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5.2 A Celebração do Mistério de Cristo

e as contradições de uma falsa ciência, pois alguns, professando-a, se desviaram da fé” (1Tm 6, 20). Aos Bispos, em comunhão o sucessor de Pedro, Bispo de Roma, foi confiada a missão de elaborar e preservar toda a doutrina da Igreja, seja na interpretação das Escrituras, seja nas definições dogmáticas. E esses são os três pilares da Fé Católica. Obedecer significa ouvir atentamente. Obedecer à Igreja é ouvir e praticar as suas determinações e viver segundo a doutrina e demais ensinamentos transmitidos por ela, sabendo que quem conduz o Corpo no mundo é a Cabeça, o Cristo, que está em comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Mesmo que presente em tantas línguas, culturas, povos e nações, a Igreja professa uma única Fé, um credo comum a todos. Deus é para toda a Igreja um só Deus, em três pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. No centro da Igreja está Deus e é esse Centro que a catequese feita pela Igreja tem por objetivo atingir, e para o qual, através da celebração dos sacramentos e pela pregação da palavra de Deus, o povo é conduzido. Jesus Cristo é o centro da catequese. A catequese, o eco do anúncio, só existe para conduzir ao Senhor. O Filho de Deus se fez carne e habitou entre os homens (Jo 1, 14), afim de trazer e dar vida em abundância (Jo 10, 10), dar a conhecer o que aprendeu do Pai (Jo 15, 15) e revelar a sua face (Jo 14, 9), dando testemunho e anunciando que o Reino de Deus chegou (Lc 17, 2021), como o servo obediente (Fl 2, 8) e humilhado, a ovelha muda a sofrer nas mãos dos tosquiadores, sem abrir a boca (Is 53, 7), pelos pecados da humanidade, vencendo o pecado e a morte, ressuscitando ao terceiro dia (1Cor 15, 3-4). Assim, sepultou consigo os pecados dos homens afim de fazê-los ressurgir com Ele para uma vida nova, libertos do jugo do pecado (Rm 6, 2-7).

Morto e ressuscitado, o Filho de Deus se torna o Senhor dos vivos e dos mortos (Rm 14, 9). De modo efetivo, a Trindade atua na Igreja através do Espírito Santo, em toda ação boa no homem (1Cor 12, 3). Enquanto esperam a plenitude dos tempos, em que o Senhor como juiz virá para julgar os vivos e mortos, os homens devem viver cientes de que o dia do Senhor chegará como um ladrão (2Pd 3, 10); dia em que se aguarda o cumprimento da promessa, obedecendo o que Ele ordenou (At 1, 7-8), vislumbrando os novos céus e a nova terra (2Pd 3, 13).

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5.2 A Celebração do Mistério de Cristo

O dia do Senhor – como foi definido o domingo, desde os tempos apostólicos –, mereceu sempre, na história da Igreja, uma consideração privilegiada devido à sua

estreita conexão com o próprio núcleo do mistério cristão. O domingo, com efeito, recorda, no ritmo semanal do tempo, o dia da ressurreição de Cristo. É a Páscoa da semana, na qual se celebra a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, o cumprimento nele da primeira criação e o início da ‘nova criação’ (cf. 2Cor 5, 17). É o dia da evocação adorante e grata do primeiro dia do mundo e, ao mesmo tempo, da prefiguração, vivida na esperança, do ‘último dia’, quando Cristo vier na glória (cf. At 1,11; 1Ts 4, 13-17) e renovar todas as coisas (cf. Ap 21, 5). (DD 1)

O conjunto de práticas oracionais, ritos, celebrações sacramentais, com seus gestos e fórmulas, meios e fins é chamado Liturgia. A Liturgia é o meio pelo qual a Igreja celebra o mistério do Deus que quer curar e libertar, salvar e conduzir, ensinar e transformar o seu povo. É o que acontece quando o povo de Deus toma parte na obra do Criador. É o ápice de toda a ação da Igreja; na Liturgia é que os homens tomam parte na obra de Deus e agem em nome de Cristo. Pelos seus méritos e poder, no Espírito Santo, o próprio Senhor se faz presente no mistério Eucarístico e se dá como alimento ao seu povo, sendo Ele mesmo sua fonte de força e motivação. Deus é o primeiro princípio e o fim último de toda ação litúrgica (SC 10). Através das ações litúrgicas são manifestados os sinais da aliança entre Deus e os homens. A Igreja dispõe de tempos específicos durante o chamado ano civil no ano litúrgico (ou seja, o nome dado ao período de tempo em que a Igreja, guiada por Deus, organiza as celebrações litúrgicas da vida do Cristo e as celebrações dos seus santos). Os tempos litúrgicos são: Advento, Natal, Quaresma, Páscoa e Tempo Comum. Tendo o Cristo como o centro da Liturgia, a Igreja organiza as grandes solenidades, os acontecimentos mais importantes, dentre todos da história da salvação, nesses Tempos. O Advento e a Quaresma são os períodos em que a Igreja entra em grandes momentos de reflexão e penitência, afim de se preparar para os acontecimentos que os sucedem: ao Advento, o Natal do Senhor, e à Quaresma, o Tríduo Pascal seguido do Domingo dos Domingos, a Páscoa. Do nascer ao morrer, a vida na Igreja é uma Liturgia. Muitos são os ritos e muitas são as formas de as celebrar. Cada rito com sua forma, conforme determina o Magistério. A Sacrosanctum Concilium ratifica isso:

Em todas as celebrações litúrgicas, ministro e fiéis, no desempenho de sua função, façam somente aquilo e tudo aquilo que convém à natureza da ação, de acordo com as normas litúrgicas. (SC 28)

Nenhum homem que não tenha recebido o Sacramento da Ordem no grau devido tem autorização de celebrar a Eucaristia, nem o fiel de fazer a fração do Pão no lugar do ministro ordenado; cada qual ponha-se no seu lugar e, no seu lugar, faça tudo o que lhe compete. E isso vale para todas as celebrações litúrgicas. A todos, porém, compete a obediência. Não existe lei contra a obediência perfeita, vivida pelo Cristo.

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