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Incêndios no Pantanal: além da
Minerva Foods compra frigorífico colombiano
A Minerva Foods, por meio de sua subsidiária Athena Foods, fechou um acordo para aquisição do frigorífico colombiano Vijagual por US$ 14 milhões, dobrando sua capacidade de abate no país. Desse total, US$ 6 milhões são referentes a dívidas da empresa, que a Minerva assumirá, e o restante será pago em cinco anos. A Minerva pretende transformar o Vijagual em um frigorífico exportador, por isso prevê investir US$ 12 milhões na unidade, sendo US$ 5 milhões para modernização das instalações (ampliação da capacidade de congelamento) e US$ 7 milhões para capital de giro. A planta, localizada em Bucaramanga, tem capacidade para abater 700 cabeças/dia. O outro frigorífico pertencente à Minerva Foods na Colômbia processa 850 bovinos diariamente e, com apenas ele, a empresa detém 70% do exportação do país, com destaque para mercados como Oriente Médio e Rússia. A expectativa é de que a aquisição seja concluída em setembro. JBS supera Petrobras em receita líquida
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Pela primeira vez na história do País, a JBS superou a Petrobras como a empresa de maior receita em um trimestre, segundo informações da consultoria Economatica. O frigorífico fechou o segundo trimestre com uma resultado líquido de R$ 67,6 bilhões, contra R$ 50,9 bilhões registrados pela estatal petrolífera. Essa inversão de posições se deu por conta da crise gerada pela Covid-19. De um lado, a Petrobras viu o preço do petróleo e a demanda por combustíveis desabarem, enquanto a JBS, com grandes operações nos Estados Unidos, acabou favorecida, principalmente pela disparada do dólar. De acordo com a Economatica, a Petrobras mantinha o posto de empresa com maior receita do País desde 1998. Entre abril e junho, o resultado da petroleira com vendas caiu 29,9% e seu Ebitda recuou 23,5%, enquanto a JBS conseguiu um aumento expressivo de 32,9% em sua receita na comparação anual. O Ebitda mais do que dobrou, chegando a R$ 10,49 bilhões. Mapa quer contratar novos fiscais
O avanço da pandemia da Covid-19 e o aumento das exportações fizeram o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) solicitar ao Ministério da Economia a contratação de 140 auditores fiscais agropecuários aprovados em concurso público feito em 2018. A demanda criou um impasse entre as pastas. Em ofício datado de 31 de julho, o Mapa cita que a Lei Complementar nº 173, que suspende a realização de concurso e a abertura de novas vagas em função da pandemia, não impede o preenchimento de vagas abertas anteriormente. O Ministério da Economia, por sua vez, entende que apenas os cargos vagos após a edição da Lei Complementar poderão ser preenchidos até o final de 2021. O pedido segue em análise. Segundo os ficais, os abates extras aumentaram risco de Covid-19 nos frigoríficos. O sindicato da categoria estima que 20% dos trabalhadores do setor no Brasil já tenham contraído a doença.
Animais de produção: no prato ou sentados junto à mesa?
Zootecnista, com pós-graduacão em análise econômica, e diretor de marketing da Phibro para o Hemisfério Sul (Austrália, África do Sul, Argentina e Brasil). O título acima remete a um artigo publicado em 2017, em inglês – Livestock: on our plates or eating at our table? A new analysis of the feed/food. Tem por foco a segurança alimentar. Mas qual seria sua linha racional? Bem, existe uma preocupação, no mundo, com o crescimento populacional e como manteremos a oferta de alimentos para todos no futuro. Hoje, os animais de produção atendem aproximadamente 18% da demanda mundial por calorias e 25% de proteínas e, para isso, consomem parte dos cereais que poderiam ser colocados na nossa mesa. Na prática, ingerem produtos vegetais como ingredientes de suas dietas e nós os consumimos como alimento, em uma etapa seguinte. Então, estamos lidando aqui, basicamente, com um balanço de massa.
O leitor, neste ponto, ficaria aliviado ao pensar que os bovinos (por serem ruminantes) comem pasto e não concorrerem conosco, de forma pesada, por grãos. Este debate, portanto, não nos afetaria. Certo e errado. Existe sim uma menor dependência dos grãos na pecuária bovina, em comparação com a avicultura e suinocultura, mas, como o boi é um péssimo conversor, haveria necessidade de ampliarmos as áreas destinadas às pastagens em 14% até 2025. Assim, como as terras já são escassas (veja tabela abaixo), avançaríamos sobre as florestas (algo fora de cogitação) ou tomaríamos áreas agrícolas, o que também é complicado e improvável. Pois bem, o que aponta o estudo mencionado no começo deste artigo? A necessidade de intensificar a produção pecuária! Melhorias combinadas em práticas de alimentação, saúde e genética. Por acaso, estamos vendo isto ocorrer?
A conclusão deste estudo mostra o seguinte: os animais de produção consomem aproximadamente 6 bilhões de toneladas de matéria seca/ano, das quais 86% são inelegíveis para consumo humano. Os animais de produção ocupam 2,5 bilhões de hectares, sendo 2 bilhões cobertos por pastagens. Desse total, 1,3 bilhão se encontram em áreas que não poderiam ser usadas para plantio de lavouras. Já a agricultura ocupa os restantes 2,5 bilhões de hectares.
Balanço de massa
Dos cereais destinados ao consumo humano, o balanço de massa em ruminantes mostra uma conversão de 2,8 kg de cereais elegíveis para consumo humano para cada 1 kg de carcaça sem ossos. Já em suínos e aves combinados, este número é de 3,2. O estudo mostra que, se tivermos modestas melhorias em produtividade (animal e vegetal), até 2025 não será necessário o uso de maiores extensões territoriais. O desafio de produção de alimentos continua sendo uma prioridade mundial. Em 2050, seremos 9,6 bilhões de habitantes....o jogo segue.
Portanto, se seu negócio é produzir bovinos, a notícia é a seguinte: quando usam áreas marginais e não concorrentes com a produção de grãos, esses animais são modelos biológicos excelentes na exploração do ambiente. Já os modelos de produção que ocupam áreas passiveis de cultivo serão convidados a rever conceitos. Produzir mais, em menor tempo, otimizando recursos e respeitando o meio ambiente será um mantra. Nosso modelo segue em construção. Quanto antes chegarmos lá, melhor!n