NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO AULA 01 CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO
AULA 01 - TEORIA DA COMUNICAÇÃO: DA INFORMAÇÃO À COMPREENSÃO E DOS DADOS AO CONHECIMENTO
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TEORIA DA COMUNICAÇÃO: DA INFORMAÇÃO À COMPREENSÃO E DOS DADOS AO CONHECIMENTO A COMUNICAÇÃO O conceito etimológico do termo “comunicação”, advém do latim comunicatio, de communis, que significa comum. Este segundo termo latino traz a noção de comunidade, de tornar algo comum a todos, isto é, de tornar a ocorrência de entendimento entre indivíduos, entre as partes envolvidas no processo da comunicação. Tal ocorrência não se restringe à proximidade entre indivíduos de uma comunidade/sociedade, mas também integra pessoas de várias comunidades, fato que se tornou ainda mais patente aos nossos olhos com o surgimento da rede mundial de computadores (Internet), suporte/interface que integra os sistemas sociais de comunicação mediados pelas T.I.C (Tecnologias de Informação e Comunicação). A partir dessa perspectiva dialógica de comunicação podemos entender que o processo de comunicação envolve a troca de informações entre as fontes emissora e receptora da mensagem. Esta é emitida por meio de códigos (verbal – palavras – e nãoverbal: gestos, sinais diversos, sons, imagens, etc.) de comunicação, veiculada através de um canal (meio transmissor), podendo ou não haver ruído, que perturba a mensagem no canal, e ligada a um contexto (referência a uma situação, argumento, composição de ideias). Quando nos referimos ao processo de comunicação, é preciso levarmos em conta o mais básico de todos os sentidos a que nos remete o termo (o de tornar comum algo a alguém). O que nos leva a pensar que tornamos algo comum a outrem antes mesmo de nascermos: nossos primeiros atos comunicacionais no universo intrauterino. São habituais, e esperados, os movimentos do bebê no útero materno, motivados por desconforto, boas sensações e necessidades, como a fome. Esta faz com que o bebê venha a emitir um aviso à mãe sobre a sua necessidade de alimentação, aumentando a sensação de fome de sua mãe. Portanto, enquanto somos gerados já estamos praticando a comunicação. O que se amplia quando chegamos ao mundo, com choros, sorrisos, gracejos, balbucios, gestos, fala, etc. Desse modo, o ato de comunicar é intrínseco ao ser humano, ou ainda, aos mais diversos seres. É um processo que evolui à medida em que conhecemos signos. E o que é o signo? É a união do conteúdo (significado) e da imagem (significante) que representa algo de nossa realidade. Esses dois elementos estão intimamente unidos e um reclama o
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outro. Com o tempo, descobrimos que o processo de comunicação exige o discernimento desses signos. E que existem infinitos modos de nos comunicarmos. Fazemos isso diariamente, seja por meio de gestos, palavras, olhares, etc. O estudo sobre teoria da comunicação, por meio de numerosos e importantes estudiosos, indica em sua mais simples e fácil explicação que precisamos do emissor, do canal, do receptor e, é claro, da mensagem. Ao tratar-se de um modelo em que o emissor produz/emite a mensagem (conjunto de informações) ao receptor através de um canal (meio físico) que transmite a mensagem estruturada por um código (signos/linguagem), esta precisa ser decodificada e significada pela atividade produtiva do receptor, responsável por atribuir sentido à mensagem que lhe é transmitida. Não podemos nos esquecer da possibilidade da existência do ruído no processo de comunicação. O ruído é qualquer tipo de perturbação, interferência na comunicação, a qual compromete o processo de emissão, decodificação e significação da mensagem.
Nossa vida em sociedade determina a criação de códigos e signos para nos comunicarmos coletivamente. Pensamos nas convenções que normatizam comportamentos (direitos e deveres) no trânsito. O sinal vermelho do semáforo, por exemplo, é universal. Se está vermelho, sabemos que é para pararmos.
O que seria da organização coletiva, da comunicação social se não existissem códigos estabelecidos e compartilhados entre os indivíduos? Para entendermos o processo de comunicação, não podemos nos esquecer da importância da compreensão dos códigos. Vamos tomar como outro exemplo os meios de comunicação. A cada instante surgem novas notícias na internet, na televisão, em revistas, impressos e outros variados veículos segmentados ou de notícia em geral. Os espaços desses veículos estão, nos últimos tempos, tomados por reportagens sobre a corrupção no país. Quem não sabe sequer o que é uma Comissão Parlamentar
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de Inquérito (CPI), formada por parlamentares em Brasília para apurar denúncias de irregularidades, terá dificuldades para acompanhar e entender os fatos. Ou seja, a falta de referências, decodificação e atribuição de sentidos prejudicará o entendimento das notícias que são produzidas diariamente pelos jornalistas para informar a sociedade a respeito dos processos. Os jornais tratam da CPI do Bingo, da CPI da Compra de votos, da CPI disso e daquilo, apresentando nomes de pessoas envolvidas e os protagonistas dos eventos em questão. Se não tivermos todas essas referências, teremos dificuldades para assimilação das notícias. E, dessa forma, a comunicação entre a fonte emissora (imprensa), o canal (impresso, televisão, etc.) e o receptor (leitor/telespectador, etc.) sofrerá ruídos. Considerando que o campo da comunicação envolve discussões sobre semiologia, semiótica e teoria da informação, mesmo que em rápidas páginas, este primeiro assunto tem como foco a mais polêmica das áreas: a comunicação. Nesta, descreve-se o paradigma clássico da comunicação e abre-se a discussão para a validade do modelo ainda hoje usado, e se discute alguns caminhos diferentes abertos por essa prática. Sem a preocupação de tomar-se uma sequência de autores – pois nem sempre interessa a todos o domínio integral das teorias –, mas como uma prática autorreflexiva, procurando manter sempre um olhar crítico sobre o objeto em foco e sobre si mesma para legitimar atividades de interpretação e ir em busca de soluções. O paradigma clássico, também chamado de Teoria da Informação, surgiu no final da década de 40 a partir dos estudos de Claude E. Shanon e Warren Weaver, que consideraram a comunicação uma questão matemática, baseada na estatística, tendo como enfoque a transmissão de informações quantificáveis de um ponto A para um ponto B. Assim, o que importa nessa teoria é a quantidade de informação emitida pela fonte emissora e recebida pelo receptor/destinatário. Em outras palavras: a orientação dessa teoria recaiu sobre a transmissão da informação (de sinais). Por isso, ofereceu a engenheiros, voltados para a comunicação, um modo de determinar a capacidade de canais de comunicação (dos meios físicos de transmissão de sinais/informação) quanto ao tráfego de bits. O bit (binary digit) é um termo criado por Shanon e descrito na obra seminal de sua teoria, publicada em 1948 sob o título A teoria matemática da comunicação , para se referir a uma unidade de informação. Aí, pode-se inferir também o porquê da denominação bit: o termo em inglês quer dizer “pequena parte”, ou seja, a unidade mínima que dá início a algo, neste caso, à informação, entendida na linguagem utilizada pelos computadores, portanto, como sinais. Por se fundamentar, como já dito, na transmissão da informação, a comunicação é compreendida como linear e unilateral (do emissor para o receptor). Cada elemento integrante do processo de comunicação tem seu lugar, identidades e funções bem
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estabelecidos, fixos, definidos. O paradigma clássico (matemático ou Teoria da Informação) difundiu-se e se tornou devido à sua funcionalidade o modelo dominante na maioria dos estudos de comunicação, pois permite o estudo isolado de cada um dos elementos considerados na comunicação e a exposição do processo de forma evidente e rápida. Contudo, por ser uma abordagem fechada, posto que o processo de significação (percepção/compreensão/interpretação) é entendido como mera transferência de sentido (codificação e decodificação), o aspecto semântico não é levado em consideração. Sendo assim, a realidade é entendida como algo pronto, rígido, fechado e unívoco, e por consequência a mensagem também é assim entendida. Não existe um espectro de significados e sim significado, polifonia (vozes que se encontram, se perpassam e elaboram sentidos, interpretações), intertextualidades, enfim, não há interação entre os interlocutores para a construção da pluralidade de significação da mensagem. Decorre desse encaminhamento a percepção dos agentes interlocutores (emissor e receptor) como elementos isolados entre si, não há relação de troca entre eles. E isso porque não há interação e partilhamento entre eles. Há, sim, a ação isolada de cada um deles, cada um a seu tempo e espaço, não há tempo e espaço comuns. A comunicação se dá unidirecionalmente e a um só tempo. Para esse paradigma, basta que os meios de comunicação transmitam mensagens para que os efeitos no receptor sejam obtidos. Não há participação ativa, reflexiva deste sobre o que lhe é transmitido, é mero receptáculo de informações. Muitas correntes de pesquisas foram surgindo junto ao processo de consolidação da Teoria da Informação (e a partir dela). O processo de comunicação é continuamente, há que se pontuar que inclusive hoje em dia, (re)pensado e (re)formulado por múltiplas perspectivas, de forma a criticar ― ainda que não de forma explícita, mas iluminando aspectos que demonstram o esgotamento, os impedimentos, a fixidez de conceitos ― e a superar o paradigma clássico. Correntes que contemplaram (e contemplam) de forma pontual a complexidade da comunicação, debruçando-se, portanto, sobre aspectos específicos da comunicação, abrindo fronteiras para aspectos, para considerações não observadas pela teoria de Shanon. O diálogo entre tais correntes e a clássica não se deu e não se dá de forma direta, mas em gradativo e incessante processo, conforme os objetivos e encaminhamento das linhas de pesquisa das teorias da comunicação. E isso porque a transição da corrente tradicional para as novas correntes não se fez por meio da proposição de um novo modelo global de análise do fenômeno, mas por meio de conceitos, categorias, procedimentos que indicam caminhos para novos paradigmas. Como resultado dessa transição, podemos contemplar a comunicação a partir da noção dialógica, perspectiva identificada e assumida aqui em nosso estudo,
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da comunicação (de interações de vozes, de diálogos produtivos entre as partes que compartilham desse processo). Ou seja, entender a comunicação como fenômeno de interação comunicacional, possibilitador do entrelugar, do tempo compartilhado, das inter-relações, da intersubjetividade (do eu e da alteridade), de interlocução (inter)ativa, enfim, como um fenômeno produtivo, posto que nessa abordagem a lente que a focaliza distancia-se da restrição, rigidez, delimitação de seus elementos, e se aproxima das relações interpessoais, sociais. Desse modo, a realidade ― ou, melhor ainda, o recorte que fazemos desta por meio da percepção, da contemplação, do lançar o olhar, da relação com a alteridade ― é entendida de forma aberta, a ser construída de forma polifônica (encontro/partilhamento de muitas vozes: o eu e a alteridade), polissêmica (multiplicidade de significações) e continuamente. Por essa razão, o receptor (destinatário/usuário da informação) não pode ser concebido como mero depositário da mensagem, mas como coprodutor desta, pois ele é quem atribuirá significado(s) ao que é enunciado pelo emissor. Emissor e receptor são coprodutores dos sentidos da mensagem, que possui um grande potencial sêmico e precisa da ação produtiva dessas duas fontes para que significados possíveis sejam concretizados durante o processo de comunicação. E o sentido se desenvolve entre receptor, emissor, mensagem e contexto, e até mesmo no canal, posto que o meio também possibilita novas leituras, novas significações da mensagem devido a mudar sua natureza. Lembremos de McLuhan (o meio é a mensagem) e pensemos também no advento da internet: que novas formas de relação, comportamento com a informação e com as pessoas surgiram e estão surgindo com a rede! Vejamos a seguir os quadros sinópticos referentes a duas concepções influentes de comunicação: o primeiro quadro apresenta o paradigma dialógico, apresentado já no início do nosso estudo, e o segundo quadro o paradigma clássico da comunicação. Precisamos pontuar que a presença da corrente clássica (ou matemática) não se deve apenas por ter sido objeto do nosso diálogo, mas também por sua relevância na teoria da comunicação, mesmo com as limitações acima mencionadas, e por ter dado origem à teoria da informação.
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Vamos ver se compreendemos essas duas concepções? Então, vamos acompanhar a canção abaixo: Teoria da comunicação Eu falo, você entende. E temos a comunicação. Entendeu? Deixe eu explicar melhor: Primeiro há o emissor que é sujeito que quer passar algo. E tem o receptor que é quem vai receber aquilo tudo. Entre eles circula a mensagem Por um canal, que é físico. Daí o receptor decodifica e está pronto. Quando não dá certo usa-se o feedback. Simples, não acha? A qual paradigma de comunicação, dos dois apresentados nos quadros sinópticos, podemos inferir que tais versos se referem? Ao dialógico, no qual emissor e receptor são compreendidos como agentes comunicacionais, e em que o contexto é levado em consideração na compreensão da mensagem? Ou ao de transmissão de sinais, no qual emissor e receptor aparecem apenas como dados formais e a informação/mensagem é concebida como um conjunto de sinais (codificados) que apenas precisam ser decodificados pelo receptor? Vamos partir da compreensão da comunicação como dialogia, modelo que vem sendo desenvolvido desde a introdução do nosso estudo, para pensarmos a seguinte situação: dois amigos trocam informações, impressões, via chat, sobre o último filme do diretor Lars Von Trier, Manderlay, que compõe a trilogia proposta pelo diretor. Em um determinado momento, um dos amigos faz referência ao primeiro filme da trilogia, Dogville, porém, o outro não o conhece. Tal lacuna no repertório de um dos amigos gera, por sua vez, uma lacuna no processo de comunicação entre eles. Que problemas encontramos aí? Ruído, deficiência de repertório, problemas com o conhecimento do código (para a sua decodificação), falta de contexto? Qual é a natureza desse desencontro na comunicação entre emissor e receptor? O que estaria provocando tal descompasso, desvio na comunicação entre os amigos? Podemos pensar no momento da leitura de um texto literário: um romance ou um conto, por exemplo. Pois bem, durante o ato da leitura estamos diante de uma forma
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de comunicação, na qual o autor (emissor) organiza a recriação da realidade por meio do enredo, da estética textual, da criação de uma realidade (mensagem) e contexto (interno e externo ao mundo possível do texto) para a percepção, compreensão e interpretação do leitor (receptor), que será levado a participar ativamente na construção de sentidos para essa realidade (re)criada textualmente (personagens, tempo, espaço, conflitos, pontos de vista, etc.). O canal é o livro, e sua materialidade, as páginas que contêm o texto. A possibilidade de ocorrer o ruído pode se dar por uma interferência externa.
EXEMPLO: Alguém entra no recinto onde o leitor se encontra lendo a obra e faz uma pergunta qualquer a este; tal intervenção gerará um ruído, pois o leitor terá sua atenção desviada da mensagem, a leitura terá sido interrompida por instantes e a produção de sentidos para o que foi lido momentos antes da interferência será comprometida, o que obrigará o leitor a retornar ao trecho que lia antes de ser interrompido, retomar a comunicação. Logo, a concretização do texto se dá na relação de coautoria que se estabelece entre autor (emissor) e leitor (receptor). O processo comunicativo, como o ato da leitura, deve ser entendido como troca produtiva, significativa: uma via de mão dupla. A data de nosso nascimento é apenas um dado, mas agregada ao nosso nome, filiação, local, etc., ela se transforma em informação, porque dotada de contexto (ou seja, os dados foram contextualizados, encadeados de modo a compor uma situação que os caracteriza, atividade está a cargo da [inter]ação do receptor, o qual precisa depreender, dar forma ao contexto da mensagem). Ou ainda, vamos nos imaginar em uma exposição das telas de Cândido Portinari, por exemplo. No percurso das salas, contemplamos determinada tela e observamos que há a predominância da cor preta; essa cor é apenas um dado ao primeiro olhar, apenas mais um registro da composição da tela, pois ainda não produzimos relações, inferências e significados possíveis da cor preta para a cena retratada na tela. Quando chegarmos a esse patamar, estaremos transformando um dado em informação. Realizemos a leitura do trecho abaixo, reproduzido do texto de Jayr Figueiredo de Oliveira, bacharel em Administração de Empresas, mestre em Administração e Planejamento e doutor em Educação, os dois últimos obtidos na PUC-SP A sociedade e as diversificações da tecnologia No livro Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, escrito no princípio dos anos 50, logo depois que a televisão e os computadores apareceram, as pessoas estão profundamente ligadas às telas eletrônicas e não gostam de ler. Aprovam a queima de livros pelos bombeiros.
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Encha as pessoas “‘com dados à prova de fogo’, explica o capitão dos bombeiros. Afogue-os com tantos ‘fatos’ de maneira que se sintam satisfeitos, muito bem informados. Acharão que estão pensando, terão uma ‘sensação’ de movimento, sem estarem se movendo”. O livro de Bradbury já não parece coisa de futuro distante. Graças ao aumento da capacidade dos computadores, tanto estes como as televisões estão mergulhando em correntes digitais de som, imagens e textos, que tornam factível a possibilidade de se estar pleno de informações. (...)
A INFORMAÇÃO E O CONHECIMENTO Qual seria a relação entre informação e conhecimento? A apreensão de muitas informações nos traz conhecimento? Para sermos sujeitos de nosso conhecimento, basta absorvermos informações atuais? Como poderemos responder a essas questões? Pensemos juntos o que seria informação e conhecimento. A comunicação é feita de dados — registros ou fatos — em sua forma primária, ou seja, sem que tenham sido transformados em informação. Esta transição se dá pela compreensão das relações de determinados dados com o contexto em que se situam e a que se referem e com as relações de significação que provocam. Dessa forma, os dados se tornam informações quando a eles são atribuídos sentidos e contexto (informação, situação que pode ser aplicada/agregada ao conjunto de dados para caracterizá-los, para lhes dar corpo de informação). Como vimos, a informação é produzida a partir de dados que sejam relevantes e dotados de propósito. E isso para que possam ser significados e, então, transformados em informação. A informação, por sua vez, dá origem ao conhecimento quando a ela são associados outros elementos. Que outros elementos seriam esses? Vejamos a seguir: Adriana Beal conceitua conhecimento, citando Thomas Davenport e Laurence Prusak, como “’uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e a incorporação de novas experiências e informações’” .
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Observe estas fotos
Figura 1
Figura 2
O que elas são? São dados. E o que é preciso para que eles tomem forma de informação? Precisamos estabelecer o contexto desses dados. Pois bem, como contexto desses registros fotográficos temos os termos furacão Katrina, também eles dados, lembra-se? A partir da inter-relação entre esses dados, a situação a que se referem é caracterizada. Temos, então, a informação, pois a interação entre os dados, seu contexto e o processo de compreensão os transformaram em informação.
Vamos imaginar o serviço de atendimento ao consumidor de uma empresa. Nesse departamento, recursos humanos e interfaces tecnológicas emitem, captam, conjugam e interpretam dados e os transformam em informações (relatórios de ocorrências: reclamações, sugestões, satisfações, solicitações, etc.). Contudo, a geração de conhecimento está na capacidade de um grupo de gestores em estabelecer relações de significado entre uma referência e outra, em experienciar tais informações — por exemplo, se há informações da ineficiência de determinado produto, há que se verificar, levandose em consideração o fato relatado pelo consumidor e realizando-se testes empíricos para se saber exatamente onde está o problema, como e por que ele ocorre —, fases essas necessárias à construção do conhecimento sobre o que está sendo observado e interpretado. A boa condução da compreensão das informações é que levará os gestores ao conhecimento e à elaboração de soluções.
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Vamos pensar a construção do conhecimento utilizando-nos da imagem do ato de ler? Para isso, vamos refletir sobre o que nos diz Eliana Yunes, citada por Marta Morais da Costa em seu artigo Leitura, sentidos, leitura e humanização em escolar . Procure estabelecer relações sobre o que a autora declara e o processo de construção do conhecimento. A situação extremamente humana de dizer, e consequentemente de dizer-se, corresponde ao papel de criar e expressar uma visão de mundo que se materializa no discurso sobre qualquer suporte, do papel ao celuloide, 1 BEAL, A. Gestão estratégica da informação: como transformar a informação e a tecnologia da informação em fatores de crescimento e de alto desempenho nas organizações. São Paulo: Atlas, 2004. p. 12 2 Gerenciamento estratégico da informação
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da letra à imagem. Ainda mais: convoca a uma reflexão permanente, dada a instabilidade do próprio homem e suas inserções na história, segundo suas necessidades e desejos, suas aspirações e interdependências. O leitor, podemos inferir, não termina jamais de realizar esta tarefa enquanto vive.
A COMUNICAÇÃO E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO Conforme já vimos anteriormente, os meios de comunicação em sua maioria têm o propósito de disseminar a informação acerca de assuntos considerados de interesse coletivo. Recebemos por isso numeroso volume de notícias, com informações sobre todos os assuntos, de todos os lugares, não se limitando mais ao planeta Terra. Além das infindáveis informações sobre as quais devemos pensar, não nos esqueçamos de Fahrenheit 451: nos dias atuais chega a nos assustar a velocidade com que temos acesso a elas. As redes de televisão abrem espaços ao vivo em suas transmissões via satélite e a internet nos dá condições de nos informarmos ainda com maior rapidez, devido à instantaneidade das informações e do acesso mais fácil que temos à rede mundial de computadores no nosso dia-a-dia, o que não acontece com a própria televisão. Na sociedade contemporânea, portanto, a informação ganha contornos de primeira grandeza. Queremos ser pessoas informadas e conscientes das notícias que recebemos, pois não é a mera absorção de informes que nos torna pessoas informadas, mas, sim, um posicionamento ativo, reflexivo, crítico diante das informações que nos chegam. Saber e entender o que está acontecendo passou a ser uma necessidade essencial para vivermos em sociedade, fazemos parte da história e, diferentemente de outras épocas, na atual a pluralidade de interfaces e mídias nos permite uma conexão estreita com os dados veiculados e com as informações produzidas. Diante desse cenário cabe nos perguntarmos: a democratização da informação e da sociedade se resume à centralidade e maior velocidade da informação nas atividades humanas? Esses dois aspectos trouxeram e/ou trazem maior democratização dos processos sociais por meio das tecnologias de informação e comunicação? A sociedade contemporânea tem ampliado de forma igualitária as oportunidades de acesso (e participação) à informação e comunicação e, por extensão, propicia a cada indivíduo ser sujeito da construção de seu conhecimento? Houve, de fato, uma maior inclusão social a partir dessa dinamização tecnológica da informação? Tal aspecto tem sido muito discutido, e o que podemos constatar é que não é a centralidade e a velocidade que determinam a ocorrência de uma abertura social, a democracia, mas é a diversidade de sistemas de comunicações em inter-relação com a
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pluralidade, a diversidade social. Desse modo, a abertura não se dá apenas pelo livre acesso às novas tecnologias de informação e comunicação, o que por si só não tem ocorrido de forma igualitária em todos os estratos da sociedade, mas pela reverberação das múltiplas vozes da sociedade, da construção de representações da realidade que abrigue olhares e vozes plurais, que as alteridades sejam consideradas para que sejam criados sistemas de comunicações coesos. Jayr Figueiredo de Oliveira é enfático em sua reflexão sobre a relação entre informação e democratização: “Não seria exagero, portanto, reivindicar a democratização das comunicações como prioridade número um do projeto democrático brasileiro para o século XXI.” INFORMAÇÕES X CONHECIMENTOS As informações surgem de e em todos os lugares: casa, trabalho, ruas, impressos, periódicos, televisão, Internet, etc. Devemos saber e entender o que está acontecendo, contudo, precisamos filtrar aquilo que nos é comunicado, a partir do que julgamos mais relevante e necessário compreendermos para que o horizonte de nossos conhecimentos seja ampliado. Afinal, não somos máquinas com arquivo para armazenarmos tudo o que acontece ao nosso redor, mas temos que deixar os canais abertos para recepcionarmos os dados, compreendê-los para transformá-los em informações e para absorvermos aquilo que acrescente conhecimentos relevantes, positivos aos nossos pontos-de-vista sobre a realidade. De acordo com Jayr Figueredo de Oliveira (2003), as expressões “idade da informação” e “sociedade da informação” são comumente proferidas, fazendo parte do vocabulário de inúmeras pessoas, tanto na língua portuguesa como em outras línguas contemporâneas. Para os leigos, dizem respeito às tecnologias que nos cercam, como telefones, computadores, etc. Ao refletir sobre a sociedade contemporânea, todavia, o risco que se corre na utilização das expressões “sociedade da informação e idade da informação” (ambas articuladas em torno do conceito de informação) é de reduzir o seu significado apenas à disponibilidade e à velocidade do transporte de dados, isto é, ao processo formal. Exclui-se assim não só o conteúdo das comunicações que se materializam por meio da informatização como também as questões ligadas à progressiva integração (tanto econômica como tecnológica) de setores até há pouco tempo separados e independentes. Trata-se da convergência tecnológica provocada pela chamada revolução digital, que está dissolvendo as fronteiras entre as telecomunicações, os mass media e o computador. (...) Dessa forma, o plural comunicações parece a forma mais adequada para identificar a nova realidade que emerge dessa convergência tecnológica digital e
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capturar a verdadeira dimensão do fenômeno. A sociedade contemporânea seria mais bem[sic] identificada, portanto, com o uso da expressão sociedade das comunicações, incluídos aí os mass media, as telecomunicações e a informática. Lembremos, para que sejam evitadas confusões entre os termos, os conceitos de informação e tecnologia da informação (ou tecnologias da informação e comunicação, opções adotadas por alguns teóricos para os mesmos conceitos). A informação é produzida a partir de dados relevantes, organizados, relacionados e dotados de contexto. Destarte, ela faz parte de um sistema de informação, podendo este ser manual ou informatizado. Tecnologia da informação, por sua vez, identifica os recursos tecnológicos e de informática para a captação, armazenamento, uso e geração de informações. Desse modo, a T.I. está fundamentada em recursos de hardware, software, telecomunicações, gestão de dados e informações e no recurso humano, elemento essencial e que interage com o espectro de recursos de T.I. Com base no texto de Jayr de Oliveira, faça comentários a respeito da sua impressão/ avaliação sobre a expressão “sociedade das comunicações”, referida pelo autor.
Vamos imaginar a seguinte situação:
Estamos navegando pela Internet e acessamos a página de uma agência de notícias que veicula matéria jornalística a respeito do avanço nas pesquisas sobre células-tronco, reportando-se à primeira cirurgia cardiovascular, realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em que a técnica de implante de células-tronco no órgão doente, nesse caso o coração, foi utilizada e com sucesso. A partir da leitura dessa matéria, somos impelidos a pesquisar, via internet, sobre o que são células-tronco, que pesquisas estão sendo desenvolvidas e que discussões estão ocorrendo na comunidade médica a respeito. Posteriormente, ao ouvirmos o rádio, lermos o jornal ou assistirmos à televisão, recebemos, também por essas mídias, a notícia da cirurgia realizada por meio da nova técnica. Mais informações, já conhecidas ou não, são agregadas ao nosso repertório. Tudo isso nos possibilita formar perspectivas próprias sobre o fato, perceber a forma pela qual tal fato foi veiculado nas várias mídias e nos levar à ação, ou seja, à busca
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de mais informações nos vários meios de comunicação para que possamos adquirir conhecimento a respeito do assunto de forma ativa, reflexiva e crítica, e em um segundo momento podermos discuti e comentar com nossos amigos o fato e nossas opiniões sobre ele.
A COMPREENSÃO x A INTERPRETAÇÃO Pois bem, se vivemos na “era da informação”, na qual fontes e mensagens são plurais, seja no âmbito pessoal, seja no empresarial, não podemos deixar de pensar mesmo que brevemente na necessária ocorrência da compreensão e interpretação das informações que recebemos. Afinal, são atitudes que possibilitam a transformação das informações em conhecimento. Não podemos pensar a compreensão dissociada da interpretação. Ambas são realizadas pela atividade do leitor/ouvinte/(tel)espectador/observador. Ao compreendermos estamos interpretando algo, uma vez que o ato de compreender — ação de perceber, de abranger um discurso, uma imagem, um texto, uma obra de arte, um signo, etc. — promove o ato de interpretar — ação de produzir sentido pelo diálogo ao que é recebido; de agir de modo a produzir sentidos ao que é lido/ouvido/assistido e de trazer essa produção de sentidos, em forma de reflexão, de significação para nossas vidas e nossos pontos de vista sobre a realidade —; assim, compreender é interpretar. Precisamos interagir com as informações que nos são disponibilizadas para que nosso acervo, nosso repertório cultural e nossa visão de mundo sejam continuamente (re)construídos. E para que nosso conhecimento não só do mundo, mas também de nós mesmos e do outro sejam constantemente renovados, ou seja, para que constantes e variadas interpretações promovam novas formas de “ler” o mundo. Ao contemplarmos as telas abaixo reproduzidas de Cândido Portinari, não podemos apenas perceber as cores, os traços e a figura humana representada nelas, mas precisamos produzir significados, sentidos para o que é retratado, evocado em cada uma das telas. Não podemos, portanto, deixar de elaborar interpretações voltadas à sua temática social e de relacioná-las a alguns aspectos da realidade de muitos brasileiros: a fome, a miséria, o desalento, a desigualdade social, o sofrimento humano. Não podemos apenas decodificar a linguagem pictórica, mas, e necessariamente, interagir com as telas para podermos atribuir significações e reflexões sobre a realidade nelas (re)criadas e sobre aspectos do mundo exterior a elas. Portanto, um diálogo produtivo precisa ser instituído.
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Um diálogo que propicie a construção do conhecimento. Este é construído pela interação cognitiva, sensorial, simbólica e afetiva com as linguagens (musical, pictórica, escrita, oral e, por que não, a do hipertexto, que se organiza de modo a conjugar várias formas de expressão) e informações que recebemos. Para que você possa se assegurar do entendimento do que estamos dialogando neste momento, sugerimos que após você ter efetivado a sua leitura das telas de Portinari que foram aqui reproduzidas, escute as canções Segue o seco e Volte para o seu lar, interpretadas por Marisa Monte e compostas, respectivamente, por Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes. Essa costura de leituras promoverá a percepção de como o ato de fazer convergir múltiplos modos de olhar para a realidade (representada e/ou empírica) proporciona a efetivação de uma compreensão/interpretação ainda mais rica das referências que captamos.
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Para que as informações ganhem sentido e representatividade na formação e renovação de nossas posturas e perspectivas sobre aspectos vários da realidade, tornando-se, dessa maneira, conhecimento e cultura, precisamos nos posicionar ativamente no processo da recepção dessas informações, atribuindo-lhes significações durante o processo de compreensão e interpretação. Em todo e qualquer sistema de comunicação, as informações só se transformam em conhecimento/cultura para nós quando fazemos nossa parte. Trocando em miúdos: quando nos relacionamos, interagimos com elas, quando buscamos compreendêlas, quando criamos interpretações para o que nos é comunicado, quando nos transformamos por meio delas. É essa atitude de diálogo que promove a formação de nossos conhecimentos. Por isso, relembremos a importância de filtrarmos o que chega até nós.
Vamos pensar no que nos diz a prof.ª Eliana Yunes a respeito da leitura e sociabilidade, elementos estes discutidos em seu artigo Leitura e sociabilidade: literatura para crianças e velhos , no qual ela aponta para aspectos já apresentados neste breve percurso de nosso estudo: O que nos permite como espécie estar no mundo, interagir com ele, de forma a que ele nos (co) responda? Hoje, de uma forma bem abrangente, eu diria, é a condição de leitor construída desde a intuição e a percepção até a racionalização mais lógica, com atribuições de sentido, sejam elas mais ou menos consensuais. Vemos que nossos instintos funcionam diante de um risco, como a iminência de queda, e isto indica que, de alguma maneira, o corpo lê a situação de um modo sensitivo, memorizando
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experiências e guardando impressões que são também interpretações de nossa interação com a linguagem e o mundo. Quando enfim (cremos que) aprendemos a falar, as “leituras” se tornam pouco a pouco tumultuadas pela automatização dos discursos, o que nos impede de experimentar uma consciência da palavra ou das percepções vivenciadas. Para que o falante alcance autonomia é necessária a tomada de consciência da linguagem, elaborada pouco a pouco no processo de constituição do sujeito. A tarefa de criar e lutar com as linguagens para que elas venham, de fato, a servir à expressão e à comunicação é um longo aprendizado, lento e amoroso, de quem cuida do poder extraordinário que temos para instaurar realidades com o verbo, com os signos. Já vimos que nos comunicamos antes mesmo de nascermos. Agora, podemos entender que tal atitude ocorre porque, além de nos expressarmos, também lemos (percebemos e atribuímos sentido) ao que está a nossa volta. Você já havia pensado nisso? Agrupe informações que tenham chamado sua atenção a respeito de determinado assunto que esteve em pauta em vários meios de comunicação (internet, televisão, rádio, revistas, jornais...), filtre-as de modo a agrupar as matérias que chamaram sua atenção pelo modo peculiar com que algum aspecto da informação foi exposto e que lhe provocaram um maior exercício de percepção, de reflexão, de necessidade de referenciais que viessem a otimizar a produção de sentidos do que você está lendo. Procure ainda estabelecer relações entre o estado de coisas apresentado pelas matérias lidas e o seu posicionamento sobre tal situação para que você se aperceba sujeito da sua interpretação e responsável pela formação dos seus conhecimentos.
Experimente ainda relacionar a sua leitura, a interpretação a que chegou, com textos artísticos (música, pintura, textos literários, teatro, filmes, entre outros) que problematizam, (re)criam a realidade que está sendo pensada, interpretada por você. Você verá que será uma experiência enriquecedora para ambas as leituras (de mundo e dos textos que dela tratam). A conjugação de vários sistemas de comunicação torna nosso olhar rico em referenciais. Amplie seus horizontes conjugando sua leitura de mundo aos vários recursos tecnológicos e artísticos disponíveis em nosso dia-a-dia. Procure transformar informações em conhecimento, em um mosaico de saberes, selecionando-as, avaliando-as, conjugando-as com informações outras e múltiplas formas de expressão, submetendo-as a várias formas de olhar para que desse exercício surja o entendimento, a interpretação do mundo, da realidade. Esse comportamento ser adotado tanto no âmbito pessoal como no profissional.
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Uma empresa de cosméticos forma um grupo de pessoas para que estudem dados e informações sobre a repentina queda nas vendas de determinado produto. Esse grupo de colaboradores recolhe dados e informações (relatórios de Produção, do Atendimento ao Consumidor e de vendas, assim como de pesquisas realizadas pelo departamento de Desenvolvimento de Produtos) a respeito do produto em questão. Posteriormente, procuram estabelecer relações entre o material que reuniram para a análise, compreensão, interpretação sobre a ocorrência estudada, tarefa que demanda interação entre as pessoas do grupo e entre as informações para que relações sejam estabelecidas e que levem ao conhecimento do problema com o produto, seja ele de ordem interna, ou seja, quanto à fabricação/fórmula do produto, de mudança do perfil de mercado ao qual ele se dirige. Dessa forma, o grupo de colaboradores alcançará o conhecimento, construído a partir de análises do conjunto de informações obtidas e geradas, do fator que está envolvendo a não-aceitação do produto. Conhecimento que levará a um diagnóstico e posterior tomada de decisão pelos gestores da empresa. Abaixo há a citação de fragmento da reflexão feita por Jayr F. de Oliveira sobre a tecnologia da informação e da comunicação e a busca do ser humano de significações sobre a vida, si mesmo, o outro e o ambiente que o cerca. Embora no limiar de uma nova civilização, o homem parece não ter abandonado uma questão que sempre o norteou na construção das sociedades: a busca de um sentido para sua própria existência. Essa busca se fundamenta na construção de valores, tais como: a justiça, a solidariedade e a ética. Daqui para frente, e em escala planetária, os desafios da tecnologia obrigam o homem a adotar uma nova atitude perante a natureza e a organização das sociedades. (...) O avanço tecnológico parece indicar que toda a humanidade pode ser beneficiária dessas conquistas e não apenas alguns poucos. Mas falta ainda o homem descobrir que acumular máquinas e riquezas não é tudo. Por fim, existem hoje imensas possibilidades para o homem fundar uma sociedade planetária em novas bases: as máquinas podem pensar, auxiliadas, evidentemente, pelos homens; os indivíduos podem determinar seu próprio tempo de trabalho, uma vez que a informatização lhes possibilita produzir novamente em casa, e, concomitantemente, estar conectados com o mundo por uma complexa rede de comunicação (computador, telefone, fax, internet, intranet, extranet, e-mail); os homens encontram, enfim, melhores
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chances de realizar maior interação com o planeta do ponto de vista geográfico, econômico, político e ecológico. Para tanto, basta que utilizem a criatividade e a tecnologia na construção de uma nova solidariedade planetária.
Vamos pensar no que o autor nos apresenta? Na visão holística por ele proposta, na qual há a necessidade de que a interação entre as tecnologias e o ser humano fosse realizada de modo a criar uma sociedade, um mundo solidário. Outro convite à reflexão: a dinamização da capacidade e velocidade das tecnologias da informação e comunicação e seu reflexo social. Uma das tendências das T.I.C. - Tecnologias da Informação e da Comunicação - é o contínuo crescimento da agilidade e capacidade de processamento de informações realizado pelos computadores, tendência esta aliada a forte busca da diminuição do tamanho físico dessas máquinas (nanotecnologia). Esses fatores promovem uma comunicação ainda mais dinâmica e o aumento da capacidade de lidarmos com uma nova questão, um novo problema social, humano e empresarial em tempo real. Qual sua opinião sobre isso?
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL NA INTERFACE ENTRE O HOMEM E A TECNOLOGIA Vamos agora, a partir das noções e reflexões por nós compartilhadas até este instante, voltar nosso diálogo para a realização da comunicação empresarial, para os meios de intermediação (interface) e para a interação entre o ser humano e as tecnologias da informação e comunicação. No contexto empresarial, hoje e no futuro, a interação entre o ser humano e os novos recursos tecnológicos se faz necessária, fundamental para o gerenciamento das informações que darão suporte aos procedimentos de gestão da empresa. Informações que possibilitarão, após análise e interpretação, o conhecimento do cenário no qual a empresa atua (seus parceiros, concorrentes, situação social da comunidade em que está inserida e do país, etc.), de novas linhas de atuação, de necessidades, de ameaças e possibilidades apresentadas pelo mercado, de modos de comunicação e relacionamento
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com os clientes e outras empresas, etc. São aspectos que conduzem e auxiliam o gestor na tomada de decisões na busca de novas estratégias e no trabalho conjunto com seus colaboradores. Em outras palavras, as tecnologias da comunicação e da informação integradas e articuladas ao trabalho humano promovem o conhecimento profundo da realidade externa que envolve a empresa e da realidade interna desta. A INTERAÇÃO HOMEM-MÁQUINA A comunicação empresarial, ao ter como ferramenta as tecnologias da informação, nos coloca diante da questão da interação entre o ser humano e as tecnologias da informação e comunicação. Ora, nós já vivenciamos tal interação, seja em nossos locais de trabalho, seja em nossa vida pessoal, em nossas casas. Já estamos, portanto, familiarizados com as mais diferentes interfaces tecnológicas que nos auxiliam a obtermos informações variadas e a nos comunicar com pessoas ou instituições que fazem parte de nosso convívio social. Por exemplo, ao nos conectarmos à internet e ao acessarmos informações de que precisamos ou que nem sabíamos que existiam, estamos nos utilizando de uma interface da tecnologia da informação. Quer ver? Vamos nos lembrar juntos disso? Pois bem, estamos em contato com as T.I.C. quando pagamos nossas compras no supermercado com o cartão eletrônico de débito automático ou crédito; quando acessamos a Internet para sabermos se nosso time venceu o clássico ao qual não fomos e nem ouvimos no rádio ou assistimos pela televisão; quando trocamos mensagens via whatsapp com um amigo para sabermos como ele está; quando acessamos a internet pelo nosso celular ou mesmo quando usamos o celular para fotografar a amiga que veio nos visitar ou que está em uma situação hilária; quando alugamos um DVD ou fazemos o download de um filme e o assistimos em nosso notebook; quando abastecemos com gasolina ou álcool o nosso veículo com tecnologia total flex; ou ainda quando entramos em nosso carro e nos esquecemos de colocar o cinto de segurança ou não fechamos direito a porta e um sensor computadorizado nos avisa de que algo não está em ordem. No âmbito empresarial essa interação não é diferente: ao chegarmos ou sairmos da empresa passamos nosso crachá pela leitora de cartões-ponto; usamos o editor de textos para elaborarmos um relatório solicitado por nosso gerente ou diretor; disponibilizamos aos nossos clientes (consumidor, parceiros de negócios, colaboradores) um canal de comunicação na home page da empresa, pelo qual o relacionamento entre a instituição e seus clientes ganha amplitude e aproximação. Organizamos uma reunião entre gestores da filial, sejam CEOs (Chief Executive Officer - Gestores de Negócios Organizacionais) ou CIOs (Chief Information Officer - Gestores de TI) da empresa, sejam os gestores da matriz através de videoconferência.
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Buscamos, ainda, dados na internet (uso da rede de informática em escala global, ou seja, há o acesso a um grande número de servidores em todo mundo) para a elaboração de determinada pesquisa de produtos, tendências de mercado ou situação social de certa região do mundo; enviamos relatórios, imagens, solicitações, comunicações em geral a colaboradores (Intranet: rede física interna da empresa), filiais, parceiros, fornecedores, vendedores e representantes (Extranet) da empresa. Ou seja, estamos em constante contato com diversas interfaces das tecnologias da informação e comunicação. Essa interação reverte no crescimento de resultados para a empresa, ou seja, no alto desempenho da organização, em agilidade e eficácia e em conhecimento para o trabalho desenvolvido pelo homem. As tecnologias da informação e comunicação provam que o recurso humano é indispensável na produção e gestão de informações, o que se reflete na gestão empresarial. Dessa forma, colaboradores de uma empresa podem aplicar suas qualificações para a tomada de decisões, para direcionamentos estratégicos a partir do exame de dados e informações de determinado processo empresarial, por exemplo, obtidos por meio das tecnologias da informação e comunicação.
Vamos ver novamente como o ser humano e a tecnologia formam uma bela parceria: acompanhemos o trecho a seguir, de matéria escrita por Luís Perez e publicada na edição especial de Veja Tecnologia, de julho de 2005.
Navegação Segura
Você dirige. O computador pilota.
Sistemas que guiam o motorista por satélite já têm outras utilidades, como informar as condições do trânsito e pedir socorro mecânico. Para a ideia pegar no Brasil, faltam leis e infraestrutura. O motorista entra no carro e diz o nome do restaurante em que quer jantar. O navegador o leva até a porta do estabelecimento — pelo mapa no painel do carro e com sugestões em voz alta, do tipo “a 200 metros pegue a segunda à direita”. Enquanto isso, calcula a hora da chegada e faz a reserva da mesa automaticamente pela internet. Há um engarrafamento no caminho, mas isso não é problema: informado em tempo real das condições de trânsito, o computador de bordo adapta o percurso para
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fugir do congestionamento. Tudo isso já é teoricamente possível: os navegadores mais modernos no Japão, na Europa e nos Estados Unidos dispõem da maioria desses recursos. Alguns deles, como a possibilidade de se comunicar com uma loja ou restaurante, dependem de esses estabelecimentos também estarem munidos de novas tecnologias. No Brasil, porém, uma série de limitações de infraestrutura e legislação impede que tais sistemas cheguem logo. (...) Como vimos, mesmo em uma tecnologia ainda em desenvolvimento, a informática, a interface tecnológica, necessitará da presença e da interação do ser humano. A interação homem-tecnologias da informação e comunicação É uma parceria necessária para a produção, processamento, obtenção de resultados positivos e tomada de decisões. A gestão empresarial e de informação se faz por essa via de mão dupla que se estabelece entre o ser humano e as tecnologias da informação e comunicação. Esses dois eixos desempenham seus respectivos papéis, interagindo para o desenvolvimento dos processos de informação e comunicação empresarial.
Acompanhemos, na citação a seguir, o que nos explica Denis Alcides Rezende, autor de Planejamento de sistemas de informação e informática . A informática ou tecnologia da informação pode ser conceituada como recursos tecnológicos e computacionais para guarda, geração e uso da informação e do conhecimento (STAIR, 1996; REZENDE, 1999). Está fundamentada nos seguintes componentes: hardware e seus dispositivos e periféricos; software e seus recursos; sistemas de telecomunicações; gestão de dados e informações.
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Todos estes componentes interagem e necessitam da peça fundamental, que é o recurso humano, peopleware ou humanware. Embora conceitualmente esse componente não faça parte da tecnologia da informação, sem ele essa tecnologia não teria funcionalidade e utilidade. Gilberto Gil, em sua canção Pela Internet, fala das possibilidades que temos de “velejar” pelo mundo, pelo universo das informações, pelas interfaces das T.I.C.: Pela Internet Gilberto Gil Composição: Gilberto Gil Criar meu website Fazer minha home-page Com quantos gigabytes Se faz uma jangada Um barco que veleje Que veleje nesse infomar Que aproveite a vazante da infomaré Que leve um oriki do meu velho orixá Ao porto de um disquete de um micro em Taipé Um barco que veleje nesse infomar Que aproveite a vazante da infomaré Que leve meu e-mail até Calcutá Depois de um hot-link Num site de Helsinque/Para abastecer (...) Com base na canção de Gilberto Gil, reflita sobre as possibilidades abertas pelas T.I.C. ao ser humano, assim como sobre a interação humana nas interfaces com as T.I.C. Discorra sobre essa relação de comunicação dos nossos tempos.
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A empresa em que trabalho disponibiliza aos seus colaboradores uma série de tecnologias da informação (hardwares, periféricos variados, softwares) para auxiliar, dinamizar e aproveitar melhor as qualificações de cada colaborador. Devido a esse intuito, as tecnologias da informação e comunicação estão presentes no desenvolvimento do trabalho dos funcionários, dando-lhes o máximo acesso a informações necessárias e importantes, do chão da fábrica aos da administração e gestão empresarial. Sabemos que tal conexão demanda grandes esforços de aprendizado, pois a integração homem/interfaces de T.I.C. é imprescindível para a gestão empresarial e de informação. O que se percebe em tal ocorrência é que o ser humano é um recurso indispensável nessa interação. As tecnologias da informação provaram e continuam a provar que essa parceria é essencial para a obtenção de resultados positivos não só para a empresa mas também para o profissional. Portanto, o cotidiano nos faz perceber que precisamos estar conscientes do nosso papel na geração de informação e comunicação, bem como de sabermos a elevada importância das T.I.C. nesse processo.
O caminho percorrido neste primeiro tópico do nosso estudo procurou proporcionar uma visão panorâmica dos aspectos e elementos que constituem um sistema de informação e comunicação, seja no âmbito pessoal, seja no âmbito institucional/empresarial. Pudemos perceber que muitas são as fases e os recursos que participam do processo de informação/comunicação, seja ele tecnológico ou não, pois nos inserimos nesse processo e participamos do ato de produção de informações, interpretações, comunicações e conhecimentos quando lemos o mundo a nós mesmos e aos outros. Tal compreensão se faz necessária e importante para percebermos o nosso lugar, o nosso papel ativo na sociedade, a importância da alteridade no processo de descortinamento do mundo, da realidade e de nós mesmos. A transformação de informações em conhecimento vem sendo muito auxiliada pelas múltiplas interfaces das T.I.C., pois estas possibilitam a nossa interação com inúmeros meios de intermediação da informação e comunicação, agilidade e funcionalidade no acesso a dados múltiplos para que possamos relacioná-los, contextualizá-los e produzir, a partir da interpretação desses dados, informações que nos levarão a conhecer o meio em que estamos inseridos, a descobrir novos caminhos para a solução de problemas,
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a descobrir novas perspectivas que vão ao encontro de e/ou renovam as nossas perspectivas e posturas, mostram-nos desafios novos a serem encarados ou ainda nos auxiliam a estabelecer relações com as diversas linhas de saberes (artísticos, científicos, administrativos, etc.) e a entendê-las, o que nos leva à produção do nosso conhecimento. No próximo tópico veremos conceitos das T.I.C. Eis porque optamos pela apresentação da noção básica de sistema e de sistema de informação, uma vez que abordamos aqui a trajetória da transformação de dados em informações e destas em conhecimento, e também os recursos mínimos necessários em T.I.C.
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