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– Epaminondas Gomes dos Santos (18 de agosto de 1954 a 24 de agos- to de 1954
Afonsos, e o da Região Norte, em Natal; a mudança da ECEMAR para o Galeão, e da Escola de Especialistas de Aeronáutica para Guaratinguetá (SP); e a designação de pessoal para as Unidades Aéreas e não para as Bases (isso vinha causando grandes problemas).
Além destas iniciativas, outras foram realizadas, dentre as quais destacamos: – o Decreto que “regulou as substituições nas Unidades e Bases Aéreas” (Decreto nº 29.845, de 4 de agosto de 1951); – o Decreto que autorizou o vôo por instrumentos em aeronaves monomotores, além das medidas que permitiram aos Comandos de Unidades Aéreas e à Divisão de Instrução de Vôo da Escola de Aeronáutica emitir certificado de vôo por instrumento (Cartões Verde, Branco e Branco Restrito); – a solicitação ao EMAER de estudo sobre a viabilidade de construção de aeronaves Friendship pela Focker S/A, na Fábrica do Galeão.
Em agosto de 1954, grave crise política se acentuou no cenário nacional. O foco desta crise envolvia a Aeronáutica, em conseqüência do chamado atentado da Rua Toneleros, no qual perdeu a vida o Major Aviador Rubens Vaz. Em conseqüência foi instalado o inquérito do Galeão para apurar o crime. Este inquérito acabou por constatar o envolvimento da guarda pessoal do Presidente da República nos acontecimentos, cujo objetivo era eliminar o líder civil Carlos Lacerda, ferrenho opositor do Presidente. Tudo isto acelerou o agravamento da crise política. O Ministro Nero Moura solicitou exoneração no dia 16 daquele mês. Sugeriu ao amigo, o Presidente Vargas, que o substituto devia ser alguém que são fosse ligado ao Governo e com trânsito na ala discordante do Governo, de preferência da confiança de Eduardo Gomes. Sugeriu o nome do Brigadeiro Henrique Dyott Fontenelle, muito considerado entre o pessoal da Aeronáutica. O Presidente concordou com a indicação, desde que Fontenelle mantivesse o Gabinete de Nero Moura, o que foi aceito pelo indicado. Na manhã do dia 18, surpreendentemente, o Ministro demissionário foi informado pelo Chefe do Gabinete da Presidência de que o seu substituto seria o Brigadeiro Epaminondas Gomes dos Santos. Nero Moura sempre atribuiu essa mudança do Presidente a pressões de elementos do Governo contrários a entendimentos com a oposição, o que se confirma pelo fato de o escolhido discordar radicalmente de Eduardo Gomes.
Depois, Nero Moura dedicou-se à Agricultura, até 1965, em fazenda adquirida em Goio-Erê, no Paraná. Desde 1955 até 1982, foi Assessor da Diretoria da Refinaria de Petróleo Ipiranga S/A.
– Epaminondas Gomes dos Santos (18 de agosto de 1954 a 24 de agosto de 1954)
Nasceu a 4 de novembro de 1891, no Rio de Janeiro, filho de Domingos dos Santos e Maria Paulina Pereira. Ingressou na Escola Naval em 1908, de onde saiu
em dezembro de 1911 como guarda-marinha. Em 1919, já como primeiro-tenente, iniciou o Curso de Observador e Aviador Militar na Itália. Em 1923, foi designado instrutor da Escola de Aviação Naval, assumindo depois o Comando da Esquadrilha de Aviões de Caça.
De 1937 a 1941, como capitão-de-corveta, Epaminondas Gomes dos Santos exerceu o Comando do Centro de Aviação Naval de Santa Catarina. Em 1941 passou para o recém-criado Ministério da Aeronáutica e, promovido a tenentecoronel aviador, passou a comandar a agora Base Aérea de Florianópolis. Em 1944, deixou este Comando, sendo promovido a coronel e nomeado Adido Aeronáutico no Chile até 1946. Em 1948 foi promovido a brigadeiro-do-ar e, em março de 1952, nomeado Comandante da Terceira Zona Aérea, no Rio de Janeiro. Neste Comando viveu, com intensidade, a grave crise política que envolveu o país na época.
Como já vimos, a 16 de agosto de 1954, o Ministro anterior, Nero Moura, sentindo as dificuldades pela crise política que envolvera a Aeronáutica, e no interesse de ajudar seu amigo, o Presidente Vargas, pedira exoneração do cargo, sugerindo a seu substituto um nome ligado ao Brigadeiro Eduardo Gomes, que liderava a oposição. Surpreendentemente, no dia 18, soube-se que Epaminondas Gomes, contrário a Eduardo Gomes, fora o escolhido e, neste mesmo dia, assumiu o Ministério.
No dia 20 houve muitas manifestações políticas em todo o país, muitas delas sugerindo a renúncia do Presidente. A 21 houve reunião de 70 oficiaisgenerais do Exército, no Ministério da Guerra (Exército), e de vários almirantes no Clube Naval. Neste mesmo dia 21, reuniu-se o Clube de Aeronáutica. O Brigadeiro Luiz Leal Netto dos Reis, em pronunciamento exaltado, pedia a renúncia do Presidente. Na manhã seguinte, no mesmo clube, outra reunião aconteceu. O Brigadeiro Carlos Rodrigues Coelho propôs que se aguardasse o final do inquérito. Outra proposta, a de Eduardo Gomes, sugeria, em nome da Aeronáutica, a renúncia do Presidente. Foi aprovada. Assinada por brigadeiros presentes, diz: “Os Oficiais da Força Aérea Brasileira, abaixo assinados, reafirmando o seu propósito de permanecerem dentro da ordem, da disciplina e dos preceitos constitucionais, acham que a presente crise nacional só poderá ser satisfatoriamente solucionada com a renúncia do Presidente”.
O Ministro Epaminondas Gomes reagiu contra tal idéia, mas a decisão dos brigadeiros foi entregue ao Presidente por outra pessoa. No dia 23, o Presidente decidiu convocar todo o Ministério. O Brigadeiro Epaminondas procurou o Ministro da Guerra para informar que havia generais se opondo a defender o Governo. Trinta deles apoiaram a decisão dos brigadeiros. Muitos almirantes estavam de acordo com a idéia de renúncia. Na noite do dia 23 o Ministério se reuniu. Os Ministros Militares achavam que não havia saída. O da Aeronáutica, que no dia 22