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Revista
Ano 5 n. 16 - Trimestral - Abr/Mai/Jun de 2019
EVOLUÇÕES? ESTOU CIENTE?
APRENDER, DESAPRENDER E REAPRENDER É A ÚNICA ALTERNATIVA COERENTE
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Expediente:
Revista Planeta Lavanderia. A primeira revista eletrônica para lavanderias do Brasil. Objetiva potencializar o conhecimento e as relações de negócios entre fornecedores de equipamentos e insumos utilizados nas lavanderias domésticas, industriais e especialidades no Brasil em prol do desenvolvimento do segmento. Direção Geral: IEP - Instituto de Estudo e Pesquisa Stort & Farias. Conselho Editorial: Jornalista Roberto Maia Farias Marketing e Publicidade: Instituto de Estudo e Pesquisa Planeta Lavanderia Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores e não haverá alteração em seu contéudo sem prévia autorização. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Revista Planeta Lavanderia. Acesse nossos sites: www.portaldalavanderia.com.br www.planetalavanderia.com.br
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Aprender, Desaprender e Reaprender?
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Gestão do conhecimento
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Condições de segurança do trabalho em uma lavandeira hospitalar
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Jornalista responsável: Roberto Maia Farias. (MTE 3543/CE)
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Como identificar gargalos de produção nas pequenas indústrias?
Tipos de sujidades
Remoção de manchas na roupa. Quais os cuidados básicos
Tipos de conhecimento
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Tecnologia para indústria têxtil: o que há de mais moderno no setor
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O balanço social: a definição de um modelo para sua empresa
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Inovação na indústria: como se destacar em setores competitivos?
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Conhecimento empírico, científico, filosófico e teológico
Editorial Aprender, desaprender e reaprender? Evoluir é não estagnar num ambiente que mudou. Se o ambiente muda, devemos mudar, mas também devemos mudar para modificar o ambiente. Uma coisa é possível garantir: Pode dar errado assim mesmo.
TIPOS DE CONHECIMENTO
É muito fácil chorar o leite derramado principalmente quando a perda do “time” poderia ter sido evitada. Mas, não há desespero ao perder o “time” o desespero será se você não buscar o tempo perdido. Até quando devo aprender? o que devo desaprender? Quando eu tenho que reaprender? Aprender é infinito. Desaprender é desapegar de coisas que não mais necessita. Reaprender é
aprender num novo tempo, em novas situações, é trasportar ideias e ações entre ambientes supostamente desiguais. Aprender é olhar acima do muro da paisagem comum. Se o muro aumentar, suba mais um degrau de aprendizagem. A figura a seguir vale mais do que mil palavras. Um grande abraço O Editor
A realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento. Desde a Antiguidade, até os dias de hoje, um lavrador, mesmo iletrado e/ou desprovido de outros conhecimentos, sabe o momento certo da semeadura, a época da colheita, tipo de solo adequado para diferentes culturas. Todos são exemplos do conhecimento que é acumulado pelo homem, na sua interação com a natureza. O Conhecimento faz do ser humano um ser diverso dos demais, na medida em que lhe possibilita fugir da submissão à natureza. A ação dos animais na natureza é biologicamente determinada, por mais sofisticadas que possam ser, por exemplo, a casa do joão-debarro ou a organização de uma colméia, isso leva em conta apenas a sobrevivência da espécie. O homem atua na natureza não somente em relação às necessidades de sobrevivência, (ou apenas de forma biologicamente determinada) mas se dá principalmente pela incorporação de experiências e conhecimentos produzidos e transmitidos de geração a geração, através da educação e da cultura, isso permite que a nova geração não volte ao ponto de partida da que a precedeu. Ao atuar o homem imprime sua marca na natureza, torna-a humanizada. E à medida que a domina e transforma, também amplia ou desenvolve suas próprias necessidades. Um dos melhores exemplos desta atuação
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Prof. Luiz Claudio Ferreira de Souza Metodologia do Trabalho h t t p : / / w w w. a n i s i o t e i xe i ra . c o m . b r /a r q u i v o s b l o g / MetodologiaMedio/Aula%2001.pdf são as cidades. O Conhecimento só é perceptível através da existência de três elementos: o sujeito cognoscente (que conhece) o objeto (conhecido) e a imagem. O sujeito é quem irá deter o conhecimento o objeto é aquilo que será conhecido, e a imagem é a interpretação do objeto pelo sujeito. Neste momento, o sujeito apropria-se, de certo modo do objeto. “O conhecimento apresenta-se como uma transferência das propriedades do objeto para o sujeito”. (Ruiz, João. Metodologia científica). O conhecimento leva o homem a apropriar-se da realidade e, ao mesmo tempo a penetrar nela, essa posse confere o poder de transformar a opacidade da realidade em caminho iluminada, de tal forma que nos permite agir com certeza, segurança e precisão, com menos riscos e menos perigos. Tem-se, então, os diferentes tipos de conhecimento: • Conhecimento Empírico. • Conhecimento Científico. • Conhecimento Filosófico. • Conhecimento Teológico.
Conhecimento Empírico Popular ou vulgar é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as coisas e os
seres humanos, as informações são assimiladas por tradição, experiências causais, ingênuas, é caracterizado pela aceitação passiva, sendo mais sujeito ao erro nas deduções e prognósticos. “é o saber que preenche nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado, sem aplicação de método e sem se haver refletido sobre algo”. O homem, ciente de suas ações e do seu contexto, apropria-se de experiências próprias e alheias acumuladas no decorrer do tempo, obtendo conclusões sobre a “ razão de ser das coisas”. É, portanto superficial, sensitivo, subjetivo, Assis temático e acrítico.
Conhecimento Científico O conhecimento científico vai além da visão empírica, preocupase não só com os efeitos, mas principalmente com as causas e leis que o motivaram, esta nova percepção do conhecimento se deu de forma lenta e gradual, evoluindo de um conceito que era entendido como um sistema de proposições rigorosamente demonstradas e imutáveis, para um processo contínuo de construção, onde não existe o pronto e o definitivo, “é uma busca constante de explicações e soluções e a reavaliação de seus resultados”. Este conceito ganhou força a partir do século XVI com Copérnico, Bacon, Galileu, Descartes e outros.
6 No seu conceito teórico, é tratado como um saber ordenado e lógico que possibilita a formação de idéias, num processo complexo de pesquisa, análise e síntese, de maneira que as afirmações que não podem ser comprovadas são descartadas do âmbito da ciência. Este conhecimento é privilégio de especialistas das diversas áreas das ciências.
Conhecimento Filosófico É o conhecimento que se baseia no filosofar, na interrogação como instrumento para decifrar elementos imperceptíveis aos sentidos, é uma busca partindo do material para o universal, exige um método racional, diferente do método experimental (científico), levando em conta os diferentes objetos de estudo. Emergente da experiência, “suas hipóteses assim como seus postulados, não poderão ser submetidos ao decisivo teste da observação”. O objeto de análise da filosofia são idéias, relações conceptuais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que é exigida pelo conhecimento científico. Hoje, os filósofos, além das questões metafísicas tradicionais, formulam novas questões: A maquina substituirá quase totalmente o homem? A clonagem humana será uma prática aceita universalmente? O conhecimento tecnológico é um benefício para o homem? Quando chegará a vez do combate à fome e à miséria? Etc. A filosofia foca questões da existência humana, mas diferentemente da religião, não é baseada na revelação divina ou na fé e sim na razão.
Desta forma, a filosofia pode ser definida como a análise racional do significado da existência humana, individual e coletivamente, com base na compreensão do ser. Apesar de algumas semelhanças com a ciência, muitas das perguntas da filosofia não podem ser respondidas pelo empirismo experimental.
Conhecimento Teológico Conhecimento adquirido a partir da aceitação de axiomas (leis) da fé teológica, é fruto da revelação da divindade, por meio de indivíduos inspirados que apresentam respostas aos mistérios que permeiam a mente humana, “pode ser dados da vida futura, da natureza e da existência do absoluto”. A Natureza da Ciência A ciência é uma paixão que levou a descobertas fantásticas, a conhecimento profundo. Ciência é a maior aventura humana em ação, a maior aventura da mente humana, e todos podemos partilhar essa aventura. O que torna a ciência especial? Um método de saber? Como sabemos o que sabemos? Temos a religião, filosofia, artes, ciências. Tudo isto nos ajuda a localizar a nossa existência no
mundo natural, mas a ciência é especial, é um método desenvolvido para questionar e responder aspectos no mundo natural. Princípio da Ciência “A ciência é um modo de saber acerca do mundo natural baseado nas observações reproduzíveis e experiências cuidadosamente controladas, raciocínio matemático...” Existem diversas ciências como Física, Química, Biologia, Geologia, Astronomia, Ciências Sociais, Psicologia e muitas outras. Todas elas partilham de uma metodologia comum, pois a natureza não tem essas fronteiras disciplinares. Estão todas ligadas e partilham todas leis naturais. “A ciência é a pesquisa de leis que descrevem a organização e evolução do universo.” É fundamentalmente diferente de outros meios de saber, porque é baseado em fatos independentes e verificáveis, e conduz a um consenso baseado nesses fatos. A ciência é diferente da religião, porque a religião é baseada em textos sagrados, verdade revelada, outras fontes, e isso tem de ser aceito somente com Fé. A
7 Fé se for firme tem de ultrapassar quaisquer observações que podemos ter do mundo físico. Nas artes a verdade é explorada através da visão individual do artista. Nas artes o que importa é o ponto de vista, não existem verdades absolutas. A ciência é também diferente da Política ou História onde existem muitas interpretações diferentes dos eventos, várias interpretações e políticas plausíveis baseadas nas diversas experiências das pessoas. Na verdade, a riqueza dessas disciplinas provém e resulta da multiplicidade de interpretações de eventos passados, presentes e futuros. A ciência difere também de Astrologia, Fenômenos paranormais ou psíquicos. São consideradas pseudociências, como por exemplo OVNIS, não são baseadas em observações reproduzíveis e independentes. Mas, a maioria dos cientistas não rejeita a existência de OVNIS ou fenómenos paranormais, no entanto não são sujeitos a observações independentes,
Popular (Empírico)
verificação, a não ser que um OVNI aterre e o possamos estudar, aí poderá tornar-se ciência. Atividade:
ciências. Elas não se relacionam? Justifique sua resposta. 10) Quando poderemos considerar o estudo dos Ovnis como ciência?
1) O que é o Conhecimento Filosófico? 2) O que o Conhecimento proporciona ao ser humano? 3) Segundo o texto, o que a ignorância proporciona ao ser humano? 4) Qual a diferença do conhecimento Filosófico para o Conhecimento Teológico? 5) Minha avó já dizia que após tomar um gostoso açaí uma boa rede seria ótimo, logo o sono aparecia. Qual o conhecimento está presente na questão? 6) Onde se Baseia o conhecimento ciêntífico? 7) Qual a razão do Homem aceitar diferentes tipos de conhecimentos? 8) O que é ciência? Qual o motivo da ciência ser diferente da religião? 9) Segundo o texto, existem várias
Científico
Surge com a interação e observação com o ambiente
Usar a lógica e o pensamento crítico. Engloba fatos que foram comprovados
* Valorativo * Reflexivo * Assistemático * Verificável * Falível * Inexato
* Real (factual) * Contingente * Sistemático * Verificável * Falível * Aprox Exato
Filosófico
Teológico (Religioso)
Reflexões que o homem faz sobre as questões imateriais e subjetivas
Fé religiosa acreditando que esta é a verdade absoluta
* Valorativo * Racional * Sistemático * Não verificável * Infalível * Exato
* Valorativo * Inspiracional * Não verificavel * Infalível * Exato
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9 com o conhecimento na atual sociedade informatizada? Como as inovações e transformações são reconhecidas na gestão do conhecimento? Que relação há entre a inovação das empresas e a gestão do conhecimento?
Conhecimentos Básicos de Gestão do Conhecimento Não existe um consenso sobre uma definição de Gestão do Conhecimento. Apesar de ser um conceito que não é novo, tem sido ao longo do tempo permanentemente redimensionado e revigorado. Segue alguns autores que apresentam diversas propostas de conceituação para Gestão do Conhecimento:
GESTÃO DO CONHECIMENTO Vamos pensar um pouco... Atualmente as organizações passaram a conscientizar-se da importância da Gestão do Conhecimento, pois visam atender com qualidade a sociedade e lutam para resistir à competitividade no mercado. Gestão do Conhecimento está voltada para a informação e com o progresso tanto científico como tecnológico haverá desequilíbrio com a utilização adequada do conhecimento pela sociedade. Toda empresa deve estar ciente onde quer chegar, sendo flexível, percebendo as inovações tecnológicas e utilizando estratégias relevantes para o sucesso.
Com a intenção de aprofundar os seus conhecimentos vamos à leitura da obra Gestão do Conhecimento dos autores Hirotaka Takeuchi e Ikujiro Nonaka, eles discutem sobre a fragilidade do sucesso das corporações em relação à capacidade de mudanças rápidas e sobre o conhecimento tácito e explícito. Ao polarizar a atenção para o conhecimento não se está apenas apreciando ativo principal de uma organização, mas, em análise, mostrase voltado a aprendizagem e competência, aplicação e propagação do conhecimento. Portanto, a necessidade de transformações nas empresas tem levado a inovação de forma que
http://md.intaead.com.br/geral/ gestao-do-conhecimento/pdf/ gestao-do-conhecimento.pdf alavancou o conhecimento. Pensemos numa determinada situação, uma empresa tem vários colaboradores e necessita de uma inovação em seus produtos, um dos colaboradores que simplesmente aperta parafusos tem várias ideias que poderá fazer o produto virar um sucesso, a empresa dá oportunidade para este profissional expor suas ideias. Como você acha que este colaborador irá se sentir? E a empresa está colocando em prática a gestão do conhecimento? O que mudou na atitude do homem
Gestão do Conhecimento é a estratégia que transforma bens intelectuais da organização informações registradas e o talento dos seus membros - em maior produtividade, novos valores e aumento de competitividade. (MURRAY, 1996, p.4) Gestão do Conhecimento é a visão, baseada no conhecimento dos processos de negócio da organização, para alavancar a capacidade de processamento de informações avançadas e tecnologias de comunicação, via translação da informação em ação por meio da criatividade e inovação dos seres humanos, para afetar a competência da organização e sua sobrevivência em um crescente de imprevisibilidade. (MALHORTA, 1998). Gestão do Conhecimento é definida pela abordagem sistemática e integrada com vista a identificar, gerir e partilhar
todos os ativos de informação de uma empresa, incluindo bases de dados, documentos, políticas e procedimentos, bem como conhecimento prévio não articulado e experiência dos indivíduos. Fundamentalmente, trata-se de disponibilizar a informação existente a nível coletivo e a experiência da empresa a cada trabalhador individualmente, que por seu turno é também responsabilizado pela utilização criteriosa das mesmas e pela realimentação do stock daquelas. (HACKETT, 2002, p.727). Segundo Melo (2003) Gestão do conhecimento, objetiva democratizar o acesso aos conhecimentos obtidos por indivíduos, seja qual for o meio escolhido pelo gestor, organizando, classificando e criando dispositivos para sua disseminação conforme o interesse e propósito de um grupo. Uma organização que almeja funcionar de forma eficiente e eficaz transforma as informações em conhecimento incorporando e beneficiando a aprendizagem.
Em síntese propõe-se como conceito para Gestão do Conhecimento: processo que envolve a coleta, o processamento e a partilha de todo ativo de informação possuído pela empresa, com a finalidade de transformar-se em organização mais inteligente e competitiva. A aprendizagem organizacional ocorre à medida que o conhecimento adquirido é desenvolvido pelos membros de forma individual, é interiorizado na memória da organização. A memória organizacional referese a informações registradas da história de uma empresa que podem ser usadas para tomada de decisões. A Gestão do Conhecimento segundo Terra (2000) tem um “caráter universal”, aplica-se a empresa de todos os portes e nacionalidade e a sua efetividade requer a criação de novos modelos organizacionais (estruturas, processos, sistemas gerenciais), novas posições quanto ao papel da capacidade intelectual de cada funcionário e uma efetiva
Segundo Valentim (2003) Gestão do conhecimento é o conjunto de estratégias para criar, adquirir, compartilhar e utilizar ativos de conhecimento, bem como estabelecer fluxos que garantam a informação necessária no tempo e formato adequados, a fim de auxiliar na geração de ideias, solucionar problemas e tomar decisões.
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Dado: é entendido como um elemento da informação não tratada, descrição exata de algo ou de algum acontecimento. Os dados tomados isoladamente, não têm relevância, propósito e significado claro, não transmitindo nenhum conhecimento. A sua importância reside no fato de se constituírem a matériaprima essencial para a criação da informação. (DAVENPORT & PRUSAK, 1998). Os dados são fatos que se tornam informação quando combinados em uma estrutura compreensível. Exemplificando: quando você realiza uma pesquisa de mercado é feito uma coleta de dados. Informação: é todo o dado trabalhado, útil, tratado, com valor significativo atribuído ou agregado a ele, e com um sentido natural e lógico para quem usa a informação. (REZENDE e ABREU, 2000). É uma mensagem com dados que fazem diferença, podendo ser audível ou visível e onde existe um emissor e um receptor. (DRUCKER, 1994). A informação é quando o dado é consolidado de forma que passa a fazer sentido. Conhecimento: é quando a informação é colocada em um contexto e nos leva a tomar decisões, com possibilidade de ser usada para fazer previsões e podendo ser transmitido de geração em geração. Assim, uma informação é convertida em conhecimento quando um indivíduo consegue ligá-la a outras informações, avaliando-a e entendendo seu significado no interior de um contexto específico
habilidades.
Nas organizações o conhecimento constitui-se em ativo invisível, que é acumulado lentamente com o tempo. Representa a base da história e da cultura da organização, e sendo assim não pode ser negociado ou é dificilmente copiado por concorrentes. (MORESI, 2001).
O conhecimento tácito é um ativo patrimonial de imenso valor, enquanto permanecer guardado como experiência individual, tem pouco valor para organização.
O conhecimento humano é classificado em dois tipos: conhecimento tácito e conhecimento explícito. São unidades estruturais básicas que se complementam e a interação entre eles, constituia principal fonte da criação do conhecimento nas organizações. Veja no quadro abaixo a diferença de conhecimento Tácito e Conhecimento Explícito. Conhecimento tácito é o conhecimento construído a partir das experiências vividas pelo indivíduo, compreende a cognição dos indivíduos, enquanto o mesmo observa o seu mundo a partir de diversos ambientes. Engloba elementos intangíveis como, por exemplo: as crenças pessoais, perspectivas, sistema de valor, intuições, emoções e
Só poderá ser considerado como uma fonte importante de competitividade da organização se for avaliado por meio da ação. (NONAKA; TAKEUCHI, 1998). Esse conhecimento é difícil de ser formulado, compartilhado e transmitido de maneira formal, em virtude de não ser verbalizado, nem demonstrado e dificilmente reproduzido em documentos, ou armazenado em bases de informação. O conhecimento explícito é o que se consegue facilmente transmitir, sistematizar e comunicar entre os indivíduos em linguagem formal, permitindo a sua disseminação e partilha de forma fácil por intermédio de livros, gravações, portais ou transmitido através de correio eletrônico ou por via impressa. (NONAKA; TAKEUCHI,1998)
Conhecimento Simultãneo (aqui e agora)
Cpnhecimento análogo (prática)
A produção de conhecimento numa organização pode ser entendida, como algo permanente que se moderniza continuamente. Envolve uma interação dinâmica ininterrupta e que vai do conhecimento tácito para conhecimento tácito; de conhecimento explícito a conhecimento explícito; de conhecimento tácito a conhecimento explícito; e de conhecimento explícito a conhecimento tácito. Um conceito criado, justificado e transformado em um determinado modelo, transita para um novo ciclo de criação de conhecimento através de um processo interativo e em espiral, que chamamos de conhecimento. A espiral do conhecimento começa no nível individual e vai subindo, ampliando comunidades de interação, resultando em um incremento permanente, seja a
nível profissional, pessoal e social (NONAKA; TAKEUCHI, 1998) A conversão do conhecimento tácito em conhecimento tácito é definida como socialização. O conhecimento tácito necessita ser experimentado e posteriormente partilhado por intermédio da observação, imitação ou prática, permitindo que os modelos mentais de cada elemento do grupo sejam alinhados. A conversão do conhecimento tácito em conhecimento explícito é um processo denominado como externalização, envolve, por exemplo, a conversação entre os colegas da equipe de que resulta uma reflexão grupal. A conversão do conhecimento explícito em conhecimento explícito é um processo designado por combinação. Envolve o aliar da experiência e do conhecimento de situações anteriores similares. Podem ocorrer por intermédio de documentos, reuniões e
Conhecimento da racionalidade (mente)
Conhecimento sequencial (lé e então)
Conhecimento digital (teoria)
Quadro: conhecimentos tácito e explícito. Fonte: NONAKA &TAKEUCHI, 1998.
comunicação e por intermédio de redes. A reconfiguração do conhecimento explicito por meio da combinação pode conduzir ao surgir de novos conhecimentos. A conversão do conhecimento explícito em conhecimento tácito é um processo definido como internalização, acontece quando novos conhecimentos explícitos são compartilhados na organização e outros indivíduos começam a interiozá-los e a utilizar visando aumentar e focalizar o seu próprio conhecimento tácito. A internalização possibilita à organização aprender fazendo. Para que seja criado o conhecimento a nível organizacional, é preciso que os conhecimentos tácitos e explícitos interajam de forma permanente e assim conduzam a organização permanentemente à inovação. (NONAKA; TAKEUSHI, 1995).
Princípios e Modelos da Gestão do Conhecimento
Dialógo
Relação entre conhecimento tácito e
Conhecimento Tácito Conhecimento Explícito (Subjetivo) (Objetivo) Conhecimento da experiência (corpo)
explícito
Socialização
Internalização
Externalização
Combinação
Aprender Fazendo Fonte: NONAKA; TAKEUCHI, 1998, p 80
Associação do Conhecimento Explícito
Para compreender Gestão do Conhecimento, propõe-se descrever primeiramente os conceitos sobre: dado, informação e conhecimento.
(TUOMI, 1999).
Construção do Campo
liderança, disposta a enfrentar, ativamente, as barreiras existentes ao processo de transformação
12 Estamos vivenciando a Era do Conhecimento, nas economias mais avançadas, no domínio das tecnologias, amplamente desenvolvido e que lhes garantem um valor de mercado. O conhecimento é um elemento que está em nossas mentes, culturas e experiências. As empresas devem criar conhecimento e repassá-los, entretanto devem entender a importância do conhecimento e cultivar esforços para estruturar todos os trabalhos necessários para lidar com o ativo intangível da organização. O Modelo dos Capitais do Conhecimento trabalha com quatro capitais que para uma efetiva gestão do conhecimento de uma organização, devem ser devidamente monitorados e gerenciados. São eles: o “capital ambiental”, o “capital estrutural”, o “capital humano” e o “capital de relacionamento”. Não se considera um capital mais importante do que outro. A importância relativa atribuída aos quatro capitais depende do grau de desenvolvimento da organização e do tipo de negócio em que ela
está envolvida. O crescimento da empresa depende da articulação entre esses quatro capitais
Capital Ambiental O capital ambiental pode ser definido por intermédio das várias características que é possível identificar na região onde a organização se localiza. Envolve, entre outros, pormenores como: as características políticas, econômicas, sociais e culturais da região; a envolvente governativa e legislativa; as características éticas; os aspectos financeiros e ferramentas tecnológicas. O desempenho de uma organização é afetado pela estabilidade ou instabilidade de fatores ambientais que a envolvem, como: a política de um país ou região, sua situação econômica, características específicas do consumidor, concorrentes, fornecedores, instâncias governamentais reguladoras. No entanto algumas empresas possuem desenvolvimento maior que outras, em função de se encontrarem em um ambiente mais adequado às características
do seu negócio. O valor de uma organização está dependente do ambiente de negócios com o qual se relaciona (CAVALCANTI et al., 2001).
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Variáveis Tecnológicas
Variáveis Externalização Sociais Competidores
Clientes
Capital Estrutural O capital estrutural envolve as condições necessárias para a organização funcionar. Envolve os sistemas administrativos, conceitos, modelos, rotinas, marcas, patentes e sistemas de informática, que possibilitam a organização laborar. A cultura da organização, ou seja, a forma como uma organização faz funcionar o seu negócio, integra também o capital estrutural. (CAVALCANTI et al.,2001). É um capital que fica na organização quando o colaborador vai embora, é mensurável como exemplo disso, sabe-se quanto custa um determinado equipamento.
Instituições Finaceiras
Fornecedores
Sindicatos
Governo Meios de Comunicação
Combinação Grupo de Interesses Variáveis Políticas
Variáveis Econômicas Centro de Referência em Inteligência Empresarial (CRIE) – COPPE/UFRJ, 2001.
Capital Intelectual O capital intelectual refere-se aos conhecimentos, experiências, habilidades e aptidões dos indivíduos que trabalham em uma
Externalização Cultura Organizacional
Produtos e Serviços, Patentes e Marcas, Propriedade Intelectual
Tecnologias
Procedimentos, Processos, Rotinas Instalações / Infraestrutura Combinação Equipamentos
14 organização. O capital intelectual ao contrário do capital estrutural é de propriedade do indivíduo, mas o uso eficaz desse potencial produz valor para a organização.
explícito de forma a acrescentar valor aos produtos ou serviços prestados. O capital individual humano cresce quando a empresa utiliza de forma adequada o que as pessoas sabem e se dissipa rapidamente. Para obstar a que isso aconteça torna-se necessário estabelecer estratégias
A dificuldade das organizações é conseguir transformar o conhecimento tácito (o que se refere à experiência individual) em
Capital de Relacionamentol Envolve a rede de relacionamentos de uma organização com os seus clientes, fornecedores e instituições parceiras. A partir da sua visão estratégica a empresa seleciona os relacionamentos principais para o sucesso do negócio. Com base nessa seleção a organização constrói uma estratégia de relacionamento com cada um dos seus relacionamentos. O capital de relacionamento
Clientes Internos Fornecedores
Stakeholders
Clientes Externos
Talentos
Habilidades Capital Humano
Competências
2001).
Colaboradores
Capital de Relacionamento
Valores Cultura
Conhecimento tácito e explícito
para o seu gerenciamento, de forma a transformá-lo em ações que agreguem valor ao negócio da empresa. Para liberar o capital individual existente na organização deverá ser necessário minimizado ao mínimo as tarefas burocráticas e automatizadas as atribuições repetitivas (CAVALCANTI et al.,
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Gestão do conhecimento e educação corporativa A gestão do conhecimento para a inovação é o objetivo das organizações, considerando a sua competitividade num ambiente de mudanças rápidas e constantes. Nesse contexto, o gestor do conhecimento deve selecionar
Instituições de Pesquisa e Ensino
Concorrentes
Expertise Experiências
Comprometimento
funciona enquanto facilitador para os outros capitais, pois possibilita conhecer os colaboradores diretos e indiretos de sua rede de valor e aprender com eles. (CAVALCANTI et al., 2001).
Parceiros
os recursos que suportem uma estratégia de conhecimento para a inovação; contribuir para o desenvolvimento de um plano para produtos ou serviços inovadores; saber como procurar recursos que suportem a inovação e identificar e avaliar possibilidades no mercado de conhecimento. A educação e a formação de profissionais de gestão de conhecimento devem abranger a globalidade dessas áreas. Considerando, pois, que o núcleo fulcral da gestão do conhecimento é a busca de recursos já existentes
na organização de forma a que as pessoas procurem, encontrem e empreguem as práticas mais ajustadas, em vez de procurar criar algo que já tenha sido desenvolvido; nesse processo a educação coorporativa tem importância fundamental. Cuida de adicionar valores às informações, filtrando-as, resumindo-as e desenvolvendo um perfil de utilização pessoal que possibilita atingir a informação necessária para passar à ação. Nas organizações que aprendem ou organizações baseadas no conhecimento, os indivíduos têm espaço para permanentemente alargarem a sua capacidade de atingir os resultados que desejam. Isso ocorre num ambiente em que se encoraja maneiras inovadoras de pensar e onde as pessoas estão permanentemente aprendendo a aprender cooperativamente. (SENGE, 1999).
A organização que aprende procura desenvolver a capacidade de promover o futuro que deseja e a forma como planejar e implementar ações visando atingir a situação desejada. Nesta perspectiva deve refletir acerca do seu desempenho atual e sobre os motivos que o afetam trabalhando para corrigir erros e acertos e tomar decisões corretas. Errar significa aprender, num processo de autocrítica, a avaliação de riscos, tolerância ao insucesso e procura de correção de rumos, até atingir os objetivos As organizações baseadas no conhecimento são mais flexíveis, adaptáveis e mais capazes de se reinventar, num processo contínuo. A gestão do conhecimento procura redefinir o perfil do profissional na era do conhecimento. O trabalhador na sociedade do conhecimento deve
se fazer receptivo a aprender de forma não convencional e a trabalhar cooperativamente a fim de atingir soluções inovadoras. É preciso uma nova dinâmica na formação continuada, para que as pessoas permaneçam produzindo e em condições de acompanhar as transformações da organização e da sociedade. Nesse processo a tecnologia tem dado uma grande contribuição ao permitir capacitar um número maior de pessoas. As empresas estão desviando as suas ações de treinamento em sala de aula, visando promover qualificações isoladas, para o desenvolvimento de uma cultura de aprendizagem permanente, em que os profissionais aprendem uns com os outros, partilhando práticas inovadoras com o objetivo de resolver problemas organizacionais. Apresentando situações que possibilitem a
16 discussão de problemas comuns e a sua resolução recorrendo à aprendizagem coletiva, numa dinâmica de “aprender fazendo”. A dinâmica de aprendizagem baseado na educação coorporativa envolve alterações a diversos níveis nas propostas de formação da empresa, apresentados no quadro a seguir:
Gestão de pessoas e gestão do conhecimento A Gestão do Conhecimento está ligada à possibilidade das organizações reunirem e utilizarem as várias fontes e tipos de conhecimento para aumentarem as suas competências específicas e a sua capacidade de inovação, o que se traduz em sistemas gerenciais e produtos mais ajustados ao mercado. A crescente velocidade das transformações e a complexidade dos desafios não possibilitam hoje em dia às empresas, concentrar esses esforços em um número reduzido de pessoas ou em áreas das
organizações.
aprendizado contínuo;
Os colaboradores vêm aumentando suas titulações e anseios, em termos profissionais, realizando dessa forma o exercício da criatividade e da aprendizagem permanente.
• Adoção de estruturas organizacionais e de práticas de organização do trabalho, que fomentem o trabalho de equipes multidisciplinares comelevado grau de autonomia;
Dentro de uma organização a gestão do conhecimento e a gestão de pessoas “andam juntas”, pois a gestão do conhecimento provoca o capital intelectual e a gestão de pessoas trabalha na elaboração das estratégias para atrair esse públicoalvo seleto. Com o intuito de atender esse requisito, aumenta-se a procura de qualidade. Logo, agregado a esta seleção, virão elementos como várias dimensões, como poderá ser descrito a seguir:
• Seleção de práticas e políticas de administração de recursos humanos que atraiam conhecimentos externos e favoreçam a partilha de conhecimentos internos à organização, bem como a geração, difusão e armazenamento de conhecimentos na organização;
• A definição das áreas de conhecimento às quais colaboradores da organização devem atribuir particular atenção de aprendizado; • O desenvolvimento de uma cultura organizacional direcionada para a experimentação e
• Melhorar a possibilidade de a organização atrair e manter colaboradores com habilidades, comportamentos e competências valiosas para serem adicionados aos seus fluxos de conhecimento; • Utilizar as oportunidades facultadas pelas tecnologias da informação e da comunicação nos processos de geração, difusão e armazenamento de conhecimento nas organizações; • Valorizar o papel do contato
Formação anterior com Formação com base na base no treinamento educação corporativa Foco
Reativo
Preventivo
Organização
Fragmentada e descentralizada
Coesa e centralizada
Alcance
Tático
Estratégico
Apresentação
Instrutor
Experiência com várias tecnologias
Responsável
Chefia de treinamento
Lideranças
Audiência
Profundidadde limitada, público alvo amplo
Currículo personalizado por famílias de cargos
Inscrições
Abertas
Aprendizagem no momento certo
Resultado
Aumento nas qualificações profissionais
Aumento no desempenho de trabalho
17 pessoal e do conhecimento tácito para os processos de aprendizado organizacional, implementando práticas formais e informais de contato através de fóruns, portais, congressos, cafeterias, e reuniões sociais,
modalidades de gestão.
• Monitorar as necessidades de modo a propiciar programas de atualização permanente que sejam capazes de estimular a mudança.
A Gestão de Desempenho tem como princípio valorizar os colaboradores, aqueles que não atingirem os objetivos da organização deverão receber treinamentos, para isso compete ao gestor identificar que tipo de investimento cada colaborador deverá receber.
Os responsáveis pela gestão de pessoas são os gestores, a área dos recursos humanos atua como parceiros trabalhando em conjunto. Gestores têm a função de realizar atividades como demitir, informar a necessidade do aumento do quadro de funcionários, indicar promoções e aumento de salários.
Perfil do Gestor do Conhecimento e o ambiente organizacional Dentro de uma organização o gestor deve ter um perfil que envolva liderança de equipe, entender o fluxo de trabalho, conhecer os processos, aumentar produtividade com qualidade e inovação, valorizar os colaboradores, portanto as oportunidades propiciadas pela economia baseada no conhecimento deverão estar atentas à seleção e à formação de colaboradores com um perfil específico para atender às suas demandas. Como gestão, citamos alguns modelos: Gestão por competência, Gestão de desempenho, Gestão do conhecimento, Gestão da produtividade, Gestão de tempo, Gestão de qualidade e Gestão de recursos humanos. Em qualquer instituição para que um gestor desempenhe sua função com certa competência é essencial que conheça essas
A meta da Gestão de Competências é acompanhar cada colaborador, seja em grupo ou individual com o intuito de fazer com que o mesmo execute com sucesso suas funções.
A Gestão de Produtividade compete capacitar todos os colaboradores visando aumentar a qualidade do trabalho. A Gestão do Conhecimento faz parte da criação,
Diga não ao Assédio moral e sofrimento no trabalho
desenvolvimento e utilização do conhecimento dentro da organização. A Gestão de Qualidade tem o objetivo de nortear cada setor para execução de seu trabalho em tempo hábil e com qualidade. Quanto a Gestão de Tempo é importante que os colaboradores saibam definir os objetivos e estabelecer as prioridades. A Gestão de Recursos Humanos tem como objetivo estabelecer um sistema que administra a relação entre os colaboradores e a organização. As competências requeridas aos colaboradores de forma a que a organização possa aproveitar as oportunidades da implementação da gestão do conhecimento, envolvem três grupos: Competências técnicas; Competências organizacionais, e Competências que fomentem a gestão do conhecimento.
Competências técnicas
São competências desenvolvidas na escolaridade formal, treinamentos e experiência profissional. • Escolaridade – Nível de escolaridade formal necessário para a atuação no cargo. • Treinamentos – Treinamentos, cursos específicos, cursos profissionais, especializações, necessários para conseguir os melhores resultados no cargo • Conhecimentos técnicos – Conhecimentos essenciais para as atribuições do cargo, obtidos através da escolaridade e treinamentos realizados pela experiência profissional, Os conhecimentos técnicos podem ser classificados em: 1. Conhecimentos técnicos elementares - O conhecimento de um vocabulário que permita compreender as
18 orientações de trabalho e comunicar com titulares de empregos semelhantes.
Competências organizacionais
2. Conhecimentos técnicos básicos Implica o conhecimento de um vocabulário técnico que permita coletar elementos, como a compreensão de princípios técnicos.
São as competências necessárias para a compreensão do negócio, seus objetivos, relações com o mercado, ambiente político, econômico e social, envolvendo:
3. Conhecimentos técnicos fundamentais - Pressupõe um nível de conhecimento que se traduz em capacidades para compreender as repercussões de determinado fenômeno ou fator nas ações.
• Gerenciamento do tempo Estabelecer metas, priorizar tarefas, maximizar o uso do tempo.
4. Conhecimentos técnicos sólidos - Implica em possuir um domínio de conhecimento científico e técnico na hipótese que o indivíduo disponha de uma autonomia nos conceitos e encontra soluções para determinadas situações. 5. Conhecimentos técnicos profundos – Implica na possibilidade do desenvolvimento dos conceitos, métodos e instrumentos com a capacidade de conceber e renovar os sistemas da organização em termos de gestão, tecnologia ou outro.
• Compromisso com resultados – Atuar com foco em objetivos quantitativos e qualitativos.
• • Gerenciamento de recursos – Controlar previsões orçamentárias, analisar e justificar investimentos, equacionando relação entre a mão-de-obra disponível e os recursos técnicos acessíveis. • Planejamento e organização – Coordenar as tarefas pessoais da equipe, incluindo o planejamento, a organização e as tarefas sequenciais, seleção e distribuição dos recursos necessários. • Liderança – Administrar equipes adequadamente, formando talentos e criando um clima favorável ao desenvolvimento de
sua equipe investindo no desenvolvimento do potencial dos colaboradores e responsabilidade compartilhada. • Atuar estrategicamente – Estabelecer ligação entre os ambientes internos e externos, de modo a que possa prever oportunidades e obstáculos, tendências e inovações, possibilitando a ação.
Competências quem permitem a gestão do conhecimento A importância destas competências considera o processo de interiorização do conhecimento pela organização, associadas ao planejamento e prática de abordagens de gestão de conhecimento. Num momento inicial de implementação de um processo de gestão do conhecimento, deve ser atribuída maior atenção à gestão de recursos humanos, ao estabelecimento dos processos de negócio e ao incremento de competências de gestão. À medida que a organização evolui no que diz respeito à gestão
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20 de conhecimento, a necessidade dessas competências diminui. Nesse momento é possível identificar a exigência de outras competências no perfil dos colaboradores, envolvendo alguns
grupos representam em conjunto as competências essenciais que indivíduos, grupos ou organizações necessitam para atuar de acordo com os pressupostos da gestão do conhecimento.
aspectos.
Há muitos desafios a vencer para desenvolver os sistemas de conhecimento em organizações que adotam a gestão do conhecimento, que envolvem a resposta a múltiplos questionamentos:
A compreensão do processo de conhecimento pauta-se em gerir a mudança reconhecendo os benefícios para a organização e para os indivíduos; no envolvimento das pessoas na tomada de decisões; na identificação de barreiras; nos obstáculos à mudança e na atenção à correção do processo. Segundo Abell e Oxbrow (2001), a necessidade de criar valor a partir do conhecimento e a implementação de estratégias para atingir os objetivos definidos, implicam que as organizações tenham a necessidade de definir as necessidades para pesquisar, analisar, usar, partilhar, armazenar e criar informação, condicionando os colaboradores a serem literatos em informação. Os dois primeiros grupos estão associados ao indivíduo, por sua vez o terceiro está ligado à gestão do conhecimento envolvendo os colaboradores em equipes, comunidades e redes. Estes três
• Como mapear o conhecimento existente nas empresas? • Onde se encontram as habilidades nucleares da organização relacionadas às competências? • Como facilitar e estimular a explicitação do conhecimento tácito dos colaboradores? • Como atrair, selecionar e manter as pessoas com as competências necessárias? • Como equilibrar o trabalho em equipe, o trabalho individual, o trabalho multidisciplinar e a necessária especialização individual? • • Como utilizar as tecnologias da informação e comunicação para aumentar o conhecimento da empresa
Técnica ou procedimento Benchmarking Lista de especialistas Mapas de conhecimento
e não simplesmente para acelerar o fluxo de informações? • Quais os sistemas, políticas e processos da organização que devem ser desenvolvidos para atender aos comportamentos associados ao estímulo da criatividade e do aprendizado? • Como incentivar e premiar o compartilhamento do conhecimento e evitar que as pessoas guardem o conhecimento para si próprio? • Como abrir a organização ao conhecimento externo? • Como ampliar e capturar o fluxo de conhecimentos, ideias e intuições, provenientes de clientes, parceiros, fornecedores e da própria comunidade em geral? (TERRA, 2000, p. 203). Podemos observar que uma organização sem pessoas não há conhecimento e que as empresas estão investindo cada vez mais na gestão do conhecimento, dando ênfase na capacidade intelectual de seus colaboradores. E um bom gestor do conhecimento deve saber responder estas perguntas e colocá-las em prática.
Descrição Referenciais teóricos e práticos que subsidiam as organizações a identificarem os seus pontos fracos. Lista de problemas que ocorrem normalmente com a indicação do potencial solucionador. Representações gráficas que ajudam a identificação do conhecimento na organização.
Topografias do conhecimento
Indicação dos colaboradores que possuem conhecimentos específicos e de seu nível de conhecimento.
Mapas de competência
Identificação dos especialistas e das estruturas de conhecimento que pode subsidiar um determinado processo essencial considerando procedimentos,tarefas, métodos e responsabilidades
Adaptado de PROBST, RAUB ; ROMHARDT (2002).
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Desenvolvimento de projetos de gestão de conhecimento Os passos essenciais para o desenvolvimento de projetos em gestão do conhecimento envolvem: a identificação do conhecimento interno e externo; a aquisição do conhecimento; o desenvolvimento do conhecimento; o compartilhamento e distribuição do conhecimento; a utilização do conhecimento; retenção do conhecimento; a definição de metas do conhecimento e a avaliação do conhecimento. A identificação do conhecimento interno e externo é uma etapa de identificação do conhecimento que procura tornar o conhecimento interno visível, conscientizar a organização de suas próprias competências, capacidades, identificar as melhores práticas internas e externas.
Técnicas e procedimentos para a identificação de conhecimento na
organização Entre as técnicas existentes para tornar o conhecimento interno visível salientamse as apresentadas no quadro abaixo:
Técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de conhecimento coletivo Para a identificação de algumas técnicas e procedimentos que possibilitam o desenvolvimento do conhecimento coletivo na organização, destacam-se no quadro A aquisição do conhecimento objetiva trazer de fora, parte do conhecimento de que a organização necessita, e isso tanto pode ser de áreas diferentes da empresa, quanto do ambiente externo. Um relacionamento transparente e cooperativo com clientes, fornecedores, concorrentes e parceiros é condição imprescindível para adquirir conhecimento. O recrutamento de especialistas, a aquisição ou
fusão com empresas inovadoras também são estratégias para incorporar conhecimento que não se consegue ou quer desenvolver. O desenvolvimento do conhecimento procura a geração de competências e produtos ainda não presentes na organização, ideias melhores e processos mais eficientes. O compartilhamento e a distribuição do conhecimento atuam com base nos conhecimentos já disponíveis na organização, sejam elas emoções ou ideias inovadoras e criativas. Implica em selecionar: “quem deve saber”, “quanto deve saber”, “sobre o quê deve saber” e ocorre na passagem do conhecimento do indivíduo para o grupo ou para a organização, exigindo, pois a criação de um clima de confiança. A utilização do conhecimento revela a utilidade do conhecimento que foi gerado para a organização. Refere-se à aplicação produtiva do conhecimento depois de criado nas atividades da empresa, traduzindo-o em resultados tangíveis. Envolve também
22 a eliminação das barreiras que impossibilitam o uso do conhecimento disponível. A retenção do conhecimento procura preservar o conhecimento de potencial valor futuro, envolvendo a construção de uma memória da organização a partir das informações, documentos e experiências. Engloba a seleção, armazenamento e atualização sistemática dos conhecimentos gerados no decorrer do processo. A retenção do conhecimento depende do uso adequado de meios diversificados de armazenamento. (PROBST et al., 2002, p. 35).
A avaliação do conhecimento está proximamente ligada ao estabelecimento das metas. Procura avaliar o conhecimento existente na organização e confrontá-lo com as metas previamente definidas. Produz subsídios para adequações aos processos de gestão do conhecimento. A maneira como as metas do conhecimento são definidas influencia as formas de avaliação. (VIILELA e MENDES, 2004).
Diga não ao assédio moral e sofrimento no trabalho.
O estabelecimento de metas define o conhecimento considerado primordial para a organização. As metas podem assumir as vertentes normativas, estratégicas e operacionais. As metas normativas estão associadas ao incremento da cultura da organização. As metas estratégicas relacionamse à definição do conhecimento essencial da organização, e as habilidades necessárias e as metas operacionais estão relacionadas ao incremento da gestão do conhecimento.
Técnica ou procedimento Think-tanks Aprendendo no trabalho Arenas de aprendizagem Lições aprendidas
Diga sim a natureza
Descrição Grupos em que a organização confia o desenvolvimento do conhecimento e de algumas competências críticas. Surgimento do conhecimento no processo de trabalho, condição essencial para o aprimoramento sistemático de produtos, de procedimentos e de estruturas. Espaços onde os processos são desenvolvidos Lições aprendidas durante a execução de um projeto
Preservando a experiência
Preservação de experiências anteriores vivenciadas pela organização
Uso de cenários
Análise de cenários possíveis onde poderão decorrer acontecimentos futuros
Work-out
Exercício conjunto de procura de solução para os problemas, visando a sua inclusão em futuras decisões administrativas
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Tecnologia para indústria têxtil: o que há de mais moderno no setor https://fcem.com.br/noticias/tecnologia-para-industria-textil-o-que-ha-de-mais-moderno-no-setor/
Entre tantas estratégias utilizadas para se manter competitivo no mercado, uma das mais essenciais para o setor têxtil é a inovação. E essa é uma palavra cujo significado se renova rapidamente quando falamos em tecnologia para indústria têxtil. Novas utilidades, uso de computação e desenvolvimento de materiais sustentáveis estão cada vez mais presentes no universo da moda, esportes, uniformes e objetos. A evolução tecnológica dos tecidos traz importantes funcionalidades e pode ser um importante diferencial para o sucesso do negócio. Mas você sabe quais são essas novas tecnologias e como são empregadas? Tem interesse em entender como isso funciona? Então continue a leitura e aprenda muito mais sobre o assunto com este post.
O impacto da tecnologia para indústria têxtil Eventos que debatem o futuro do setor já discutem sobre o modelo industrial que sobreviverá, o cenário global e o perfil dos futuros consumidores. Desde já, existe a preocupação em manter-se competitivo. Por essa razão, é preciso conhecer as mudanças que já estão ocorrendo e o que virá de novidade em alguns campos, como o que mencionaremos a seguir.
Fabricação A confecção de tecidos e roupas tem passado por um processo
25 roupas funcionais (que secam mais rapidamente, não amassam, eliminam odores ou repelem insetos), aquelas que facilitam o dia a dia das pessoas.
A revolução dos tecidos Desde peças de roupa para pets até o uniforme de um astronauta da Nasa recebem investimento de pesquisa para melhoria de performance. Portanto, seja qual for o seu negócio, conhecer as alternativas de materiais e o cenário de perspectivas que elas oferecem pode inspirar novos investimentos ou garantir a continuidade da empresa. Entenda melhor, a seguir, sobre a revolução que está acontecendo no setor têxtil!
Sustentabilidade
de atualização que vem desde a escolha da matéria-prima até os métodos de produção. Soluções de baixo impacto ambiental têm sido alvo de pesquisa e investimento permanente para maquinário, energia e métodos. Essa renovação vai ao encontro das novas demandas do mercado, que se empenha em agregar valor ao produto ao mesmo tempo em que os custos são repensados. Alguns processos biológicos aplicados na fase de tingimento, por exemplo, conseguem reduzir, em média, 30% no consumo de água e energia elétrica.
Criação das peças Em uma concepção que une design, arte e ciência, novas peças estão sendo elaboradas, buscando perfeição no corte e acabamento, e valorizando o caráter sustentável. Softwares que criam os desenhos e máquinas com precisão e
rapidez fazem parte desse novo momento e, embora possam exigir um investimento inicial considerável, conseguem reduzir o custo de mão de obra e aumentar a produtividade em pouco tempo.
Novos mercados É comum pensar em primeiro lugar no mundo esportivo quando se fala em tecnologia para vestuário. Porém, as possibilidades são muitas e não param de crescer. A procura por benefícios passou a ser mais relevante para muitos consumidores. Com isso, cresce também a opção não apenas pelo fator estético, mas, principalmente, pelo desempenho. Existem oportunidades na fabricação de uniformes de trabalho para atividades com risco de fogo ou eletricidade, indústrias, ramo hospitalar e atuação militar, espacial e aeronáutica. Outra tendência é o comércio de
As pesquisas por novos tecidos sintéticos — que sejam cada vez mais similares aos orgânicos em termos de aparência, textura e durabilidade — continuam oferecendo resultados muito satisfatórios. Além disso, existe a incessante busca por materiais
alternativos e novas fibras.
bastante vantajosas.
O reaproveitamento de materiais tem sido um caso de sucesso na construção de novas possibilidades. A reciclagem, além da questão ambiental, também pode refletir em redução de custos de produção. A boa notícia é que já existem estudos avançados a respeito disso e técnicas bastante viáveis podem ser implementadas de imediato.
São peças mais finas e macias, que proporcionam melhor caimento. Além disso, com a possibilidade de alteração em sua estrutura, são preparados para oferecer controle térmico, controle de absorção de líquidos, proteção ultravioleta, função repelente e antibacteriana.
Especificamente no caso dos tecidos nanotecnológicos, a etapa de tingimento passa por uma mudança que descarta a utilização de elementos químicos tóxicos e poluentes.
Nanotecnologia A nanotecnologia é a manipulação de matérias com dimensões minúsculas, do tamanho de átomos ou moléculas. Na indústria de tecidos, o método é aplicado a fibras e fios, formando estruturas têxteis com diferentes propriedades. Existe uma tendência de rápida popularização da nanotecnologia, já que suas funcionalidades são
Uso funcional e inteligente A tecnologia chegou ao ponto de introduzir internamente, na composição dos tecidos, componentes digitais, com elementos da eletrônica e da computação. Esse material é capaz de responder a diferentes condições, como temperatura e calor, alterando a cor, forma e até o som do tecido. No vestuário esportivo, reage à temperatura corporal de maneira inteligente, liberando calor ou frio, de acordo com sua programação. Existe, ainda, uma técnica que cria barreiras externas, protegendo contra possíveis contaminações. Exemplo disso são uniformes desenvolvidos para atividades em indústrias químicas, locais
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27 pensam, ela não tem o objetivo de substituir o trabalho humano, mas sim facilitá-lo e aperfeiçoá-lo. Ela é muito útil para a divulgação da marca, ou seja, no marketing. Além disso, pode ser implementada para identificar padrões e preferências do público, inspirando também na criação de novas tendências e modelos de roupas ou itens de cama, mesa e banho.
Tecido Inteligentes Como você viu, a nanotecnologia se trata do estudo da manipulação da matéria, por meio das partículas moleculares ou atômicas. Na cadeia têxtil, isso é feito na aplicação, implementação ou fusão de elementos aos fios e às fibras, a fim de criar novos tecidos ou aprimorar aqueles já existentes. Essa tecnologia permite a criação de peças apropriadas para determinadas funções, os famosos tecidos inteligentes que, além de oferecerem mais segurança, são mais macios, finos e com melhor caimento. Confira alguns deles, a seguir!
Inseticidas com radiação ou alto índice de insalubridade.
As principais tcnologias aplicadas na produção têxtil O setor têxtil é um dos mais importantes para a qualidade de vida de toda a população mundial. Afinal, o vestuário faz parte de uma das necessidades básicas do homem. Além disso, os tecidos são úteis para decoração, segurança e muitas outras finalidades. Por esse motivo, a inovação no modo de produção têxtil implica em uma melhor forma de usufruir dos benefícios desses produtos, facilitando o dia a dia das pessoas.
Por isso, confira, a seguir, as vantagens do uso da tecnologia para aprimorar a criação nesse setor!
Sewbots Lembra-se das propagandas de 20 anos atrás que diziam que os robôs seriam uma espécie de futuros empregados do cotidiano humano? Essa realidade já existe, com a utilização da automação para realizar tarefas simples, porém, repetitivas. Esse é o caso dos sewbots, robôs com software de visão computacional, que atuam na manipulação de tecidos, incrementando a produção
tradicional. Eles auxiliam na confecção, etiquetação, controle de estoque e em várias outras funcionalidades, trazendo mais praticidade às empresas.
Impressão 3 D Ainda com a necessidade de diminuição de desperdício de tecidos, a impressão 3D vem com o objetivo de contribuir com essa missão e ainda melhorar as técnicas de customização e otimização de tempo. Ao utilizar essa tecnologia na fabricação têxtil, é possível diminuir consideravelmente
o descarte de resíduos de materiais, além de produzir peças customizadas em um tempo muito menor que o normal.
existem diversos projetos que buscam a geração ou conservação de energia por meio das roupas.
A impressão 3D ainda permite a inovação por meio da criação e impressão de novos modelos, aumentando o desempenho das peças.
Um deles promove a geração de energia partindo dos movimentos que uma pessoa executa quando está com uma roupa. Outra delas é a criação de tecidos visando a geração de eletricidade.
Afinal, com esse meio digital, é possível realizar todos os ajustes e aplicar as implementações ideais às modelagens.
Nenhum desses protótipos está em circulação no mercado ainda, mas a ideia promete uma revolução na indústria têxtil.
Reutilização de energia
Inteligência Artificial
A sustentabilidade da energia também está sendo aplicada na fabricação de tecidos. Por isso,
A inteligência artificial já faz parte do dia a dia de muitas pessoas. Ao contrário do que muitos
Roupas com tecidos repelentes vêm sendo desenvolvidas com a ajuda da nanotecnologia. Isso é feito com a encapsulação das fibras do tecido, especialmente as naturais. Como resultado, a roupa previne que mosquitos ou demais insetos tenham contato direto com a epiderme do usuário. Isso é muito útil para evitar a propagação de doenças que são transmitidas com a picada de mosquitos, como a dengue, malária, zika ou chikungunya Por isso, regiões úmidas e quentes, locais favoráveis para a proliferação desses animais, são as mais beneficiadas com essas roupas.
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Antichamas Outro tipo de tecido inteligente é o antichamas, que é feito com elementos pouco suscetíveis à combustão, ou seja, que dificilmente reagem com oxigênio. Isso permite que a roupa demore a entrar em chamas, em caso de contato com o fogo. Profissões que têm alto nível de risco, como os bombeiros, pessoas que trabalham com eletricidade ou em laboratório, vêm sendo beneficiadas com a aplicação dessa tecnologia em Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Antiestresse Os tecidos inteligentes conseguem contribuir até mesmo na saúde mental das pessoas. Estão em desenvolvimento roupas que ajudam a ter um diagnóstico correto sobre a qualidade do sono e níveis de tensão de seu usuário.
Isso é muito útil na psicologia e psiquiatria, pois permite identificar as variações de estresse e insônia, favorecendo na escolha do tratamento mais adequado.
que usa microcápsulas de flores, que liberam um aroma agradável na pele ao entrarem em contato, evitando que o cheiro de suor seja perpetuado.
Detector de poluição
Ao unir essa tecnologia com a técnica de tecidos frescos e antitranspirantes, é possível notar um grande avanço na indústria da moda, criando produtos perfeitos para o uso durante o verão.
Da mesma forma que estão desenvolvendo tecidos que detectam o nível de estresse, jovens estudantes procuram pela construção de peças que indicam o índice de poluição em um ambiente. Com sinais de alerta implantados nas fibras, a roupa consegue exibir o nível de CO existente no ambiente, por meio da tonalidade que a estampa assume. As cores variam do rosa para o cinza, onde o primeiro indica limpeza e o último, impureza.
Antiodorizantes Pesquisadores vêm desenvolvendo um tipo de tecido
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Proteção ultravioleta Como visto, os produtos de proteção ultravioleta é outra prioridade para o setor têxtil. Com a redução da camada de ozônio, os raios solares incidem com mais facilidade na atmosfera terrestre, deixando muito mais propício o contato da luz no espectro ultravioleta com os indivíduos. Essa irradiação é muito prejudicial à saúde humana, podendo danificar os órgãos internos e causar câncer, principalmente
o de pele. Para evitar essas complicações, as roupas com proteção ultravioleta se mostram muito úteis, com o uso de nanotubos de carbono. Além disso, essa tecnologia pode ser mesclada com várias outras, a fim de manter a temperatura agradável e reduzir a produção sudorípara. Assim, o usuário tem a sensação de frescor, mantém o bom cheiro e ainda fica protegido.
A importância da atualização permanente Como vimos, em breve, teremos roupas capazes de se comunicar, de se conectar, de regular temperatura e energia, monitorar a saúde, de serem autolimpantes. Independentemente de qual seja o seu ramo de negócio, alguma dessas características poderá ser a diferença entre o seu produto e o de seu concorrente. Portanto, manter-se atualizado a respeito de todas as inovações é fundamental.Uma das opções mais eficientes para ter contato
com o que há de mais novo no setor têxtil é participar das feiras especializadas. Nelas, estão concentradas exposições, palestras e networking de fornecedores de matéria-prima e tecnologia, prestadores de serviço, produtores e fabricantes de diversos segmentos. Outro foco importante desses eventos é a prospecção de clientes. As feiras têxteis proporcionam a chance de conhecer e se atualizar a respeito de tudo o que está acontecendo no mercado e as fortes tendências para o futuro. Sem contar que é o cenário ideal para realizar bons negócios. Depois de ler este post, fica muito mais claro que toda essa revolução tecnológica está proporcionando uma grande transformação na oferta de materiais, além de criar novas funcionalidades para os tecidos e, com isso, ampliar as possibilidades de utilização. Portanto, o investimento em
tecnologia para indústria têxtil é uma forma de criar um diferencial e destacar seu negócio.
Diga não ao assédio moral e sofrimento no trabalho.
Diga sim a natureza
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Condições de Segurança do Trabalho em uma Lavanderia Hospitalar Nos atuais serviços de saúde, os bons cuidados ao paciente e os melhores resultados são vistos como “produtos” das ações e interações de todas as pessoas envolvidas nesses serviços. A performance é assim o reflexo de uma grande variedade de sistemas e subsistemas que congregam as funções essenciais do dia-a-dia (MEZOMO, 1995). Nos serviços de saúde, o hospital é um subsistema que engloba vários sistemas e subsistemas contínuos, tais como o administrativo, laboratório, centro-cirúrgico, lavanderia, refeitório, manutenção, transporte, resíduos e produtos químicos, além de outros. A variação depende da complexidade e da especialidade predominante do hospital. Todos estes setores são autônomos, porém interdependentes e transversais. Devem interagir e cooperar entre si a fim de atender bem o seu cliente (outrora denominado de paciente), o que necessita de seus serviços. Dentre os setores de apoio do sistema hospitalar, o de processamento de roupas ou a lavanderia, embora ainda não focada como um dos principais fatores do controle de infecção, compõe um destes sistemas, prestando serviços de apoio ao atendimento dos pacientes, responsabilizando-se pelo processamento e distribuição da roupa em perfeitas condições de higiene e conservação, na quantidade adequada a cada unidade do hospital (GOODWIN,
1994). A lavagem de roupas não deverá ser focada exclusivamente como uma simples operação de remoção de sujidades, mas principalmente pelo efeito da segurança (redução da infecção) e do conforto (roupas limpas e aptas ao uso), aos clientes, corpo clínico e ao próprio sistema de saúde (FARIAS, 2006). A lavagem de roupas não poderá mais ser considerada apenas como uma evolução da lavanderia à beira de um riacho (FARIAS, 2006). A lavanderia, dentro do complexo hospitalar, tem importância marcante, uma vez que a sua eficiência e funcionamento contribuem diretamente na eficiência do hospital, refletindo especialmente no controle de infecções; recuperação, conforto e segurança dos pacientes; facilidade, segurança e conforto da equipe de trabalho; racionalização de tempo e material, e redução dos custos operacionais (BARTOLOMEU, 1998). Apesar dessa evidência, na maioria dos hospitais o serviço de lavanderia não recebe a devida atenção sendo muitas vezes confiada a trabalhadores sem os devidos conhecimentos, seja pela carência de profissionais com formação específica na área, ou mesmo pelo descaso por parte dos dirigentes do hospital, com relação ao referido setor (MEZZOMO, 1984). O processo de lavagem de roupas, quer hospitalar ou outro,
Monografia de Especialização em Engenharia de Segurança Faculdade Leão Sampaio / Fortaleza - Ceará Eng. Químico Wilton Lopes Cruz
é um fenômeno paradoxal por tratar-se de uma somatória de tecnologias como a mecânica (equipamentos), têxtil (tecidos), química (produtos para lavagem) e biológicos (biossegurança), porém gerenciada e operada, na maioria dos hospitais, com pessoas de baixo conhecimento técnicoprofissional. Fica à mercê dos ensinamentos dos fornecedores de produtos químicos e das experiências cotidiana dos seus operadores, supervisores e chefias (FARIAS, 2006). Devido às características peculiares, a localização e a tipologia das sujidades do serviço de higienização das roupas, as condições ambientais geralmente são insalubres. Em algumas lavanderias é possível encontrar todos os principais riscos de trabalho como a alta temperatura, umidade, ruídos e vibrações, riscos químicos, riscos biológicos etc, provocando além dos efeitos já tão conhecidos como tontura, malestar, dor de cabeça, fadiga; uma elevada insatisfação ocupacional. Quando isso acontece, o desencadeamento de acidentes de trabalho e de doenças profissional se torna comum, isso sem contar os prejuízos na produção. Mesmo quando as condições ambientais são favoráveis ao trabalhador da lavanderia, existe
um agressor comum a eles, o risco de contaminação. Isto porque a atividade de triagem das roupas que chegam na lavanderia é inerente a sua rotina. Diuturnamente é manipulada uma grande quantidade de roupas sujas, impregnadas dos mais diversos tipos de sujidades, como sangue, fezes, urina, secreções, vômito, catarros, etc (BUSHMAN, 1997). Além destas sujidades, é comum encontrar junto às roupas materiais pérfuro-cortantes como pinças, agulhas, bisturis, instrumentos cirúrgicos, tesouras e lixo dos mais diversos tipos e natureza. Estes materiais expõem os funcionários das lavanderias hospitalares, a diversos riscos de acidentes e/ ou contaminação. Esses riscos são elevados e freqüentes pela necessidade de classificação da roupa na lavanderia. A classificação é uma necessidade pela diversificação de roupa de um hospital e pelo processo de lavagem que pode ser prejudicado (resultado) pela mistura de peças
grandes (lençóis) com peças pequenas (fronhas, compressas etc.) e com roupa de uso pelos pacientes e pelo corpo clínico. Além desses problemas de tamanho das peças, as diferentes composições dos tecidos prejudicam o processo de lavagem. Algumas são imunes ao processo de cloração, outras não resistem ou desbotam. Portanto o processo de separação e classificação ainda é de extrema necessidade nas lavanderias elevando o potencial de riscos e favorecendo os acidentes (FARIAS, 2006) Nos relatos de infecção em funcionários de lavanderia que foram contaminados pela roupa suja, incluem febre Q, salmonelas, infecção fungal, hepatite, sarna, varíola e outras (CHECK-UP NA SAÚDE, 1996). Quem atua na área de saúde deveria ter noções, hábitos e cuidados para não contrair doenças, sofrer acidentes ou contaminar os pacientes. No entanto, a formação de muitos destes profissionais
não aborda este aspecto. Além disso, muitos funcionários são admitidos sem treinamento e passam a exercer funções sem estarem familiarizados com os procedimentos do serviço (DEFFUNE, 1995). Por essas razões, o setor de processamento de roupas, muitas vezes ignorado pela administração hospitalar, merece atenção e zelo. Além de uma fiscalização mais aprofundada, de maior rigidez tanto interna (direção do hospital) como externa (Órgãos Regulamentadores: DRT, ANVISA, etc), cuja finalidade será a adequação para, ao fornecer seus serviços aos diversos setores do hospital, o fazer com qualidade e segurança com roupas de boa aparência, com um nível bacteriológico aceitável, processadas a um custo adequado. Esse trabalho tem como objetivo geral avaliar as condições ambientais e os riscos a que são submetidos os trabalhadores de grandes e médias lavanderias
hospitalares e objetivos específicos diagnosticar os problemas peculiares aos serviços prestados em lavanderias hospitalares; Identificar os riscos físicos, químicos, biológicos e as doenças ocupacionais que estes trabalhadores estão expostos; sugerir medidas de redução ou atenuação dos riscos ocupacionais que os trabalhadores estão submetidos neste setor. Constantemente, são denunciados nos meios de comunicação, casos de mortes de crianças, jovens, adultos e idosos, vítimas de infecção hospitalar. Ninguém está imune ao entrar num hospital como uma doença e sair (às vezes não consegue sair) com outra. Assim como os próprios funcionários do hospital que estão expostos, diariamente, a agentes biológicos, físicos e químicos, podendo contrair doenças ou sofrer acidentes das mais diversas naturezas. A área contaminada da lavanderia hospitalar é considerada uma das áreas críticas dos hospitais,
capaz de oferecer risco potencial para os pacientes e/ ou funcionários adquirirem uma infecção, devido ao estado em que os materiais manipulados neste local, geralmente são encontrados. Ocorre que, pela carência de cursos, literaturas e de profissionais no mercado de trabalho com conhecimento das técnicas de processamento de roupas hospitalares, a garantia de qualidade para uma roupa higienizada livre de todo e qualquer agente patogênico ainda é um objetivo que demorará muito a ser atingido. Este trabalho tem como finalidade, evidenciar os principais fatores que interferem na qualidade de uma lavanderia hospitalar, baseando-se em um estudo no Setor de Processamento de Roupas Hospitalares de alguns hospitais próprios e terceirizados da rede privada. Não existe, pois, a pretensão de limitar os fatores identificados como sendo os únicos a interferir nas condições de trabalho do setor, mas sim
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Não se gerencia o que não se controla e não há sucesso no que não se tem gestão evidenciar os mais importantes. Não foi possível realizar uma análise microbiológica das roupas higienizadas no setor de processamento de roupas dos hospitais do referido municipio, a fim de verificar o seu nível bacteriológico. Devido a limitação de tempo, não foi realizado uma investigação junto aos pacientes, médicos, enfermeiros e demais usuários das roupas higienizadas no setor de processamento de roupas em estudo. Por isso, os referidos ‘clientes’ não foram considerados na avaliação. A metodologia utilizada neste trabalho de pesquisa consiste de duas etapas: a primeira com base no estudo, embora seja ainda escassa literatura e na fundamentação teórica do tema escolhido; a segunda parte consiste da utilização de entrevistas, observações, discussões e registros fotográficos, para avaliar as reais condições ambientais do referido setor. 2 LAVANDERIA HOSPITALAR A unidade de processamento da roupa de serviços de saúde é considerada um setor de apoio que tem como finalidade coletar, pesar, separar, processar, confeccionar, reparar, e distribuir roupas em condições de uso, higiene, quantidade, qualidade e conservação a todas as unidades do serviço de saúde (GODOY et al, 2004).
Exerce uma atividade especializada, que pode ser própria ou terceirizada, intra ou extra-serviço de saúde, devendo garantir o atendimento à demanda e a continuidade da assistência. As roupas utilizadas nos serviços de saúde incluem lençóis, fronhas, cobertores, toalhas, colchas, cortinas, roupas de pacientes, fraldas, compressas, campos cirúrgicos, máscaras, propés, aventais, gorros, dentre outros (KONKEWICZ, s/d). Por meio desses exemplos, percebe-se que existe uma grande variedade de sujidades, locais de origem e formas de utilização dessas roupas nos serviços de saúde (KONKEWICZ, s/d). 2.2 Divisão Física da Lavanderia Hospitalar A Lavanderia Hospitalar está dividida fisicamente em duas áreas: a limpa e a suja. A esta divisão é dado o nome de barreira, parede ou divisória, que separa a parte higienizada (limpa) da contaminada (suja). A área limpa é destinada ao acabamento, armazenagem e distribuição das roupas hospitalares conforme figuras a seguir: A área suja destina-se a separação, pesagem e lavagem da roupa coletada das unidades do hospital, ou seja, nos apartamentos, enfermarias, centros-cirúrgicos, emergências e UTI’s. A roupa coletada dessas unidades é trazida a área suja com grande
concentração de microorganismos patogênicos. Daí a necessidade da barreira coagindo a ação dos microorganismos nas áreas já higienizadas. Após a coleta nos carrinhos transportadores das roupas sujas, a roupa é pesada e posteriormente removida dos sacos plásticos para seleção, classificação e lavagem. As lavadoras sem barreira são utilizadas em lavanderias de baixo ou nenhum risco de contaminação, como hotéis, motéis, etc. As lavadoras com barreira são especialmente utilizadas para lavanderias com risco de contaminação, como em hospitais, indústrias alimentícias, etc. A barreira é a separação física (parede, divisória) entre os setores de roupa suja e roupa limpa. As máquinas com barreira funcionam com duas portas de abertura, sendo uma no lado suja e outra do lado limpo (FARIAS, 2006).
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Os equipamentos utilizados na lavanderia são divididos por áreas, as lavadoras estão na área suja e as centrífugas, secadores, calandras e ferros de passar integram a área limpa. As máquinas lavadoras com barreiras são horizontais e podem ser lavadoras-extratoras. Outros equipamentos como dobradoras de toalhas, prensas, caldeiras, dosadores de produtos químicos, filtros para tratamentos de água, etc, também integram os equipamentos para lavanderia. Utilizar as técnicas adequadas para o processamento da roupa. Todos esses objetivos estão focados para um novo conceito hospitalar definido como hotelaria hospitalar, humanização da saúde e hospitalidade ou hospsi (FARIAS, 2006). 2.4 Recursos Humanos O Serviço de Lavanderia conta com funcionários dispostos da maneira que se segue: Chefe de
na confiabilidade, segurança e conforto dos trabalhadores e usuários.
Lavanderia Supervisor de turnos ou Encarregado de Lavanderia; Lavadores, Operadores da área suja (coleta de roupa) Operadores da área limpa (entrega de roupa) Auxiliar de Lavanderia; Costureira. Etc. A diversificação dos cargos e funções varia de acordo com o tamanho, tipo e complexidade dos serviços da lavanderia. Segundo Mezzomo (1992), o processamento de roupa envolve um elevado número de itens a considerar no seu planejamento, quais sejam: a planta física da unidade; a disposição dos equipamentos; as instalações hidráulicas; as técnicas de lavar, centrifugar, calandrar e secar; a dosagens dos produtos; a manipulação, transporte e estocagem da roupa; o quadro e jornada de trabalho do pessoal e a redução de custos. Para Kotaka (1989), uma unidade de processamento de roupas bem planejada resultará na eficiência dos processos realizados, na economia dos custos operacionais e de manutenção,
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2.3 Equipamentos Utilizados na Lavanderia Hospitalar
35
No planejamento devem ser observados padrões e normas de segurança e saúde ocupacional, de proteção contra incêndio, de controle de infecção, recursos humanos, infra-estrutura física, equipamentos, produtos e insumos, dentre outros (BRASIL, 2005 – NR 32; BRASIL, 2002). Para Farias (2006), o sistema de lavagem de roupas deverá contemplar muito mais do que o próprio processamento da lavagem e sim uma nova formação ao conhecido círculo de Sinner que retrata que no processo de lavagem apenas quatro fatores eram relevantes, tais como: ação química (produtos) física (equipamentos) ação tempo e temperatura de lavagem. Cita portanto que uma nova formatação deverá ser aplicada, como desenvolvido e definido como círculo Skill.
do projeto está de acordo com a aprovação prévia da vigilância. O serviço que funcionar sem esse documento estará infringindo a Lei Federal nº. 6437/77 (BRASIL, 1977). Vale ressaltar que as unidades que fazem parte de um serviço de saúde não precisam de um alvará sanitário específico, uma vez que o serviço ao qual pertence deverá possuir tal alvará. As unidades de processamento de roupas terceirizadas, intra ou extra-serviços de saúde, devem possuir alvará sanitário próprio. Normalmente esse documento é solicitado no ato do início das atividades; quando houver alterações de endereço, do ramo de atividade, do processo produtivo ou da razão social; quando tiver ocorrido fusão, cisão e incorporação societária; ou anualmente, conforme definição da vigilância sanitária local (BRASIL, 2006). 2.6 Normas do Setor
2.5 Condições Funcionamento
para
o
A unidade de processamento de roupas está sujeita ao controle sanitário pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS, conforme definido na Lei 9.782 de1999, tendo em vista os riscos à saúde dos usuários, trabalhadores e meio ambiente relacionados aos materiais, processos, insumos e tecnologias utilizadas (BRASIL, 1999). A unidade de processamento de roupas, quando terceirizada, não poderá funcionar sem o alvará sanitário / licença de funcionamento emitido pelo órgão de vigilância sanitária estadual ou municipal. O alvará / licença somente será concedido após a inspeção do serviço para verificação das condições de funcionamento e se a execução
Os funcionários deverão estar devidamente paramentados: EPI’s recomendados e uniformes; deverão cumprir as normas e rotinas estabelecidas para o setor; deverão manter o setor sempre higienizado e organizado; deverão realizar controle de todo material e das condições das máquinas do setor. O trabalho deverá ser realizado de forma segura, organizada, econômica e com responsabilidade. O supervisor deverá apresentar relatório mensal das atividades desenvolvidas pelo setor. Essas recomendações permitem um maior controle sobre as atividades potenciais de risco encontradas na lavanderia. 3 ERGONOMIA É considerada como sendo “o
conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessário à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia”. (WINNER, 1987) Uma definição concisa da ergonomia é a seguinte: “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução de problemas surgidos deste relacionamento” (Ergonomics Research Society -Inglaterra, apud IIDA, op. cit). Os objetivos da ergonomia são a segurança, satisfação e o bemestar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. A eficiência virá como resultado. A eficiência não é objetivo principal da ergonomia, porque ela, isoladamente, poderia significar sacrifício e sofrimento dos trabalhadores e isso é inaceitável. A ergonomia visa em primeiro lugar, o bem-estar do trabalhador. Assim sendo, a ergonomia como área de conhecimento, vem orientando os estudos das trocas regulamentadoras entre o ambiente profissional e o trabalho, podendo se constituir um instrumento de grande significação para o pequeno e médio empresário, pois, além de melhorar a qualidade e incrementar a produtividade, atingirá ela, seu alvo principal, que é a melhoria da qualidade de vida no trabalho (RAZERA, 1994). A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. Para atender ao seu objetivo a ergonomia estuda diversos aspectos do comportamento humano no trabalho, que são:
36 Homem: As características físicas, fisiológicas e sociais do trabalhador; influência do sexo, idade, treinamento e motivação; Ambiente: As características físicas que envolvem o homem durante o trabalho, ruídos, temperatura, vibrações, luz, cores, gases e outros; Máquina: Equipamento e ferramentas utilizadas pelo trabalhador durante o exercício de sua função; Informações: São as comunicações existentes entre os elementos de sistema, a transmissão de informações, o processamento e a tomada de decisões; Organização: Conjunto de elementos acima citados no sistema produtivo, envolvendo os aspectos como horários, turnos de trabalho e formação de equipe; Conseqüências do trabalho: São as questões de controle, como tarefas de inspeções, estudos dos erros e acidentes, além dos estudos de gastos energéticos, fadiga e “stress” (IIDA,1990). 4 DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS TRABALHADORES DA LAVANDERIA HOSPITALAR. Durante as realizações das atividades, os trabalhadores enfrentam dificuldades relacionadas às relações de trabalho, às capacidades técnicas, e às condições especiais e ambientais. Elas serão comentadas a seguir. 4.1 Dificuldades relacionadas às relações de trabalho As relacionadas às relações de trabalho são: o trabalho intensivo, a baixa escolaridade, os baixos salários, a discriminação por parte dos demais setores que consideram seu trabalho “sujo”, as péssimas condições ambientais caracterizam o que Rosciano (1999/88) “denominou complexo de senzala” ao referirse as condições ambientais de uma lavanderia hospitalar.
Esse setor lida com variações de taxas de absenteísmo e de rotatividade vinculadas com o mau relacionamento do trabalhador com a chefia e as más condições de trabalho. 4.2 Dificuldades relacionadas às capacidades técnicas Uma lavanderia hospitalar tem importante papel nos fluxos produtivos de um hospital, pois nela se faz a assepsia das roupas, compressas, cobertores e lençóis usados pelos doentes. A queda ou ausência de qualidade nos serviços prestados pela lavanderia hospitalar. pode influenciar negativamente as práticas preventivas relacionadas às infecções hospitalares. As demandas imprevisíveis aumentando a aceleração da produção é outro problema enfrentado na lavanderia hospitalar, pois o processo tem que ser acelerado, mas a capacidade das máquinas é limitada. Normalmente os hospitais investem em novas tecnologias de atendimento clínico, diagnóstico e internações na UTI. A modernização destes setores aumenta o número de pacientes por dia, aumentando também a demanda de serviços de lavanderia, onde as melhorias das condições de trabalho não ocorrem com a mesma intensidade. Isto desencadeia horas extras e gambiarras em máquinas que estão com defeito, e o bom e velho jeitinho brasileiro. A sobrecarga de trabalho é visível nos seus três aspectos: físico, cognitivo e psíquico. 4.3 Dificuldades relacionadas às condições especiais e ambientais O espaço onde a produção é realizada oferece inadequações que dificultam a realização do
trabalho: passagens estreitas, ausência de locais destinados a estoques intermediários e de bancadas de apoio para colocação das roupas de espera; carrinhos com acentuada profundidade, impondo posturas inadequadas para alcançar as roupas, os funcionários da área suja e da área limpa circulam livremente nas duas áreas devido à posição do banheiro, do bebedouro e do telefone. O Ambiente da lavanderia é bastante ruidoso, devido à existência de diversas máquinas. Os trabalhadores que operam as centrífugas, sofrem com as vibrações ao tentarem frear essas máquinas. Mesmo quando a centrifuga possui pedais de freio, a vibração é transmitida para o corpo através dos pedais. Mas quando eles não existem, os trabalhadores colocam um pedaço de pau para frear, recebendo a vibração inicialmente nos braços. 5 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS NA LAVANDERIA HOSPITALAR No segundo significado atribuído à palavra risco “expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo ou número de ciclos operacionais”, que podem ser relacionados à probabilidade de ocorrência de um acidente multiplicado pelo dano decorrente deste acidente, em unidades operacionais, monetárias ou humanas. Como foi dito, a palavra “risco” indica, normalmente, a possibilidade de existência de perigo. De acordo com a NR-9 da Portaria Nº. 25 de 29 de dezembro de 1994, os agentes potenciais de danos à saúde do trabalhador, podem ser definidos como sendo: 5.1 Agentes Físicos Ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações nãoionizantes, frio, calor, pressões
37 5.2 Agentes Químicos Poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores e substâncias, compostos ou produtos químicos em geral.
ser provocados por inabilidade operacional, por descaso ou desconhecimento das normas (não justificável) ou por falhas nos equipamentos (FARIAS, 2006).
5.3 Agentes Biológicos Vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos.
5.6 Equipamentos e Principais Riscos de Acidentes
anormais e umidade.
5.4 Riscos Ergonômicos Esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso. Exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, além de outras situações causadoras de stress físico e / ou psíquico. 5.5 Riscos de Acidentes São situações de trabalho cujo arranjo físico é inadequado, as máquinas e equipamentos estejam sem proteção, as ferramentas são inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou de explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos além de outras situações de risco, que podem contribuir para a ocorrência de acidente. Dentre os riscos citados acima, o agente que mais preocupa a saúde dos funcionários de um hospital é aquele que diz respeito a transmissibilidade de doenças. Os equipamentos da lavanderia hospitalar trabalham com sistemas mecânicos, eletro-mecânicos, motorização, produtos químicos, sistemas de aquecimentos, e esses equipamentos podem, com o uso indevido, provocar sérias lesões aos usuários, se as medidas efetivas de segurança não forem adotadas. Entre as lesões, o traumatismo é mais comum, podendo também ser incluídos acidentes com mutilações. Os acidentes podem
Máquinas de lavar Traumatismos, queimaduras, mutilações, choque elétrico e morte; Centrífugas Traumatismos, mutilações, choque elétrico e morte; Secadoras Traumatismos, queimaduras, mutilações, choque elétrico e morte; Calandras Traumatismos, queimaduras, mutilações, choque elétrico e morte; Caldeiras Queimaduras por fogo, queimaduras por água quente, queimaduras por tubulações quentes, mutilações, explosões, choque elétrico e morte. Precauções: A prevenção dos riscos pode ser realizada pela adequação operacional dos equipamentos, monitorada por meio de auditorias prévias, como instalar: sensores de segurança nas lavadoras, centrífugas e secadoras; reversores nas calandras; válvula de segurança de pressão e temperatura. Um dos principais agentes de acidentes com conseqüências trágicas da lavanderia é exatamente a exposição da correia, ou ausência do protetor de polia. 5.7 Riscos Químicos A não observação nas advertências dos rótulos dos produtos usados no processo de lavagem tem sido a grande explicação para o crescente número de acidentes
químicos no setor de lavanderia. É de suma importância, que antes de manipular produtos químicos, se tenha ciência de com fazê-lo. Para isto foi observado os principais produtos e seus respectivos riscos. São eles: Detergentes Inalação, ingestão, contato com os olhos, contato com a pele; Alvejante Inalação, ingestão, contato com os olhos, contato com a pele; Acidulante Inalação, ingestão, contato com os olhos, contato com a pele; Amaciante Ingestão, contato com os olhos, contato prolongado com a pele; Solventes, removedores de ferrugem, tira-manchas Inalação, ingestão, contato com os olhos, contato com a pele. A manipulação inadequada dos produtos utilizados em lavanderias pode, variando com o tipo de produto, a concentração, a forma e tempo de contato ou exposição, provocar acidentes gravíssimos e até letais. Entre os riscos de acidentes podem ser citados a seguir: Inalações: provocam irritações nas mucosas e vias respiratórias; Ingestão: provocam queimaduras, problemas gastrintestinais e morte; Contato com os olhos: irritações leves ou cegueiras; Contato com a pele: irritações, queimaduras e alergias. OBS.: Os produtos clorados, oxidantes ou redutores podem provocar asfixia. As maiores ocorrências de acidentes químicos são oriundas do setor de lavanderia hospitalar. Entre as causas já citadas, existe o desrespeito das normas de segurança. Os EPI’s mal usados ou não usados.
38 5.8 Riscos Biológicos Os riscos biológicos ou bacteriológicos são provocados por bactérias, riquétsias, clamídias, vírus, fungos, protozoários, e parasitas, originados pelo ambiente ou por fatores do ambiente. É no processo de lavagem e especificamente na área suja, que esses riscos são mais freqüentes. Os trabalhadores da lavanderia (área suja) estão sujeitos a contraírem contaminações diretas e indiretamente. Quando a roupa é despejada no chão para ser separada e pesada, o funcionário entra em contato com sangue, secreções e fezes. Existe ainda, a possibilidade de se ferirem com o material pérfuro-cortante embolados nas roupas. Ausência de Óculos: Protetor p/ olhos Ausência de Luvas: Proteção p/ mãos Ausência de Máscara: Proteção p/ mucosas Produtos Químicos Ausência de Avental: Protetor do corpo A contaminação da roupa hospitalar depende basicamente da quantidade de sua sujidade e da proveniência desta sujidade. Roupas sujas de fezes, secreções purulentas, urina, sangue, secreções vaginais, uretrais, gástricas e outras secreções e excreções corporais apresentarão muito maior quantidade de microrganismos do que roupas com sujidade não proveniente de pacientes, como alimentos, líquidos diversos, poeira, etc. Quanto maior a quantidade da sujidade, também obviamente maior será a quantidade de
microrganismos roupa suja.
presentes
na
Um estudo feito por Church e Loosli (1953), da Universidade de Chicago, demonstrou que roupas hospitalares sujas apresentavam uma média de 2 x 104 bactérias/100 cm2. Lençóis, fronhas e roupas de pacientes apresentavam maior contaminação do que colchas e cobertores. Lençóis de baixo ou inferiores apresentavam maior número de bactérias do que os superiores e a parte aproximada da cabeceira das roupas de cama também demonstraram maior contaminação do que a parte dos pés da cama. As bactérias mais encontradas neste estudo foram Bacillus sp, Escherichia coli e outros gram-negativos. Mesmo que o processo de lavagem, centrifugação, secagem e calandragem da roupa sejam os mais adequados possíveis, o resultado final não representa eliminação total de microrganismos, já que não significa um processo de esterilização (BARRIE, 1994; PUGLIESE et al, 1992; MARTIN, 1992 apud KONKEWICZ, s/d). No clássico e pioneiro estudo de Arnold, em 1938, as contagens de bactérias, nas suas mais diversas formas, caíram para zero após o último processo de calandragem da roupa, restando apenas formas esporuladas. Church e Loosli, em 1953, em contraposição ao estudo de Arnold, não demonstraram ausência de contagens bacterianas. A roupa limpa recémprocessada apresentou variações nas contagens bacterianas de 8 x 10 bactérias a 2 x 103 bactérias/cm2, principalmente por gram-positivos como Staphylococcus spp. e Streptococcus sp., enquanto as bactérias Gramnegativas foram encontradas em quantidades inexpressivas. A meta principal a ser atingida
após o processamento da roupa deve ser a redução das contagens microbianas para níveis aceitáveis, ou seja, livre de patógenos em quantidade e qualidade suficientes para transmitir doenças (BARRIE, 1994; PUGLIESE et al, 1992; MARTIN, 1992 apud KONKEWICZ, s/d).). Wetzler e colaboradores, em 1971, sugeriram um limite máximo de tolerância de contagens bacterianas de 6 x 103 esporos de Bacillus spp. por 100 cm2 de roupa limpa. As contagens de microrganismos na roupa limpa aumentam, entretanto, com o passar dos dias, dependendo das condições de transporte e armazenamento. Neste mesmo estudo de Church e Loosli (1953) a análise da roupa limpa colocada sobre camas apresentou aumento de contaminação após 2 a 10 dias sem uso, principalmente as roupas mais expostas. 5.9 Risco de Aquisição de Infecções Hospitalares Através das Roupas Apesar de a roupa suja ser identificada como fonte de um largo número de certos microorganismos patogênicos, o risco de transmissão de doenças para os trabalhadores do hospital e para os pacientes que mantém contato direto com a roupa é negligenciável. Poucos estudos, e não muito recentes, relatam infecção cruzada associada com roupa em pacientes e em trabalhadores de hospitais. Em 1956, Kirby e Corpron, da Universidade de Washington, sugeriram a possibilidade de colchões e cobertores contaminados com bactérias coliformes estarem associados com a aquisição de infecções urinárias por estes mesmos microrganismos em pacientes cateterizados.
39 Em outro estudo, em um hospital de Cleveland, em 1964, Gonzaga e colaboradores associaram a transmissão de Staphylococcus para recémnascidos através de cobertores, fraldas e roupas contaminadas. English e colaboradores descreveram, em 1967, a ocorrência de infecção fúngica por Tinea pedis nos dedos e unhas dos pés de pacientes internados em um hospital psiquiátrico de Bristol, Inglaterra, causada por meias contaminadas. Um surto de gastroenterite por Salmonella typhimurium, que envolveram pacientes e trabalhadores, em um hospital americano, em 1975, foi relatado por Steere e colaboradores, no qual a fonte de contaminação para alguns funcionários da lavanderia acometidos pela doença foram lençóis contaminados. Em um estudo mais recente, de 1994, Standaert e colaboradores demonstraram a transmissão de Salmonella hadar, causando gastroenterite em funcionários da área suja da lavanderia, através do manuseio com roupas contaminadas. Apesar destes e outros poucos relatos relacionando a aquisição de infecções através da roupa, estudos mais recentes estão deixando bastante evidente que a eliminação da carga microbiana ambiental pouco interfere na diminuição das taxas de infecções nosocomiais (McGOWAN, 1982; MAKI et al, 1982 apud KONKEWICZ, s/d). Portanto, culturas ambientais de rotina não têm sido recomendadas, o que explica a carência de estudos mais recentes analisando contaminação de roupas hospitalares. No Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o maior número de notificações de infecções em funcionários da lavanderia
são pediculoses em cabelos e barbas, escabioses e conjuntivites (dados do Serviço de Medicina Ocupacional e do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do HCPA). Parece claro que a adoção de rotinas adequadas quanto ao recolhimento, transporte e processamento da roupa suja, distribuição e armazenamento da roupa limpa, além da proteção adequada dos funcionários que manuseiam com roupa suja, deveriam prevenir qualquer potencial de infecção cruzada (GARDNER, 1996; CDC, 1987 apud KONKEWICZ, s/d). O eficiente processamento das roupas hospitalares depende basicamente de uma boa operacionalização do serviço, de adequada área física e equipamentos, administração competente e treinamento de pessoal. A operacionalização da lavanderia abrange todo o circuito da roupa, desde sua utilização nas diversas unidades do hospital, separação e acondicionamento da roupa suja nestas unidades, coleta e transporte, até sua redistribuição e armazenamento após o devido processamento (BRASIL, 1986). Os riscos, onde quer que se encontrem, podem e devem ser analisados, visando sua eliminação ou controle. Desde que um conjunto de ações possa ser viabilizado, a compreensão de sua natureza pode ser levada a efeito. Esse conjunto de ações recebe o nome de investigação e análise ambiental. A tomada de decisão deve ser fundamentada tecnicamente em três conceitos básicos que são: a) Reconhecer: Identificar, caracterizar, saber apontar qual dos agentes de riscos de danos à saúde estão presentes no ambiente de trabalho;
b) Avaliar: Saber quantificar e verificar, de acordo com determinadas técnicas, a magnitude do risco. Se é maior ou menor, se é grande ou pequeno, comparado com determinados padrões; c) Controlar: É adotar medidas técnicas, administrativas, preventivas ou corretivas de diversas naturezas, que tendem a eliminar ou atenuar os riscos existentes no ambiente de trabalho (BRASIL, 1985). As áreas hospitalares são classificadas, segundo o risco potencial de aquisição de infecções, em críticas, semi-críticas e não críticas. Áreas críticas: são aquelas que oferecem risco potencial para o paciente adquirir uma infecção, seja devido aos procedimentos realizados, seja pela imunodepressão do paciente que as ocupa, seja devido à manipulação de materiais infectantes, seja devido às particularidades que aí se desenvolvem. Entre elas estão: as salas cirúrgicas, ante-sala de retirada de material e seus expurgos; a sala de recuperação pós-anestésica; os quartos de pacientes da UTI; os quartos de pacientes em isolamento; os quartos intensivos das enfermarias de emergência clínica e cirúrgica; o pronto socorro; os expurgos das unidades de atendimento e internação; o berçário; os laboratórios de análises clínicas, anatomia patológica e biologia molecular; a área suja da lavanderia, etc. (W3). Áreas semi-críticas: são todas aquelas ocupadas por pacientes de doenças não infecciosas, doenças infecciosas não transmissíveis, exemplo: ambulatórios, radiologia, enfermarias, ultra-sonografia; e central de esterilização de materiais (W3). Áreas não críticas: são todas
40 as áreas hospitalares que teoricamente não apresentam risco de transmissão de infecção. São as áreas não ocupadas com pacientes ou funcionários. 5.10 Cobertores Como Fonte de Contaminações Os cobertores podem freqüentemente representar mais uma fonte de contaminação, uma vez que não são trocados diariamente, nem lavados com muita freqüência. Estudos feitos em Curitiba mostraram que, de uma amostra de 28 cobertores, 100% estavam contaminados, independente de estar em uso ou não (LEME, 1990). Outros estudos anteriormente citados também tem demonstrado contaminação dos cobertores (KIRBY, 1956; GONZAGA, 1964). A recomendação, portanto, seria a lavagem dos cobertores após a alta e após qualquer contaminação evidente. 5.11 Esterilização das Roupas
41
Hospitalares
brasileiros.
Biológicos
Como já foi citado anteriormente, o processamento normal da roupa não resulta em eliminação total dos microrganismos, especialmente em suas formas esporuladas. Para isto, seria necessário um processo de esterilização, preferencialmente através de autoclavação a vapor e pressão. Quando existe possibilidade da roupa entrar em contato com pele não íntegra, áreas cruentas, mucosas e tecidos expostos, necessariamente devem ser prevista sua esterilização. Isto se aplica para procedimentos cirúrgicos, procedimentos invasivos, em queimaduras e outras situações em que ocorra a quebra da barreira de proteção da pele (PUGLIESE, 1992; MARTIN, 1993; RHAME, 1992).
Em outros países se observa a mesma realidade. Um estudo realizado por Meyer e colaboradores, em 1981, demonstrou que, apesar das recomendações do uso de roupas esterilizadas para recém-nascidos, pela Academia Americana de Pediatria, 74% dos hospitais americanos, que responderam a um questionário, não seguiam esta recomendação. Neste estudo também foram realizadas culturas das roupas não esterilizadas utilizadas na unidade de neonatologia de um hospital de Indianápolis, que resultou em 68% de culturas positivas. Entretanto, somente 2,5% apresentavam contagens maiores de 20 colônias por placa, com prevalência de Staphylococcus epidermidis, Diphtheroides e Micrococcus spp., ou seja, quantidades muito pequenas de microrganismos para causar infecções.
O serviço de processamento de roupas pode ser uma fonte de contaminação, principalmente para os trabalhadores desse local, por isso é necessário adotar medidas de controle rigorosas direcionadas para a biossegurança (GODOY, 2004).
Mesmo se tratando de pacientes imuno-deprimidos, a necessidade de esterilização das roupas se aplica somente para as situações relatadas anteriormente. Esta é uma prática que vem sendo seguida por muitos hospitais
5.12 Principais Medidas de Proteção Contra Agentes
A NR-32 dispõe sobre os cuidados específicos que devem constar do PPRA e PCMSO em relação às medidas de proteção contra os agentes biológicos. Também refere que em caso de exposição acidental as medidas de proteção devem ser adotadas imediatamente. Essa norma também orienta os trabalhadores a comunicar imediatamente todo acidente ou incidente com possível exposição a agentes biológicos ao responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao Serviço de Segurança e Saúde do Trabalho e à CIPA (BRASIL, 2005). Todo local onde exista a possibilidade de exposição a agente biológico, como é o caso do serviço de processamento de roupas, deve possuir lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual (BRASIL, 2005). A vacinação dos trabalhadores é uma ação primordial para a prevenção das doenças imunopreveníveis. A vacinação dos trabalhadores da unidade de processamento está normalizada por meio da NR-32. As Principais vacinas indicadas para trabalhadores da área de saúde são: vacina contra hepatite B, vacina contra difteria e tétano, vacina contra febre amarela, vacina contra sarampo, caxumba e rubéola, vacina contra tuberculose, vacina contra influenza e Pneumococos, vacina
contra varicela e vacina contra hepatite A. Todos essas patologia estão diretamente relacionados com a manipulação das roupas hospitalares, pois seus agentes estão presentes nas compressas e campos cirúrgicos e/ou nos matérias pérfuro-cortantes embolados na roupa. Também, é no sangue e nas fezes que os agentes patogênicos mais se concentram, obrigando assim, o cuidado atencioso por parte do funcionário na manipulação dessa roupa contaminada. 6 QUALIDADE NA ÁREA DE SAÚDE A prestação de serviços de saúde é uma atividade complexa por uma série de fatores internos e ambientais que podem comprometer seus resultados. A prestação de serviços médicos e de saúde tem sua legitimidade no respeito aos princípios de equidade, qualidade, eficiência, efetividade, e aceitabilidade. Isso supõe e exige uma liderança administrativa, a ser definida e entendida a partir da compreensão da própria ciência da administração da saúde. A fim de melhor compreender os conceitos dos princípios acima enunciados, Mezomo (1995) define: Eqüidade: oferta de recursos de atenção à saúde da população segundo os critérios da justiça social, observando sua adequação às necessidades da comunidade, à facilidade de acesso, com segurança, aos mesmos, e às expectativas dos profissionais neles envolvidos; Qualidade: é a correspondência entre aquilo que o serviço se propõe oferecer à comunidade e sua efetiva consecução; Eficiência: é a relação de otimismo do uso dos recursos utilizados na consecução de um produto (efeito ou resultado). Eficiente,
pois, é o serviço que tem um custo otimizado; Efetividade: é a medida do nível de obtenção dos objetivos globais dos serviços de saúde; Aceitabilidade: é a avaliação positiva do serviço pela comunidade usuária. Embora seja difícil descrever o complexo conjunto de relações entre a administração da saúde e os muitos outros componentes do sistema de cuidados de saúde, as funções administrativas do sistema podem ser descritas utilizando a teoria geral de sistemas. A administração, no sistema de prestação de serviços de saúde, pode ser vista como um processo que converte um grupo de insumos (necessidades dos clientes, planos para novos serviços e outros) com sucesso ou fracasso, oferecendo um feed-back para a realimentação do processo. O sistema de prestação de serviços de saúde é um sistema aberto, enquanto sofre variadas influências ambientais, sócio-ecônomicas, políticas e tecnológicas, que podem por vezes, beneficiar ou dificultar o processo de prestação de serviços. A redução de erros e defeitos ou condições inseguras e a eliminação de causas de insatisfação, contribuem significativamente para a visão de qualidade pelos pacientes e funcionários, e são, deste modo, partes importantes da qualidade centrada no paciente (BRASIL, 1995). O desenvolvimento contínuo da qualidade significa investir nos processos e na avaliação dos mesmos, visando alcançar melhores e mais consistentes resultados. Os bons cuidados do paciente e os melhores resultados são vistos como produtos das ações e interações de todas as pessoas envolvidas nos mesmos. A performance é assim, o reflexo de
42 uma grande variedade de sistemas e subsistemas que congregam as funções essenciais do dia-a-dia. Nestes sistemas podem ocorrer falhas humanas, mas as ações corretivas de melhor resultado são as que visam a melhoria dos sistemas (MEZOMO, 1995). Dentre as organizações de saúde que vêm se preocupando com a qualidade de seu atendimento à população, estão os hospitais. As suas características e peculiaridades os tornam a cada dia um desafio, devido às suas mais variadas situações enfrentadas diariamente. A expressão tantas vezes dita: “o paciente é a razão de ser do hospital” está finalmente, tendo sentido, pelo menos nos hospitais interessados na prática de uma administração de nova geração, que é a administração preocupada com a melhoria contínua da qualidade (BRASIL, 1995). 7 CONCLUSÕES No país, há uma situação caótica do sistema de saúde face à ausência de recursos governamentais suficientes, o que tem provocado o agravamento das condições de trabalho dos profissionais e o setor hospitalar. É grande o desafio de encontrar soluções para reverter este quadro, especialmente nos estabelecimentos que atendem pelo SUS e têm em seus recursos a maior parcela de sua sobrevivência. Através do estudo aqui apresentado, foi possível identificar os principais fatores que determinam as condições ambientais e de segurança do trabalho em lavanderias hospitalares que certamente influenciam na saúde e integridade física dos trabalhadores. São eles: O ambiente físico (condições
ambientais: térmicas, e acústicas); Condições higiene;
de
segurança
e
Organização espacial: (localização, espaço, e layout); Produtos ou insumos (detergente, amaciante, acidulante, pasta umectante, alvejante e água); Maquinários (lavadora, calandra, centrifuga e secador) e mobiliários (mesas e armários); Processo (triagem, lavagem, centrifugagem, secagem, dobragem e armazenagem e distribuição); Recursos humanos (qualificação, domínio do processo e saúde); Aspectos organizacionais; A forma de utilização das roupas pelos clientes. A partir destes fatores, o estudo de avaliação das condições ambientais em lavanderias hospitalares, que foi realizado no Setor de Processamento de Roupas de vários hospitais onde pôde-se perceber que, todos estes fatores interagem entre si, interferindo uns nos outros. Os fatores identificados como principais responsáveis pela determinação das condições ambientais de uma lavandeira hospitalar se mostraram coerentes e correlacionados entre si (o ambiente físico, os produtos ou insumos, os maquinários, o processo, os recursos humanos, os aspectos organizacionais e a forma de utilização das roupas pelos clientes). Além destes, foram identificados anomalias de instalações de maquinários como; ausências de acessórios protetores, instalações elétricas expostas e mal acabadas, carrinhos profundos dificultando o trabalho dos colaboradores da lavanderia, inexistência ou ausência dos EPI’s e desrespeito com as normas de seguranças.
A metodologia de avaliação se mostrou eficiente, ao possibilitar a identificação dos pontos críticos do setor e fazer recomendações para sua correção ou controle uma vez que o estudo proposto exige uma avaliação dos níveis de iluminação, ruído e temperatura, mediante a realização de medições utilizando equipamentos apropriados. Recomenda-se que tais procedimentos sejam realizados por profissionais capacitados para tal ou mesmo pela equipe de profissionais do setor de Engenharia de Segurança e Medicina no Trabalho (SESMT) do próprio hospital, ou da instituição ao qual o hospital está inserido. Estes profissionais têm conhecimento das técnicas de medição uma vez que utilizam tais aparelhagens normalmente em seu trabalho. As demais avaliações que o modelo apresenta deverão ser realizadas por profissionais que tenham conhecimento específico na área de administração de lavanderias. A discrepância da evolução tecnológica dos outros setores do hospital para a lavanderia é uma das causas que compromete a segurança do trabalhador. Entretanto só adquirir novas máquinas não resolverá completamente o problema. O trabalho na lavanderia é considerado de maneira geral, extremamente pesado. Entretanto nas lavanderias algumas tarefas são consideradas mais penosas que outras pelos trabalhadores. A melhoria deste aspecto depende de uma reorganização do trabalho. Os administradores, engenheiros e projetistas na maioria das vezes desconhecem as atividades realizadas nas lavanderias. Eles são responsáveis pelo planejamento do trabalho, das manutenções, dos treinamentos e dos espaços
43 físicos. Desconhecer as rotinas do trabalho, pode ser a causa principal das várias inadequações encontradas. 8 RECOMENDAÇÕES TRABALHOS FUTUROS
PARA
A partir deste trabalho, esperase que outros sejam realizados como forma de validar as idéias aqui apresentadas, seja para aperfeiçoá-las, consolidá-las, ou mesmo, rejeitá-las. Com o apoio e contribuição de profissionais, com as mais variadas formações básicas, possibilitou a realização deste trabalho, espera-se que ele também possa auxiliar vários profissionais, fortalecendo a idéia de que é importante a interdisciplinaridade para se chegar a resultados satisfatórios. Um trabalho de suma importância, que poderá ser feito, é realizar uma análise de custos da produção de
roupas higienizadas, em serviços de processamentos de roupas hospitalares, considerando todos os fatores aqui apontados. Outro trabalho a ser realizado é o desenvolvimento de uma metodologia de análise da qualidade de roupas hospitalares, que considere os aspectos de composição, aparência, durabilidade, nível bacteriológico e adequação às suas funções. O estudo da importância de um programa de treinamento bem estruturado e uma política de motivação e/ou estimulação para trabalhadores de lavanderia é um tema a ser abordado, visto a sua importância para o bom funcionamento de uma lavanderia hospitalar onde existe uma carência de profissionais com formação e conhecimento específico de processos de higienização de roupas hospitalares.
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O balanço social: a definição de um modelo para sua empresa Rev. adm. empres. vol.20 no.3 São Paulo July/Sept. 1980 http://dx.doi. org/10.1590/S0034-75901980000300007 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0034-75901980000300007
1. INTRODUÇÃO A busca de um novo elemento básico na existência do homem moderno, representado pela qualidade de vida, estimulou em todos os centros acadêmicos e empresariais mais evoluídos o interesse por instrumentos de aferição do desempenho da empresa nesse campo de atividades. Nasceu aí a preocupação com elementos novos na vida da empresa e em seu âmbito administrativo, traduzidos por denominações igualmente novas, como balanço social e indicadores sociais. Dois fatores desempenharam papel capital no desenvolvimento dessa linha de inquietações: de um lado, uma pressão crescente sobre a empresa, com vistas a uma preocupação constante com os aspectos sociais envolvidos em suas decisões; de outro lado, uma considerável insegurança quanto ao papel futuro da empresa na sociedade. A empresa tem procurado responder a esses desafios, desenvolvendo esforços no sentido de tornar mais sociais suas tomadas de decisão. Nesse sentido, já se nota um crescente reconhecimento da necessidade de ampliar as responsabilidades sociais da empresa e de redefinir
seu papel e sua missão na sociedade. Para tanto, busca-se um esclarecimento maior a respeito do conceito daquilo que se denomina responsabilidade social, além de se procurar desenvolver cuidadosa análise sobre a integração das preocupações sociais nos objetivos da empresa. Dir-se-ia que, no fundo, gera-se uma nova ética empresarial, não apenas dirigida ao indivíduo colocado em seu seio, mas à empresa enquanto instituição Uma concepção racional, por parte das empresas, sobre seu compromisso social, exigirá uma série de requisitos preliminares. Inicialmente, uma modificação de comportamento dos integrantes dos diferentes departamento ou setores da empresa, com vistas à integração dos objetivos sociais no processo de avaliação interna do desempenho setorial e do conjunto empresarial. Mas, de outro lado, exigirá uma série de elementos ligados à informação no seio da empresa, relacionados com o impacto social de suas atividades, sobre as decisões de diferentes alternativas com as correspondentes conseqüências sobre o acompanhamento das realizações já conseguidas. É preciso reconhecer que o sistema tradicional de informações, voltado essencialmente para o desempenho econômico, não
Ernesto Lima Gonçalves Professo da EAESP/FGV Proahsa permite a obtenção dos dados que importam para essa nova visão empresarial no campo das relações interpessoais na intimidade da empresa. O mesmo acontece com o controle das relações com o meio externo, o qual focaliza essencialmente os respectivos aspectos econômicos. Para que possam desenvolver seriamente uma política racional no campo de sua responsabilidade social, as empresas deverão começar pelo levantamento de dados que permitam à sua direção ver onde se situam os problemas. É importante, contudo, lembrar que os benefícios sociais cujos custos são repassados para o do produto não podem legitimamente integrar o rol de elementos que servem àquele objetivo, ainda que possam integrar o balanço financeiro. O mesmo se diga quanto aos gastos que simplesmente correspondem ao cumprimento de dispositivos legais ou contratuais. No campo da avaliação financeira de suas responsabilidades sociais será, então, legítimo que se destaque, do conjunto de dados do balanço financeiro, o conjunto de gastos contraídos voluntariamente pela empresa, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de seu pessoal, tanto no ambiente interno da empresa, quanto no meio externo em que vive. Deliberadamente
salientamos o campo de avaliação financeira, porque, ao lado deste, outros parâmetros de avaliação poderão ser desenvolvidos, como oportunamente será analisado.
de investigação científica que ocasionalmente a empresa desenvolva; por último, atividades de utilidade pública de que ela eventualmente se encarregue
Numa tentativa de estruturação dos laços entre a empresa e a sociedade, poderíamos reuni-los em grupos: inicialmente os que se referem a características da própria empresa, como o ramo de sua atividade, seu efetivo, o volume de suas vendas, sua estrutura organizacional, a composição de seu capital, etc; em segundo lugar, todos os aspectos relativos ao relacionamento interpessoal no seio da empresa e as relações entre esta e o pessoal; a seguir, as eventuais conseqüências da atividade da empresa sobre a deterioração do meioambiente; depois, os programas
Muitas dificuldades terão que ser certamente superadas. A primeira delas, talvez a maior, será a mentalidade tradicional, ainda dominante em certos ambientes da América Latina, para a qual “a empresa não é casa de caridade”; trata-se de mentalidade que chega a definir que “é necessário que o empregado deixe do lado de fora da empresa seus problemas pessoais”. Como se isso fosse possível para qualquer um de nós... Outra dificuldade é representada pela afirmação de alguns de que “o social é imensurável”. Na verdade, ainda que reconhecendo
a complexidade que caracteriza os fatos sociais, conseqüente à ocorrência concomitante de grande quantidade de variáveis, muitas delas de difícil controle, podemos afirmar que já existe hoje a possibilidade de estabelecer mecanismos de registro, análise e comparação desses fatos sociais. Um último problema é representado pela dificuldade que a empresa encontra, na visão de alguns empresários, para participar do esforço consciente e sistematizado de qualificação do seu entorno. Diante de todos esses fatos, parece-nos necessário procurar definir novas dimensões para as preocupações e os interesses dos empresários. Tais dimensões representarão uma exigência moral e um compromisso da
46 empresa diante da sociedade, que espera uma resposta para um presente controvertido e um futuro incerto. Nessa perspectiva, a implantação do balanço social deverá envolver necessariamente uma revisão profunda dos próprios objetivos da empresa, dentro do quadro de sua responsabilidade social.
2. A ESTRUTURA DO BALANÇO SOCIAL A administração de empresas dispõe hoje de alguns sistemas de dados e de registros: um primeiro, correspondente aos objetivos da instituição, suas políticas e sua contabilidade tradicional; um segundo, referente a alguns relatórios sociais convencionais; um outro, compreendendo os registros de custo-benefício social tão abrangentes e integrados quanto permite a mentalidade do empresário. Diante desse quadro, é de se salientar que nenhum progresso significativo poderá ser esperado até que indicadores sociais apropriados estejam disponíveis, de modo a representar instrumentos de avaliação adequados. Tais indicadores deverão levar em conta essencialmente as relações entre a empresa e os empregados, mas, em grau crescente, também os aspectos referentes a outras atividades sociais da instituição. A fim de se desenvolver este tipo de relatório econômico e social integrado, será necessário redefinir uma série de objetivos da empresa, mas também tornar operativos alguns objetivos individuais. Em termos gerais, esse tipo de contabilidade social parece ser mais abrangente, mais informativo e mais convincente do que outras abordagens clássicas. Nesse sen-, tido, uma aquisição
importante é a possibilidade de se analisar o desempenho dos setores individuais da empresa, já referidos com respeito a seus objetivos econômicos e sociais. Contribuição notável têm dado a respeito dois especialistas europeus - Dierkes (1974), cuja obra Socialbilanz é marcante, e Echevarria (1976), que tem desenvolvido com muita originalidade o conceito de capitalismo humano. A experiência já acumulada em empresas européias permite definir diferentes esquemas de balanço social; um primeiro foi o trabalho pioneiro do grupo STEAG, Alemanha (Dierkes, 1979), publicado em 1973, o qual pretendia relacionar as despesas e os benefícios sociais específicos, buscando quantificar os benefícios sociais para confrontá-los com as despesas; trata-se de trabalho relevante, pelo seu pioneirismo, que buscava reduzir os prejuízos e ampliar os numerosos benefícios que as atividades da empresa podem trazer à sociedade. Outro esquema procura desenvolver gradualmente a informação tradicionalmente recolhida e comunicada, ainda que não lhe dando uma estrutura formal, como a que se busca apresentar no balanço social. É o que têm procurado fazer outras empresas, como a Rank Xerox, a Bertelsman e a Hoechst (Dierkes, 1979). Um terceiro esquema procura associar o balanço financeiro e o balanço social, como esquema geral de contabilidade e controle dos objetivos da empresa. Neste caso, o sistema é orientado para o enunciado de objetivos específicos para um período determinado de atividades, analisando os recursos humanos e financeiros que são afetados pelo problema considerado, bem como
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as realizações nesse domínio e os problemas que restam por resolver. Uma vantagem é combinar o balanço financeiro ou econômico tradicional com o balanço social. Para consegui-lo, é preciso que a empresa formule seus objetivos de maneira a identificar e avaliar os resultados em seus diferentes setores. Esta abordagem é centrada sobre objetivos bem definidos e tem sido desenvolvida pela Deutsche Shell (Deutsche Shell... 1977) e pela Cooperativa Migros (Suíça) (Migros... 1978). Nessa linha de contribuições estruturais, deve-se salientar o trabalho desenvolvido pelo Institut de l’Entreprise, princjpalmente sob a direção de Chevalier (1976), em que se distinguem no balanço social da empresa diversos grupos de elementos. De um lado, os elementos de estrutura, representados pela utilização dos tempos, dos espaços, condições de trabalho, distribuição de rendimentos, etc. De outro lado, os chamados elementos de comportamento, entre os quais a avaliação das pessoas, a consideração dos grupos e das organizações, o poder na empresa, as conseqüências da atividade da empresa sobre a comunidade, as políticas da empresa relativas a seu papel na sociedade, etc. Esse quadro inicial foi distribuído a 15 empresas, procurando-se definir os indicadores sociais, a partir do estudo de cada tema por uma comissão especializada. A partir do diagnóstico inicial, definidas as carências em cada grupo, é que será possível verificar as necessidades de reforma. Neste passo parece importante lembrar que, se foram necessários cerca de 100 anos para consolidar o sistema contábil, é impossível esperar que as empresas definam prontamente um modelo de
balanço social, considerações inovadoras.
que envolve certamente
De qualquer maneira, será útil buscar definir alguns passos no processo. Um primeiro será a análise das conseqüências sociais das ações da empresa e das exigências e expectativas que os grupos sociais têm a respeito da empresa. Outro será a inclusão nas diretrizes políticas da empresa de considerações básicas para a estratégia social. A seguir, o estabelecimento de objetivos e políticas relacionados com a estratégia social definida. Depois, o estabelecimento de um plano incluindo as etapas de integração da estratégia social no sistema de direção da empresa. Outro passo será a fixação de objetivos e indicadores sociais de desempenho setoriais e globais para a empresa. Por último, importará o estabelecimento de uma estrutura organizacional responsável pela execução e acompanhamento do plano. Em face dessa proposta global, cabem ainda algumas ressalvas. A primeira é de que a quantificação do conjunto de elementos do balanço social em termos
exclusivamente monetários deve ser encarada com restrições.
propostos a partir de uma visão global da empresa.
Em seguida, o fato de que o balanço social, por ser um instrumento de apreciação de uma política da empresa, só tem utilidade quando assinalar tanto as falhas quanto os sucessos. Depois, o fato de que a estrutura do balanço social seja montada a partir de indicadores, alguns dos quais podem ser expressos em unidades monetárias, mas todos eles voltados para a apreciação do desempenho da empresa no que se refere aos aspectos humanos e sociais, que marcam o ambiente em seu interior e à sua volta.
Nesse país, desde 1977 as empresas com mais de 750 empregados são legalmente obrigadas a publicar seu balanço social, após prévia consideração pelo respectivo comitê de empresa e a assembléia dos acionistas. A exigência se estenderá depois de 1982 às empresas com mais de 300 empregados (República francesa, 1977). O mesmo texto legal define a distribuição básica dos indicadores, que compreende: estatística sobre emprego, remuneração e encargos acessórios, condições de higiene e segurança, condições de trabalho, formação do pessoal, relações profissionais, outras condições de vida dos trabalhadores e suas famílias.
3. OS INDICADORES DO BALANÇO SOCIAL A título de introdução ao tema, vale a pena relatar alguns elementos obtidos em experiências já vivenciadas. Assim, na França, uma iniciativa acadêmica foi a de Montel, que propôs um quadro indicador social da empresa em que figuravam, no ativo, os fatores de satisfação e, no passivo, os fatores de tensão social. Tais fatores eram analisados por meio de indicadores sociais,
No grupo Renault procura-se cobrir os seguintes campos: estrutura do pessoal, remuneração, formação, melhoria das condições de trabalho, movimentação de pessoal, relações sociais. O movimento patronal francês Entreprise et Progrès propõe um quadro de indicadores sociais de uso interno da empresa caracteristicamente
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49 de certa maneira um resultado da empresa, seja num dado momento, seja em um período determinado. O segundo grupo compreende os indicadores que procuram traduzir a dinâmica da empresa em sua política social: existência de projetos de melhoria da situação do trabalhador (local de trabalho, segurança do emprego), importância dos orçamentos sociais. O terceiro grupo corresponde aos indicadores que envolvem comprovações entre as diferentes partes que compõem a empresa.
descentralizado, incluindo indicadores de estrutura (efetivo por categoria sócio-profissional), de política (remuneração, capacitação) e de comportamento (absenteísmo, rotatividade). Os indicadores selecionados pelo grupo Singer da França (Campos Menendez, 1978) são reunidos nos seguintes conjuntos: de natureza econômica (benefício, utilidade e qualidade do produto), relativos à satisfação do pessoal (condições de trabalho, comunicação e informação, segurança no emprego, salários, clima geral, formação), aqueles de natureza social (serviço à comunidade, melhoria do em-torno, satisfação da clientela), os que traduzem a projeção para o futuro (novos produtos, fomentação de novas idéias). Na Argentina, os estudos de Lagos e Parigi (República francesa, 1977) compreendem o uso de indicadores voltados para: o indivíduo e seu habitat natural; o indivíduo e seu desenvolvimento; o indivíduo e a família; o indivíduo e a comunidade. Distinguem, de outro lado, os investimentos econômicos da empresa nessa área entre aqueles que são obrigatórios por lei, aqueles que
são originados em convenções ou contratos de trabalho e aqueles que são de caráter voluntário. Neste passo é importante salientar como o desempenho de qualquer grupo humano, em que se desenvolvem relações interpessoais, é sempre passível de se expressar por meio de um modelo cujos dois pólos são a tensão e a satisfação, para cada um dos quais se pode propor número variável de indicadores. A dicotomia tensão-satisfação presta-se ao estabelecimento de um balanço; se de um exercício para o outro os indicadores de tensão diminuem e os de satisfação aumentam, a indicação é que o desempenho social da empresa melhorou. Um modelo assim pode ser um instrumento útil de gestão, proporcionando à empresa um meio de acompanhar seu desempenho, enquanto grupo humano. No seio da empresa, o pólo de satisfação do pessoai poderá ser avaliado por meio de alguns indicadores indiretos (absenteísmo, rotatividade de pessoal), mas sobretudo por meio de pesquisas adequadamente realizadas entre os empregados. Estes devem ser interrogados
sobre alguns aspectos importantes da atividade da empresa: condições de trabalho (higiene e segurança do trabalho, ambiente físico), condições de remuneração, de jornada de trabalho (em particular a possibilidade de horários flexíveis), a higiene dos restaurantes e sanitários, facilidades oferecidas às mulheres, esforços destinados à informação, programas de formação, programas de benefícios em geral. Os fatores de tensão social poderão ser avaliados por meio de indicadores diretamente mensuráveis, como greves, absenteísmo, rotatividade, demora no aprendizado dos processos de trabalho, bem como podem fluir facilmente a partir das pesquisas já referidas. Documento preparado pela ACDE-Uniapac Argentina (Campos Menendez, 1978) em 1975 propõe três tipos de indicadores. O primeiro compreende aqueles que respondem às seguintes características: possam ser objeto de definição simples, aceita em amplos círculos e relativamente estável no tempo; sejam quantificáveis igualmente de modo simples, sem exigir procedimentos demasiado complexos; traduzam
No Chile (1979), a difusão da idéia de gestão social e de balanço social tem já cerca de 10 anos, surgindo da iniciativa de grupos empresariais. Existem ali diversas empresas que vêm implantando, em grau mais ou menos adiantado, o referido instrumento. Uma delas, que foi pioneira na aplicação do balanço social Asociación Chilena de Seguridad - publicou já uma síntese do que considera os benefícios da iniciativa. O modelo adotado por essa empresa compreende dois tipos de indicadores sociais: os gerais e os específicos. Entre os primeiros, contam-se segurança de emprego, relações humanas, capacitação, organização, participação, condições de trabalho, índice de acidentes, rotatividade de pessoal, absenteísmo, etc. No segundo grupo de indicadores figuram empréstimos de emergência, auxílios ou abonos (natalidade, matrimônio, férias), fundo de ajuda mútua, concursos culturais, informativo mensal, entre outros. No Brasil, o Instituto de Desenvolvimento Empresarial (IDE), ligado à Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas ADCE/Uniapac Brasil, desenvolveu e vem aplicando com sucesso um modelo próprio do balanço social,
que tem sido objeto de publicações anteriores (Lima Gonçalves, 1978, 1979a, 1979b). Para maior riqueza de avaliação os indicadores são distribuídos em grupos: no grupo 1 deverão figurar os indicadores de natureza administrativo-financeira, enquanto que no grupo 2 serão incluídos aqueles relacionados com o nível de satisfação dos empregados; é de se esperar que alguns indicadores apareçam em ambos os grupos, encarados naturalmente sob enfoques diferentes. No grupo 3 estarão presentes indicadores que avaliem o desenvolvimento de programas destinados a aperfeiçoar a integração de funcionário em seu contexto familiar e social próprio, inclusive visando o aperfeiçoamento desse contexto, onde for necessário. Os índices pelos quais os diferentes indicadores serão avaliados são de natureza diferente: enquanto que os do grupo 1 serão apreciados em função de padrões de natureza administrativo-financeira, bem objetivos e conhecidos, alguns até internacionalmente adotados, aqueles do grupo 2 poderão ser examinados segundo os percentuais de satisfação ou insatisfação dos funcionários em relação às iniciativas sociais da empresa, percentuais esses que serão obtidos a partir das respostas oferecidas na pesquisa de que já falamos. Os indicadores do grupo 3 serão apreciados segundo critérios específicos a cada um, de maneira que cada qual possa ser avaliado objetivamente.
4. A OPERACIONALIZAÇÃO DE BALANÇO SOCIAL Do ponto de vista operacional, será de importância fundamental conciliar alguns elementos essenciais: o caráter participativo
do processo, a autenticidade das informações, a instrumentação adequada, a infraestrutura essencial e o fluxo vertical e horizontal das informações e decisões. O caráter participativo será garantido por algumas providências fundamentais: a iniciativa preliminar de indicação de uma comissão de balanço social, encarregada de tarefas que serão mais adiante detalhadas; a tomada de opinião dos empregados quanto a diferentes aspectos sociais da vida da empresa; a divulgação ampla dos resultados dos diversos passos do processo. A freqüente ausculta da opinião dos empregados e a utilização dos registros das estatísticas sociais da empresa garantirão a indispensável autenticidade das informações. A instrumentação adequada será viabilizada pelo desenvolvimento de um trabalho técnico, que poderá exigir a participação dos especialistas externos, a fim de garantir a integração dos participantes da comissão, de modo a assegurar a livre expressão de suas opiniões. Mas, igualmente essencial será o acompanhamento íntimo do processo pelos responsáveis pelos diferentes setores do órgão de administração dos recursos humanos da empresa, a fim de que possam absorver as informações e enriquecer o desenvolvimento do processo com os subsídios que só eles dispõem. Por último, o fluxo de informações deverá ser ágil e desembaraçado, tanto no sentido vertical quanto no horizontal. Verticalmente, todos os procedimentos deverão ser levados à direção da empresa, cuja aquiescência é essencial; horizontalmente, os saldos - positivos ou negativos - do balanço social deverão chegar
50 ao conhecimento de todos os participantes da empresa. A primeira tarefa da comissão de balanço social será a definição do que medir em termos do processo; este deverá retratar de maneira bastante fiel as iniciativas que a empresa vem desenvolvendo no campo social, tanto no que se refere aos aspectos administrativos, como também no que corresponde ao nível de atendimento das expectativas do corpo funcional. Com essas palavras pretende-se dizer que não basta procurar medir, ainda que por meio de índices objetivos, aquilo que a direção da empresa considera relevante avaliar em termos de balanço social; é igualmente importante procurar ouvir as expectativas dos funcionários, a fim de examinar até onde elas podem e devem ser atendidas. A tarefa de procurar a definição do que medir poderá ser desenvolvida pela referida comissão por meio de determinação de alguns indicadores, que possam retratar de maneira objetiva o nível em que, num determinado período de tempo, desenvolveram-se no âmbito da empresa suas iniciativas sociais ou de que maneira estas repercutiram sobre a atividade da empresa. Assim, devem ser considerados, por exemplo, os programas de assistência médica, de alimentação e de capacitação ou os planos previdenciários, as iniciativas educacionais e os sistemas de crédito; mas devem também ser examinados a rotatividade de pessoal, os índices de absenteísmo, a freqüência das reclamações trabalhistas, bem como a freqüência e a gravidade dos acidentes de trabalho. Alguns desses indicadores podem ser considerados sob o enfoque econômico, que mede seu custo econômico; mas podem também ser examinados sob o
ângulo de grau de satisfação dos empregados, o que permitiria medir seu custo humano ou social. É o caso, por exemplo, dos programas de assistência médica, de alimentação, de capacitação, os planos previdenciários e as iniciativas educacionais. O passo seguinte será discriminar os indicadores escolhidos, procurando identificar o nível de participação com que cada um deles interfere na vida social da empresa. Dessa maneira, será possível atribuir a cada um dos indicadores um fator de ponderação, de importância significativa no desenvolvimento do processo. É fácil compreender que a importância relativa com que qualquer um dos indicadores referidos anteriormente participa no desempenho global da empresa no campo humano e social irá variar substancialmente, quando se trata de uma fábrica de autopeças ou de uma grande empresa de consultoria. Tal fato justifica plenamente a introdução do fator de ponderação que estamos propondo. Outra tarefa relevante a ser desenvolvida pela comissão será definir as metas-padrão pelas quais a empresa vai avaliar seu desempenho no campo das iniciativas sociais. A definição dessa meta-padrão deve naturalmente atender a peculiaridades da empresa, bem como a situações de natureza conjuntural. Assim, numa indústria de autopeças, a freqüência e gravidade dos acidentes de trabalho são naturalmente diferentes do que se pode esperar numa empresa de consultoria; inversamente, nesta última, aspectos como a organização da empresa, o clima humano ou as condições ambientais poderão assumir importância considerável. Compreende-se com facilidade, de outro lado, que a definição
antecipada dessas metaspadrão envolve considerável margem de erro na apreciação dos fatos; como os indicadores que estarão sendo examinados retratam uma realidade altamente dinâmica, que é a vida social da empresa, tais metas poderão ser reajustadas de um exercício fiscal para o outro, desde que a comissão julgue que tal procedimento é razoável. O passo seguinte na preparação do balanço social será o levantamento dos dados correspondentes ao desempenho da empresa com referência a cada um dos indicadores. Os referentes aos grupos 1 e 3 serão obtidos a partir dos registro da administração da empresa; os dados correspondentes aos indicadores do grupo 2 serão retirados da pesquisa especialmente desenvolvida entre os funcionários da empresa. A partir desses dados, por simples comparação com a meta-padrão fixada para cada indicador, será possível medir o grau de desvio em relação à mesma, expresso em termos numéricos. Com isso teremos o resultado relativo a cada indicador, que estará funcionando como uma conta isolada do balanço. A somatória dos resultados relativos aos indicadores de cada grupo permitirá a apreciação de cada uma das áreas da atividade social da empresa. É fácil perceber que o resultado poderá ser deficitário num dos grupos, mas superavitàrio em outro e que a somatória algébrica de todos indicará o resultado final do balanço social, no período de tempo que estiver sendo analisado. Todos os elementos apontados pretendem demonstrar que o balanço social, que desponta como importante instrumento de gestão empresarial, deve ser considerado como uma roupa sob medida;
51 ainda que obedecendo a certos critérios gerais essenciais, deve atender necessariamente às peculiaridades de cada empresa.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Campos Menendez, H. El Balance social. Cuadernos de Empresa, Argentina, ACDE, n. 2, 1978. Chevalier, A. La Bilan social de l’entreprise. Paris, Masson, 1976.
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Como identificar gargalos de produção nas pequenas indústrias https://fcem.com.br/noticias/como-identificar-gargalos-de-producao-nas-pequenas-industrias-entenda/
A produção de uma indústria é igual a uma engrenagem, composta por uma associação de elementos que garantem o funcionamento de todos os processos fabris, desde a compra da matéria-prima até o último estágio de venda. Para garantir a eficiência da linha é preciso contornar os gargalos de produção, solucionando pontos que possam prejudicar o andamento do trabalho. São chamados gargalos de produção qualquer motivo que interfira negativamente na realização de processos, comprometendo etapas posteriores a ela. Saiba identificar quais os principais gargalos de pequenas indústrias e entenda como trabalhar para melhorá-los!
Desajustes com a matéria-prima Nas primeiras etapas de produção está a compra de matéria-prima, necessária para a fabricação do produto. A aquisição de produtos em quantidade menor, fora do prazo de validade ou com propriedades diferentes do necessário podem atrasar ou impedir as atividades. Tais problemas podem ser contornados com a compra e aplicação de um software de gestão, que irá controlar os recursos corretamente para equilibrar a entrada de matériaprima e a demanda da empresa, evitando também o desperdício de material.
Falhas em setores operacionais Descompassos entre setores internos são mais comuns do que se imagina e podem comprometer toda a linha de produção. Atrasos, má informação e demandas confusas podem causar muito prejuízo, como aumento da carga horária e ociosidade de máquinas. Informatizar os sistemas da empresa são uma boa solução para ter um controle automatizado do estoque e das vendas, por exemplo, antevendo a baixa de material e adiantando o fluxo dos produtos. Os sistemas também fornecem estatísticas de gestão, de modo a auxiliar na construção de um ritmo de produção adequado para a empresa.
Baixas por fator humano Aumentar a produtividade de uma empresa está diretamente relacionada a solucionar os gargalos de produção. O prejuízo também pode ser causado por falhas humanas, por fatores que vão desde a falta de motivação até escassez de especialização. O treinamento do pessoal é essencial para manter a equipe funcionando com dedicação e competência. Programas de especialização podem ser feitos de modo mais estratégico e pontuais. É interessante averiguar a possibilidade de oferecer auxílio psicológico periódico para os funcionários, identificando assim problemas que podem atrapalhar o desempenho da equipe.
Gargalos de produção em processos A qualidade dos produtos deve ser assegurada, e para isso a mão de obra e as máquinas devem estar bem monitoradas. Quando os processos não estão bem afinados, pode ser que ocorra desperdício de tempo ou mau desempenho de uma função. O rastreamento de um produto deve ser controlado em toda etapa de produção, o que pode ser feito por meio de um software de gestão. Periodicamente, os setores e máquinas devem ser fiscalizados cuidadosamente, gerando relatórios para o histórico da empresa.
Má manutenção de equipamentos A quebra de máquinas pode atrasar os processos e gerar sobrecarga de funcionários. Quando um módulo não funciona, ele acaba atrapalhando a fábrica em efeito dominó. A manutenção dos equipamentos deve ser feita periodicamente, a fim de garantir a segurança da qualidade e também dos funcionários. Alguns equipamentos mais modernos possuem sistema de alarme, que permitem ver quando quebram no mesmo momento. O entendimento dos gargalos de produção pode elevar consideravelmente o volume de fabricação, gerando melhoras no setor da economia, do bem-estar e da produtividade da empresa.
Não foi um acaso do destino
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Inovação na indústria: como se destacar em setores competitivos? https://fcem.com.br/noticias/inovacao-na-industria-como-se-destacar-em-setores-competitivos/
Em um mercado cada vez mais dinâmico e com avanços tecnológicos tão rápidos e impactantes, a inovação na indústria é um fator de sobrevivência obrigatório. Além de garantir a saúde do negócio e criar diferenciais nos produtos e serviços, ela tem sido uma das receitas para que muitas empresas consigam se manter vivas em cenários de crise. Existem muitas maneiras de inovar e elas repercutem diretamente nos resultados do negócio. A atualização nos modelos de gestão e a modernização da cultura de trabalho são exemplos que, embora não tenham relação direta com o produto final, são capazes de influenciar toda a cadeia produtiva. Para falar um pouco mais a respeito de como se destacar em setores onde a competição é permanente, separamos algumas ideias que podem trazer resultados de impacto. Confira! Como implementar a inovação na indústria? O primeiro passo para iniciar uma estratégia de inovação é garantir que a empresa já esteja operando sob dois pilares fundamentais: baixo custo de produção e alta qualidade. Somente após esses desafios terem sido devidamente ultrapassados, será possível inovar. É preciso compreender que a inovação nem sempre
representará a criação de um novo processo. Ela também pode estar configurada sob melhoria de algo que já existe. Para criar ou modernizar algo, é preciso estar alerta para os resultados do negócio e para o comportamento do mercado e do consumidor. Assim, você poderá identificar claramente as oportunidades de melhoria ou de imaginar algo novo, que se diferencie da concorrência e ganhe destaque entre os clientes. Algumas áreas possuem maior potencial para mudanças e aperfeiçoamentos. Vejamos quais são elas. Produto O ponto inicial a ser avaliado, quando se fala em produto, é ter uma visão muito nítida de quem é o público. Novidades ou renovações que aconteçam sem o objetivo claro de atender a demanda representarão perda de tempo e dinheiro. O conceito de inovação nos negócios tem relação direta com atender uma necessidade e trazer um benefício diferenciado ao seu consumidor. Portanto, ainda que a ideia seja uma simples mudança de embalagem ou uma nova aplicação para a peça, ela precisa ir ao encontro do que o cliente busca. Tem que ser algo que realmente faça a diferença e que as pessoas queiram conhecer.
Processo Cada procedimento da linha de produção é formado por etapas que podem ser revistas e aprimoradas. Uma das formas de fazer isso é a normalização. Implementar normas técnicas de qualidade contribui para melhorar o nível dessa área nos processos e produtos, o que faz crescer a competitividade. Outro mecanismo importante são as métricas de resultado. Mensurar tudo o que é feito serve de base para o mapeamento e a análise de desempenho. Para conseguir acompanhar o mercado, novas métricas podem ser criadas, de acordo com os objetivos estabelecidos para o momento. Defina as principais e as acompanhe diariamente. Modelo de negócio A maneira como ocorre a interação entre o consumidor e a sua marca é o que define um modelo de negócio. Ele deve atender a uma proposta de valor, ou seja, de que maneira a empresa atua para atender as necessidades de seu cliente. O modelo ideal é aquele que traz um resultado bem-sucedido em tal experiência. Para atingir esse patamar, é preciso realizar testes e acompanhar a execução junto ao consumidor, ouvindo feedbacks e aplicando as melhorias pertinentes. Dessa forma, a
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Tipos de Sujidades O QUE É SUJIDADE? A sujidade é um residual – físico, químico ou biológico – considerado estranho ao produto original, capaz de provocar “efeitos deterioráveis”, detectados pelo paladar, visão, olfato, audição, tato (organolépticos) pela modificação do sabor, cor, aspecto, do odor (mau cheiro) e toque. Pode provocar lesões biológicas, químicas, físicas e reações psicológicas (sensação de desconforto e insatisfações) adversas ao homem. As sujidades são encontradas em todo os produtos e ambientes, e variam de acordo com o resíduo disposto e as formas de conservação. Em ambientes limpos e bem cuidados, o efeito nocivo é reduzido; porém, podem, quando deterioradas, provocar graves lesões ao homem. Essas lesões são transportadas pela água, pelos alimentos, pelo ambiente, pelas pessoas e pelo vestuário. Os tipos de sujidades encontradas nas roupas sofrem variações cotidianas pela exagerada diversificação dos fatores ambientais. Na hotelaria, a diversificação das sujidades ocorre por diversos agentes. Dentre eles, a procedência dos hóspedes, assim como seus hábitos individuais. Alguns produtos de uso pessoal e doméstico, influem demasiadamente no surgimento de novas sujidades. Nos estabelecimentos hospitalares, essas variações ocorrem sempre que novos medicamentos surgem, provocando reações ou colorações aos excrementos humanos ou
reações com os produtos utilizados na lavagem. As sujidades são sistemas dinâmicos, ocasionam mudanças agressivas nos resultados da lavagem e são fatores que merecem extrema atenção na preparação de um estudo sobre o processo de lavagem de roupas. O conhecimento das sujidades ou a origem delas determina a escolha dos produtos e do processo de lavagem. Os tipos de sujidades encontradas, portanto, sofrem variações em função das fibras e cores dos tecidos, dos hábitos de higiene e hábitos alimentares, das regiões e da cultura, do comportamento funcional, dos clientes da lavanderia e da origem da roupa; hospitalar, motéis, hotéis, etc. Segundo Jakobi e Löhr (1987, p. 11), normalmente as sujidades são originadas por: • poeiras atmosféricas; • excreções animais; • excreções humanas; • impurezas domésticas; • impurezas comerciais; • impurezas industriais. As sujidades estão atreladas aos fatores: hábitos de higiene e alimentares; comportamentais e culturais; atividade empresarial e social; Tipos de regiões. Estudos realizados, segundo o Senac (s.d.), resultaram na identificação da composição média das sujidades comuns na hotelaria: Composição média das sujidades • Uréia: 5 a 7% eliminar);
(Fácil
de
• Graxa, ceras e gorduras: 5 a 10% (Insolúvel em água); • Sal: 15 a 20%
(Solúvel em
Artigo Extraído do Livro Manual para Lavanderias a revolução na Arte de Lavar Roberto Maia Farias água); • Amido: 20% (Fácil de eliminar); Proteínas, caspa, pele, albumina 20 a 25% (Insolúvel em água); • Pigmentos, graxa, Óxidos inorgânicos e silicatos 25 a 30% (Difícil de eliminar). Segundo Jakobi e Löhr (1987, p. 12), as sujidades mais difíceis de remover são as pigmentadas, como o carvão, óxidos inorgânicos, carbonatos e silicatos. Outras também consideradas de difícil remoção são as sujidades graxas e oleosas, as ceras, os amidos, as proteínas e os corantes ou manchas de bebidas. Essas manchas são de difícil remoção, principalmente quando estão associadas e, nesses casos, somente com uma combinação de produtos é possível tratar e remover a mancha de forma efetiva. Segundo Jakobi e Löhr (1987, p. 11-12), as sujidades podem ser classificadas como solúveis em água, pigmentadas, graxas, protéicas, carboidratos ou corantes (manchas ou nódoas). Solúveis em água Sais inorgânicos; Açúcares; Poeiras atmosféricas: em função da poluição encontrada; Certos corantes; Certos sucos de frutas; Suor, transpiração: em função do hábito de higiene pessoal.
56 contribui para a imediata seleção dos produtos limpadores.
Pigmentadas Óxidos metálicos;
Porém, algumas sujidades, por já se encontrarem parcialmente eliminadas ou modificadas pela ação de produtos ou outras sujidades, podem interferir no processo de identificação visual, podendo ainda ser necessário uma combinação de processos químicos para sua efetiva remoção.
Carbonatos; Silicatos; Húmus, lodo, algas; Carvão. Graxas Gorduras animais; Gorduras vegetais; Sebos;
Durante o processo de lavagem, a remoção de sujidades é facilitada com a estrutura do Gráfico de Farias.
Óleos minerais; Ceras. Proteínas Sangue; Ovos; Leite; Resíduos e gorduras da pele; Espermas Carboidratos
Os procedimentos para remoção de manchas envolvem tecnologia, pois não se pode removê-las de forma agressiva. É necessário conhecimento e habilidade para tal, sob pena de provocar danos nos tecidos.
ser tratadas separadamente das não-manchadas, pois algumas manchas tornam-se de difícil remoção, depois de aquecidas ou apenas em contato com a água.
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Um outro detalhe particular é que uma peça manchada poderá manchar peças limpas durante a lavagem. É, portanto, fundamental a classificação das roupas por tipo e sujidade antes de iniciar o processo de lavagem. A classificação reduz custos de pré-lavagem e evita desgastes desnecessários às roupas nãomanchadas. Uma peça de roupa com sujidade pesada (mais suja) requer maior tempo, mais produtos e as vezes temperatura para que a sujidade seja removida.
As sujidades têm características próprias, algumas são de fácil identificação pela cor, pelo odor, pela aparência física etc.
Esta ação reduz a vida útil do As roupas manchadas devem enxoval. ser tratadas de acordo Faça com asseu pedido pelo site www.planetalavanderia.com.br características das manchas e os principais livrarias do Brasil tipos de tecidos, considerando que qualquer outra forma de tentativa é mera improvisação da técnica o que pode desaguar na imprudência, já que não se manuseia tecnologia com empirismo ou apenas com boa vontade. A principal recomendação sobre peças manchadas é separálas imediatamente das demais.
Esse
As roupas manchadas devem
Amidos. Corantes (manchas ou nódoas) Frutas e vegetais; Vinhos; Café, chá; Bebidas coloridas (artificiais); Cremes ou maquiagens
conhecimento
prático
ou nas
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as h s? c o ic an . s á r M pa s b e u ov ro do m na ida e R u c os s i ua Q
Na lavanderia, a roupa com manchas trazida pelo cliente ou não, removidas na lavagem, são pontos críticos da atividade, principalmente as não imediatamente identificadas. A tecnologia desenvolve e lança no mercado produtos para uso pessoal, alimentícios, de cosméticos, higiene, limpeza, medicamentos, etc., que são cada vez mais utilizados por todos os segmentos da sociedade, de uso contínuo ou intermitente. Estes produtos podem contribuir para o surgimento de manchas em roupas e, consequentemente, dificultar a sua remoção somente pelo processo de lavagem. Influência do tipo de fibra têxtil na sujidade A capacidade de um detergente, para remover sujidades, não depende somente dos fatores da sujeira, mas também do tipo de substrato têxtil. As fibras têxteis, que têm um elevado teor de cálcio na sua superfície (por exemplo, algodão), comportam-se de forma muito diferente do que aquelas com baixo teor de cálcio (por exemplo, fibras sintéticas). O tipo de fibra tem uma influência no grau de hidrofobicidade, hidrofilicidade, molhabilidade e na extensão da remoção de sujidade.
A composição do detergente, contendo inibidores de incrustação, aumenta o poder de limpeza e a remoção das sujidades. A Física e a Química, no processo de lavagem, demonstram claramente, em termos de remoção de sujidade, os diversos efeitos que os agentes complexantes e tensoativos têm sobre uma série de fibras. Estes exemplos demonstram a forma sinérgica com a qual os surfactantes e agentes complexantes são complementares, não só no caso de sujidades mistas, mas também no que diz respeito à remoção das sujidades, a partir de diferentes fibras têxteis. Para lavar roupas e, principalmente, para remover manchas provocadas por sujidades, que não foram eliminadas nas lavagens, a ciência é um fator fundamental na seleção dos métodos, processos e produtos. O empirismo provoca despesas e pode provocar danos irreversíveis aos tecidos. Consulte sempre um especialista. A evolução e o bem-estar produzindo manchas A contribuição tecnológica dos produtos para a saúde, beleza, etc. continua avançando, inovando e deixando a lavanderia com graves problemas, principalmente
se alguns desses “produtos” provocarem “novas e desconhecidas” manchas nos tecidos. Os hábitos e costumes dos usuários são fatores fundamentais para provocar ou evitar essas manchas. Remover manchas é, sem dúvida, o maior tormento da lavanderia e, pensando nisso, catalogamos alguns métodos, processos e produtos e os procedimentos indicados pelos fabricantes de produtos químicos e as “descobertas” ocorridas na lavanderia, para remoção de manchas. As manchas catalogadas foram pesquisadas em manuais técnicos dos fabricantes, lavanderias industriais e profissionais da área, com ênfase especial a duas empresas: a Henkel e a Áurea Industrial. Embora a tecnologia química (dos produtos de lavanderia) evolua continuamente, não é possível admitir a existência de um produto especifico destinado à remoção de manchas ou da maioria das manchas Normalmente, utilizam-se produtos convencionais à lavagem; ou outros, tais como álcool, solvente, acetona, etc. A mancha mais facilmente removida, pela sua característica química
Hidrofobicidade: está associada à sua baixa/nenhuma afinidade com a água, ou seja apolar. Hidrofílicidade: está associada à sua maior/total afinidade com a água, ou seja, polar. Molhabilidade: habilidade de um líquido “molhar” uma superfície sólida. O grau de umectação (molhabilidade) é determinado por um equilíbrio das forças de aderência e coesivas.
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Manchas na roupa
definida, é a de ferrugem. Essa mancha poderá ser removida facilmente com o produto “tiraferrugem”. O processo de remoção de manchas numa lavanderia efetuase, normalmente, nas operações de lavagem manual ou no molho. É com certeza o processo mais oneroso e por vezes não satisfatório. Gasta mais insumos, mais tempo e pode ocorrer o dano na peça Devemos considerar algumas regras básicas para a remoção de manchas, pois, se nenhum cuidado for exigido, fatalmente teremos a mancha e o tecido danificado (desgastado ou desbotado). É necessário, principalmente, um treinamento especializado para a aplicação dos produtos na remoção de manchas, uma vez que, normalmente, as concentrações, nessa operação, são muito altas e podem danificar irreversivelmente o tecido. A maneira encontrada para corrigir esse problema é evitar que certas manchas (de difícil remoção) possam ocorrer. É importante buscar essas origens e, consequentemente, corrigir os hábitos ou os abusos. A lavanderia pode orientar o cliente sobre manchas que podem ser evitadas, como por exemplo manchas de arraste (quando a peça é arrastada no piso).
Cuidados na remoção de manchas A remoção de manchas não é um sistema definido apenas com a seleção de produtos e processo. A experiência também pode determinar o sucesso da remoção de manchas, pois essa operação exige tecnologia, conhecimento e tempo de ação dos produtos. Na remoção de manchas, por vezes é necessário repetir o processo de remoção ou até combinar alguns produtos e processos. A experiência é fundamental na observação dos riscos dos danos no enxoval. Independentemente do processo utilizado para a remoção de mancha, é necessário que, para reduzir os danos físicos e químicos no enxoval, cada peça seja enxaguada, acidulada e amaciada. A remoção das manchas requer uso
prolongado de produtos químicos e, portanto, medidas de segurança ocupacional devem ser aplicadas. A utilização EPI é importante, assim como os procedimentos para descarte desses produtos ou soluções no meio ambiente. Os fabricantes de produtos químicos podem (devem) apresentar as Fichas de Emergência (FE) e as Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), com informações sobre os riscos aos usuários e sobre os métodos de neutralização dos efeitos degradantes à natureza, pela descarga direta dos produtos no meio ambiente. Procedimentos para evitar mancha São cinco passos importantes para evitar-se uma mancha: a) identificar, tecnicamente, as fontes de manchas; b) verificar se as fontes podem ser originadas por negligência, imperícia ou imprudência dos manipuladores da roupa. O treinamento e o comportamento da equipe podem contribuir para a redução da incidência de manchas; c) avaliar se o tipo de tecido é compatível com a utilização do mesmo. Tecidos coloridos, não resistentes às temperaturas, etc., não podem ser utilizados em ambientes de alto índice de manchas, que são removíveis por produtos em altas temperaturas; d) registrar e controlar a origem da mancha, se ocorre na hotelaria ou na lavanderia. O registro e o controle são
ferramentas de apoio à gestão, pois contribuem para verificar se existem pontos de risco e se são passíveis de redução/eliminação; e) criar indicadores de qualidade e auditar se os procedimentos técnicos e comportamentais estão contribuindo para a redução das manchas. Evitar peças manchadas é um procedimento que deve ser conduzido por toda a equipe da hotelaria e da lavanderia. Essa acão deverá ser preventiva. Não se removem manchas sem danificar os tecidos. Qualquer que seja o procedimento, ele sempre provocará desgaste nas fibras. Algumas manchas abaixo podem ser evitadas, pois, além de serem consideradas de difícil remoção, o método e o uso de produtos para essas manchas são agressivos aos tecidos: • arraste; • clorexidina; • corantes; • gorduras; • graxas e óleos lubrificantes; • tintas de caneta; • tinturas, etc.
Cuidados podem reduzir/eliminar esses tipos de manchas e contribuir com a vida útil dos tecidos. Procedimentos para remoção de manchas • verificar o tipo de mancha; • classificar a roupa por tipo de mancha, cores e fibras; • verificar as instruções na etiqueta do fabricante do tecido; • testar a firmeza da cor em amostras do tecido; • evitar ressecamento da mancha: o molho evita o ressecamento; • molhar o tecido com água fria – nunca água quente (> 60º. c); • evitar a lavagem convencional com outras peças não manchadas; • escolher e orientar sobre qual o tipo de produto para remoção da mancha; • solicitar informações claras e objetivas dos fabricantes de produtos; • evitar “mágicas”.
Rotina de remoção de manchas em “molhos”: • molhar o tecido imediatamente; • selecionar o produto químico; • preparar o molho (solução do químico); • colocar a roupa na solução; • aguardar o tempo de molho; • verificar o resultado; • repetir se necessário. IMPORTANTE – Recomendamos: • evitar os molhos prolongados e as soluções concentradas de produtos; • intercalar a remoção das manchas sempre com enxágues; • cuidado ao misturar produtos: podem ocorrer reações com risco ao homem e ao substrato (tecidos);
• evitar que as peças passem no secador ou calandra manchadas; • verificar a probabilidade de haver sangria das cores; • lavar bem os recipientes, após uso • não misturar produtos puros ou concentrados; • evitar ações “mágicas”. IMPORTANTE Uso de alvejantes clorados em lavanderias: algumas manchas podem ocorrer durante o processo de lavagem em peças pessoais, domésticas ou industriais pelo uso de alvejantes clorados (hipoclorito, água sanitária, cloro orgânico) em pias e bancadas. mesmo sem o uso do cloro nesta lavagem específica. Alguns resíduos de cloro não neutralizados podem manchar peças de roupas coloridas. Recomendamos: que os ambientes estejam separados fisicamente (com cloro e sem cloro); que o ambiente seja acidulado (acidulantes) após o uso de alvejantes clorados; aplicar a fita de teste de cloro, para verificar se a superfície ficou isenta de cloro Principais removedores de manchas: • Acetona; Álcool • Ácido Cítrico; Ácido Fosfórico; Ácido Fluorídrico; Ácido Oxálico • Ácido Peracético; • Ácidotricloro – Cloro Orgânico em pó; • Bissulfito de Sódio; Hidrossulfito de Sódio; Tiossulfato de Sódio; • Enzimas ou produtos enzimáticos; • Hipoclorito de Sódio; Peróxidos de Hidrogênio; Perborato de Sódio; • Permanganato de Sódio; • Querosene; Tolueno; Varsol; Xilol Produtos químicos podem provocar danos ao ser humano, a superfícies (tecidos, equipamentos, bancadas, etc.) e ao meio ambiente. O manuseio inadequado por negligência, imprudência ou imperícia do produto químico pode levar à punição “justa causa”. Portanto: somente profissionais especializados podem recomendar o uso e a aplicação e a manipulação dos produtos químicos. Qualquer outra forma pode ser considerada como exercício ilegal da profissão.
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Eficiência e sustentabilidade energééca Sua lavanderia precisa reduzir custos de produção? Precisa melhora o rendimento do processo? Precisa ser sustentável? Inspeção de caldeiras, vasos de pressão e tubulações Calibrações de válvulas de segurança e instrumentos Medição de vazão de vapor, água e outros fluídos Auditoria energééca em sistemas de vapor e ar comprimido Diagnósscos e gerenciamento de purgadores de vapor Projetos de instalações de vapor, ar comprimido e outros fluídos Estudos de viabilidade de recuperação e aproveitamento térmico Treinamentos técnicos Serviços de construção e montagem Instalação e reparos de isolamento térmico Manutenção e assistência técnica de válvulas, purgadores e acessórios
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REVISTAS PLANETA LAVANDERIA www.portaldalavanderia.com.br
PLANETA LAVANDERIA
Revista Ano 1 n. 2 - Trimestral - Set/ Out/ Nov de 2015
Ano 1 n. 1 trimestrall Jun/Jul/Ago de 2015
O QUE EU ESPERO DE UMA LAVANDERIA?
Da captação ao descarte
Existe um fato: Escassez Existe o crítico: Fechar a lavanderia Existe a saída: Sustentabilidade e uso racional
Revista
Revista Ano 2 n. 3 - Trimestral - Jan/ Fev/ Mar de 2016
Gestão e sustentabilidade na lavanderia
Ano 2 n. 4 - Trimestral - Abr/Maio/Jun de 2016
Gestão com Pessoas
Competência e sucesso caminham de mãos dadas
Consumo racional ou eficiência energééca?
As tarefas são controladas. As pessoas são lideradas.
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Revista
Revista Ano 3 n. 7 - Trimestral - Jan/Fev/Mar de 2017
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Ano 3 n. 8 - Trimestral - Abr/mai/Jun de 2017
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Revista
Revista Ano 4 n. 11 - Trimestral - Jan/Fev/Mar de 2018
Ano 4 n. 12 - Trimestral - Abr/Maio/Jun de 2018
Liderar é a saída
Gestão de Seja bem-vinda à certificação de qualidade
Vai dar certo! Trabalhar sempre vence!
Conflitos
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Revista
Ano 4 n. 14 - Trimestral - Out/Nov/Dez de 2018
Ano 4 n. 13 - Trimestral - Jul/Ago/Set de 2018
ÉTICA
GESTÃO POR INDICADORES É rentável? É Produtivo? É Sustentável?
Tenho lucro? Vale a pena?
É apenas uma decisão: Ser ou não ser Ético. Revista
Revista Ano 5 n. 15 - Trimestral - Jan/Fev/Mar de 2019
VOCÊ ESTÁ EM SEGURANÇA?
Ano 5 n. 16 - Trimestral - Abr/Mai/Jun de 2019
EVOLUÇÕES? ESTOU CIENTE?
OCUPACIONAL? PATRIMONIAL? INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS?
APRENDER, DESAPRENDER E REAPRENDER É A ÚNICA ALTERNATIVA COERENTE