prumo
Mãos a Obra
Saiba como evitar muitas das mais comuns dores de cabeça, quando o assunto é reforma.
Sua casa em equilíbrio
Papo Urbano
Entrevista com Oscar Niemeyer mostra tudo sobre o ícone da arquitetura brasileira.
Novidades
Embarque na moda retrô com seus eletros e veja uma casa de hóspedes sustentável.
Interiores
Inspire-se em dois projetos de alto padrão com ideias super originais
⌂ SUMÁRIO Papo Urbano Entrevista com Oscar Niemeyer. Tudo sobre o ícone da arquitetura no Brasil.
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Novidades Embarque na mais nova moda que vem do passado, isso mesmo estilo retro em seus eletrodomésticos, veja também um novo conceito de casa de hospedes totalmente sustentável.
Mãos a Obra Saiba como evitar muitas das mais comuns dores de cabeça, quando o assunto é reforma.
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Interiores Inspire-se em dois projetos de alto padrão que vão surpreender com ideias originais.
Arte Perfil Conheça um pouco mais sobre as obras e o grande artista Luciano Martins com suas telas super coloridas.
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Paisagismo O jardim segue o ritmo do crescimento urbano e assim como as construções começam a se verticalizar.
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Prumo Expediente
Editorial
Editor, Projeto gráfico-editorial, Seleção e tratamento de imagens e Editoração: Luiz Fernando Gevaerd
PRUMO aborda projetos arquitetônicos renomados tanto nacional como internacionalmente. Tem a intenção de manter o leitor atualizado em tendências tanto em projetos como em móveis e utilidades para casa que estão saindo das ultimas mostras de arquitetura e decoração.
Colaboradores: Cristina Nunes Ramon Koche Caio Borlin Felipe Pfeilsticker Vincent Schneider Assessoramento: Professores Ildo Golfetto, Inara Willerding, Israel Braglia, Juliana Shiraiwa, Lucio Baggio e Marta Braga. Formato: 21,0X26,0cm
O publico alvo da revista esta focado num publico de 25 anos a 65 anos podendo ser focada nas mais variadas idades tanto para mais quanto para menos já que não se restringe a idade mais sim ao interesse no foco da revista.
Fontes tipográficas: Helvetica Neue LT Std Garamond Emerald city Papel: Espesso na capa 240 g/m2 Couché gramatura de 90 g/m2 no miolo. Impressão: Centrocópias Esse trabalho é experimental, sem fins lucrativos e de caráter puramente acadêmico, desenvolvido pelo(a) aluno(a) Luiz Fernando Gevaerd como exercício de projeto editorial para a disciplina de Projeto Gráfico II do curso de Design Gráfico da Faculdade Energia no semestre de 2012-1. Não será distribuído, tampouco comercializado.
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Entrevista - Oscar Niemeyer
104 anos de Oscar Niemeyer Uma entrevista que pretende não só homenagear o arquiteto pelo seu centésimo quarto ano de vida, mas também trazê-lo a uma discussão contemporânea sobre ensino, prática, tecnologia, inovação e, sobretudo, vida. Desfrutem desta, assim como sua arquitetura, sinuosa, solta e livre entrevista.
Gênio: o criador das curvas de Brasília não quer entrar para a história como herói e rejeita o título de maior artista brasileiro da atualidade. O arquiteto Oscar Niemeyer só quer ser visto como uma pessoa comum e trabalhadora.
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Como começou o seu escritório? Meu escritório em Copacabana – o único que possuo – foi montado e organizado para atender, desde os inícios da década de 1950, as demandas que surgiam, de maneira cada vez mais intensa. Há pelo menos uns 13 anos sou aí o único arquiteto até work; toda a etapa inicial do trabalho que culmina no projeto básico é realizada por mim e, em seguida, confio o seu desenvolvimento a outros escritórios de arquitetura, principalmente àquele dirigido por meu colega e amigo Jair Valera e minha querida neta Ana Elisa.
Qual é a importância da inovação para seu escritório? O nosso escritório sempre persegue a inovação, procurando eu próprio resguardar a arquitetura mais livre, tão pessoal e leve, que tenho defendido há mais de seis décadas. Venho proporcionando, com os meus projetos, aos engenheiros calculistas oportunidades de promover inovações em sua área de atuação, como o meu amigo José Carlos Sussekind já reconheceu, na qualidade de principal responsável pelas estruturas que concebo, no livro de cartas que publicamos, Conversa de amigos (Editora Revan, Rio de Janeiro).
O que diria para alguém que quer estudar arquitetura? O que ela deve procurar na faculdade? Que jamais deixe que o estudo das disciplinas de natureza mais técnica termine por embotar ou afetar negativamente a intuição criadora que o ingressante no curso venha a demonstrar. E que nunca subestime a importância da leitura: é preciso ler sempre, sobretudo acerca dos assuntos situados fora da profissão. O pretendente a realizar o bacharelado em Arquitetura deve buscar uma formação mais ampla e crítica – seja como profissional, seja como cidadão.
Legenda: O gênio criador das curvas de Brasília não quer entrar para a história como herói e rejeita o título de maior artista brasileiro da atualidade. O arquiteto Oscar Niemeyer só quer ser visto como uma pessoa comum e trabalhadora.
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Entrevista - Oscar Niemeyer
Curvas: Oscar Niemeyer Anna Maria Niemeyer. Rio Chaise [1978 - 1979] Foto: Andre Nazareth
O que o senhor pode nos dizer a partir da sua experiência, da formação de um escritório, o desafio de levar adiante, gerenciar um escritório de arquitetura, como empresa e ao mesmo tempo manter-se consistente com a qualidade ou o tipo de arquitetura que oferece as pessoas? Consegui formar um escritório em Copacabana uns 50 anos atrás, e há mais de uma década sou o único arquiteto na estiva. Elaboro o meu projeto, defino o projeto básico e, somente mais tarde, confio-o a um escritório que se ocupa do seu desenvolvimento – quase sempre àquele dirigido por minha neta Ana Elisa e pelo Jair Valera, meu grande amigo. Realizar um projeto corresponde a uma coisa muito pessoal, daí a decisão que tomei. E tudo caminha muito bem em meu escritório. Trata-se de uma deliberação que tem em vista a necessidade de preservar essa arquitetura mais livre Cada arquiteto deve ter projeto básico e, somente mais tarde,, leve, voltado para a busca da beleza, da surpresa arquitetural. Uma arquitetura que tenho defendido há muito tempo.
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Atualmente, qual é a importância da Internet para o seu escritório? Acredito que a Internet seja mais útil a meus colaboradores em meu escritório, sobretudo àqueles que trabalham comigo na editoração da revista Nosso Caminho. O que estou aqui falando vale também para a Vera, minha mulher… É certo que o pessoal do escritório do Jair e da Ana Elisa mais proveito do que eu da rede mundial de computadores. Qual é a sua visão em relação ao estado atual da arquitetura brasileira? Estou muito ciente do nível de qualidade que vêm sendo alcançado por arquitetos brasileiros e de fora do país. Cada arquiteto deve ter projeto básico e, somente mais tarde, confio-o a um escritório que se ocupa do seu desenvolvimento – quase a minha muito bem em meu escritório. Trata-se de uma deliberação que tem em sempre àquele a sua arquitetura, cultivar, de maneira autônoma, a sua intuição criadora e fugir da repetição Agradecemos a amabilidade e a gentileza da Sra. Vera Niemeyer por gestionar a entrevista.
E depois, como se preparar para o mundo fora da faculdade? Para tanto a leitura se revela fundamental. Eu me manifestei a respeito dessa questão em meu livro o ser e a vida, muito bem editado por meu amigo Renato Guimarães. Aos 104 anos, do que e de quem sente mais falta? E quais são as grandes limitações de atingir essa idade? Com certeza, da companhia de muitos parentes e amigos que já se foram em particular, dos meus pais e de meus cinco irmãos. É evidente que tenho conseguido driblar algumas limitações. Ainda disponho de boa saúde e de um entusiasmo quase juvenil pela criação arquitetural e isso me anima muito, para casa ou me dirijo ao restaurante onde gosto de me reunir com os amigos. E depois, como se preparar para o mundo fora da faculdade? Para tanto a leitura se revela fundamental. Eu me manifestei a respeito dessa questão em meu livro O ser e a vida, editado por meu amigo Renato Guimarães.
“Gostaria de ser lembrado como um cidadão brasileiro bastante simples, dedicado este mundo injusto que devemos transformar”.
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gênio criador das curvas de Brasília não quer entrar para a história como herói e rejeita o título de maior artista brasileiro da atualidade. O arquiteto Oscar Niemeyer só quer ser visto como uma pessoa comum e trabalhadora. Ele imprime esse desejo na rotina. Comemorando 104 anos nesta quinta-feira, Niemeyer mantém um cotidiano que em nada lembra o estrelato: dá expediente de segunda a sexta-feira em seu escritório, janta sempre no restaurante favorito com os amigos, celebra a vida com a família e produz incansavelmente. A idade não comprometeu a genialidade, nem consumiu a capacidade criadora do arquiteto que assina a maioria dos monumentos de Brasília, além de obras espalhadas em 27 países. Para ele, estar lúcido e produtivo é o grande desafio. A saúde de Niemeyer mantém-se estável, apesar da visão comprometida e da locomoção difícil. As caminhadas por Copacabana, um dos prazeres de outrora, foram substituídas por outras atividades. Mas o arquiteto não abre mão do
prazer de encontrar pessoas interessantes e debater assuntos variados, que vão da física à política, passando, claro, pela arquitetura. “É evidente que tenho conseguido driblar algumas limitações. Ainda disponho de boa saúde e de um entusiasmo quase juvenil pela criação arquitetural e isso me anima muito”, revelou Oscar. A luta política é uma das questões que sempre marcaram a vida e obra de Oscar Niemeyer. Em 1945, já um arquiteto conhecido, conheceu Luís Carlos Prestes e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Niemeyer emprestou a Prestes a casa que usava como escritório, para que este montasse o comitê a casa que usava como a casa que usava como escritório, para que este montasse o comitê escritório, para que este o comitê do partido. Sempre foi um forte defensor de sua posição como stalinista. Durante alguns anos da ditadura militar do Brasil se refugiou na França.
Legenda: As imagens tratam de obras famosas do grande gênio da arquitetura brasileira. [1] Catedral de Brasília, [2] Palácio do Planalto em Brasília, [3] Prédio do Museu Nacional de Brasília, [4] Auditório do Ibirapuera fica no parque do Ibirapuera, em São Paulo.
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Novidades
Retrô tecnológico Não é preciso voltar aos anos dourados do filme Grease para curtir o som de uma jukebox. Algumas empresas começaram a apostar numa atualização do conceito retrô: união entre design vintage e tecnologia de ponta no desenvolvimento de novos produtos.
[1] [2] Os novos fogões [2] e geladeiras [1] vintage estarão disponíveis em três cores, cada uma com nome específico, inspirados em expressões dos anos 60 e 70: preto (Tremendão), amarelo e vermelho (Brasa, mora). Os produtos estarão disponíveis para comercialização a partir de março, com valores que variam, em média, de R$ 4 mil (fogões) a R$ 8 mil (refrigeradores).
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[4] [3] Batedeira [2] com design retrô da marca kitchens custa na media de R$:1.500 Reais. A Vitrola [1] que grava LP’s, toca CD’s e tem entrada USB, não sai por menos de R$:2.200 reais. Para os apaixonados por antiguidades, a oferece a televisão [3] estilo retrô, saindo por R$:500,00 modelo 14 polegadas.
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Novidades - Casa Contêiner
Casa
CONTÊINER O arquiteto costarriquenho Benjamin Garcia Saxe tem buscado soluções construtivas ecológicas e de baixo custo para projetar, sem deixar de lado o conforto e o bom design que uma moradia pode e deve ter. O arquiteto costarriquenho Benjamin Garcia Saxe tem buscado soluções construtivas ecológicas e de baixo custo para projetar, sem deixar de lado o conforto e o bom design que uma moradia pode e deve ter. A oportunidade veio quando um casal amante dos cavalos, proprietários de um terreno a 20 minutos da capital da Costa Rica, São José, encomendou um projeto que priorizasse a paisagem natural, sem contudo, implicar em um grande investimento. Reciclar dois contêineres de carga pareceu a maneira mais econômica e racional de colocar em prática os planos dos proprietários, que queriam ter uma casa de campo para passar tempo com seus animais. O custo final da casa, US$ 40 mil, é mais baixo que a média dos valores para uma moradia de interesse social na Costa Rica (que gira em torno de US$ 48 mil), que seguramente não têm todas as comodidades encontradas na casa Contêiner de Esperanza. Longe de ser apenas suportável como se poderia pensar de uma residencia feita quase que inteiramente de aço- e sim bonita e funcional, a residência tem forte apelo estético, além de ambiental. “Explorar novas possibilidades pode trazer resultados impressionantes”, diz o arquiteto Garcia, que completa, “construir com contêineres não é uma novidade”, referindo-se ao fato de que essa já é uma técnica conhecida em países de clima frio como Noruega e Finlândia, onde a oferta da matéria-prima é abundante.
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Várias escolhas garantem a sustentabilidade da construção, e a escolha do contêiner é só uma delas (aproveitando um material nobre que estava sem uso e, evitando o uso de outros materiais, como areia, tijolos e cimento, a obra se torna mais limpa). A impermeabilização foi feita em apenas 15% do terreno, mantendo o relevo natural e contribuindo para a absorção da água da chuva.
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Esse modelo se trata de um conceito de escritório de arquitetura móvel.
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Sala de estar bem arejada com janela do chão ao teto garantindo boa iluminação natural.
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Sala de jantar, mesmo simples leva o assunto conforto e ergonomia muito a serio.
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Modelo de um escritório contêiner, garante espaço e privacidade aos que trabalham.
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Ambientes integrados garantem socialização da família e amigos em dia de visitas.
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Galpão contêiner prova que a inovação não se limita a casa ou pequenos escritórios
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Novidades - Infográfico
Modelo Funcional Casa de Hóspedes
O projeto tem por objetivo o planejamento de um contêiner de carga transformado em uma casa funcional, sustentável e de baixo custo para os dias atuais sem deixar de lado o conforto e design que uma boa moradia deve ter. Que a evolução da construção civil tem sido cada veis maior e mais rápida todos já sabemos, (como mostra na linha do tempo na parte inferior da pagina) a principal mudança nos dias atuais esta na relação em cada veis mais se aderir a construções que tenham ligação direta a sustentabilidade. O modelo contêiner por exemplo tem agrande destaque nesse critério, ja começando pelo fato de ser uma casa de reaproveitamento de um material que muitas vezes quando perde seu uso nos portos seria descartado e deixado para corrosão do tempo, é claro que a ideia de reciclagem de contêineres em um lugar com intenso clima tropical requer alguns cuidados técnicos. A primeira providência foi programar aberturas que aumentem a sensação de liberdade e frescor, além de ventilação constante (como mostra a imagem [1] ). O projeto conta com grande apelo para reutilização não só de materiais ( como luminárias foto [4] ) mais como a reutilização da água para irrigação do jardim, faz um apelo para um novo estilo de construção que leva a economia e sustentabilidade sem abrir mão de conforto.
O quarto feito sob medida para total aproveitamento do espaço que não é dos maiores, porem sede total conforto e serve bem a um casal.
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A água residual dos lavatórios e da ducha do banheiro são coletadas, tratada e reutilizadas na irrigação das plantas.
Sec XVII
Sec XV
Evolução da Construção Civil no Brasil
Pau-a-pique
Taipa
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Técnica Veio Para o Brasil pelos portugueses e largamente utilizada no período colonial.
Muito utilizado no repertório das construções dos séculos XVI a XIX, período colonial.
Cantaria Começou a ser empregada no Brasil na segunda metade do século XVII.
1 Estar
2 Banheiro
A sala conta com amplas janelas para aproveitamento da luz natural, e janelas superiores para uma boa circulação do ar ambiente.
3 Quarto
1
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4 Varanda
Sec XXI
Sec XX
As luminárias externas do terraço e do espaço de jardinagem foram feitas a partir de discos de arado retiradas de um trator.
Alvenaria A partir da década de 70 no Brasil, a alvenaria estrutural passou a ser tratada como uma tecnologia de engenharia.
Blocos industrializados Este bloco é o menos utilizado no Brasil. Ele é mais leve, fácil de manusear e muito resistente.
Contêiner Exemplo de construções modernas e sustentáveis que 13 vem crescendo no Brasil.
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Mãos a Obra
Reformar
é coisa séria
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Todos que já fizeram reforma em sua própria casa sabem o quanto pode ser desagradável a sujeira por toda a parte, os fornecedores que não cumprem a palavra e, pior de tudo, o orçamento estourado são coisas que desanimam quem ousa pensar em reformar novamente.
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Mãos a Obra
Fique atento as dicas
Quando o carro quebra, geralmente se leva a um mecânico para consertar. Poucos são os que se arriscam a consertar por si mesmos, e quando isto acontece é por absoluta falta de dinheiro ou então por hobby. Na construção e reforma de casas e apartamentos acontece a mesma coisa mas, como o volume de dinheiro é muito maior, a tentação de se arriscar por conta própria é igualmente maior. Entretanto, justamente pelo maior volume de dinheiro envolvido, reformar ou construir não é serviço para amadores. Visto por muitos como luxo desnecessário, o traba-
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lho do Arquiteto e do Engenheiro é fundamental para manter o custo dentro do razoável e também para conseguir o melhor resultado possível dentro do orçamento proposto. Claro que é tentador fazer as coisas por conta própria. Basta surgir um dinheirinho extra que aumenta aquela vontade de derrubar uma parede, reformar a cozinha, trocar o piso e outros detalhes para melhorar a residência. Mas calma, antes de começar as obras é preciso saber que, sem planejamento, a tarefa pode se tornar um pesadelo que vai acabar dragando todo dinheiro e ainda deixar dívidas.
Planejamento é essencial Em primeiro lugar é preciso definir exatamente o que vai ser feito e o quanto se pretende gastar. Esse passo vai orientar o tipo e quantidade de materiais a comprar e quais profissionais serão contratados, entre outras despesas. É importante manter os pés no chão e distribuir bem a verba disponível, para tanto é essencial ter um orçamento detalhado, com o preço dos itens muito bem pesquisados, para que o fim do dinheiro não chegue antes do final da obra. Uma vez tendo consciência da
necessidade de planejar, é fácil verificar como é importante contratar um profissional de projeto, preferivelmente um arquiteto ou um decorador experientes. Na falta destes, um engenheiro civil com prática em obras de pequeno porte também poderá atender perfeitamente, mas até pela própria formação escolar realmente o recomendável é mesmo o arquiteto. Seja qual for a escolha do orientador, o importante é que a pessoa sem experiência em projeto e construção não se meta a fazer as coisas por conta própria, o barato pode sair caro. Um profissional de projeto cobra entre 5 a 25% do valor da obra, valor que pode incluir também a supervisão da construção e que pode facilmente ser retirado da economia que vem do planejamento.
rio pense em melhorar sua obra, a empolgação com as mudanças na casa pode trazer idéias novas, mas é preciso controlar estes impulsos. Caso você identifique este tipo de comportamento -- em si mesmo ou nos outros!dê uma olhada no planejamento inicial, especialmente no orçamento, para “recobrar a consciência” e decidir que rumo seguir. Evite pensar coisas como “Ah, se não fizer agora, não faço nunca mais” ou Este tipo de pensamento, em obra, definitivamente NÃO funciona. Pense bem: se o proprietário economizou tudo o que podia, durante anos, para fazer determinada obra, não vai ser de uma hora para outra que vai juntar mais dinheiro, até porque em construção NADA é barato, tudo custa um bom dinheiro e os custos podem subir em proporção geomé-
trica. Se realmente quiser pensar em algo maior, um arquiteto pode ajudar a fazer uma construção em etapas, como já mostramos aqui no Fórum, no artigo Residência construída em etapas.
Atenção aos detalhes Uma reforma, por pequena que seja, pode acabar trazendo problemas no futuro que resultarão em despesas maiores do que o previsto e, pior, inesperadas. Assim, alguns cuidados garantem maior tranquilidade no futuro. Acompanhe alguns deles: Acabamento: Merece atenção especial. Entre outros cuidados, é preciso massear e lixar as paredes antes da pintura para deixá-las uniformes e
Cuidado com o “jaquê” O “jaquê” é o terror das reformas e responsável por quase todos os estouros de orçamento. Se você ainda não ouviu esta gíria, trata-se do seguinte: As pessoas começam uma reforma, aí começam a pensar coisas como: - Já que eu estou fazendo a reforma do piso, porque não tirar esta parede? - Já que quebrei essa parede, porque não fazer também um banheiro a mais? - Já que vou fazer um banheiro, porque não fazer mais um quarto?
Este é o famoso “jaquê”, tão temido pelos arquitetos e empreiteiros, pois pode levar à completa mudança de planos e presumível estouro do orçamento. É admissível que o proprietá-
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Mãos a Obra
também para remover sujeiras, óleos e pó que dificultam a aderência da tinta nova. Se for embutir móveis, deixe para dar a última demão de tinta na parede após a instalação. Isso também vale para aplicação de resina do tipo “Sinteco” no assoalho de madeira. Tinta: Antes de aplicá-la é preciso limpar bem as paredes previamente lixadas, para evitar que a pintura descasque. Deve-se evitar o uso de tinta muito diluída, e não pintar sobre paredes úmidas. Um especialista poderá indicar a necessidade de aplicar um fundo preparatório antes da aplicação da tinta. Rejunte: A massa para rejunte e a argamassa para fixação de pisos e azulejos são perecíveis. Após misturadas com água, devem ser uti-
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lizadas em até duas horas. Depois disto o azulejo pode se soltar com o tempo. Rejuntes escuros ficam com aparência de velhos mais cedo, principalmente em paredes e locais que recebem sol direto. Elétrica e hidráulica: Não se esqueça de evitar o “Jaquê”, mas aproveite a oportunidade da reforma para checar o estado da parte elétrica e hidráulica e fazer reparos, se forem necessários. Encare o serviço como um investimento no imóvel e um seguro contra aborrecimentos futuros. Caso seja preciso substituir a tubulação hidráulica, procure usar PVC nos tubos de água fria e o novo PPr nas de água quente, em substituição ao cobre (vide artigo Tubos em PPR, boa alternativa ao cobre nas tubulações de água quente).
Tomadas: Nunca haverá o suficiente. Faça um projeto com novos pontos para elas, e preveja também pontos e tubulação para a fiação de telefones, TV a cabo, Internet e até de som, caso tenha pretensão de instalar um sistema de Home theater . Lembre-se de que os eletrodomésticos modernos, como forno de micro-ondas, máquinas de lavar e secadores de cabelo, consomem muita energia e fios muito finos podem causar incêndios e aumentar a conta de luz. Estes são apenas pequenos exemplos dos cuidados a serem tomados, por isto é que recomendamos: contrate um profissional devidamente habilitado para administrar sua obra, o que vai ser pago a ele compensará de sobre pela economia e qualidade obtidos!
Dica:
O vermelho é uma cor muito forte, portanto não deve se misturado com móveis e objetos de decoração que sejam de cores chamativas demais. Como por exemplo, o amarelo forte e vermelho não “dançam” juntos, deixa o clima estranho e com sintonias misturas.
⌂ Interiores Loft anos 70
Loft
Cobertura dos
O estúdio de arquitetura mexicano Hernandez Silva Arquitetos foi o responsável pelo design de interiores desta cobertura em Guadalajara, México. O imóvel, esta 15ª andar de um edifício colonial da década de 70 foi remodelado e o que era originalmente 4 quartos tornou-se um amplo loft. 20
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anos 70 transformada
Assim como em vários ambientes da cobertura a sala teve suas paredes retiradas dando uma enorme sensação de continuidade visual, graças também ao sistema de envidraçamento que da acesso e abertura total a varanda.
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⌂ Interiores Loft anos 70
1 1 Foto da varanda para o interior da cobertura, com abertura total dos vidros que as separam. Destaque para a iluminação que da total destaque para o ambiente.
2 Com um espaço generoso coberto para bom aproveitamento em dias de chuva, e até mesmo em dia de sol, protegendo o interior do excesso do sol.
3 Estrutura em vidro transparente revela poço que se estende por quinze andares de antigo prédio colonial, O volume foi originalmente destinado a um segundo elevador que nunca foi instalado.
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O estúdio de arquitetura mexicano Hernandez Silva Arquitetos foi o responsável pelo design de interiores desta cobertura em Guadalajara, México. O imóvel, localizado no 15ª andar de um edifício colonial da década de 70 foi remodelado e o que era originalmente 4 quartos tornouse um amplo loft. A estrutura composta por colunas e lajes permitiu a eliminação de muitas
paredes, abrindo os espaços. Em alguns pontos, rasgos na parte superior das lajes foram feitos para a instalação de vidros fixos, adicionando luz natural ao ambiente. Complementam a enorme continuidade visual do apartamento o sistema de envidraçamento especificado na sala. Nele, todas as portas de correr se escondem permitindo uma abertura quase que total do vão, que dá para um terraço.
Mas sem dúvida, o grande diferencial do projeto fica por conta de um piso de vidro vertiginoso presente no lavabo. A estrutura transparente revela um poço que se estende pelos quinze andares do prédio. O volume foi originalmente destinado a um segundo elevador que nunca foi instalado.
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⌂ Interiores Casa de Praia dos Sonhos
De frente para o mar em grande
estilo
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A residência Lemperle é uma das raras excepções em que Jonathan Segal projecta residências. Esta moradia com vista para o mar promove uma ligação com o exterior através vãos envidraçados expansivos e áreas de convés. Uma moradia ampla, com iluminação natural, pontos de luz estratégicos e apesar de tudo, privada das moradias adjacentes. 25
⌂ Interiores Casa de Praia dos Sonhos
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Vista dos fundos da casa no quintal de frente para o mar.
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Jardim de inverno, com lareira a gás natural para dias de inverno.
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Destaque para a suíte master toda envidraçada com vista voltada para o mar.
Ao longo dos últimos 20 anos, Jonathan Segal & Development Company já ganhou inúmeros prêmios por seu design urbano e agora tem outra beleza com a Residência Lemperle em La Jolla, na Califórnia. Construída discretamente na bela comunidade à beira-mar, a casa é um motim esplêndido de decks afresco, enormes janelas de vidro, painéis solares, piso radiante em toda residencia e piso de vidro. O quintal, acima da linha de costa rochosa, tem uma lareira a gás natural larga para frias noites à beira-mar tomando coquetéis doces. Além dos espaços dos andar superior o porão maximiza área permitida com iluminação fornecida por piso de vidro e poços de luz. Embora a casa ser quase totalmente alimentado por painéis solares altamente eficientes. Além disso, devido à ventilação clima temperado transversal fornece
todas as necessidades de arrefecimento, enquanto que as necessidades de aquecimento são fornecidos através de alta eficiência em aquecimento de piso por toda parte. A residência de frente para o mar promove uma ligação com o exterior através do uso de vidros em praticamente 100% da casa, que leva o uso de energia durante o dia ser simplesmente desnecessário com aproveitamento direto da luz ambiente.
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Destaque que chama atenção, é o piso de vidro, levando a luz natural ao primeiro andar da casa .
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Vista da casa, mostra o terreno em declive que fez toda diferença no projeto da casa.’
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⌂ Arte Perfil Luciano Martins
Da publicidade a A arte esteve sempre presente na vida de Luciano Martins. Ainda criança, fantasiava que tinha uma editora de histórias em quadrinhos, e cobrava-se quanto às supostas edições de gibis que ele próprio desenhava. Sua carreira começou como publicitário, em Porto Alegre, onde recebeu mais de duzentos prêmios regionais, nacionais e internacionais. Radicou-se em Florianópolis em 1994, onde tornou-se sócio de uma grande Agência de Propaganda, e também onde começou a esboçar os seus primeiros traços como artista plástico. Pintando, expôs pela primeira vez as suas obras em 1997, numa coletiva chamada “Fratura Exposta”. Em 2008 deixou a publicidade para dedicarse exclusivamente às artes plásticas. Nestes anos de carreira, são mais de 70 mostras em seu currículo, com destaque para algumas exposições internacionais em países como Itália, Portugal, França, Estados Unidos e Argentina. Com grande reconhecimento no Estado de Santa Catarina, seu trabalho ganhou popularidade por conta da característica lúdica, quase “puril”, e do universo de cores em que navega, capaz de tocar o imaginário de qualquer pessoa. Atualmente, Luciano assina uma coleção de produtos vendidos na Cacau Show, Uatt, Pet Nap e Marisol. Assinou recente contrato com a Rede Globo, onde empresta os seus quadros para ilustrar o cenário de algumas novelas e programas.
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s Artes Plรกsticas
⌂ Arte Perfil Luciano Martins
O show das
Cores!
Luz e cor na obra e na vida de Luciano Martins Os quadros de Luciano Martins me foram desfilados em seu ateliê na Lagoa da Conceição, e, antes que os examinasse, como ao curador de uma mostra se impõe, deparei-me com um gato sobre a capa do convite para uma exposição que o artista fizera poucos meses antes no Café do Museu de Arte do Rio Grande do Sul. O título da exposição era “ Minhas 7 Vidas ”. Desviei a atenção para aquele incidente. Pensei no que significaria para o artista o que a mim apenas de longe lembrava o mito felino da sobrevivência. Uma caricatura? Em princípio sim, parecia. Mas, observando melhor, e estudando outras obras de Luciano sobre lugares que pintara em exposições anteriores: “Amsterdam dos meus Olhos ”, “Paris dos meus Olhos ”, etc., entendi – ou melhor, senti – a percepção de seu traço que transcende a simples elaboração de quadros a partir de antigas imagens do clichê cotidiano. Essencialmente original a sua obra já bastante madura para sua idade. Luciano não copia, nem sequer reinventa. O que produz é fruto de sua capacidade de síntese sobre as imagens dos lugares por que passa. É mesmo um gato de sete vidas a vagar pelo espaço e pelo tempo, sem licença para morrer.
Luciano é ligado no tempo que precisa urgentemente deixar vestígios de sua passagem. Ele próprio já escreveu alguma coisa cujo significado me pareceu este. E inventa essas imagens relâmpago que nada mais são que a releitura sincera do imaginário coletivo a partir de um olhar criterioso que de elementos antigos – à sua maneira -, renova, moderniza, ressuscita símbolos inesquecíveis que então trazem um discurso diferente sobre o mesmo tema. Sua pintura é muito própria, muito original e, apesar da forma como ele a exprime, da sutileza lúdica que só uma criança é capaz de criar – e que por tal motivo apaixona o espectador -, é de densidade instigante a um adulto que a observa de um primeiro lance e não pode deixar de pensar, ele também, nos estímulos que a idade, deixando para trás, pode perder definitivamente. Quando renunciamos aos sonhos infantis, corremos o risco de embrutecer em nome de algo incerto. Eu não diria que, por ainda ser muito jovem, Luciano tem grande futuro na arte. Não ousaria o desdém, já que é um importante artista brasileiro de seu tempo, inscrito numa identificação própria com seu público aqui e no exterior. Por Paulo Amaral
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Exemplo de solidariedade
Trabalho Social
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Gosto de desafios, são eles que me motivam e estimulam minha criatividade
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Inspiração & Releitura A historia de suas obras ultrapassam a linha do tempo, como é o caso da releitura de “O Grito” (2) e “Amy Winehouse”(1), que até hoje está entre os destaques de seu estúdio. São as cores e sua forma única de desenhar que dão vida as telas. A relação do artista com sua arte merece destaque. Luciano declara que as peculiaridades do dia a dia, as coisas simples da vida, os sentimentos, a alegria e principalmente as cores, ao serem transferidas por ele para a tela, ainda lhe causam surpresas no resultado final.
⌂ Paisagismo
Jardim sobe
as paredes
O Jardim vertical esta se tornando cada vez mais uma solução viável e sustentável para os problemas do aquecimento urbano
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Novembro 2012 - Prumo
Um misto entre arquitetura e paisagismo, Patrick Blanc constrói fachadas verdes, um verdadeiro jardim vertical, transformando concreto em vegetação e criando uma integração perfeita entre a natureza e a arquitetura. Botânico, nascido em 1953, inventou uma técnica que permite que seus jardins verticais sejam tão leves que possam ser instalados em qualquer tipo de parede, a rega e a fertilização são automatizadas. Além de serem ecologicamente corretos eles funcionam como isolamento térmico e como elemento purificador do ar.
Patrick entendeu que a terra funciona como uma base para as plantas, mas do que elas necessitam mesmo é de água, luz e nutrientes. Baseado nessa constatação, criou uma estrutura que funciona como uma base instalada nas paredes e coberta com um feltro especial, em que as plantas são fixadas. Esse feltro é irrigado regularmente com fertilizantes, o que impede que as raízes cresçam muito à procura de água evitando um excesso de raízes que atrapalha a fixação. As plantas são escolhidas cuidadosamente, de acordo com as condições climáticas do local, que pode ser tanto um ambiente interno ou externo.
“As cidades estão cada vez mais verticais, daí a ideia de criar jardins antigravitacionais” Diz Patrick. Sua inspiração veio da própria natureza, ao observar plantas que crescem em despenhadeiros, entradas de cavernas e rochas. Os jardins verticais têm conquistado espaço no paisagismo brasileiro. Eles foram criados para amenizar a falta de áreas verdes nos centros.
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⌂ Paisagismo Breve Histórico Projetos de Jardins Verticais estão aflorando como opção para o paisagismo da arquitetura contemporânea que projeta cada vez mais construções verticais em espaços reduzidos. Os jardins verticais atendem à necessidade de adequar a vegetação nestes espaços, além de proporcionar grande beleza a qualquer ambiente. Aqui no Brasil já na década de 70 o renomado paisagista Roberto Burle Marx desenvolveu projetos paisagísticos incluindo jardins verticais e paredes verdes. Os mais conhecidos foram desenvolvidos para a Xerox do Brasil e para o Parque Central, em Caracas na Venezuela. Usando bromélias, orquídeas e outras epífitas, Burle Marx construía lindas esculturas e paisagens verticais. Um profissional muito versátil atuou como artista plástico, designer de jóias, desenhista e, entre outros, paisagista. Marcada por inovações e originalidade as paisagens projetadas por Burle Marx são consideradas verdadeiras obras de arte. O gosto pelo uso de plantas nativas brasileiras e o uso de desenhos orgânicos e formas sinuosas são características fortes do seu trabalho. Projetos fundamentais na constituição e consolidação da arquitetura moderna no Brasil. Outro profissional muito conhecido mundialmente no trabalho com jardins verticais é o botânico francês Patrick Blanc. Iniciou seus trabalhos a partir da observação da flora na natureza constatando a maneira como a vegetação desenvolve-se em encostas rochosas, despenhadeiros e no alto das árvores. Desenvolveu estudos
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sobre plantas de florestas tropicais e foca seu trabalho em desenvolver projetos com Le Mur Végétal (em francês) que podem ser instalados em qualquer tipo de parede e ambiente. Pelo seu trabalho é considerado o inventor do conceito de Jardim Vertical, integrando com visível destaque a arquitetura e a paisagem. Blanc já tem trabalhos espalhados por diversos lugares no mundo com projetos bastante diversificados, paisagens urbanas, grandes prédios e ornamentando ambientes interiores. Quando bem executado e bem cuidado é muito ornamental e apresenta diversos benefícios tanto para as pessoas quanto para o eco sistema, podendo melhorar a sensação térmica, a qualidade do ar e criar uma atmosfera muito agradável com a combinação das plantas, flores, cores e aromas.
Manutenção O jardim vertical é muito similar a um jardim comum e, como tal, necessita de cuidados e manutenção periódica. Portanto, é fundamental que exista um paisagista ou empresa de jardinagem responsável pelo projeto paisagístico e pelas plantas (seleção de espécies, escolha dos substratos, quantidade de irrigação, poda, fertilização, etc.), este profissional deve acompanhar todo processo de instalação do jardim desde o projeto até a finalização da instalação e ainda prestar o serviço de manutenção das plantas.
Além da questão estética, a parede verde também purifica o ar. A estrutura ameniza a aparência fria dos prédios e retém voláteis, material particulado, fumaça de cigarro etc.
Arte Perfil
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