POSTAL 1303 17MAR2023

Page 5

Em destaque

Comunidade cigana recebe formação sobre segurança aquática

A próxima sessão, que falará sobre a cidadania marítima, conta com o apoio da Capitania do Porto de Faro P9

Marroquina simulava furto de viaturas de aluguer

A arguida deslocou-se a Portugal com o objetivo de alugar veículos automóveis junto de locadoras para depois os transportar para fora de território nacional, designadamente para Marrocos, não tendo intenção de os devolver no fim do contrato. P6

“Não há melhor sítio para errarmos senão aqui”

Conseguem piscar os olhos, chorar, gemer e até transpirar: os ‘bonecos’ de última geração do Centro de Simulação Clínica do Algarve simulam casos clínicos, desde um parto a uma cirurgia, permitindo aos médicos ensaiar e errar fora da vida real. P8

Odemira é quem atrai mais estrangeiros seguindo-se o Algarve

Odemira foi, em 2021, o território com maior capacidade de atração residencial para quem vivia no estrangeiro um ano antes, seguindo-se dez concelhos do Algarve com percentagens superiores a 2%. P16

Algarve deve atrair turistas culturais dispostos a pagar mais

A criação de novos produtos, que tornem o turista num “residente temporário”, é um dos principais desafios para atrair ao Algarve turistas dispostos a gastar mais em cultura. P17

Aguardente e mel da Serra do Caldeirão deliciaram visitantes

Entre diversas iguarias, os visitantes tiveram oportunidade de saborear a chouriça assada, galo guisado com batatas, jantarinho de grão, entre outros pratos, na aldeia de Cortelha. P4

METROBUS O QUE SE SABE ATÉ AO MOMENTO

➡ Corredor Loulé – Faro – Olhão com 38 kms de extensão e 24 paragens ➡ 40 mil viagens por dia ➡ Serviço ao Aeroporto e ao Polo de Gambelas da Universidade do Algarve P12 e 13

Por Luís Gomes P2

Vai nascer a primeira

Floresta

Miyawaki no Algarve

Por Mendes Bota P22

Viegas P22

➡ METRO DE PROFUNDIDADE ➡ FALTA DE CHÁ
Percepções… e realidades
ANÁLISE e Perspectivas
A Civilização do Lazer “O lazer é uma criação da civilização industrial”
ainda
Opinião Um Governo próximo e comprometido com o Algarve ➡
Turísticas
➡ Por Elidérico
E
a
Por Luís Graça P2
TRIBUNA PARLAMENTAR A habitação constrói-se com todos GESTÃO DOCUMENTAL PARA EMPRESAS www.hpz.pt Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal 17 de março de 2023 1303 • €1,5 Diretor: Henrique Dias Freire Quinzenário à sexta-feira postaldoalgarve 145.592 www.postal.pt
P3 O Alojamento Local, a habitação e a destruição do turismo ➡ Por Carlos Baía P5 ESPECIAL DIA MUNDIAL DA ÁGUA P14 e 15 ➡ H2Off vai reunir mais de 500 jovens em marcha pela água em Loulé
A Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental da APDA
colocou o H2Off
calendário internacional | Por Teresa Fernandes
no

OPINIÃO

Redação, Administração e Serviços Comerciais

Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE

Tel: 281 405 028

Publisher e Diretor Henrique Dias Freire diasfreire@gmail.com

Diretora Executiva Ana Pinto anasp.postal@gmail.com

REDAÇÃO

jornalpostal@gmail.com

Ana Pinto, Cristina Mendonça e Henrique Dias Freire

Estatuto editorial disponível postal.pt/legal/politica-de-privacidade/ Colaboradores Afonso Freire, Alexandra Freire, Alexandre Moura, Beja Santos (defesa do consumidor), Elidérico Viegas (Análise e Perspectivas Turísticas), Humberto Ricardo, Luís Gomes/Luís Graça (Tribuna Parlamentar) e Ramiro Santos Colaboradores fotográficos e vídeo Ana Pinto, Luís Silva, Miguel Pires e Rui Pimentel

DEPARTAMENTO COMERCIAL

Publicidade e Assinaturas

Anabela Gonçalves - Secretária Executiva anabelag.postal@gmail.com

Helena Gaudêncio - RP & Eventos hgaudencio.postal@gmail.com

DESIGN Bruno Ferreira

DIÁRIO ONLINE www.postal.pt

EDIÇÕES PAPEL EM PDF issuu.com/postaldoalgarve

FACEBOOK POSTAL facebook.com/postaldoalgarve

FACEBOOK CULTURA.SUL facebook.com/cultura. sulpostaldoalgarve TWITTER twitter.com/postaldoalgarve

PROPRIEDADE DO TÍTULO

Henrique Manuel Dias Freire (mais de 5% do capital social)

EDIÇÃO POSTAL do ALGARVE - Publicações e Editores, Lda. Centro de Negócios e Incubadora

Level Up, 1 - 8800-399 Tavira

CONTRIBUINTE nº 502 597 917

DEPÓSITO LEGAL nº 20779/88

REGISTO DO TÍTULO ERC nº 111 613

IMPRESSÃO LUSOIBERIA: Avenida da Repúbica, nº 6 - 1050-191 Lisboa 914 605 117 comercial@lusoiberia.eu

DISTRIBUIÇÃO: Banca/Logista à sexta-feira com o Expresso / VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT

Tiragem desta edição

8.469 exemplares

TRIBUNA PARLAMENTAR Luís Graça

Deputado do PS pelo Algarve

TRIBUNA PARLAMENTAR Luís Gomes

Março começou com a realização do Conselho de Ministros no Algarve e a promoção de um assinalável conjunto de visitas de trabalho (mais de 60 iniciativas) aos nossos 16 municípios pelo primeiro-ministro, António Costa e pelos restantes membros do Executivo socialista.

A disponibilidade para o Governo no seu conjunto assumir uma relação de diálogo e proximidade com os protagonistas da região, quer sejam autarcas, empresários ou pescadores na Ilha da Culatra já seria por si só um aspeto muito positivo mas esta jornada do “Governo + Próximo” deixa no Algarve outra marca que merece ser assinalada e que se traduz na vontade do Primeiro-ministro garantir no terreno a execução das obras do Plano de Recuperação e Resiliência e comprometer-se com uma agenda para o futuro da região.

A presença de António Costa em Faro, município cujo presidente repetidamente diz acreditar que os problemas da habitação serão resolvidos pelo mercado da construção civil e pelos privados, para o lançamento da construção de 49

Mas foi também um compromisso com o futuro com a vinculação do Governo ao projeto de mobilidade entre Olhão, Faro e Loulé ligando estas três cidades, onde reside quase 40% da população do Algarve, o Aeroporto Internacional de Faro, a Universidade do Algarve e o futuro Hospital Central, no Parque das Cidades, por Metrobus, bem como a assunção no quadro da organização do Estado que existem desafios que precisam de intervenção supramuncipal só possível de alcançar através de uma verdadeira administração regional, que um dia esperamos se chame Governo Regional do Algarve, e que até lá será corporizado através das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional cuja nova lei orgânica foi aprovada na reunião de Faro do Conselho de Ministros e que já prevê a concentração numa única “autarquia” regional de vários serviços e competências do Estado (economia, cultura, educação, formação profissional, saúde, conservação da natureza e das florestas, infraestruturas, ordenamento do território e agricultura).

Apoiamos o Primeiro-ministro António Costa nesta reforma do Estado que pre-

Há muito tinha escrito sobre as consequências das más políticas de ordenamento do território. As opções políticas que foram sendo tomadas ao longo dos tempos revelaram-se populistas, imediatistas e muito pouco ponderadas. Opções que se têm esgotado em fortes limitações a alterações de perímetros urbanos, compostas por regras impostas de cima-para-baixo, com dificuldades em se encaixar face às características diferenciadas de determinados territórios. Resultando, assim, na institucionalização de um sistema de planeamento e de ordenamento do território rígido, pouco flexível e incapaz de constituir um instrumento que suporte o desenvolvimento do país. Estas circunstâncias aliadas a uma prática urbanística que quase se esgota na aplicação de Leis e de regulamentos, em detrimento de um trabalho criativo e sistémico, resultan-

sa. Sendo que os mais jovens e a classe média têm sido particularmente vítimas deste processo, O governo do Partido Socialista apresentou o seu pacote de habitação, cuja matriz centra-se na apropriação da propriedade privada e no ataque ao alojamento local. A propósito deste último, importa revisitar os contornos da sua criação. Regressando a quase duas décadas atrás, o grande flagelo do turismo eram as camas paralelas. Aquelas que não entravam nas estatísticas do turismo, as que não contribuíam com impostos para o Estado, as que circulavam num mercado “negro”. O aparecimento da figura do alojamento local permitiu a sua institucionalização, o seu contributo efetivo para a riqueza do país e para a geração de emprego. Porquê agora acabar com o que funciona bem? Por ser mais fácil e para não se implementar reformas que permitam dar um contributo efetivo e duradouro para a resolução do problema?

Mãos à obra!

fogos para o realojamento de outras tantas famílias de pescadores, que apesar de totalmente financiados pelo Estado (desde a compra do terreno, à execução dos projetos e à sua construção) se arrastava desde 2011, mostra como o Governo está decidido a se necessário for meter a mão na massa para que as obras, mesmo as que forem de iniciativa dos municípios, surjam efetivamente no terreno.

Foi esse sinal de compromisso com a execução das obras e a sua colocação ao serviço das pessoas que esteve na base da inauguração da Esquadra da PSP de Vila Real de Santo António e a autorização para a criação da Polícia Municipal de Lagoa, do Centro Interpretativo e Expositivo da Fortaleza de Sagres e a criação do Centro de Alto Rendimento de Desportos Náuticos em Vilamoura, a inauguração do Centro de Simulação Clínica na Universidade do Algarve e a criação da delegação regional do INEM, a inauguração de uma creche em Albufeira e a aquisição de 15 apartamentos para o alojamento de professores em Portimão.

tende capacitar e conferir poder político às regiões. O Algarve mais que duplicou os fundos comunitários que terá à sua disposição nos próximos dez anos. Nas próximas semanas será conhecida a equipa que terá por missão o lançamento, ainda este ano, do concurso para a construção do novo Hospital Central e Universitário do Algarve, esperando-se que termine a avaliação de impacto ambiental que permita lançar os concursos para a tomada de água no Pomarão e a construção da central dessalinizadora. Este é mesmo o momento para concretizar os projetos que temos vindo a preparar. Mãos à obra!

Nota: a Câmara Municipal de Faro aprovou um aumento global de 6% sobre a fatura da água, mas há escalões onde esse aumento chega aos 24%. Em tempo de guerra, com a inflação e os juros da habitação a subir, estes aumentos sobre um bem indispensável são no mínimo demonstradores de uma cruel insensibilidade social.

luis.graca@ps.parlamento.pt

te da colaboração de equipas multidisciplinares, têm conduzido o país para uma situação absolutamente insustentável. Estes condicionalismos, a par da ausência de uma política de solos estimulada pelo governo, junto das autarquias locais, têm encurralado, especialmente, os municípios, os quais têm sido incapazes de promover estratégias que resolvam os problemas das populações. O tema da habitação tem sido um deles.

Em Portugal, há um problema sério e generalizado de falta de habitação, particularmente, habitação a preços acessíveis. Este problema é sobretudo do lado da oferta que, atendendo à escassez de solo disponível para estes fins conjugada com a excessiva procura, tem conduzido ao aumento dos preços do solo, o que impossibilita a capacidade de as populações acederem a uma ca-

Esta é a verdadeira diferença das propostas do Governo e as apresentadas pelo Partido Social Democrata, na Assembleia da República, na passada quarta-feira.

O PSD apresenta propostas onde conta com todos e responde a todos também. Com os agentes públicos, com os privados e com o sector social e cooperativo. Conta com todos nas diversas geometrias possíveis. Porque temos de arregaçar as mangas e resolver definitivamente a premente incapacidade do Estado em garantir uma casa aos seus. Mas pretendemos fazê-lo com pés e cabeça, não com fogachos. O tema da habitação constituiu, por isso, um momento em que o PSD demonstrou a sua matriz e que continua a ser o grande partido reformista e nunca facilitista. lfgomes@psd.parlamento.pt

2 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
A habitação constrói-se com todos
Deputado do PSD pelo Algarve
| OPINIÃO
O PSD demonstrou a sua matriz e que continua a ser o grande partido reformista e nunca facilitista
Um Governo próximo e comprometido com o Algarve
Este é mesmo o momento para concretizar os projetos que temos vindo a preparar.

Vai nascer a Florestaprimeira Miyawaki no todasAlgarve, as espécies vegetais são nativas da região

No próximo dia 25 de março, a partir das 10:00, será plantada a primeira floresta Miyawaki no Algarve, mais precisamente na Mesquita, próximo de Algoz, no concelho de Silves. Esta iniciativa será executada pelas mãos do projeto Floresta Nativa e por todos os voluntários que a ela se vão juntar.

Serão plantadas mais de 260 plantas de 17 espécies vegetais autóctones do Algarve, numa área com 100 metros quadrados. Estas florestas caracterizam-se por serem plantadas apenas espécies vegetais nativas da região onde é criada.

O projeto Floresta Nativa surgiu da determinação de uma bióloga, em querer contribuir para mudar o rumo de degradação da “nossa casa”, o planeta Terra, e contribuir para a recuperação das florestas autóctones nacionais.

Com início em outubro de 2022,

este projeto define-se pelos seguintes desafios: Reflorestar de forma sustentável; Restaurar a biodiversidade através da reflorestação; Restituir a floresta nativa destruída; Dar a conhecer aos portugueses um método revolucionário de plantação de florestas nativas com resultados espantosos e que, com as adaptações certas, estará ao alcance de todos.

Bióloga Sónia Soares é o rosto do projeto

Sónia Soares, bióloga com mestrado em ecologia e gestão ambiental e amante da natureza, é o rosto deste projeto e está à frente da organização da plantação da primeira floresta Miyawaki no Algarve, que será uma floresta para si, para os seus, para o mundo.

“O método Miyawaki remonta à década de 1970 e à descoberta do botânico japonês Akira Miyawaki,

de que apenas 0.06% das florestas do seu país eram nativas. Perante esta realidade e com todo o seu conhecimento adquirido ao longo de anos de estudo, Miyawaki desenvolveu um método de restaurar as vegetações nativas, em terras degradadas ou destruídas”, explica o projeto Floresta Nativa em comunicado.

O método Miyawaki de arborização, inspira-se nos ecossistemas naturais para criar florestas pioneiras: 100% orgânicas, que crescem 10 vezes mais rápido, são 30 vezes mais densas, contêm 100 vezes mais biodiversidade. São rápidas de estabelecer e livres de manutenção após os primeiros dois a três anos. Comprovado no Japão e em todo o mundo, este método tem uma taxa de sucesso de 97% para a sobrevivência das árvores, mesmo em ambientes de teste. Assim, nasce a primeira floresta Miyawaki no Algarve.

A metodologia, desenvolvida pelo Botânico Miyawaki, reproduz a forma como uma floresta progredia, se plantássemos apenas espécies vegetais nativas de ocorrência natural numa área, sem a intervenção humana, dada a condição climática específica e a sua localização. Este método não é único, apenas porque restaura habitats nativos usando árvores nativas.

É proporcionado naturalmente um aumento da biodiversidade vegetal que favorece assim um incremento de espécies animais

Os princípios de arborização para a criação das florestas nativas Miyawaki baseiam-se na compreensão de como as espécies interagem numa floresta natural e na plantação de uma combinação

diversificada de árvores próximas entre si, para maximizar a densidade e estabelecer o equilíbrio. “Ao plantar uma grande variedade de árvores nativas próximas umas das outras criamos um aumento da biodiversidade vegetal proporcionando assim um incremento de espécies animais, à medida que a floresta vai crescendo”, destaca o projeto Floresta Nativa. Estas florestas não são uma opção às florestas naturais, mas sim um meio de reflorestar habitats destruídos e melhorar ambientes ecologicamente degradados, por exemplo em meios urbanos, que por sua vez, fornecem aumento da vegetação, habitat para as espécies animais, espaços verdes e frescos de lazer e relaxamento, melhoramento da qualidade do ar, redução da poluição sonora, mitigação do escoamento superficial das águas pluviais e diminuição do efeito de ilha de calor urbano.

REGIÃO 3 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023
FOTO D.R.

Aguardente e mel da Serra do Caldeirão deliciaram visitantes

Aaldeia da Cortelha, em plena Serra do Caldeirão, apresentou no passado sábado, a tradicional aguardente de medronho e o natural e doce mel de rosmaninho. O dia acordou solarengo na aldeia da Cortelha para receber os mais de 350 participantes no Passeio Pedestre e foi mesmo em plena Estrada Nacional 2 que teve início a caminhada que levou os pedestrianos ao longo de aproximadamente 10 kms a

visitarem algumas destilarias de aguardente de medronho, em plena produção.

Entretanto, no Pavilhão do Polidesportivo da Cortelha, realizou-se a segunda edição da Feira da Aguardente e Mel da Cortelha, onde marcaram presença mais de 40 expositores, entre eles diversos produtores de aguardente e mel, bem como muitos artesãos, mas também doçaria tradicional algarvia. O certame recebeu durante todo o dia uma autêntica romaria,

onde os visitantes puderam provar a aguardente de medronho e o mel de rosmaninho da Serra do Caldeirão, mas também degustar a memorável gastronomia serrana.

Entre diversas iguarias, os visitantes tiveram oportunidade de saborear a chouriça assada, o galo guisado com batatas, o jantarinho de grão, entre outros pratos.

Além da caminhada, da gastronomia serrana e do muito artesanato presente, a animação foi essencial para manter vivas as tradições musicais algarvias, através das sonoridades dos mais de 15 acordeonistas da Orquestra Garvefole e das danças e cantares do Rancho Folclórico “As Mondadeiras das Barrosas”.

Para terminar a animação, su-

ASSINA o teu Jornal

POSTAL do ALGARVE - Rua Dr. Silvestre Falcão, 13C 8800-412 Tavira

Morada

Lagos reforça serviços de atendimento remotos

A Câmara de Lagos aumentou o número de serviços que disponibiliza de forma remota, através do Balcão Virtual do município, num processo que visa facilitar o acesso do cidadão e trazer ganhos de eficiência administrativa, anunciou a autarquia. “Além da consulta e descarregamento de requerimentos, a nova plataforma de serviços 'online’ permite efetuar o seu preenchimento e, aos utilizadores registados, submeter diretamente os requerimentos através da internet”, precisou o município algarvio num comunicado. A nova ferramenta eletrónica, disponível desde 01 de março, permite evitar deslocações e custos associados, assim como automatizar procedimentos internos.

Empreitada para requalificar ermida histórica de Alcoutim

biu ao palco Ruben Filipe, que encerrou as hostes da Feira da Aguardente e Mel da Cortelha, já noite dentro com o sempre ritmado Baile.

Esta iniciativa resulta do empenho e dedicação da vasta equipa de voluntários da Associação dos Amigos da Cortelha e pretende promover, divulgar e valorizar dois produtos de excelência da serra algarvia tradicionalmente produzidos com grande mestria. “A aguardente e o mel continuam ainda nos dias de hoje a ter muita relevância quer ao nível da dinâmica social e económica, quer em termos da projeção turística do interior algarvio, pois são ainda o suporte económico de muitas famílias e os verdadeiros símbolos da ruralidade no algarve”, destaca a Associação dos Amigos da Cortelha.

A organização esteve a cargo da Associação dos Amigos da Cortelha, com o importante apoio da Câmara Municipal de Loulé e da Junta de Freguesia de Salir.

A Câmara de Alcoutim assinou na quarta-feira da passada semana o contrato de empreitada das obras de renovação e valorização da Ermida da Nossa Senhora da Conceição, edifício histórico localizado na vila algarvia, orçadas em 398.304 euros. A empreitada tem um prazo de execução de 240 dias a contar da data do auto de consignação de trabalhos e vai permitir, entre outros trabalhos, a reconstrução parcial de muros existentes, a reparação da cobertura, o tratamento da cúpula e das torres ou a reparação dos pavimentos em madeira e em tijoleira, precisou a autarquia. O município destacou que a ermida é um monumento de interesse público e um dos principais edifícios religiosos do concelho, existindo referências à sua existência desde o século XVI, época à qual “corresponde o portal de singela feição manuelino renascentista”. A ermida foi integralmente reconstruída na segunda metade do século XVIII, quando foi feita a reformulação quase integral do interior e da estrutura, incluindo a construção do escadório nas traseiras do edifício. O seu interior conta com uma capela-mor, revestida de azulejos setecentistas, e “um imponente retábulo de talha dourada com colunas pseudo-salomónicas”, realçou ainda a autarquia.

Recebe o em primeira mão

Distribuído em toda a região do Algarve com o

33€

Nome do Titular

Assine através de DÉBITO DIRECTO 40€

ASSINATURA IDÊNTICA À CONSTANTE NA FICHA DO BANCO TITULAR DA CONTA

Assine através de DINHEIRO, CHEQUE ou VALE POSTAL à ordem de POSTAL DO ALGARVE

Banco

AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO - por débito na conta abaixo indicada, queiram proceder, até nova comunicação, aos pagamentos das subscrições que vos forem apresentadas pelo editor do jornal POSTAL DO ALGARVE. Esta assinatura renova-se automaticamente. Qualquer alteração deverá ser-nos comunicada com uma antecedência mínima de 30 dias.

NOTA: Os dados recolhidos são processados automaticamente e destinam-se à gestão da sua assinatura e apresentação de novas propostas. O seu fornecimento é facultativo. Nos termos da lei é garantido ao cliente o direito de acesso aos seus dados e respectiva atualização. Caso não pretenda receber outras propostas, assinale aqui.

4 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO FOTOS D.R. breves
Nome
PT50
Data Nasc. _ _ / _ _ / _
Cód. Pos. _ _ _ __ _ _ NIF _ _ _ _ _ _ _ _ _ Tel _ _ _ _ _ _ _ _ _ Email  
_ _ _

O Alojamento Local, a habitação e a destruição do turismo

Após a apresentação pelo Governo, no passado dia 16 de fevereiro, do pacote Mais Habitação, destinado a resolver os problemas de habitação que o nosso país enfrenta, a polémica não mais parou. Se algumas das medidas apresentadas são relativamente consensuais, outras estão longe disso. As medidas a aplicar ao AL – Alojamento Local encontram-se nesta segunda categoria, daquelas que geram discórdia e, por isso, têm feito correr muita tinta. Associações do setor, empresários e investidores e autarquias estão entre aqueles que estão contra medidas como a limitação absoluta de emissão de novas licenças para alojamentos locais ou o fim do alojamento local em 2030. Mas, afinal, fará sentido acaba com o AL para resolver os problemas da habitação? Vamos aos factos, aplicados ao caso do Algarve:

1 - O Alojamento local ocupa apenas 11% do total de alojamentos familiares existentes no Algarve De acordo com os Censos de 2021, do INE, o Algarve dispunha, em 2021, de 391.416 alojamentos familiares. Analisados os registos de alojamento local na plataforma do Registo Nacional de Alojamento Local, verifica-se que se encontram registados 31.235 AL na região, ou seja, apenas 11% do total de alojamentos disponíveis.

Por outro lado, importa ter presente que a pressão do AL não é

igual em todos os concelhos. No caso do Algarve verifica-se menos pressão em Alcoutim (1%) e Faro e Monchique (2%), existindo maior pressão em Aljezur e Lagos (19%) e Albufeira (21%).

Perante esta disparidade parece não fazer sentido aplicar uma medida única, que não tenha em conta a diferente “pressão” do AL nos vários territórios.

E, não menos importante, é necessário não esquecer que nem todos os alojamentos locais foram instalados em edifícios habitacionais, disponíveis para habitação. Parte da oferta de alojamento local foi instalada em edifícios devolutos e degradados, tendo contribuído para a sua recuperação e consequente melhoria da imagem dos territórios.

2 - Abdicar da oferta de alojamento local compromete a oferta turística regional

O peso da oferta de alojamento local varia de concelho para concelho. Em alguns concelhos, a oferta de camas depende quase exclusivamente do alojamento local, como é o caso de Aljezur ou Olhão, onde o AL

representa mais de 90% das camas disponíveis. E mesmo nos concelhos onde o peso do AL é menor, como acontece em Vila Real de Stº António ou Albufeira, é responsável por cerca de metade da oferta existente. No Algarve, duas em cada três camas turísticas, são disponibilizadas em regime de alojamento local. Acabar com o AL implicaria comprometer 2/3 da oferta turística regional. Seria um erro enorme, com consequência gravíssimas, implementar medidas sem levar em linha de conta esta realidade.

3 - Menos oferta turística significa menos emprego e menos receitas De acordo com as estimativas existentes, com quase 70 milhões de dormidas em 2022, o setor do turismo em Portugal terá gerado receitas próximas dos 22 mil milhões de euros. Numa conta simples, em proporção, o Algarve, com mais de 19 milhões de dormidas, representou 27% do total das dormidas do país, pelo que terá gerado uma receita próxima dos 6 mil milhões de euros. Se àquele valor retirássemos a

proporção de camas em regime de AL, estaríamos a tirar à região 4 mil milhões de receitas. Sendo o turismo o principal setor de atividade do Algarve, com impacto direto ou indireto em cerca de 60% a 70% da economia regional, é fácil perceber o enorme impacto que o fim do AL traria ao Algarve. Uma redução do número de camas turísticas disponíveis implicaria menos turistas, menos clientes para setores como os transportes, a restauração, a animação, a cultural e demais oferta destinada a turistas, pondo em causa postos de trabalho e receitas turísticas. Face ao cenário apresentado, várias coisas não fazem sentido no programa do Governo. Não faz sentido colocar o Alojamento Local como responsável, e como salvador, do problema de habitação em Portugal; não faz sentido acabar com o Alojamento Local por decreto; não faz sentido que perante diferentes impactos do AL ao longo do território se tome uma medida única e cega; não faz sentido colocar em causa toda uma economia regional, para resolver o problema da habitação.

Na economia as análises custo / benefício servem para quantificar e avaliar os benefícios e os custos de um determinado projeto ou proposta.

No caso das medidas propostas para o AL, o Governo, seguramente, não teve em conta esta avaliação custo / beneficio. Haverá, certamente, boas soluções para o problema da habitação em Portugal. Mas acabar com o AL não será uma delas.

Lagoa acolhe encontro inter-regional de capoeira

O concelho de Lagoa vai acolher o encontro inter-regional de Capoeira, que se realiza de 24 a 26 de março, no Auditório Carlos do Carmo, no pavilhão da escola E.B 2,3 Jacinto Correia e no Largo da praia do Carvoeiro. O encontro vai também assinalar os 22 de anos de presença em Lagoa do grupo Muzenza de capoeira, cujos responsáveis e instrutores vão estar presentes, ao lado “de grandes nomes na arte da capoeira” e de professores e atletas da Europa e do Brasil, precisou o gabinete de comunicação da autarquia. Embora com “menor envergadura” do que em edições anteriores, a associação promotora “dá um profundo valor aos eventos de batizado e troca de graduação dos seus alunos e atletas”, que este ano vão também contar com a presença de colegas de outros “núcleos de treino”, nomeadamente de São Bartolomeu de Messines, de São Brás de Alportel e de Tavira, precisou a autarquia, parceira na organização da iniciativa. “O encontro inter-regional de capoeira permite ao concelho e à população de Lagoa a ligação com esta arte e, também, a presença de muitos visitantes, entre convidados, atletas e suas famílias”, salientou o município.

Aljezur quer ampliar parque de estacionamento

A Câmara de Aljezur pretende avançar este ano com a requalificação e ampliação do parque de estacionamento automóvel, junto a vários serviços públicos e privados, à entrada da vila, anunciou aquele município. O contrato para a elaboração do projeto de arquitetura foi adjudicado pelo valor de 64 mil euros e com um prazo de execução de 120 dias (quatro meses), informou a autarquia em comunicado. A câmara "pretende lançar ainda este ano a empreitada para esta obra que irá melhorar e reorganizar o estacionamento numa zona com vários serviços públicos e muito frequentada por visitantes”, conclui a nota.

Portimão aprova medidas de apoio à educação

A Câmara de Portimão aprovou um conjunto de medidas para apoiar as famílias na educação, como o alargamento das refeições gratuitas, o aumento de bolsas de estudo ou a atribuição de verbas para visitas de estudo. Em causa está um “pacote extraordinário de medidas” que se prolonga até final do ano letivo e representa um investimento de 280 mil euros para reforço do apoio alimentar, de 50 mil euros para financiamento de visitas de estudo e de 38 mil euros para atribuição de 19 novas bolsas de estudo, adianta o município em comunicado. As refeições gratuitas são atribuídas aos alunos do pré-escolar ao 9º ano e estudantes de escalão B do ensino secundário, sendo a verba cabimentada para efeito distribuída pelos agrupamentos de escolas, que vão também receber 10.000 euros cada (num total de cinco) para financiar visitas de estudo, precisou a autarquia. As 19 novas bolsas de estudo financiadas pelo pacote de medidas anunciado permitem apoiar alunos que já preenchiam os requisitos do regulamento de atribuição.

REGIÃO 5 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023 breves
FOTOS D.R.
... - Dados não disponíveis
A OPINIÃO DE CARLOS BAÍA, Mestre em Ciências Económicas e Sociais e Vereador na Câmara Municipal de Faro com o pelouro da Habitação e do Turismo

Marroquina simulava furto de viaturas de aluguer para não ter que as devolver

Uma cidadã marroquina foi acusada de dois crimes de burla qualificada e de um outro de simulação de crime num caso envolvendo automóveis de aluguer que pretendia levar para Marrocos e não devolver, informou esta terça-feia o Ministério Público.

Segundo uma nota do Ministério Público de Lisboa, resulta da acusação que a arguida (antes de outubro de 2019) se deslocou a Portugal com o objetivo de alugar veículos automóveis junto de locadoras para depois os transportar para fora de território nacional, designadamente para Marrocos, não tendo intenção de os devolver no fim do contrato.

Apresentou queixa em Tavira

Assim, diz a acusação, em 17 e 18 de outubro de 2019, a arguida alugou duas viaturas em empresas diferentes, tendo saído depois, em momentos diferentes, do Porto de Algeciras em direção a Ceuta. Em ambos os casos, as viaturas não regressaram a Espanha, nem deram

formalmente entrada em território de Marrocos.

Dias mais tarde, a arguida apresentou queixa, primeiro na GNR de Tavira pelo furto de uma das viaturas e, mais tarde, em Espanha, pelo furto da outra viatura.

A acusação refere ainda que,

contactada a cidadã marroquina por uma das empresas de aluguer de automóveis para apurar da localização da viatura e o motivo da sua não devolução, a arguida justificou-se perante a empresa lesada dizendo que o automóvel tinha sido rebocado pela polícia,

comprometendo-se a enviar a respetiva chave pelo correio. Mais tarde, a arguida enviou, efetivamente, a chave de um automóvel, mas que não correspondia à viatura alugada. A investigação foi dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Quatro detidos e apreendidas quase quatro toneladas de haxixe em operação a sul de Portugal

As autoridades portuguesas detiveram quatro homens e apreenderam 3.710 quilogramas de haxixe numa operação conjunta de combate ao narcotráfico realizada durante a noite em águas internacionais a sul de Portugal

Em comunicado, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) indicou que a operação conjunta da Marinha e a Força Aérea portuguesas resultou na detenção dos quatro homens, dois de

nacionalidade espanhola e dois e nacionalidade marroquina, tripulantes de uma embarcação de alta velocidade.

Abordagem à embarcação em águas internacionais efetuada pela força de fuzileiros da Marinha com o apoio da Polícia Marítima

De acordo com AMN, a abordagem à embarcação em águas internacionais a sul de Portugal foi efetuada pela força de fuzi-

leiros da Marinha com o apoio da Polícia Marítima, depois de terem sido “monitorizados movimentos suspeitos de embarcações relacionadas com o narcotráfico”.

“Para o sucesso da missão foi fundamental, na fase inicial, a patrulha e vigilância realizada por uma aeronave de patrulhamento marítimo (MPA) da Força Aérea Portuguesa que detetou e seguiu os movimentos da embarcação suspeita, que viria a ser depois abordada com sucesso”, lê-se na nota.

São Brás de Alportel: Estrangeiros residentes têm apoio de segundo provedor

A Câmara de São Brás de Alportel reforçou o serviço de apoio a cidadãos estrangeiros que vivem no concelho com a nomeação do escocês Robin Wilson como segundo provedor do residente estrangeiro, missão até aqui desempenhada em exclusivo pelo espanhol Alejandro Barcia, anunciou a autarquia. O município algarvio destacou a importância de agora haver “dois provedores que têm como missão promover a integração” da comunidade estrangeira que reside em São Brás de Alportel, reforçando o apoio dado por esta figura desde a sua criação, em 2014. Até aqui, esta “colaboração voluntária” era prestada em exclusivo pelo espanhol Alejandro Barcia, a quem o município enalteceu o “contributo notável no apoio à integração da comunidade estrangeira”, através da ajuda prestada na obtenção de informação e tradução de conteúdos, no acompanhamento de estrangeiros junto dos serviços municipais ou na promoção do diálogo intercultural. “Nove anos depois, vem juntar-se a esta missão Robin Wilson, que aceitou esta missão voluntária que já foi reconhecida como boa prática, a nível nacional, pelo Alto Comissariado para as Migrações”, congratulou-se ainda o município do distrito de Faro, que pretende assim “criar pontes e uma maior proximidade” com a comunidade estrangeira residente em São Brás de Alportel.

Na operação, adianta, foram apreendidos 106 fardos de haxixe, correspondendo a 3.710 quilos e a embarcação suspeita de envolvimento no narcotráfico.

A embarcação com o produto estupefaciente foi conduzida para o porto de Faro, “a fim de se efetuarem as diligências de investigação”.

Os quatro detidos e o produto estupefaciente foram entregues à Polícia Judiciária para posteriores diligências, conclui a nota da AMN.

Detido homem em

Loulé por posse de arma proibida

A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve esta terça-feira, em Loulé, um homem, com 26 anos, por posse de arma proibida e recuperou diverso material alegadamente furtado, anunciou aquela força de segurança. A detenção ocorreu no âmbito de uma investigação iniciada há cerca de um ano para identificar o alegado autor de furtos em residências naquele concelho algarvio, indicou em comunicado o Comando Territorial de Faro da GNR. Durante uma busca domiciliária, os militares apreenderam uma arma de caça e uma arma branca – denominada como arma borboleta -, duas doses de haxixe, fios de ouro e prata, artigos de vestuário e de higiene pessoal, um ‘tablet’ e uma câmara de filmar. O homem foi constituído arguido e o processo remetido apara o Tribunal de Loulé.

GNR recupera material furtado e constitui um arguido por furto

A GNR apreendeu, em Loulé, diverso material alegadamente proveniente de furtos que se encontravam na posse de um suspeito que foi constituído arguido por esse tipo de crime, anunciou a corporação. O suspeito, de 22 anos, foi alvo de um inquérito por furto em residência durante cinco meses e a GNR efetuou na terça-feira duas buscas domiciliárias, que permitiram a recuperação de diverso material alegadamente furtado pelo arguido, acrescentou a força de segurança num comunicado. Entre o material apreendido está um motociclo, um aerossol de defesa, uma consola, um fato de motocrosse e duas doses de haxixe, precisou a GNR.

6 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO breves
FOTO D.R.

FOTO

Identificadas seis vítimas de tráfico de seres humanos no Algarve

OServiço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) identificou e aplicou medida de apoio e proteção a seis estrangeiros que foram identificados como vítimas de tráfico de seres humanos, numa operação realizada no barlavento (oeste) algarvio, anunciou este serviço.

A identificação destas pessoas como vítimas do crime de tráfico de seres humanos foi feita na sequência de uma ação de fiscalização realizada pelo SEF durante a semana na zona mais ocidental do distrito de Faro destinada a “confirmar a morada de alguns cidadãos estrangeiros” numa residência, indicou o SEF num comunicado. “Apurou-se que os seis cidadãos foram aliciados no país de origem com a promessa de trabalho em Portugal na agricultura, com direito a alojamento e posterior legalização, mediante o pagando, por cada imigrante, de 13 mil euros a

uma rede de imigração ilegal”, justificou o SEF.

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras sublinhou que as informações recolhidas permitiram concluir que “esses cidadãos tiveram de recorrer a créditos e ajudas de familiares para reunirem o dinheiro necessário” para pagar aos elementos da rede ilegal que se encarregava da deslocação até Portugal. Quando os inspetores do SEF iniciaram a fiscalização para confirmar a morada, “verificaram que 24 cidadãos estrangeiros, de origem indostânica, estavam alojados na mesma moradia” e foram alertados “para a situação de vulnerabilidade de um grupo de cinco cidadãos que ali partilhavam um quarto”, contou o serviço de segurança.

A mesma fonte adiantou que os inspetores constataram que “cinco cidadãos se encontram em Portugal há quatro meses, sendo titulares de vistos de trabalho”, e confirmaram “os

indícios” de que estes homens estavam a ser “vítimas de tráfico de seres humanos”.

O grupo de cinco imigrantes foi “encaminhados para Faro, onde técnicas da Associação para o Planeamento da Família (APF), pertencentes a uma Equipa Multidisciplinar Especializada, os entrevistaram e sinalizaram como vítimas”, sendo-lhes “garantida ajuda e proteção”, garantiu o SEF.

140 euros mensais por um colchão

Posteriormente, e com base nos depoimentos, dados obtidos e diligências adicionais efetuadas, os inspetores conseguiram chegar à “localização, no dia de ontem [sexta-feira], de um sexto cidadão nas mesmas condições”, que também foi “igualmente sinalizado como vítima” e apoiado com “a devida assistência humanitária”.

Os investigadores argumentam que estes seis imigrantes,

D.R. Ciclista morre após colisão com táxi em Boliqueime

Um ciclista morreu na madrugada de quinta-feira, da passada semana, depois um taxista ter colidido com a bicicleta em que seguia, na Estrada Nacional (EN) 270, em Boliqueime (Loulé), tendo depois abandonado o local, disse à Lusa fonte da GNR.

O condutor do táxi deslocou-se de Lisboa ao Algarve para deixar um passageiro numa unidade hoteleira da região e, cerca das 03:30, “colidiu com um ciclista, causando a sua morte e abandonando depois o local do acidente”, precisou o capitão António Ramos, das Relações Públicas do Comando Territorial de Faro da GNR.

depois de chegarem a Portugal, foram “conduzidos para o Algarve e alojados no quarto da habitação identificada”, mediante o “pagamento suplementar” de um valor de “140 euros mensais por um colchão”.

O alegado trabalho “não se efetivou” e os imigrantes foram “aliciados a comprarem contratos de trabalho e a pagarem as suas próprias contribuições”, assim como as “da entidade patronal à Segurança Social, para poderem reunir as condições formais para a legalização em Portugal”, sustentou o SEF. Ao não conseguirem responder às exigências que lhes eram feitas, “foram abandonadas à sua sorte, passando a viver da caridade dos restantes inquilinos da casa”, acrescentou.

“Os cidadãos foram, entretanto, inquiridos como testemunhas e toda a informação foi relatada ao Ministério Publico e aberto inquérito pela prática do crime de tráfico de pessoas”, referiu ainda o serviço de segurança.

A vítima é um jovem de 20 anos e o condutor do táxi, depois de ter deixado o passageiro na unidade hoteleira de destino, “acionou o reboque e um veículo TVDE [transporte individual de passageiros]” para o levar de regresso a Lisboa, adiantou a mesma fonte.

“Alertado o Núcleo de Investigação de Crimes de Acidente de Viação (NICAV) da GNR, as patrulhas que estavam no terreno conseguiram detetar o reboque, com o veículo acidentado, que tinha indícios do acidente”, referiu o oficial da GNR. Depois de confirmar que aquele era o veículo envolvido no acidente e com a informação disponibilizada pelo condutor do reboque, os militares perceberam “qual seria o veículo TVDE” onde seguia o condutor do táxi acidentado e "acabaram por intercetá-lo nas portagens da A2, em Paderne”, no concelho de Albufeira, acrescentou.

“O taxista foi constituído arguido, o processo decorre sob investigação e o táxi foi apreendido”, disse ainda a fonte da GNR, frisando que foram feitas análises ao sangue ao condutor do táxi e “os resultados serão depois adjuntos ao processo”.

O corpo da vítima foi levado para Gabinete de Medicina Legal do Hospital de Faro, unidade do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, disse ainda o oficial da GNR.

PJ detém foragido há 22 anos associado a assaltos a montes no Alentejo e Algarve

A Polícia Judiciária deteve em Évora um homem, de 41 anos, foragido há 22 anos e suspeito da prática de crimes de furto qualificado e roubos a idosos em montes isolados do Alentejo e Algarve

Em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) revelou que o suspeito foi detido através da Unidade Local de Investigação Criminal (ULIC) de Évora, pela prática de furto qualificado, três crimes de roubo, um deles tentado, e falsificação de documento.

“Os atos delituosos ocorreram no ano 2000, com a intervenção de outros suspeitos, vindo a maioria deles a serem condenados pelo Tribunal de Évora a penas entre os cinco e os 16 anos de prisão”, pode ler-se no comunicado. As vítimas deste grupo criminoso, ao qual este homem alegadamente pertencia, “eram habitualmente idosos residentes em montes isolados nas regiões do Alentejo e Algarve”.

“O detido, que estava declarado contumaz e andava em fuga à Justiça desde essa altura, usava identidade falsa” e foi localizado

na terça-feira da passada semana. Contactada pela agência Lusa, fonte policial revelou que o homem foi detido no concelho de Évora e que os factos de que é suspeito “foram praticados na comarca de Évora”.

A mesma fonte explicou que o detido já foi presente a primeiro interrogatório judicial e saiu em liberdade, com a medida de coação de apresentações semanais no posto policial da área de residência. “Havia um grupo criminoso grande, entre 1999 e 2001, que aterrorizava, ameaçava e agredia idosos e assaltava montes isolados no Alentejo e no Algarve”, lem-

brou a fonte. Esse mesmo grupo “acabou por ser apanhado e condenado”, indicou a fonte policial, acrescentando que o homem agora detido pela PJ, “na altura um rapaz”, alegadamente andava com esses integrantes do grupo, “mas conseguiu sempre escapar”.

A 04 de novembro de 2002, segundo noticiou a Lusa na altura, o Tribunal de Évora condenou a penas de prisão, entre os cinco anos e meio e os 16 anos, cinco dos seis homens acusados da prática de assaltos a montes isolados no Alentejo e Algarve, alguns deles envolvendo violência física.

Os seis arguidos estavam acusados de dezenas de crimes, sobretudo de roubo, sequestro e burla, praticados entre 1999 e 2001, em montes isolados do Alentejo e Algarve.

No julgamento, o tribunal deu como provados alguns dos crimes de que eram acusados, entre eles roubo, sequestro e posse ilegal de armas.

As dificuldades das vítimas dos assaltos, já de idade avançada, em identificar os arguidos foi uma das principais dificuldades sentidas durante o julgamento, iniciado a 23 de setembro de 2002.

REGIÃO 7 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023

Conseguem piscar os olhos, chorar, gemer e até transpirar: os ‘bonecos’ de última geração do Centro de Simulação Clínica do Algarve simulam casos clínicos, desde um parto a uma cirurgia, permitindo aos médicos ensaiar e errar fora da vida real

Ao entrar no centro, no último piso da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve (UAlg), no ‘campus’ de Ganeblas, em Faro, a sensação é a de estar num pequeno hospital, onde ao longo de um corredor existem salas de emergência, de cuidados intensivos, de obstetrícia, de imagiologia e um bloco operatório, entre outras. Contudo, nas camas estão deitados simuladores que se aproximam de humanos: numa sala, uma mãe acaba de dar à luz, com o recém-nascido e a placenta ainda sobre o seu corpo, enquanto ao lado um bebé prematuro nascido com 800 gramas ‘cresce’ numa incubadora. Nos cuidados intensivos, são monitorizados os sinais vitais de uma paciente, cuja respiração é visível. Médico há 25 anos e intensivista há 10, Alexandre Baptista, diretor do centro, recorda o tempo em que estudou na faculdade e o que havia era apenas livros e ‘calhamaços’ para ler e estudar, uma realidade bem diferente da de hoje, em que os alunos de Medicina e pós-graduados podem treinar em simuladores altamente sofisticados.

“Hoje em dia, a tecnologia evoluiu a um ponto em que nós temos equipamentos que simulam toda e qualquer expressão e atividade: um choro, um grito, uma sensação de engasgamento. Hoje em dia, os estudantes de Medicina ou os médicos que já são licenciados têm acesso a uma tecnologia que beneficia drasticamente a sua necessidade de aprendizagem”, resume. No Centro de Simulação UalgTec Health há também uma sala onde é possível treinar cirurgias laparoscópicas, uma técnica cirúrgica mais moderna e menos invasiva, assim como ecografias, havendo ainda uma sala com um ecrã que apresenta um corpo humano tridimensional digitalizado no qual é possível fazer ‘cortes’ e ver o seu interior.

Em alguns dos simuladores, que podem ser de baixa, média ou alta-fidelidade, há ainda a possibilidade de recorrer a óculos de realidade virtual, para ver em simultâneo o que ocorre dentro e fora destes ‘bonecos’ que ajudam a treinar diversas práticas clínicas, contribuindo para acelerar a formação e prática dos médicos.

“São doentes que se queixam, que gritam, que gemem, que choram, que suam. O doente pode, por exemplo, urinar-se, se estamos a simular um AVC ou uma crise epilética. Realmente, hoje em dia, o avanço destes simuladores veio permitir simular praticamente tudo o que queiramos”, refere Alexandre Baptista. Segundo o clínico, uma das grandes mais-valias do centro é permitir ensaiar, repetir os pro-

cedimentos vezes sem conta e errar, aprendizagem que é “extremamente importante na prática clínica”, porque o que todos os médicos menos querem fazer com o doente, no dia-a-dia, é errar, nota.

“Não há melhor sítio para errarmos senão aqui”

“Praticamente todos os médicos deviam ser obrigados a passar em centros de simulação, porque, na realidade, aqui somos capazes não só de achatar as curvas de aprendizagem, tornando-nos mais eficientes e proficientes na prática clínica, mas, principalmente, porque somos capazes de repetir e não há melhor sítio para errarmos senão aqui”, sublinha.

Em algumas das salas existem espelhos falsos, e é do outro lado

IPDJ acolhe evento sobre arte e saúde mental

“Se os Meus EUS Falassem…” é como se intitula o evento que está a decorrer até dia 1 de abril, no IPDJ de Faro. Uma iniciativa que une a arte à saúde mental, numa tentativa de consciencializar a comunidade para a temática presente e assim contribuir para a diminuição dos índices estatísticos de casos reportados como “doença mental” na comunidade.

Sendo o propósito da Associação PAS, trabalhar de forma consciente e integral a natureza humana do ser, a equipa da associação não ficou indiferen-

te ao estado da saúde mental geral, em que se encontram as pessoas, hoje em dia, assim nasceu o evento “Se os Meus EUS Falassem…”.

Na iniciativa são dinamizadas exposições de rua, tertúlias e outros momentos de reflexão e partilha, com convidados especiais, unindo os dois temas por forma a esclarecer e enriquecer todos os que participam. Desde deste sábado está a decorrer a exposição das obras do artista José Maria Oliveira, no IPDJ de Faro. No dia 1 de abril irá encerrar-se

este evento, onde decorrerá o visionamento do filme “As Cartas do Rei Arthur”, da realizadora Claúdia Rita Oliveira, seguido de comentário e partilha. Este evento conta com o apoio da Divisão Social da Câmara Municipal de Faro e colaboração e participação da União das Freguesias de Faro, IPDJ de Faro, Optimax, ASMAL – Associação de Saúde Mental do Algarve, MAPS – Movimento de Apoio à Problemática da Sida, AIPAR – Associação de Protecção à Rapariga e à Família e Cineclube de Faro.

do espelho que os formadores dão os comandos aos formandos, alterando os sinais vitais do doente e agravando ou desagravando o seu estado de saúde, para que se treine, também, a capacidade de reação perante situações inesperadas.

“Nós temos casos clínicos predefinidos e, uma vez que o formando aqui chega, começa a abordar o caso clínico que nós desenhámos. Daquele lado há sempre alguém que é capaz de por o doente um bocadinho mais grave ou um bocadinho melhor. [E de ver] se a atitude tomada é a incorreta ou a certa. E, no final, fazer até com que o boneco diga ‘obrigado’”, frisa. Estes comandos são possíveis através de um ‘software’ “bastante avançado” que é programável, permitindo recriar uma série de situações clínicas, algumas que são mesmo casos reais, seja em situações urgentes, durante um parto, ou em contexto de cuidados intensivos, independentemente do tipo de patologia. “O que nós tentámos foi conseguir simular quase desde a entrada do doente dentro do hospital até à sua saída”, exemplifica Alexandre Baptista, notando que o centro está muito bem apetrechado, com tecnologia para as pessoas que procuram formação “em praticamente todas as áreas”.

O Centro de Simulação UalgTec Health, inaugurado oficialmente no início de março, representou um investimento de dois milhões de euros, verba cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) da União Europeia, através do Programa Operacional Regional do Algarve 2014-2020 (CRESC ALGARVE 2020).

8 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO
Médicos do Algarve treinam em 'bonecos' de última geração
“Não há melhor sítio para errarmos senão aqui”
Texto MARTA DUARTE (Lusa)
FOTO D.R.

Faro: Comunidade cigana recebe formação sobre prevenção e segurança aquática

Acomunidade cigana de Faro recebeu formação sobre prevenção e segurança aquática na passada sexta-feira.

Na sessão foram abordados temas como afogamento, salvamento, prevenção e segurança aquática, cadeia de sobrevivência do afogamento e praticou-se como ligar para o 112, suporte básico de vida, posição lateral de segurança e desobstrução das vias aéreas.

O projeto “À Maré Segura” inclui três sessões teóricas e práticas a três grupos desta comunidade, entre crianças, jovens e adultos que andam na maré.

A próxima sessão, que falará sobre a cidadania marítima, conta com o apoio da Capitania do Porto de Faro.

O projeto acabará com uma terceira sessão na ria onde irão

praticar técnicas de resgate e salvamento aquático”

A iniciativa decorre no âmbito do Salva+ Programa de Preven-

ção do Afogamento em Meio Aquático da Red Seagull, em parceria com o Centro Comunitário da Horta da Areia e com

o Curso Profissional de Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático da Escola Pinheiro e Rosa.

Comercialização 400 ME de ativos imobiliários do Novo Banco no Algarve e Lisboa

As consultoras JLL e CBRE vão liderar a comercialização do portfolio da Land Bank, do Novo Banco, com cinco ativos para promoção imobiliária em Lisboa e Algarve e um valor de cerca de 400 milhões de euros.

Segundo um comunicado, “o objetivo do vendedor, o Novobanco, é concluir este processo de comercialização no decorrer de 2023”, sendo que “na região de Lisboa, mais de 130.000 m2 correspondem a um terreno localizado na zona das Amoreiras” e outros 88.000 m2 de potencial de construção em Lisboa correspondem a um segundo ativo na zona do Parque das Nações. Por outro lado, “o concelho de Oeiras acolhe outro dos ativos, mais precisamente um terreno inserido no empreendimento Cabanas Golf, que conta com uma área bruta de construção potencial de 80.000 m2 para habitação, turismo e retalho”. Por fim, “na região do Algarve, o portfólio integra um terreno em Portimão que apresenta mais de 110.000 m2 de área potencial de construção junto à marina” e, perto da vila do Carvoeiro (concelho de Lagoa) fica o último destes ativos, que prevê mais de 68.000 m2 de construção de uso turístico e residencial em Benagil.

9 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023
PUB. REGIONAL FOTO D.R.

Produção de energia solar em Albufeira vai

abastecer 15.000 residências

Aconstrução de um complexo de energia solar fotovoltaica em Montechoro, no concelho de Albufeira, vai permitir produzir eletricidade para abastecer cerca de 15.000 residências, anunciou a Iberdrola, empresa promotora. O complexo fotovoltaico de Montechoro está no início da construção vai produzir “20.000 MWh por ano de energia verde”, representa um investimento de mais de 28 milhões de euros e permitirá criar até 200 empregos, quantificou a Iberdrola, num comunicado.

A criação desta energia vai permitir “abastecer cerca de 15.000 residências”, indicou ainda a empresa, frisando que o complexo de Albufeira integra

o conjunto de “projetos eólicos e solares de 1.960 MW” que, com o Complexo Hidrelétrico do Tâmega, com capacidade de 1.158 MW, a companhia energética espanhola está a desenvolver em Portugal.

Os promotores deram início aos “trabalhos de instalação do complexo fotovoltaico Montechoro I e II, de 11,57 e 25 MW, respetivamente”, que terão em conjunto uma “capacidade instalada total de 37 MW” e “evitarão a emissão para a atmosfera de 42.000 toneladas de CO2 por ano”, destacou a empresa.

As centrais contarão com “mais de 64.500 painéis bifaciais”, equipamento que dispõe de “duas superfícies sensíveis à luz” e consegue atingir “uma

maior produção, sem aumentar o número de placas” solares instaladas, explicou a mesma fonte. Ao gerarem “20.000 MWh por ano de energia verde autóctone para abastecer cerca de 15.000 habitações”, as centrais de Montechoro asseguram uma produção “equivalente a metade da população da cidade de Albufeira”, considerou.

“O projeto, que envolve um investimento de mais de 28 milhões de euros, vai gerar até 200 postos de trabalho, maioritariamente ocupados por trabalhadores locais. Prevê-se que entre em funcionamento este ano”, estimou a Iberdrola.

A empresa classificou Portugal como um “país-chave” para a sua operação, porque estão previstos para o país “investi-

mentos de 3.000 milhões de euros em energia eólica e solar”, ao longo dos “próximos anos”, justificou.

“Entre as iniciativas que serão realizadas neste país está a construção da central fotovoltaica Fernando Pessoa, que, com 1.200 MW de potência, será o maior projeto fotovoltaico da Europa e o quinto do mundo”, exemplificou a “elétrica” espanhola.

A central está situada no concelho de Santiago de Cacém e tem a entrada em funcionamento prevista para 2025, estimou a empresa, frisando que se trata de um projeto com capacidade para produzir energia “suficiente para cobrir as necessidades anuais de 430.000 habitações”.

Dormidas no alojamento turístico sobem 74,5% em janeiro para 3,5 milhões

O setor do alojamento turístico registou 1,5 milhões de hóspedes em janeiro, mais 72,5% face a igual mês do ano anterior e 3,5 milhões de dormidas (+74,5%), indicou o INE

Estes indicadores corresponderam a 212,4 milhões de euros de proveitos totais (+99%) e 153,9 milhões de euros de proveitos de aposento (+102,3%), salienta o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo o INE, “comparando com janeiro de 2020, quando ainda não se observavam efeitos da pandemia, registaram-se aumentos de 21,6% nos proveitos totais e 24% nos relativos a aposento”. Além disso, assinala-se que o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) se

situou em 29 euros, sendo que o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) foi de 78,4 euros (+86,2% e +17,7% face a janeiro de 2022, respetivamente).

Em relação a janeiro de 2020, o RevPAR aumentou 16,6% e o ADR cresceu 16,7%, adianta o INE. Em janeiro deste ano, entre os municípios com maior representatividade no total de dormidas, destaca-se Albufeira, que continuou a apresentar diminuição das dormidas, face a 2020, tanto de residentes (-17,5%) como de não residentes (-9,9%). De acordo com o INE, considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), em janeiro de 2023 registaram-se 1,5 milhões de

hóspedes e 3,8 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 70,4% e 70,0%, respetivamente.

Quando comparado com janeiro de 2020, as dormidas aumentaram 6,4% (+6,5% nos residentes e +6,3% nos não residentes), assinala o INE.

Reportando-se ainda aos proveitos totais, o INE refere também que aumentaram 99%, atingindo 212,4 milhões de euros, enquanto os proveitos de aposento aumentaram 102,3%, alcançando os 153,9 milhões de euros. Comparando com janeiro de 2020, registaram-se aumentos de 21,6% nos proveitos totais e 24% nos relativos a aposento, face às evoluções registadas em dezembro (+23,8% e +26,4% na comparação com dezembro de

Número de empresas no transporte ocasional de passageiros está a crescer no Algarve

A constituição de novas empresas em Portugal ascendeu a 9.561 nos dois primeiros meses de 2023, mais 3,4% do que no mesmo período de 2021, de acordo com O barómetro da Informa D&B. No barómetro, a Informa sublinha que o crescimento na criação de empresas está a registar diferenças significativas entre os diversos setores de atividade, com o setor dos Transportes a continuar a ser o que regista a maior subida na constituição de empresas, com 1.121 novas, mais do dobro (102%) que no período homólogo de 2021.

"Este aumento é sustentado pela constituição de empresas no ‘transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros’, especialmente nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal e Faro", refere a empresa.

Até final de fevereiro, encerraram em Portugal 1 696 empresas e registaram-se 310 novos processos de insolvência, um aumento de 17% (mais 44 processos de insolvência) face aos dois primeiros meses do ano passado.

Autarquia de Portimão ajuda empresários a utilizar redes sociais para os negócios

A Câmara de Portimão vai promover um conjunto de ações de formação destinadas a ajudar empresários a utilizar as redes sociais como ferramenta de negócio, anunciou o município, que tem a Escola de Hotelaria e Turismo local como parceira da iniciativa.

A formação, que vai realizar-se no Museu de Portimão, a partir de 21 de março, conta com “quatro sessões” diárias consecutivas, entre as 10:00 e as 13:00, e está disponível para 20 participantes, mediante inscrição gratuita, mas obrigatória, no portal da Academia Digital do Turismo de Portugal, referiu a autarquia.

2019), segundo refere o INE. Em janeiro, a Área Metropolitana de Lisboa concentrou 38,2% dos proveitos totais e 40,3% dos relativos a aposento, seguindo-se a Região Autónoma da Madeira (17% e 16,2%, respetivamente) e o norte (16,8% e 16,9%, pela mesma ordem).

Os maiores crescimentos, realça o INE, foram registados na Área Metropolitana de Lisboa (+150,3% nos proveitos totais e +151,9% nos de aposento) e norte (+92,8% e +94,7%, respetivamente).

Face a janeiro de 2020, destacaram-se as evoluções apresentadas pela Região Autónoma da Madeira (+44,9% e +54,2%, pela mesma ordem) e Região Autónoma dos Açores (+42,5% e +45,3%, respetivamente), salienta o INE.

O objetivo final é promover a “capacitação para as pessoas que pretendam desenvolver os seus conhecimentos e aptidões na área dos meios de comunicação digital, abordando técnicas e ferramentas de marketing, que poderão ser utilizadas tendo em vista a otimização das taxas de conversão de cada negócio”, precisou.

“Trata-se de uma formação certificada que permitirá aos formandos aplicar os conhecimentos adquiridos, justamente em vésperas do período em que cresce a procura de profissionais para o setor turístico”, acrescentou a Câmara de Portimão.

10 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO breves
FOTO D.R.
ECONOMIA

breves

Cerveja Guinness celebra Dia de St. Patrick no Algarve com festa tipicamente irlandesa

Acerveja irlandesa Guinness, distribuída em Portugal pela Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC), volta a celebrar o Dia de St. Patrick junto dos portugueses. Este é um feriado nacional irlandês que homenageia St. Patrick, padroeiro da Irlanda. Ocorre todos os anos no dia 17 de março (data da sua morte) e, apesar de se tratar de um feriado nacional, é assinalado por mais de 70 milhões de pessoas, percorrendo os seis continentes, numa celebração que se prolonga por alguns dias.

Assim, esta sexta-feira, a partir das 18:00, o “The Shack”, em Almancil, está a preparar-se para receber uma festa que reúne os ingredientes necessários para que os consumidores

portugueses possam celebrar juntos e à moda irlandesa, num ambiente onde animação é a palavra de ordem. Haverá música ao vivo irlandesa, maquilhadoras disponíveis para colorir o rosto dos presentes e uma decoração repleta de tons verdes (cor associada a este dia devido ao trevo que acompanhava o padroeiro). Os consumidores podem ainda contar com outras surpresas e promoções especiais durante a festa. Estas festas não ficam pelo Algarve: em Lisboa será nos pubs “The George”, “Cheers Irish” e “O’Gilins Irish” e no Porto a animação acontece no “Ryan’s Irish”. Para além destas festas, entre os dias 17 e 19 de março, a Guinness ativará mais de 300 outrospontos de venda com de-

corações e acessórios alusivos ao Dia de St. Patrick, garantindo que o espírito irlandês é sentido intensamente de Norte a Sul de Portugal.

“O Dia de St. Patrick é um dos dias mais celebrados no mundo e queremos cada vez mais aproximar os portugueses dessa festividade. Como tal, nada melhor do que a Guinness, uma cerveja irlandesa, para promover este tipo de ativações que permitem aos nossos consumidores sentirem o verdadeiro e

Aeroporto da Madeira supera o de Faro em número de passageiros em janeiro

➡ Transporte aéreo mantém crescimento em janeiro com mais 84% de passageiros

Em janeiro, o aeroporto de Lisboa movimentou 56,9% do total de passageiros (2,2 milhões, +84,8%), face ao mesmo mês do ano anterior (+2,7% face a janeiro de 2020), divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE)

Já o aeroporto de Faro quase duplicou o valor (+90,7%) e registou o maior crescimento face a janeiro de 2020 (+11,7%), enquanto o aeroporto do Porto concentrou 22,7% do total de passageiros movimentados e, face a janeiro de 2022, aumentou 88,1% (+1,2% comparando com janeiro de 2020).

“De salientar que o aeroporto da Madeira foi o terceiro aeroporto com maior movimento de passageiros em

janeiro de 2023 (313,7 mil; +86,0%), superando o aeroporto de Faro”, salientou o INE.

Crescimento com mais 84% de passageiros

Os aeroportos nacionais movimentaram 3,9 milhões de passageiros em janeiro, uma subida homóloga de 84%, mantendo a tendência de crescimento registada nos últimos meses.

De acordo com as estatísticas rápidas do transporte aéreo, pu- blicadas pelo INE, em janeiro, “nos aeroportos na- cionais movimentaram-se 3,9 milhões de passageiros e 16.700 toneladas de carga e correio, correspondendo a variações de +84% e -0,4%, respetivamente, face a janeiro de 2022”.

Quando comparado com janeiro de 2020, ou seja, antes do início da pandemia que afetou fortemente o setor, o movimento de passageiros aumentou 5,7% e o movimento de carga e correio diminuiu 3,2%.

No mês em análise, desembarcaram diariamente, em média, 60.700 passageiros nos aeroportos nacionais, um valor significativamente superior ao registado em janeiro de 2022 (31.900; +89,9%) e 5,4% acima do verificado em janeiro de 2020 (57.600).

Em termos dae mercados, França foi o principal país de origem e de destino dos voos. No entanto, Espanha e Reino Unido registaram os maiores crescimentos face a janeiro de 2022, ocupando, respetivamente, a segunda e a terceira posição.

animado espírito irlandês”, refere Francisco Morais, responsável pela marca Guinness, na SCC. Todos os anos, os cervejeiros da Guinness convidam as pessoas a desfrutar deste dia ao sabor da icónica stout preta e branca. Tratando-se de um ritual depois do trabalho ou de um simples momento de lazer, o Dia de St. Patrick é a ocasião perfeita para os grupos de amigos se juntarem num ambiente repleto de tons verdes e de festa irlandesa.

Descida do preço dos bilhetes no serviço de transporte expresso de passageiros

O preço dos bilhetes no serviço de transporte expresso de passageiros nas cinco principais rotas em Portugal desceu entre 24% e 51%, entre 2019 e 2022, segundo um estudo da CheckMyBus. O estudo teve como base as cinco principais rotas de autocarros expresso em Portugal, que compreendem as ligações de Lisboa - Porto, Lisboa - Braga, Lisboa - Albufeira, Lisboa - Coimbra e Coimbra - Porto e analisa a média dos preços dos bilhetes entre 2019, 2021 e 2022, com base nos dados sobre itinerários, preços e comportamento dos utilizadores do serviço de transporte expresso de passageiros no portal CheckMyBus.

Aumento dos juros adia decisão de quem quer comprar casa Quase metade (45%) dos inquiridos pelo Idealista revelou que adia a decisão de comprar casa devido ao aumento dos juros do crédito à habitação, segundo um estudo da plataforma imobiliária. A maioria dos inquiridos disse estar à procura de uma casa para comprar (70,2%), mas o aumento de juros adia decisão de compra de casa em 45% dos inquiridos. Adicionalmente, quase 42% dos participantes disse ter um orçamento para comprar casa compreendido entre os 100.000 e os 200.000 euros.

11 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023 AF_CA_Agricultura_Imp_210x285mm_cv.indd 1 17/01/2023 12:52 PUB.
FOTO D.R.
ECONOMIA

Esquema de paragens, população residente na área de influência das paragens e principais polos geradores servidos

METROBUS O que sabemos até ao momento

Oprojeto foi anunciado em Olhão, durante a iniciativa “Governo Mais Próximo”, mas, na altura, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, indicou tratar-se de um metro de superfície para ligar as três cidades, quando a proposta é para um metrobus, ou seja, um autocarro elétrico com corredor próprio.

Estimativa de procura

O projeto de metrobus que pretende criar uma ligação em 15 minutos entre Faro, Loulé e Olhão, no Algarve, pode ser a “antecâmara” para um futuro metro de superfície, disse na altura um responsável local. “O nosso objetivo é fazer destas três cidades uma ‘cidade 15 minutos’. Garantir que haja um acesso que permita fazer o transporte por 15 minutos entre Faro – Olhão, Faro – Loulé e Faro

De acordo com o estudo prévio, poderão ser feitas cerca de 40 mil viagens por dia, estando em estudo eventuais extensões da linha a Albufeira e à Fuseta

– aeroporto e universidade”, afirmou o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, José Apolinário. Segundo clarificou o presidente da CCDR do Algarve, o metrobus, ou BRT (Bus Rapid Transit), é um veículo elétrico em corredor próprio, com 24 paragens, ao longo de 38 quilómetros, servindo cerca de 185 mil residentes nos três concelhos, ou seja, 40% da

Cálculos das emissões evitadas

No cenário em que o novo sistema é integralmente operado por veículos elétricos, o total de emissões evitadas anualmente será de 6,34 mil toneladas de CO2

Estimativa dos custos do sistema Valores indicativos em benchmarkings de sistemas existentes

Estimativa de custos

12 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
dependente dos trabalhos necessários

Esquema de paragens e principais polos geradores de viagens (existentes e previstos)

METROBUS Alguns números que importa reter

• Corredor Loulé – Faro – Olhão com 38 km de extensão e 24 paragens

• 185 mil residentes nos 3 concelhos servidos (40% da população algarvia), dos quais 70 mil de residentes a menos a 600 m de uma paragem

• % de utilização do Transporte Público atual inferior a 10%

• 3 estações ferroviárias (Parque das Cidades, Bom João e Olhão) e 2 interfaces servidas (Aeroporto e Loulé)

• Serviço aos equipamentos e serviços fundamentais: Serviço ao Aeroporto (9 milhões de passageiros, 5 mil trabalhadores) e ao Polo de Gambelas da Universidade do Algarve (5,3 mil estudantes)

• 40 mil viagens por dia (estimativas preliminares)

população algarvia. Questionado pelos jornalistas, em conferência de imprensa, sobre a viabilidade de um futuro metro de superfície, projeto há muito falado para a região, José Apolinário disse que o metrobus poderá ser a “antecâmara” para, no futuro, poder

avançar-se para um modelo em carris, a partir daquele corredor.

“Ao garantir esse corredor, vamos criar condições para um pré metro em carris numa segunda fase. Agora, nós não podemos avançar para um projeto que custaria, no mínimo, 300 milhões

de euros […], quando mobilizamos 70 milhões de euros. Portanto, temos de fazer isto ‘step by step’, passo a passo, barreira a barreira”, sublinhou. Sem afastar o cenário de um futuro metro de superfície na região, o presidente da CCRD do Algarve – entidade

que desenvolveu o estudo sobre o metrobus no eixo Loulé, Faro e Olhão -, insistiu que é preciso dar “um passo de cada vez” e que a verba atualmente alocada para o projeto, em termos de fundos europeus, é de 70 milhões de euros.

De acordo com o responsável, a escolha do traçado mais adequado, os estudos de procura e a viabilidade económico-financeira do projeto deverão ser conhecidos até ao primeiro trimestre de 2024, sendo que o metrobus terá de estar concluído até 2029.

A futura linha irá passar por três estações ferroviárias (Parque das Cidades, Bom João, em Faro, e Olhão) e equipamentos e serviços fundamentais na região, como o Aeroporto Internacional Gago Coutinho (com nove milhões de passageiros e cinco mil trabalhadores) e o polo de Gambelas da Universidade do Algarve (5,3 mil estudantes)

13 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023

A Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental da APDA já colocou o H2Off no calendário internacional

to, intitulado H2OFF, que assinalando as celebrações alusivas ao Dia Mundial da Água, pretende motivar à mudança consciente de comportamentos sobre o uso correto e eficiente deste bem.

Como surgiu o Movimento

O clima do planeta está a mudar, com impactos nos sistemas naturais e humanos. São os casos, por exemplo, das alterações dos valores médios de temperatura e de precipitação que tão bem se têm vindo a sentir não apenas na Europa como também em todo o nosso país. As alterações climáticas são uma realidade, e constituem-se como um desafio que todos temos de enfrentar, de forma estruturada, é certo, se quisermos prevenir os seus efeitos. Esta é uma responsabilidade que a todos nos assiste. A água doce, é um bem por demais precioso, não podendo ser desvalorizado pelos utilizadores, levando ao desperdício.

A água é fonte da vida, um recurso natural essencial seja como meio de vida de várias espécies vegetais e animais ou como fator de produção de bens de consumo final e intermediário. Os recursos hídricos têm uma importância fundamental para a sobrevivência de todos os seres do planeta e tem sido tema de inúmeros debates internacionais, dada a gravidade que a sua falta pode acarretar. Usar a água com inteligência e responsabilidade é uma necessidade imperativa, para a garantia de um futuro sustentável. É neste ponto que surgiu no ano 2021 o Movimen-

O apelo é simples! Fechar por uma hora as torneiras nesta data simbólica dedicada à água, por se tratar de um bem que não é inesgotável e para homenagear também os que dela tratam e que também nestes tempos pandémicos e difíceis têm estado nas linhas da frente quase despercebidos ao fazer com que os serviços públicos essenciais de água e do seu tratamento sejam sempre prestados com a mesma garantia de qualidade.

Educar e conscientizar as novas gerações sobre a importância de se preservar os recursos hídricos são ações fundamentais para se garantir a sobrevivência dos nossos rios e de todas as formas de vida na terra. Estas e outras considerações foram as principais motivações que levaram a Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambienta (CECEA) a considerar este o momento oportuno para promover um movimento alargado de reflexão através de uma ação mediática em todo o país.

H2Off entra no terceiro ano

A hora de fechar a torneira - H2Off, é um Movimento de sensibilização promovida pela CECEA da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA) que este ano entra na terceira edição, tendo um alcance já internacional.

A CECEA vem este ano renovar o convite a todas as entidades a associarem-se à iniciativa "H2OFF - Hora de fechar a torneira!" e a divulgarem esta ação interna e

externamente, promovendo a não utilização de água entre as 22:00 e as 23:00 do dia 22 de março. Todos juntos seremos mais fortes nesta promoção de uma reflexão consciente sobre os problemas que ameaçam este recurso essencial à vida junto dos públicos de todas as faixas etárias e diferentes classes sociais, para a necessidade de valorização da água enquanto recurso escasso e indispensável à vida. É imperativo assumir uma postura mais consciente e proativa perante a sustentabilidade efetiva que se pretende para o nosso Planeta, para com o Ambiente, com a água, e isso significa com a espécie humana. O desafio é simples: fechar a torneira por uma hora, sem consumo de água, entre as 22:00 e as 23:00 do dia 22 de março.

“Embaixadores da Água”

O H2Off conta com a participação de vários "Embaixadores da Água", figuras portuguesas que se destacam na vida pública em diferentes palcos, entre eles na

arte, no desporto, na ciência, na cultura, na educação através da comunidade escolar, na saúde (entre tantos outros), assumindo um papel muito significativo na divulgação e visibilidade da iniciativa, bem como entidades públicas e privadas, de todo o país.

Paralelamente, todos estes melhoram a sua formação e consciência perante os desafios ambientais que nos apresentam cada vez com maior intensidade e consequências, e ao mesmo tempo proporcionando espaços de expressão e de ação sobre a temática, através da divulgação de mensagens/apelos/ reflexões nas suas redes sociais, espaços de antena na imprensa,… e como entenderem adequado, levando a mensagem muito mais longe, agindo como verdadeiros Embaixadores deste Movimento. Falamos por exemplo de Tony Carreira, Viviane, Carlão, Jorge Benvinda, Ana Bacalhau, Luís Trigacheiro, Anjos, Luís Vicente, António Pedro Cerdeira, Jorge Corrula, Joana Barrios, Isaac Alfaiate, Artur Amorim, João Rodrigues, Inês Abrantes, Pauleta, Ana Borges, Pedro Henriques, Nuno Gomes, entre tantos tantos outros que muito nos orgulham https://www.h2off-apda.com/embaixadoresdaagua .

Comunidade escolar

A pensar no impacto próspero da difusão da mensagem junto dos mais novos, e envolvendo de uma forma mais direta a comunidade escolar, são desenvolvidas peças gráficas específicas para este pú-

blico, que tem vindo a responder ao desafio com a realização de diversos trabalhos. Os resultados da H2OFF 2022, tanto a nível de adesão de público e entidades, como a nível de partilha de divulgação em meios de comunicação social, incluindo redes, ultrapassaram, mais uma vez, as expectativas, demonstrando que a iniciativa está no bom caminho para realizar-se anualmente com sucesso, como é intenção da CECEA.

Site do Movimento

Este movimento tem um site que pode ser acedido através deste link https://www.h2off-apda.com/ onde a iniciativa pode ser melhor percebida.

Esta iniciativa é totalmente orgânica e excedeu completamente todas as nossas expectativas nas duas edições anteriores. Queremos que 2023 seja igualmente um sucesso, pela urgência e importância que a temática detém.

A CECEA

A iniciativa tem por base o trabalho desenvolvido pela Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental (CECEA) da APDA, uma estrutura composta por profissionais da comunicação do sector da água, oriundos de todo o país, incluindo a região autónoma da Madeira e dos Açores. Esta ação, surge, ao exemplo de outras ações desenvolvidas por esta Comissão Especializada. Ao promover a consciencialização e adoção de novas práticas face ao recurso escasso e essencial que é a água, o H2Off surge alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU - Organização das Nações Unidas, nomeadamente os referentes à “garantia de água potável e saneamento para todos” (Objetivo 6), “proteção do ambiente e procura da sustentabilidade nas cidades” (Objetivo 11) e ao “combate às alterações climáticas” (Objetivo 13).

A Hora da Hora tem já hora marcada para 2023.

14 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO
PUB.
A opinião de Teresa Fernandes Coordenadora Nacional da Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental da APDA

O H2Off vai reunir mais de 500 jovens estudantes em marcha pela água em Loulé

OMovimento H2Off, numa parceria da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA) e em conjunto com a Águas do Algarve SA, a Câmara Municipal e Junta de Freguesia de Loulé, e as Escolas E.B. 2, 3 de Quarteira e a Escola Secundária D. Dinis, vão desenvolver na quarta-feira, dia 22 de março, Dia Mundial da Água, duas marchas pela Água com mais de 500 alunos do 5.º e 7.º ano.

A marcha vai contar com mensagens, cartazes, cânticos, música, teatro e poemas. O objetivo pretendido, com esta iniciativa, é estender a sua capacidade de contágio numa mensagem única para a proteção da água. O apelo é simples, fechar a torneira entre as 22:00 e as 23:00 do dia 22 de março.

“Todos juntos seremos mais fortes nesta promoção de uma reflexão consciente sobre os problemas que ameaçam este recurso essencial à vida junto dos públicos de todas as faixas etárias e diferentes classes sociais, para a necessidade de valo-

rização da água enquanto recurso escasso e indispensável à vida”, refere ao POSTAL

do Algarve a coordenadora nacional da Comissão Especializada de Comunicação

e Educação Ambiental da APDA, Teresa Fernandes.

Iniciativas já realizadas

• 15 de março – Ação de Sensibilização direcionada aos eco delegados na Escola Básica 2,3 de Quarteira.

• 16 de março – Dia Águas do Algarve de diversas atividades no Colégio do Rio em Portimão.

Próximas iniciativas

➡ 23 de março – Ação de sensibilização na Nobel Algarve British International School.

➡ 24 de março – Sessão de sensibilização na Escola Básica do Montenegro, em Faro.

➡ 28 de março – Sessão de sensibilização no Jardim de Infância de Silves.

REGIÃO 15 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023 PUB.

Algarve atrai estrangeiros. Perto de 14% da população alterou local de residência

Museu de Loulé promove iniciativa no centro histórico dedicada a famílias

O Museu Municipal de Loulé vai promover, no sábado à tarde, uma iniciativa dedicada às famílias, com o “desafio” de desvendar os “segredos” do centro histórico da cidade algarvia, anunciou a autarquia. O Município de Loulé explicou que os “becos e ruelas” da zona histórica da cidade “escondem enigmas, histórias e estórias que muitas vezes passam despercebidos a quem [lá] passa na fugacidade do dia-a-dia” e, nesta iniciativa, podem ser conhecidos por crianças dos 06 aos 12 anos, desde que acompanhadas por um adulto e com inscrição prévia. A Igreja Matriz, o castelo e as suas muralhas, as portas da cidade, o Jardim dos Amuados, os Banhos Islâmicos e Casa Senhorial dos Barreto, a Ermida da Nossa Senhora da Conceição e o Mercado Municipal fazem parte do percurso.

Ana Laíns atua esta sexta-feira em S. Bartolomeu de Messines

A cantora Ana Laíns atua esta sexta-feira no Auditório Francisco Vargas Mogo, em São Bartolomeu de Messines, no distrito de Faro, que abre a programação “Lado B” promovida pela Câmara de Silves.

“A programação ‘Lado B’ é uma iniciativa que visa descentralizar o acesso à cultura, levando vários concertos a várias localidades do concelho de Silves, o conceito passa por desconstruir a forma típica como o artista se apresenta em palco, convidando-o a assumir uma linha o mais depurada e simples possível”, explicou Ana Laíns à agência Lusa. O concerto será antecedido de uma pequena conversa em palco, na qual o artista fala de si e da sua carreira.

Ana Laíns vai ser acompanhada ao piano por Paulo Loureiro e à guitarra portuguesa por Bruno Chaveiro.

Cerca de 13,7% da população residente em Portugal alterou, em 2021, o seu local de residência face a 31 de dezembro de 2019, evidenciando um aumento da mobilidade territorial, de acordo com um estudo divulgado esta quarta-feira. Segundo o estudo “O que nos dizem os Censos 2021 sobre dinâmicas territoriais”, apresentado no Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa, as alterações de residência evidenciam um aumento de 11,7% da mobilidade territorial em comparação com 2011.

Em Portugal, do conjunto de população que mudou de residência em 2021, face a 31 de dezembro de 2019, mais de metade (51,3%), eram provenientes de outro município, enquanto 20,5% alteraram a sua residência dentro da mesma freguesia, 17,9 mudaram de outra freguesia no mesmo município e 10,3% tinham residência anterior no estrangeiro.

Odemira foi, em 2021, o território com maior capacidade de atração residencial para quem vivia no estrangeiro um ano antes, com cerca de 5,58% de novos habitantes vindos de outro país.

Algarve atrai estrangeiros

Os outros territórios com maior capacidade de atração residencial de população que vivia anteriormente fora do país, foram os municípios algarvios de Aljezur, Vila do Bispo, Lagos, Tavira, Albufeira, Lagoa, Monchique, Portimão, Silves e Loulé, com percentagens superiores a 2%.

Da Área Metropolitana de Lisboa surgem os municípios de Cascais, Lisboa e Montijo, na fronteira com a região norte aparecem Monção, Valença, Melgaço, Montalegre e Vimioso e, na região centro, Sabugal e Penamacor.

Na região autónoma da Ma-

deira, surgem os municípios de Porto Moniz, Calheta, São Vicente e Ponta do Sol.

De acordo com o estudo, em 2021, a mobilidade residencial interconcelhia representou 7% da população residente, sendo que, num conjunto de 22 municípios, mais de 10% da população tinha, no ano anterior, residência em outro município.

O estudo demonstrou também que, em 2021, em Portugal, 34,1% da população empregada trabalhava num município distinto do de residência, 26,2% trabalhava na freguesia de residência, 27,4% em outra freguesia do mesmo município, enquanto 5% trabalhava a partir de casa.

Ainda 1,7% trabalhava no estrangeiro e 5,4% não tinha local de trabalho fixo.

Em 40 municípios, localizados de forma dispersa no país, o número de empregados era superior à população residente empregada, destacando-se

com os valores mais elevados, os municípios de Lisboa (2,1%) e do Porto (1,9%).

Já os municípios de Moita, Seixal e Odivelas apresentavam um nível de emprego correspondente a menos de metade da sua população residente empregada.

O automóvel ligeiro (como condutor ou passageiro) é o principal meio de transporte utilizado em Portugal, sendo que as regiões de Leiria, Viseu Dão-Lafões, Aveiro, Alto Minho, Coimbra e Médio Tejo apresentavam as proporções mais elevadas, com valores superiores a 80%.

Por seu turno, a Área Metropolitana de Lisboa registou a proporção mais baixa, 61%.

Só cerca de 12% dos residente empregados recorriam ao transporte coletivo (autocarro, metro, comboio, barco ou transporte coletivo da empresa), sendo este peso mais expressivo na Área Metropolitana de Lisboa, 25,2%.

Historiador conduz visita orientada à Igreja das Ondas

O historiador de arte Marco Sousa Santos vai conduzir uma visita orientada à Igreja de Nossa Senhora das Ondas, em Tavira, que se realiza a 25 de março, com um máximo de 25 participantes, anunciou a Câmara Municipal.

A Igreja de Nossa Senhora das Ondas, que é dedicada a São Pedro Gonçalves Telmo, foi fundada nos primeiros anos do século XVI, por iniciativa dos mareantes de Tavira, mas o edifício ficou muito danificado pelo terramoto de 1755, sendo parcialmente reconstruído na segunda metade do século XVIII, contextualizou a autarquia num comunicado. O município de Tavira destacou ainda que a igreja conta, no interior, com “imagens, retábulos e pinturas de grande qualidade artística” e dispõe de “um dos únicos tetos pintados em perspetiva arquitetónica da região algarvia”.

O acesso à visita é gratuito, mas os interessados têm de se inscrever mediante o preenchimento de um formulário de inscrição disponibilizado pelo município no sítio da internet https://forms.gle/ CYyss2vDA36N5Sfy7.

16 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO breves
CULTURA FOTO D.R.

Algarve deve criar produtos para atrair turistas culturais dispostos a pagar mais

Acriação de novos produtos, que tornem o turista num “residente temporário”, é um dos principais desafios para atrair ao Algarve turistas dispostos a gastar mais em cultura, de acordo com um estudo divulgado esta segunda-feira.

“Num mercado cada vez mais competitivo, com muitos mais países a entrar no mercado do turismo cultural, com ofertas muito interessantes, e em que os turistas são cada vez mais culturais, o Algarve tem de acompanhar essa tendência, sob pena de ficar refém do turista menos exigente, menos capacitado e que gasta menos”, disse aos jornalistas Carlos Martins, diretor executivo da consultora que realizou o estudo, à margem da sua apresentação, em Faro.

Segundo o estudo, cada turista gasta no Algarve, em média, cerca de 180 euros em experiências culturais ou de entretenimento, o que corresponde, também em média, a cerca de 10% do gasto total que têm com a viagem, gasto que aquele responsável considera ter margem para crescer.

“Já é muito relevante, mas há margem para crescer, porque há

lugares em que [o gasto em entretenimento e cultura] vai até 40% desse gasto [total]. Nós estamos aqui, no Algarve, ainda com um défice face àquilo que é a média, em alguns países, do gasto dos turistas na experiência no território.

Estamos longe de atingir [esse número] e temos aqui uma margem de crescimento muito grande”, frisou o consultor.

Falando numa “oportunidade de valorização económica da experiência cultural que está longe de estar plenamente satisfeita”, Carlos Martins reforçou que a região deve trabalhar para “conseguir oferecer melhores experiências, porque as pessoas estão dispostas a pagar por elas e já o pagam noutros destinos”.

Para isso, será preciso fazer com que os turistas se sintam “cada vez menos turistas e mais residentes”, apresentando-lhes o que é “único e específico” nos mercados locais, nos produtos, nas receitas ou no património imaterial.

“Se eu quiser hoje ter uma experiência de enoturismo na região, não está organizada essa oferta.

Levar um turista a um mercado municipal escolher produtos, ou ir com um chefe de cozinha a um restaurante que vá trabalhar com

vinhos da região, tudo isto são experiências culturais que não estão organizadas ainda, são coisas pontuais, de forma mais ou menos efémera”, apontou.

Os turistas ligam cada vez mais à sustentabilidade, vista no sentido de “não querer ser fator de prejuízo na comunidade” que os vai receber, notou.

“Se vou conhecer o produtor de vinho, se vou conhecer quem sabe aquela receita, se vou conhecer aquele artesão, estou a ajudar aquela comunidade a ter melhores condições de vida e mais rendimento”, destacou.

Trabalhar melhor o conjunto de ferramentas digitais hoje em dia disponíveis

A capacitação dos agentes culturais para oferecer experiências, propostas, espaços e eventos mais qualificados é outro dos principais desafios.

“Hoje, em Portugal, os agentes culturais veem-se com muita dificuldade em manter-se à tona e, no pós pandemia, [de covid-19] mais ainda”, salientou Carlos Martins.

Trabalhar melhor o conjunto de ferramentas digitais hoje em dia

disponíveis para “segmentar quase pessoa a pessoa, as ofertas para o seu tipo de interesses”, é outra das metas apontadas, até porque são cada vez mais os turistas a procurar planear a sua visita, “sendo curador da sua própria experiência”, em vez de optarem por pacotes predefinidos. Com um conjunto de 610 inquéritos a turistas, além de entrevistas a agentes do turismo e da cultura e de ‘focus groups’, o estudo, segmentando diferenças entre os principais mercados emissores de turistas, confirmou que a motivação cultural está cada vez mais presente na procura turística.

“No Algarve, confirma-se essa tendência. Mesmo que não seja a primeira prioridade, para 97% das pessoas é sempre algo com interesse em descobrir, interesse em experimentar, interesse em frequentar”, adiantou Carlos Martins.

Cerca de 20% dos turistas que visitam a região têm já relação com o setor cultural – são artistas ou têm funções criativas e funcionais –, procurando hábitos culturais mais permanentes e não algo pontual, como um festival de música. O mercado neerlandês, francês e alemão são os mais predispostos

a algum tipo de práticas culturais, como museus, teatro, monumentos e património. Já os portugueses, irlandeses ou espanhóis são de consumos mais superficiais, ou eventos de curta duração.

“Este trabalho permite ajudar a identificar o que é que a procura precisa. Muitas vezes, do lado das regiões, trabalha-se muito a oferta. Mais um evento, mais um espaço visitável, mais uma rota – mas ninguém pergunta ao turista o que é que ele queria, de facto”, observou. Segundo Carlos Martins, esse trabalho ajuda a perceber o perfil do turista, “para que depois seja mais fácil ajustar a oferta ao tipo de interesses”, sendo necessário “continuar permanentemente a avaliar a procura” para não estar a criar ofertas para “um turista vago e difuso”.

O estudo que permitiu traçar o perfil dos hábitos culturais do turista do Algarve foi realizado pela consultora Opium no âmbito do projeto “Algarve Premium”, que tem financiamento comunitário e é promovido pelo NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve, Região de Turismo do Algarve e Associação Turismo do Algarve.

17 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023
FOTOS D.R.
CULTURA

Festival em Loulé cruza experiências de criadores de países lusófonos

OTanto Mar - Festival Internacional de Artes Performativas de Loulé vai “cruzar”, de 23 a 27 de maio nesta cidade algarvia, experiências dos criadores dos países onde o português é a língua oficial.

“Um evento que agrega a história, a cultura e as experiências de países de língua oficial portu-

guesa, e que se pretende afirmar no calendário dos festivais de artes performativas quer a nível nacional quer internacional”, sublinharam os organizadores em comunicado.

Grupos de Portugal, Cabo Verde, Moçambique e Brasil vão ser os cabeças de cartaz da edição deste ano do Tanto Mar.

A abertura do festival terá lugar a

23 de maio no “icónico” Café Calcinha, em Loulé, com a presença de entidades oficiais, organizadores, grupos participantes, convidados e público.

Os espetáculos terão lugar, sempre às 21:00, a partir do dia seguinte no Cineteatro Louletano, na cidade algarvia “que ambiciona ser, a médio/longo prazo, o palco europeu privilegiado das Artes Performativas e o espaço físico para um futuro arquivo do espólio documental de todo o trabalho realizado até chegar ao público (cartazes, livros, programas e audiovisual)”.

Segundo os organizadores, na quarta edição do Tanto Mar, convida-se o público “a refletir e a vivenciar a criação artística”, através dos espetáculos previstos.

A associação UMCOLETIVO, de

Antiga lota de Alvor reabriu como

A Câmara de Portimão inaugurou no sábado as obras de requalificação da antiga lota de Alvor, um investimento de 234 mil euros que transformou o edifício num espaço de dinamização cultural

A requalificação do edifício pretendeu “homenagear a co -

munidade de Alvor e a riqueza do seu património marítimo”, passando a dispor de um quiosque interativo com informações detalhadas sobre a matriz identitária da histórica vila piscatória, indicou a Câmara de Portimão em comunicado. Através do quiosque interativo, os visitantes têm acesso a dados “sobre a ocupação humana da zona, com algumas das

Elvas/Portalegre, apresenta a 24 de maio o “Quarto Império”, um espetáculo que tem por base o livro “Caderno de Memórias Coloniais”, de Isabela Figueiredo, “uma obra literária e um documento que compilou factos, acontecimentos efetivamente ocorridos e presenciados”.

“Os dias de Birgitt”, da Sikinada - Companhia de Teatro, da Praia (Cabo Verde) vai contar, em 25 de maio, a história de uma mulher que, de um dia para o outro, é confrontada com uma doença terminal que a faz repensar toda a sua vida.

No dia seguinte entra em cena “Recados de lá_Revisitação”, do grupo Lareira Artes, de Maputo (Moçambique), onde, através das vivências de dois homens num abrigo com fugitivos de guerra,

espaço

principais atividades e espaços ao longo do tempo, o património material e imaterial composto pelas principais artes piscatórias locais e de exploração da ria de Alvor”, refere a autarquia.

A intervenção “representa um projeto fora de portas do Museu de Portimão que, nos últimos três anos, recolheu valioso espólio junto da população de Alvor, que em

futuros migrantes em busca de condições de vida dignas e que tantas vezes encontram a morte. Finalmente, a 27 de maio, a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz_Porto Alegre (Brasil) apresenta “M.E.D.E.I.A”, onde uma das “mais poderosas” mulheres da mitologia grega é acusada de várias atrocidades, tais como o fratricídio, o infanticídio, e “é esta imagem que foi imposta à consciência ocidental” que o grupo vai negar.

O festival é organizado pela folha de medronho, uma associação que tem como fim “a promoção e divulgação de atividades culturais, nomeadamente a formação e criação das artes performativas e de outras artes relacionadas como a música, literatura e artes plásticas”.

de dinamização cultural

muito contribuiu para o módulo interativo”, lê-se na nota. Segundo o município, “faz parte dos planos municipais integrar a lota e a zona envolvente nos circuitos turísticos relacionados com o património cultural e de natureza, sustentabilidade marítima, piscatória e ambiental ou com o ecoturismo”. A inauguração do novo espaço cultural insere-se nas

celebrações dos 35 anos de elevação de Alvor à categoria de vila. O projeto de requalificação do imóvel, propriedade da Docapesca, foi iniciado em 2020 pelo município de Portimão, ao abrigo do programa MAR2020. A empreitada representou um investimento global de 234.000 euros, comparticipado em mais de 198.000 euros por fundos comunitários.

18 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
CULTURA
FOTOS D.R.

Centro Interpretativo da Caravela Boa Esperança vai ser inaugurado em Lagos

OCentro Interpretativo da Caravela Boa Esperança e dos Descobrimentos Portugueses vai ser inaugurado na próxima terça-feira, 21 de março, às 15:30, no Cais da Ribeira de Bensafrim, em Lagos. A cerimónia contará com a presença do presidente da Câmara de Lagos, Hugo Pereira, e do presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes, e incluirá animação de época e uma visita à embarcação agora transformada em centro interpretativo. A intervenção na Caravela Boa Esperança está integrada na candidatura EXPLORATERRA, cofinanciada pelo programa INTERREG V-A Espanha-Portugal (POCTEP).

19 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023
PUB. CULTURA FOTO D.R. PasseioPlantas João Beles com de Medicinais Casa de Odeleite
Atividade no âmbito
Gabinete de Apoio ao Munícipe Inscrições até 31 de Março gam@cm-castromarim.pt 281 510 778
2 Abril 9H30
da programação do

Notificação de Venda de Terreno

José António Gonçalves Carmo, proprietário e legítimo possuidor dos prédios rústico e Urbano situados em Casas Novas, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 82 secção AL, e matriz predial urbana 7028 da freguesia de Castro Marim, no concelho de Castro Marim, descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim sob o nº 7248, vem comunicar a todos os confinantes do referido prédio que é sua pretensão celebrar, sobre este imóvel, um contrato de compra e venda. O referido negócio será feito a favor do Senhor Andrew Stirling Fletcher, pelo valor de 60.000,00 € (sessenta mil euros).

Pelo exposto vem, ao abrigo do disposto no artigo 1380º nº1 do Código Civil, conferir a qualquer dos confinantes, a faculdade de exercer o direito de preferência no contrato acima referido, devendo, no prazo de 8 dias após a publicação deste anúncio, conforme estipulado no nº 2 do artigo 416º do mesmo diploma legal, dizer se pretende exercer o seu direito de preferência no contrato supramencionado, pelo preço acima indicado. Na falta de resposta no prazo legal, presumir-se-á a falta de interesse no exercício de tal faculdade.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

CONVOCATÓRIA

Convocam-se todos os associados da Associação Oncológica do Algarve (AOA) para a Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 31 de março, às 16:30 horas, na sede da AOA, situada no Largo das Mouras Velhas, n.º 16, 8000-139, Faro, com a seguinte ordem de trabalhos:

1 - Apresentação, discussão e votação das contas do exercício de 2022.

Caso à hora marcada não esteja presente o número de associados necessário para formar quórum, a Assembleia Geral reunirá meia hora depois, com o número de associados presentes.

Faro, 27 de Fevereiro de 2023

A Presidente da Assembleia Geral Dra. Nídia Maria Manjua Brás Jesus

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. C.F.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. A.G.

MARIA JOÃO AFONSO DAS CHAGAS SILVA

28-05-1941 Ÿ 01-03-2023

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

CONCEIÇÃO

SANTA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SERHIY AVRAMENKO

08-06-1961 Ÿ 05-03-2023

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

KIROVOGRAD - UCRÂNIA

CASTRO MARIM - CASTRO MARIM

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

MARIA DE LURDES NETO CAVAQUINHO

06-07-1933 Ÿ 09-03-2023

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que se dignaram a acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

SANTIAGO - TAVIRA

SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

20 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO ANÚNCIOS
- TAVIRA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM CERTIFICADO

Nos termos do número 1, do artigo 100°, do Código do Notariado, eu, Isabel Alexandra Dinis da Silva Esteves de Almeida, Notária no Cartório Notarial de Castro Marim, Urbanização Castro Sol, Lote 2, 1º. E certifico que, no dia de hoje, foi lavrada neste Cartório, de folhas 91 a folhas 93 do Livro de Notas para Escrituras Diversas número 56-A, uma escritura de justificação, na qual outorgaram LAURA DE JESUS BARÃO, natural da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim e marido, ANTÓNIO MANUEL ESPERANÇA AGOSTINHO, natural da freguesia de Odeleite, Concelho de Castro Marim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua do Poço Mal Acabado, número 7, Martim Longo, Alcoutim, OS quais declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do PRÉDIO URBANO situado em Chada da Aroeira, Estrada Nacional Cento e vinte e quatro (E.N.I24). na freguesia de MARTIM LONGO, concelho de ALCOUTTM, composto por Edifício de um piso e quatro divisões, destinado a restauração, com a área total de três mil seiscentos e trinta e nove metros quadrados, correspondendo à área coberta ou de implantação trezentos e três metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo número 3087, sem proveniência matricial conhecida, com o valor patrimonial tributável de 124.810,00€, a que atribuem igual valor, que confronta a NORTE e a NASCENTE com António Soares Barão, a SUL com Estrada Nacional 124 e a POENTE com caminho.

Que o identificado prédio pertencia aos pais da primeira outorgante senhora, António Soares Barão e Maria Jesus José Barão, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Dr. Antero Cabral, número 9, em Martim Longo. Que, em virtude da distância temporal, desconhecem a forma e a data em que o supra identificado prédio passou a pertencer aos seus referidos pais e sogros, respetivamente.

Que. em data que não conseguem precisar no ano de mil novecentos e noventa, os pais da ora primeira outorgante senhora, os mencionados António Soares Barão e Maria Jesus José Barão. doaram-lhes, verbalmente, a eles. ora primeiros outorgantes, o prédio acima identificado, para que ela, sua filha e o seu referido marido, nele exercessem a sua atividade laboral de restauração, atividade que mantêm atualmente.

Que, desde essa data, os ora primeiros outorgantes, já no estado de casados entre si, entraram na posse do identificado prédio, passaram a trata-lo como seu, aí exercendo desde então a sua atividade laboral de restauração, tendo adquirido e sempre mantido a posse do mesmo com conhecimento de todos, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que fosse, tendo por isso uma posse pública, pacifica. continua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer prova do seu direito de propriedade.

Que, desta forma, justificam a aquisição do supra identificado prédio por usucapião fundada em posse.

Esta conforme o original Castro Marim, oito de Março de dois mil e vinte e três.

A Notária

Isabel Alexandra Dinis da Silva Esteves Nunes de Almeida

Conta registada sob o nº. 393 Fatura/Recibo: FAC 251/2023

Data de Emissão: 08/03/2023

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

PUBLICAÇÃO em EDITAL PARA EXERCÍCIO DE DIREITO DE PREFERÊNCIA

HUGO FILIPE DE BRITO BARROS, NIF 221 907 386, solteiro, maior, natural da freguesia e concelho de São Brás de Alportel, portador do cartão de cidadão n.º 11781159 9 ZW2, emitido pela República Portuguesa e válido até 03/08/2031, residente na Rua Dr. Vírgilio Coelho, Lote 11, 8150 – 148 São Brás de Alportel, na qualidade de proprietário do prédio misto denominado “Ilha Esquecida”, sito no Desbarate, Laranjeiro, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, com a área total de 5.876,00 m2 (área coberta de 142,00 m2 e descoberta de 5.734,00 m2), descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 8565/20200820, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 3 443 e na matriz predial rústica sob o artigo 146, ambos da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, composto por terra de cultura e pastagem com árvores e edifício de rés-do-chão com logradouro, confrontando a Norte com Caminho, Sul com Manuel de Jesus e João Marcos do Carmo, a Nascente com Ventura Gago e a Poente com Joaquim Nunes e José Rosa da Silva. Vêm por este meio dar conhecimento que se encontra a vender o prédio misto, acima identificado, pelo montante global de 158.000,00€ (cento e cinquenta e oito mil euros), reportando-se 100.000,00€ (cem mil euros) ao prédio urbano e 58.000,00€ (cinquenta e oito mil euros) ao prédio rústico.

A venda dos dois prédios, urbano e rústico, acima identificados são indissociáveis uns dos outros e ocorrerão em simultâneo pelo valor total de 158.000,00€ (cento e cinquenta e oito mil euros).

As condições do negócio, são o pagamento de 10% do preço, a título de sinal com assinatura do contrato promessa e o remanescente do preço a pagar na data da escritura, que se realizará a 31 de Março de 2023, às 15 horas, no Cartório Notarial em Faro, a cargo da Dr.ª Maria do Carmo Correia.

Nestes termos e por força do disposto no número 1 do artigo 1380º do Código Civil, vem por este meio conferir aos proprietários dos terrenos confinantes com o prédio rústico acima identificado a faculdade para o exercício do direito de preferência nas condições acima indicadas o qual deverá ser exercido e comunicado no prazo de oito (8) dias contados da publicação do presente Edital, conforme estabelecido no número 2 do artigo 416º do Código Civil, mediante carta registada com aviso de receção remetida para a seguinte morada: Rua Dr. Vírgilio Coelho, Lote 11, 8150 – 148 São Brás de Alportel ao cuidado de Hugo Barros.

O presente edital é publicado por impossibilidade de contacto pessoal e determinação da identidade e morada do proprietário(s) confinantes do prédio rústico que, conforme acima indicado apresenta as seguintes confrontações

Norte com Caminho, Sul com Manuel de Jesus e João Marcos do Carmo, a Nascente com Ventura Gago e a Poente com Joaquim Nunes e José Rosa da Silva.

Mais se informa que a ausência de resposta dentro do prazo legal conferido para o efeito será considerada como falta de interesse no exercício da faculdade ora conferida.

Santa Catarina da Fonte do Bispo, 14 de Março de 2023.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

BRUNO FILIPE TORRES MARCOS Notário

CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 03.10.2022, exarada a folhas 30 e seguinte do competente Livro n.º 213-A, que:

- Ana Maria dos Santos Guerreiro Fernandes e marido Idalécio da Palma Fernandes naturais de Cachopo, Tavira, casados, residentes em Bernardinheiro, caixa postal 1745-C, 8800-513 Tavira;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano, composto por edifício de um piso com dois compartimentos, destinado a habitação, com a área total e coberta de 67 m2, a confrontar do norte e do poente com rua, do sul com António Barão e do nascente com Manuel Custódio, sito em Fonte do Corcho, na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 887, com o valor patrimonial tributário de 6.110,30 €, não descrito na Conservatória do Registo Predial, tendo alegado para o efeito que: - adquiriram este prédio, em data imprecisa do ano de 2001, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Ana Isabel Revez dos Santos, residente na Rua Manuel Soares Guedes, n.º 11, 1.º esquerdo, 1170-206 Lisboa, pelo preço de, à data, mil contos; - desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio – tendo já chegado a fazer obras de reparação e conservação necessárias, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção – pelo que, tendo em consideração das referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio urbano por USUCAPIÃO, o que invocam.

Tavira e Cartório, em 03 de outubro de 2022.

O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/3819.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

Convocatória da Assembleia-Geral Ordinária

Nos Termos do artigo 40, nº1 Ponto 2, alínea a) e c) dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral – Ordinária para o dia 31 de Março de 2023, sexta feira, pelas 16 horas e 30 minutos, na sede do Monte-Pio Artístico Tavirense, na rua Tenente Couto n.º 6, no 1º andar, em Tavira, na “Casa da Matilde”, com a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto1- Aprovação ou Rejeição do Relatório e Contas/ Apresentação de Contas das Associações Mutualistas referente ao ano de 2022

Ponto 2 – Informações

Nos termos do artigo 41, Ponto 1, dos Estatutos, a Assembleia-Geral funcionará uma hora depois, ou seja ás 17 horas e 30 minutos com qualquer número de Associados.

Tavira, 17 de Março 2023

A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Maria José de Sousa Martins

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

AVISO

2º ADITAMENTO DO ALVARÁ DE LOTEAMENTO N.º 3/2008

Nos termos do n.º 2 do artigo 78º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, com a vigésima primeira alteração introduzida pela Lei n.º 118/2019, de 17 de setembro, torna-se público que a Câmara Municipal de Tavira, emitiu a 09 de Janeiro de 2023, o 2º aditamento do alvará de loteamento n.º 3/2008 em nome de Alfeu Campos Construções, Lda., pessoa coletiva número 506 203 662, com sede no Páteo do Figueiral, fração C, em Almancil e Isidro João Marreiros, contribuinte fiscal n.º 115 008 365, com residência na Rua Engenheiro Henrique Cabeçadas, n.º 31- 5º Esq., em Setúbal, através do qual são licenciadas as alteração às especificações do alvará de loteamento nº 3/2008 que incidem sobre a urbanização implantada no prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número novecentos e sessenta e sete a três de novembro de dois mil e nove, da freguesia de Cabanas (extinta),em Tavira.

As alterações aprovadas incidem sobre todos os lotes da urbanização e consistem na eliminação das tipologias dos fogos.

As alterações ao alvará de loteamento foram aprovadas por despacho da Sr.ª Presidente de 03/11/2022 e enquadram-se no estabelecido no nº 8 do artigo 27º do Decreto-Lei n.º 555/99 de 16 de dezembro, com a vigésima primeira alteração introduzida pela Lei n.º 118/2019, de 17 de setembro.

Paços do Concelho de Tavira aos 13 dias do mês de fevereiro de 2023.

A Presidente da Camara Municipal, Ana

do

nº 1303, 17 de março de 2023)

REGIÃO 21 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023 ANÚNCIOS
Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. T.S.

ANÁLISE e Perspectivas Turísticas (21)

Elidérico Viegas

Aera do trabalho que caracterizou o mundo até ao aparecimento e forte expansão das novas tecnologias, articulada com o sucesso das medidas económicas de excepção introduzidas na Europa a seguir à Segunda Grande Guerra, o Plano Marshal, assim como a implementação de novas políticas sociais deram lugar a uma nova civilização – a do lazer. A civilização do século XXI ficará certamente para a História como a civilização do lazer.

E isto porque o trabalho/esforço, embora nunca vá acabar na sua totalidade, está a ser substancialmente reduzido, atendendo a que o número de pessoas libertas é cada vez maior, as máquinas fazem tudo, incluindo pensar por nós.

Os horários de trabalho vêm sendo diminuídos, as reformas já se concedem na juventude e a esperança de vida aumenta todos os dias. Num prazo não muito distante, a inactividade será a constante e o trabalho a excepção.

A sociedade do futuro terá assim tendência para ser cada vez mais rica, menos ocupada, mais estandardizada e consumista. Tudo isto vai contribuir para o crescimento dos fluxos turísticos internacionais e domésticos, o que vai obrigar a um maior investimento em infra-estruturas, transportes, alojamento, etc.

A nova dinâmica económica mundial é agora turística, tal como no passado foi agrícola e industrial.

O turista do futuro, um consumista consciente dos seus direitos, será um turista exigente e precisará ocupar o tempo, obrigando os destinos turísticos a novos desafios, designadamente no que se refere à instalação de uma rede de turismo ocupacional.

Esta rede deverá integrar, entre muitas outras, actividades culturais, de animação e desportivas, como campos de golfe, por exemplo, em oposição a explorações agrícolas deficientes, pouco ou nada rentáveis, e terrenos abandonados sem qualquer utilização.

A civilização do lazer é, pois, um negócio em franca expansão. Ora, e uma vez que as regiões e os países se desenvolvem em função das suas vocações, teremos de concordar que o Algarve, incluindo naturalmente o interior e a serra, se encontra especialmente bem posicionado para responder com sucesso a estes desideratos.

A preservação dos equilíbrios ecológicos e ambientais e a recuperação, conservação

e valorização dos diversos patrimónios, ricos em toda a serra algarvia, são indispensáveis para a afirmação e consolidação de toda a actividade turística do Algarve, assumindo-se ainda como elementos decisivos numa estratégia de diferenciação e competição face a outros concorrentes.

O pilar principal e base de motivação da indústria turística assenta numa mensagem de paz e humanismo, e no princípio da cooperação, elementos essenciais à

interligação entre os povos, condições sem as quais o turismo não se expande nem se desenvolve.

Daí que as Nações Unidas, na sua “Declaração do Milénio”, tenham apontado, muito justamente, o turismo como um sector económico decisivo e fundamental para a redução da pobreza nas zonas rurais e agrícolas, as mais ameaçadas pelo declínio das actividades tradicionais.

A realização de Estudos Científicos Independentes, como a substância e dinâmica da actividade turística, o turismo na economia e nas transformações sociais e a implantação territorial, são indispensáveis para ajudar a definir e implementar políticas mais positivas e tomar decisões mais serenas, qualificando quer o ensino e a acção dos decisores, quer as populações e os agentes económicos em geral.

O turismo precisa de um ambiente positivo na política, na administração e na opinião pública para se poder desenvolver de uma maneira sustentável.

O Algarve tem de passar a ser uma região coesa, solidária e fraterna. Em graus diferentes, todos os algarvios devem viver bem e com uma exclusão cultural, social e económica esbatida ao mínimo.

O turismo não só não é a panaceia de todos os males do Algarve, como muitos pretendem fazer crer, como é uma boa solução, talvez a única, para atingir esse grande desiderato e que, por isso mesmo, nos deve mobilizar a todos, tanto mais que os valores turísticos não são fisicamente transferíveis, exigindo a deslocação dos utilizadores/consumidores ao local de produção dos serviços.

O facto do turismo ser uma actividade de pessoas para pessoas casa bem com a civilização do lazer em construção.

*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

Mendes Bota | OPINIÃO

Antigo parlamentar e diplomata da União Europeia

METRO DE PROFUNDIDADE

Lá bem no fundo do poço de promessas eleitorais que foram passeando pelo Algarve nas últimas décadas ao ritmo pouca-terra do comboio regional, sem nunca terem chegado ao destino na Estação da Concretização, está o famoso Metro de Superfície. De vez em quando apita, estridente de aflição, tão evidente é a sua ausência, quanta a sua necessidade. É o triângulo das bermudas da mobilidade sustentável, Faro-Olhão-Loulé numa das trilateralidades possíveis, passando pelo aeroporto, pelo campus universitário, pelo lote onde se imagina um hospital e, já agora, pela meca comercial da Alfarrobeira. Para os mais crédulos do bom senso não custa imaginar, porque faria sentido, uma perninha estendida em direcção a Albufeira, saberão os deuses para quando. No início do mês corrente, o Chefe Costa desceu com a sua Corte governativa até ao Algarve onde, entre protestos do professorado em luta e dezenas de apeadeiros do afinco governamental, trouxe a boa nova ao povo algarvio e aparentado. O Metro vem aí! Só que não, afinal não é o Metro de Superfície como insistiu em chamar-lhe a Ministra Abrunhosa, na sua já lendária dificuldade de expressão. José Apolinário, presidente da CCDRA, com a sensatez que o caracteriza, recolocou o nome no boi: Metrobus, ou seja, autocarros eléctricos a circular em corredor próprio. Para quando? Lá para o final da década, se não houver atrasos, que entre estudos, projectos e concursos internacionais, trabalhinho não falta por fazer. Quanto custa? Para já, fala-se em 120 milhões de euros, que esta era a opção mais baratinha, só que a procissão ainda agora vai no adro. Quem paga? 70 milhões já estão garantidos e aprovados pela Comissão Europeia, e reservados numa gaveta do Programa Regional 2030 ali na Praça da Liberdade em Faro. O resto virá, supõe-se, das três autarquias envolvidas, em fatias ainda por determinar. Pode não ser aquilo que se pensava, mas é muito melhor do que nada. Tem vantagens evidentes. Este Metrobus garante o corredor onde um dia, se for necessário, poderá haver o tal Metro de Superfície a deslizar sobre carris. Tem um impacto ambiental muito positivo, mesmo que o cidadão comum não perceba muito bem o que significa retirar milhares de toneladas de CO2 por ano da atmosfera. Irá servir muita gente que se desloca para trabalhar, para estudar, para passear, para comerciar, mas não tanta como proclama o estudo prévio ora apresentado. Não basta somar a população dos três municípios. Existe muita gente fora do raio de acção do Metrobus, dos seus 38 Kms e das suas 24 paragens, casos de Quarteira, Vilamoura, toda a serra do concelho de Loulé, por exemplo. Não há como não aplaudir, iniciativa tão estruturante do presente e do futuro da Região, pela qual tantas vozes se levantaram no deserto da espera. Não há como não desconfiar, tanta primeira pedra assentada no muro dos com-

promissos falhados, na videoteca de anúncios de obras que viraram publicidade enganosa. Predicado da caridade cristã, perdoem-se mentiras, falsidades, desconsiderações feitas à Região desde tempos imemoriais, e conceda-se o benefício da dúvida. Mas que saibam que estamos despertos para as dificuldades do caminho. Isto não é para amanhã. E há tempos difíceis de encurtar.

A exploração desta linha parece encaminhada para a Comunidade Intermunicipal do Algarve. Tudo, menos cair nas mãos da CP, essa empresa-sempre-em-greve, que há muito perdeu a noção daquilo para que existe: servir bem a população. Ou então que se faça uma PPP, negociada como deve ser, com transparência, onde o interesse público não se subalternize ao interesse privado. Um bom negócio, já diziam os antigos, tem de ser bom para ambas as partes.

FALTA DE CHÁ

Seguir caninamente os noticiários televisivos é uma droga que vicia, anestesia e envenena a alma. Nada diferencia os canais, até nos tempos e nos conteúdos publicitários, para que ninguém se escape de um para o outro ao intervalo. A receita é igual, os condimentos são os mesmos: guerras, crime, corrupção, violência, abusos sexuais, assaltos, greves, protestos, manifestações, doenças, ineficácia do sector público, ganâncias individuais, os teatrinhos obrigatórios da política partidária, bola+bola+bola, comentaristas de tudo e de coisa nenhuma, tribunais, rusgas, hospitais e urgências, um rosário sem fim de desgraças que os cidadãos consomem sem pestanejar enquanto engolem a sopa. Um absurdo. São raras as notícias que fogem deste enredo, que falem de esperança e bons exemplos de vida, um olhar a sociedade pelo lado positivo, em contraponto com écrans a preto e branco tisnados de vermelho cor de sangue e salpicos de choque e escândalo.

Dizem que o chá, essa bebida milenar que o imperador chinês Shen Nung terá descoberto no ano de 2737 a.C., tem propriedades imensas que apaziguam os espíritos mais revoltados. Desintoxica, cheira bem e melhor sabe. Entre mitos e verdades, o chá tem fama de ser analgésico, anti-depressivo, anti-oxidante, anti-reumático, anti-bacteriano, dietético, soporífero e de melhorar o equilíbrio mental e a produtividade. Com tanto desequilibrado à solta, poder-se-á concluir que existe actualmente uma generalizada falta de chá. A escolha é imensa, da camomila à erva-cidreira, do preto ao verde. Cá pelo Algarve, o chá Príncipe é rei, vá lá saber-se porquê.

*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

22 POSTAL, 17 de março de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
PERCEPÇÕES… E REALIDADES (16)
Não basta somar a população dos três municípios. Existe muita gente fora do raio de acção do Metrobus, dos seus 38 Kms e das suas 24 paragens
A Civilização do Lazer
“O lazer é uma criação da civilização industrial”
Todos os algarvios devem viver bem e com uma exclusão cultural, social e económica esbatida ao mínimo

OPINIÃO

“Uma peça mal contada”

Não sou utilizador do Facebook. Porém, há alguns dias, alguém das minhas relações teve a amabilidade de me mostrar um texto datado de 26 de Fevereiro passado, em que se refere o deplorável estado em que se encontra, em Faro, o Teatro Lethes, o qual, segundo o autor, parece que esteve encerrado de 1951 até 1998, altura em que iniciou a sua produção teatral a companhia profissional residente “ACTA”, fundada pelo Professor José Luís Louro e “outros interessados fazedores de teatro” em 1995.

Mas houve, diria, muitas centenas de actividades amadoras – o Lethes sempre foi a grande sala de amadores de Faro até 1951.

O estado do edifício é, de facto, deplorável. Tão deplorável como o buraco negro existente na memória do autor.

O Teatro Lethes é, de facto, propriedade da Cruz vermelha Portuguesa.

Refere o mesmo que a Cruz Vermelha nunca ou pouca coisa ter feito em benefício do edifício, “apenas algumas recuperações de pouca monta, que pouco o valorizaram”.

Em 1968 / 1969, se me não falha a memória, sofreu obras de restauro ordenadas pela Delegação de Faro da Cruz Vermelha Portuguesa. Essas obras incluíram telhado, pintura das fachadas, restauro das cadeiras da plateia (que eram de palhinha), aquisição de cadeiras de diferentes medidas para as frisas e camarotes, renovação de toda a instalação eléctrica, com um quadro novo na entrada, outro nos camarins e outro na cabine do palco, pavimento do palco todo novo e urdimento (conjunto de roldanas, barras e cordame situados junto ao tecto do palco+ - também denominado teia) todo novo, como se vê obras de pouca monta.

E reabriu ao público em 1972.

Foi convidado a ocupar instalações no Teatro Lethes, o Grupo de Teatro do Círculo

Letras & Leituras

O Acontecimento

de Annie Ernaux

Cultural do Algarve - grupo amador com créditos já bem firmados na cidade - grupo que mudou então a sua designação para Grupo de Teatro Lethes.

De 1972 a 1977, entre muitas outras obras, levou à cena “Albergue Nocturno” de Gorki, “O Principezinho”, de Saint-Exupéry; “O Percevejo”, de Maiakowski; “Enterrai os Mortos”, de Irwin SHaw.

Em 1977 estabeleceu-se em Faro a Delegação Regional da Cultura, representada até 1985 pelo professor Tomás Ribas.

Também por essa época, ou talvez um pouco antes, veio ocupar as instalações no Lethes o Conservatório Regional do Algarve, à época dirigido pela extraordinária pianista Senhora D. Maria Campina e pelas Senhoras D. Isabel Cassiano e D. Célia Magalhães (três louletanas contemporâneas e amigas), com as suas classes de Música (vários instrumentos como piano, violino, guitarra, etc) e de Ballet, que apresentavam os trabalhos finais de cada ano no palco.

E passou a haver também sessões semanais do Cineclube de Faro, espectáculos do Coral Ossónoba e do Grupo Folclórico de Faro, até sessões de emagrecimento lá aconteciam (“Weight Control”).

Tal ocupação do espaço, veio a prejudicar a actividade do Grupo de Teatro, porque era cada vez mais difícil ter o palco livre para poder ensaiar.

Apesar das dificuldades, o Grupo de Teatro Lethes apresentou, entre vários outros, “Deseja-se Mulher”, “O Público em Cena” e “Antes de Começar”, de Almada Negreiros; “A Promessa”, de Bernardo Santareno”; “Um Jeep em 2ª Mão”, de Fernando Dacosta; e “Os Velhos”, de D. João da Câmara (último espectáculo dirigido por Emílio Campos Coroa).

Em 1986 a Delegada do Ministério da Cultura deu ordem de despejo ao Grupo de Teatro Lethes – e digo ordem de despejo, porque não foi cedido ou indicado

qualquer outro local para continuar a sua actividade; a partir daí, o Grupo de Teatro cortou relações com a Delegada.

Convenientemente, só cerca de quatro meses depois foi publicado em Diário da república o Estatuto de Colectividade de Utilidade Pública, assinado pelo professor Cavaco Silva, que determina a Sede do Grupo de Teatro Lethes na R. de Portugal nº 50 (endereço do Teatro Lethes).

De 1992 a 1997 passou a ser Delegado do Ministério da Cultura o Dr. Manuel Bento Serra, o que levou ao reatar das relações institucionais. Nesse período, o Grupo de Teatro Lethes apresentou, só a título de exemplo, “Retrato de Uma Família Portuguesa”, de Miguel Rovisco; “Povoação, Vende-se”, de Andres Lizarraga; “Felizmente há Luar”, de Sttau Monteiro; “A Visinha do Lado” e “A Maluquinha de Arroios”, de André Brun; “Os Infiéis Defuntos”, de José Vilhena.

E até foi sugerido, pelo Dr. Bento Serra, que o Grupo assumisse estatuto de companhia profissional – o que quer dizer que já algo andava no ar!

De 1998 a 2003 foi Delegado do Ministério da Cultura o Dr. João Ventura, passando a haver uma extrema ocupação da sala, não sendo permitido manter o mesmo espectáculo em cena por duas semanas consecutivas. Mesmo assim, o Grupo de Teatro Lethes apresentou, “O Render dos Heróis”, de José Cardoso Pires; e integrou todas as “Semanas de Artes de Palco”, organizadas durante seis anos, pela Junta de Freguesia da Sé. Por notória desventura do Dr. João Ventura, o Teatro Lethes teve que encerrar as portas para obras, já que a cúpula que cobre o palco ameaçava ruir.

E, durante as obras, já por lá andava a “ACTA” Mas, como se pode constatar, de 1951 até 1998, segundo o autor do texto “o Teatro Lethes esteve ao abandono”.

É de facto uma lástima o estado do Teatro Lethes e uma lástima a despudorada, indecente, ignóbil tentativa de lavagem ao cérebro e de apagar das memórias, que pretendem fazer aos cidadãos de Faro, felizmente ainda há muitos que se lembrarão do que escrevo.

E é por demais evidente que o texto nada tem a ver com o corte de subsídio à ACTA decidida pelo Ministério da Cultura.

Foi após as últimas obras no edifício, que incluíram restauro de cadeiras, renovação do palco e da “teia”, que o Ministério da Cultura transferiu o aluguer de longa duração que mantinha com a Cruz Vermelha Portuguesa, para a Câmara Municipal de Faro.

Perguntarão os leitores: mas e então essa mer…itória associação que dava pelo nome de Grupo de Teatro Lethes, posto na rua do Lethes em 1986, sem local para trabalhar e apresentar os seus trabalhos, naturalmente já morreu?

Não, não morreu. Pela razão essencial que não tem onde cair morto.

Continua a aguardar, pacientemente, que algum dos sucessivos autarcas que têm passado por Faro, e que nas acções de “corta-fitas” (tão pródigas em votos) ou numa daquelas “estopadas” de homenagens públicas em que têm que estar presentes, nos dão palmadinhas nas costas e com um sorriso nos dizem: ah, temos que resolver isso…!

E já lá vão 37 anos, senhores. Por isso, nem vamos esmolar “um subsidiozinho” para “a gente poder fazer qualquer coisa”.

Ironicamente, a Assembleia Municipal de Faro convidou o Grupo para apresentar um espectáculo nas comemorações do 25 de Abril de 2022. E o trabalho para 2023 está em preparação! Sem sala e sem espaço próprios!

E pior que tudo: Há provas no lixo que tenho a mania de coleccionar.

*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

OAcontecimento, de Annie Ernaux, publicado pela Edições Livros do Brasil, na colecção Dois Mundos, com tradução de Maria Etelvina Santos, é provavelmente o livro mais acutilante e incisivo da autora laureada com o Nobel da Literatura em 2021.

“Milhares de raparigas subiram uma escada, bateram a uma porta atrás da qual estava uma mulher acerca de quem nada sabiam, a quem iriam entregar o seu sexo e o seu ventre. E aquela mulher, a única pessoa, então, capaz de acabar com a infelicidade, abria a porta, de avental e pantufas às riscas, com um trapo na mão: ‘Diga lá, menina!’” (pp. 53-54).

Em 1963, em Rouen, uma jovem de 23 anos, estudante universitária brilhante, descobre que está grávida.

Sem pudor, numa escrita concisa, de frases geralmente breves e cortantes como um bisturi, este é um forte testemunho de uma autora que atingiu a maestria na escrita memorialística e nos reconta acontecimentos ocorridos quarenta anos antes, como quem tenta despojar-se, pela escrita, das memórias daquele trauma que é, afinal, o de tantas mulheres, num tempo em que a palavra aborto “não tinha lugar na linguagem” (p. 42).

Sozinha, sem ter a quem recorrer, na França numa época em que o aborto era ilegal, esta jovem sente-se derrotada pela vergonha e, sobretudo, pela aguda consciência de que a gravidez representa um falhanço social. Ter aquela criança implica não poder cumprir o seu sonho de alcançar determinadas metas de aspirar a um “lugar ao sol” que transcenda aquele que a sua família alcançou. “De um modo confuso, estabelecia uma relação entre a classe social de onde provinha e o que me estava a acontecer. Sendo a primeira a realizar estudos superiores numa família de operários e pequenos comerciantes, tinha escapado à fábrica e ao balcão.” (p. 24)

O Acontecimento é um poderoso testemunho contado no feminino de uma experiência humana dolorosa e profundamente transformadora, cruzando temas universais, como vida e morte, moral e pecado, direitos humanos e interdição.

Atente-se numa das epígrafes do romance, em que a autora cita Michel Leiris: “O meu duplo desejo: que o acontecimento se transforme em escrita. E que a escrita seja acontecimento.” Esta vontade manifesta-se, mais à frente, no corpo do próprio texto, quando a narradora afirma, como que em sua defesa: “Pode acontecer que uma tal narrativa provoque irritação, ou mesmo repulsa, seja qualificada de mau gosto. Ter vivido determinada coisa, seja ela o que for, dá-nos o direito imprescritível de a passar a escrito. (…) E se não levar até ao fim a relação com essa experiência, estou a contribuir para ocultar a realidade das mulheres e a colocar-me do lado da dominação masculina do mundo.” (p. 41)

Em conclusão, e parece-nos que a confirmar a actualidade deste romance-testemunho (escrito em 1999, e publicado um ano depois em França), O Acontecimento foi adaptado ao grande ecrã pela realizadora Audrey Diwan, tendo estreado justamente em 2021, e foi vencedor do Leão de Ouro em Veneza.

23 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 17 de março de 2023
TEATRO LETHES
Paulo Serra Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve Emílio C. Coroa Diretor do Grupo de Teatro Lethes

Quantos imóveis devolutos tem o Estado?

Opatrimónio público devoluto está disperso por várias bases de dados, o que não facilita o retrato da situação, tendo o Governo identificado mais de quatro mil imóveis com aptidão habitacional, entre terrenos e edifícios.

No balanço conhecido em fevereiro, depois da aprovação do Programa Mais Habitação, no qual consta a adoção de um regime de arrendamento compulsivo das casas devolutas, o Ministério da Habitação informou ter identificado mais de quatro mil imóveis devolutos com aptidão habitacional. Um deles é o antigo Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa, onde, de acordo com a Carta Municipal de Habitação recentemente apresentada pela autarquia, existem 47.748 habitações vagas, das quais 1.756 são municipais.

No final de 2022, existiam em Lisboa, pertencentes a proprietários privados, 1.063 imóveis totalmente devolutos e 1.583 parcialmente devolutos, o que, considerando o universo de 55.000 edifícios sob gestão particular, corresponde a percentagens de 1,93% e 2,87% do total do edificado, respetivamente.

Questionada pela Lusa, a Câmara Municipal de Lisboa disse que está a analisar um Pedido de Informação Prévia (PIP) sobre o Hospital Miguel Bombarda, para “aferir a viabilidade de uma intervenção

que inclui habitação, comércio, serviços e equipamentos, como uma escola básica”.

A “complexidade da intervenção” obriga ao envolvimento de vários departamentos municipais, realçou a autarquia, adiantando que houve, “nas últimas semanas, várias reuniões e visitas de trabalho ao local”, para iniciar, “brevemente”, um estudo estrutural e patrimonial dos edifícios do antigo hospital. O estudo – que avaliará o estado de conservação e a situação estrutural do imóvel – “será essencial para tomar decisões sobre cedências patrimoniais e ponderar as demolições necessárias”, adiantou.

Outra lista, divulgada há um ano por um despacho do Tesouro e da Administração Local datado de 17 de março, dá conta de 717 itens patrimoniais do Estado "em inatividade, devolutos ou abandonados", com predomínio de casas de guardas florestais e magistrados, mas incluindo também antigas escolas e residências de estudantes, alguns prédios urbanos, lojas, armazéns e garagens, e lotes de terrenos para construção. Conforme explicou o Ministério das Finanças à Lusa, na referida lista estão imóveis do Estado central cuja gestão pode ser descentralizada para as autarquias.

O caso de Portimão

É o caso, por exemplo, de quatro apartamentos, três lojas, um bloco administrativo de

uma escola e um terreno com uma área de 29.000 metros quadrados em Portimão, na tutela da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve. Fonte da autarquia referiu que “foi já requerida a cedência dos apartamentos e do terreno”, aguardando-se “resposta das entidades que tutelam os imóveis”.

A Câmara de Portimão pretende utilizar os apartamentos para “responder a situações de carência de alojamento para professores, médicos e outros casos” e o terreno para construir habitação social.

Segundo o diretor regional de Agricultura do Algarve, Pedro Monteiro, os serviços da delegação regional que ocupavam o terreno foram desativados há cinco anos, tendo o imóvel sido entregue em 2018 à Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

Os 717 imóveis mencionados no despacho têm "aptidão para uso habitacional”, indicou o gabinete do ministro Fernando Medina, adiantando que a próxima atualização da lista deverá ser publicada “em meados deste ano”.

O despacho prevê a atualização semestral “sempre que tal se justifique”, o que não aconteceu ainda.

Na resposta à Lusa, o Ministério das Finanças lembra que o inventário mais geral do património imobiliário do Estado com aptidão habitacional é da competência do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).

Percorreram alguns dos mais belos trilhos do Algarve

Questionado pela Lusa, o Ministério da Habitação, liderado por Marina Gonçalves, não respondeu às perguntas sobre os planos e prazos de reconversão dos imóveis devolutos do Estado.

Ministério da Habitação não responde

No património do Estado devoluto estão também imóveis militares, que têm sido identificados, com as respetivas fotografias, por grupos nas redes sociais, como o #devolutosdoestado.

Questionado pela Lusa, o Ministério da Defesa Nacional respondeu que são “cerca de 180” os imóveis “disponibilizados pela Defesa para outros fins que não os operacionais”, assinalando que entre eles estão “antigos quartéis ou hospitais, que não correspondem a tipologia habitacional”. Segundo o gabinete de Helena Carreiras, esses 180 imóveis, listados num despacho de 2019, obedecem a uma “dupla finalidade: disponibilizar património sem uso operacional pelas Forças Armadas e, através dessas operações de rentabilização, reinvestir no edificado/infraestruturas com funções operacionais”. A Defesa adiantou que “está em curso, em conjunto com as Forças Armadas, um trabalho de levantamento dos imóveis que poderão vir a ser disponibilizados para rentabilização”.

Cônsul honorário da Rússia no Algarve exonerado

O Ministério dos Negócios Estrangeiros retirou em janeiro a acreditação ao cônsul honorário da Federação Russa no Algarve, avançou a SIC Notícias. Bruno Valverde Cota "foi forçado a deixar o cargo por desenvolver atividades que não estão em conformidade com a convenção de Viena". O empresário que gere uma empresa vocacionada para a imobiliária de luxo e vistos gold é casado com uma cidadã russa, nascida na Ucrânia. Em 2020, foi nomeado pelo embaixador russo como representante diplomático honorário. O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou À SIC a retirada das credenciais ao cônsul, mas foi vago na explicação.

Faro: Emirates recruta tripulantes de cabine

CORRIDA SOLIDÁRIA A AP Victoria Falésia Run realizou-se no passado domingo. Já com cheiros e tons da primavera, os participantes percorreram alguns dos mais belos trilhos do Algarve, desde a zona das Açoteias à Praia da Falésia, passando pelo Parque Natural de Vilamoura. A iniciativa contou com cerca de duas centenas de participantes e promete regressar.

Um pelotão onde todos tiveram lugar. Foram várias as formas e ritmos de participação na AP Victoria Falésia Run. Sozinho, ou com amigos, em família ou com a cara metade, numa caminhada tranquila ou em corrida com objetivos concretos. O evento assumiu uma vertente solidária e a Santa Casa da Misericórdia de Albufeira recebeu um donativo de 200 euros, correspondente a um euro por cada participante.

O gabinete da ministra informou ainda que, em cooperação com o IHRU e com as autarquias, já disponibilizou “oito imóveis que darão lugar a mais de 1.000 fogos para arrendamento a preços acessíveis” e que tem cedido imóveis para universidades e unidades de saúde. A título de exemplo, a Câmara Municipal da Figueira da Foz (distrito de Coimbra) pretende adquirir dois edifícios devolutos na cidade, com 24 fogos no total, que pertencem ao Ministério da Defesa Nacional, para os transformar em residências universitárias ou habitação a custos acessíveis. Os dois edifícios foram retirados do Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado em 2019, para serem destinados ao arrendamento acessível, mas as obras nunca avançaram. No Porto – onde, segundo dados recentes, existem 1.788 imóveis com indícios de situação devoluta, correspondentes a 2.273 proprietários –, o antigo edifício da Direção de Recrutamento Militar, abandonado há vários anos, foi um dos oito imóveis que, em dezembro de 2021, passaram da Defesa para o IHRU.

A Emirates está a recrutar candidatos em Portugal para a sua equipa de tripulação de cabine, estando este mês em Lisboa, Porto e Faro. Neste mês de março, a companhia aérea estará presente em três cidades portuguesas para celebrar os seus ‘Open Days’ no país: em Faro, a Emirates estará a recrutar a 31 de março (Eva Senses Hotel). Segundo a companhia, os candidatos “podem submeter uma candidatura ‘online’, o curriculum vitae atualizado e em inglês, assim como uma fotografia recente”, mas tratando-se de ‘Open Days’, “podem apresentar-se nos dias e locais indicados sem terem submetido a candidatura previamente".

Loulé pioneiro na ação climática local “Loulé, um município pioneiro na ação climática local”, é com este título que o trabalho levado a cabo no concelho algarvio é reconhecido e merece uma referência especial na quarta Avaliação de Desempenho Ambiental de Portugal da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. O relatório foi apresentado esta terça-feira, em Sintra, numa sessão que contou com a presença da responsável deste organismo para a área do Ambiente, Jo Tyndall. Num capítulo dedicado ao caso de Loulé, como exemplo de boas práticas, o documento frisa a “ação climática ambiciosa” preconizada neste território e que “ilustra o papel que os municípios podem desempenhar no que toca às questões do clima e do ambiente”.

Tiragem desta edição 8.469 exemplares POSTAL regressa a 7 de abril Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve
E ainda

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.