Renata Cunha
Antes tese
Sorocaba
FUNDAÇÃO UBALDINO DO AMARAL
2010
Agradeço essa obra a você que está e principalmente a você que não está.
1. ENFIM... As pretas e as brancas.
- Xeque-mate... Foi exatamente assim. Parecia até cena de romance policial. Pronunciou tal termo como se decretasse a morte do rei, verdadeiramente. Nunca fora tão bom vencer. Seu prestígio omisso, frente ao derrotado, esboça-se em ângulos imprecisos por onde passeia seu olhar. É Oscar. Franze a testa, mudas suas mãos protestam em movimentos circulares feitos sobre sua coxa. Direita em sentido horário, esquerda em anti-horário, atritam o tecido da calça tentando acalmar a espera. Homem quase alemão. Era do tipo “sou propriedade minha”, alérgico a intrusos, que persuadia com sua filosofia instigante feito autêntico estrangeiro. Pele branca, cabelos negros, ajeitados com humilde topete um pouco bagunçado, pestana espessa, pelos finos e lisos. Olhos miúdos, passivos e castanhos, brilho atrativo, reluzente e parco. Barba mal feita, que propositalmente não aparava. Rosto fino, sorriso complacente. Boa postura, média estatura, roupas escolhidas a dedo, embora despojadas. Mas aquele momento era cedido ao paletó escuro e camisa grená. Pousa um olhar fixo no rei adversário e intimida-se, o supremo em queda ao leito do tabuleiro cristalizado, fazendo ecoar em sua superfície o sutil ruído de uma derrota, e cada detalhe visto 5
de uma forma muito orgulhosa. Ora, o triunfo parte de uma tomada de controle acima de tudo psíquica, as peças movem-se apenas depois da certeza e segurança. O que seriam aquelas casas ordenadas em contrastes, senão um campo de contenda que materializava esse fato? Ajeita-se na cadeira. O clima tenso retalha os sentidos com a indefinição despedaçada pela sala onde se situavam. Local inebriado por tons barrocos, luzes fracas e sombras, que evocam o efeito transitório incômodo. Apelo à dramaticidade não anulada, acentuada a cada instante na constância de contrastes. E o silêncio se quebra momentaneamente por uma voz rouca e grosseira de um velho que perdeu: -Patife! É nada senão um malandro! O “menino” conseguira derrotar o mestre, Vicêncio! Velho enxuto, confeitado de algumas plásticas cirúrgicas, cabelos grisalhos escurecidos, vaidade não dada ao subliminar. Acima do peso e bem cuidado. Mãos de rei, ainda fortes e manipuladoras. Senhor de sua própria casa, governante de tabuleiro. Olhos verdes opacos, desgastados de poder. Queda-de-braços oculta. A perda inibe a consagração, ou a elimina? Dez anos passaram-se para que isso fosse possível, e agora Oscar assinara o contrato para a porta da rua. Sim, pois não é assim que se “ganha” de alguém tão cheio de honras e pretensões, de alguém de elite não disposto a enfrentar um topetudo debaixo de seu teto! Essas únicas palavras foram a chave para a porta de saída daquela grande casa. O velho o pôs para fora.
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1 LEMBRA? A sujeira e a limpeza
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