PEQUENO-ALMOÇO Treinar ou não treinar sem ele, eis a questão!
10 KM Os Dez Mandamentos
Março 2017 Mensal www.corredoresanonimos.pt
O ABC DA EDP MEIA-MARATONA DE LISBOA
Foto: @Maratona Clube de Portugal
Mapa
SUMÁRIO EDP MEIA-MARATONA DE LISBOA
4–7 8–15 A IMPORTÂNCIA DO PEQUENO-ALMOÇO
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FICHA TÉCNICA Diretor Pedro Justino Alves Redação Ana Borges Design e paginação Bárbara Alves & Ian Estevens hola@elrucanonim.com
10 KM
Morada Rua Ferreira Lapa, n.º 2 – 1.º andar 1150 – 157 Lisboa Número de contribuinte 199003092
18–19 NINTENDO SWITCH
Contatos (redação e publicidade) Telemóvel +351 964 245 271 Endereço eletrónico mail@corredoresanonimos.pt Colaboradores fixos Carlos Soares Colaboradores da presente edição Marco Pereira– Personal Trainer e proprietário da MPersonal Studio www.facebook.com/mpersonalstudio N. de registo na Entidade Reguladora para a Comunicação Social: Estatuto editorial disponível online
PAUL AUSTER
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AQUECIMENTO
PEQUENO-ALMOÇO NÃO SAIA DE CASA SEM ELE Milhares de corredores abdicam do pequeno-almoço antes da corrida matinal, um erro quepode causar alguns riscos, como a hipoglicemia, ou seja, a queda abrupta das taxas de açúcar no sangue, o que provoca mal-estar e tontura. A nutricionista Sara Marques dos Santos, coautora do livro «As Manhãs da Leonor – Pequenos-almoços e snacks saudáveis, rápidos e caseiros» juntamente com Leonor Seixas (Esfera dos Livros), explica os motivos pelos quais não podemos sair para o treino de barriga vazia.
Texto: ©Pedro Justino Alves
AQUECIMENTO
Sara Marques dos Santos explica de imediato que o pequeno-almoço «é fundamental para fornecer a energia e os nutrientes necessários para o nosso dia-a- dia», uma certeza e constatação já vincada na opinião popular. No entanto, a verdade é que muitas pessoas acabam por renunciar a primeira refeição do dia, justificando a sua posição com a falta de tempo. No entanto, e como recorda a nutricionista, «durante a noite ficamos muitas horas sem comer» e portanto é “obrigatório” alterar esse nefasto hábito, principalmente os corredores e desportistas em geral, que simplesmente saem de casa para o treino matinal com o estômago desprovido de uma refeição.
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PORQUÊ? O seu metabolismo está acelerado e portanto eles não sentem a necessidade imediata de comer. Mas depois, ao longo da manhã, surgirá a necessidade de compensação imediata e reforços de energia. O problema é que geralmente os portugueses têm tendência para comer bolachas e beber café.
«Sendo a comida a nossa maior fonte de energia, é importante começar o dia com um pequeno-almoço com alimentos energéticos, que nos forneçam o que o nosso corpo necessita ou pede. O pequeno-almoço é fundamental, seja ou não praticante de exercício, seja de exercícios mais leves ou provas mais exigentes, de desportistas ocasionais ou regulares», salienta a nutricionista. «Se um atleta ou uma pessoa não tomar o pequeno-almoço ou tomar um pequeno-almoço deficitário, ou seja, rico em açúcares e alimentos processados, não terá a mesma energia, terá muito maiores dificuldades de concentração no trabalho e, inclusive, poderá apresentar alterações de humor. Para não falar em, a longo prazo, ter tendência para aumentar o peso e fazer compensações e excessos à noite, altura do dia em que se deve comer menos. Uma situação que depois vai fazer com que não tenha apetite pela manhã, entrando deste modo numa bola de neve.» Os atletas que não tomam o pequeno-almoço, quando regressam, geralmente não têm fome.
E PARA QUEM TEM FALTA DE TEMPO, O QUE É OBRIGATÓRIO NUM PEQUENO-ALMOÇO E O QUE DEVE SER EVITADO AO MÁXIMO? Devem ser evitados os cereais açucarados e processados. Os cereais integrais são uma excelente fonte de hidratos de carbono e são uma opção rápida e fácil de preparar. Por exemplo: a musse de aveia ou a musse de chia e matcha com granola caseira podem ser preparadas de véspera e, na manhã seguinte, é só retirar do frigorífico e comer. As receitas são simples e rápidas.
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Ao logo do mês de março publicaremos no corredoresanonimos.pt mais 4 receitas imperdíveis para o seu pequeno-almoço
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A CORRER
A B Texto: ©Carlos Soares Fotos: Maratona Clube de Portugal
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A maior festa popular e desportiva do Mundo da Corrida, a EDP Meia-maratona de Lisboa, está de regresso no próximo dia 19 de março. Como acontece todos os anos, milhares de pessoas atravessarão a ponte a pé, comprovando mais uma vez o poder agregador do Desporto. Este ano, a campeã olímpica da Maratona, a queniana Jemima Jelagat Sumgong, é o principal nome da prova.
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A CORRER
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O ABC DA EDP MEIAMARATONA DE LISBOA Ao contrário da maioria dos anos, desta vez o “poder” foi entregue às mulheres, já que a Meia-maratona de Lisboa tem na elite feminina o seu principal foco de atenção.
O grande desafio de Sumgong, que apresenta como melhor tempo pessoal 1h06m58, será superar o recorde da prova da compatriota Susan Chepkemei, que, em 2001, correu a distância em 1h05m44. A campeã da Maratona no Rio de Janeiro, responsável pelo primeiro título olímpico feminino do seu país na distância, terá como principais adversárias a compatriota Vivian Cheruiyot, campeã olímpica dos 5000 e 10 000 metros, e a campeã mundial da Maratona, a etíope Mare Dibaba. Pelas cores nacionais, destaque para Jéssica Augusto, do Sporting. No masculino, os principais nomes são os também quenianos James Wangari Mwangi e Simon Cheprot, além do eriteu Nguse
Amloson, que venceu a Meia-maratona da Ponte Vasco da Gama. Todos apresentam marcas pessoais abaixo dos 60 minutos, o que também faz prever aqui uma prova bastante disputada. A nível nacional, teremos um confronto entre águias e leões. Hermano Ferreira e Ricardo Ribas representarão os encarnados, enquanto José Moreira, Rui Pedro Silva e Rui Teixeira vestirão as camisolas do Sporting.
Na Meia-maratona de Lisboa em cadeira de rodas, nota para a presença do britânico David Weir, detentor do recorde do mundo, feito alcançado precisamente na capital portuguesa do ano passado. Referência ainda para o austríaco Thomas Geierspichler, campeão paralímpico e recordista mundial dos 10 000 metros e da Maratona. No feminino, a espanhola Eva Moral e a brasileira Maria de Fátima, bicampeã de Meia-maratona do Rio de Janeiro em 2014 e 2015, são os nomes a ter em conta.
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António Pinto
Benfica (e também Sporting)
Após um terceiro lugar (1997) e quatro segundo lugares (1991, 1994, 1995 e 1996), finalmente António Pinto subiu ao degrau mais alto do pódio, em 1998. Com o tempo de 59m43 (na altura, o melhor tempo de sempre na distância), o português alcançou um feito, já que desde então nenhum atleta português alcançou a vitória na Meia-maratona de Lisboa, tanto no masculino como no feminino. António Pinto é um dos grandes nomes do Atletismo português e ainda hoje é detentor do recorde europeu da Maratona (2h06m36, Londres2000).
Ao longo das suas edições, a Meia-maratona de Lisboa recebeu inúmeros ilustres no seu percurso, desde as grandes figuras desportivas do Atletismo, mas também da política, do futebol, da cultura, etc.. Em 2007, por exemplo, o atual Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o treinador na altura, o espanhol José António Camacho, participaram na Mini. «A corrida foi bastante gratificante, mas um pouco penosa. É muito agradável ver a motivação que as pessoas têm para correr e o êxito da prova está assegurado. Tive o prazer de, ao longo destes sete quilómetros, correr a passo curto com três pessoas amigas que já não via há muito. E a verdade é que o tempo passou depressa», afirmou o desportista Luís Filipe Vieira, que recebeu elogios de Camacho: «Constatei que o presidente está em grande forma.» Antes, em 2002, foi a vez do treinador do Sporting, Laszlo Bölöni, correr a Meiamaratona, registando o tempo de 1h53m50.
«Há duas ou três semanas que andava a preparar-me para esta corrida. A verdade é que terminei a prova sem grandes dificuldades. Muita gente se queixou do calor, mas eu, sinceramente, nem dei por ele.»
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Carlos Móia
Domingos Castro
Fraco (Tempo)
Na história da Meia-maratona de Lisboa há muitos nomes a reter. No entanto, um é incontornável: o atual organizador e mentor da corrida, Carlos Móia. Foi da sua mente e do seu querer que a prova se tornou uma realidade; uma realidade que, na altura, era impensável devido à enorme burocracia que tal desejo comportava. Para a concretização do seu sonho, Carlos Móia e os seus pares (não podemos ignorar Mário Machado, Rafael Marques e Reinaldo Gomes) moveram tudo e todos, principalmente a classe política. Mário Soares, Ferreira do Amaral e Jorge Sampaio foram apenas alguns dos nomes que partilharam e participaram do sonho de Carlos Móia.
Domingos Castro alcançou um terceiro lugar em 1995 e uma quarta posição no ano seguinte. Mas também brilhou como “lebre” em 2002, uma “lebre” que acabou por ser decisiva para o triunfo de Susan Chepkemei, campeã do ano anterior e que acabou por derrotar de forma inesperada a favorita Magaret Okayo. Numa final dramática, a queniana registou o tempo de 1h08m23 (cerca de três minutos a mais do que o tempo registado em 2001, de 1h05m44). Na segunda posição ficou a etíope Berhane Adere, com apenas dois segundos a mais.
Evidentemente, tanto os atletas como os amantes do Atletismo sonham com os melhores registos nas suas provas. No entanto, nem sempre é possível. Os tempos mais fracos da Meia-maratona de Lisboa estão na posse de dois europeus, o britânico Paul Evans, logo na primeira edição (1h01m44), e da húngara Helena Barosci, na segunda edição (1h10m01). Gelindo Bordin
Vencedor da medalha de ouro na Maratona dos Jogos Olímpicos de Seul em 1988 com o tempo de 2h10m32, Edna Kiplagat o italiano Gelindo Bordin foi apenas mais um nome sonante que atravessou a O Quénia é o país dominador Ponte 25 de Abril, embora da Meia-maratona de Lisboa. jamais tenha alcançado No entanto, em 2011 e 2012, grandes resultados na Meiaas quenianas deixaram Maratona de Lisboa (o seu fugir o triunfo para a etíope melhor resultado aconteceu Aberu Kebede (1h08m27) em 1992, nono colocado, com e para a norte-americana o tempo de 1h02m13). No Shalane Flanagan (1h08m52), entanto, isso não o impediu de respetivamente. A verdade é mostrar toda a sua grandeza que, desde a primeira vitória ética desportiva quando, após na competição, em 1994, o chegar a Lisboa numa sextaQuénia nunca tinha ficado dois feira, confessou a Carlos Móia anos sem vencer a prova. Por que não estava em forma e isso, o triunfo de Edna Kiplagat por isso abdicava de receber em 2013, com o tempo de a totalidade do acordado 1h08m48, foi especial. A com o organizador. O gesto normalidade foi reposta. do italiano é mais um dos momentos marcantes vividos pelo organizador da prova.
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Homologada
IAAF Gold Label Road Race
João Gil
Um dos grandes méritos da Meia-maratona de Lisboa é o seu percurso, propício para melhoria de recordes pessoais. No entanto, até 2007, os registos não eram homologados pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), já que, devido à partida ser realizada na Ponte 25 de Abril, a corrida não cumpria com as regras da entidade que rege a modalidade a nível mundial, concretamente devido ao desnível ser superior ao metro permitido por quilómetro. Assim, a organização decidiu, a partir de 2008, colocar a partida dos atletas de elite em Algés, permitindo deste modo a validade de recordes.
Para distinguir as principais provas do Mundo, que devem cumprir uma série de critérios, como a segurança ou a presença de atletas de elite na corrida, por exemplo, a IAAF criou três distinções para o corredor avaliar a qualidade das provas em que participa, concretamente a Gold, Silver e Bronze Label Road Race. A Meia-maratona de Lisboa acolhe a principal, a Gold Label Road Race, há alguns anos, o que comprova a excelência da competição, reconhecida ano após ano pelos corredores, que geralmente esgotam as inscrições.
Para comemorar os 20 anos da Meia-maratona de Lisboa, foi criado o hino da prova, «Os Irmãos do Universo», letra de João Gil, ele próprio corredor e atleta frequente da corrida. Aqui fica a letra da canção:
À nossa volta Está o meu País À minha frente Vai uma nação 15 O chão que piso É uma raiz Que rompe forte Até ao coração Grita alto Grita forte Grita alto Grita agora
E vou seguindo Na minha passada E vai subindo A estima adiada E fico leve Leve pelo chão E volto sempre Ao início da razão Grita alto Grita forte Grita alto Grita agora Ao passado mais submerso Dou o braço à memória E aos irmãos do Universo Um abraço de vitória
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L NP O M Q Livro
Norte (35 metros de profundidade)
Mais um número redondo, desta vez o 15, mais um acontecimento para assinalar a data, concretamente o lançamento de um livro da rica História da prova, da responsabilidade de António Simões e com prefácio de Jorge Sampaio, à data Presidente da República, um nome marcante na existência da corrida, já que, em 1991, era o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. De referir que Sampaio participou em algumas Mini-maratonas, chegando inclusive a sustentar o dorsal número 1, geralmente entregue aos atletas de elite.
Muito do fascínio da Meiamaratona de Lisboa é proporcionado pela Ponte 25 de Abril. A estrutura tem 70 metros de altura e as suas torres chegam aos 190,5 metros. A principal dificuldade na sua construção foi provocada pelo fundo lodoso do rio, o que obrigou a colocação de dois pilares, enterrados a uma profundidade de 80 e 35 metros a Sul e a Norte, respetivamente.
Mini maratona
A primeira edição da Mini-maratona de Lisboa, em conjunto com a Meiamaratona, aconteceu em 1994, três anos depois da estreia da corrida no calendário nacional. A prova teve um percurso de oito quilómetros e contou com 1743 corredores. Nos nossos dias, a Mini é antes de tudo uma festa popular do Atletismo, provavelmente responsável pela mudança de hábitos de milhares de portugueses, que deram as suas primeiras passadas na travessia da Ponte 25 de Abril.
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Paul Evans
O primeiro vencedor da corrida foi um europeu, concretamente o britânico Paul Evans, que surpreendeu os favoritos. Num sprint “demoníaco”, o britânico registou 1h01m44, menos um e dois segundos que os portugueses António Pinto e Fernando Couto, respetivamente. De referir que Evans entrou no Atletismo aos 25 anos, depois de uma experiência no futebol. O britânico tem como principal resultado o triunfo na Maratona de Chicago Outros (2h08m52), em 1996, mas também a participação nos Jogos Olímpicos de África é o país mais vencedor Barcelona1992 e Atlanta1996, da prova. No entanto, outros em ambos os casos nos 10 continentes também tiveram o mil metros. prazer de alcançar a glória em Belém. No masculino, temos a Europa (Grã-Bretanha, por Quénia duas vezes, e Portugal) e a América Central (México); no feminino, Europa (Portugal, No masculino, 14 vitórias; no Irlanda, Rússia e Hungria) e feminino, outras 16. Nas 26 América do Norte (Estados edições da Meia-maratona de Unidos, por duas vezes). Lisboa, o Quénia é o país com mais triunfos na prova. Os africanos também dominam por completo a competição: nos homens, 22 títulos, menos dois nas mulheres. Ou seja, quem apostar em atletas de África não conseguirá arrecadar grandes somas monetárias. Nas casas das apostas. Mas se apostar num corredor oriundo de outras paragens do Mundo.
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Rosa Mota
A lenda do Atletismo nacional e mundial também tem o seu nome escrito na Meiamaratona de Lisboa, sendo a única atleta nacional a subir ao mais alto degrau do pódio, precisamente na primeira edição, em 1991, com o tempo de 1h09m52 (nas posições seguintes ficaram as compatriotas Manuela Dias e Lucília Soares). Considerada na altura Maratonista do Ano, Rosa Mota não cobrou nenhum cachet pela sua participação.
«Tive tanto medo que nem me atrevi a olhar para baixo. Durante muitos metros fechei os olhos para não me assustar» afirmou a Rainha das Corridas.
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Sammy Kitwara
Tegla Loroupe
O queniano Sammy Kitwara é o último vencedor da Meia-maratona de Lisboa, no masculino; no feminino, o triunfo foi para a etíope Ruti Aga. O primeiro registou o tempo de 59m47; a segunda correu a distância em 1h09m16. Nenhum deles tinha antes triunfado na prova portuguesa. No entanto, a corrida ficou marcada devido aos recordes do mundo em cadeira de rodas. Honra para os britânicos David Weir (42m23) e Rochelle Woods (49m49).
Um, dois, três, quatro, cinco, seis! Seis vitórias é o número que sustenta Tegla Loroupe, que venceu em 1994, 1995, 1996, 1997, 1999 e 2000. O seu melhor tempo foi 1h07m12, em 1996; o pior aconteceu em 1994, com o registo de 1h09m27. A queniana é assim o principal nome desportivo da Meiamaratona de Lisboa em relação aos resultados.
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Uma hora
Xavier (Hospital São Francisco)
Em 1993, pela primeira vez uma Meia-maratona foi corrida em menos de uma hora, feito alcançado pelo desconhecido queniano Sammy Lelei, que registou o tempo de 59m24 em março. No entanto, a marca acabou por ser revista devido a um erro de percurso que impediu a homologação do resultado, que continuou na posse de Steve Monegethi (60m06), que curiosamente perdeu o seu registo mundial em Abril (Moses Tanui correu a distância em 59m47, em Milão). De referir que, no masculino, apenas em 10 das 26 edições o vencedor correu em mais de uma hora; no feminino, por sete vezes o registo foi inferior a 1h08.
A 25.ª edição da Meiamaratona de Lisboa era para ser de festa por mais um número redondo mas ficou marcada por uma tragédia, concretamente a morte de um corredor alemão, que faleceu no Hospital São Francisco Xavier após receber assistência médica durante a prova devido a problemas cardíacos. O atleta estava integrado num grupo de 20 germânicos que vieram correr em Lisboa. Aliás, uma das caraterísticas da prova é o sempre elevado número de atletas estrangeiros.
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Vitórias masculinas
Se Tegla Loroupe é a atleta com mais vitórias na Meia-maratona de Lisboa, no masculino a honra é dividida por dois atletas: Zersenay Tadese, da Eritreia, e o queniano Martin Lel, com três vitórias cada um. O primeiro com três vitórias consecutivas, em 2010, 2011 e 2012; o segundo com triunfos de três em três anos, concretamente em 2003, 2006 e 2009. As lendas Paul Tergat e Haile Gebrselassie somam duas vitórias cada.
Zersenay Tadese
Atleta da Eritreia, Zersenay Tadese alcançou um dos seus três triunfos na Meiamaratona de Lisboa em 2010. No entanto, o seu tempo foi especial, já que é ainda hoje o recorde do Mundo da distância, de 58m23. Para alcançar o feito, Tadese correu com a ajuda de três “lebres”, suficientes para retirar 10 segundos ao anterior registo mundial de 58s33, que estava na posse do queniano Samuel Wanjiru. Com o feito, o atleta da Eritreia levou para casa um prémio de 50 mil euros.
Na semana da EDP Meia-maratona de Lisboa, não perca no site corredoresanonimos.pt uma entrevista com Dulce Félix, que, embora lesionada, faz questão de participar na prova
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ALONGAMENTO
OS DEZ MANDAMENTOS DOS 10 KM
10 Texto: ©Pedro Justino Alves
Para muitos corredores, os 10 km são a primeira prova das suas vidas, o batismo na modalidade em termos competitivos. Por isso, é imprescindível não cometer erros na preparação, não transformar a experiência da primeira vez num eventual trauma com a capacidade de afastar de vez os praticantes da modalidade. Os “Dez Mandamentos” que aqui oferecemos são portanto para ser seguidos à letra. Como afirma o nosso especialista, «correr 10 km é fácil. A dificuldade depende do tempo que pretendemos obter». Os 10 km são uma distância ideal para quem realmente procura descobrir o prazer que a corrida transporta e transmite, tanto a nível pessoal como social. Aliás, muito provavelmente quem está decidido a correr os seus primeiros 10 mil metros “oficiais” já mantém a corrida como rotina da sua vida. Proprietário da MPersonal (https://www.facebook.com/ mpersonalstudio), Marco Pereira salienta que, apesar da “curta” distância, é necessário ter um objetivo e estabelecer um plano de trabalho a cumprir, caso contrário a corrida causará uma autêntica desilusão.
No entanto, os Dez Mandamentos do personal trainer «não se destinam aos atletas profissionais e aos corredores abaixo dos 38 minutos, já que os mesmos sabem melhor do que ninguém o que fizeram para o conseguir e conhecem as sensações que sentem durante a prova».
Uma ressalva: quando Marco Porto refere que os corredores devem treinar em Zonas de Intensidade do Treino, estas zonas estão baseadas na Frequência Cardíaca Máxima (FCmax) de cada um.
«Calcular a FCmax depende de vários fatores e variáveis, como a idade, Estes Dez Mandamentos o repouso, etc. Divido a são dirigidos portanto aos zona 1 entre 50 e 65% da “corredores do pelotão” e aos iniciantes, para os que sonham FCmax; a 2 entre 66% e em melhorar o seu tempo 75%; a 3 entre 76% e 85%; pessoal mas também para a 44 entre 86% e 90%; a aqueles que descobrem como 5 entre 91 e 95%; e a 6 não se corre no início de uma entre 96% a 100%, que, por corrida devido a quantidade vezes, chega aos 102%...» de inscritos.
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CORREDORES ANÓNIMOS
I SE O OBJETIVO É TENTAR SUPERAR O RECORDE PESSOAL, TREINAR PELO MENOS QUATRO MESES ANTES DA DATA DA PROVA
VI UM MÊS ANTES DA DATA DA PROVA, ENSAIAR OS 10 KM, FAZER SÉRIES E ALGUNS POUCOS TREINOS LONGOS
II TREINAR ENTRE TRÊS E QUATRO VEZES POR SEMANA
VII PROCURAR ENCAIXAR UMA OU DUAS “PROVAS-TREINO”
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0 KM III FAZER TREINOS LONGOS ENTRE 1H00 E 1H15 NA ZONA 2 E 3
IV INTERCALAR NAS QUATRO SEMANAS SEGUINTES O TREINO LONGO COM O TREINO CURTO (ENTRE 30 E 45 MINUTOS) NAS ZONAS 4 E 5 V FAZER, NO TERCEIRO MÊS, ENTRE 2 E 3 TREINOS DE SÉRIES POR SEMANA
VIII NUMA FASE INICIAL, VARIAR O TIPO DE TERRENO ONDE HABITUALMENTE COSTUMA TREINAR
IX NUNCA IGNORAR A HIDRATAÇÃO X FAZER ALONGAMENTOS, MASSAGEM E JAMAIS DESCURAR O DESCANSO
Ao longo do mês de março publicaremos no corredoresanonimos.pt seis “mantras” que devem ser seguidos DURANTE a corrida
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CORREDORES ANÓNIMOS
HÁ VIDA ALÉM DA CORRIDA
UMA NOVA REVOLUÇÃO NOS VIDEOJOGOS?
NINTENDO SWITCH É precisamente no dia 3 de março que será lançada, a nível mundial, a nova consola da Nintendo, a denominada Nintendo Switch, «que representa uma nova forma de jogar em casa», afirmou o presidente da empresa nipónica, Tatsumi Kimishima. «Vamos mostrar ao mundo novas formas de diversão possibilitadas pelas características únicas da consola e dos Joy-Com.»
Um dos principais interesses da Nintendo Switch é ser uma consola doméstica que pode ser ligada a uma TV em casa mas, ao mesmo tempo, pode transformar-se numa consola portátil com um ecrã de 6,2 polegadas. Ou seja, «os jogadores terão a oportunidade de usufruir de uma consola de utilização primariamente doméstica em qualquer altura e em qualquer lugar». Outro motivo de interesse é o revolucionário e versátil comando Joy-Com, que proporcionará novas e variadas formas de jogar. «Os dois comandos poderão ser utilizados de forma independente em cada mão ou funcionar como um só comando quando encaixados no suporte. Estes poderão ser também ligados à consola principal para utilização no modo portátil ou partilhados
com amigos em jogos compatíveis para dois jogadores. Cada Joy-Con conta com botões e será capaz de funcionar de forma
autónoma. Igualmente, cada um inclui um acelerómetro e um sensor de movimentos, o que possibilitará o controlo por movimentos esquerdo e direito de forma independente. Para além disso, a Nintendo Switch incorporará uma variedade de funções que a tornará ainda mais interativa», revela um comunicado, que adianta que a Nintendo Switch permitirá uma ligação entre jogadores ainda mais fácil, já que até oito consolas poderão ser ligadas entre si através do modo de jogo local sem fios, mas também um novo serviço online por subscrição que arrancará com um período de experimentação grátis no lançamento.
FIFA, NBA 2K, The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Mario Kart 8 Deluxe, Splatoon 2 e Super Mario Odyssey são apenas alguns dos jogos que estarão disponíveis em breve.
HÁ VIDA ALÉM DA CORRIDA
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UM PERSONAGEM, QUATRO DIFERENTES VIDAS, UM AUTOR:
PAUL AUSTER
Paul Auster é um dos autores mais emblemáticos da atualidade. Depois de um período sem novidades, o norte-americano regressa com uma obra de tirar o fôlego. Fôlego que deve faltar também aos “gamers” de todo o mundo devido ao novo brinquedo da Nintendo, a denominada Nintendo Switch, que pretende revolucionar por completo o Mundo dos Videojogos. Após alguns anos de silêncio, um dos nomes mais sonantes do Mundo Literário regressou, provavelmente com a obra mais ambiciosa da sua carreira. O novo livro de Paul Auster, «4,3,2,1», editado em Portugal pela ASA, pode assustar devido ao número de páginas, cerca de 900, mas a verdade é que o autor comprova ser mais uma vez um mestre das histórias, conduzindo o leitor com enorme facilidade à uma leitura apaixonante, já que somos envolvidos pelo destino dos quatro “Eus” de Archibald Isaac Ferguson. Auster apresenta, em «4,3,2,1», um único personagem principal, embora este se “desdobre” em quatro. Entre 1947 e 1971, o leitor acompanha precisamente o destino destas supostas quatro vidas de Archibald Isaac Ferguson, que constrói o seu caráter de acordo com as decisões que surgem. O tema central do livro é portanto o crescimento, a construção do Homem, de como a nossa personalidade é definida e formada de acordo com as nossas resoluções, por mais pequenas que sejam. Os quatro Archibald Isaac Ferguson são muito diferentes entre si, apesar de terem tido uma infância “normal”. No entanto, a partir de um acontecimento crucial na trama, tudo é alterado, com Auster a oferecer a partir de então “quatro personagens” completamente distintos: há portanto um Archibald Isaac Ferguson revoltado, mas tambem um que jamais desiste; há ainda um Archibald Isaac Ferguson melancólico e outro totalmente desorientado.
É impossível não nos sensibilizarmos com o crescimento de cada um, de não nos identificarmos em concreto com algum (ou com todos…).
Auster conduz assim o leitor ao seu belo prazer, muito devido ao ritmo da sua escrita. Ao mesmo tempo, o norte-americano apresenta um fresco imperdível de um país, onde não faltam referências a Guerra do Vietname, a Martin Luther King e a luta pelos direitos civis, por exemplo. Deste modo, entre os “Eus” e o “Todo”, o escritor renasce finalmente para o lugar que é seu, após algumas obras menos conseguidas nos últimos tempos. E quem ganha com isso é obviamente o leitor. Por último, uma cusiosidade: «4,3,2,1» era para se chamar «Ferguson», o nome do protagonista. No entanto, devido a morte do jovem Ferguson no Missouri em 2014 causada pela violência policial, Auster foi obrigado a alterar o nome inicial do seu livro. Em entrevista ao La Nueva, o autor defendeu que «Ferguson converteu-se num triste exemplo de racismo nos Estados Unidos e o seu nome não abandonará jamais esta língua. Por isso não podia escrever um livro com o título de “Ferguson”. É estranho que fosse justo esse nome, com todos os que existem no Mundo... Mas a verdade é que tal sucede várias vezes na minha vida, que os próprios acontecimentos e consequências, de uma forma egoísta, acabem por se imiscuir na minha ficção».