Escolhendo o gerente de projetos eficaz

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Escolhendo o gerente de projetos eficaz. Hector P. L. Oliveira |hplo@cin.ufpe.br|, Hermano P. de Moura |hermano@cin.ufpe.br|, Antônio C. Valença |acvalenca@gmail.com|

Resumo. O gerente do projeto é visto pelo PMI como aquele que possui maior autoridade e responsabilidade pelo alcance dos objetivos do projeto. A proeminência do cargo, por sua vez, torna mais crítica a tarefa de alocar pessoas que tenham as competências e comportamentos para serem bem-sucedidas. Vários modelos têm sido desenvolvidos, tanto para definir que competências são essenciais à função, quanto para saber como identificá-las e avaliar em que nível se manifestam no comportamento de um indivíduo no desempenho do papel. Este artigo apresenta um estudo sobre as relações entre as competências pessoais do gerente de projetos nas variáveis do PMCD Framework e os perfis de liderança descritos no modelo Symlog, com o objetivo de analisar quais destes se mostram mais adequados ao papel de gerente de projetos. Como importância dos resultados alcançados, o que se pretende com esse trabalho é testar se o modelo Symlog é útil ou não para ajudar as organizações a avaliar se os candidatos possuem, de fato, as habilidades, no caso, pessoais, necessárias a se tornarem gerente de projetos. A utilidade do modelo pode ainda se estender a composições de equipes e associação inferencial de comportamentos favoráveis e desfavoráveis ao desempenho efetivo do projeto.

1- Introdução Dentro dos papeis definidos para uma equipe de projeto, o gerente é um dos principais responsáveis pelo seu sucesso. Nele se concentra a maioria das funções de planejamento, comunicação, controle e acompanhamento da equipe. Além de competências técnicas, por se tratar de uma função de relacionamento com pessoas, as competências pessoais têm se tornado cada vez mais imprescindíveis. Como posições de gerenciamento de projetos se tornam cada vez mais proeminentes, a tarefa de alocar pessoas no papel de gerente de projetos que realmente tenham as habilidades, competências e comportamentos para serem bem sucedidos tem se tornado cada vez mais crítica. Na tentativa de dirimir esse problema, algumas iniciativas adotadas pelas empresas, e em especial de TI, têm sido a de busca por pessoas com certificações como o Project Management Professional (PMP®), emitida pelo PMI (Project Management Institute) e já reconhecida na área. Hoje, 48% das empresas de TI, apesar de não exigirem formalmente, vêem a certificação como um diferencial para o cargo [1]. Porém, esse caminho tem criado “gerentes” com ótimo conhecimento técnico, entretanto, sem diversas outras qualidades necessárias, para uma devida consideração de competência, como gerentes de projetos. Nesse sentido, vários estudos estão sendo realizados sobre as qualificações requeridas ao gerente de projeto para desenvolver efetivamente os projetos de sua organização. O próprio PMI, com o livro Project Management Competency Development (PMCD) Framework[2], desde 1997, começou a se preocupar com a qualidade e o estudo das competências do gerente de projetos em gerenciar uma equipe e trazer resultados para a organização. Desenhado e desenvolvido a partir de três dimensões de competências: Conhecimento, Performance e Competências Pessoais, o PMCD Framework define as principais competências do gerente de projeto com a premissa que estas têm um efeito direto na performance do projeto. O método SYMLOG (um acrônimo para um Sistema de Observação de Grupos de Níveis Múltiplos), por sua vez, é um modelo teórico e um método de avaliação da melhoria quanto à liderança, trabalho em equipe e eficácia organizacional[3]. Desenvolvido por Robert Freed Bales, Professor Emérito da Universidade de Harvard, esse modelo, baseado num perfil de líder mais eficaz, por mais de 2,5 milhões de entrevistados, define 26 tipos de perfis de liderança que conseguem preencher a maioria dos perfis das pessoas identificadas em uma equipe de projeto. Alguns desses perfis, porém, são indicados como mais prováveis de serem bem-sucedidos gerenciando projetos, do que outros, por possuírem uma combinação de qualidades gerenciais, técnicas e pessoais. Este artigo apresenta uma comparação entre as competências pessoais do gerente de projetos nas variáveis do PMCD Framework e os perfis de liderança descritos no modelo Symlog. O objetivo é estudar 1


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