100% Corrida Maio 2017

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100 Corrida %

SAIBA QUANDO DEVE INGERIR LÍQUIDOS Antes, durante e depois das corridas

15 MINUTOS Um plano para ficares em forma

Maio 2017 Mensal

№3 www.corredoresanonimos.pt

TIAGO DIONÍSIO, O “FORREST GUMP” PORTUGUÊS CORREU CERCA DE 550 MARATONAS/ULTRAS (E AINDA NÃO PAROU…)


PL AY IN ALL PL AYGROUNDS ©SALOMON SA. All Rights Reserved.

SPEEDCROSS SERIES


SUMÁRIO A IMPORTÂNCIA DA HIDRATAÇÃO CORRER QUANTO TEMPO PARA ESTAR EM FORMA?

UM TREINO DE 15 MINUTOS COM UM ROLO DE ESPUMA FICHA TÉCNICA

CONHEÇA O “FORREST GUMP” PORTUGUÊS

Diretor Pedro Justino Alves Redação Ana Borges Design e paginação Bárbara Viana & Ian Estevens hola@elrucanonim.com

REFLEXÃO SOBRE A CORRIDA

Morada Rua Ferreira Lapa, n.º 2 – 1.º andar 1150 – 157 Lisboa Número de contribuinte 199003092

PAI E FILHO SE REENCONTRAM NUM BALÃO DE AR EM BRAGANÇA

Contatos (redação e publicidade) Telemóvel +351 964 245 271 Endereço eletrónico mail@corredoresanonimos.pt Colaboradores fixos Carlos Soares Colaboradores da presente edição Marco Pereira– Personal Trainer e proprietário da MPersonal Studio www.facebook.com/mpersonalstudio N. de registo na Entidade Reguladora para a Comunicação Social: -

STAR WARS PARA ALÉM DO CINEMA

Estatuto editorial disponível online www.corredoresanonimos.pt www.facebook.com/corredoresanonimos.pt twitter.com/correranonimo


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CORREDORES ANÓNIMOS

HIDRATAÇÃO

O QUE BEBER ANTES, DURANTE E DEPOIS Num atleta, o estado de hidratação é sem dúvida um dos aspetos mais preponderantes no seu rendimento desportivo, assim como na sua saúde. Quando existe desidratação, esta reduz o rendimento em exercícios aeróbios, afeta o rendimento cognitivo e mental e aumenta o risco de doenças pelo calor (doenças cardiovasculares e respiratórias). Texto: Joana Almeida

A água é considerada como um tesouro para o ser humano, é o principal constituinte do organismo e é essencial para a vida. Num adulto, o total de água corporal é de 52 a 66% do peso do corpo, dependendo de vários fatores como a idade, o sexo e a quantidade de gordura corporal. (1) Muitos atletas têm dificuldade em manter-se hidratados durante os eventos desportivos, uma vez que a ingestão voluntária de fluídos é insuficiente para equilibrar as perdas hídricas. Por exemplo: um jogador transpira quando faz esforço físico num dia de calor ou num jogo/ treino. Estas perdas de suor podem chegar a três litros. No entanto, se falarmos num dia frio, o jogador vai ter perdas de

líquidos muito inferiores em relação ao dia de calor ou de um jogo. Cada desportista é diferente porque cada um tem diferentes formas de perder suor, diferentes oportunidades para beber líquidos durante os eventos desportivos, que variam de acordo com o clima ao longo da temporada. Assim, é de extrema importância otimizar uma correta hidratação prévia ao exercício e assegurar uma adequada reposição de fluídos após o mesmo, de modo a ir ao encontro com as necessidades específicas e preferências do atleta para o seu desempenho.

O que beber? O atleta pode beber água ou bebidas isotónicas, pois ambas ajudam a reduzir a desidratação. As bebidas isotónicas contêm hidratos de carbono que proporcionam energia durante treinos mais longos ou durante um jogo. Também são úteis depois de uma sessão de exercícios em que o atleta não sente fome, mas precisa recuperar as suas reservas de líquidos e energia. (2) Antes da competição Em competições longas, com temperatura ambiente e humidade relativamente elevada, o atleta deve reforçar a hidratação nas horas que precedem à competição. O ideal é iniciar a ingestão hídrica duas horas antes e não beber nos últimos 20 a


HIDRATAÇÃO

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30 minutos antes do início da prova, uma vez que não é desejável ter água no aparelho digestivo durante a competição porque causa desconforto e híperhidratação. Logo, a água excedente é rapidamente excretada. (3) Durante a competição Em suma, logo após o início da competição, o atleta deve hidratar, pois o mecanismo de sede subestima as necessidades. Deve-se fracionar as tomas e aproveitar os tempos mortos para hidratar. Nas provas longas, como maratonas, ciclismo ou triatlo, é preciso fornecer bebidas isotónicas. Estas bebidas contêm hidratos de carbono e minerais que são importantes e benéficas durante os exercícios de elevada intensidade com duração igual ou superior a uma hora. Recentes estudos mostram que a inclusão de cafeína nas bebidas desportivas poderá ser uma opção muito interessante, visto que não altera o estado de hidratação durante o exercício e ajudam a manter o rendimento desportivo. (3) Após a competição Logo após a competição, o atleta deve ingerir bebidas isotónicas com cerca de 60 g/L de glicose ou frutose e os principais minerais perdidos pelo suor (sódio, cloro, potássio, cálcio e magnésio). (3)

Referências: (1) Rodrigues SS, Franchini B, Graça P, de Almeida MD. A new food guide for the Portuguese population: development and technical considerations. J Nutr Educ Behav. 2006; 38(3):189-95; (2) Consensus Statement: Nutrition for football: the FIFA/F-MARC Consensus Conference, Journal of Sports Sciences; 2006;24(7):663-664; (3) Sawka, M.N., Burke, L.M., Eichner, E.R., Maughan, R.J., Montain, S.J., Stachenfeld, N.S. American College of Sports Medicine position stand. Exercise and fluid replacement. Med Sci Sports Exerc. 2007: 39(2), pp. 377-90.

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ENQUANTO CORRO

Correr para ficar em forma?

Tiago Marto

Fisioterapeuta e ex-atleta de Alta Competição de Atletismo

Provavelmente, uma das principais razões pela qual a maioria das pessoas (sem contar com atletas de competição) inicia a prática da corrida prende-se com o objetivo de ficar em forma. Ficar em forma, entenda-se, significa perder peso e/ou melhorar índices de condição física. Basicamente, a corrida tem como objetivo principal perder uns quilos que estão acumulados a mais e, em alguns casos, aproveitar para melhorar as capacidades cardiorespiratórias e musculares com vista à próxima competição.

No que diz respeito à perda de massa gorda, desde há muito tempo que se vem perpetuando o mito “se queres perder peso, insiste no cárdio.” E, normalmente, esse cárdio consiste em correr durante longos períodos de tempo a intensidades relativamente baixas. Os estudos que tem vindo a ser conduzidos nessa área comprovam, consistentemente, que a perda de peso se atinge de forma mais eficaz se recorrermos a exercícios de força e sprints. Estes tipos de exercício promovem, de forma mais concreta, a perda de gordura e, ao mesmo tempo, proporcionam um ambiente hormonal mais adequado para a perda de peso, promovendo um aumento da sensibilidade à insulina, uma redução do cortisol (hormona de stress) e aumenta, ainda, a hormona de crescimento e a testosterona (benéfico para as mulheres). Um estudo de 2008, publicado pela Medicine & Science in Sports & Exercise, dividiu 26 mulheres em três grupos em que o primeiro grupo se dedicava exclusivamente à prática da corrida cinco dias por semana, o segundo fez sprints de alta intensidade três dias por semana e o terceiro grupo foi instruído para não realizar exercício. Após 16 semanas de treino, os resultados foram esclarecedores: o segundo grupo perdeu quantidades significativas de gordura na zona abdominal e na coxa, enquanto o primeiro grupo, apesar de ter tido


ENQUANTO CORRO

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Na parte muscular, e como já expliquei brevemente na parte inícial deste texto, a corrida não é de todo a melhor opção. Basta olhar para o físico de um maratonista versus um velocista. algumas melhorias ao nível das condições cardiovasculares, não obteve melhorias significativas de perda de gordura relativamente ao grupo de controlo que não se exercitou. Esta situação verifica-se, principalmente, por duas razões: a intensidade da corrida contínua é relativamente baixa fazendo com que, dessa forma, o corpo não seja estimulado de forma suficiente e, também, porque uma grande percentagem de quem corre não realiza treino de força e/ou séries para complementar o treino de corrida.

E, em muitas das situações, a prática exclusiva da corrida leva ao aparecimento de desiquilíbrios musculares. O treino de força e sprints, como complemento, é o ideal para o fortalecimento muscular e redução de desequilíbrios musculares. Ao realizarmos este tipo de treino estamos a optimizar as fibras de contração rápida (“fast twitch fibers”) que, para além de poderem dar o auxílio em situações em que é exigida mais potência muscular (sprint final de uma corrida), também auxiliam na protecção articular.

No que diz respeito à melhoria das condições cardiorespiratórias e musculares, também aqui devemos parar para pensar e, quem sabe, alterar Obviamente, ao escrever este texto, não estou, de forma alguma, a desvalorizar alguns hábitos de treino. a corrida como exercício físico válido para atingir os objetivos a que nos Na parte cardiorespiratória, sem dúvida que o propomos. Eu próprio sou praticante treino de corrida é o mais adequado, mais não de corrida e consigo retirar da mesma seja por uma questão de espicificidade. Ou seja, se a competição é de corrida, o treino deve muitos benefícios. Mas devemos estar informados acerca da eficácia do tipo de ser o mais específico possível. Apenas tenho exercício que fazemos. Se queremos perder um ponto a acrescentar: no intuito de obter peso, o maior aliado é o treino de força as melhores adaptações e resultados com o treino, este deve ser diversificado. Diariamente, combinado, de forma correta, com treino é muito comum verificarmos algumas pessoas metabólico e cardiovascular! Se o nosso objetivo é a corrida, não nos devemos que realizam praticamente o mesmo treino. focar apenas em correr. O treino deve ser O treino para a corrida deve conter treino de diversificado e completo. Afinal de contas, corrida contínua, treino de força (com pesos e não há nada melhor do que fazermos o que não apenas o peso corporal), treino de séries, gostamos por muitos anos, sem lesões! rampas, etc. Ou seja, para o organismo atingir a adaptação correta para a corrida, o treino terá de ser muito mais do que corrida contínua de baixa/média intensidade. Bons Treinos.


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BEM-ESTAR

SÓ PRECISA DE 15 MINUTOS PARA ESTAR EM FORMA Editado pela Arena, «O Grande Livro de Treinos de 15 minutos», de Selene Yeager e a redação da Women´s Health, promete um corpo «mais sexy e firme» através de uma série de exercícios que englobam todo o corpo. Os autores do livro garantem que, em apenas um quarto de hora por dia, a nossa vida pode mudar em termos de bem-estar físico, mental e social. Texto: Pedro Justino Alves

«Não sei quantas vezes já

ouvi o clássico: “Bem que

gostava, mas onde vou arranjar tempo?”. Pois bem, 15 minutos, dos 1440 que o dia tem, é tudo o que precisa para se pôr em forma», garante Cristina Mitre, diretora da revista Women´s Health para Espanha e Portugal (20142016), ela própria corredora e autora do livro «Mulheres que Correm (Planeta). «Começar é sempre a parte mais difícil, por isso é importante ter uma rotina. Lembre-se se de que são precisos 21 dias para adquirir um hábito, portanto, para que o exercício tenha um espaço definitivo na sua agenda, nada como uma rotina monótona.»


BEM-ESTAR

A opinião de Mitre é acompanhada pela autora, que deixa logo o recado no início do seu livro: «Mas não precisa de uma hora para iniciar um plano de fitness que funcione. Nem precisa de meia hora! Vamos contar-lhe um pequeno segredo: para conseguir ter um corpo mais gracioso, atraente e saudável, só precisa de 15 minutos por dia!» Selene Yeager refere na Introdução que, segundo um estudo publicado em Outubro de 2010, na revista European Journal of Applied Physiology, «15 minutos de exercícios de resistência são tão eficazes como 35 minutos para conseguir elevar o consumo de energia durante um período de até 72 horas

depois do exercício, estando inclusivamente em repouso. (…) Um estudo publicado no International Jornal os Sports Medicine demonstrou que as mulheres que tentavam perder peso cumpriam muito melhor os planos de exercícios se o treino fosse dividido em rotinas de 15 minutos». A autora, juntamente com a redação da Women´s Health, criou assim um «revolucionário e superrápido programa para ficar em forma (…), foram concebidas cientificamente para serem igualmente eficazes e eficiente (…), cada segundo de exercício será integralmente aproveitado. Em vez de trabalhar durante mais tempo, trabalhará de modo mais rápido e inteligente».

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O que sustenta a credibilidade de todo o livro é ter recorrido a alguns dos principais nomes do Mundo Fitness da atualidade, que apresentam sessões vanguardistas que englobam todo o tipo de situações, inclusive para um quarto de hotel, para melhora o seu sexo ou para se livrar daquela incómoda dor de cabeça, por exemplo. Antes de entrar propriamente nas sessões de exercícios, Selene Yeager oferece vários conselhos para conseguirmos 15 minutos do nosso tempo, como desligar o Facebook ou fazer uma chamada em vez de enviar um SMS ou um mail. São conselhos que provam que, muitas vezes, a falta de tempo decorre da falta de organização. Por isso, este


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Rotina com o rolo de espuma CORREDORES ANÓNIMOS

BEM-ESTAR

Rotina com o rolo de espuma Se se exercitar bastante, no fim pode ficar literalmente esgotada. Os seus músculos vão desenvolver nódulos que a deixam rígida e dorida. Os rolos de espuma podem desfazer esses nódulos, pois proporcionam uma espécie de automassagem. Alongam os músculos, proporcionando um alívio imediato (e são muito mais baratos do que um massagista). COMECE POR AQUI Siga as indicações e massaje cada parte do corpo com o rolo entre 5 e 10 vezes. Se notar uma zona mais sensível, experimente começar abaixo da zona, subir até ela e suster alguns segundos antes de a massajar.

Tríceps sural A

• Sente-se no chão com as pernas esticadas e as mãos apoiadas atrás de si para suportar o seu peso. Coloque o rolo entre os joelhos e a parte superior da barriga das pernas.

B

• Faça rodar o rolo devagar ao longo da parte posterior das pernas para cima e para baixo, desde os joelhos até aos tornozelos.

REPETIÇÕES: entre 5 e 10.

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livro, além de deixar os leitores emOGrandeLivroDeTreinosDe15Minutos forma, acaba por242-267_rev.indd mudar 264 também a sua vida social, já que alterar os nosso hábitos é uma das consequências do Desporto.

A autora revela em «O Grande Livro de Treinos de 15 minutos» que, há alguns anos, corria durante uma hora por dia. Conseguiu perder volume, mas ficou «um pouco mais flácida, sobretudo na zona da barriga». Foi quando recebeu um conselho de um treinador de Atletismo: «Se quer eliminar calorias e queimar gorduras, trabalhe mais duramente, não durante mais tempo.»

Esta é a filosofia do livro editado pela Arena. «A ideia 21/04/17 18:02 de “quanto mais, melhor” não passa de uma perda de tempo: consegue que as pessoas se afastem dos seus objetivos para se porem em forma», chega a escrever Selene Yeager, que faz questão de ter um capítulo das perguntas mais frequentes para esclarecer todas as dúvidas dos seus leitores,


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Capítulo 12: ROTINAS PARA ALONGAMENTO E FORTALECIMENTO

Femorais

Quadríceps

A

• Deite-se no chão de barriga para baixo e coloque o rolo debaixo das ancas.

A

• Sente-se com a perna direita sobre o rolo, dobre o joelho esquerdo e apoie as mãos no chão atrás do corpo.

B

• Apoie-se na perna esquerda.

B

C

• Faça rodar o rolo para cima e para baixo desde o joelho até à parte inferior da nádega esquerda.

• Obrigue o rolo a rodar para cima e para baixo, desde a anca até ao joelho.

REPETIÇÕES: entre 5 e 10 com cada perna.

REPETIÇÕES: entre 5 e 10 com cada perna.

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além de explicar a razão das sessões de 15 minutos, OGrandeLivroDeTreinosDe15Minutos 242-267_rev.indd 265 sempre recorrendo aos mais recentes estudos científicos, que defendem treinos em intervalos de alta intensidade (os denominado e conhecidos HIIT) para as sessões cardiovasculares, por exemplo. Como é habitual, um capítulo dedicado a Nutrição também não foi esquecido pela autora.

Em relação aos exercícios, «O Grande Livro de Treinos de 15 minutos» apresenta os seguintes capítulos: «Rotinas corporais de 15 minutos», «Rotina para ancas, pernas e glúteos», «Rotinas para os braços», «Rotinas para o tronco», «Rotinas para todos os tipos de corpo», «Rotinas para praticar em qualquer sítio», «Rotinas para sexo incrível», «Rotinas regeneradoras» e

«Rotinas para alongamento e fortalecimento». Um dos 21/04/17 18:02 grandes méritos do livro é a sua apresentação. Visualmente é bastante apelativo e cada exercício é explicado ao pormenor, para que não haja dúvidas na sua execução. Cada rotina também merece um comentário, com Selene Yeager e a sua equipa a revelar os benefícios de cada uma.


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BEM-ESTAR

Rotina com o rolo de espuma Parte superior das costas

Parte exterior da anca e da coxa Cruze a perna direita sobre a esquerda para se apoiar.

A

• Sente-se no chão e coloque o rolo de espuma atrás de si. Entrelace os dedos atrás da cabeça e apoie a parte superior das costas sobre o rolo.

A

• Deite-se de lado com o rolo colocado debaixo da anca esquerda.

Evite rodar sobre a parte inferior das costas. B

B

• Contraia os abdominais e os glúteos e desloque-se lentamente para cima e para baixo sobre o rolo, desde os ombros até à zona média das costas.

• Contraia os abdominais e os glúteos para se equilibrar e rode lentamente para baixo, desde a anca até ao joelho. Mude de perna e repita

REPETIÇÕES: entre 5 e 10.

REPETIÇÕES: entre 5 e 10 com cada perna.

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Em resumo, somente é necessário um quarto de hora266 OGrandeLivroDeTreinosDe15Minutos 242-267_rev.indd para alterarmos por completo a nossa vida em relação ao nosso bem-estar físico e mental, como comprova «O Grande Livro de Treinos de 15 minutos». Deste modo, a principal desculpa de milhões de pessoas de que não têm tempo para treinar já não é

credível, simplesmente basta querer alterar a nossa postura perante a vida. A verdade é que, enquanto leu este artigo, hoje já teria terminado o seu exercício do dia. São apenas 15 minutos…

21/04/17 18:02

Não perca, no corredoresanonimos.pt, durante o mês de maio, as rotinas anti-idade («Rotinas Regeneradoras») e para fortalecer o abdómen («Rotinas para o tronco»), que podemos encontrar no livro «O Grande Livro de Treinos de 15 minutos».


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Capítulo 12: ROTINAS PARA ALONGAMENTO E FORTALECIMENTO

Ombro e flanco

Traseiro (músculo piramidal) AVISO: o músculo piramidal encontra-se atrás dos glúteos e é o responsável pela rotação externa da anca. Quando este músculo se contrai demasiado, pode inflamar o nervo ciático, o que provoca dor e intumescimento na parte inferior das costas ou nas pernas. Este alongamento pode ajudar.

A

A

• Deite-se sobre o flanco esquerdo com o rolo colocado sob a axila.

• Sente-se em cima do rolo de espuma, cruze a perna esquerda sobre o joelho direito e incline-se para a anca esquerda apoiando o peso sobre as mãos.

Cruze a perna direita sobre a esquerda para se apoiar.

B

• Contraia os abdominais e os glúteos para se estabilizar e rode lentamente para baixo, desde a axila até à parte inferior da anca. Troque de lado e repita.

REPETIÇÕES: entre 5 e 10 com cada perna.

B

• Muito devagar, mova a nádega esquerda sobre o rolo. Troque de lado e repita.

REPETIÇÕES: entre 5 e 10 com cada perna.

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TIAGO DIONÍSIO, O "FORREST GUMP" PORTUGUÊS Um, dois, três, quatro… 127, 128, 129… 356, 357, 358. Cansado? A contagem continua: 432, 433, 444… 542, 543, 544 e… 545! Este é o impressionante número, até ao momento, de Maratonas e Ultramaratonas finalizadas por Tiago Dionísio, o “O Colecionador de Maratonas”, “Forrest Gump” ou o “Papa léguas”, como é conhecido no meio da Corrida. O português começou a correr muito devido ao futebol, já que tinha técnica mas era muito lento. Desde então nunca mais parou, mesmo depois ter estado próximo da morte devido a duas… corridas! Texto: Pedro Justino Alves

ENTREVISTA


ENTREVISTA

Tem como epíteto «O Colecionador de Maratonas». Gosta desta particular alcunha? Já me deram várias alcunhas, como “Papa”, por correr tantas Maratonas, e “Papa léguas”, por correr tantos quilómetros. Não ligo muito às alcunhas. Sou apenas alguém que gosta muito de correr. Concretamente, quantas corridas tem no seu curriculum? À data de hoje tenho 545 Maratonas/ Ultras, concretamente 394 Maratonas e 151 Ultramaratonas. E, em média, quantas maratonas faz por ano? Quando comecei a correr, em 1994, e até 2006 corri um total de 80 Maratonas. Nos cinco anos seguintes fiz uma média de 20 por ano. Mais recentemente surgiu a oportunidade de fazer mais provas e, por isso, nos últimos cinco anos, fiz uma média de 75 Maratonas/Ultras por ano. Sempre registou as suas provas? Como sabe o número de corridas que fez na sua vida? Sim, tenho todas as minhas Maratonas e Ultramaratonas registadas num ficheiro Excel. Há uma necessidade sua de correr? É algo primordial para a sua vida. No extremo, é o ar que respira?

O desporto sempre fez parte do meu quotidiano. O desporto, em particular a corrida, é uma fonte de equilíbrio na minha vida e fundamental para o meu bem estar. Acredita que nasceu para correr? Não penso dessa maneira. A corrida tornou-se, ao longo dos anos e de forma natural, em algo que faço praticamente todos os dias. Faz parte da minha rotina diária. Mas o que a corrida tem de tão especial? Na corrida dependemos apenas de nós próprios e da nossa vontade, naquele dia

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pelo menos uma hora por dia. Depois, por razões familiares, mudei-me para os Estados Unidos e comecei a jogar futebol. A minha técnica futebolística não era má, mas era um pouco lento. Na altura, o meu treinador recomendou que praticasse atletismo para melhorar a forma física. O meu gosto pelo atletismo começou nesse momento, aos 14-15 anos. Tem consciência do exato momento em que o “bichinho” da corrida se instalou de vez na sua vida? Tudo surgiu de forma natural e de forma gradual. Comecei por correr distâncias curtas e mais rápidas, como os 200,

Na corrida dependemos apenas de nós próprios e da nossa vontade, naquele dia e naquela hora, de calçar os ténis e pôr um pé à frente do outro. O que retiramos da corrida e os resultados que alcançamos são fruto do investimento que nós próprios fazemos. Dependem, acima de tudo, de nós. e naquela hora, de calçar os ténis e pôr um pé à frente do outro. O que retiramos da corrida e os resultados que alcançamos são fruto do investimento que nós próprios fazemos. Dependem, acima de tudo, de nós. Quando e como tudo começou? Comecei a praticar desporto de forma regular aos 10 anos, quando entrei no Colégio Militar. Durante os três anos seguintes praticava desporto


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400 e 800 metros. Quando regressei a Portugal, aos 18 anos, comecei a treinar entre 45 minutos e 1 hora, praticamente todos os dias, perto da casa dos meus pais. Era uma boa maneira de estar em forma e de aliviar o stress dos estudos da faculdade. Aos 20 anos fiz a minha primeira Maratona, em Lisboa. Com 24 anos, e já a trabalhar, fiz a minha primeira Maratona internacional, em Londres. O meu primeiro ordenado foi para pagar a minha ida à Maratona de Londres. E como os seus pais olham para esta sua “mania”, no passado e no presente? Os meus pais sempre me proporcionaram a

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oportunidade de praticar desporto, algo que lhes estou eternamente grato. Não creio que eles pensassem que pudesse correr tantas Maratonas, mas julgo que, hoje em dia, têm orgulho na pessoa em que me tornei de uma forma geral, mais do que no corredor que também sou. Na infância, tinha corredores como ídolos? Por exemplo, Carlos Lopes, Rosa Mota, etc. Vivi a maior parte da minha juventude nos Estados Unidos e não acompanhei de perto as carreiras do Carlos Lopes e da Rosa Mota. Como é óbvio são grandes referências para nós, portugueses, e, em particular, para quem gosta de atletismo,

como é o meu caso. E a sua família? Apesar da sua mulher ser também corredora, ela partilha da sua “loucura”? A minha mulher também gosta muito de correr e isso ajuda a compreender a minha paixão pela corrida. É graças ao seu apoio que consegui chegar às 500 maratonas! Como consegue conciliar treino, trabalho e família? Um amigo meu do Clube do Stress costuma dizer que arranjamos sempre tempo para fazermos aquilo que é mais importante para a nossa vida. Por vezes, isso significa dormir menos ou abdicar de outras coisas que, se calhar,


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gostaríamos de fazer. É tudo uma questão de prioridades e de nos sabermos organizar. Já correu 13 Maratonas em 11 dias. Muitos especialistas defendem que deve haver um intervalo de três meses entre Maratonas. Você contraria essas análises, faz crer que não passam de “mitos urbanos”. Ou não? Cada um tem de descobrir o seu próprio equilíbrio. Por vezes, isso é bastante difícil e demora vários anos. Quando comecei a correr Maratonas, há mais de 20 anos, fazia uma ou duas por ano. Mais tarde esse número aumentou para uma dezena e, conforme referi, hoje em dia esse número é muito superior. Julgo que o problema de muitos corredores é que querem fazer as coisas muito rapidamente. Nos nossos dias há muitas provas e a tentação é tentar fazer o máximo de competições possíveis, mesmo tendo pouca experiência. Não recomendo fazer o número de provas que faço por ano, mas não comecei “ontem”… Por outro lado, a larga maioria das provas em que participo hoje em dia são feitas a ritmo de treino e a pulsações cardíacas muito baixas. Para além da experiência dos anos de corrida, esse também é um fator importante para ajudar na recuperação.

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Qual é o segredo para tantas corridas? Só treino ou há algo mais? Não há segredos. Sempre adotei a ideia de que prefiro treinar muito e “sofrer” nos treinos do que treinar pouco e depois sofrer nas provas. A

desidratação extrema no final da Western States. Claro que fiquei assustado com o que aconteceu e lembro-me disso quase todos os dias. O mais importante foi ter aprendido a lição: não ultrapassar os limites do ser humano. Na

regularidade do treino é um fator muito importante que permite estar sempre bem preparado antes de todas as provas.

altura ultrapassei o meu limite e não desisti da prova. Hoje em dia provavelmente teria ficado pelo caminho e não teria acabado a Western States.

Esteve próximo da morte em 2006, devido a duas ultramaratonas realizadas no intervalo de uma semana. Se isso não o assustou, o que o assusta? Fazer a Comrades (89km) na África do Sul e a Western States (160km) na Califórnia era um objetivo que tinha. Consegui realizá-lo, mas ia-me custando caro. Tive uma insuficiência renal e uma

Ainda continua a fazer Ultramaratonas? Porque a necessidade de ir além dos 42,195 km? Sim, continuo a fazer Ultramaratonas. No entanto, tento não ir muito além dos 50 ou 60km, até porque a maioria dessas provas é em Trail e demora muito tempo a completar. A distância máxima que tenho feito nos


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manhã, normalmente das 6h00 às 7h00. Depois vou ao ginásio fazer remo e/ou elíptica durante 45 minutos ou uma hora; ou, se tiver oportunidade, vou ao final do dia. Nunca tive um treinador. Onde costuma correr habitualmente? Corre sozinho ou acompanhado? Costumo sair de casa a correr e ir até ao Estádio Universitário. Dois dias por semana treino acompanhado e nos outros corro sozinho. O corredor Tiago Dionísio é mais forte do que o homem Tiago Dionísio? Correr longas distâncias exige disciplina, dedicação e espírito de sacrifício. As lições que retiramos da corrida são aplicáveis na vida quotidiana e vice-versa.

últimos anos é 89km, na Comrades, que é a minha prova preferida. Faz parte do Clube do Stress. Qual a importância de ser um membro desse grupo para as suas performances? O Clube do Stress é um grupo de amigos que partilha o gosto pelas corridas. A amizade entre os membros do grupo vai muito além das corridas. Vários dos membros mais antigos viram como tornei-me homem e são para mim como irmãos mais velhos. É uma honra

pertencer ao Clube do Stress desde 1993, quando tinha 19 anos, e tento honrar sempre a camisola azul do Stress. Em média, quantos quilómetros treina por semana? E como é a sua semana típica de treinos? Hora dos treinos, se faz ginásios, corre com treinador, etc. Hoje em dia treino pelo menos 100km por semana. Com o número de provas que faço, o número de quilómetros por semana por vezes é bastante superior. Treino sempre de

O português gosta de correr? Julgo que a maioria da população portuguesa continua a preferir outro tipo de desportos para além da corrida, nomeadamente os desportos coletivos. Acredita que ainda estamos a viver o “boom”/a moda da corrida ou é algo que já está inserida na sociedade portuguesa? Correr está na moda e há cada vez mais portugueses a tornar a corrida um hábito quase diário. Acho isso ótimo!


ENTREVISTA

Como analisa esta “explosão” da corrida? Sendo um amante da modalidade há anos, o que sente ao ver “a” sua modalidade ganhar o reconhecimento popular? O facto de haver tantas provas hoje em dia é um fator de motivação para as pessoas treinarem de forma mais regular e de cuidarem mais da sua saúde. Será interessante ver quanto tempo dura esta “moda” da corrida, mas espero que seja por muitos anos! Tem alguma prova que recorde com mais carinho? Porquê? Recordo-me bem da minha primeira Maratona internacional, em Londres. A Maratona de Londres é conhecida por ser o evento desportivo no Reino Unido de maior angariação de fundos para caridade. A maioria dos atletas compromete-se angariar donativos de empresas, familiares e amigos e ajudar a sua instituição de caridade preferida. Todos os anos são angariadas várias dezenas de milhões de libras na Maratona de Londres. Em 1998 fui a Londres com os meus amigos do Clube do Stress e, na altura, não sabíamos bem o que era isso de “correr por uma causa”. Ver tanta gente a correr para ajudar o próximo deu-nos uma visão diferente da corrida. O Clube do Stress adotou a ideia de “correr por uma causa” na Meia-maratona da Ponte 25

de Abril durante vários anos e também angariamos bastante dinheiro para algumas instituições em Portugal. A Maratona de Londres é a que eu mais gosto de correr. Qual o seu melhor tempo na Maratona? E onde foi e quando? Esperava alcançar o tempo ou foi uma surpresa? O meu melhor tempo na Maratona é 2h42, em Londres, no ano de 2001. Para ser sincero, já não me lembro muito bem desse dia… Imagino que corre por prazer. Mas a corrida é sinal de sacrifício, entrega e… dor. Como explica essa aparente contradição? Julgo que, no fundo, a maior parte das pessoas se sente mais feliz e realizada quando alcança algo de importante na sua vida com sacrifício, entrega e, por vezes, dor. Isso aplica-se na corrida, mas acima de tudo aplica-se na vida quotidiana. Qual prova sonha em fazer? E aquela que gostaria de não ter feito? Gostava de um dia poder fazer o World Marathon Challenge. A prova consiste em correr 7 Maratonas nos 7 continentes em 7 dias. A questão principal é que a inscrição na prova custa 35 mil euros, já que implica viajar pelos sete continentes durante uma semana. Teria que arranjar um patrocínio...

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De resto, não tenho nenhuma prova de que não gostaria de ter feito. Claro que houve algumas que foram mais difíceis de terminar ou onde a vontade de correr não era assim tanta, mas todas elas serviram para aprender algo de diferente. Por fim, qual a sua opinião sobre a obsessão do Homem em correr a Maratona em menos de 2h00? Julgo que o facto de termos duas marcas desportivas a investirem tanto tempo e dinheiro nos seus atletas para ver quem consegue bater as 2h00 na Maratona numa pista de automobilismo é mais uma manobra de Marketing do que outra coisa. Preferia ver isso numa Maratona como Berlim ou Chicago, que têm percursos muito rápidos. No entanto, o ser humano está sempre à procura de se superar a si próprio e correr a Maratona em menos de 2h00 vai acontecer mais tarde ou mais cedo.

Não perca em maio, no corredoresanonimos.pt, a opinião de Tiago Dionísio sobre as Majors, mas também sobre a Maratona de Lisboa e Porto. Conheça também a prova que o “Papa léguas” mais gota de correr…


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Cons-ciência Running Reflexão sobre a corrida

Rui Fortuna

Formador EXS LAB – Excercise School Personal Trainer Virgin Active Oeiras Este breve artigo propõe uma reflexão no sentido de ajudar o leitor-potencial-corredor, partilhando informação no que concerne à demanda biomecânica da sua prática desportiva. Procurarei fazê-lo da forma mais simplificada possível, sendo que baseio a minha prática profissional, como treinador particular, em ciências indispensáveis à compreensão da motricidade humana – fisiologia muscular, fisiologia articular e neurologia. O domínio destas é essencial, bem como a capacidade de integração de outras áreas de conhecimento, tal como a física e a sua descendente biomecânica. Apresentarei esta temática numa perspetiva de sustentabilidade do corpo, no sentido de poder continuar a correr por muitos mais anos,

tentando minimizar o prejuízo fisiológico inerente. Considero fulcral ter consciência do potencial adaptativo da atividade, isto é, sabermos a que fatores expomos o nosso corpo e como a eles reagimos. Esta necessidade de análise surge na sequência de conclusões de diversos estudos, com taxas extremamente elevadas (acima dos 75%) de incidência de lesões nos corredores, pelo menos uma vez anualmente. Abordarei os processos que nos permitem estimular o corpo, preservando a integridade de suas estruturas e evitando assim a lesão.


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A CORRIDA Atualmente, a corrida é uma das atividades mais recomendada pelos médicos, seja para saúde como para perda de peso, prometendo proporcionar bem-estar físico e mental. Considero bastante imprudente esta generalização, sem antes avaliar e considerar detalhadamente as características da pessoa em questão, e só depois, então, ponderar os riscos/benefícios para garantir uma adequada preparação para a atividade.

A VIDA-CORRIDA Na sociedade ocidental na qual vivemos, a norma de vida “apressada” e exigente, instalou um conjunto de problemas de saúde (física/mental) transversais ao “mundo civilizado”. Este estado frágil da saúde pública é consequência de um estilo de vida sedentário, padrões de sono alterados e de uma dieta alimentar desajustada, com a ingestão exagerada de alimentos processados em detrimento dos produtos frescos.

Correr é uma necessidade primitiva dos mamíferos caçadores-recolectores. Por definição é um exercício de alto impacto, isto porque implica uma fase de voo, que comporta grandes variações inerciais – acelerações positivas e negativas. Facilmente sujeitamo-nos a forças com magnitudes que triplicam o nosso peso corporal, ou seja, são elevadas forças de impacto, e, recentemente, correr tem vindo a ser associado a uma grande prevalência de patologias ortopédicas. Por tudo isto devemos estar bem preparados para evitar lesões. É essencial, portanto, considerar a exigência mecânica da prática da corrida per si e adaptá-la à capacidade do praticante.

Os contextos interativos corpo-mundo exterior alteraram-se radicalmente e, mesmo para os fisicamente ativos, a predisposição ao over-training ou lesão é uma realidade. A atual conjuntura social tem uma série de agentes de stress fisiológico que não existiam anteriormente. Com estas informações reunidas, verificamos que a pergunta que se impõe para prática da corrida é a seguinte: Para quem e com que objetivo? Recomendo sempre o questionar sobre qual o exercício que se adapta às minhas necessidades. A esmagadora maioria da população portuguesa não tem na sua vida qualquer histórico desportivo e/ ou hábitos de exercício físico. Portanto, será prudente não assumir, à priori, que estamos


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preparados para um correr saudável. Terão que ser as necessidades a definir os objetivos… Procuremos soluções! O COMEÇO A melhor forma de começar a preparação para a corrida é ter métodos que nos

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que devemos procurar informação e aconselhamento junto de profissionais especializados, de forma a conseguir uma adequada e eficaz evolução. Com esta perspetiva responsável, “começar bem” significa realizar uma avaliação física. Este será o momento onde é analisado o seu estado inicial. Mais do que seguir um estandardizado protocolo, devem ser utilizados métodos avaliativos individuais que permitam reunir o máximo de informação sobre o seu estado morfológico, funcional e também emocional, considerando o nosso sistema nervoso central como parte integrante do processo. De forma a conseguir todos os grandes benefícios oferecidos pelo exercício físico, devemos respeitar a nossa condição e respetivas adaptações dos vários sistemas biológicos. Isto contemplará um estratégico processo mental que me ofereça um espectro de estimulação apropriada e uma consequente evolução das minhas capacidades, adequando o elevar da minha tolerância a este contexto de forças.

Inter-Individualidade: a chave Cada corpo é tão específico e individual, e reage de diferente forma ao treino, podendo proporcionem alterar-se ou ser sensível ao ambiente e emoções que o afetam. Além de gerir mais e melhor ações musculares envolvidas, velocidade/ saúde funcional, garantindo assim melhor amplitude de execução e sistemas energéticos qualidade de movimentos e solicitados, é fundamental saber submeter o nosso corpo a uma dose adequada de treino, performance. respeitando também a nossa genética, passado desportivo, hábitos alimentares/estilo de vida, Do ponto de vista biomecânico, metabolismo, objetivos/necessidades pessoais quanto melhor eu avalio o sujeito, e potencial de adaptabilidade. Após tecer esta maior a probabilidade de sucesso. Isto “teia” de considerações da individualidade requer, por parte do treinador, entender o complexo funcionamento da sua motricidade. biológica de cada corpo, teremos reunidas condições para um “running to wellness”. É fundamental ter presente que o exercício No sentido de não inverter o objetivo da prática físico é extremamente invasivo, pelo


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desportiva é imperativo preservar as estruturas nela envolvidas, evitando a transformação da vacina em veneno! O objetivo é conseguirmos o efeito vacina do exercício físico. O DESAFIO O desafio é ter um novo ângulo observacional sobre o tema, sob o qual abandonaremos a máxima quantitativa de que “mais é melhor” e nos aproximaremos de uma nova abordagem qualitativa, onde estudamos a complexidade do corpo humano e decidimos conscientemente sobre o que nos leve ao exercício seguro. A importância do “saber” sobre o “fazer” Deste modo, teremos que entender profundamente as regras do corpo humano, neste caso as estruturas articulares solicitadas, bem como suas funções e comportamentos mecânicos, e só após a avaliação destes e recolha de informação conseguimos realmente prepararmo-nos e ter garantias para a boa prática da atividade. Respeitar as qualidades artrocinemáticas envolvidas (performance interna dos sistemas articulares e musculares orquestrados pelo sistema nervoso central) será a chave para o sucesso da sua performance externa. Pretendemos com isto evitar tornar a dose biomecânica resultante do running, num veneno biomecânico. PREPARAÇÃO E OTIMIZAÇÃO O treino de força é um excelente coadjuvante no otimizar do sistema muscular e articular e será um fator principal para preparar o seu corpo para exercícios com mais impacto. Este processo servirá para, treino a treino, avaliar e estimular de forma específica e apropriada, reforçando estas estruturas, melhorando as partes e, consequentemente, o todo. Esta será a vacina do runner. Ao avaliar as forças externas impostas pela corrida, verificamos que, por exemplo, na extremidade inferior, os complexos articulares mais envolvidos são a anca, joelho e tornozelo.

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A otimização passa por melhorar a operacionalização das particularidades neuromusculo-articulares de cada corpo. Avaliamos estas questões com a relação entre o seguinte: Disponibilidade articular, Controlo muscular e a Tolerância como denominador comum. Este procedimento merece um artigo dedicado ao tema, que deixarei para um futuro próximo.

Vejamos que músculos temos a avaliar e estimular, em cada articulação da extremidade inferior solicitada na corrida: COXO-FEMURAL Gluteus Maximus, Médio e Minimus, Tensor Fascia Lata, Pectinius, Rectus Femoris, Psoas Major, Iliacus, Piriformis, Gemelo superior e inferior, Obturador interno e externo, Quadratus Femoris, Adductores Longus, Magnus, Brevis, Bicep Femoris longa porção, Semitendinosus, Semimembranosus, Gracilis, Sartorius.


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JOELHO Bicep Femoris porções curta e longa, Semitendinosus, Semimembranosus, Gracilis, Sartorius, Popliteus, Gastrocnémius, Rectus Femoris, Vastus Lateral, Vastus Intermedio, Vastus Medial, Tensor Fascia Lata, Plantaris. TIBIO-TARSICA Gastrocnémius Medial e Lateral, Sóleo, Plantaris Delgado, Flexor Longo dos Dedos, Flexor Longus do Hálux, Tibial Posterior, Tibial Anterior, Extensor Longo dos Dedos, Extensor Longus do Hálux, Fibular Terceiro, Fibular Longo, Fibular Curto. No que se refere à saúde articular, devemos ter presente que esta deve ser uma necessidade presente em todas as prescrições. A nutrição e reparação das superfícies cartilagíneas dependem do processo de imbibição, em que a magnitude e duração (dose) das forças sofridas são determinantes para a adaptação desejada ou excessiva. As estruturas passivas da articulação – cápsula e ligamentos – são a última linha de proteção de movimento inadequado. Assim sendo, temos os músculos que as controlam a assumir um papel dominante do movimento articular. Neste contexto, recomendo vivamente a leitura sobre este assunto do artigo escrito pelo Nuno Pinho no número anterior da revista, sobre a importância do treino de força da extremidade inferior. Para concluir, perspetivando o exercício físico seguro e por uma melhor saúde, teremos que alicerçar o nosso modus operandi nesta consciência de não maleficência e considerar seriamente a capacidade da pessoa. Na prática é ajustar o exercício à pessoa e nunca o contrário. Analogamente será a dose certa com o princípio ativo apropriado, onde a lógica é ficar em forma para correr e não correr para ficar em forma!

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O futuro do exercício passará por conhecer e respeitar cada vez mais o corpo e, a partir daí, surgirá a melhor qualidade da estimulação. Só migrando para uma nova “visão” do exercício físico, focada na performance interna, estaremos “alavancados” para mais rendimento e menos lesões.

Advertência O presente artigo está protegido ao abrigo do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos. A utilização não autorizada – além do uso como breve citação em artigos e críticas – pode configurar a prática de um crime de usurpação ou contrafação (arts. 195º e 196º do CDADC) para além de incorrer em irresponsabilidade civil conducente a um pedido de indemnização.

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PAI E FILHO “AO SABOR DO VENTO” Luís Ferreira, responsável pela empresa de balonismo “Ao Sabor do Vento”, é um dos principais pilotos de Portugal. O “alentejano”, como é conhecido (entre outras alcunhas…), compartilha a sua paixão de voar num balão de ar quente com o pai, um agricultor de Alter-do-Chão que encontrou um novo olhar de vida ao lado do filho. Texto: Pedro Justino Alves

Próximo dos três mil metros, Luís Ferreira olha com cuidado para as linhas das estradas. É verdade que as pessoas e os animais parecem pontos minúsculos, difíceis de distinguir, mas conseguimos diferenciar os carros com relativa facilidade. Com destreza, Ferreirinha, como é conhecido no meio do balonismo, descobre no emaranhado de veículos o seu “carro resgate”, conduzido pelo seu pai, Manuel.

«Ele gosta sempre de chegar antes do balão aterrizar. Fica mesmo chateado quando isso não acontece», refere entre risos o filho, com 13 anos de balonismo, mais de 1200 horas de voo, um dos principais pilotos do nosso país, vencedor, por exemplo, da Travessia a Portugal em Balão, mas com presenças também em diversas provas no estrangeiro, seja em festivais, seja em campeonatos, como o espanhol ou o europeu. A relação familiar no balonismo


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começou há pouco tempo. Antes, e durante cerca de dez anos, Luís Ferreira levava consigo a sua mulher, Paula, que, no entanto, ficou grávida e teve de ficar com a filha em terra. Entre chamar um amigo ou o pai, a escolha de Ferreirinha foi imediata. «Ainda hoje, quando digo que vou a um festival, os meus amigos pedem para os levar. Mas não os ouço, levo sempre o meu pai.» Ferreirita, mais um nome pelo qual Luís Ferreira é conhecido, admite

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que o seu pai é outro desde que começou a acompanhar os seus voos. Agricultor desde sempre, Manuel Ferreira teve a oportunidade de conhecer diferentes terras e vivências após acompanhar o seu filho. É notória a vivacidade que corre nos seus olhos, a juventude que acompanha os seus passos e os seus gestos, a alegria na sua conversa, o orgulho por estar a fazer algo diferente. Mas Ferreirinha confessa também que ganhou muito com a

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companhia do seu progenitor. «Ele dá-me segurança, é uma pessoa extremamente carinhosa, é o meu melhor amigo, chama-me a atenção em determinados momentos sem nunca ultrapassar o limite da minha liberdade… Por exemplo, meu pai evita que eu me perca em noitadas, algo que provavelmente aconteceria se estivesse com alguns dos meus amigos. Em resumo, ele dá-me a tranquilidade necessária para esta profissão.» Luís Ferreira emociona-se quando fala do seu pai. De imediato as suas recordações levam-no para o Kosovo, em 1999, quando recebeu uma distinção por ser o militar mais novo das Nações Unidas no teatro das operações do agrupamento formado por Portugal, Espanha e Itália, num total de 2500 militares. Na altura, o seu pai foi internado devido a uma doença crónica muscular e Ferreirinha soube da notícia através de um

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telefonema para um café da terra, já que, em casa, os familiares evitavam dar a má notícia. Mas a verdade é que teve conhecimento e foi obrigado a conviver com o terror da guerra e o terror da doença do pai.

«A vida do meu pai não foi fácil. Para dar estudos aos seus filhos teve de sofrer muito, ainda mais sendo agricultor. De certo modo, trazê-lo comigo é um agradecimento por tudo o que ele fez, um pedido de desculpas por não estar ao seu lado no momento mais complicado da sua vida.» O alentejano fica contente por notar que o seu pai está diferente, «mais vivo», mas também é notória a cumplicidade entre os dois, as brincadeiras entre ambos, o cuidado que um tem com o outro. Luís Ferreira sente-se ainda mais feliz por ter sido o balonismo a dar essa oportunidade aos dois.


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Quando, no paraquedismo, começou a sua formação na modalidade, em 2004, jamais imaginou que seria o balão de ar quente que uniria ainda mais a relação com o seu pai, aproximando assim dois dos amores da sua vida.

Os custos do balonismo

Portugal, procuramos fazer com que o cliente sinta o que é viver o balonismo, ele ajuda na aterragem e no desembarque, a encher o balão, a montar o cesto, a arrumar o material, etc. São conceitos totalmente distintos. Temos inclusive piqueniques em Portugal após os voos, por exemplo.»

Apesar de cerca de 1200 horas de experiência, Luís Ferreira não vive do Ferreirinha ainda festeja balonismo, mas para o cada voo como do primeiro balonismo. A vida do piloto não é fácil, já que, segundo ele, se tratasse. É visível que o balonismo faz parte do seu é necessário «gostar muito» “Eu”. Apesar das inúmeras da modalidade, que exige paisagens que já viu no ar, muito dos seus praticantes. continua a tirar inúmeras Deitar tarde e acordar de selfies da cesta, fotos madrugada é apenas um e a gravar imagens, um ínfimo pormenor dos que sentimento semelhante ao de envolvem um voo, que exige uma logística enorme, algo de uma criança a ganhar a sua prenda de sonho. que raramente os tripulantes têm noção. Assim como não têm noção de que os voos, ao «Já voei na Suíça, França, Espanha e em outros lugares. redor de 160 euros, não são Mas Portugal continua a ser caros, como muitos acusam. onde mais gosto e aprecio de voar, uma opinião partilhada «Um balão, em média, custa por inúmeros pilotos cerca de 30 mil euros. Temos de acrescentar ainda o seguro estrangeiros. Não só devido às paisagens, mas também e a inspeção anual, a licença de voo, que é renovada de dois pelo clima, pelas pessoas, pela gastronomia.» em dois anos, o combustível para o “carro resgate”, assim como o condutor e o gás para O alentejano tem em Bragança a sua “base terrestre”. É lá que o voo... Ou seja, há diversas encontramos a única empresa variáveis que encarecem o preço final. Temos, em média, de balonismo sediada acima do Rio Tejo, concretamente um lucro de 10, 15%. Para “Ao Sabor do Vento”, que termos uma ideia, na Turquia, na Capadócia, os voos custam está a formar um futuro piloto, Manuel Fernandes. cerca de 220, 250 euros. E Ao contrário do Algarve e levam dezenas de pessoas principalmente do Alentejo, nos seus cestos. Aqui, em

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meca do balonismo nacional, com o seu festival anual, um dos melhores da Europa, aqui as montanhas acabam por dificultar o voo, mas, ao mesmo tempo, trazem uma beleza invulgar ao passeio, algo raro de ver no resto do país. Apesar de ser alentejano, Luís Ferreira aprendeu a gostar das caraterísticas únicas do nordeste português, uma região realmente diferente vista do ar. E é precisamente do ar que Ferreirinha procura a sua “bússola”. Entretanto, o balão aterra e o “carro resgate” de Manuel Ferreira ainda não chegou, algo que acontece cerca de cinco minutos depois. O ainda agricultor sai do veículo chateado e frustrado. «Ele fica mesmo chateado com os atrasos», sorri Ferreirinha, que, de imediato, vai consolar o pai. Apesar dos encantos do ar, há gestos e cumplicidades que apenas podemos ter e viver em terra.

Durante o mês de maio, o site corredoresanonimos.pt vai sortear uma viagem de uma hora de balonismo em Bragança para duas pessoas, oferta da empresa Ao Sabor do Vento


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A FORÇA ESTÁ EM QUEM CORRE Depois de «Star Wars – A Trilogia de Thrawn», a Planeta oferece mais uma prenda para os amantes da saga estelar, concretamente «Star Wars – Trilogia do Império Negro», de Tom Veitch (argumento) e Cam Kennedy (ilustração), um dos pilares da sustentação da franquia. Mas a editora não esqueceu dos mais novos e também lançou «Star Wars: Academia Jedi», de Jeffrey Brown, uma BD ao estilo de «O Diário de um Banana». Texto: Pedro Justino Alves

Para muitos, «Star Wars – Trilogia do Império Negro» foi o principal responsável pela expansão do Universo Star Wars, ainda mais do que «Star Wars – A Trilogia de Thrawn», embora não possamos retirar o valor deste último. Mas a verdade é que, aquando do seu lançamento, em 1991 (a edição da trilogia terminou em 1995), esta singular BD abriu um “Cosmo” até então raro de termos, proporcionando aos admiradores e simpatizantes da saga o acompanhamento das histórias após o filme «Star Wars: O Regresso de Jedi». «Star Wars – Trilogia do Império Negro» decorre pouco tempo depois dos acontecimentos de «Star Wars – A Trilogia de Thrawn». É fácil verificar, aliás, nos

dois volumes editados pela Planeta, como a BD foi fundamental para abrir o até então “fechado” Universo da saga, já que nem tudo era possível de contar nos filmes. As histórias presentes são inúmeras e ao leitor cabe o prazer de conhecer as tramas que não foram descortinadas nos filmes, por exemplo. Apesar de revolucionário aquando da sua edição, a verdade é que «Star Wars – Trilogia do Império Negro» pode parecer nos nossos dias uma BD ultrapassada, principalmente a nível gráfico. A verdade é que os comics sofreram alterações profundas na última década e é impossível não constatar esse choque visual. É assim portanto imprescindível que o leitor tenha a consciência

de que tem em suas mãos um clássico da BD, uma obra “datada” mas nem por isso de menor valor, pelo contrário. Todo o dinheiro investido na sua compra é mais do que justificável.


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A história decorre seis anos depois da Batalha de Endor. O Império procura reerguer-se através de um novo líder, com Luke Skywalker a ser novamente o responsável pela manutenção da Paz, embora isso obrigue mais uma vez a uma luta interna contra o lado negro da Força. Entretanto, Leia está grávida e cabe a Solo muito da responsabilidade em comandar os rebeldes, numa história plena de ação e intriga.

«Star Wars – Trilogia do Império Negro» “apresenta” muito do que hoje sustenta a saga que continua a apaixonar milhões e milhões de pessoas, seja a nível de personagens como de planetas. O Universo desta franquia deve muito ao argumento e ilustrações desta BD, a sua popularidade, o enorme imaginário popular que foi criado ao seu redor, que foi mais além, como se

isso fosse possível, dos filmes de George Lucas. Um clássico obrigatório para os reais amantes de Star Wars. Após a intensidade de «Star Wars – Trilogia do Império Negro», nada melhor do que ler o peculiar humor de Jeffrey Brown. Após a Planeta ter lançado os quatro pequenos livros humorísticos também referentes ao Universo da saga (os dois primeiros vencedores do Eisner Award para Melhor Publicação de Humor, respetivamente em 2013 e 2014), chegou a hora de entrarmos no primeiro volume de três do também aclamado livro «Academia Jedi», onde acompanhamos o primeiro ano na escola de Roan Novachez, um jovem desiludido por não ter entrado na conceituada Escola Preparatória da Academia de Pilotos. Todavia, o protagonista vai no fundo encontrar o seu Eu precisamente na Academia Jedi, em Coruscant, um local que tem, como mestres, Yoda (sim, esse mesmo…), por exemplo. Oportunidade única também para aprender a utilizar o sempre desejável sabre de luz… Jeffrey Brown aborda em «Academia Jedi» os difíceis anos escolares, as amizades e as inimizades, os trabalhos de casa, a incompreensão e a rebeldia, os momentos insignificantes que, mais tarde, acabam por determinar

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quem nós somos. Como é natural, o autor versa todos estes temas de uma forma muito particular, já que a ironia está sempre presente, o que torna a leitura bastante prazerosa, tanto para o público infantojuvenil como para o mais adulto. É de aplaudir as situações criadas por Brown, que, em entrevistas, garantiu que foram muitas retiradas da sua experiência pessoal, o que comprova que, tanto no passado como hoje, tanto na Terra como em outro Planeta, a escola é sempre marcante na vida de qualquer Homem (ou extraterrestre…).

No mês de maio vamos fazer um Passatempo, no site corredoresanonimos.pt, do livro «Academia Jedi», de Jeffrey Brown, editado e oferecido pela editora Planeta


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