FLAUTA DE Pã oeta simbolista, Augusto dos Anjos plantou as raízes da ecoguerrilha em seu poema “A Árvore da Serra”. O Filho tenta impedir o Pai de derrubar uma árvore pelo egóico desejo de uma velhice confortável, mas sem contudo considerar a infância do filho ou mesmo a velhice deste. Sem a árvore da serra, será que a próxima geração terá uma velhice tranquila? Clama o Filho pela imanência de tudo o que vive, ligando sua própria vida à existência do vegetal.
A ÁRVORE DA SERRA Augusto dos Anjos
Editorial
Nº 10 -Ano VIII - Primavera de 2010 E.C.-Território Tamoio
Um Inverno árido e denso passou, na Eterna Roda que gira em cores diferentes, e as madrugadas frias, de mãos dadas com as manhãs ensolaradas, as tardes em ventania e as noites dos cupins alados convocam-nos para apreciar a atmosfera louca de mais uma Primavera. Flora, Ártemis & todas as jovens caçadoras, Blodeuwedd, Ishtar, Koré/Perséfone, Eostre & Inanna nos provocam certo ser intenso, em ventos de excitação que atiçam o braseiro do instinto dionisíaco — sem medo de virar coruja ou comer romã. Botar a cara para fora, sair em busca do que se quer, lustrar o escudo da determinação e o aço da ousadia, nu para o mundo a não ser pelo manto do entusiasmo, a Primavera nos inflama a sermos nossos próprios deuses, homens de aço e mulheres maravilhosas. Lançar no bunker inimigo do estéril parque público uma bomba natural que explode em frescor para os pulmões, frutos para barrigas vazias e memórias para as crianças que lá brincarem. Quiçá as mesmas que tivemos. Quiçá as crianças que somos — talvez as crianças que teremos. E nós sabemos que você tem uma aí... Trilhadovento y Coletivo Editorial
— As árvores, meu filho, não têm alma! E esta árvore me serve de empecilho... É preciso cortá-la, pois, meu filho, Para que eu tenha uma velhice calma! — Meu pai, por que sua ira não se acalma?! Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?! Deus pos almas nos cedros... no junquilho... Esta árvore, meu pai, possui minh'alma! ... — Disse — e ajoelhou-se, numa rogativa: "Não mate a árvore, pai, para que eu viva!" E quando a árvore, olhando a pátria serra, Caiu aos golpes do machado bronco, O moço triste se abraçou com o tronco E nunca mais se levantou da terra!
PRANTO DA
terra Wicca & Ecologia "...SOMOS OS OVOS DA GALINHA QUE FUGIU!" -- A Pinga do Duende Maluco Braia