcção abortou dois eventos nos três últimos e que mereceu duras críticas por parte de José Amador (entretanto falecido) em entrevista ao PaLOP News. Por saber, fica o futuro do evento que pode ter ficado irremediavelmente perdido se não aparecer uma organização que seja capaz de promover e acautelar um evento com esta dimensão e as garantias necessárias ao bom desempenho independentemente das circunstâncias climatéricas como foi em tempo sugerido e ignorado. Dia de Portugal em Londres. Até quando ou até sempre?


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Um ilustre brasileiro no Reino Unido Márcio Borlenghi Fasano, é um cidadão brasileiro de origem italiana que tem deixado marcas na sua vida, seja no Brasil ou no Reino Unido.

Palop News Londres

Se há uma citação que capta bem a essência de Márcio Borlenghi, é “As pessoas comuns acreditam apenas no possível. Pessoas extraordinárias visualizam não o que é possível ou provável, mas o que é impossível. E ao visualizarem o im-

possível, elas começam a ver aquilo como possível “ a dar razão a Nelson Mandela quando afirmou que “Tudo parece impossível até que seja feito” Assumindo-se como um internacionalista, Márcio transpõe-se e representa os interesses das empresas em todos

os continentes. Nascido no Brasil, mudou-se para os Estados Unidos para continuar os seus estudos. Acumulou graduações, Formou-se em Administração nos Estados Unidos e no Reino Unido, e concluiu um MBA além de ser doutorado em Administração de Empresas pela Universidade de Derby. Possuído de entusiasmo e motivação, Márcio fez seu primeiro milhão antes de completar 26 anos de idade e criou interesses comerciais de empresas que se estendem entre o Reino Unido e a América Latina. Em 1998, Márcio mudou-se para o Reino Unido para continuar seus estudos e estabelecer presença a fim de explorar novas oportunidades comerciais na Europa. Hoje ele faz parte da 7ª maior empresa de

marketing no Reino Unido, a Optimise Media, que, de acordo um ranking divulgado pelo Sunday Times HSBC Internacional Track 200 (14/06/2014), que classifica as empresas privadas da Grã-Bretanha pelo rápido crescimento de vendas no exterior. Esta foi uma realização extraordinária em um mercado bastante competitivo, que inclui empresas digitais de rápida evolução. Um exemplo de sua perspicácia e visão de negócios foi quando mesmo diante de um momento conturbado política e economicamente no Brasil em 2014, Márcio seleccionou uma equipe para trabalhar numa das empresas onde é sócio-fundador e director. Juntos, alcançaram quase o impossível: um crescimento próximo de 300% em apenas um ano,

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enquanto outras empresas lutavam para permanecer sustentáveis. Este feito levou-o a receber um selo de diamante na Câmara dos Lordes por sua contribuição com negócios no Brasil. Seu sucesso foi recompensado com a atribuição de uma Comenda - Cavaleiro Comandante em 2014. Este é o prémio de maior prestígio no Brasil, e que foi atribuído a Márcio Borlenghi por seu papel na criação de empregos, construção de culturas e troca de conhecimento de negócios em escala internacional. Ele divide o prémio com outros grandes nomes brasileiros, como o falecido Ayrton Senna, o ex-presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil. Os prémios não param por aí. Em 2015, Márcio ganhou ainda o título de Chanceler Diplomacia Comercial, concedido pelo Centro de Integração Cultural e de Negócios. “Diplomacia comercial é um método de diplomacia realizado. Trata-se de uma activida-


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de realizada por agentes públicos e privados com status diplomático para apoiar a promoção de negócios entre país de origem e de acolhimento” – diz o empresário. Hoje, Márcio Borlenghiele é MD da Fasano Digital Media Management, CEO da Fininvest Finance and Investiment do Reino Unido e representante de muitos outros interesses comerciais globais. No Brasil, ele é co-fundador e parceiro de negócios da Optimise Latin America. As características distintivas de seu trabalho são a sua visão sobre as necessidades do mercado e seu sucesso na implementação desta visão. Márcio, explica assim a razão do seu êxito pessoal “O empreendedorismo está no meu sangue, e eu adoro praticá-lo. Todos os dias há algo novo, novos desafios, projetos, estratégias, pessoas”, comenta. O próprio, reconhece a inspiração que recebeu quando jovem de seus avós italianos, que lhe ensinaram as duas qualidades que o guiaram

para o resto de sua vida. De seu avô, Guido Borlenghi, ele aprendeu os valores essenciais da honestidade, trabalho duro, o foco e a necessidade de manter a objectividade em todas as horas. Seu outro avô era sociável, optimista e entusiasmado com a vida. Com o peso desta herança, Márcio afirma-se como um homem de negócios trabalhador com foco e honestidade e, ao mesmo tempo, é uma pessoa que ama a comunicação e interacção com pessoas em todas as esferas da vida. Além disso, possui um desejo considerável de contribuir com sua comunidade e aqueles que estão em necessidade. Para alcançar esse objectivo, fundou e está envolvido com instituições de caridade em sua cidade natal. Theodore Roosevelt poderia ter descrito o Márcio Borlenghi quando disse: “O ingrediente mais importante na fórmula do sucesso é saber como se dar bem com as pessoas.” Em criança, sempre sonhou em ser alguém que pudesse

desempenhar um papel neste mundo. Alguém que pudesse criar, inovar e fazer as coisas acontecerem. Tal como os seus avós imigrantes que chegaram ao Brasil com nada e construíram vastos interesses comerciais, incluindo portos marítimos, empresas de transporte, plantas oleaginosas, aterros e muitas outras empresas. E, Márcio está certamente cumprindo seus sonhos. Mesmo com o sucesso no sangue, Márcio afirma permanecer firmemente enraizado em sua família e a coloca em primeiro lugar em seus objectivos a longo prazo. Ele confirma isso com o seu objectivo de aposentar-se enquanto estiver ainda jovem e saudável o suficiente para desfrutar de seus filhos e possíveis futuros netos. Um dos homens mais excepcionais do nosso tempo pode resumir a ética de trabalho do Dr. Márcio Borlenghi: “Tente não se tornar um homem de sucesso, mas sim tentar tornar-se um homem de valor.” Albert Einstein.

Lobo Antunes novo Embaixador de Portugal no Reino Unido apresentou credenciais Palop News Londres

Quando um novo Embaixador É nomeado para o Reino Unido, mandam as regras que se deva apresentar na presença de S. Majestade a Rainha e essa prática é para todos os embaixadores de qualquer país acreditado em Londres. Em finais de Novembro, foi a vez de o novo Embaixador de Portugal para o Reino Unido Manuel Lobo Antunes se apresentar. Duas carruagens pucha-

das a cavalo e escoltadas pela Polícia Britânica, fizeram assim o percurso desde a Residência da Embaixada de Portugal até ao Palácio de Buckingham onde o Embaixador foi recebido por Elizabeth, Rainha de Inglaterra. É hábito os embaixadores que se apresentam posarem para uma fotografia que fica como recordação para os embaixadores. Na foto, publicada na página do Facebook da Embaixada de Portugal, pode ver-se a comitiva a caminho do Palácio Real.


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Igualdade para minorias em Lambeth O Lambeth Council, Município a Sul de Londres onde os portugueses representam cerca de 20% da população local, criou no final de 2016 um grupo de trabalho que se irá dedicar às questões da igualdade. Para integrar este grupo de trabalho, foi escolhido o empresário português Pedro Xavier que deu ao Palop News a visão desta iniciativa. Palop News Londres

“Trata-se de uma comissão para a igualdade das minorias étnicas encabeçada por Lieb Peck, Presidente do Lambeth Council e desta comissão fazem parte cerca de 10 pessoas de diferentes comunidades residentes em Lambeth que representam diversas minorias étnicas. Esta comissão foi seleccionada pelo próprio Lambeth Council por sugestão dos seus membros” – revela Pedro Xavier Esta comissão, tem por missão fazer um levantamento sobre assuntos relativos a desigualdades, seja na empregabilidade, na educação ou na justiça entre outros temas. “Dessa discussão e dos seus resultados, damos conhecimento ao Município que depois


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trata o assunto em sede própria e que ao mesmo tempo transporta a experiência para a Câmara de Londres que trata de fazer chegar a outros municípios” -refere. Nos eventos desta comissão, debatem-se assuntos referentes às empresas portuguesas aqui situadas mas também a questão do “rendimento escolar das nossas crianças, não tanto ao nível primário mas sobretudo ao nível secundário. Esta comissão foi criada para potenciar mudanças e temos uma agenda de eventos públicos onde estas questões são debatidas” – afirma. O Palop News sabe que no primeiro evento que contou com a presença de perto de 70 pessoas, cerca de 20 eram portuguesas e que estiveram presentes também Regina Duarte, Coordenadora do Ensino do Português do Instituto Camões, bem como Joana Gaspar, Cônsul de Portugal em Londres além de vários professores portugueses. Marcaram ainda presença, moradores e trabalhadores em Lambeth naquela que foi uma presença entusiástica da Comunidade Portuguesa em Lambeth. Pedro Xavier, faz ainda referência ao facto de não haver nenhum funcionário português no Lambeth Council, assunto que tem também sido falado pelo vereador português Guilherme Rosa. “Como é que temos tantos portugueses e com craveira profissional elevada e não temos nenhum a trabalhar no Lambeth?” – pergunta Pedro Xavier que levou o assunto a esta comissão. “O que é que pode ser feito em termos de recrutamento para mudar isso? Para vermos em que aspectos pode haver descriminação e se o Lambeth tiver disso conhecimento pode actuar” – disse para continuar – “O Lambeth achou por bem criar uma comissão de igualdade para que se possam fazer recomendações ao próprio recrutamento do Lambeth no sentido de corrigir situações de

desigualdade caso elas sejam encontradas. Teremos que saber se há ou não candidaturas de portugueses. Só através do Departamento de Recrutamento poderemos saber quantas candidaturas de portugueses foram recebidas. Isto é válido também para as outras nacionalidades” – informa. Se esta questão está ou não em contradição com o Brexit, Xavier defende a opinião que o que importa é fazer avançar a Comunidade Portuguesa no sentido de perceber que quem trabalha e vive legalmente no Reino Unido, quem paga os seus impostos, não deve ter nada a temer. Sobre as soluções, Pedro Xavier é taxativo. “As soluções passam por nós portugueses. O Centro Comunitário é uma referência que pode criar uma plataforma de trabalho com o

Lambeth. O PCC (Portuguese Community Centre) é o único espaço português que tem a competência e a estrutura para o fazer e é o mais indicado para estar ali como uma pedra assente para o desenvolvimento da Comuniade Portuguesa em Lambeth. Trata-se de uma «Charity» que tem acesso a fundos. Deveria ser criado um grupo de trabalho com voluntários de várias áreas e sem conflitos de interesses para ajudar este grupo de trabalho para que possamos apresentar os projectos e fazê-los ser aprovados. Isto é uma das coisas que podemos fazer. Se já temos a casa montada, porque não aproveitar isso para a comunidade?. O PCC pode ser a pedra no sapato do Lambeth defendendo os interesses dos nossos” – disse. Xavier, entende ainda que a Comunidade Portuguesa deve ser mais activa e mais

reivindicativa e tentar usufruir aquilo que é uma oportunidade para qualquer comunidade e que os portugueses não têm aproveitado nomeadamente na apresentação de projectos junto do Lambeth Council e do Capital Community Foundation que tem por vocação financiar projectos comunitários. Para Xavier, as dificuldades da Comunidade Portuguesa assentam fundamentalmente na falta de “união” dos portugueses. “A questão dos conflitos de interesse têm que acabar e se não acabar, terá que ser feito por escrito” - disse. A partir do momento em que não haja impedimentos legais temos que fazer seguir as ideias e as pessoas certas” – afirma para continuar – “Numa palavra, precisamos de mais união que não temos. As pessoas não se unem e eu não entendo porque não o fazem. Não compreendo. Olho para a comunidade portuguesa no Luxemburgo e noutros países e vejo uma união que não vejo no Reino Unido. Quando alguém tenta fazer alguma coisa torna-se um alvo a abater e inventam-se histórias onde não existem. A culpa pode ser das lideranças mas também estas somos nós que as fazemos” – continua antes de finalizar – “O Centro Comunitário é um exemplo do que foi criado por um grupo de portugueses. Mal ou bem, temos que aplaudir quem fez esse trabalho. As coisas podem não ter corrido sempre bem mas é um projecto conseguido. Essas pessoas têm o mérito de terem conseguido fazer obra. Quem está agora ou não, não é relevante. Fosse quem fosse que criou aquela obra, tem mérito pela sua criação como têm mérito todos aqueles que lutam pela sua manutenção e existência. Vejamos a comunidade polaca que é mais recente que a nossa. Em Hammersmith, veja-se o centro Comunitário que tem maior dimensão física que a nossa Embaixada.” – compara a finalizar.


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Distribuição do Palop News cresce Palop News Londres

Associação Desportivo e Cultural Português de Londres festejou 34 anos Palop News Londres

Algumas associações portuguesas em Londres mostram que é possível ser uma associação e ter longevidade. Um desses casos, é a Associação Desportivo e Cultural Português de Londres que festejou 34 anos de actividade. Esta associação que tem na sua actividade o futebol e o folclore da Ilha da Madeira, desenvolve ao longo do ano um calendário de diversas actividades, geralmente no espaço Scalabrini em Oval a Sul de Londres.

No evento, estiveram Joana Gaspar, Cônsul Geral de Portugal em Londres e José Galaz, Adido Social da Em baixada de Portugal entre outras presenças que assim se associaram a este aniversário. O evento contou com um espectáculo de música pelos artistas Sousa Geraldo e Mata da Silva e foi assistido por uma audiência de 150 participantes. Em Novembro, foi a vez da celebração da Festa da Castanha num magusto que teve sala cheia e que contou com a participação do cantor madeirense Rubem Aguiar cuja entrevista publicamos no Palop News.

Devido à geografia da Comunidade de Língua Portuguesa no Reino Unido, o PaLOP News repensou a sua distribuição e divulga as ferramentas com que cada vez mais, chegamos a mais leitores, razão pela qual tivemos que aumentar a tiragem. Hoje, imprimimos mais cópias e chegamos a mais destinos. São cinco as empresas com quem temos o protocolo de distribuição. Num primeiro plano, as empresas de importação e distribuição de produtos alimentares portugueses de venda a retalho, Portugalia Wines e Viserra que levam o Palop News juntamente com a distribuição das suas encomendas. Ao mesmo tempo, a padaria O Alentejano, proporciona uma distribuição que em apenas um dia, faz chegar o PaLOP News

a mais de 170 estabelecimentos frequentados por portugueses. A distribuição do PaLOP News não fica por aqui e duas empresas fazem chegar as nossas cópias a casa de milhares de portugueses a residir um pouco por todo o Reino Unido. Os estabelecimentos Casa Sintra e Supermercado Portu-

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gal, são as empresas que incluem um exemplar em cada encomenda enviada nas compras efectuadas online. Para além do apoio prestado por estas empresas, a força da própria de distribuição do PaLOP News mantém-se activa fazendo do nosso jornal, a publicação mais distribuida em todo o Reino Unido.


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Fraqueza Sistémica da política interna portuguesa António da Cunha Duarte Justo Londres

A República produziu partidos ou agremiações?

Quando observo partidos na Alemanha e os comparo com partidos portugueses fico triste com a amarga impressão que Portugal não tem partidos do povo, quando muito tem corporações de interesses rivais ou cooperantes, dentro da população. Por vezes fica-se com a sensação que os políticos portugueses fazem política para o seu Estado e não para o povo

(país). A eleição de Trump é um acto desesperado e um apelo do povo ocidental aos políticos para que mudem de atitude e de política. O povo no mundo ocidental já não se encontra numa idade escura, ele já vai pensando também, não se contentando com o devaneio de sentir-se honrado com a companhia de algum político ou doutor ou simplesmente ambientado com o embalar de alguma cassete. A democracia portuguesa não está forte nem fraca, apenas vegeta cronicamente porque é dirigida por interesses de alguns grupos que não precisam de prestar contas sérias a ninguém (quando muito a Bruxelas e aos bancos internacionais!) e estão-se marimbando para o bem-comum e para o bem nacional; na formação da opinião pública domina ainda o proselitismo jacobino: o que conta são os sentimentos, estratagemas e não os factos.

Que país é este tão endividado mas tão engravatado?

Já Luís de Camões desabafava acerca dos líderes da nação

dizendo: “O fraco rei faz fraca a forte gente”. Fracos são os que têm o privilégio da informação e o monopólio da interpretação; fracos são os deputados que se permitem aumentos salariais nos cargos políticos quando a maioria dos reformados e da população tem ordenados de fome! (Imagine-se só a diferença que vai de um reformado em Portugal com 290 euros por mês e a de um senhor com uma reforma de 50.000 euros por mês? E Isto num país em que a esquerda influente não come menos que os adversários que oficialmente combate!). E alguns ainda se queixam do povo para justifica-

rem o mal da governação ou do próprio partido. A população é como as crianças: dá a mão a quem a leva e come o pão que lhe dão! Portugal não tem povo, tem população e a razão disso está no facto dos partidos serem grupos corporativistas com interesses próprios satisfeitos à custa do Estado e das suas instituições. A vida pública nacional parece surgir da ilusão de uma vida nacional gerada sobretudo pela dinâmica de lutas das diferentes corporativas entre si. É sintomático aqui o facto de a população encontrar sempre uma desculpa para não se preocupar com as causas de um Estado quase bancarrota e não questionar a capacidade dos próprios governantes, sejam eles de que cor sejam. Os grupos corporativistas conseguiram legitimar os seus interesses apenas com sentimentos à margem dos factos porque se apoderaram do Estado e suas instituições. Para ascender ao poder e bem governar não deveria ser suficiente ter a administração pública, os fun-

cionários do Estado e algumas agremiações mais ou menos satisfeitos!

As nossas elites nunca gostaram do cheiro a povo

A República nunca se deu bem com o povo e o povo também não a compreendeu! E isto porque em Portugal não há a tradição de partidos populares, o que há são corporações, sem organizações de base fortes que tenham capacidade para imporem aos órgãos superiores dos partidos os seus representantes; então quando muito há organizações de base fracas que resignam e por isso aceitam os paraquedistas que a elite do partido ou do sindicato nomeia. Isto provoca uma relação mafiosa e vaidosa de representantes apresentados ao povo mas que foram gerados no espírito antipopular. Temos assim um Estado enredado em interesses corporativos sem a consciência de que nele há país e povo porque as elites podem viver do Estado e do fraco copianço do que acontece politica e socialmente no estrangeiro, sem precisarem de povo. A população que o país tem vai chegando para manter as necessidades dos que se governam. De uma maneira geral, estes, nas suas campanhas eleitorais, dão umas corridas no meio dos arraiais e uma vez eleitos fazem o que lhes interessa sem que alguém lhes Peça contas; no máximo os eleitores castigam-nos com uma legislatura de tipo sabático até às sequentes eleições. A população não foi habituada a orientar-se pelos factos, foi educada a seguir apenas os sentimentos num país em que os beneficiados do Estado não se interessam pelos factos porque sempre fomentaram uma política de decisões orientadas para oscilações sentimentais.


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Papel das Comunidades Portuguesas debatido em Évora No passado 17 de Novembro, o papel das Comunidades Portuguesas foi o tema central dos “Encontros às Quintas”, da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora, uma instituição de referência do ensino superior público português Palop News Londres

A iniciativa, que decorreu na Sala de Docentes, e envolveu alunos e docentes da instituição académica alentejana, foi coordenada pela professora catedrática Maria de Fátima Nunes, e contou entre os oradores convidados, com a professora catedrática de história contemporânea da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Maria Manuela Tavares Ribeiro, e do escritor e historiador Daniel Bas-

tos, cujo percurso literário tem sido alicerçado junto das comunidades portuguesas. No decurso da sua intervenção, Maria Manuela Tavares Ribeiro, reconhecida especialista nas áreas do Europeísmo, Atlanticidade e Mundialização, analisou o processo de construção e a identidade europeia que se constitui como um mosaico rico, complexo e multifacetado. Por seu lado, o historiador Daniel Bastos, antigo aluno da Universidade de Évora, realçou o valor inequívoco das comu-

nidades portuguesas na projeção de Portugal na Europa e no Mundo, e distinguiu o papel das associações de emigrantes e dos meios de comunicação lusófonos na promoção da cultura e língua portuguesa. Refira-se que este encontro, que encerrou o ciclo da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora “conversas à quinta”, procurou numa época de desafios prementes que se colocam à Europa, recentrar o potencial estratégico das Comunidades Portuguesas no Mundo.

Da esq. para a dir.: o historiador Daniel Bastos, a professora catedrática Maria Manuela Tavares Ribeiro, e a professora catedrática Maria de Fátima Nunes


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Petição “Também somos portugueses” para alteração das leis eleitorais atinge 4.000 assinaturas Palop News Londres

Esta petição visa a alteração das leis eleitorais aplicáveis aos portugueses residentes no estrangeiro:

- Recenseamento eleitoral automático aquando da alteração da morada para o estrangeiro no Cartão de Cidadão - Recenseamento via postal e via Internet para quem reside no

estrangeiro - Introdução da modalidade de voto electrónico para os portugueses residentes no Estrangeiro “O atingir deste limiar é um momento histórico para a diáspora portuguesa, que tem estado a participar em todo o globo com portugueses a subscrever esta petição. Salientamos a participação ativa de vários Conselheiros das Comunidades Portuguesas, e de entusiastas de diversos países” declarou Paulo Costa (Foto), um dos promotores deste movimento. O movimento Também somos portugueses apela aos portugueses para que que não percam a oportunidade de associarem o seu nome a esta iniciativa. A recolha de assinaturas continuará no site (aqui) por mais algum tempo, estando planeadas várias iniciativas para recolha de ainda

A petição “Também somos portugueses” acaba de atingir as 4.000 assinaturas, o que permitirá a sua discussão em plenário da Assembleia da República mais assinaturas,. As estatísticas atuais estão disponíveis no site (http://tambemsomosportugueses.org/en/). Está assim em marcha a resolução dos vários problemas que os portugueses têm actualmente, como deslocações forçadas a consulados distantes, votos por via postal nunca recebi-

dos, e cidadãos cortados dos registos eleitorais quando emigram. O movimento “Também somos portugueses” está confiante que se atinja um consenso a nível político sobre este tema, estando previsto uma conferência no início de 2017 promovida pela Assembleia da República.


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Quando unidos somos mais Isaac Bígio, é o peruano a quem a Comunidade Portuguesa não consegue ficar indiferente. Amado por uns, odiado por outros, quase sempre aproveitado por líderes da Comunidade Portuguesa em Londres, persegue o seu projecto de unir duas comunidades que estando distantes.

mo o Governo britânico. No final de 2016, Isaac Bígio volta a defender o conjunto das duas comunidades que juntas são a maior de Londres e repete o seu discurso: "Juntos somos a maior minoria étnica-linguística

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"Os falantes de Português e Espanhol, são a maior minoria étnica (sem necessidade de tradutor para nos entendermos) em toda a Londres" - diz este antigo Professor de Ciências Políticas e Económicas ao Palop News e a todos quantos com ele se cruzam ao longo dos anos. Antes dos Jogos Olímpicos de Londres, Bígio sismou, e bem, que a Língua Portuguesa deveria estar presente na comunicação dos Transporte de Londres e logrou mesmo conseguir a anuência da TFL (Transport for London) num movimento que os falantes de Português no geral, nunca apoiaram sem que para isso se tenha encontrado outra explicação que não o facto de o próprio..., não ser português. Em 2009, já Isaac Bígio organizava em Elephant And Castle a Sul de Londres um encontro com dois milhares de pessoas com (na época) o Mayor de Londres Boris Johnson, actual Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido. Já nessa época, o Professor peruano incluía a Comunidade Portuguesa, onde esteve presente António Cunha, já na época Conselheiro da Comunidade Portuguesa. Apesar de debilitado fisicamente, Bígio continuou a sua cruzada, pese embora com espaços de tempo mais intervalados. Ao mesmo tempo que desenvolve esta actividade, Issac Bígio, leva desde 2011 a Organização do Mês Amigo que tem vindo a ganhar dimensão ao longo do tempo. Este mês que na prática tem cinco semanas de actividade, tem início a 7 de Setembro de cada ano e visa festejar a herança comum entre as comunidades oriundas dos países de línguas portuguesa e espanhola que totalizam em Londres mais de um milhão de cidadãos. "Este Mês Amigo, é um período anual que se inicia no dia em que 90% dos 200-250 milhões de falantes de Português e termina a 12 de Outubro, dia dos 500 milhões de falantes de Espanhol e é uma ideia para homenagear duas culturas irmãs" - diz Bígio ao Palop News.

Neste lapso de tempo, são as seguintes as nacionalidades representadas: México, Guatemala, Belice, Honduras, El Salvador, Nicaragua, Costa Rica, Cuba, Puerto Rico, Colombia (que inclui a Colombia, Venezuela, Guyana, Panamá e Ecuador), Brasil, Ecuador, Perú, Bolivia, Chile, Portugal, Gibraltar, Catalunya, Espanha, as duas repúblicas hispano-africanas (Sahara Occidental e Guiné Ecuatorial) e 4 das 5 repúblicas africanas de Língua portuguesa (Guine-Bissau, Cabo Verde, An-

gola e Moçambique), Uruguay, Paraguay, Argentina, Chile, Perú e Bolivia. Este evento idealizado por Isaac Bígio, tem envolvido, nos últimos anos, cada vez mais comunidades de ambas as línguas bem como as embaixadas de diversos países acreditadas em Londres. Para o mentor e organizador deste evento, espera-se que as edições seguintes possam envolver a comunidade escolar e académica, municípios, bibliotecas, o parlamento e mes-

da Capital e isso é algo que já demonstramos na Assembleia de Londres que em teoria já nos reconhece. Temos um idioma, uma cultura e problemas comuns. As associações Latino-Americanas atendem portugueses e o Centro Comunitário Português atende falantes de Espanhol" - diz ao Palop News para acrescentar: "Se trabalharmos juntos seremos considerados, separadamente, não nos darão valor" - refere. O líder do Movimento que pretende unir cinco diferentes sensibilidades com muito em comum, não desarma. "Certamente que há diferenças entre as nossas comunidades. Portugueses, brasileiros, africanos de expressão portuguesa e mesmo entre os portugueses do Continente e da Ilha da Madeira mas é muito mais o que nos une" - afirma para continuar: "existem pessoas cuja função é dividir-nos explorando as nossas diferenças. Com isto, anulam-nos a todos, dividem-nos e reinam e assim não resolvem, nem eles nem nós, os problemas que temos". Isaac Bígio que começou este Movimento em 2008, confirma que para as negociações com as autoridades britânicas, sempre têm sido chamados os falantes de português de todas as nacionalidades. Já em 2008, António Cunha e Luis Ventura, estiveram presentes em vários eventos organizados e idealizados por Isaac Bígio que tem defendido a

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Comunidade Portuguesa junto da Great London Autority como nenhum português o tem feito. "Uma das comunidades que mais perde com esta divisão, é a Portuguesa" - afirma Bígio que assegura que a Língua Portuguesa não aparece em nenhum dos formulários oficiais onde a Língua Espanhola é já uma presença. "O caso mais sintomático, é a ausência do Português no sistema de transportes de Londres e os portugueses têm razão para se sentirem marginalizados. São 17 línguas presentes mas a 5ª Língua mais falada do Mundo (Português), não está presente." - diz Bígio ao Palop News. Na verdade, o simples facto de carregar o Oyster (Passe) pode ser feito em 17 línguas, contudo, o Português não está considerado conforme conferido pelo Palop News. Isaac Bígio, desafia os portugueses a unirem-se em torno do objectivo de afirmar a Língua Portuguesa como uma das ferramentas de comunicação em Londres num esforço a que os portugueses aqui residentes não correspondem. Isaac Bígio, promoveu assim mais um encontro com as autoridades de Londres definindo objectivos que nenhum português ousa mencionar, apesar de a Comunidade Portuguesa ter estado representada. Que a Língua Portuguesa assuma o mesmo estatuto que o Espanhol; Que os falantes de Português e Espanhol mantenham o seu Direito a trabalhar, viver e votar mesmo que o Brexit seja apresentado na União Europeia através do Artigo 50; Que se invista mais esforço nos cursos gratuitos de inglês para quem fala Português e Espanhol assim como a tradução de mais documentação oficial nestas duas línguas; que haja mais apoios às nossas instituições, centros culturais e comunitários ou festivais; que tenhamos um calendário para homenagear a nossa cultura comum como fundadores da cidade de Londres; que tenhamos uma oportunidade anual para reunir com as autoridades de Londres em nome da Comunidade que fala Português e Espanhol" - resume assim Isaac Bígio os objectivos pelos quais tem vindo a lutar na última década. "Só podemos conseguir objectivos trabalhando juntos" - remata o peruano que tem feito mais trabalho pela Língua Portuguesa em Londres do que maioria dos responsáveis portugueses aqui imigrados.


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