Revista Manjar

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Nº 01 ANO 1 R$ 13,00

Manjar

DEZEMBRO / 2013

EDITORA VISÃO

Paul Bocuse O chef do século XX

As 50 melhores coisas para se comer no mundo e onde comê-las

Termogênicos, os alimentos aliados da balança

Gastronomia de Florianópolis

Especial: Encarte da Coleção “Jantar a Dois”


A Manjar é uma revista voltada para a área de gastronomia. traz em seu lançamento uma edição voltada para o chef paul bocuse, com uma entrevista exclusiva e uma reportagem sobre o chef do século. Ademais, também conta com indicações de gastronomia na ilha de santa catarina , Dicas de utensílios e comidas pelo mundo, receitas para você se deliciar e se aventurar na cozinha. Finalizando com o primeiro fascículo da coleção “Jantar a dois”.

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Editor: Lucas Firmino Projeto gráfico-editorial: Cristhiane Bárbara Pereira Seleção e tratamento de imagens: Cristhiane Bárbara Pereira Editoração: Cristhiane Bárbara Pereira Colaboradores: Bruna do Nascimento Amorim Andriel Luersen Andréa Corrêa Assessoramento: Professores Bruno Campos Ildo Golfetto Israel Braglia Juliana Shiraiwa Marta Braga

Fontes tipográficas: Honey Script Light ITC Garamond Std Book ITC Garamond Std Lt Minion Pro Regular Minion Pro Bold Sabon Lt Std Roman Sabon Lt Std Bold Trade Gothic LT Std Regular Trade Gothic LT Std Bold Trade Gothic LT Std Bold Oblique Trade Gothic LT Std Cn Trade Gothic LT Std Light Formato: 20 x 26 cm Papel: Couchet 300 m/g² Reciclato 120 g/m² Impressão: Laser colorido

Esse trabalho é experimental, sem fins lucrativos e de caráter puramente acadêmico, desenvolvido pela aluna Cristhiane Bárbara Pereira como exercício de projeto editorial para a disciplina de Projeto Gráfico II do curso de Design Gráfico da Faculdade Energia no semestre de 2013-2. Não será distribuído, tampouco comercializado.


04 Gastronomia Saudável Termogênicos, os alimentos aliados da balança 08 Chefs e suas histórias Três estrelas e três mulheres, a vida extraordinária de Paul Bocuse 14 Entrevista Paul Bocuse 19 Produtos e utensílios Força do design

20 Destinos gastronômicos As 50 melhores coisas pra se comer no mundo e onde comê-las

Sumário Seções

04 Gastronomia Saudavel 08 Chefs e suas histórias 14 Entrevista

27 Faça você mesmo Receitas

19 Produtos e utensílios

30 Prove e aprove Indicações de restaurantes

27 Faça você mesmo

20 Destinos gastronômicos 30 Prove e aprove

Encarte - Infográfico Coleção Jantar a Dois

14 Entrevista


Gastronomia Saudável

TERMOGÊNICOS, OS ALIMENTOS ALIADOS DA BALANÇA Ingredientes como pimenta, gengibre e folhas verdes estimulam a produção de calor e o metabolismo, trazendo mais rápido os resultados da academia

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odo alimento força o organismo a gastar energia durante a digestão, mas há um grupo que se destaca por elevar este gasto. Os termogênicos, como a pimenta, gengibre e canela, geram uma “dificuldade” que faz com que o corpo produza mais calor: eles aceleram o metabolismo basal e aumentam a queima de gordura. A ingestão diária deles – aliada a exercícios físicos, refeições balanceadas e estilo de vida saudável –, reduz as medidas antes do esperado. Especialistas estimam que os termogênicos aumentam entre 15% a 20% o metabolismo basal e que colaborem

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entre 5% a 10% na perda de peso. Por causa disso, eles têm sido cada vez mais usados em tratamentos contra obesidade e excesso de peso. No entanto, para fazer efeito, esses alimentos devem estar presentes diariamente nas refeições, por vezes em mais de uma, em quantidades variadas. “Deve-se comer sempre, pois eles funcionam somente enquanto você os utilizar. Se você parar de ingeri-los, eles não funcionarão mais”, relata a professora do curso de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Gisele Raymundo.


Gastronomia Saudável CAFEÍNA, VINAGRE, FOLHAS No caso do chá verde, outro exemplo de termogênico, beber um litro todos os dias é suficiente para ajudar no metabolismo. Como o chá verde tem um gosto amargo, nem todos conseguem manter uma dieta que o inclua nas refeições e, no caso da pimenta, a recomendação exclui aqueles que sofrem com problemas gástricos ou doenças inflamatórias intestinais. Para tanto, há diversas opções que trazem o mesmo efeito, como a cafeína em diversas formas (chá mate, café, guaraná), vinagre de maçã, mostarda, canela, gengibre, folhas verdes e vegetais folhosos (acelga, couve, espinafre), bagaço da laranja, alimentos ricos em ômega 3 (sardinha, atum, salmão) e cereais ricos em fibras, como a linhaça. “Para a perda de peso, recomenda-se ingerir duas vezes por dia, pelo menos. Acrescente lascas de gengibre em sucos, tempere com pimenta e use o vinagre de maçã para temperar a salada. Tome chá verde e, pelo menos, uma xícara de café ao dia”, cita a professora do curso de Nutrição da Universidade Tuiuti do Paraná, Petra Theiss, que complementa: “crus ou cozidos, os alimentos termogênicos não perdem o valor”. Apesar disso, a nutricionista pós-graduada em Nutrição Clínica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Diuli Cardoso, reforça que quanto mais difícil for a digestão do alimento, maior será o seu poder termo-

gênico. “No caso do chá verde é importante não elevar tanto a temperatura da água, pois a cafeína presente no alimento pode ser perdida”, alerta.

CHURRASCO COM PIMENTA No caso da pimenta vermelha, de 2g a 4g por dia (cerca de meia pimenta) são necessários para que o metabolismo seja influenciado. Para ajudar a emagrecer, o corpo pede por uma refeição completa, que agregue desde fibras, proteínas, carboidratos e até mesmo um pouco de gordura, entre outros elementos. Agora, não é só porque o churrasco do fim de semana exige um pouco mais na digestão que ele é uma refeição termogênica. “Uma ida à churrascaria, o consumo excessivo de carnes gordurosas ou até mesmo uma feijoada, retardam o processo digestório, fazendo com que permaneça por mais tempo no estômago e demore a ser absorvido pelo organismo”, comenta a nutricionista e professora de Nutrição da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Ponta Grossa, Cíbele Kopru-szynski. Ainda assim, o churrasco pode ter elementos termogênicos benéficos. “Vá à churrascaria, mas coloque uma pimenta. Faça boas escolhas. Peça uma carne menos gordurosa e inclua no prato saladas com folhas verdes e fibras para aumentar a termogênese”, complementa a médica

nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, Marcella Garcez Duarte.

AÇÃO VARIA CONFORME O ORGANISMO Apesar de todos os alimentos termogênicos possuírem substâncias que vão influenciar o metabolismo, o resultado pode não ser idêntico para todo mundo, devido à resposta de cada organismo, segundo a professora de Nutrição, Gisele Raymundo. Porém, a utilização dos alimentos ou suplementos termogênicos com o objetivo de emagrecer deve ser aliada a uma dieta balanceada e prática de exercícios físicos. “Não existe uma ação imediata dessas substâncias, é necessário o consumo habitual e sempre buscar metas realistas para a redução de peso”, explica a nutricionista e Cíbele Kopruszynski. Com relação ao tempo que os termogênicos levam para fazer efeito, também há uma individualização, mas segundo especialistas leva, em média, 10 dias. Alguns alimentos termogênicos podem causar efeitos negativos e, portanto, há contraindicações. “Insones, hipertensos, pessoas com problemas cardíacos, ansiedade e problemas de tireoide também devem consumir os termogênicos com moderação”, diz a nutricionista Cíbele Kopruszynski. Confira a seguir algumas receitas fáceis com alimentos termogênicos para fazer no dia a dia.

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Gastronomia Saudável COMO FUNCIONA? Cada alimento termogênico atua de forma distinta no processo de produção de calor dentro das células, mas todos chegam ao mesmo resultado – acelerar o metabolismo e reduzir medidas. PIMENTA VERMELHA

carboidratos e acelera o trânsito intestinal. A inibição da ação da amilase, enzima responsável pela digestão do amido/carboidrato, faz com que o chá seja uma das principais indicações de nutricionistas. Seu consumo não é indicado muito próximo das refeições como almoço e jantar, pois os compostos conhecidos por taninos podem inibir a absorção de ferro. VINAGRE DE MAÇÃ

Esta especiaria contém capsaicina, que auxilia no controle de peso e retirada de gorduras das artérias. Ao incluí-la na alimentação, as fibras do sistema nervoso simpático (responsável pela aceleração dos batimentos do coração, aumento da pressão arterial e ativação do metabolismo) são estimuladas a liberarem o hormônio noradrenalina – principal envolvido na termogênese. O hormônio irá estimular a liberação de calor na organela celular conhecida por mitocôndria (responsável pela produção de energia), acelerando o metabolismo. Com isso, o corpo passa a gastar mais energia do que consome. A pimenta é contraindicada para quem sofre de gastrite ou problemas inflamatórios intestinais. CAFÉ

Os benefícios se devem ao ácido acético, que acelera o metabolismo e reduz a velocidade da digestão. Com isso, eleva a sensação de saciedade, fazendo com que a pessoa não coma além do necessário. Além disso, há estudos que apontam redução no acúmulo de gordura em refeições que utiliza o vinagre. Quem tem problema de gastrite deve evitá-lo. MOSTARDA Antes de ser termogênica, a mostarda é antioxidante e transforma parte das calorias dos alimentos ingeridos em calor. O componente bioativo presente é o isotiocianato de alilo, que tem uma influência sobre o metabolismo tão grande quanto o gengibre e a pimenta.

Nos alimentos com cafeína, em vez de estimular a liberação do hormônio noradrenalina, há emissão de enzimas que aumentam a energia dentro da mitocôndria, elevando também o metabolismo. A cafeína em si é uma substância estimulante e termogênico natural, que auxilia na manutenção do estado de alerta. Ela é contraindicada a pessoas com problemas de insônia e de ansiedade, devendo ser reduzido o consumo especialmente no período noturno.

FOLHAS VERDES E VEGETAIS FOLHOSOS

CHÁ VERDE

O principal ativo termogênico na laranja está no bagaço, especialmente a parte branca, que não possui calorias. Rico em pectina, que é uma fibra solúvel, age diminuindo a assimilação das gorduras. A laranja

Além de estimular o metabolismo e usar a gordura corporal como fonte de energia, ele reduz a absorção de açúcar no sangue, a compulsão por

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Para queimar mais calorias, a sugestão é optar pela alface, espinafre e couve. Na forma crua, a couve apresenta mais fibras que quando refogada, melhorando o processo termogênico. A presença das fibras demanda um trabalho metabólico maior durante a digestão. LARANJA

é rica ainda em sinefrina, responsável por diminuir o apetite, elevando a saciedade. ÔMEGA 3 A sardinha, atum e salmão auxiliam no aumento do metabolismo basal, queimando calorias. A partir da eliminação do excesso de líquidos, aumentam a energia do organismo e funcionam também como anti-inflamatórios, prevenindo doenças cardiovasculares. CEREAIS RICOS EM FIBRAS A presença deles nas refeições faz com que o corpo gaste mais energia na digestão, elevando a temperatura e acelerando o metabolismo. A linhaça é uma boa fonte de ácidos graxos e de lignanas, fibras que agem no processo de emagrecimento através da promoção da saciedade. CACAU Apenas acima dos 70% de cacau, o chocolate pode ser considerado termogênico. Os teores de cafeína e polifenóis caracterizam as propriedades estimulantes e antioxidantes. A combinação destas substâncias faz bem ao coração, à circulação sanguínea e contém atividade antialérgica, antiviral e anti-inflamatória. ÁGUA GELADA ...funciona como gatilho para o processo termogênico, que ocorre principalmente através de três situações: exposição ao frio, atividades físicas regulares e uma refeição completa. “Ao tomar água gelada, o corpo se expõe internamente ao frio e gasta mais energia para esquentar, equilibrando com a temperatura corporal. O aconselhável é tomar oito copos de água gelada por dia”, explica a médica nutróloga Marcella Garcez Duarte.


Gastronomia Saudável

RECEITAS COM TERMOGÊNICOS Não há desculpas. A dificuldade em colocar os representantes termogênicos na alimentação não deve ser impedimento para incluí-los nas refeições diárias – por vezes em mais de uma. Veja algumas sugestões da chef do restaurante Quintana, Gabriela Vilar de Carvalho: LANCHE DA TARDE

SUCO VERDE

BEBIDA GELADA

Feito com banana, aveia e quinoa em flocos, cacau, açúcar mascavo e canela

Tomar um copo pela manhã ajuda a eliminar as toxinas liberadas pelo organismo durante a noite

Chá de hibisco, canela e maçã

INGREDIENTES

INGREDIENTES

• 1 banana caturra (cortada ao meio) • 1 colher de sopa de aveia • 1 colher de sopa de quinoa (flocos ou semente) • 1 colher de café de amêndoas laminadas • 20g de chocolate 80% ou 1 colher de sobremesa de cacau em pó • 1 pitada de canela

• ½ maçã • 3 folhas de couve • 1 laranja (suco) • 200 ml água de coco • 1 colher de sobremesa de semente de linhaça • 1 anel de gengibre • ½ limão • 1 colher de sobremesa de mel

• 1 litro de água • 2 ramas de canela • 3 dentes de anis estrelado • 2 colheres de sopa de hibisco desidratado • 1 maçã orgânica picada (com casca) • 6 a 8 unidades de morangos picados

MODO DE PREPARO

MODO DE PREPARO

Leve a banana na frigideira para dourar rapidamente (ou ao forno 200°C por 10 minutos). Salpique com aveia, quinoa, amêndoas, canela e chocolate/cacau.

Esprema o suco de laranja. Bata o suco com a água de coco e todos os demais ingredientes. Bata por uns 2 minutos. Tome sem coar.

INGREDIENTES

MODO DE PREPARO Ferva a água com anis estrelado e canela por 4 minutos. Acrescente hibisco e ferva mais 2 minutos. Desligue o fogo e coloque as maçãs, deixar em repouso por 30 minutos. Ao servir acrescente o morango e adoce conforme preferência, com mel ou açúcar mascavo. Sirva quente ou gelado. Se desejar, adicione uma rodela de laranja para servir gelado!

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Chefs e suas histórias

Três estrelas

e três mulheres

Por Antonio Ribeiro

A vida extraordinária de Paul Bocuse, o chef do século XX, que chega aos 80 anos celebrando o apetite à mesa e na cama

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as panelas fumegantes da cozinha está sendo preparado o jantar para 200 convivas. No salão do restaurante, o chef francês Paul Bocuse está de braços cruzados, ereto, imóvel. O porte imponente, devidamente paramentado de brim branco e chapéu de copa cilíndrica alta, emerge entre as mesas – a visão lembra a de um busto de mármore sobre um amplo pedestal. Uma senhora aproxima-se dele, desmancha-se em elogios e, ao se despedir, pede o cartão de visita. “A madame queira me desculpar, eu não tenho cartão, mas meu nome está nos guias de culinária.” E como está. A começar pelo mais famoso deles, o Guia Michelin, no qual Bocuse figura há quarenta anos, ininterruptamente, com nota máxima: três estrelas. Caso único. Os grandes cozinheiros lutam para ganhar uma boa nota, chegam a se matar, literalmente, só com o boato de uma 8

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avaliação desfavorável – como fez o chef Bernard Loiseau, que se suicidou em 2003 com um tiro de cartucheira na cabeça. A dois meses de completar 80 anos, Paul Bocuse mantém sua lenda em alta com o lançamento de uma biografia com o título adequadíssimo de O Fogo Sagrado. O livro relata a trajetória de Bocuse, o “cozinheiro do século XX”. Se fosse um prato, o livro estaria mais para a culinária baiana. É muito picante. Para começo de conversa, o grande nome da culinária francesa conta sem rodeios que nos últimos trinta anos dividiu sua intimidade com três esposas. Poligamia? “Sou fiel a três mulheres”, confessa Bocuse. Todas com pleno conhecimento mútuo, firmes ao lado do chef. Em julho passado, Bocuse passou pela mesa operatória. Além das três estrelas e das três mulheres, agora ele tem três pontes de safena.


Chefs e suas histórias

O lendário cozinheiro francês Paul Bocuse, de 85 anos, recebeu em Nova York o prêmio “Chef do Século”. A recompensa foi concedida pela prestigiosa escola americana Culinary Institute of America. “Ele é um dos maiores e mais emblemáticos ‘chefs’ de todos os tempos”, declarou Tim Ryan, presidente do instituto.

“Eu trabalho para viver 100 anos e festejo como se a morte estivesse a minha espera amanhã”, disse Bocuse ao Blog de Paris. Os cinqüenta dias de convalescença da cirurgia deram ao agitado Bocuse a oportunidade para colocar a vida em pratos limpos. Apressou-se a publicação da biografia. “Melhor escrever as memórias quando ainda se tem memória.” A razão não foi só essa. Bocuse completa: “Não queria deixar os biógrafos escreverem besteiras comigo ausente, incapaz de desmenti-los”. O cozinheiro confiou sua história à enteada Eve-Marie Zizza-Lalu, talentosa escritora de 38 anos. Ela conhece Paul desde

menina. “Ele passava lá em casa na hora do chá”, conta Zizza-Lalu, que é filha de Patricia, responsável mundial pelos produtos com a marca Paul Bocuse. Patricia é uma das três mulheres a quem o cozinheiro é fiel e a única com quem ele não teve filhos. “Ele sugeriu terminar a biografia com a frase: Paul Bocuse não pode morrer.” ZizzaLalu descartou a proposta. Ela fez questão, sobretudo, de não deixar Paul Bocuse morrer sem antes falar das suas mulheres. Com isso garantiu que a mãe não fosse citada apenas como uma funcionária eficiente e zelosa. Em O Fogo Sagrado, Bocuse arremata uma vida gloriosa sem cair na dissimulação.

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Chefs e suas histórias Paul Bocuse dorme no mesmo quarto em que nasceu, no andar de cima do seu restaurante. Desde 1942, divide os aposentos com a esposa Raymonde, braço-direito nos negócios. “Quando viaja, ele escolhe sempre o lado da cama mais próximo à terra natal”, relata sua biógrafa. “Amor e trabalho não têm fronteiras para monsieur Bocuse.” Cozinha e sexo, segundo o chef, têm pontos em comum, “Nós temos apetite pelo outro, devoramos com olhos e terminamos por passer à la casserole (na gíria francesa, ter relação sexual)”. Diz ele, com graça: “Não fui eu quem inventou o duplo sentido do verbo comer”. Qual a receita para manter-se no topo da alta cozinha e, ao mesmo tempo, satisfazer uma esposa, duas amantes permanentes e várias ocasionais? “Organização, uma tremenda organização, mas para quem mistura ingredientes não é difícil.” O cozinheiro admite que suas mulheres “extraordinárias” contribuíram. Dito de outro modo: “Elas aceitaram meu comportamento”.

centímetros do coração. Foi salvo graças a massivas transfusões de sangue num hospital de campanha aliado. “Minhas veias estão repletas de sangue ianque.” Ele guarda daquele tempo, gravada no ombro esquerdo, a tatuagem de um galo – ave-símbolo de seu país. Para diversão dos soldados americanos, Bocuse fazia um truque aprendido com a garotada do interior: hipnotizava os galos. O chef colocou Jérôme, o filho da relação com Raymone Carlut, na gerência do restaurante Les Chefs de France, na Flórida. O sobrenome Bocuse abre portas por toda parte, mas na França ele carrega o peso da fama. “Não é fácil me suceder. Jérôme está mais à vontade nos Estados Unidos.” Nos tempos bicudos, o pai de Bocuse, dono do restaurante da família, pediu um lugar para Paul na cozinha do amigo Fernand Point, o grande demiurgo da culinária francesa do começo do século passado. “Meu pobre Georges, não posso prometer, no momento, empregar seu filho”, escreveu Point. Paul Bocuse apareceu assim mesmo no La Pyramide, em Vienne, nas margens do Rio Rhone, então já um restaurante célebre. Bocuse não revelou sua identidade. Conseguiu um posto de ajudante de cozinheiro e absorveu como nenhum outro as lições do pioneiro. A revolução de Fernand Point baseavaParódia da Santa Ceia: Bocuse como Cristo cercado de chefs franceses se no conceito simples de escolher os melhores ingredientes. Desde então, ingredientes de primeira, A proximidade da morte não é sempre conspicuamente frescos, são os novidade. A obsessão pela posteridade, fundamentos da cozinha de Bocuse. O preparo uma constância em Bocuse. Quando jovem, dos ingredientes respeita e ressalta suas voluntário da Primeira Divisão Francesa qualidades naturais. Nada de chapa térmica ou Livre, lutou contra o ocupante nazista. Nas microondas. Sempre o fogo, o fogo sagrado, planícies da Alsácia foi ferido pelo fogo “elemento essencial na cozinha e na mulher”. inimigo: uma bala perfurou-lhe o peito a 2

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Chefs e suas histórias direito comercial sobre o nome Bocuse estampado na placa do vizinho. O restaurante dos Bocuse era apelidado pelos lioneses de Bocusoff. A revanche chegou junto com a notoriedade de Paul. Ele comprou a parte do sócio do pai e readquiriu a antiga propriedade da família, onde montou o restaurante Auberge du Pont de Collonges. Lugar inconfundível pela fachada de cores fortes com um imenso letreiro: Paul Bocuse.

Chef Paul Bocuse inaugura restaurante quebrando um de seus pratos mais conhecidos, a sopa de trufas negras, no Culinary Institute of America

Os Bocuse estão à beira do fogão e às margens do Rio Saône desde o século XVIII. Jean-Noël Bocuse, veterano do Exército de Bonaparte, morreu cozinheiro em Collongesau-Mont-d’Or, 12 quilômetros ao norte de Lyon. Joseph e Marie, avós de Paul, tocaram o Restaurante Bocuse, apreciado pela excelente cozinha regional. E não só. O restaurante oferecia à clientela conforto adicional: quartos para a hora da siesta. A freqüência era de homens acompanhados de moças demi-mondaines, delicioso eufemismo para prostitutas. Paul conta no livro que o avô Joseph achava a esposa muito “fogosa” no atendimento aos clientes masculinos. Em 1921, movido pelo ciúme, o avô vendeu o restaurante e a razão social ao russo Borisoff. Georges Bocuse casou-se com a herdeira do Hotel du Pont, estabelecimento a 100 metros do restaurante vendido pela família. Quando o pai de Bocuse ganhou a primeira estrela, o filho Paul já comandava a cozinha, mas a família não tinha

Uma sopa é até hoje o prato mais lendário do restaurante. Ela é feita com caldo de carne, vinho branco, trufas negras, foie gras, cenoura, cebola, salsão, carne cortada em pedaços finíssimos, pitadas de sal marinho e pimenta-do-reino. O toque distintivo: crosta de massa folhada para preservar o calor e os aromas. A iguaria custa 80 euros (226 reais) no Auberge du Pont. Ela foi servida pela primeira vez em 1975, num almoço no palácio presidencial do Eliseu, em Paris. Chama-se VGE, as iniciais do então presidente francês Valéry Giscard d’Estaing. Mesmo o requintado Giscard d’Estaing confundiu-se com o novo prato e não soube como abordar a sopa. “Quebre a casca, presidente”, disse Bocuse. Giscard acabou por espetar a comenda da Legião de Honra no avental do cozinheiro. O desempenho de Bocuse ficará na história como a maior contribuição para alçar os cozinheiros à posição de chef e torná-los reconhecidos como artistas. Antes restritos à cozinha, eles passaram a circular no salão, tornaram-se celebridades. “Ele nos permitiu ser quem somos”, disse ao Blog de Paris Alain Ducasse, chef do exclusivo restaurante Plaza Athénée. Hoje, muitos chefs estrelados comandam seus restaurantes longe das panelas – pelo menos não tão perto quanto Bocuse. Um jantar a dois com um grande vinho pode custar o preço de um carro popular e é preciso reservar lugar com meses de antecedência. O fenômeno atiça vaidades, nem sempre bem digeridas pelos fregueses. Diz Bocuse: “Se esses chefs me permitissem um conselho, eu diria: ‘voltem para a cozinha’”.

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“Eu trabalho para viver 100 anos e festejo como se a morte estivesse a minha espera amanhã”

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Chefs e suas histórias Durante séculos um país eminentemente agrícola, a França trata sua cozinha como questão de Estado. Ao lado de uma variedade extraordinária de produtos regionais, floresceu um saber, popular e acadêmico, de como tratar e combinar alimentos. O pai da culinária francesa foi Marie-Antoine Carême, cozinheiro de Charles-Maurice de Talleyrand (1754-1838), o político e diplomata que passou à história por sua capacidade de sobrevivência – serviu aos revolucionários franceses, a Napoleão, aos Bourbon, quando eles retomaram o trono, chegando ainda com algum poder ao reinado de Luís Felipe. Talleyrand fez da boa mesa o ambiente ideal para suas conversas diplomáticas. Carême estruturou e deu lógica à cozinha. Pratos em formas arquitetônicas (les pièces montées – o bolo de noiva, por exemplo), compatíveis entre si e equilibrados pela cor, textura e sabor. Houve grande progresso quando os franceses importaram uma concepção russa: em vez de servir todos os pratos ao mesmo tempo como nos banquetes medievais, as refeições foram divididas em etapas e servidas em porções individuais. Georges-Auguste Escoffier codificou a gastronomia no início do século passado dando às receitas a perenidade dos clássicos. As sopas foram classificadas em consumes (claras), potages (densas), crèmes (cremosas) e velutés (aveludadas com creme de leite e manteiga). Cada categoria tem subdivisões dependendo do agente de densificação, guarnição, ervas, tempero e tipo de álcool. Onde Paul Bocuse entra nessa história? Ele foi o ponta-de-lança do time formado por Jean e Pierre Troisgros, Michel Guérard, Roger Vergé, Alain Chapel e Paul Haeberlin. Talentosos cozinheiros criadores de um estilo livre e eclético de cozinhar, a nouvelle cuisine batizada pelo Guia GaultMillau. Eles trouxeram de volta o culto ao sabor natural dos alimentos – a prática ensinada por Fernand Point. Os molhos ficaram mais leves, sua base de creme de leite e manteiga foi substituída

por purês de legumes. O minimalismo japonês serviu de principal inspiração para a decoração dos pratos. “Bocuse mudou a história da alta cozinha. A culinária contemporânea é herança dele”, disse ao Blog de Paris o chef catalão Ferran Adrià, ele próprio um inovador revolucionário. Corria o ano de 1969, os críticos gastronômicos Henri Gault e Christian Millau foram visitar Bocuse em Collonges. Antes de voltar a Paris, pediram ao chef um prato leve para não viajarem empanturrados. Bocuse cozinhou, rapidamente, vagens al dente, picou uma échalote (a saborosa cebola francesa ) e deitou um filete de azeite em cima. Gault viu – só ele – o prato como a assinatura de um manifesto equivalente à nouvelle vague dos então jovens cineastas François Truffaut, Alain Resnais, Jean-Luc Godard e Louis Malle. Exjornalista esportivo, Gault espalhou a novidade: “A nouvelle cuisine existe, eu a encontrei”. Bocuse, porém, continuou fazendo o que sempre fez, sem nunca ter reivindicado a autoria do movimento. (“A única coisa que mudou na minha vida foram os lençóis da minha cama.”) A nouvelle cuisine cumpriu a trajetória das novidades artificiais: foi da glorificação ao escárnio, a ponto de ganhar a pecha de “tudo na conta, nada no prato”. Diz Bocuse: “Esse negócio de cortar uma ervilha em quatro partes não é comigo”. Alguns críticos reprovam Bocuse por não mais inovar no menu e na decoração dos seus restaurantes – além do original de Collonges, ele tem cinco brasseries em Lyon. Aos que clamam por novidades, ele decreta com desdém: “Se os senhores se referem à cozinha molecular, tenho o maior prazer em dizer que não a praticamos. Lamento também informá-los que ninguém come em museus nem vem aos meus restaurantes para comer as cortinas, só existe uma culinária: a boa”.

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Entrevista

Chef do sécul PAUL BOCUSE DESEJA NA VERDADE É ABRIR UMA TABERNA

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m poucos dias, Paul Bocuse vai comemorar 84 anos e o seu restaurante em Collonges-au-Mont d’Or, ainda é impressionante na estatura.

Por isso, ao entrevistá-lo pessoalmente, você tem diante de si uma estátua, um ícone. Paul Bocuse é um fumble na história da França, um comandante, uma estrela cadente. Às vezes, ele está cansado, de mau humor e pode muito bem ter o direito de pensar “nada de cozinha molecular”. Às vezes, durante a entrevista, ele quer parar e tem dificuldade de concentração. Está ansioso. Paul quer falar sobre um projeto em especial: uma taberna. Dois diretores da empresa estão no quarto ouvindo. E Paul fala sobre salsicha quente, acordeão, queijo branco. Os diretores aceitam. A vida para Paul Bocuse agora é de um colorido alegre e fraterno. Continua a falar e entra num assunto mais transcendental: a morte pode muito bem vir agradar seus pés, finalmente, diz. Moléculas, medalhas e morte. Poof! 14

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Entrevista

ulo Manjar

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Entrevista Paul, e se você trouxer jovens líderes para o restaurante? Eles têm valores diferentes dos seus? Eu notei dois jovens que eu gosto: o primeiro, em Saint Just Saint Rambert, Christophe Roure e o outro, Jean Sulpice Oxalys. Também conheci uma mulher excepcional e um restaurante, um casal que já forma uma equipe. Isso é fundamental. Seus valores? Eu não sei. O que eu vejo é que eles têm mais a se preocupar do que nós. Tivemos uma boa vida. Eles estão lutando com muitas restrições. Por que, uma e outra vez, cervejarias abertas em Tóquio, West Express, Lyon, você não está satisfeito?

Você que viaja e tem uma visão da relevância de muitas cozinhas do mundo, não acha um pouco egocêntrico o debate sobre a culinária francesa como patrimônio imaterial da UNESCO? Eu acho que a culinária francesa é suficientemente bem estabelecida. Escoffier e Fernand Ponto sabiam codificar a cozinha e se ela existe hoje, devemos a eles.

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A boa comida não é necessariamente cara. Eu não copio ninguém, só faço o mesmo! O que te irrita num restaurante? Se eu pedi um frango, não há necessidade de o mordomo me dizer quem é o avô do frango. Mesmo para sommeliers, a única questão é saber: é bom? Você teve o prazer de beber? Caso contrário, puf. Eu amo placas identificáveis, se houver necessidade de uma explicação (da esquerda para a direita...), isso me desinteresse.

“Nós somos os únicos além dos cirurgiões que podem ter uma roupa assim. Por que negar?”

Porque são lugares ótimos para abrir restaurantes. Devemos compartilhar a felicidade em dobro! Você sabe por que? Eu quero abrir uma taberna ao longo do Saone para oferecer as pessoas salsicha quente, queijo, aves...

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É possível encontrar alguns preços incríveis em alguns restaurantes?

... e quanto aos chefs?

Eles me irritam quando não usam toque. Ou quando não se orgulham da sua roupa! Droga, nós somos os únicos além dos cirurgiões que podem ter uma roupa assim. Por que negar? Existe uma receita que você gostaria de melhorar ainda mais? Ela já é complicada o suficiente. Não há necessidade de marcá-la, devo deixá-la viver. Você nunca faz duas vezes a mesma cozinha. Eu, por exemplo, não trabalho na proporção do peso, mas apenas por instinto... Na intuição.


Entrevista

O chef Paul Bocuse posa em frente ao seu restaurante em Lyon / França.

O cozinheiro é um artesão ou um artísta?

O mais belo gesto ao cozinhar?

Às vezes, quando eu vejo “culinaire artiste” assinando cartões, não posso deixar de sorrir. Não, nós somos artesãos. Artesãos que amam o seu trabalho.

Quando eu amarro o avental diante de mim com as flanges para trás. Isso significa que eu vou entrar em cena. Esta é uma das coisas que eu prefiro.

O que você acha desse que sugere que o consumo de produtos de cozinha seja realizado nas proximidades das casas e restaurantes?

Você fica triste pelo desaparecimento de certos produtos?

Huuum... não deve ser sempre fácil quando você está no fundo da Creuse. No entanto, se você opera no Dombes ou Bresse, muda tudo. Seu menu ideal? Com 2-3 amigos, um único prato como um guisado, uma galinha, e uma garrafa de vinho. Simplicidade... esta é a felicidade.

Não, eu ainda penso em quando eu usava os legumes esquecidos... Todos esquecemos! Você não vê mais alcachofras de Jerusalém, Rutabagas, Laissons... onde eles estão? Como você está? Desde a minha operação de coração, eu vejo a vida de forma bastante diferente. Nada pode acontecer comigo. Eu tenho um pouco menos de apetite e estou mais ansioso. Manjar

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Entrevista Em seu último livro, você fala sobre sua vida amorosa compartilhada com três mulheres, a felicidade é um caso complexo? Eu sou simples. Três mulheres, por que não? Mas eu me acalmei. Eu sempre precisei ser tranquilizado cercado de pessoas que gosto.

Alain Ducasse. Como é a demanda da cozinha francesa? Ela é muito boa e ainda melhor se os irmãos Dalton (nota: Alain Ducasse e Joël Robuchon) estão envolvidos. Eles devem refazer a grande cozinha francesa com os meninos Alléno, Marx, Savoy, Anton ...

O que você lembra da cozinha molecular? O fato de muita conversa. Eu não sou contra se o cliente adere. Pessoalmente, eu não penso muito, eu observo. Questões de grandes chefs. Jean Marie Amat. Como é que você seja o mais francês?

Michel Guérard. O que você tem mais “de coração” em tudo que você faz? Tenho orgulho do evento da escola Ecully e Bocuse d'Or. Este ano, o evento será num átrio de 10 000m². Joël Robuchon. Você tem medo da morte? Não, não é a minha preocupação. Eu não tenho arrependimentos. A morte, enfim, isso acontece com todos. A vida é a morte. Eu acho que eu fiz o meu trabalho, então eu posso morrer em paz.

Eu sou um filho da guerra. Eu sofri a ocupação. Fui ferido na Alsácia e resgatado por médicos norte-americanos. Meus pais sempre pensaram que eu havia recebido Carre dagneau cotes primieres roti a la fleur de thym, um dos pratos uma transfu- tradicionais do restaurante de Bocuse. são de sangue índio, porque Olivier eu estava tão animado com o tempo! Roellinger. Pede a receita para que os É por isso que eu sou pró-americano, cozinheiros do mundo unem-se ... graças ao qual estamos aqui hoje, mas, É bom dizer que ... definitivamente francês.

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Produtos e utensílios

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Força

do design

Utensílios de cozinha recebem uma reformulação por designers Por Claudia Esquilante 1. Balança Flora Verde, linha Kitchen, da italiana Brandani. R$ 110. nnovitaregali.com.br | 2. Garrafa para água Basic, da WMF. R$ 238. spicy.com.br | 3. Conjunto de quatro porta-copos imantados Pop Art. R$ 35. designnmaniaa.com.br | 4. Saleiro e pimenteiro coleção Vertigo, cujo elemento emblemático de design é um anel de prata da Christofle. R$ 690, a dupla. christofle.com | 5. Cantil para uísque I Am The After Party, da Sergio K. R$ 198. sergiok.com.br | 6. Queijeira Glam Design Collection, da Tramontina. R$ 150. tramontina.com.br | 7. Faqueiro Oslo Blue, da Blauss Maison. 24 peças. R$ 2.145. blaussmaison.com.br | 8. Abridores Butterfly, da Normann (Copenhagen). R$ 49 cada. scandinaviadesigns.com.br | 9. Cepo Skin Design Collection, da Tramontina. R$ 350. tramontina.com.br | 10. Cooler para uma garrafa Eggo, da linha Dynasty Bar. R$ 160. fullfit.com.br | 11. Relógio de parede Liberdade, da Carpe Diem. R$ 75. carpediembrasil.com.br | 12. Bowl Dropp!, da Menu. R$ 229. scandinavia-designs.com.br | 13. Espremedor Mandarin, da Alessi. R$ 235. benedixt.com.br | 14. Infusor para chá Tea To My Heart. R$ 58. osegredodovitorio.com | 15. Timer digital, da Inconterm. R$ 19. lojatudo.com.br | 16. Conjunto para sushi Birds And Clouds. R$ 488. benedixt.com.br

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Destinos gastronômicos

Ostras | Strangfor Lough, Nordeste da Irlanda

Cuan Oysters, Sketrick Island, Killinchy, Newtownards, County Down, Northern Ireland, 02897 541461. www.cuanoysters.com

AS 50 MELHORES COISAS PRA SE COMER NO MUNDO E ONDE COMÊ-LAS De bolo, bife e tapas, a ostras, frango e hambúrgueres, o repórter Killian Fox, do The Guardian percorreu o mundo para encontrar as 50 melhores coisas para comer e os melhores lugares para comê-las. É óbvio que eu descordo dele. Não vi na lista nenhum item da nossa gastronomia e vamos combinar? É uma das melhores do mundo. Segue a lista: 20

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Destinos gastronômicos

Beringela | Ta Kioupa, Atenas Dinokratous & An, Polemou 22, Kolonaki, 11521 Athens, 0030 210 7400150, www.takioupia.com

Hamburguer | Little Owl, Nova York 90 Bedford St, New York, 001 212 741 4695, www.thelittleowlnyc.com

Frango assado | L’Ami Louis, Paris 32 rue du Vertbois, 3e, 3rd arrondissement, Paris, 0033 1 48 87 77 48

Pho | Pho24, Vietnã 5 Nguyen Thiep Street, District 1, Ho Chi Minh City, Vietnam (and other locations). 0084 88226278, www.pho24.com.vn

Milk Shake | Fosselman’s, Los Angeles 1824 W Main Street, Alhambra, Los Angeles, 001 626 282 6533, www.fosselmans.com

Macaroons | Laduree, Paris 16 rue Royale, 75008 Paris, 0033 01 42 60 21 79, www.laduree.fr Zabaglione | La Cinzianelle Via Lago, 26 Corgeno, 0039 0 331 946 337

Churrasco americano | Snow’s, Texas 516 Main Street, Lexington, Texas, 001 979 773 4640 (Saturday only), www.snowsbbq.com

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Destinos gastronômicos

10º

16º

14º

Bife | El Capricho, Jimenez de Jamuz, Espanha Paraje de las Bodegas, s/n, Jimenez de Jamuz, near León, Spain, 0034 987 664224

Ponta de Agulha | Le Louchebem, Paris 31 rue Berger, Angle 10, rue des Prouvaires, Paris, 0033 1 42 33 12 99, www.le-louchebem.fr Pastrame com pão de centeio | Katz’s Deli, Nova York 205 E Houston Street at Ludlow Street, New York, 001 212 254 2246, www.katzdeli.com

12º

Peixe com fritas | The Wee Chippy, Fife, Escócia 4 Shore Street, Anstruther, Fife, 01333 310106

15º

13º

17º

Suco de tomate | Happy Girl Kitchen, California Ferry Plaza Farmer’s Market, One Ferry Building, San Francisco, 001 831 750 9579, www.happygirlkitchen.com

18º

Pastél de Belém | Antiga Confeitaria de Belem, Lisboa Rua de Belém, 84-92, Belém, Lisboa, 00351 21 363 7423, www.pasteisdebelem.pt Torta de morango | Restaurant de Bacon, Antibes, França 688 Boulevard de Bacon, 06160 Cap D’Antibes, France, 0033 4 93 61 50 02, www.restaurantdebacon.com

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Comida italiana (slow food) | Coco Lezzone, Florença Via del Parioncino 26, Florence, Italy, 0039 05 52 87 17 8


Destinos gastronômicos

19º

24º

22º

Comida Vegan Indiana | Sagar Ratna, Nova Delhi 18 Defence Colony Market, New Delhi, 110024, Delhi, India, 0091 11 24 33 36 58

Comida Nórdica | Olo, Helsinki Kasarmikatu 44, 00130 Helsinki, Finland. 00358 9 665 565, www.olo-restaurant.com

20º

Azeite | Loja de suprimentos eletrônicos turca, London 76 Compton Street, London EC1, 020 7251 4721, www.planet mem.com

Pato Assado | Quanjude, Beijing Hepingmen Dajie, Xuanwu District, Beijing, China, 0086 10 6552 3745, www.quanjude.com.cn

23º

21º

Tacos | El Pastorcito 4503 Lorenzo Boturini Street, 24 de Abril, Mexico City, Mexico, 0051 55 5764 1185, www.elpastorcitodeboturini.com

25º

Sushi | Daiwa sushi, Tokyo Building 6, Chuo-ichiba, 5-2-1 Tsukiji, Chuo-ku, Tokyo, Japan, 0081 3 3547 6807

26º

Barriga de Porco | Gramercy Tavern, Nova York 42 East 20th Street, New York, New York, 001 212 477 0777, www.gramercytavern.com

Comida Filipina | Lighthouse Restaurant, Cebu, Filipinas Gaisano Country Mall, Banilad, Cebu city, Philippines, 0063 32 231 2478

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Destinos gastronômicos

27º

32º

30º

Comida Californiana | Chez Panisse, Berkeley, California 1517 Shattuck Avenue, Berkeley, California, 001 510 548 5525, www.chezpanisse.com

Comida Tailandesa | Krua Apsorn, Bangkok 503-505 Sam San Road, Dusit, Bangkok, Thailand 0066 2 24 18 52 8 Tapas | Cal Pep, Barcelona Plaça de les Olles 8, Barcelona, 0034 93 31 07 961, www.calpep.com

28º

Comida Argelina | Restaurant Gnaoua, Algiers Cite Sahraoui, les Deux Bassins, Ben Aknoun, Algiers, Algeria

31º

33º

Comida francesa simples | Le Vin et L’Assiette, Besancon, França 97 rue Battant, Besançon, France, 0033 3 81 81 48 18

34º

29º

Pizza | Frank Pepe Pizzeria, New Haven, Conneticut 157 Wooster Street, New Haven, Connecticut, 001 203 865 5762, www.pepespizzeria.com Comida Francesa sofisticada | Close des Gourmets, Paris 16 Avenue Rapp, Paris, 0033 1 45 51 75 61, www.closdesgourmets.com

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Sorvete | Corrado Costanzo, Noto, Sicilia Via Silvio Spaventa 7, Noto, Sicily, 0039 931 835 243


Destinos gastronômicos

40º

35º

38º

Kebab | Bade Miya, Mumbai Tulloch Road, Apollo Bunder, Mumbai, India

36º

Ravioli | Babbo, Nova York 110 Waverly Place, New York, 001 212 777 0303, www.babbonyc.com

Bolo de chocolate | Pierre Herme, Paris 72, rue Bonaparte, Paris, 0033 01 43 54 47 77, www.pierreherme.com Salsichão | Konnopke’s Imbiss, Berlim Schönhauser Allee 44a, Prenzlauer Berg, Berlin, 0049 30 442 7765, www.konnopke-imbiss.de

39º

37º

41º

Batata frita | Bomba Bar Cova Fumada, Barcelona No 56 Carrer del Baluard, Barceloneta, Barcelona, Spain, 0034 93 221 4061

42º

Presunto | Casas, Aracena, Espanha Calle Colmenetas 41, Aracena, Huelva, Spain, 0034 959/128044 Lagostim | Casa Bigote, Sanlucar de Barrameda, Espanha Restaurante Casa Bigote, Bajo de Guia, 10, Sanlúcar de Barrameda, Cádiz, Andalucía, 0034 956 36 26 96

Polvo | Tholos, Symi, Grécia Gialos, Symi 85600, Islands, Greece, 0030 22460 72033

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Destinos gastronômicos

43º

48º

46º

Curry | Karim’s, Delhi Jama Masjid, Gala Kababian, Old Delhi, India, 0091 11 2326 9880, www.karimhoteldelhi.com

Bouillabaisse | Restaurant de Bacon, Antibes, França 688 Boulevard de Bacon, 06160 Cap D’Antibes, France, 0033 4 93 61 50 02, www.restaurantdebacon.com Ceviche | Sankuay, Lima, Peru Garcia Leon 114 (between block 3 and 4 of Av Canada), Santa Catalina, La Victoria, 0011 51 1 470 6217

44º

Steak com Kidney pie | The Hinds Head, Bray High Street, Bray, Berkshire, 01628 626151, www.thehindsheadhotel.com

47º

45º

49º

Dim sum | Luk Yu Tea House, Hong Kong 24-26 Stanley Street, Central, Hong Kong, 00852 2523 5464

50º

Leitoa assada | Montimar, Estellencs, Mallorca Plaça Constitució 7, 07192 Estellencs, Mallorca, 0034 971 618 576 Massa | Trattoria Caprini, Verona, Itália 9 Via Paolo Zanotti, Torbe di Negrar di Volpolicella, Verona, Italy, 0039 0457500511, www.trattoriacaprini.it

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Ramen | Ramen Jiro, Tokyo 2-14-11 Mita, Minato-ku, Tokyo, Japan


Faça você mesmo

RECEITAS Manjar

Bacalhau ao Forno

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Faça você mesmo

Salmão Mousseline

Ichigo Cream (6 peças)

Ingredientes:

Ingredientes:

140g de salmão com pele 200g de batata mandioquinha 50g de brócolis chinês 30g de cenoura 1 batata doce 1 colher de manteiga sem sal 1limao siciliano Sal e pimenta a gosto

60g de salmão 30g de cream cheese Castanha de caju a gosto 30ml de calda de morango 6 morangos

Receita do chef Carlos Reinaldo, da Yaah Cozinha Oriental, de Florianópolis

Modo de preparo: Temperar o file de salmão com sal, pimenta e o suco do limao siciliano e grelhar ate o ponto desejado. ( o mesmo file pode ser assado no forno). Cozinhar a batata mandioquinha e passar no processador com uma colher de manteiga e temperar a gosto. Cozinhar o brócolis e a cenoura cortada em fatias e passar rapidamente na frigideira com meia colher de manteiga. Cortar a batata doce em finas fatias e fritar em óleo bem quente para ficar crocante.

Rendimento: 1 pessoa 28

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Manjar

Receita do chef Noriaki Fujii do Restaurante Origami

Modo de preparo: Corte o salmão em seis pedaços iguais; Tire a folha e retire base do morango; Preencha com cream cheese; Envolva o cream cheese e o morango com salmão, deixando a ponta do morango à mostra; Jogue a calda sobre as peças prontas; Finalize com castanha de caju triturada por cima e sirva.

Rendimento: 2 pessoas


Faça você mesmo

Bacalhau ao forno

Ceviche de salmão

Ingredientes:

Ingredientes:

1kg de bacalhau 500g de batata 250g de pimentões verde, vermelho e amarelo 6 cebolinhas picles 200g de cebolas picadas Azeitonas pretas Azeite

200g de salmão 1 colher de chá de cebolinha picada 1 colher de chá de gergelim 50 ml de molho gari - molho japonês 50 m de suco de laranja 50 ml de suco de limão Uma rodela de laranja para enfeite

Modo de preparo:

Modo de preparo:

Coloque o bacalhau dessalgado em uma panela de barro e acrescente as batatas précozidas, os pimentões, a cebolinha picles, as cebolas picadas, as azeitonas e regue com azeite. Deixe assar por 40 minutos.

Corte o peixe em fatias ou cubos e, em seguida, coloque numa taça de 350 ml. Misture o molho gari com o suco de laranja e o suco de limão. Acrescente a mistura no copo com o salmão. Deixe de repouso por uma hora. Para finalizar, coloque a cebolinha e o gergelim por cima e uma rodela de laranja na borda do copo.

Restaurante Quinta da Boa Vista

Rendimento: 2 pessoas

Restaurante Fagulha Steak House

Rendimento: 2 pessoas

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Prove e aprove

N

Prove em só de pescados vive Florianópolis… Existem excelentes opções gastronômicas espalhadas pela ilha para todos os horários e para os mais variados gostos.

Café da Manhã

Almoço

Casa de Chá Mayra Pauli

Café da Corte Bocaiúva

Cel Maurício Spalding de Souza, 1020 - Santa Mônica. Telefone: (48) 3234-2339 Horário: Seg. à sáb. das 10h às 20h (Qua. até às 21h).

R. Bocaiúva, 1761 - Centro. Telefone: (48) 3037-2125 Horário: Ter. à sex. das 17h às 24h. Sáb. das 12h às 24h.

Mini-torta Charlotte (Creme de baunilha, duas camadas de chocolate 100% cacau e sem glúten, geleia de frutas vermelhas e cobertura de chocolate 65% cacau)

Tagliata do Café da Corte (Entrecote, rúcula, queijo parmesão, azeite e balsâmico)

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Prove e aprove

Confira abaixo os destaques da nossa edição de lançamento, que selecionamos para você desfrutar de bons momento no seu dia.

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Aprove

Happy Hour

Jantar

Boteco Zé Mané

Black Sheep Sushi Bar

Desembargador Pedro Silva, 2360 – Coqueiros. Telefone: (48) 9962-6258 Horário: Seg. à Qui.: 17h às 00h30h. Sex. e Sáb.: 17h às 01h30h. Dom.: 17h às 23h30h.

Av. das Rendeiras, 1956. Lagoa da Conceição. Telefone: (48) 3207-4337 Horário: Seg. à Qua. das 19 às 22h30. Qui. das 19h às 23h. Sex. e sáb. das 19h às 0h.

Peixe escalado (Feito com tainha ou anchova empanada em farinha de mandioca, que chega pendurado em um minivaral)

Ostra fresca com molho cítrico, cebola roxa, pepino e hortelã.

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