Revista Infantaria - Edição Especial

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Escudo francês contornado em prata de campo blau (azul ultramarino), tendo em chefe a inscrição COMPREP em branco, sigla representativa do Comando de Preparo. Um gládio alado em PRATA, símbolo da Aeronáutica, está sobreposto ao lugar de honra. À sua destra, quatro estrelas em prata, situadas em posição inferior, identificam o nível de Comando da Organização. Uma seção do globo terrestre em blau (azul-celeste), com meridianos e paralelos em sable, abrangendo parte da América do Sul em blau (azul-cerúleo), da qual sobressai o Brasil em ouro, estende-se desde o cantão destro da ponta até o cantão sinistro da ponta. Uma bússola estilizada, em azul ultramarino, marca a região onde está situado o COMPREP, ela representa a orientação, instrução, o norte da missão principal do COMPREP, o Preparo e o Adestramento Operacional.


Publicação da Subchefia de Segurança e Defesa do COMPREP

Diagramação e arte:

Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro

Expediente

SHIS - QI 05 - Área Especial 12 CEP 71615-600 Brasília-DF

Impressão:

Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro

Conselho Editorial

Brig Inf Marcelo (SCSD) Brig Inf Almir (1ª BDAAE) Cel Inf Queiroz (SCSD) Cel Inf Fernandes (1ª BDAAE)

Arte da capa: CECOMSAER SO SGS Senra

Redação de textos:

Imagens:

Brig Inf Marcelo (SCSD) Cel Inf Queiroz (SCSD) Cel Inf Okada (SCSD) Cel Inf Ivan (SCSD) Cel Inf Schiavo (SCSD) Cel Inf Fernandes (1ª BDAAE) Cel Inf M. Henrique (SCSD) Ten Cel Inf Dailo (SCSD) Ten Cel Inf Souto (SCSD) Maj Inf Valquir (SCSD)

CECOMSAER e acervo histórico do GSD-SP

Revista Edição Especial

80 Anos da Infantaria da Aeronáutica

Caro leitor, É com muita satisfação e orgulho que convidamos você a mergulhar nas páginas desta edição comemorativa da revista INFANTARIA e a conhecer um pouco mais sobre a tropa da FAB que é a “salvaguarda da aviação”. Ao longo de seus 80 anos de existência, a Infantaria da Aeronáutica tem buscado incansavelmente o aperfeiçoamento de suas atividades, por meio da capacitação da tropa de infantaria, do desenvolvimento de sua doutrina de emprego e da consolidação de suas áreas de atuação. No capítulo “Histórico”, o leitor fará uma viagem no tempo, percorrendo os fatos marcantes desde o surgimento da Infantaria da Aeronáutica, em 1941, até os dias atuais. Nos capítulos seguintes, cada uma das áreas de atuação da Infantaria da Aeronáutica –“Segurança e Defesa”, “Defesa Aeroespacial”, “Operações Especiais” e “Busca e Salvamento” – serão abordadas, com informações sobre como atuam cada uma dessas vertentes e de que forma contribuem com a missão da Força. Em “Organização da INFAER”, será mostrado como estão organizadas as trinta e três Unidades de Infantaria (U Inf) que hoje compõem a tropa de combate de superfície da FAB. No último capítulo, “A Infantaria do futuro”, será apresentada uma visão prospectiva sobre os próximos passos da INFAER na busca de seu aprimoramento. Por fim, desejamos a você, leitor, uma ótima e agradável leitura. A Redação. 3

80 Anos da INFANTARIA da Aeronáutica


Índice Editorial..............................................................5 Histórico.............................................................6 Segurança e Defesa..........................................15 Defesa Aeroespacial.........................................22 Operações Especiais........................................28 Busca e Salvamento.........................................31 Estrutura da Infantaria....................................36 Infantaria do Futuro.........................................42


EDITORIAL Ten Brig Ar SÉRGIO ROBERTO DE ALMEIDA Comandante de Preparo

“Seria muito mais fácil destruir ninhos e ovos do inimigo no solo do que caçar seus pássaros pelos céus.” Assim previu Giullio Douhet, o grande teórico do Poder Aéreo, reconhecendo a grande vulnerabilidade pela qual a aviação passaria quando estando em terra. E com o Lema, “Defendendo na terra o Domínio do Ar”, a Infantaria da Aeronáutica, responsável pelas atividades terrestres da FAB elencadas em: Segurança e Defesa; Operações Especiais e Defesa Antiaérea, completará, em 11 de dezembro de 2021, 80 anos de existência. Com o orgulho de poder comandar esses valorosos combatentes terrestres no Comando de Preparo (COMPREP), enalteço o espírito aguerrido desses militares em firmarem-se como incontestável suporte para a garantia das operações aeroespaciais de nossa Força. Sobrepujar dificuldades com resiliência, perseverança e entusiasmo possibilitou, ao longo do tempo, o acompanhamento eficiente e em perfeita sintonia com as evoluções tecnológicas da FAB, representada por profissionais bem preparados e capazes de manter a Infantaria da Aeronáutica em permanente estado de evolução. Os fatos e dados contidos nas páginas desta re-

vista têm por objetivo conduzir o leitor a vivenciar e a conhecer um pouco mais dessa trajetória de inegável esforço e de dedicação da Infantaria da Aeronáutica, na busca incessante da construção de uma Atividade de Combate estruturada, sólida e capaz de atender a padrões de eficiência e de eficácia voltados ao desempenho de capacidades necessárias para o adequado e oportuno emprego operacional da Força Aérea Brasileira. Por fim, é importante ressaltar as excelentes contribuições dos infantes de ontem e de hoje que, ao longo desses anos de existência, dedicaram parte de suas vidas ao legado oferecido aos combatentes terrestres da Força Aérea Brasileira, na criação e no desenvolvimento de doutrinas, táticas, técnicas e procedimentos que culminaram na excelente qualidade com que a Infantaria cumpre hoje suas missões. Parabéns à Infantaria da Aeronáutica pelos seus 80 anos de trajetória de sucesso e de constante aperfeiçoamento. Continuem com o glorioso lema, de possibilitar e de garantir a proteção e a segurança das operações aeroespaciais desde a superfície: “Defendo na terra o Domínio do Ar” !


HISTÓRICO

Infantaria da Aeronáutica: A proteção do Poder Aéreo Oitenta anos de história

O nascimento em combate

Neste ano de 2021, a Infantaria da Aeronáutica comemora seus oitenta anos, no dia 11 de dezembro, data que foi instituída como o “Dia da Infantaria da Aeronáutica”, por meio da Portaria n° 0954/GM3, de 13 de julho de 1984, em uma alusão ao ano de 1941, quando, nesta data, foi publicado o Decreto-Lei nº 3.930, criando as seis primeiras Companhias de Infantaria de Guarda (Cia. IG), instaladas nas bases aéreas brasileiras de Belém, Fortaleza, Recife e Galeão, e nas bases aéreas utilizadas pelos norte-americanos de Natal e Salvador.

A história da Infantaria da Aeronáutica se confunde com a da Força Aérea Brasileira, surgindo, praticamente, com a criação do Ministério da Aeronáutica (MAER), no início da Segunda Guerra Mundial, ilustrada pela criação das Companhias IG das Bases Aéreas já citadas e com a participação direta dos Segundos Sargentos IG José Adolfo Teixeira, José da Silva Rondon e Severino Pessoa Muniz, na segurança terrestre do Primeiro Grupo de Caça (1943-1945), na Itália. O ato de criação do novo Ministério estabeleceu, desde logo, condições para o desenvolvimento da Força Aérea Brasileira (FAB). Assim, os elementos existentes nas aviações do Exército Brasileiro (EB), da Marinha do Brasil (MB) e da Aeronáutica

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Civil passaram a pertencer ao novo órgão. Também neste sentido, foram baixadas instruções sobre a formação dos sargentos especialistas para a Aeronáutica, a qual seria feita, inicialmente, em uma única escola, assim, a Escola de Aviação Naval e a Escola de Aviação Militar foram extintas e criada, em 25 de março de 1941, a Escola de Especialistas de Aeronáutica, sediada na Ponta do Galeão, Ilha do Governador - RJ. Em 10 de novembro de 1941, organizou-se o Corpo de Oficiais da Aeronáutica, que era composto de dois Quadros de Oficiais Combatentes: Aviadores e de Infanta ria de Guarda; e dos Quadros de Oficiais de serviços: Intendentes, Médicos, Engenheiros e Mecânicos. O Quadro de Oficiais de Infantaria de Guarda (IG) destinava-se a recrutar os oficiais necessários ao desempenho das funções de oficial subalterno das primeiras Companhias de Infantaria de Guarda (Cia. IG) da Aeronáutica. Desta maneira, em 1942, tendo em vista a urgência em organizar as seis já citadas Companhias, foram baixadas diretrizes para o preenchimento dos próprios efetivos. Os claros existentes seriam preenchidos com sargentos e cabos da ativa do Exército, de preferência da Arma de Infantaria e, para os oficiais, foram aprovadas as instruções para o recrutamento de segundos-tenentes do Quadro de Infantaria de Guarda (QOIG), que foi criado com acesso somente até o posto de Primeiro-Tenente e seu efetivo composto por trinta Segundos-Tenentes e quinze Primeiros-Tenentes.

No ano de 1945, criou-se uma Companhia de Infantaria de Guarda na 4ª Zona Aérea e, após a Segunda Guerra Mundial, durante o ano de 1946, organizou-se a Força Aérea Brasileira em tempo de paz, que se constituía de Comando Territorial, Grandes Unidades Aéreas, Unidades Aéreas de Co operação, Unidades de Aviação, Unidades de Infantaria de Guarda e Serviços e, em dezembro daquele ano, baixaram-se instruções para o funcionamento das Bases Aéreas (BAe), prevendo uma Companhia de Infantaria de Guarda para cada BAe. Ainda em 1946, foi criada uma unidade de Polícia Militar (precursora da Polícia da Aeronáutica) nas estruturas do Quartel General de cada Comando de Zona Aérea e criou-se também, a primeira vaga para capitão IG. Posteriormente, já na década de 1950, as Bases Aéreas passaram a contar com Subunidades de Polícia da Aeronáutica. Em decorrência das dificuldades surgidas com a II Guerra Mundial, verificou-se a necessidade de incrementar a formação de técnicos. A Escola de Especialistas de Aeronáutica não tinha condições de estruturar-se para formar a quantidade de pessoal necessária e, como solução imediata, muitos militares e civis foram enviados aos Estados Unidos para que, através de cursos, pudessem satisfazer às necessidades mais prementes da FAB. Esta solução começou a sofrer restrições por ser muito onerosa e decidiu-se por contratar a “Organização John Paul Ridle Aviation Tecnical School”, que instalou no Brasil, na cidade de São Paulo, um Escola Técnica de Aviação – ETAv. Com o término da 7

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Segunda Guerra, houve certa estabilização na formação de pessoal e houve a fusão das duas Escolas, nascendo em 1950, com sede em Guaratinguetá SP, a atual Escola de Especialistas de Aeronáutica – EEAR. A mudança para essa nova sede foi feita durante os anos de 1950 e 1951, progressivamente e teve como primeiro comandante do Corpo de Alunos o Cap IG Paulo Dantas Martins (SET 1951 a AGO 1952). Pode-se considerar que o pensamento dos oficiais que procuravam organizar a Infantaria na Força Aérea, foi estruturá-la diferentemente da Infantaria do Exército e dos Fuzileiros Navais, com a preocupação de que a Infantaria se adequasse à doutrina operacional e à cultura organizacional desta nova Força, sendo sedimentado com a previsão da formação dos Oficiais de Infantaria na Escola de Aeronáutica, de acordo com o Decreto nº 30.698, de 1º de abril de 1952. Tal situação permitiria propiciar, com a continuidade dos cursos de pós-formação de carreira, que estes oficiais obtivessem as competências necessárias para se tornarem formuladores das doutrinas que adequariam as atividades da Infantaria à FAB. Apesar de tal pensamento, questões pontuais ou emergenciais vieram proporcionar outro encaminhamento à questão. O ano de 1952 presenciou a fixação de trinta vagas para o Curso de Formação de Oficiais de Infantaria de Guarda na Escola da Aeronáutica. No decorrer de 1953, foram autorizados a matricular-se no Curso de Formação de Oficiais de Infantaria de Guarda, independentemente de concurso de admissão, os suboficiais e sargentos possuidores da medalha Cruz da Aviação. Este foi um ato que beneficiou os graduados que participaram das ope rações de guerra na Itália e no Brasil. Todavia, foi adiado o início do Curso, pela Diretoria de Ensino, a pedido dos sargentos aprovados, pois esses não se integraram aos cadetes. Por essa razão, o Ministro da Aeronáutica determinou a transferência do CFOIG para a Escola de Oficiais Especialistas (EOE), na cidade de Curitiba-PR, a qual passou a se denominar “Escola de Oficiais Especialistas e de Infanta80 Anos da INFANTARIA da Aeronáutica

ria de Guarda (EOEIG)”, em junho de 1953. Assim, a partir de agosto de 1953, a EOEIG passa a formar oficiais da ativa nos quadros de Especialistas (nas especialidades de Comunicações, Avião, Armamento, Fotografia, Controle de Tráfego Aéreo e Meteorologia) e de Infantaria de Guarda. A primeira turma do CFOIG formou-se em 28 de junho de 1955, sendo composta de dezenove aspirantes a oficial. Em 1959 elaborou-se a instrução para o funcionamento do Curso de Aperfeiçoamento para os Oficiais de Infantaria de Guarda. Os Majores, promovidos anteriormente, tinham feito esse curso no Exército. A partir de 1959, os cadetes desligados da Escola de Aeronáutica, por motivos de saúde ou inaptidão ao voo, passaram a ter a oportunidade de permanecer nas fileiras da FAB por meio da formação na EOIEG. A matrícula de ex-cadetes no CFOIG foi regulamentada em 08 de novembro de 1963, sendo que, apenas em 1965, ocorreram as primeiras matrículas oriundas deste ato. Em 1963 acrescentou-se à estrutura organizacional dos Comandos das Zonas Aéreas os Esquadrões de Polícia da Aeronáutica (EPA) e, em 1964, o efetivo da Polícia da Aeronáutica das 3ª e 6ª Zonas Aéreas foi agrupado no Esquadrão de Polícia da Aeronáutica (EPA). É preciso ter em conta que, em termos de evolução, não se verificou nenhuma mudança organizacional nos 14 anos que se seguiram entre 1966 até 1980.

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O renascimento no "Ninho das Águias" Em 1981, o Ministro da Aeronáutica determinou a composição de um grupo de trabalho com a finalidade de promover a reestruturação do Quadro de Oficiais da Aeronáutica. Baseado em ponderações muito bem fundamentadas, o grupo gerou um relatório final com a recomendação da manutenção do Quadro de Oficiais de Infantaria de Guarda e com a proposta de reformulação do mesmo, inclusive com uma nova denominação. Incontinenti, o Sr. Ministro encaminhou uma proposta e, no ano de 1982, por decreto do Presidente da República, é mudado o nome de Infantaria de Guarda para Infantaria da Aeronáutica. A nova denominação, Infantaria da Aeronáutica (INFAer), veio acompanhada de uma nova metodologia de adestramento, doutrina e emprego. Voltando-se à ideia original da formação de oficiais infantes na antiga Escola da Aeronáutica, em julho de 1982, foi atribuída à, agora já renome ada, Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga-SP, a formação dos Oficiais de Infantaria da Aeronáutica. A transferência da formação do oficial infante da EOEIG para a AFA é considerada um marco no processo de reestruturação da Infantaria. Ao longo de seus quase 30 anos de existência, a EOEIG formou cerca de 380 oficiais de Infantaria de Guar-

da. Em seu ano inaugural no “Ninho das Águias”, o CFOINF trazia em seu bojo as competências básicas de um curso superior de Engenharia, a ser ministrado em dois anos. Nos anos seguintes, a Instrução Técnico-Especializada reforçou-se, na parte prática, com o acréscimo das disciplinas de Tática de Infantaria, Operações e Sobrevivência na Selva. Os ganhos na instrução resultaram em oficiais mais bem preparados. Mas, os benefícios possibilitados pela formação na AFA não se limitam aos aspectos teóricos e técnicos da formação profissional. É mister considerar o estreitamento da convivência entre os cadetes de Infantaria e os futuros oficiais intendentes e aviadores, que iriam comandar a FAB no futuro. Ao unirem-se a eles, sob a égide de uma mesma instituição (o tradicional "Ninho das Águias"), os jovens infantes comungaram cultura e valores, agregando-se a essa elite de oficiais e, com eles, criando laços de fraternidade e espírito de corpo. Em 1984 graduou-se na AFA, a primeira turma de 42 Aspirantes-a-Oficial. A formação na AFA possibilitou ainda a continuidade dos estudos com equivalência de pós-formação, o que fez a Infantaria galgar passos em direção ao oficialato superior. Foram cedidas, para o Quadro de Infantaria da Aeronáutica em 1983, três vagas para o Curso Básico de Admissão (CBA) na Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR) e por conta do conteúdo curricular


dos cursos oferecidos, o oficial de Infantaria passou a reunir as condições para participar das deliberações dos Órgãos de Comando, Direção-Geral e Estado-Maior, sendo garantido seu acesso até o posto

comandados por Majores de Infantaria, que, finalmente possibilitaram conjugar, sob comando único, as operações de Polícia da Aeronáutica e de Segurança e Defesa, dentre outras que, afetas à Infantaria, até então se encontravam dispersadas dentro das unidades. O EMAER sugeriu, em setembro de 1984, a criação de um novo tipo de unidade de Infantaria da Aeronáutica, que extinguiu os BGS e BPA e criou uma unidade de múltiplo emprego denominada Batalhão de Infantaria da Aeronáutica (BINFA), que incluía subunidades de Infantaria da Aeronáutica, Polícia da Aeronáutica e Contraincêndio; e onde estavam lotadas, também, as Bandas de Música e Marciais, Seções Mobilizadoras e de Educação Física. Os BINFA passaram a ser subordinados diretamente ao Comandante da Organização a que pertenciam, sendo comandados por Tenentes-Coronéis de Infantaria, no caso dos BINFA de Comandos Aéreos Regionais (COMAR), ou por Tenentes-Coronéis ou Majores, também de Infantaria, conforme estabelecido em portaria de ativação. Em fevereiro de 1986, foi realizado o 1º Simpósio da Infantaria da Aeronáutica, em Brasília, com o intuito de aglutinar, em um documento, sugestões para o Alto Comando da Aeronáutica, a fim de possibilitar o incremento das condições operacionais relativas à Infantaria da Aeronáutica e neste mesmo ano foram enviados os primeiros oficiais de Infantaria da Aeronáutica para realizarem o “Security Police Officer Course e o Air Base Ground Defence Commander Course” na Força Aérea Norte-americana, com a finalidade de aprimorar a doutrina de emprego do vetor de proteção de recursos e meios da FAB. Ainda no ano de 1986, no dia 07 de novembro, o Ministro de Estado da Aeronáutica, considerando a criação das primeiras Unidades de Infantaria da Aeronáutica, em 11 de dezembro de 1941, resolveu instituir o dia 11 de dezembro como a data comemorativa da Infantaria da Aeronáutica, o “Dia da Infantaria da Aeronáutica” e, em 10 de dezembro de 1986, foi aprovada a Portaria n° 1.184/GM3,

de Coronel. Como parte das reformulações da Infantaria da Aeronáutica, ocorreu uma modificação fundamental para a estrutura das Unidades de Infantaria e por intermédio da Portaria n° R-124/GM3, de 10 de março de 1983, foram criados os Batalhões de Polícia de Aeronáutica (BPA), nos QG dos Comandos Aéreos Regionais e Batalhões de Guarda e Segurança (BGS) em 42 organizações do MAER, 80 Anos da INFANTARIA da Aeronáutica

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que aprovou a Canção da Infantaria da Aeronáutica, de autoria do Suboficial Músico Sebastião Gonçalves Ribeiro. Calcado em uma diretriz do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), que garantia às forças singulares posicionamento de armas antiaéreas destinadas à autodefesa de suas unidades e, sentindo a falta de uma artilharia antiaérea para apoiar os seus desdobramentos, em 1989 foram matriculados dois oficiais de Infantaria da Aeronáutica na Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe) e no ano de 1990, o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) decidiu acrescentar à organização dos BINFA uma Companhia de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (CAAAD), sendo a primeira ativada na Base Aérea de Canoas e equipada com mísseis portáteis terra-ar IGLA de fabricação soviética, a partir de 1997. A partir de 1991, os oficiais intermediários e superiores do quadro passaram a integrar as missões de observador militar pela Organização das Nações Unidas (ONU). Como resultado do II Simpósio de Infantaria da Aeronáutica, realizado em 1992, o Comando-Geral do Ar (COMGAR) decidiu acrescentar, aos BINFA subordinados, frações de pronto emprego para atividades não usuais à tropa de Infantaria da Aeronáutica, denominados Pelotões Especiais de Infantaria (PEI), mais tarde chamados de Pelotões Operacionais de Infantaria (POI) e, finalmente, de Pelotões de Operações Especiais (PELOPES), sendo desativados pela RECGAR 11/SCSD/2010 em 2010. Com a reedição da DMA 1–1, Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira, em 1997, a FAB destinou à Infantaria da Aeronáutica, no contexto da Missão de Defesa de Instalações, a defesa antiaérea, a proteção passiva e ativa de instalações de interesse da Aeronáutica e os equipamentos nelas incluídos contra ameaças terrestres de qualquer natureza e o controle de danos. Ainda em 1997, a Portaria n° R-494/GM3, de 10 de julho, aprova a DMA 19-2 - Diretriz de Reestruturação da Infantaria da Aeronáutica, a qual cria, no Comando-Geral de Operações Aéreas

(COMGAR), a Subchefia de Operações Terrestres, transformada, em 1998, no Centro de Operações Terrestres da Aeronáutica (COTAR), como órgão centralizador da atividades de segurança, para desenvolver a doutrina e supervisionar o emprego das unidades de Infantaria da Aeronáutica e também, nos Estados-Maiores dos Comandos Aéreos Regionais (COMAR), as Seções de Operações Terrestres (A-7), com finalidade sistêmica. Além disso, foram editadas várias publicações doutrinárias em prol da organização, funcionamento e emprego da Infantaria. Nos anos de 2000 e 2001, são regularizados e nomeados todos os Batalhões de Infantaria (BINFA) e Companhias de Infantaria Isoladas (CINFAI) e seus Comandantes publicamente nomeados. No ano de 2001, são aprovadas as primeiras três vagas para oficiais de infantaria realizarem o Curso de Política e Estratégia e matriculados no ano de 2002, um para realizar o Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais (CPEA) na (ECEMAR) e os outros dois no Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE) da Escola Superior de Guerra (ESG). Fruto do resultado de estudos de Grupo de Trabalho coordenado pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), foi criado, pela Portaria R-511, de 20 de setembro de 2001, o Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial de Manaus (BINFAE-MN), revolucionando a organização da tropa e, entre outras novidades, apresentando efetivo próprio, tabela de viaturas e Comandante designado pelo Alto-Comando da Aeronáutica. Em 2002, a Diretriz da Estrutura Organizacional Básica da Infantaria da Aeronáutica - DCA 19-2, incorpora o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS - PARA-SAR), como unidade de Infantaria e cria a figura do BINFAE - Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial (BINFAE). Além do BINFAE-MN, foram criados também o BINFAE-CO em 2002, os BINFAE-AF e BINFAE-BR em 2003, os BINFAE-GL e BINFAE-RF em 2005 e, finalmente, os BINFAE-BE e BINFAE-RJ em 2006, de acordo com suas respectivas Portarias de criação e ativação. 11

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Consolidação do Sistema de Segurança e Defesa A Portaria nº 930/GC3, de 06 de setembro de 2004, institui o Sistema de Segurança e Defesa do Comando da Aeronáutica (SISDE) e neste mesmo ano é criada a Oração da Infantaria da Aeronáutica, na AFA. O Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) organizou a Primeira Reunião Anual da Infantaria (I RAInf), entre os dias 03 a 10 de novembro de 2005, na Base Aérea de Canoas (BACO), buscando o intercâmbio de experiência entre os elos do Sistema de Segurança e Defesa (SISDE). O evento foi coordenado pelo Centro de Operações Terrestres da Aeronáutica (COTAR), em conjunto com o Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), e aconteceu, simultaneamente, com o 1º Torneio da Tropa de Infantaria (TTI). No ano de 2007, o Decreto nº 6.147, de 06 de julho, acrescentou dispositivo ao art. 1º do Decreto no 5.926, de 09 de outubro de 2006, fixando o cargo privativo do posto de Brigadeiro do Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica como Chefe do Centro de Operações Terrestres (COTAR). Em outubro de 2007, foi escolhido o nome do Coronel Agostinho Shibata como o primeiro Brigadeiro de Infantaria da história da instituição, para exercer o cargo de Chefe do COTAR. No ano de 2009, o órgão máximo da Infantaria da Aeronáutica passou a ter outra denominação, sendo alterado para Subchefia de Segurança e Defesa do Comando-Geral de Operações Aéreas. O conhecimento e a experiência obtidos em diversos Exercícios, em especial aqueles ocorridos em 2009, permitiram a elaboração de uma concepção operacional para a criação de uma estrutura de defesa antiaérea e, em 10 de novembro de 2011, o Comandante da Aeronáutica (CMTAER), aprovou a Portaria Nº R-762/ GC3, criando, em 12 de janeiro de 2012, o Primeiro Grupo de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (1º GAAAD), na Base Aérea de Canoas-RS. Em 2012, com a nova Diretriz de Emprego


da FAB e a modificação da doutrina de emprego formulada pela Subchefia de Segurança e Defesa, os três principais ramos de atuação e especialização da Infantaria da Aeronáutica passaram a ser: Operações Especiais, Artilharia Antiaérea e Proteção da Força. Para coordenar as tarefas atribuídas às Unidades Antiaéreas, foi criado e ativado, em 03 de abril de 2012, o Núcleo de Brigada de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (NuBAAAD), bem como a criação e ativação do Segundo Grupo de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (2º GAAAD), na BAMN. O COMAER, em 08 de julho de 2014, alterou a nomenclatura do NuBAAAD, que passou a ser denominado como Núcleo de Brigada de Defesa Antiaérea (NuBDAAE) e em consequência, os GAA AD receberam uma nova denominação: Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE). Em 09 de setembro de 2015, foi criado e ativado o Terceiro Grupo de Defesa Antiaérea, na BAAN e, finalmente, por meio do

Decreto n° 8595, de 18 de dezembro de 2015, foi criada a Primeira Brigada de Defesa Antiaérea na estrutura do Comando da Aeronáutica, sob o Comando de um Brigadeiro de Infantaria. Neste período, além do desenvolvimento doutrinário de suas áreas de atuação, teve ampliado seu emprego operacional nas atividades ligadas, diretamente, à Força Aérea, bem como na Garantia da Lei e da Ordem (GLO), ações contra crimes transnacionais e outras missões constitucionais, participando ativamente das Operações Ostium, Porteira Fechada e Plano Brasil da FAB, Operações conjuntas Amazônia, Ágata, Verde Brasil, COVID e Anhanduí, de GLO no Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e intervenção Federal do Rio de Janeiro e nos Grandes Eventos realizados no Brasil como: Jogos Mundiais Militares em 2011, Jornada Mundial da Juventude e Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo em 2014 e Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016. 13

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Unidades de Infantaria da Aeronáutica e dá outras providências, passando a adotar as denominações de Grupos de Segurança e Defesa (GSD), Esquadrões de Segurança e Defesa (ESD), Esquadrilhas de Segurança e Defesa (EaSD) e Elementos de Segurança e Defesa (ElSD). Sendo mantidas as Unidades de Infantaria de Defesa Antiaérea: Primeira Brigada de Defesa Antiaérea (1ª BDAAE), Primeiro Grupo de Defesa Antiaérea (1° GDAAE), Segundo Grupo de Defesa Antiaérea (2° GDAAE) e Terceiro Grupo de Defesa Antiaérea (3° GDAAE) e de Operações Especiais: Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS-PARASAR). Ação de Força Aérea de Autodefesa de Superfície se consolida em 2020, com o primeiro Curso de Autodefesa de Superfície (CADS) e juntamente, com as ações de Polícia da Aeronáutica e Segurança das Instalações completam as Ações de Força Aérea previstas e consolidam a Segurança e Defesa da FAB. Neste ano de 2021, acompanhando as diretrizes para o aprimoramento da reestruturação da Força Aérea, todas as Unidades de Segurança e Defesa passaram a ter a denominação de Grupos de Segurança e Defesa (GSD) estruturados dentro das Bases Aéreas ou Unidades de Aeronáutica. Com a finalidade de garantir o grau de segurança necessário das instalações, dos equipamentos e do pessoal de interesse do Comando da Aeronáutica com o grau de excelência desejado, a Infantaria busca de maneira incessante o aprimoramento do conhecimento e aquisição dos equipamentos que permitam o preparo e o emprego das Unidades de Infantaria na consecução de ações de superfície defensivas, ofensivas e de proteção, de maneira a promover um ambiente operacional seguro para as Operações Aéreas.

Destaca-se também, nessa fase, o início da participação das tropas de Infantaria da Aeronáutica na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), criada pelo Conselho de Segurança da ONU. Em julho de 2010, o EMAER aprovou a Diretriz que dispõe sobre a participação de tropa de Infantaria da Aeronáutica em Operações de Paz - DCA 55-37 e a Diretriz que dispõe sobre a Preparação da Tropa da Aeronáutica para Missão de Paz no 14º Contingente Brasileiro na MINUSTAH - DCA 55-38. Desde 2011, até o final de 2017, a FAB enviou mais de 250 militares, divididos nas funções de Estado-Maior e em diversos pelotões.

Força Aérea 100 e o Conceito de Emprego da Infantaria da Aeronáutica No ano de 2016, com a aprovação da DCA 1145 - Concepção Estratégica - Força Aérea 100, teve curso a reestruturação da Força Aérea Brasileira e com ela, a reorganização das Unidades de Infantaria da Aeronáutica. A Portaria nº 632/GC3, de 9 de maio de 2018, reformulou o Sistema de Segurança e Defesa do Comando da Aeronáutica e a Portaria nº 673/ GC3, de 16 de maio de 2018, dispõe sobre as transformação, denominação, criação, desativação de 80 Anos da INFANTARIA da Aeronáutica

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SEGURANÇA E DEFESA Contribuindo com a Tarefa de Proteção da Força “A única segurança verdadeira na vida provém de saber que a cada dia você melhora de alguma maneira.” A frase de Anthony Robbins bem descreve o longo caminho, cheio de incertezas e dificuldades, trilhado pela Infantaria da Aeronáutica, desde sua fundação em 1941 até os dias atuais. No Brasil, os Princípios Constitucionais vigentes, relacionados a “não-intervenção”, a “defesa da paz” e a “solução pacífica dos conflitos” sinalizam que o Poder Aeroespacial, provavelmente, não será empregado em operações ofensivas antes de ser o país agredido militarmente ou ser notificado oficialmente quanto à deflagração de hostilidades. Portanto, compete à Força Aérea Brasileira estar preparada para atuar defensivamente e ser capaz de sobreviver aos primeiros ataques do oponente, o que significa priorizar a Tarefa de Proteção da Força.

Além das operações relativas à missão constitucional de defesa da pátria, a tropa de Infantaria da Aeronáutica, devido à sua organização, equipamento e treinamento, tem a capacidade de ser empregada na missão constitucional de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e em Operações de Paz, sob a égide de organismos internacionais dos quais o Brasil seja signatário. Fruto do trabalho de várias gerações de infantes, temos hoje inserida na Doutrina Básica de Força Aérea (DCA1-1) a concepção da Tarefa de Proteção da Força, que engloba, dentre várias ações, as ações de Autodefesa de Superfície, Polícia da Aeronáutica e Segurança das Instalações. Um “tripé” de Segurança e Defesa em prol dos interesses da Força Aérea Brasileira. Tais atividades foram concentradas sob a responsabilidade dos Grupos de Segurança e Defesa.

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passado nos trouxe a lição de que o principal objetivo das incursões contra aeródromos foi destruir aeronaves ain-

Sendo assim, a Segurança e Defesa (SEGDEF) é o conjunto de atividades que contribui para a preservação do poder de combate da FAB, a fim de garantir o grau de segurança desejado das instalações, do pessoal, do conhecimento e dos equipamentos de interesse do Comando da Aeronáutica. Para que conheçamos efetivamente a atividade de Segurança e Defesa, desempenhada pelos Grupos de Segurança e Defesa, é necessário que apresentemos ao leitor um pouco de cada uma das ações que compõem a Tarefa de Proteção da Força.

da em solo. A preferência dos incursores foi o uso de ataques combinados de infiltrações para instalação de cargas explosivas e o uso de armas “stand-off ”. A principal razão do insucesso de algumas dessas incursões foi a existência de ações de autodefesa de superfície nos aeródromos. Desde 2005 a DCA 1-1 – “Doutrina Básica de Força Aérea”, define a ação de Autodefesa de Superfície como “a Ação que consiste em empregar Meios de Força Aérea para detectar, identificar e neutralizar ou impedir ataques realizados por forças terrestres, aeroterrestres, aeromóveis ou anfíbias inimigas às Áreas Sensíveis e aos Pontos Sensíveis de interesse da Força Aérea.” Em 2018, o PCA 11-47 – “Plano Estratégico Militar da Aeronáutica” determinou o planejamento da autoproteção dos Meios de Força Aérea com equipamentos compatíveis com o emprego em Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). No ano seguinte, em 2019, a DCA 11-118 – “Diretriz de Planejamento Institucional” manteve a determinação de desenvolver e implementar a doutrina de Autodefesa de Superfície, com a finalidade de autoproteção dos Meios de Força Aérea.

Autodefesa de Superfície Alan J. Vick, em seu livro “Snakes in the Eagle’s Nest” afirma: “As máquinas voadoras, mesmo as mais modernas, por sua natureza, possuem um fino revestimento, sendo alvos relativamente macios. A velocidade, manobrabilidade e invisibilidade ao radar permitem a estes veículos sem blindagem sobreviverem e serem decisivos em combate. Em contraste, uma aeronave estacionada em um pátio não possui nenhuma dessas características e – comparada com a maioria dos outros alvos terrestres – é insignificantemente fácil de destruir.” O estudo da história das guerras do século

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No mesmo ano, a DCA 125-5 – “Conceito de Emprego da Infantaria da Aeronáutica” citou a associação da Autodefesa de Superfície à Capacidade Militar Aeroespacial de Proteção da Força; às Possibilidades de Atuação, e às Áreas de Atuação da Infantaria da Aeronáutica. Com isso, é criado o Projeto Estratégico de Doutrina de Autodefesa de Superfície. O emprego operacional dos Esquadrões de Autodefesa de Superfície (EaADS) está organizado em cinco subsistemas interdependentes: Subsistema de Armas; Subsistema de Vigilância e Alarme; Subsistema de Mobilidade; Subsistema de Comunicações; e Subsistema de Equipamentos Individuais. O Subsistema de Armas compreende o armamento individual, armas de apoio, munições e acessórios necessários ao poder de combate e à proteção dos componentes da tropa de ADS. Na classe de armamento individual estão o fuzil de assalto, as granadas de mão (ofensivas e defensivas), a metralhadora leve e a pistola. Quanto às armas de apoio, coletivo, estão incluídos o morteiro leve, o morteiro médio, o canhão sem recuo, as metralhadoras leve e pesada e o fuzil tático de precisão. O Subsistema de Vigilância e Alarme compreende meios aéreos e terrestres para a detecção, identificação e alarme antecipados de ameaça. Os equipamentos que integram esse subsistema são representados pelo drone, binóculo termal, 17

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Os itens constantes como equipamentos individuais são diversos, mas, principalmente, representados por: capacete, coletes, óculos, joelheiras, cotoveleiras, luvas, coldre, porta carregadores, mochila, barraca individual, kit de primeiros socorros, dentre outros. O Centro de Operações de Autodefesa de Superfície (COADS) é o centro de comando, controle, comunicações, computação, inteligência, vigilância e reconhecimento (C4ISR) para integração das ações de ADS, ou seja, o posto de comando das ações táticas em andamento dentro da área de responsabilidade da Força de Autodefesa de Superfície e órgão de ligação com o escalão superior e demais tropas operando na região. Em 2020, a Doutrina de Autodefesa de Superfície é consolidada por intermédio do MCA 125-17 - “Manual de Autodefesa de Superfície” e o primeiro Curso de ADS é realizado na cidade de Natal-RN, no Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE), momento em que foram formados os primeiros operadores de ADS da Força Aérea Brasileira. Atualmente, o primeiro Esquadrão de Autodefesa de Superfície está em implantação no Grupo de Segurança e Defesa de Manaus.

óculos de visão noturna, sensores da Central Móvel de Vigilância Eletrônica (CMVE), radar de vigilância terrestre e telêmetro. O Subsistema de Mobilidade compreende as viaturas que atuam como multiplicadoras de força nas atividades de coordenação, patrulhamento, posicionamento e movimentação de tropa no terreno e reação frente a ameaças. As viaturas que proporcionam a mobilidade são: caminhão tropa, motocicleta para motopatrulhamento, veículo de tração 4x4 para transporte de frações, viatura blindada leve sobre rodas para patrulha motorizada e Força de Reação e veículo tipo furgão para a Central Móvel de Vigilância Eletrônica. O Subsistema de Comunicações compreende os equipamentos necessários para assegurar os enlaces, com a permanente transmissão de dados, voz e imagens de cunho operacional ou logístico, imprescindíveis à integração entre frações desdobradas no terreno, viaturas e centros de operações de comando e controle. Os equipamentos que integram esse subsistema são representados pelos rádios central, veicular e portátil, com capacidade de comunicação “terra x terra”, “terra x ar” e satelital. O Subsistema de Equipamentos Individuais compreende os itens que constituem complemento ao fardamento e são necessários para assegurar a proteção do combatente, o transporte de materiais e a sobrevivência de todos os componentes da tropa ADS, principalmente, daqueles que estiverem operando desdobrados no terreno. 80 Anos da INFANTARIA da Aeronáutica

Polícia da Aeronáutica De acordo com a DCA 1-1 “Polícia da Aeronáutica (PA) é a Ação que consiste em empregar Meios de Força Aérea para manter a lei e a ordem no interior de instalações militares ou em áreas de 18


interesse da Força Aérea.” Os militares que atuam nesta área da Segurança e Defesa desempenham as seguintes atividades: escolta de batedores, escolta motorizada, escolta fluvial, busca e apreensão, motopatrulhamento, medidas de controle de solo (MCS), honras militares, bloqueio e controle de vias, controle de distúrbios (ações de Garantia da Lei e da Ordem – GLO), controle de trânsito, guarda de presos e prisioneiros de guerra, perícia criminal, emprego de cães de guerra, policiamento montado, policiamento ostensivo, posto de segurança estático e segurança e proteção de autoridades. As capacidades operacionais listadas acima não são desempenhadas por todas as USEGDEF. Cada Grupo de Segurança e Defesa, de acordo com as necessidades da Força Aérea e com as características do local onde estão sediados, possuem um rol de capacidades sob sua responsabilidade. Essas capacidades, de cada USEGDEF, estão especificadas em Norma do Sistema de Segurança e Defesa (NOSDE CAP 301). Por executar a ação de Força Aérea que abarca as atividades acima descritas, a Polícia da Aeronáutica participou com louvor de vários eventos nacionais e internacionais. A Polícia da Aeronáutica participou na missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti. Tal participação teve o reconhecimento do Ministério da Defesa e do Exército Brasileiro que muito elogiaram o grau de profissionalismo e dedicação das tropas de Polícia da Aeronáutica que representaram o Brasil e a ONU no exterior. A expertise adquirida nas missões de paz do Haiti e o reconhecimento do alto padrão de desempenho de nossas tropas culminaram com o convite para participar das ações de GLO por ocasião da Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, em atuação interoperativa com as tropas do Exército e da Marinha do Brasil. Mais uma vez, a Polícia da Aeronáutica destacou-se positivamente, demonstrando diferenciada dedicação profissional, motivação e dedicação nas missões. Atualmente, além de manter suas ativida-


des rotineiras, as tropas de Polícia da Aeronáutica participam de exercícios conjuntos quando acionadas e mantêm o seu preparo para participação em futuras missões de paz, caso sejam acionadas.

da Força Aérea. Se contrapor às ações antagônicas que podem evoluir desde delitos promovidos por pessoal interno a eventuais ações protagonizadas por espionagem, sabotagem e de terrorismo, sempre será a nossa missão precípua. Destarte, a constante busca da Infantaria da Aeronáutica pelo aprimoramento de doutrinas, bem como o emprego de novas tecnologias, se fazem necessários com o fulcro de acompanharmos a evolução das principais Forças Aéreas no mundo. Tamanha é a importância do tema, que a liderança da Força Aérea dos EUA declarou 2020 como o Ano da Defesa Integrada de Base (IBD), focando em como cada Profissional do Ar e do Espaço se encaixa em uma rede defensiva em camadas. O IBD é maior em escopo do que qualquer campo de carreira e requererá a participação ativa de todos os Códigos Especiais da Força Aérea e de todas as categorias para operar como uma força de combate coesa. A Infantaria da Aeronáutica, na mesma esteira de raciocínio da USAF, também procurou aprimorar processos e sistemas ante à reestruturação da FAB. A ativação do Sistema de Segurança e Defesa (SISDE) impactou sobremaneira as USEGDEF, geran-

Segurança das Instalações Reconhecer a vulnerabilidade da aviação quando em solo demonstra a necessidade de cada vez mais, assegurar-se pela proteção das instalações, a fim de proporcionar a garantia e a manutenção da operacionalidade do poder aeroespacial. A Ação de Segurança das Instalações (Seg Inst) “consiste em empregar Meios de Força Aérea para assegurar, em caráter rotineiro, a integridade do patrimônio e das instalações de interesse da Força Aérea” (DCA 1-1). O conceito de Segurança das Instalações na Infantaria da Aeronáutica aponta que ela é composta por medidas ativas e passivas de segurança física, que têm o objetivo de garantir a integridade de instalações aeronáuticas, o que compreende a salvaguarda do pessoal, das instalações, dos equipamentos, da funcionalidade e do conhecimento 80 Anos da INFANTARIA da Aeronáutica

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do otimização dos processos de preparo e emprego. A implantação gradativa do projeto do Sistema Integrado de Segurança das Instalações (SISI) nas OM da FAB tem proporcionado melhor interação entre meios de vigilância e a capacidade reativa de equipes especializadas, resultando em uma metodologia de segurança mais eficiente.

Por fim, a Ação de Força Aérea com mais tempo de emprego sob responsabilidade da INFAER, a Segurança das Instalações, continuará sua incansável busca por métodos modernos e atuais, sustentando com excelência a máxima “Defendendo na Terra, o Domínio do Ar”.

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DEFESA AEROESPACIAL

Contribuindo para a superioridade no ambiente aéreo

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Com a preocupação de proteger “seus ninhos”, a Força Aérea Brasileira (FAB) criou uma estrutura própria de Defesa Antiaérea, a partir da ativação da 1ª Companhia de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (1ª CAAAD), no ano de 1997. Foram os primeiros passos, naquele momento, de uma longa caminhada no desenvolvimento da capacidade de combate superfície-ar, atividade que contribui, decisivamente, para a missão da Infantaria da Aeronáutica, cujo lema é “Defendendo na terra o domínio do ar”. Ao longo de seus vinte e quatro anos de existência, a Defesa Antiaérea da FAB participou de inúmeros Exercícios e Operações, bem como de missões reais, como a Copa das Confederações de 2013; a Copa do Mundo de 2014; os Jogos Olímpicos de 2016; BRICS; a Cúpula de Chefes de Estado; entre outros. Nesse período, foi desenvolvida e testada sólida doutrina de emprego, especialmente no envelope de atuação denominado Very-Short Range Air Defence (VSHORAD), que vai de 0 (zero) a 3 (três) milhas náuticas. Atualmente, a defesa antiaérea da FAB conta com uma estrutura composta por três Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE), com sedes em Canoas-RS, Manaus-AM e Anápolis-GO, todos subordinados à Primeira Brigada de Defesa Antiaérea (1ª BDAAE), localizada em Brasília-DF.

O papel da Defesa Antiaérea da FAB Como elo permanente do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), as Unidades de Defesa Antiaérea da FAB contribuem diretamente para a garantia da soberania do espaço aéreo brasileiro. Cabe aos GDAAE a execução da Ação de Defesa Antiaérea, a qual consiste em empregar Meios de Força Aérea, a partir da superfície, para detectar, identificar e neutralizar vetores aéreos oponentes que ameacem forças amigas e Áreas (A Sen) ou Pontos Sensíveis (P Sen) de interesse da Força Aérea, por meio do emprego de meios cinéticos contra alvos aéreos. Juntamente com os meios aéreos, os meios


Os GDAAE são organizações focadas no cumprimento de sua missão, que é executar o preparo e o emprego dos seus meios, com vistas ao cumprimento da Ação de Defesa Antiaérea, conforme diretrizes, planos e ordens dos Comandos Superiores. A unidade de emprego operacional do GDAAE é a Bateria (Bia) de Defesa Antiaérea, que tem por finalidade coordenar, executar e controlar, de modo integrado à Defesa Aeroespacial, a Defesa Antiaérea de Pontos ou de Áreas Sensíveis. Para fins de emprego, é composta pelo Centro de Operações Antiaéreas (COAAe), pelas Seções de Tiro e pela Seção de Apoio Logístico.

Organização Operacional da Bateria de Defesa Antiaérea

antiaéreos constituem a defesa ativa do sistema de defesa aeroespacial. A capacidade de controlar determinada porção do espaço aéreo, impedindo ou negando ao inimigo seu acesso, trata-se de fundamental aptidão de qualquer Força Aérea no mundo. O melhor sistema de defesa com essa finalidade, como mostra as doutrinas de emprego das mais relevantes forças militares do mundo, é aquele onde há a integração de sistemas de defesa aeroespacial. Um exemplo dessa concepção é o adotado pela OTAN, cujos meios de defesa aeroespacial atuam sob o comando e controle do NATINADS (NATO Integrated Air Defence System). A incorporação futura, pela FAB, de sistemas de defesa antiaérea de médio e longo alcances representará significativo incremento na capacidade da Força em manter a soberania do espaço aéreo nacional.

A organização operacional dos Grupos e Baterias de Defesa Antiaérea da FAB baseia-se em “sistemas antiaéreos”, constituídos pelos seguintes subsistemas: Subsistema de Controle e Alerta; Subsistema de Armas; Subsistema de Apoio Logístico; e Subsistema de Comunicações. O Subsistema de Controle e Alerta é responsável pelo Comando e Controle dos meios antiaéreos designados para proteger um Ponto ou Área Sensível e é constituído pelo Centro de Operações Antiaéreas (COAAe), pelos Postos de Vigilância (P Vig), por Sensores Antiaéreos (Sen AAe) e pela Sala Móvel de Operações Terrestres (SMOT). As Baterias possuem meios próprios de detecção, como o radar SABER M60, que foi desenvolvido especialmente para a detecção em três dimensões (alcance, azimute e elevação) de alvos voando a baixas altitudes, a até 60 km de sua posição. O Subsistema de Armas é responsável pelo engajamento efetivo das ameaças aeroespaciais designadas pelo COAAe, constituído pelas Seções de Tiro que efetuam o engajamento por meio das Unidades de Tiro (U Tir) as quais possuem diferentes características em função do armamento (canhão e míssil) e dos sensores empregados, bem

Organização da Defesa Antiaérea da FAB Para o cumprimento de sua missão, a defesa antiaérea da FAB é organizada nas seguintes estruturas: Brigada, Grupos e Baterias. A criação da 1ª BDAAE, em novembro de 2015, representou um importante passo na consolidação da atividade de defesa antiaérea da FAB. Sua missão é coordenar o preparo e apoiar o emprego dos Grupos de Defesa Antiaérea, a fim de contribuir para a Defesa Aeroespacial Brasileira. 80 Anos da INFANTARIA da Aeronáutica

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como das plataformas utilizadas para prover sua mobilidade. O míssil IGLA-S 9K338, de origem russa, é a ponta da lança do subsistema de armas da bateria. Do tipo fire and forget, possui guiamento por infravermelho e é bastante efetivo contra alvos voando a até 6.000 m de distância e até 3.500 m de altura. Para operação noturna, o míssil é utlizado com o Dispositivo Termal de Pontaria (DTP), o qual permite ao atirador visualizar a aeronave, por meio de sua assinatura térmica. O Subsistema de Apoio Logístico é responsável por prever, prover e manter recursos e serviços necessários aos meios antiaéreos e contempla todas as ações, recursos humanos, materiais e locais utilizados para dar suporte ao planejamento e emprego dos meios de Defesa Antiaérea. Para o apoio logístico da bateria, são utilizadas viaturas modelo Marruá AM23 de ¾ ton. O Subsistema de Comunicações é responsável por assegurar a permanente transmissão de dados, voz e imagens de cunho logístico ou operacional, imprescindíveis ao funcionamento e à integração de

todos os componentes do Sistema Antiaéreo. São empregados rádios transceptores para as comunicações internas de voz e dados da bateria, bem como para as comunicações e enlaces de longa distância, sem visada direta.

Funções Operacionais da Bateria de Defesa Antiaérea Tão ou mais importante do que os meios materiais, no entanto, é fundamental a existência de recursos humanos qualificados a operá-los com eficácia e eficiência. Os diversos militares que atuam diretamente na atividade-fim da bateria, operando seus subsistemas, ocupam as seguintes Funções Operacionais (FOP): a) Comandante de Defesa Antiaérea (Cmt DAAE); b) Comandante da Bateria de Defesa Antiaérea (Cmt Bia DAAE); c) Oficial de Controle (Of Ct); d) Oficial de Ligação Antiaérea; e) Oficial Radar (Of Rdr);

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f) Comandante de Seção de Tiro (Cmt ST); g) Adjunto do Oficial de Controle (Adj Of Ct); h) Locador (Loc); i) Ajudante do Oficial de Ligação Antiaérea (AJOLAAE); j) Registrador (Reg); k) Operador da Sala Móvel de Operações Terrestres (Op SMOT); l) Comandante de Unidade de Tiro (CUT); m) Operador Radar (Op Rdr); n) Atirador (At); o) Remuniciador (Remu); p) Observador de Defesa Antiaérea (OBDAAE); e q) Auxiliar do Operador Radar (Aux Op Rdr). O preparo das equipagens da bateria é desenvolvido por meio de cursos que capacitam os militares a atuarem em uma das FOP elencadas anteriormente. Os cursos a seguir são realizados anualmente, ou conforme demanda, especificamente para os militares que atuam ou têm perspectiva de servir em uma Unidade de Defesa Antiaérea: Curso Operacional de Defesa Antiaérea (CODAAE); Curso Doutrinário de Defesa Antiaérea (CDDAE); Curso de Comandante de Unidade de Tiro (CCUT);

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Curso de Atirador (CAT); Curso de Remuniciador (CREA); Curso de Observador de Defesa Antiaérea (COBDAAE); Curso de Operador Radar SABER M60 (CORADAR); e Curso de Instrutor de Simulador (CIKonus); Além dos cursos listados acima, são realizadas outras capacitações em áreas de interesse para a DAAE, como Guerra Eletrônica, Comando e Controle e outras. São utilizados também simuladores para a formação e manutenção das equipagens. Os Grupos empregam atualmente o simulador de Campo 9F663 e o simulador 9F859 (Konus). A ferramenta de treinamento Konus é de extrema valia no adestramento da Unidade de Tiro (UTir). Por meio da projeção de diversos cenários de emprego e diferentes tipos e aeronaves, a UTir é submetida a situações com variados graus de dificuldade, desde um vetor aéreo em uma rota de

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desfile até a simulação de engajamento de um míssil de cruzeiro, o mais difícil. Os cenários podem ser alterados, podendo inclusive ser inserida a imagem real da posição de tiro no terreno.

penho Operacional (CADO), integrante da estrutura da direção do exercício (DIREX), todas as informações coletadas sobre o emprego das aeronaves e da bateria antiaérea são processadas e fornecem valioso feedback tanto para as tripulações quanto para a defesa antiaérea. Utilizando-se o software PMA-II, desenvolvido pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv), as informações do voo, como o registro de dados de navegação e de lançamento do armamento são integrados com os dados de engajamento coletados pelas Unidades de Tiro da defesa antiaérea. Desse modo, é feita a análise dos ataques contra os pontos sensíveis, podendo-se determinar se a aeronave foi ou não abatida pelo dispositivo de defesa antiaérea. A participação em grandes eventos também foi e continua sendo uma excelente oportunidade para os GDAAE adquirirem experiências na atuação em Operações de Não-Guerra, com é o caso de competições esportivas de grande vulto e encontros de Chefes de Estado. Nessas ocasiões, atuando sob o controle operacional do órgão central do SISDABRA, o COMAE, as baterias de defesa antiaérea da FAB têm a chance de terem seus subsistemas empregados e testados em uma missão real.

Participação da Defesa Antiaérea da FAB em Exercícios Operacionais e Grandes Eventos. Ao longo de sua existência, a Defesa Antiaérea da FAB acumulou vasto conhecimento sobre o emprego dos seus subsistemas, em especial do míssil antiaéreo de curtíssimo alcance IGLA-S. A participação dos GDAAE nos exercícios de adestramento anuais, em sinergia com as aviações, promove inequívoco ganho mútuo de conhecimento. Além de manter seu preparo para o cumprimento de sua missão, a presença de meios de defesa antiaérea nos cenários de treinamento dos esquadrões aéreos oferece, a essas Unidades, a oportunidade de aperfeiçoarem suas táticas, técnicas e procedimentos de emprego ar-solo. Por meio da Célula de Avaliação do Desem-

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OPERAÇÕES ESPECIAIS

A atividade militar e sua relação custos versus benefícios na Força Aérea A Infantaria da Aeronáutica tem como principal característica a execução de operações regulares de características defensivas em prol da Tarefa de Proteção da Força. A parcela da Infantaria da Aeronáutica dedicada às Operações Especiais executa geralmente operações ofensivas, em contribuição às Tarefas de Controle Aeroespacial, Interdição, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, e, ainda, Proteção da Força. As suas missões de Reconhecimento Especial, Ações Diretas e Contraterrorismo são vocacionadas para manter adequada consciência situacional so-

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bre o ambiente aeroespacial, neutralizar ameaças à Força Aérea, contribuir para as ações aéreas ofensivas e recuperar pessoal, instalações ou aeronaves sob apoderamento ilícito por forças hostis. No ambiente moderno, o Domínio do Ar continua imperioso para garantir a segurança nacional e o sucesso de uma campanha militar. Em situações em que as forças aéreas oponentes possuem poder de combate superior ou equivalente aos da FAB, os efetivos de Operações Especiais atuam para neutralizar recursos hostis específicos, a fim de contribuir para um desequilíbrio favorável ao emprego dos nossos vetores aéreos. De maneira geral, os alvos estratégicos que desequilibram a campanha aérea, como aeronaves e meios de defesa antiaérea e de detecção inimigos, encontram-se entranhados em dispositivos defensivos ou posicionados de forma sigilosa muito atrás das linhas de contato. Alcançá-los, localizá-los, identificá-los, vigiar seus movimentos e neutralizá-los, muitas vezes, só é possível por meio de tropas terrestres, em missões de alto risco e que exigem baixa visibilidade e alto grau de precisão. O sucesso na condução das missões de Operações Especiais repousa na proficiência individual de pequenas frações de militares, com especialização múltipla em técnicas, táticas e procedimentos de combate não convencionais. As competências adquiridas por esses militares devem ser aplicadas com adaptabilidade, criatividade, ousadia e inovação. Fatores morais como coragem, autoconfiança, resistência física e psicológica, bem como profundo comprometimento com cada missão, são essenciais para sobrepujar, ou evitar, a oposição de forças defensivas em maior número e poder de fogo. Para integrar as tropas de Operações Espe28


equipe do PARA-SAR adentrou à aeronave e neutralizou o sequestrador. Mais adiante, tomou vulto nos anos 90, por ocasião das investidas em áreas de risco, do Rio de Janeiro, antes do evento internacional ECO 92. As participações na Rio +20 e Olimpíadas 2016 foram importantes para solidificar a presença dos Comandos da FAB entre as tropas da Força Conjunta e elevar os níveis da interoperabilidade. No atual cenário de consolidação doutrinária, destacam-se as atividades de Guiamento Aéreo Avançado (GAA) e de Reconhecimento Especial (Rec Esp). O GAA de vetores e armas guiadas a Laser, GPS ou híbridas é de fundamental importância para a FAB atingir com precisão e eficiência os alvos selecionados. Já o Reconhecimento Especial é uma ferramenta que ocupa um lugar de destaque dentre os demais vetores de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, pois junto à cobertura de imagens satelitais e de aeronaves, poderá contribuir com produtos extremamente úteis, por meio de técnicas de reconhecimento, vigilância ou monitoramento, no solo, bem próximo aos objetivos. Com novos sensores e meios de comunicação, as informações serão

ciais, os militares voluntários devem ser rigorosamente selecionados, pois, em combate, irão atuar em missões de extrema importância para a FAB, com alto grau de risco, em ambientes hostis, sem ressuprimento ou apoio de fogo amigo. Esses militares voluntários são selecionados e formados no Curso de Comandos de Força Aérea (CCFA), o que os habilita operadores especiais, também conhecidos como Comandos. Na FAB, eles são historicamente conhecidos como Paracomandos. Após concluírem o CCFA, são considerados aptos a cumprir missões de Ação Direta. Na sequência, realizam outros cursos com o objetivo de aumentar a gama de técnicas de infiltração, atuar em funções técnicas e obter expertise em combate em ambientes especiais, como os de paraquedismo semiautomático e livre, guiamento aéreo avançado, atirador tático de precisão, reconhecimento especial, manuseio de explosivos, montanhismo, operações na selva e de comunicações táticas. Uma das primeiras missões de Operações Especiais, cumprida por militares da FAB, foi a retomada do voo Varig Elektra em 1972, quando uma 29

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cada vez mais precisas e chegarão oportunamente às mesas onde as decisões serão tomadas. Sobre o futuro, as Operações Especiais tendem a ser cada vez mais utilizadas, a fim de reduzir a

necessidade de meios de alto custo, diminuir os riscos às tripulações e abreviar o tempo dos embates, levando os olhos e a lâmina do sabre alado onde os vetores aéreos não podem ou não devem atuar.

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Atividade de Busca e Salvamento na Força Aérea

BUSCA E SALVAMENTO

Outras Ações de Força Aérea com participação da Infantaria da Aeronáutica são a Busca e Salvamento (SAR) e a Busca e Salvamento em Combate (CSAR). A atividade SAR (Search and Rescue) consiste em empregar meios de Força Aérea para localizar e salvar pessoas em perigo na terra ou no mar. O CSAR, por sua vez, é a ação que consiste em empregar meios de Força Aérea para localizar e salvar militares em território hostil, especialmente, tripulantes abatidos ou acidentados ou pessoal militar isolado em perigo. A Busca e Salvamento apresenta importante significado para a sociedade em geral. Desenvolvida em cumprimento a acordos internacionais que regulam as atividades da aviação civil, repercute na garantia de suporte à circulação aérea nacional e internacional. Nesse sentido, a FAB mantém estruturado todo um sistema: o Sistema de Busca e Salvamento (SISSAR), que engloba, além dos Órgãos de Controle do Espaço Aéreo, Unidades Aéreas vocacionadas para essa missão. Compondo os Quadros de Tripulantes dessas Unidades Aéreas, militares da Infantaria da Aeronáutica integram as Equipes de Busca e Salvamento (Equipes SAR), que têm a incumbência de acessar os locais dos acidentes aeronáuticos, para prestar os primeiros atendimentos às vítimas. Atuando em coordenação com o Serviço de Busca e Salvamento da Marinha do Brasil (Salvamar), a Força Aérea emprega seus vetores, ainda, em apoio a embarcações acidentadas ou em perigo, dentro da área de jurisdição do Salvamar Brasil. Nos últimos 10 anos, por meio de operações de Busca e Salvamento, a FAB localizou mais de 300 pessoas vítimas de acidentes aeronáuticos e marítimos. Em 2019, foram realizadas 2.260 buscas estendidas por comunicações (EXCOM), com 05 embarcações localizadas, 46 pessoas encontradas com vida e outras 158 apoiadas com algum tipo de assistência do SISSAR. Essas missões acontecem sobre todo o território brasileiro e suas águas territoriais, alcançando, ainda, uma expressiva área de águas internacionais do Atlântico. Em cumprimento aos tratados internacionais, a Força Aérea atua em uma área que corresponde a quase três vezes a extensão territorial do País. As atividades desempenhadas pelas Equipes de Busca e Salvamento são de natureza e m i n e nte m e nte militar, seja em tempo de paz ou de guerra. Para cumprir essa missão nos diferentes 31

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cenários, além da capacitação técnica específica, o militar deve possuir elevado grau de rusticidade, comprometimento e abnegação. Apesar da capacidade letal intrínseca à atividade militar, o “Homem-SAR” possui alto senso humanitário, que o leva, frequentemente, a arriscar sua vida para ajudar pessoas a quem sequer conhece. Um compromisso permanente com a vida humana, que o mantém pronto para atuar a qualquer dia e hora em situações adversas, abrangendo condições climáticas extremas (frio, calor, chuvas intensas etc) e diferentes ambientes (florestas, semi-árido, montanha, rios e mares). Sob uma abordagem filosófica, o altruísmo desses militares é o alicerce para o cumprimento de cada missão, entendendo que a preservação de cada vida merece todo esforço desencadeado. Dentro desse escopo, a frase “Nós não deixamos ninguém para trás!” reflete o espírito de cumprimento de missão do militar de resgate, sustentado por seu entusiasmo e idealismo. Por 80 Anos da INFANTARIA da Aeronáutica

trás da satisfação do dever cumprido, além dos riscos inerentes à atividade, repousam os bastidores do treinamento árduo e de uma vida de abnegação. Encontra-se expresso no juramento SAR, entoado em uníssono por todos os formandos do Curso de Busca e Salvamento, que a missão deve estar acima do bem-estar e interesses pessoais, o que não é apenas um mantra ou um recorte ideológico, mas um pilar que permeia e baliza o trabalho diário. A possibilidade de atuação multitarefas em cenários complexos e inóspitos desencadeia a necessidade de um rigoroso processo seletivo de formação nos campos técnico, intelectual e físico, com o escopo de desenvolver atributos da área afetiva que capacitem o militar a operar com segurança nos diversos cenários e condições de operação. O Homem-SAR, portanto, deve ter alto controle emocional, excelente preparo físico e capacidade de tomar decisões acertadas sob condições desfavoráveis extremas. 32


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"...a missão deve estar acima do bem-estar e interesses pessoais, o que não é apenas um mantra ou um recorte ideológico, mas um pilar que permeia e baliza o trabalho diário." (anônimo)

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Defendendo na terra o domínio do ar

ESTRUTURA DA INFANTARIA


A Infantaria da Aeronáutica é composta por militares do Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica (QOInf) e da Especialidade de Guarda e Segurança dos Quadros de Oficiais Especialistas da Aeronáutica (QOEA GDS), de Suboficias e Sargentos (QSS SGS), de Cabos (QCB SGS) e de Soldados (QSD SGS e SSD), bem como integrantes de outros Quadros e Especialidades necessários ao funcionamento das Unidades de Infantaria (U Inf).

QOInf

QSS SGS

inerentes à Infantaria da Aeronáutica, agrupam-se em quatro Áreas de Atuação. A Segurança e Defesa (SEGDEF) é o conjunto de atividades que contribui para a preservação do poder de combate da FAB, a fim de garantir o grau de segurança desejado das instalações, do pessoal, do conhecimento e dos equipamentos de interesse do Comando da Aeronáutica, abrangendo as Ações de Força Aérea de Autodefesa de Superfície, Polícia da Aeronáutica e Segurança das Instalações.

QOEA GDS

A Defesa Aeroespacial (D Aepc) objetiva neutralizar ou impedir ataques aéreos inimigos às áreas e pontos sensíveis de interesse, contribuindo para a proteção da Força e de infraestruturas críticas, sendo a Defesa Antiaérea a Ação de Força Aérea correlacionada.

QCB e QSD SGS

O ambiente aeroespacial de atuação da Infantaria da Aeronáutica requer um conjunto de tropas terrestres, estruturado, equipado e adestrado para realizar as Ações de Força Aérea caracterizadas pelo emprego de força, na superfície ou a partir dela, capaz de operar em terrenos inacessíveis aos meios de transporte, atuar sob quaisquer condições meteorológicas e de combater corpo a corpo.

As Operações Especiais (OpEsp) são operações conduzidas para alcançar objetivos políticos, econômicos, psicossociais ou militares, com emprego de meios convencionais ou não convencionais, em áreas hostis ou sob controle do inimigo, nas situações de crise ou de conflito armado. Abrangem as Ações de força Aérea de Ação Direta, Contraterrorismo, Guiamento Aéreo Avançado e Reconhecimento Especial.

Áreas de Atuação da Infantaria da Aeronáutica e as Ações de Força Aérea Devido ao emprego de táticas, técnicas e procedimentos e, consequentemente, de equipamentos similares, objetivando otimizar a necessária presteza para o emprego, a aquisição de meios, a capacitação de recursos humanos e a estruturação organizacional, as Ações de Força Aérea, que possuem natural relacionamento com as capacidades 80 Anos da INFANTARIA da Aeronáutica

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Aeronáutica também se relacionam com as seguintes Possibilidades de Atuação da Força Aérea apresentadas nas prospecções de cenários de emprego.

A Busca e Salvamento (SAR) é o conjunto de atividades destinadas a localizar ocupantes de aeronaves ou embarcações em perigo, resgatar vítimas de acidentes aeronáuticos ou marítimos com segurança e interceptar e escoltar aeronaves em emergência. Também nesta Área de Atuação, tem-se a Busca e Salvamento em Combate (CSAR), destinada a localizar e resgatar tripulantes abatidos ou acidentados e pessoal militar isolado, em situação de perigo, em território hostil.

Garantia da Soberania, Integridade Territorial e Defesa Patrimonial; Ajuda Humanitária / Mitigação de Efeitos de Desastres; Crimes Transnacionais; Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO); Salvaguarda de Bens e Cidadãos Brasileiros no Exterior; Operações de Paz;  Conflito Regional; e Conflitos Externos ao Brasil na América do Sul.

Capacidades Militares Aeroespaciais e Possibilidades de Atuação As Ações de Força Aérea, nas quais há a participação da Infantaria da Aeronáutica, permeam as Capacidades Militares Aeroespaciais abaixo listadas, definidas como graus de aptidão que a FAB deve possuir em relação à eficiência operacional, ao poder de combate e ao domínio tecnológico, para ser empregada em tarefas de natureza militar. Do mesmo modo, as Ações da Infantaria da

Outras Atividades Executadas pela Infantaria da Aeronáutica As Honras Militares são homenagens coletivas que se tributam aos militares das Forças Armadas, de acordo com sua hierarquia, e às altas autoridades civis, segundo o estabelecido em Regulamento específico, traduzidas por meio de Honras de Recepção e Despedida; Comissão de Cumprimento e de Pêsames e Preito da Tropa. Outra atividade é a Instrução Militar Básica, ferramenta utilizada para habilitar o ser humano ao desempenho das funções inerentes à profissão militar, tornando-o capaz de ser utilizado como agente ativo 39

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Escalões de Comando e Unidades de Infantaria da Aeronáutica

das Forças Armadas. Nesse escopo, estão abrangidos o treinamento físico militar, o emprego de armas de fogo individuais, a ordem unida, a legislação pertinente à vida castrense, a sobrevivência em combate, na terra e no mar, e a chefia e liderança.

As 33 (trinta e três) Unidades de Infantaria da Aeronáutica (U Inf) são estruturadas nos Escalões de Comando de Brigada, Grupo e Esquadrão, bem como são organizadas de acordo com suas respectivas Áreas de Atuação. Segurança e Defesa: 28 Grupos de Segurança e Defesa (GSD); Defesa Aeroespacial: a 1ª Brigada de Defesa Antiaérea (BDAAE) e 03 Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE); Operações Especiais: o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS); e Busca e Salvamento: o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS).

Apoio ao Emprego da Tropa de Infantaria da Aeronáutica

Os Grupos e o Esquadrão, UInf de emprego, possuem em sua estrutura básica, subordinadas ao Comando, a Seção de Operações (SOP), a Seção de Apoio (SAP) e as respectivas Frações Operacionais de Emprego correspondentes às capacidades atribuídas a cada Unidade.

As necessidades para o emprego da tropa de Infantaria são supridas pelas atividades de suporte resumidas no diagrama.

Disposição da Infantaria da Aeronáutica no Brasil As Unidades de Infantaria estão dispostas estrategicamente por todo o território brasileiro, sendo apoiadas pela infraestrutura existente nas Guarnições onde estão sediadas. A ativação de estruturas temporárias fora dessas Guarnições, com a finalidade de sediar ou apoiar operações e exercícios, implica na mobilização de uma Unidade Provisional de Segurança e Defesa capaz de prover a proteção dessas instalações e dos meios que venham a operar a partir delas. A composição desse contingente ocorre por meio do desdobramento de tropa originária de um ou mais GSD, possuindo estrutura de comando, dotada de SOP e SAP, compatível com o valor de tropa desdobrado.

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Localização das Unidades de Infantaria da Aeronáutica

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PERSPECTIVAS DA INFANTARIA DA AERONÁUTICA NOVAS PERSPECTIVAS, em atendimento às demandas de uma Força Aérea moderna

à atuação em um ambiente mais amplo e complexo, envolvendo a presença de um oponente hostil, disposto a infringir danos à capacidade de operação de nossos vetores aéreos, quando em sua condição mais vulnerável: estacionados ou operando no solo e nas manobras de pouso e de decolagem. No contexto da Defesa Aeroespacial, a expectativa de aquisição de vetores de defesa antiaérea de maior alcance trará a exploração de novos conceitos, envolvendo uma maior preocupação com as medidas de coordenação para o uso do espaço aéreo. Somando-se ao emprego ofensivo dos vetores aéreos, as Operações Especiais desencadeadas contra alvos estratégicos da defesa aeroespacial inimiga, por meio de Ações Diretas e Guiamento Aéreo Avançado, constituem opções de elevado potencial. A obtenção de conhecimento e a vigilância sobre instalações inimigas, por meio do Reconhecimento Especial, ampliam o leque de exploração dos Operadores Especiais. Olhando-se para a frente, ao vislumbrarmos o crescimento do poder dissuasório da Força Aérea Brasileira, devemos compreender que a Infantaria da Aeronáutica deverá galgar patamares capazes de desestimular, em igual nível, as ações antagônicas de superfície que vislumbrem comprometer a capacidade do nosso Poder Aeroespacial.

No momento em que a Infantaria da Aeronáutica completa 80 anos, vê-se diante do desafio de manter segura uma Força Aérea amadurecida e em franco processo de atualização. O recebimento de novos vetores estratégicos, no estado da arte, como o F-39 e o KC-390, a consolidação do Centro de Operações Espaciais e a implementação do Centro Espacial de Alcantara são exemplos que demandarão um esforço contínuo da Infantaria em prol do aperfeiçoamento doutrinário e tecnológico, mantendo sempre em mente o compromisso de “defender na terra o domínio do ar”. Nesse diapasão, vislumbra-se o aperfeiçoamento dos processos empregados na rotina diária das diferentes Organizações Militares, integrando sistemas de tecnologia da informação e equipamentos de vigilância eletrônica, de detecção de intrusão e de controle de acesso, no contexto do Projeto Integrado de Segurança das Instalações, abrangendo, ainda, o fortalecimento do conceito de emprego das Equipes de Reação, que requererá, por sua vez, a atualização dos sistemas de armas, de comunicações e de mobilidade. A implantação dos Esquadrões de Autodefesa de Superfície, empregando tropa especializada em prol da defesa das instalações aeronáuticas, remete

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Segurança e Defesa

ÁREAS DE ATUAÇÃO

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Defesa Aeroespacial

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Busca e Salvamento

INFANTARIA DA AERONÁUTICA

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Operações Especiais

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