cult ZOMBIE
BOY Rick Genest, o modelo canadense que tem quase 100% do corpo tatuado
DC KING OF SAO PAULO
Saiba quem foi coroado
Rei de São Paulo
O F WGKTA Sempre envolvidos
em alguma polêmica
R$6,50 / JULHO 2012 #1
WWW.CULTURBANAMAG.COM.BR
Editor: Murilo Francisco Conselho Editorial: Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Elda Müller, Fábio Colletti Barbosa, Giancarlo Civita, Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo, Victor Civita Presidente Executivo Abril Mídia: Jairo Mendes Leal
A revista Cult Urbana aborda assuntos que estão voltados para pessoas que se interessam ou possuem curiosidade sobre o estilo de vida que encontramos nas ruas das cidades. Nessa edição, temas com tatuagens, musicas ofensivas e skatistas ganhando o mundo estarão presentes junto a uma diagramação limpa e prazerosa de ler. É um projeto que visa para construir uma Revista modelo para o Curso de Design Gráfico da FEAN, turma da 4ª fase. Haverá apenas uma edição de teste para a 3ª Avaliação. Murilo Francisco da Silva Editor Chefe
Diretor de Assinaturas: Fernando Costa Diretor Geral Digital: Manoel Lemos Diretor Geral de Publicidade: Thais Chede Soares Presidente Executivo: Murilo Fracisco da Silva www.culturbanamag.com.br
SUMÁRIO A MODA DAS RUAS
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Rock in rio
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OFWG
KTA
10
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LUAN OLIVEIRA
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PEDRO BARROS 23
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urbana
A MODA DAS RUAS jovens marginalizados por essa sociedade começaram a apresentar um jeito agressivo de se vestir, que manifestava rebeldia contra a hipocrisia, os privilégios, a sociedade conformista e as desigualdades sociais. O estilo punk teve grande força podendo ser percebido até os dias de hoje, com as calças rasgadas, os
piercings e as tatuagens. Um grupo ícone desse estilo foi o Sex Pistols. Essa moda de rua é como uma manifestação de segregação em “tribos” e está intimamente ligada aos movimentos jovens associados a algum tipo de música, visto que além dos punks, outras tribos de rua foram surgindo.
Foto por Terry Richardson
A moda street ou moda de rua como já diz o próprio termo, é o estilo urbano de se vestir. O conceito começou nos anos 70, com o movimento punk, que surgiu no auge da guerra fria. Nesse momento havia muitos contrastes sociais que propiciavam a formação de movimentos de transformação social. Assim, na Inglaterra,
Taylor Gang
6
Foto por Terry Richardson
O movimento hip hop que começou nas comunidades afro-americanas é um exemplo. A cultura street do hip hop abrange basicamente 4 elementos importantes como o rapper, o DJ, o grafite e breakdance. O skate surge na década de 60 transformando-se em mais uma tribo. Assim, uma forma diferente de se vestir demonstrava a qual das 3 tribos se pertencia visto que cada uma delas tinha características particulares aplicadas à vestimenta e eram elas que faziam essa diferenciação.
Foto por Terry Richardson
Kanye West
Foto por Terry Richardson
~ em alta ‘ Oculos modelo Wayfarer estao
Lindsey James
Na década passada ainda havia essa segregação com as características próprias de cada estilo. O punk se vestia com roupas rasgadas, o rapper por sua vez com roupas caindo de tão largas, os roqueiros com suas calças justas. Atualmente não há toda essa separação e o principal motivo é a internet. Com a velocidade das informações, as novidades chegam e são absorvidas instantaneamente e inseridas no estilo de se vestir.
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urbana
Foto por Terry Richardson
Atualmente as pessoas que aderem à moda street não querem somente se diferenciar como skatistas, punks, grafiteiros ou DJ’s, além disso, hoje o que se busca é a mistura de estilos e tribos, e por meio dessa mistura, criar um estilo próprio. Atualmente não existe mais um padrão de streetwear visto que as pessoas gostam de diversos estilos musicais e incorporam acessórios às roupas da sua maneira, personalizando-as.
Foto por Terry Richardson
John Furk
~
~ de Verao ~ 2012 da Supreme Colecao
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Foto por Terry Richardson
Essa moda é muito dinâmica e se redefine constantemente, por esse motivo os modismos surgem com a mesma rapidez com que desaparecem. A moda pode começar nas ruas e inspirar estilistas que dão uma nova visão e levam o estilo a um número maior de pessoas tornando-o popular. Isso ocorre com o novo streetwear que agrega peças de alfaiataria ao look, dando “ar” mais formal com sapatos e calças sociais.
Sonia Dark
Foto por Terry Richardson
A$AP Rocky
Of Compton Juliet Sonnie
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Foto por Terry Richardson
Foto por Terry Richardson
banda
OFWGKTA É o nome do colectivo que está a mudar a face do hip-hop à custa da fúria, da idolatração do acaso e da descoberta do génio maligno que existe em cada um de nós.
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banda
“KILL PEOPLE BURN SHIT F*CK SCHOOL” Odd Future Wolf Gang Kill Them All (Futuro Estranho Gangue do Lobo Mata Todos Eles) nasceram em 2007, na culturalmente efervescente cidade de Los Angeles, o grupo começou a marcar presença na Internet, onde foi colocando disponíveis os trabalhos dos seus artistas. Com uma sonoridade e letras marcadas por imagens obscuras, irreverência niilista, afirmações fortes e uma aura de violência gratuita, o Wolf Gang (um dos nomes pelos quais também pode ser chamado) cedo captou a atenção de algum público, principalmente jovem, muito por culpa da inteligência dos executantes, com destaque para Tyler, the Creator e Earl Sweatshirt.
Foto por Louie Butt
Foi um início prometedor, mas não o suficiente para a ambição dos seus membros e, principalmente, do seu fundador, Tyler, the Creator, que comprou polémicas com vários sites e blogues sobre a forma como se poderia definir o estilo de OFWGKTA e criticou a falta de apoio e divulgação dos mesmos. Uma atitude que, na altura, foi vista como uma birra de um rapper que estava longe de ser famoso. Hoje é quase uma piada que Tyler usa com astúcia no seu twitter sempre que um desses sites ou blogues falam de si ou de OF, algo que agora, cada vez mais frequentemente, é obrigatório.
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O colectivo é feito do mesmo material de que é feito o hype, o viral e o mediatismo. A ascensão, apesar de rápida, não foi meteórica e é um fenómeno curioso pelos elementos que tornam este movimento um caso com poucos paralelismos, apesar de utilizar factores já conhecidos da história do espectáculo e da música. O caminho dos Odd Future tem tanto de sociologia da cultura pop, como de mitologia moderna, um autêntico enredo fantasioso que culmina nas actuações ao vivo, nas quais demónios se exorcizam e energia cósmica é libertada.
Tyler sempre educado
Foto por Zack Finch
Show da OFWGKTA em Miami Versos furiosos, instrumentais obscuros e pouco ortodoxos, onde as linhas de sintetizador viajam sem qualquer tipo de respeito ou consideração pelas batidas que rastejam a velocidades baixas e desconexas. Mas não só. Soul com letras depressivas, rap furstrado pela ausência da figura paternal, pop psicadélico, que conta histórias repletas de sexo e drogas, e música de festa despreocupada, com referências pouco honrosas ao sexo feminino. Uma mistura explosiva repleta de contradições, tal como a vida de qualquer adolescente em Los Angeles, que anda à procura de uma razão para viver. Um refrão agressivo como “Kill People, burn shit, fuck school” convive com letras que falam sobre as saudades da sua mãe e a ausência do pai que nunca conheceu. O lançamento de “Goblin”, o segundo album a solo de Tyler, foi um ponto de viragem na vida do grupo. rappers ou de admitir que quer ser famoso e rico, ao mesmo tempo que olha com escárnio para a indústria que antes o ignorava e afirma que quer continuar a fazer as coisas à suamaneira. Tyler é o criador da imagem gráfica do colectivo e o realizador da maioria dos seus vídeos. A rebeldia e anarquia transmitida pela atitude dos membros de Odd Future é contrastada por uma visão criativa cuidada, onde a imagem é trabalhada com coerência e onde estão presentes elementos da cultura urbana, como é o caso do skate e da fotografia.
OFWGKTA no palco do MTV Video Music Awards 2011 Tyler The Creator foi premiado na gala de prémios da MTV Video Music Awards 2011, tendo sido distinguido na categoria de “Melhor Novo Artista” com o videoclip para o tema “Yonkers”. O vídeo, realizado pelo próprio Tyler The Creator, rapidamente se tornou viral após ter sido colocado online há seis meses, tendo atingido quase vinte milhões de visualizações entretanto.
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infografico
Rio de Janeiro - Brasil
Rock in Rio Z011
Z3 Z4 Z5 Z9 30 - Setembro 01 0Z - Outubro
DIAS DE
7 FESTIVAL 700
MIL
PESSOAS
98
HORAS
DE MUSICA
100 mil rock in rio cards vendidos com 10% do line-up anunciado
INGRESSOS ESGOTADOS EM 4 DIAS DE VENDA OFICIAL
Mexico
5.000.000 Volume de Seguidores
pais mais votado para receber o
4.307.96Z
festival 560
Rock in Rio Lisboa e Madrid +279.408
~
180 milhoes ~
` de pessoas impactadas em midias sociais
mil votos
4,5 milhoes de seguidores em redes sociais 835.364 4Z8.985
rock in Rio brasil
1985
14
Rio de Janeiro Jacarepaguá 11 a 21 de Janeiro 1ª Edição 28 Bandas 1.380.000 pessoas
VANS WARPED TOUR
COACHELLA
1991
Rio de Janeiro Maracanã 18 e 27 de Janeiro 2ªw Edição 44 Bandas 700.000 pessoas
3Z0.428
GLASTONBURRY
317.544
31Z.966
download festival
LOLLAPALOOZA
Z6Z.575
Z59.060
Creamwhite fields sensATIOn festival
Z001
Rio de Janeiro Jacarepaguá 12 e 21 de Janeiro 3ª Edição 160 Bandas 1.235.000 pessoas
Z29.Z04
Z19.863
rock in rio lisboa
oxegen
Z004
Lisboa Paque da Bela Vista 28 de Maio e 6 de Junho de 2004 4ª Edição 77 Bandas 386.300 pessoas
Fique por dentro da estrutura da
cidade do rock
Z006
z008
Lisboa Parque da Bela Vista 26 de Maio e 4 de Junho de 2006 5ª Edição 60 Bandas 350.000 pessoas
Madrid Arganda Del Rey 27 de Junho e 6 de Julho de 2008 7ª Edição 61 Bandas 291.000 pessoas
Z010
Lisboa Parque da Bela Vista 21 e 30 de Maio de 2010 8ª Edição 82 Bandas 320.000 pessoas
z011
Rio de Janeiro Parque Olímpico Cidade do Rock 23, 24, 25 e 30 de Setembro 1 e 2 de Outubro 177 Bandas 700.000 pessoas
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Zombie Boy por Joey Cartner
capa
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Tatuagens são um grande tabu, ao longo dos anos as pessoas vem aceitando cada vez mais esta arte. Algumas pessoas gostam tanto das tattoos que chegam a extremos como tatuar o corpo inteiro, cobrir o corpo todo com elas. O nosso amigo Rick Genest é um desses extremos. Nasceu em Châteauguay, subúrbio de Montreal. De acordo com sua mãe, ele esperou até os 16 anos (em respeito a ela e seu pai) para fazer sua primeira tatuagem. Ele então saiu de casa para morar sozinho aos 17 anos, após terminar o colegial, mas só aos 21 anos procurou o artista Frank Lewis, responsável por criar a maior parte de suas tatuagens. O processo durou mais que 6 anos e Rick gastou muito dinheiro no que considera ser uma obra de arte, concebida por ele para retratar “o corpo humano como um corpo em decomposição, a arte de um cadáver apodrecendo”, e também um “tributo aos filmes de horror”, seu gênero favorito.
Ele tornou-se uma figura popular no cenário underground de Montreal, mas passou por dificuldades financeiras e acabou se tornando um sem-teto. Em 5 de março de 2010, uma página do Facebook foi criada sobre a escolha inusitada de Rick por suas tatuagens. A página chegou a ter mais de 1,5 milhões de membros, e culminou com a descoberta de Rick por Nicola Formichetti, diretor de moda de Lady Gaga. Em 19 de janeiro de 2011, Rick apareceu na coleção outono/inverno masculina da Mugler como modelo principal. O desfile não havia sido originalmente planejado e foi, de fato, resultado da descoberta de Rick por Formichetti e subsequente promoção por Lady Gaga. A descoberta de Rick também provocou um desfile do próprio Formichetti. A apresentação foi acompanhada de um vídeo de Rick produzido pelo fotógrafo de moda Mariano Vivanco. Rick ainda apareceu ao lado de Lady Gaga no desfile da coleção outono/inverno feminina do mesmo ano.
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capa
Nicola Formichetti, estilista da Lady Gaga e diretor criativo do lendário Paris baseado na casa de moda Theirry Mugler, estava navegando na internet, quando se deparou com uma foto do Genest na revista Dressed to Kill. Formichetti ficou fascinado por Genest e entrou em contato através de sua conta no Facebook. No início de Janeiro de 2011, Formichetti voou para Montreal para se reunir com Genest para fotografar para a campanha do Outono 2011 da Thierry Mugler. Em seguida, Formichetti convidou Genest para ir à Paris como
modelo para o desfile daMugler. Foi a primeira vez que Rick tinha viajado para fora do Canadá, e aliás a sua primeira vez em um avião. Atuando como seu “trevo de quatro folhas”, Formichetti então levou Genest ao que seria o auge de sua carreira até entao de, uma participação especial no clipe da nova música da Lady Gaga, “Born This Way” filmado em Nova York. Logo após seu lançamento, a musica ja havia alcançado mais de 1.000.000 de dólares em vendas. No vídeo, Gaga está completamente maquiada como o
Zombie Boy, como se fossem mãe e filho filho, onde Genest literalmente nasce de Gaga. Após as gravações, Rick diz, “Gaga era muito acessível e tem um grande senso de humor e uma ética de trabalho firme. Foi fácil trabalhar com ela e ela sabe como colocar todo mundo à vontade. Ela é uma performer altamente qualificada, inteligente e dedicada“. Recentemente, Rick foi para Los Angeles participar de um ensaio fotografico com o famoso fotógrafo Terry Richardson para a Born This Way Tour.
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Foto por Jimmy Lenster
Zombie Boy e Lady Gaga, Foto tirada durante a gravação de “Born This Way”
Foto por Leticia Gaites
Recentemente ele foi protagonista de uma enorme polêmica estampada em milhares de sites, o cara apareceu sem um pingo de tinta na pele, ou seja, irreconhecível, na campanha publicitária para os produtos de maquiagem da Dermablend. No comercial, que tem a assinatura “Go Beyond The Cover” - “Vá além da capa” - Zombie Boy aparece tirando a camisa e encarando a câmera. Em seguida, usa uma esponja e o removedor da marca para esfregar o peito, deixando à mostra as tatuagens que tem por baixo da maquiagem. O modelo faz o mesmo processo no rosto. O filme mostra ainda toda a produção pela qual o modelo passou para encobrir as tatuagens para a campanha. O site da marca na internet também mostra o depoimento de Rick ao ver seu corpo sem tinta.
Foto por Leticia Gaites
Making Of do comercial que Rick Genest participou. Dermablend “Go Beyond The Cover”
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entrevista
LUAN OLIVEIRA
Skatista gaúcho da capital Porto Alegre, vem se destacando nos quatro cantos do mundo. Luan Oliveira é um dos expoentes brasileiro da atualidade, famoso e respeitado em todo o mundo pelo seu skate e humildade. Por mais próximo que eu seja dele, é sempre difícil encontrá-lo, até mesmo na internet e cada oportunidade deve ser aproveitada.
SS 360 Flip / Foto por Pablo Vaz
Recebi uma mensagem do Luan no chat do Facebook e já o intimei a responder algumas perguntas antes que evaporasse mais uma vez. Difícil conversarmos sem falar muita besteira e dar boas risadas, mas com uma apurada edição consegui separar algumas perguntas para que vocês saibamv quais são os próximos passos desse moleque gente boa. Aproveitem!
Fala Luan, por onde se encontra no momento? R: Agora to em casa em Long Beach, California. Essa semana estou sozinho por aqui mas semana que vem o David Gonzales chega da Austrália. Você está direto aí nos EUA ou as férias foram curtas mesmo? As ferias foram curtas mesmo.O pessoal da Flip achou melhor eu voltar antes para poder fazer umas Tours com eles. Quais o planos e projetos para esse inicio de temporada? Esse ano quero fazer duas entrevistas para as revistas gringas e fazer duas capas também. Correr alguns campeonatos e fazer as coisas certas. E, é claro, andar de skate e se divertir. Em 2010 você fugiu um pouco dos eventos e compromissos para viajar com amigos e andar de skate para se divertir. Então 2011 é uma nova etapa? 2011 vai ser trabalho duro, pois quero que saia meu model de tênis pela Globe e de roupa pela Volcom, então para isso vou trabalhar certinho para que tudo de certo! Então veremos pouco você aqui pelo Brasil? Pretendo que me vejam mais do que antes, pois vou trampar muito em toda parte, tanto aqui quanto no Brasil. Quero conhecer umas partes do Brasil que ainda não conheci e aproveitar para filmar e fotografar “unos trucos”.
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E o Maloof Money Cup, esse ano vai? Ano passado você surpreendeu a muitos com sua ausência! Pois é né, é sempre bom não aparecer em alguns eventos, porque daí o pessoal comenta mais de você que não foi do que do cara que estava lá. Esse ano acho que vou sim, não sei ao certo, mas vamos ver. Você gosta de fazer isso né? Pô, é da hora fazer isso (risos), ainda mais quando é para ficar no Brasil. Talvez seja isso um motivo de os brasileiros formarem comunidades por aí e andarem quase sempre juntos? Sim, exatamente. É por isso que a maioria dos brasileiros moram perto ou até mesmo juntos. Mas tem muito brasileiro aqui parecido com os gringos, não vou citar nomes, mas não está nem aí para os outros, não ajuda o próximo, sabe?
Já você sei que é o contrário, sempre pensando nos amigos e nas pessoas que estão ao seu redor, alguns até o julgam de não dar valor as coisas, pelo seu hábito de compartilhar, de onde vem isso? Tem muita gente que julga porque não sabe pelo que já passei na infância e, é por isso que sempre ajudo os outros, pois não quero que passem pelo mesmo. Eu sou muito mão aberta com minhas coisas, é claro que não sou trouxa também, mas sempre tento ajudar de alguma forma. Meu pai e minha avó sempre me ensinaram isso, a ajudar o próximo. E já conseguiu concluir seus planos aqui no Brasil de ajudar sua família? Ainda não, só vou sossegar quando conseguir comprar uma casa própria para meu pai e abrir um negócio para ele. Esse é meu guri! Tem que suar os “cambitinhos” (risos)
BS Noseblunt / Foto por Pablo Vaz
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entrevista
“Ande de skate por amor!” BS Flip / Foto por Pablo Vaz Pra finalizar, sei que além de um bom skatista, você é um ótimo caçador de som no youtube, quais são as novidades do seu ipod?
Maravilha Luan, sei que seu tempo aí nos EUA é corrido, mas obrigado pela atenção e boa sorte nessa temporada, tenho muito orgulho de ser seu amigo e poder ser testemunha de seus feitos e suas conquistas.. Valeu “lesk”! Obrigado à você Pablito pela paciência em fazer essa entrevista. Muito orgulho de ser seu “friend” também, valeu coisa feia!
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Nollie BS Flip / Foto por Pablo Vaz
(risos) Essa foi boa. Na real tu que sempre vem com uns sons da hora pra mim, né safado? Cadê os meus? Tenho escutado muito Waka Flocka, Three Six Mafia, Birdman e Lil Wayne nunca falta.
PEDRO BARROS Com apenas 17 anos, o manezinho nativo de Florianópolis, é ídolo no universo dos skatistas. Sabe aquele quarto de moleque de 15 anos, cheio de troféus? O quarto de Pedro Barros não é assim. “Calaboca, Fel, como não?” você deve estar pensando. Bom, vai ter que ler. Mesmo ganhando competição atrás de competição e vivendo o skate 24 horas por dia, ele mantém a cabeça no mundo real, como você vai ver nas próximas linhas. E aí, Pedrinho, ta felizão com os últimos eventos?
De algum lugar do mundo, Pedrinho me respondeu as perguntas, falou da sua casa, suas viagens e pra onde vão seus troféus e medalhas. Além de me surpreender, mostrou uma mentalidade de gente grande, preparada e consciente de tudo o que está acontecendo. Esse vai longe!
BS Tailgrab / Foto por Helga
Tem que estar feliz!! Ganhar um campeonato é sempre motivo pra muita felicidade. Você correu em mais de uma modalidade nos X Games L.A. É cansativo ou dá pra agüentar de boa? É, corri a Mega e o Park. É difícil para o corpo, cansa muito. E as pancadas da Mega destroem. A gritaria do público e do locutor dos eventos atrapalha ou dá um gás a mais? Normalmente, eu estou com fone de ouvido. Mas o público agitado dá um gás. A gente já sabe que o seu pai tá sempre viajando junto com você. Mas qual a importância que você vê no seu pai estar sempre junto? Ele fica no seu pé, faz você dormir cedo pra acordar bem no outro dia? Ele faz a parte chata. Eu fico com a boa. Isso me ajuda muito.dirigir.
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entrevista O que os grandes nomes do skate falam pra você, nos eventos? Tipo o Rune, Hosoi, Hassam... Eles têm medo quando te vêem chegando?? Como é a relação com esses caras? Eu sei que eu sou mais um que eles têm que competir contra mas, no skate, quem anda tá ligado: o importante é a session ser legal. É legal quando eu pego uma bateria com esses caras, porque todos se elevam. Posso dizer que tenho uma boa relação com todos. Algum deles já fez cara feia pra você, depois de perder o 1º lugar? Não reparo isso, nem quero saber também. Problema de quem ficar. Eu também fico em segundo, em terceiro. Às vezes, nem vou pra final. Fazer o quê? O Maloof é um campeonato que envolve muita grana. Você consegue sentir que o dinheiro muda o clima, ou nem muda tanto? Claro, U$75.000 em cash, na mão, todo mundo quer. Ali, o que fala é o dinheiro mesmo. Tem o esquadrão daqueles que sabem que não vão ganhar um evento como esse, como eu, por exemplo. Então, só de estar ali na lista de convi-
dados e com tanta mídia, já é animal. E a Mega? Ta ficando mais fácil? Para todo mundo, mas não pode amolecer. O perigo está ali. Você já tem alguma historia boa de aeroporto pra contar? Na verdade, aeroporto é a pior parte da viagem. Não tenho nada de legal pra contar, então nem vale falar. Você está tendo tempo pra conhecer os países, ou a correria tá tão grande que você só conhece as pistas? Meu pai sempre programa algo legal pra fazer. Sempre ficamos de rolê. A gente fica uns dias de bobeira, e outros concentrado no evento. Em 90% das viagens, a gente fica um ou dois dias a mais, no mínimo, para passear. Qual o país com o pior clima pelo qual você já passou? Na verdade, não estive em nenhum lugar ruim até agora.
FS Indy Air / Foto por Helga
“O skate te proporciona sensações que só ele pode propor.”
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Você já é mundialmente conhecido nas transições... E a rua, as bordinhas, gaps e tal, você curte também? Faz um street quando dá? Eu adoro street. Só que onde eu moro não tem tanto asfalto, então fico limitado. Transição, eu tenho na porta de casa. O que você achou da sua capa na Concrete Wave? Já pegou uns vinte exemplares pra guardar? Não, não tenho muito apego a essas coisas. Até minha medalha de ouro dos X Games eu já dei para um amigo. O que vale são os momentos mesmo.
Nossa, isso faz toda a diferença na minha vida. Eu amo minha casa e meus amigos. Ainda bem que eu posso viajar muito e voltar sempre para um lugar melhor ainda. Quais os próximos destinos? Já tem algum? Tudo por aqui nos Estados Unidos até o final do Ano. Alguns bate e volta, só preencher calendário. O melhor desse ano eu já fiz.
FS Ollie / Foto por Helga
O Jake Phelps já te deu algum conselho? Esse foi um. Ele entrou no meu quarto, viu um monte de troféus e falou: “Isso só serve pra fazer inveja pras pessoas, não tem serventia.” Pensei bem sobre isso e, no outro dia, tirei tudo e dei. Hoje, todo evento que eu ganho alguma coisa, eu dou para quem eu sinto a vibe. O de Bondi eu dei para o pai do meu amigo de infância, e ele quase chorou. Pra mim foi bem melhor, porque deixei na mão de alguém que, realmente, poderá lembrar de mim para sempre. Como foi na Nova Zelândia? Tem muito skate por lá? Eu fiquei com meu pai, minha mãe e o marido dela. Ficamos andando pelo país. Vimos algumas pistas, mas o melhor mesmo é o street. É alucinante em Auckland, muito bom para andar de madrugada na rua. Você comeu carne de cachorro na China? Não. Comi bem pra caramba. Hoje a China é diferente de 3, 4 anos atrás. Tem de tudo, comemos até em churrascaria. E as australianas? São gostosas também! Hahahaha! Mesmo viajando muito, você acha importante ter um lugar pra chamar de casa? Qual é a sensação quando você chega no RTMF e sabe que vai ficar pelo menos algum tempo por lá?
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evento
O melhor e mais atual do street skate brasileiro pode ser visto mais uma vez no DC King of São Paulo Competição amadora realizada nos dias 3 e 4 de março, que reuniu cerca de 50 dos melhores skatistas amadores de street do País, além de profissionais que prestigiaram o evento. A competição foi realizada em duas locações, e ao contrário de outros campeonatos amadores, não foi cobrada taxa de inscrição. Além dos atle-
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tas convidados, participaram também oito nomes que foram pré-qualificados durante o DC Skate Tour 2011 – Interior Paulista. A premiação foi paga em dinheiro, totalizando quinze mil reais, que foram divididos entre os oito finalistas – sendo seis mil reais para o vencedor. Profissionais presentes: Alex Carolino, Felipe Gustavo, Augusto Fumaça, Rafael
Finha, Fabio Castilho, Denis Silva, Jaílson Siqueira, Diego Korn, Marcelo Formiguinha, Binho Sakamoto, Lucas Xaparra, Rogerio Mancha, Guilherme Rocha, Klaus Bohms, e os juízes Diego Chavero, Rodrigo Maizena e Bruno Aguero.
Tiago Lemos / SS FS Blunt Foto por Atila Chopa
Felipe Nery / FS Flip Foto por Atila Chopa
Jhonatan Mentex / FS Blunt Foto por Atila Chopa
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Jhonatan Mentex / FS Hurricane Foto por Atila Chopa
Kaue Frederich / FS Crooked Foto por Atila Chopa
William Damascena / Fakie Heelip Foto por Atila Chopa
evento
PĂşblico presente no evento Foto por Atila Chopa
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Junior Silveira / BS Feble 180 out Foto por Atila Chopa
Renato Souza / SS Blunt 180 out Foto por Atila Chopa
evento Medalhas da premiação Foto por Atila Chopa
Felipe Nery, o Rei de São Paulo Foto por Atila Chopa
Resul ta do s Fina is:
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1º Fel ipe N ery 2º Yuri Fa cchini 3º V inicius do s S a nto s 4º D o ugl a s M o l o co pe 5º J o na tha n M entex 6º J o ã o Pedro Ara be 7º M a rio Ro ma rio 8º Lehi Leite
Princesa do skate, Leticia Bufoni viaja o mundo e coleciona medelhas Só em 2010, Leticia Bufoni, 17, esteve em Londres, Roma e Praga. Tudo antes de conquistar o vice-campeonato do X-Games, as olimpíadas dos esportes radicais, na semana passada. O brasileiro Pedro Barros, 15, foi o campeão na modalidade park. Como ela, ele perdeu a conta dos países que já conheceu por conta do skate. “Quando eu comecei, foi uma brincadeira. Nunca imaginei que levaria o skate tão a sério. Sabe quando tem a modinha da vez? Era isso”, explica Letícia. Também por conta do esporte, ela mora em Los Angeles desde 2007.
Leticia Bufoni / Ollie Transfer Foto por Heverton Ribeiro