BASTIDOR S 06
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06 – Os Nossos Luxos 10 – Curtas 12 – Bastidores dos Famosos 13 – Apanhados 14 – Nelson Évora 18 – Joaquim de Almeida 20 – Plásticas e TV 25 – Bastidores das Artes 26 – Teatro 30 – Giovanna Antonneli 34 – Exposição 36 – Museu 38 – Rui Reininho 40 – Sakis Rouvas 42 – Cinema 46 – Agenda 48 – Bastidores das Marcas
58 – Reportagem: Terapia Hormonal 64 – Festas e Eventos 72 – Cosmética 74 – Experimentámos 76 – Perfumes 78 – Moda: Fátima Lopes 82 – Moda: Storytailors 88 – Pessoas de Sucesso 92 – Nobres Sem Coroa 96 – Fantástico 108 – Vinhos 112 – Restaurante + Coleccionável 114 – Viagem 118 – Auto Bastidores 120 – Arqueologia 122 – Horóscopo 128 – Retrato
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1 Sem permitir que o essencial seja substituído pelo supérfluo, a Bell & Ross concebeu este modelo dotado de um movimento quartzo e uma fusão de materiais – cerâmica branca, aço, diamantes e mostrador com linhas puras – sofisticação e elegância para mulheres exigentes. (€ 3900); 2 No dia de S.Valentim não dispense um amor de chocolate! Afinal só vai conhecer verdadeiramente a sua cara metade, se se atrever a que partilhem, uma caixa de bombons; 3 Gerard Darel pode ser uma opção na escolha de um presente, como o saco 36 horas (€ 360) ou os colares “Sautoir” e “Jackie” (€ 181 cada); 4 A Rip Curl, marca que representa a paixão pela natureza e pelos desportos ao ar livre, lança o modelo Bronx LTH Black Pressed para quem aprecia o espírito aventureiro - o companheiro perfeito nas actividades de água, ar e terra (€ 129); 5 Fresca e descontraída, a fragrância Benetton (*); 6 “I miss you” é a linha proposta pela Miss Sixty. Pendente (€ 38) ou aliança (€ 39) são algumas das peças da colecção; 7 “Mito Spécial Plus” dos Laboratórios GERnétic Synthèse, de Activos Naturais da mais alta Tecnologia Biológica, para a pele do rosto, pescoço e colo (€ 55); 8 Com o conceito 1+1=1 este será, certamente, o presente ideal - um mix de deliciosos Truffets Belgas e irresistíveis Geleias de Bagos Silvestres, com a qualidade Hussel (€ 7,95); 9 Especial dia dos namorados o blusão All Star, um toque romântico com corações cintilantes (€ 83,90); 10 Baileys é mais que um simples licor. Brinde ao amor e à união (*); 11 Ofereça a si mesma um tratamento de luxo - cabeleireiro, estética e SPA - no elegante espaço de Eduardo Beauté no Palecete Lambertini, na Avenida da Liberdade em Lisboa: 213 467 190; 12 Cabe dentro da carteira para ir consigo para todo o lado. O ultraportátil da LG é leve, pequeno e elegante. Um mimo! (€ 399); 13 Um programa a dois: a exposição Lenços dos Namorados, para recordar outros tempos, outras formas de expressar o amor que não as SMS’s. Até 8 de Março na Arte da Terra (www.aartedaterra.pt); 14 Para esconder ou realçar o olhar os óculos. Dior (€ 185) e D&G (*) são a nossa sugestão; 15 Uma noite inesquecível, tendo como pano de fundo o Atlântico, é a sugestão do HotelAxis Ofir – entre a Praia de Ofir e o Rio Cávado – propõe uma noite muito especial, com vista a assinalar o Dia dos Namorados. Alojamento de 14 para 15 de Fevereiro, jantar no Restaurante Atlântico, espumante e morangos , pequeno almoço no quarto ou no restaurante, por € 60 pax.(Reservas: 253 989 800 ou reservas@axisofir.com) (*) preços sob consulta
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Coordenação: Paula Martin; Fotos: D.R.
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1 Se está com dificuldade em decidir o que oferecer à sua cara-metade, a Europcar tem a solução: um Porsche Boxster para o fim-de-semana. Um presente original, indicado para todos aqueles que gostam de luxo e adrenalina. Informações e reservas: www.europcar.pt (valor aproximado: € 410,00 /fim-de-semana); 2 Dois telemóveis num só, é a proposta Samsung que permite a utilização em simultâneo de dois cartões SIM de diferentes redes móveis. Samsung D980 tem ecrã touchscreen e câmara de 5 megapixéis (€ 409,90); 3 Com um estilo inconfundível os óculos Emporio Armani (€ 149); 4 Aliando inovação, desempenho e design, a Bell & Ross concebeu este novo modelo. Directamente inspirado na aeronáutica, o BR Instrument Pro Titanium possui a alta tecnologia e os materiais de uma verdadeira ferramenta profissional (€ 5.500); 5 Porque a vida é feita de momentos especiais, a Pulsar lança o novo modelo Nashville, modelo capaz de transformar um pequeno momento num momento inesquecível (*); 6 Para looks bem descontraídos 2 propostas - Adidas super skate (*) e All Star (€ 103) especial S. Valentim – um factor em comum: a alta qualidade; 7 Extraordinário leitor multimédia Blu:sens P37 4GB, com um design atraente e apelativo, este gadget tem a capacidade de produzir áudio, vídeo e fotografias, dispondo de uma memória interna de 4GB. (€ 79,90); 8 No dia dos namorados a Häagen-Dazs recomenda que se vivam momentos doces, na loja Häagen-Dazs do Chiado, da Foz e de Vilamoura e partilhe o prazer do Chocolate Journey, uma deliciosa criação que a marca preparou para um momento de puro prazer a dois (*); 9 Os novos WALKMAN® Série X proporcionam uma experiência única de entretenimento pessoal. Equipados com as mais recentes tecnologias de áudio e vídeo da Sony, a escolha perfeita para aqueles que gostam de usufruir da sua colecção de media digital em movimento (*); 10 Se sonha com um Dia dos Namorados inesquecível e diferente de tudo o que já viveu até aqui, o Real Spa Marine tem a prenda perfeita e ideal para expressar os seus sentimentos a quem mais gosta: dois tratamentos exclusivos, verdadeiras experiências para viver a dois no gabinete de casal. (reservas.cas@hoteisreal.com ou consulte: www.realhotelsgroup.com); 11 No Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort, disfrute da paisagem, do conforto, do luxo e saboreie o melhor da vida! Caso não possa sair o O Lisbon Marriott Hotel é uma óptima opção. (Inf. e reservas: 262 905 100, 217 235 400 ou www.marriott.com/lispt); 12 Se apesar das nossas sugestões optar por um jantar romântico, escolha um bom vinho: Esporão tinto 2005, com um agradável aroma a fruta madura, torna-o um néctar inesquecível (*); 13 Essence of Benetton, um presente para os dois, fragrâncias que se completam. (*); 14 Surpreenda oferecendo um cruzeiro, a dois, pelo mediterrâneo e namore, namore muito! Visite o site: www.cic-cruises.com, e escolha o destino que preferir. O importante é surpreender! (*) – Preço sob consulta
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Coordenação: Paula Martin; Fotos: D.R.
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curtas Barbie Hitchcock
Os mais novos até poderão achar piada a esta nova Barbie com três passarinhos colados ao corpo mas isso é porque nunca viram o filme de Alfred Hitchcock “Os Pássaros”, que inspirou mais um novo modelo da loura e curvilínea boneca. Este modelo de colecção inspira-se na imagem de “Melanie”, a heroína do filme, que foi feito há 45 anos, a ser atacada por pássaros. Em 1963, o realizador Hitchcock, o mestre do suspense, trouxe aos ecrãs esta história de horror em que pássaros descontrolados começam a atacar a população de uma pequena localidade. A boneca vem vestida com o elegante tailleur verde, usado pela icónica Tippi Hedren, um dos alvos preferidos dos agressivos ataques. Caso decida oferecer este novo modelo a uma criança é melhor não lhe contar a história do filme, diga antes que os pássaros vieram brincar com a Barbie.
MySpace
O lendário actor Kirk Douglas, de 92 anos, é a celebridade mais velha a manter um blogue na Internet (na rede social MySpace), onde partilha as suas preocupações. Desde que se reformou do mundo do cinema, disse que descobriu este “novo mundo” e nunca mais o quis largar. No seu diário digital escreve sobre assuntos tão diversos como a campanha presidencial de Barack Obama, de quem é um fervoroso admirador, assim como de temas mais ligeiros como o seu ardente desejo de conhecer Angelina Jolie, “se a minha mulher o autorizar”, acrescenta.
ouro Karl Lagerfeld foi encarregado de fazer uma moeda de ouro estampada com a imagem de Coco Chanel, por ocasião do 125º aniversário do nascimento de uma das maiores figuras da história da moda. Na cara da moeda aparece a imagem de perfil da figura histórica da moda francesa com um colar de pérolas e um chapéu, no verso está o número “5” em referência ao perfume mais conhecido da casa Chanel, com o qual Marilyn Monroe dizia “se vestir” para dormir. Se quiser adquirir uma das 11 099 moedas terá de pagar 7.440 euros.
Desafio Pantene
Mãe, esposa, apresentadora de TV, actriz e embaixadora da boa vontade da ONU são alguns dos papéis que Catarina Furtado desempenha. Agora a apresentadora dá a cara pela Pantene Pró-V. Apesar do ritmo de vida agitado a apresentadora não descura a imagem e arranja sempre tempo para cuidar do visual. A nova campanha da marca revela o resultado do teste de Catarina Furtado com champô e condicionador Pantene que utilizou durante 10 dias.
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É benigno
Toni Braxton, voz do tema romântico“Un-Break My Heart”, foi submetida à remoção de um tumor benigno na mama. A intérprete de 41 anos foi informada sobre a existência do tumor antes da sua participação na versão norte-americana do concurso “Dança Comigo”, tendo a cirurgia sido marcada logo a seguir ao desfecho do programa. “O diagnóstico foi uma bênção disfarçada”, frisou Braxton, cuja avó paterna faleceu na sequência de um cancro da mama.
Sempre a somar
Além de assinar algumas peças e dar a cara pela GLOBE, Barbara Guimarães está imparável na publicidade. Junta-se ao Millennium BCP e assumiu o cargo de primeira embaixadora portuguesa da marca L’Oréal Paris. Bárbara é a primeira portuguesa a integrar a lista de embaixadores da L’Óréal Paris passando o seu nome a figurar ao lado de personalidades do mundo da moda e do cinema internacionais como Jane Fonda, Pierce Brosnan, Beyoncé, Eva Longoria, Penélope Cruz , Cláudia Schiffer, Andie Macdowell e Milla Jovovich.
Um projecto cuidado, em tournée pelo país, e que visa abordar grandes êxitos da música portuguesa, imortalizados pelas vozes de alguns nomes marcantes da nossa história cultural, nomeadamente Carlos Ramos, Tristão da Silva, Max, Tony de Matos, Amália, Paulo de Carvalho, Carlos do Carmo, Madredeus, Trovante, entre outros. Uma interpretação conjunta de um quarteto de cordas (violoncelo, viola de arco e violinos) e a voz de António Raposo, que também interpreta temas da sua autoria.
Crise dos 40 anos
Keanu Reeves, fez tratamento psicológico para superar a crise existencial dos 40. “Aconteceu, como é comum, aos meus 42 anos. Como se alguém tivesse ligado um interruptor. Tive que fazer tratamento para superar tudo isso”, afirmou numa entrevista na televisão alemã. Comentou ainda a morte da namorada Jennifer Syme, num acidente de carro em 2001. “Cheguei a um ponto de inflexão na minha vida. Após uma perda assim, a pessoa tem que recuperar o equilíbrio e não se deixar vencer. A vida deve seguir adiante”. Para favorecer um “novo começo”, agora com 44 anos, decidiu comprar uma casa para “poder criar raízes. Quero casar e ter filhos”, afirma.
Juntos
Kate Winslet e Leonardo diCaprio estão juntos de novo, mas avisa Sam Mendes, o realizador de “Revolutionary Road”, que este filme é o “anti-’Titanic. Não tem nada a ver com os sentimentos olímpicos de ‘Titanic’, a que DiCaprio e Winslet sobreviveram há dez anos”. Mas, reconhece Mendes e reconhecem DiCaprio e Winslet (a senhora Sam Mendes), não só o facto de os dois actores já terem trabalhado juntos antes, fez com que a nova rodagem prescindisse de manobras de conhecimento, como cria nos espectadores uma expectativa - a do filme romântico - que “Revolutionary Road” depois tratará de, brutalmente, destruir.
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Texto: Alexandra Silva com agências; Fotos: Stefano Rellandini, Fred Prouser, Mario Anzuoni, D.R.
António Raposo & Ensemble
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A Troca D
epois da calorosa recepção em Cannes, Clint Eastwood sentiu a frieza da crítica norte-americana a “Changeling” (“A Troca”), protagonizado por Angelina Jolie, durante uma sessão especial no Festival de Cinema de Nova York e, contrariamente ao que aconteceu em Cannes, parte da imprensa não gostou do filme, criticando-o de forma impiedosa. Não é a primeira vez, nem será a última, que na Europa os filmes têm uma recepção diferente. Em “A Troca”, a interpretação de Angelina Jolie surpreende tudo e todos. E goste-se ou não, já é nomeada ao Oscar de Melhor Actriz, sendo já este trabalho apontado como a sua mais envolvente interpretação.
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“A Troca” narra a história de uma mulher que depois do sequestro do filho, e posterior resgate e devolvido à família, suspeita que a criança não é a dela, o que a leva a enfrentar a corrupção na polícia de Los Angeles. Acusada de insanidade, a mulher é internada e, quando descobre uma conspiração que envolve polícia e políticos na morte do menino, inicia uma cruzada dramática para descobrir o verdadeiro assassino. Baseado numa história verídica, o argumento foi escrito por J. Michael Straczynski, e conta ainda com a interpretação de John Malkovich. tempo médio de leitura: 2 minutos
Texto: Paula Martin; Foto: Lucas Jackson
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ay Jay, um lindíssimo e simpático gato de pelo curto, adora ver jogos de computador, e delicia-se com a luz do rato óptico. Tecnologias à parte, o gato ainda gosta de brincar com o rato!
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Foto: Reuters/Chip East
APANHADOS
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“Quero defender os títulos que já conquistei e quebrar barreiras” Depois de conquistar a Medalha de Ouro de Triplo Salto em Pequim, 2008 tornou-se “o ano” de Nelson Évora, coroado com o prémio de Atleta Masculino do Ano, na 15ª Gala do Desporto.
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asceu na Costa do Marfim a 20 de Abril de 1984, filho de pai cabo-verdeano e mãe costa-marfinense. Vive em Portugal, em Odivelas, desde os cinco anos de idade. Quis o destino que fosse viver para o mesmo prédio onde residia João Ganço, ex-recordista nacional de salto em altura. Nélson e o filho mais velho de João Ganço, David, tornaram-se amigos inseparáveis. João ao ver as duas crianças a brincar sugeriu a Nélson que começasse a praticar atletismo, iniciando assim a sua carreira desportiva ao lado do seu amigo David. Com 10 anos de idade foi convidado a ingressar no SLB. Aos 15 anos sofreu uma lesão no joelho que o levou a desistir do salto em altura, mudando-se para o salto em comprimento. Aos 18 anos Nélson naturaliza-se português, e conquista inúmeras provas mundiais juvenis e juniores para Portugal, e em 2007 o atleta do Benfica destaca-se nos mundiais de Osaka, onde se sagrou campeão de mundo de Triplo Salto com a marca 17,74 metros. Importa frisar que João Ganço é o seu treinador desde o primeiro momento, e Nélson partilha com ele todas as vitórias. Quando chegou a Portugal, tornou-se vizinho de um atleta histórico, João Ganço, que hoje é o seu treinador. As pessoas que o influenciaram a enveredar pelo atletismo ainda hoje o acompanham? Nélson Évora - Sim, são pessoas que fazem parte do meu dia-a-dia, que são extremamente importantes para mim, tal como a minha família. Foram pessoas que se cruzaram comigo e sem as quais eu não seria o que sou, como pessoa e como atleta. Eles sentem-se orgulhosos das minhas conquistas e quando lhes acontece algo de bom eu também fico muito orgulhoso deles. Sinto-me muito orgulhoso do mundo em que estou inserido, tanto pelos amigos que me acompanham como pela minha família que me apoia. O que é que representou para si este prémio de Atleta Masculino do Ano, entregue pela Confederação do Desporto de Portugal? Este prémio foi o reconhecimento de um ano muito especial para mim e para o meu treinador, João Ganço, e esse reconhecimento acaba por ser algo mais do que fantástico. Nós demos tanto de nós, trabalhámos dia após dia sempre a pensar num único momento. Como se pode imaginar, é muito difícil planear um ano inteiro só para o que pode acontecer num dia. Como tudo correu bem nesse dia, este reconhecimento acaba por nos deixar muito satisfeitos. Estava à espera de ganhar o prémio de Atleta Masculino do Ano na Gala do Desporto, pelo segundo ano consecutivo? Esperava ganhar, mas também esperava que dessem lugar a outro, porque houve muitos outros atletas que tiveram resultados
espectaculares no ano passado, atletas que acompanhei e aos quais dou também os parabéns. Tal como já tinha afirmado antes de receber o prémio, a nomeação num lote de atletas tão bons acaba por ser desde logo uma vitória. O que é que sentiu depois do triplo salto que deu nos Jogos Olímpicos? Foi um ano inteiro a pensar numa única prova, que se realiza num dia, num momento preciso. Estamos lá e tanta coisa pode correr mal, por isso temos muita pressão sobre nós. Quando terminei a prova com sucesso, senti uma alegria imensa, um alívio dessa pressão. É um misto de emoções muito forte que acaba por ser difícil de descrever. BLM
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Chegou ao fim do ano com a noção de que cumpriu os seus objectivos enquanto atleta? Sim, sem dúvida, foram todos cumpridos. Até em pista coberta consegui a Medalha de Bronze, quando nem tinha como objectivo ter um grande resultado nessa prova. Essa foi uma medalha que me deu motivação para investir mais nas provas de pista coberta e me permitiu analisar o que devo fazer para melhorar o meu trabalho nessa área. Quais são os seus objectivos para 2009? O meu objectivo é continuar a treinar o melhor possível, seguindo o meu percurso. Como é sabido, o meu objectivo
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principal não é pensar apenas no momento em que as coisas correm bem, mas traçar uma carreira sólida enquanto atleta. Quero ir atrás de mais sonhos, conquistá-los, defender os títulos que já conquistei e quebrar barreiras. Foi isso que o meu treinador e eu traçámos para 2008. Este ano vou participar no Mundial de Ar Livre e vou defender o título que conquistei, por isso espero estar na melhor forma possível para o conseguir. Vou treinar o salto em comprimento para participar em algumas provas, para ver se consigo também “atacar” o recorde nacional de Carlos Calado. Quando recebeu este prémio fez uma dedicatória a uma amiga falecida recentemente. Qual a imprtância desse acontecimento na sua vida? Como disse no discurso, na nossa vida é preciso dar um sentido às coisas. Esta tragédia que aconteceu acaba por nos dar uma lição de vida. Para mim, essa lição traduz-se na necessidade de dar mais valor à vida. Esta minha amiga faleceu num acidente, ainda era muito nova e era uma pessoa espectacular que apoiava muito os atletas, não só a mim, mas apoiava também outros atletas, estava sempre presente em todos os momentos importantes e sempre a querer ajudar ao máximo. Era uma pessoa muito optimista em relação a tudo e passava-nos esse espírito. Infelizmente, já não está entre nós, por isso dedico-lhe este prémio a ela e a toda a sua família, que está a viver um momento muito difícil. tempo médio de leitura: 6 minutos
Texto: Joana Serra; Fotos Direitos Reservados
“O meu objectivo principal não é pensar apenas no momento em que as coisas correm bem, mas traçar uma carreira sólida enquanto atleta”
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“Não tive coragem de assumir outra família” Joaquim de Almeida está há 32 anos nos Estados Unidos e não esconde a satisfação que lhe dá o facto de ter conseguido alguma projecção internacional, pelo que, aos 51 anos, não se arrepende de qualquer das escolhas que fez na vida. Apesar da sua principal preocupação ser a distância a que está da família, especialmente dos filhos – Lourenço e Ana, de 15 e 6 anos, respectivamente – que vivem em Portugal, o actor vê-os várias vezes por ano, e garante não ser um pai ausente. Já contracenou com os mais diversos e conceituados actores internacionais, mas em Portugal não se sente reconhecido. “Há pouco tempo estava a ler um jornal português, e encontrei um artigo sobre os filmes representados no Festival de Veneza, no qual mencionavam que tinham lá estado a Kim Basinger e a Charlize Theron, mas não me mencionam, quando não só contracenei com elas, no filme Burning Plane, como também lá estive. Tenho muita honra em ser português, mas nunca fui nacionalista, e ainda bem que saí tão cedo, pois caso contrário não teria a carreira que tenho”. O Lourenço tem dado os primeiros passos na representação e participou com o pai no filme “Óscar: Una Pasión Surrealista”, onde interpretou a personagem do pai em criança. “Tem sido muito giro. Tê-lo a meu lado ajudou imenso, a todos os níveis: a decorar os papéis, mas também a colmatar a falta que sinto dos meus filhos. Temos uma relação muito próxima, de amigos. Sou um pai liberal e, hoje em dia, somos mais ligados aos filhos como amigos do que como figuras paternais. Sobretudo na idade em que ele está, em que já temos outras conversas. O Lourenço é um aluno de quadro de honra e tem sabido escolher o seu caminho. Enquanto se mantiver, terá liberdade de escolha. Quero que ele faça a universidade nos Estados Unidos e gostava que tirasse um curso de cinema e outro de aulas de representação. Quanto a vir a seguir uma carreira profissional, é uma decisão dele, e ainda tem muito tempo para decidir o que quer.” blm tempo médio de leitura: 4 minutos
Texto: Joana Serra; Foto: Hollywood Reporter
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enho sido o pai que posso ser. É evidente que gostaria de passar mais tempo com eles, mas isso é impossível, já que têm as obrigações escolares. Há momentos em que tenho de estar nos Estados Unidos porque tenho de arranjar trabalho, e lá, quem não aparece, depressa esquece. Mas sou um pai que se preocupa muito e o esforço do meu trabalho é também para os meus filhos. Nos primeiros 18 anos, de 32 nos Estados Unidos, só cá vinha no Natal, e quando cá estava, sentia imensas saudades da América. Hoje em dia, com filhos, é sempre diferente, mas continuo a pensar que era incapaz de viver em Portugal a tempo inteiro. Habituei-me a viver num país muito grande em que as possibilidades são muitas e onde posso fazer o meu trabalho com muito mais facilidade”. Recentemente terminou a relação com Alla Sigga porque “a verdade é que não consegui assumir um compromisso. Ou me comprometia em sermos um casal com tudo o que isso implica, sendo que ela já tem uma filha, ou então não dava para continuarmos. E como eu já tenho duas famílias, o Lourenço e a mãe, e a Ana e a mãe, fiquei um pouco assustado e não dei o passo seguinte. Isto foi há sensivelmente três meses, e ainda me está atravessado, mas pode ser que as coisas ainda mudem. Resolvemos fazer um intervalo e logo se vê como corre daqui para a frente. Mas, sem dúvida nenhuma, a minha profissão também não ajuda muito a manter uma relação. Ter de gravar em locais diferentes só piora. Em todas as relações que tive, já se sabia o meu estilo de vida e acha-se sempre que se consegue, mas não é fácil. Neste caso, a culpa foi minha, porque não tive coragem de assumir outra família”.
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ADTelevisão e as Cirurgias Plásticas o patinho feio ao cisne A história da literatura está coalhada de mitos de transformação e todos têm uma coisa em comum: são sempre homens que, do alto de sua superioridade, conseguem fazer de jovens toscas, mal vestidas e ignorantes, embora bonitinhas, mulheres encantadoras.
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para continuar, participando num peculiar concurso de ely Galán saíu de Cuba com os pais aos 3 anos de idade, e é um caso raro neste ramo: uma mulher que beleza. No último episódio, a escolhida leva faixa e coroa, transforma outras mulheres. E transforma totalmente. além de cinquenta mil dólares, em dinheiro, um Jaguar e uma montanha de roupas novas. “The Swan” é ou já foi visto em 58 Inventora e produtora do reality show “The Swan” (O Cisne), um sucesso no concorridíssimo mercado de entretenimento países, entre eles Portugal. dos Estados Unidos, especializou-se em escolher “patinhas feias” e submetê-las a “Basicamente refazemos Os Frankensteins tratamentos que culminam com os gritos de a pessoa inteira”, resume “Nós basicamente refazemos a pessoa inteira”, surpresa da plateia. Dos dentes (enormes) o cirurgião plástico Terry resume o cirurgião plástico Terry Dubrow, que divide os louros da metamorfose com aos seios (idem), passando por cabelos, pele, abdómen e mais uma ampla variedade de Dubrow outro médico, um personal trainer e uma partes do corpo humano, tudo é mudado. dentista, num gasto total de 250.000 dólares por participante. Nely, a mentora do programa, tem 45 anos Em cada um dos oito episódios, duas mulheres passam pela “transmutação” radical. No final, uma vai embora para casa e trabalha há 27 em televisão. O grande salto na sua carreira, foi quando passou dos programas dirigidos ao público feliz da vida com o tratamento grátis, e a outra é escolhida BLM
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reportagem fazer nada durante quatro meses a não ser pensar em mim e ter alguém para me orientar na discussão dos meus problemas”, diz a vencedora da primeira temporada, Rachel Love-Fraser. O senso comum diz que as pessoas que literalmente passam a ser outras deveriam ter problemas de adaptação à vida anterior e conflitos de relacionamento, mas as mulheres por nós ouvidas declaram-se perfeitamente satisfeitas. De volta ao mundo real, perdem algo da aparência excessivamente plastificada, em razão do excesso de maquilhagem e do guarda-roupa espalhafatoso, e recuperam alguns quilos, mas mantêm o principal. Rachel diz que se sentiu segura o bastante para mudar de emprego numa empresa de construção civil e de cidade com o (mesmo) marido, para iniciar o seu próprio negócio imobiliário. Só engordou 5 quilos. A dona-de-casa Cindy Ingle, 35 anos, dois filhos, fez alguns trabalhos publicitários como modelo, comprou uma esteira e coleciona DVDs de ginástica. “Adoro o meu corpo”, suspira. Só recuperou metade dos 7 quilos perdidos durante o programa. Sarina Voight, 38 anos, que passou por uma das mais impressionantes mutações do programa, é outra pessoa: mudou de emprego, engravidou e casou. “Sou uma Sarina nova e melhorada. Morria de vergonha de tudo e hoje faço o que me dá vontade”. Um rosto e corpo novos podem trazer, se não felicidade, uma relação bem menos angustiante com o mundo. “É como se elas passassem por um processo de morte e ressurreição”, diz Nely Galán.
latino, com os quais chegou a executiva da Telemundo, canal americano em espanhol, para o gourmet da programação principal e em horário nobre. Na esteira dos programas que reúnem dois fenómenos contemporâneos – os reality shows e a popularização da cirurgia plástica –, a ideia para “The Swan”, nasceu dos seus próprios percalços: “Tinha sido mãe, estava com 9 quilos a mais, infeliz com o meu peito partido, e ainda por cima tinha-me separado do pai da criança. Tudo o que queria era ficar cinco meses longe de tudo, fazendo terapia, e fazer uma cirurgia plástica. Comecei a sonhar com isso e concluí que daria um óptimo programa de televisão”. Nely também participa no programa como uma espécie de “consultora de vida” das candidatas. A suas creditações? “Ter passado por tudo o que elas passaram, inclusive um ‘lifting’ aos seios e muita terapia”, diz (depois, acrescenta à própria lista de melhorias aplicações de botox e preenchimento). Uma das particularidades do programa, frisa Nely, é reestruturar o interior das transformandas, enquanto o exterior passa pela “reengenharia” completa. Escolhidas entre uma multidão de candidatas (100.000 na primeira temporada, 500.000 na segunda), as participantes também têm sessões com psicólogos. “Foi a melhor parte de toda a experiência: não
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Programas suspensos A cadeia de televisão norte-americana ABC cancelou o programa “Extreme Makeover”, no qual as pessoas se submetiam a cirurgias plásticas, em muitos dos casos radicais, mas a influência que este e outros programas do género têm exercido na população é vista como muito preocupante. A razão? As pessoas não sabem distinguir o que é um programa de entretenimento e o que é a realidade. A prestigiada publicação académica Plastic and Reconstructive Surgery (Cirurgia Plástica e Reconstrutiva) divulgou dados assustadores sobre a forma como estes programas influenciam a população e destacou que quatro em cada cinco inquiridos declararam que se submeteram a essas operações por causa da televisão. Também as autoridades chinesas proibiram, um programa na televisão estatal da província de Guangdong, no sul da China, em que os participantes faziam cirurgias plásticas em directo, incluindo mudanças de sexo. O “Encontro com a Beleza” tem tido um sucesso de audiências, com centenas de pessoas no estúdio a assistir em directo às operações plásticas pagas pela produção, transmitidas em directo do hospital. A ordem do regulador considera que os programas como “Encontro com a Beleza” apelam “aos instintos mais vulgares, mostram cenas sangrentas em produções extravagantes que prejudicam a reputação da televisão”. Segundo a imprensa chinesa, uma média de um milhão de chineses faz cirurgias plásticas anualmente.
1 - Não escolha um nome ao acaso. Converse com amigas ou parentes que tenham feito uma cirurgia estética. Pergunte como foi o atendimento pré e pós-operatório e peça para ver o resultado. Dificilmente um cirurgião plástico faz um excelente trabalho numa pessoa e mau noutra. 2 Peça ao seu médico de família ou mesmo conhecido a indicação de um cirurgião plástico. Pergunte se encaminharia um familiar dele a esse cirurgião plástico. 3 O próximo passo é informar-se se o médico recomendado tem especialização em cirurgia plástica e inscrito na Ordem dos Médicos 4 Informe-se sobre a participação do médico em congressos e palestras, apresentação de trabalhos, publicações e o número de cirurgias realizadas. 5 Marque uma consulta com pelo menos dois médicos da sua lista. Assim poderá comparar opiniões, condutas e honorários. A conversa pessoal com o cirurgião também pode mostrar se ele transmite confiança. Aproveite para deixar claro os seus objectivos e esclarecer todas as suas dúvidas. 6 - Na sala de espera da clínica é possível encontrar pacientes de pós-operatório. Procure saber se essas pessoas foram bem atendidas, além de perguntar se elas ficaram satisfeitas com os resultados da cirurgia. 7- Certifique-se de que o cirurgião é credenciado nos bons hospitais da cidade, mesmo que tenha a própria clínica ou centro cirúrgico. 8 - Informe-se se o médico é especializado em técnicas específicas para a área do corpo que pretende modificar.
9- Tome cuidado com anúncios sensacionalistas que prometem resultados fantásticos, especialmente com fotos de pré e pós-operatórios e ofertas de pagamentos a prestações. Segundo Randal D. Haworth, o outro cirurgião do “The Swan”, os bons especialistas não precisam de utilizar esses artifícios e zelam pela ética profissional. 10 Marque a cirurgia com o profissional de que tenha obtido boas referências e com o qual tenha estabelecido um relacionamento de confiança e que transmita total segurança. Escolhendo bem o médico, tem todas as possibilidades de ficar satisfeita com a cirurgia sem ficar com aspecto plástico: o mesmo tipo de nariz, maçãs do rosto, pálpebras, lábios, etc., como se de uma síndrome se tratasse. O bom cirurgião plástico deve: perguntar quais as suas expectativas, discuti-las consigo e considerar as suas reações quanto às recomendações dadas; aconselhar o procedimento mais indicado para atingir as suas necessidades; responder a todas as suas dúvidas numa linguagem absolutamente compreensível; dar informações sobre a intervenção que deseja: o nível de complexidade, o tipo de anestesia, o internamento, o repouso, as restrições na vida quotidiana, os cuidados a longo prazo; deixar claro os riscos envolvidos com a cirurgia e possíveis complicações; receber com naturalidade perguntas sobre a sua formação, qualificações profissionais, experiência, honorários e formas de pagamento; deixar a decisão final inteiramente ao seu dispor e ao seu tempo; pedir todos os exames pré-operatórios, analises sanguíneas, exames clínicos, cardiológicos e até o raio X ao tórax; tirar fotografias da região do corpo que sofrerá a cirurgia
tempo médio de leitura: 10 minutos
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Texto: Teresa Vasconcellos com agencias; Fotos: Lucy Nicholson, Lucas Jackson, Fox Reality TV World, D.R.
Como escolher um bom cirurgião Hoje a cirurgia plástica permite consertar quase tudo, com cicatrizes cada vez menos visíveis. Mas para que os resultados correspondam às expectativas é preciso que o paciente procure um bom profissional. Acompanhe os 10 passos importantes para não errar na escolha.
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nos
BASTIDORES
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epois de “O Código Da Vinci”, Tom Hanks continua a vestir a pele de Robert Langdon, o professor de simbologia de Harvard, em “Anjos e Demónios”, com estreia mundial agendada para Maio. “Anjos e Demónios”, tal como o seu antecessor, segue a linha de suspense, que não nos deixa respirar enquanto não chegarmos ao fim. As teorias da conspiração de Dan Brown, o autor, podem não ser reais, mas são bem imaginadas e entrelaçadas com factos, locais e pessoas reais. O filme, tal como o livro, centram-se na questão Ciência vs. Religião, ou como a Igreja poderá lidar com a decadência dos valores
instituídos e com a emergência de novos. Contrariamente ao que aconteceu com “O Código Da Vinci”, desta vez o Vaticano optou pelo silêncio. blm BLM
Texto: Alexandra Silva; Fotos: Dario Pignatelli, D.R.
da arte
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teatro
“Piratada à
portuguesa” Muito mais que uma Revista
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Marina Mota, Carlos Cunha e Vera Mónica – começando assim até nos faz lembrar o grande sucesso de ’89, “A Prova dos Novos” – encabeçam o cartaz desta mega produção, de 375 mil euros, em cena no Teatro Maria Vitoria, produzida pela dupla Hélder Freire Costa e Marina Mota.
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omos assistir ao primeiro ensaio com guarda-roupa e adereços. Na sala do Maria Vitória, Marina e Francisco Nicholson acompanhavam, atentos, todo o ensaio. Importa frisar que Marina só abandonava a mesa improvisada na plateia vazia do teatro, quando tinha de ir para cena. A Revista começa com um número musical, com Telmo Miranda, numa divertida sátira à crise bolsista e à recessão mundial. A sofisticação deste espectáculo, provavelmente pouco habitual ver-se na Revista à Portuguesa, é notória a todos os níveis: os figurinos e cenários (da responsabilidade de Helena Reis), a coreografia de Marco de Camillis e a multifacetada Marina Mota, que além de representar, co-produz e encena, e é co-autora de alguns textos, em colaboração com o veterano Francisco Nicholson. “Não é a minha vocação principal, mas escrevo. Sobretudo versos, de que gosto particularmente. Desta vez, decidi assumi-los”, confidenciou-nos a actriz. Francisco Nicholson começou por nos dizer que “esta é a minha última revista”. Esperemos que não, Francisco! Nesta “piratada”, critica-se a obsessão dos media pelas
notícias sobre crimes violentos, a justiça portuguesa, a preguiça reinante na Assembleia da República, a ASAE, a EMEL, o Ministério das Finanças, é uma infindável “piratada à portuguesa”! Destaque para a passagem pelo musical “Chicago”, onde Marina Mota prova estar subaproveitada neste país. De entre todos os sketches, Marina diz gostar particularmente de “Outras Vidas”, número em que, com humor e inteligência, retrata a forma displicente como alguns de nós tratam pessoas portadoras de deficiência. Um trabalho que a obrigou a fazer pesquisa junto de entidades como a Acapo, a Federação Portuguesa de Surdos, a colaboração de Paula Teixeira na língua gestual, e a Liga dos Deficientes Motores. “Espero poder fazer este número tão bem quanto gostaria e quanto o tema merece. (…) um dos maiores desafios da revista é dosear, na porção certa, o mau e o bom. Porém, não podemos BLM
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teatro
Quintas e sextas-feiras às 21:30h Sábados e Domingos às16:30h e 21:30h Teatro Maria Vitoria: 213 475 454 / 213 470 468 Bilheteira: 213 461 740 Agradecemos a toda a produção e em especial a Hélder Freire Costa e Marina Mota, as facilidades concedidas.
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Texto: Paula Martin; Fotos: Paulo Ribeiro
esquecer que o principal objectivo do espectáculo é divertir, embora não possamos deixar de exercer os nossos direitos de cidadania, e criticar o que é criticável”, afirma. O regresso de Vera Mónica é obviamente notícia! Depois de “Maldita Cocaína”, no Politeama, Vera Mónica participou em “Ai quem me acode”, no já extinto Teatro ABC, em 1996, e desde então não voltou a trabalhar no Parque Mayer. A interpretação de Carlos Cunha, na personagem de um toxicodependente, em ressaca a pedir na rua, é digna de reconhecimento dramático. E fica a questão: para quando a participação, em cinema e televisão, noutros registos que não só a comédia? Os veteranos Paulo Vasco e Melânia Gonçalves apoiam o restante elenco, Sara Brás, Marisa Carvalho, Cristina Aurélio, Flávio Gil, dez bailarinos e a orquestra dirigida por Fernando Correia Martins. Uma “piratada” a não perder!
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em bastidores
GIOVANNA ANTONELLI Sedução Natural
Ela está diferente, mais descontraída e feliz, anseia para ter mais um bebé, de preferência como o seu Pietro, de 3 anos, e talvez, quem sabe, com o novo namorado, o empresário Artur Fernandes
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iovanna Antonelli quer voltar a saborear o prazer da maternidade. Na verdade, quer mais um Pietro, quase igualzinho, como o divertido filho de 3 anos. “Não dá para planear nada, mas gostaria muito, antes de morrer!”, diz entre gargalhadas. A actriz, com 32 anos, está com um brilho no olhar. “Ela está linda”, comentam os colegas e amigos. Na verdade, passou a ter cuidados que não tinha antes. No ginásio faz Pilates e boxe e com isso, o corpo está mais esguio, sedutor. O cabelo, mais escuro e longo, está maravilhoso, ao contrário de antigos cortes pedidos por personagens. Essa felicidade toda pode ser o namoro com o empresário Artur Fernandes, 27 anos, que ela evita comentar com todas as forças, a não ser quando cita a óptima relação dele com Pietro. Por um instante, preocupa-se em esclarecer que Artur não
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tem como propósito exercer o papel de pai, que é de Murilo Benício. Giovanna diz que agora tem uma relação de grande amizade com os ex-namorados, até mesmo com Murilo, que, recentemente, a consultou sobre uma empregada que iria contratar. Desafiámo-la a um jogo. Lançámos o repto e ela desenvolve. O resultado é surpreendente. Casar, não! “Nunca me casei no papel. Quando começo um relacionamento, não penso em casar, mas as coisas acontecem naturalmente. Um papel não faz qualquer diferença, não tem a menor importância. Casar no papel, jamais. Não tenho vontade. Ter um documento e estar atrelado a alguém não quer dizer que ame mais ou menos
aquela pessoa. Um papel rasga-se. Para estar com alguém é por amor, felicidade, para construir coisas juntos, muito mais do que assinar alguma coisa ou impor regras” O par perfeito tem de ter... “Boa índole, carácter e ‘alto-astral’. Além disso, tem de ser generoso e inteligente. Às vezes, os namoros surgem de uma amizade, porque admiro tanto... É preciso ter admiração para dar certo. Não faço exigências para morar com alguém. As vezes em que tive relacionamentos mais longos, senti-me amada e amei. Não há regras, acontece. Quando estou com alguém, sou parceira, administro uma vida. A partir do momento em que resolvo morar junto, já nos conhecemos profundamente, tem uma sintonia. E ajustes dão-se ao longo da vida.” O que segura um casamento “Sou romântica e isso alimenta o dia-a-dia. Nem sexo nem filhos seguram uma relação. Nem chantagem. O amor, sim, segura. Tem de existir amor... Até com sexo! Em cada relacionamento conseguimos coisas diferentes. Quanto mais velhas e maduras, mais queremos a perfeição, que nunca vamos encontrar! Com o tempo, acabamos por nos aproximar de pessoas que estão na mesma sintonia. E quem não está passa pela sua vida e vai-se embora.” Amigo vs namorado “Um namoro fantástico é quando não existe ciúme, competição, stress, brigas, falta de generosidade e de educação... Com o convívio a relação cresce, cria-se intimidade e amizade. Tenho muito respeito pela pessoa que está comigo. Não queremos só dar, nem só receber, tem de haver um equilíbrio, o que é muito difícil. Mas, quando existe amor, vamos cedendo. Às vezes, as pessoas não estão dispostas a isso, aí o relacionamento acaba. Não acredito em relacionamentos unilaterais.” Mais um bebezinho! “Quero muito. Não dá para planear nada, mas gostaria muito, antes de morrer, de ter mais um filho (risos)! Foi a melhor experiência da minha vida, todo o dia sinto falta de um bebezinho. Adoro recordar o Pietro nessa fase. Adoro ter de acordar de madrugada e trocar a fralda. Gosto do choro, da risada, de estar cercada de crianças. O que Deus me der será bem-vindo, mas menino é muito bom, talvez porque tenho um. É meigo, divertido, atencioso com a mãe, é uma delícia.” Amante, nunca! “Sou contra a falta de carácter, magoar as pessoas, mas erros acontecem. Não vou dizer que esteja certo ou errado, são situações que podem acontecer. Tento ter relações de fidelidade, mas já fui traída. Ao mesmo tempo, não culpo a pessoa. Eu não consigo trair. Quando me relaciono,
penso sempre que será a última vez, quero construir uma família, ficar com alguém. Acho muito possível ter um companheiro para o resto da vida. Jamais conseguiria ser amante de alguém. Gosto de ser a única e ter uma só pessoa. Prefiro acabar um relacionamento e partir para outro.” O filho e o parceiro “Esta é a primeira vez que há alguém na vida do Pietro e, agora, ele começou a entender as coisas. Sabe que o Artur é um amigo muito especial. E dão-se muito bem. O Artur é uma pessoa muito querida e trata o meu filho muito bem. É mútua a relação de afinidade. Se não se der bem com o meu filho, a pessoa jamais entrará na minha vida. O meu filho é uma criança adorável, cativante e incrível. E quem se aproxima de mim admira esse meu lado materno.” Na cola de Pietro “Foco o meu dia no Pietro. Se tenho uma pausa no trabalho, vou para casa ou peço para levarem o meu filho até o estúdio, para que não sinta a minha falta. É uma criança feliz, independente, tem acesso a mim a qualquer hora por telefone.”
de me sentir bem. Depois de me desmaquilhar, uso um hidratante à volta dos olhos, no rosto, no corpo, até por causa do bronzeado artificial [que faz uma vez por semana] para não deixar a pele ressequida. Estou com 32 anos, tenho de me cuidar agora. Sou bem resolvida com meus defeitos. Não há assim nada que mudasse. Mas fiz uma lipoaspiração na barriga, depois da gravidez, porque não me estava a sentir bem. E faria novamente. A idade chega para todos, não tenho medo de envelhecer.”
Lipoaspiração na barriga “Sou vaidosa, claro, como a maioria das mulheres. Gosto
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A personagem na novela “Três Irmãs” “A Alma é muito atrapalhada. Só que profissionalmente é muito centrada, vive duas personalidades numa só. É uma delícia fazer uma personagem tão diferente, trabalhar em comédia, que é algo que nunca dominei. É fundamental mudar o visual, sair daquele universo em que você vive durante um ano. O guarda-roupa também é importante, traz uma nova personagem, além do conceito todo de maquilhagem e cabelo. Ai, ai, a maior parte das vezes nem tenho férias, saio de uma e entro logo noutra novela.” blm tempo médio de leitura: 8 minutos
Texto: Joana Serra e Gisele Cassus; Fotos: D.R.
Pilates, boxe e chocolate “No inicio do ano passado, entrei numa era saudável. Há seis meses, descobri o pilates. A professora vai à minha casa todos os dias. É como escovar os dentes. E, quando os horários das gravações apertam, faço uma hora. Já o boxe serve para extravasar. Foi Claudia Raia que me incentivou, porque não se conformava com o facto de eu ser sedentária quando fazíamos a novela ‘Sete Pecados’. Durante a semana, tento ter uma alimentação equilibrada. Mas ao fim-de-semana… (risos) Adoro churrasco, fast food, chocolate. Tenho um hábito desde criança que é beber leite chocolatado com biscoito recheado de chocolate (risos). Isso não pode faltar na minha casa. E é meu, o meu filho não gosta!’”
Duas em uma “Não é que me sinta mais sexy, continuo a mesma pessoa. Há dias em que me acho óptima, outros, péssima. Nunca me achei um “mulherão”. Posso tornar-me assim nas minhas personagens ou numa sessão fotográfica, mas na minha vida sou muito low profile.”
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exposição
Objectos da rainha
D. Amélia “Nem um alfinete faltou”
A Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves acolhe pela primeira vez, até Abril, objectos que pertenceram à rainha D. Amélia, mulher de D. Carlos
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bjectos que pertenceram à rainha D. Amélia, mulher de D. Carlos, vão ser expostos pela primeira vez ao público, em Lisboa na CasaMuseu Dr. Anastácio Gonçalves. “Cerca de 90% dos objectos são expostos pela primeira vez, apenas dois vestidos já estiveram numa exposição em Versalhes, onde a rainha era muito querida pelo seu apoio à população e obras de caridade”, referiu o director da casa-museu, José Alberto Ribeiro. Patente até Abril do ano que vem, a exposição, além de vestidos, conta com jóias, papéis diversos como anotações das suas visitas, esculturas, pinturas, objectos de culto, cardápios e dois diários. Estes “referem-se ao tempo em que D. Amélia foi voluntária na Cruz Vermelha, durante a I Grande Guerra [1914-1918]”, indica José Alberto Ribeiro. Outra curiosidade é o último menu da família real em Portugal, relativo ao almoço de 5 de Outubro de 1910, além de outras ementas pintadas por Enrique Casanova. Esta exposição, explica o director da casa-museu, “inserese no conceito de uma colecção de um coleccionador, na medida em que os objectos expostos são parte da colecção de Rémi Fénérol, sobre objectos da realeza”. O médico Anastácio Gonçalves, falecido em 1965 em Leninegrado (actual São Petersburgo), foi um coleccionador de arte portuguesa, tendo sido amigo, entre outros, de José Malhoa. Referindo-se a Fénérol, José Alberto Ribeiro esclarece que o coleccionador seguiu os passos dos herdeiros dos antigos empregados da rainha, a quem esta ofereceu ao longo da vida jóias e objectos pessoais, e que “só se desfizeram desses bens na década de 1980”. Para os franceses, D. Amélia “tem um destaque especial, na medida em que foi a última francesa coroada rainha”, assinala. Bisneta do rei Luís Filipe de Orléans, D. Amélia casou-se com D. Carlos na Igreja de S. Domingos, em Lisboa, em 1886. A exposição mostra não só objectos que saíram de Portugal há cerca de um século como outros que a
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Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves Av. 5 Outubro, 6 em Lisboa Informações e reservas: 213 540 823
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Texto: Alexandra Silva com Lusa; Fotos gentilmente cedidas pela Casa-museu Dr. Anastácio Gonçalves
Rainha foi adquirindo durante as estadas em Inglaterra e em França (onde faleceu, em Chesnay, em 1951). Fazem parte da mostra, entre outros, quadros pintados por D. Carlos e o príncipe D. Luís Filipe, bem como aguarelas pintadas pela própria Rainha, ou objectos de culto como crucifixos e jóias pessoais que a república restituiu em 1911 a D. Manuel II e a D. Amélia. A este propósito, José Alberto Ribeiro citou uma frase de D. Amélia, que, referindo-se às jóias devolvidas, escreveu que “nem um alfinete faltou”. Esta exposição tem como objectivo atrair mais público à Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, que durante o ano transacto recebeu dez mil visitantes. Localizada na zona de Picoas, a casa-museu reúne essencialmente objectos de uso quotidiano de finais do séc. XIX e da primeira metade do seguinte e uma colecção de arte portuguesa. O historiador Pedro Tavares louva a iniciativa, afirmando que “é através destes eventos que se dinamiza um espaço museológico como a casa-museu Dr. Anastácio Gonçalves, que tem óptimas características”. Pedro Tavares observa ainda que “o facto de Anastácio Gonçalves ser um convicto republicano não choca de forma alguma com a sua casa receber agora objectos da Rainha”.
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museus
Museu Nacional dos Coches
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Museu Nacional dos Coches expõe e conserva uma preciosa colecção de viaturas reais do século XVII ao século XIX, já considerada a mais notável do mundo do seu género. D. Amélia de Orléans e Bragança, mulher do rei D. Carlos, foi a mentora deste projecto, tendo-o instalado no Picadeiro Real do Palácio de Belém, onde ainda hoje se encontra após adaptações várias, nomeadamente na sua designação que
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começou por ser “Museu dos Coches Reais”. Entre viaturas de passeio e de gala, o visitante poderá compreender a evolução técnica dos transportes de tracção animal e apreciar as alterações estéticas representadas nas artes decorativas para a ornamentação das viaturas. Exteriores esculpidos, interiores luxuosos, decorações alegóricas e das armas reais, trabalhos em talha dourada e esculturas em tamanho natural são algumas
das características desta colecção. De origem portuguesa, espanhola, francesa, austríaca e italiana, os coches distribuem-se por duas galerias, a principal ao estilo Luís XVI, é constituída por duas filas de viaturas emblemáticas como os coches barrocos feitos em Roma para D. Rodrigo Almeida e Menezes, marquês de Abrantes, o embaixador português no Vaticano, em embaixada enviada ao Papa Clemente XI a mando do rei D. João V (durante muitos anos
Museu Nacional dos Coches Praça Afonso de Albuquerque 1300-044 LISBOA Telefone: (351) 213 610 850 Fax: (351) 213 632 503 mncoches@ipmuseus.pt tempo médio de leitura: 3 minutos
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Texto: David Motta; Fotos: D.R.
nenhum monarca europeu enviou embaixadas ao Vaticano por não conseguir igualar tamanha magnitude). Para além dos coches o visitante poderá encontrar pequenas colecções de interesse como trajes da corte e retratos a óleo da família real. O Museu possui um anexo em Vila Viçosa (Paço Ducal de Vila Viçosa), onde se encontram essencialmente viaturas de campo, caça e passeio, para além do coche onde foram assassinados o rei D. Carlos I e o seu filho o príncipe Luís Filipe. Prevê-se a construção de um novo edifício para o Museu em Lisboa, nos terrenos das antigas Oficinas Gerais do Exército, também em Belém, com projecto do arquitecto brasileiro Paulo Archias Mendes da Rocha, cujas obras estão avaliadas em 27 milhões de euros, verba que será paga com as receitas provenientes do Casino de Lisboa.
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mĂşsica
Rui Reininho Primeiro trabalho a solo
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ompanhia das Índias”, apresenta 13 temas, a maioria com letras do próprio Rui Reininho e música composta por vários convidados, entre os quais Paulo Furtado, Alexandre Soares, Slimmy, Rodrigo Leão e Armando Teixeira, que produziu o álbum. No alinhamento entram ainda duas versões, de “Bem Bom”, das Doce, e “Faz parte do meu show”, do brasileiro Cazuza. Em entrevista à agência Lusa, Rui Reininho disse que partiu para este trabalho, o primeiro a solo aos 53 anos, com o espírito de arriscar tudo e à espera de que aconteçam “coisas inesperadas”. “Nada disto tem a ver com o passado, a não ser eu próprio. Falo de coisas que têm a ver com o passado, mas utilizo quase tudo e faço reciclagem”, fez questão de frisar. O músico recusa a ideia de que as letras que escreveu são poesia, mas é indiscutível a marca da “lírica” de Rui Reininho, em temas como “Dr. Optimista”, “Yoko Mono”, “Turbina & Moça” e “Laika Virgem”. “Companhia das Índias” tem “o mínimo de autobiografia” e apresenta Rui Reininho na pele de várias personagens: é ilusionista, cartomante, mestre de espionagem, músico camuflado. Nada é o que parece, mas o cantor diz que não se escondeu atrás da voz. “Foi uma surpresa interessante. Já me disseram `eh pá parece que estás com a voz dos primeiros discos dos GNR, pareces o Reininho dos anos oitenta´. Felizmente não estou escondido atrás da voz. Em certas fases da minha vida senti que isso acontecia”, admitiu o músico, que diz ter deixado para trás a fase da “angústia interior”. Sem ter perdido ainda a capacidade de se rir de si próprio, Rui Reininho tentou escapar, neste projecto, à imagem de um “crooner” da pop portuguesa. “Não é uma área em que me quisesse meter e me sinta à vontade. Isso é bem feito por alguns mestres da pop. O Rod Stewart não faz outra coisa, estar ali com biquinis e raparigas com salto alto... eu gosto delas baixinhas”, disse entre risos. Com “Companhia das Índias”, Reininho quis fazer um disco “competente” e agradece sobretudo aos músicos com quem trabalhou. “Já viu a sorte que é, eu estar a interpretar coisas de pessoas, algumas de encomenda, outras que tinham coisas na gaveta...Foram completamente solidários e desinteressados em termos dos chamados dólares”, disse. Reininho apresentou este álbum no Cinema São Jorge, em Lisboa, no âmbito do Super Bock em Stock, e já agenda espectáculos, “ mais pequenos e intimistas, na companhia de um grupo de músicos que cabe num táxi”. Quanto ao público, espera que seja “gente civilizada, simpática. Espero que seja gente disponível. O que eu queria fazer disto é que aconteçam outra vez coisas inesperadas”.
João Pedro Coimbra, que assina “Lados B”: “O Rui é um herói à antiga. Muito por culpa da sua ‘tri-polaridade’ assumida (!), consegue atravessar, incólume e com distinção, mais de 30 anos de actividade artística com uma frescura e ‘pinta’ raras no nosso panorama Pop/Rock. O Rui é uma estrela em cima e fora do palco. Dizem que se nasce com ele, o talento. Quando generosamente me convidou para colaborar neste disco, imaginei um tema que servisse aquilo que o Rui é para mim: um ‘crooner a sós-moderno’, corajoso e em ‘jet-lag ‘entre o Porto e Las Vegas. Party Hard!” João Gobern recomenda aceitar-se “ este disco pelo que ele é. Um manual prático de música pop, tão colorido que até usa magistralmente o preto-e-branco, tão fascinante que – pelo menos temporariamente – apaga tudo o que Reininho foi deixando pelo caminho, tão brilhante no uso das palavras que merece ser estudado por todos os que ambicionem escrever poesia para canções, tão sincero que nos esquecemos dos ‘sauts d’humeur’ que deixa transparecer, tão febril que apetece não o largar, tão cheio de soluções mas tão longe de qualquer espécie de novo-riquismo, tão intemporal como portador de notícias frescas, tão bem acabado que nem parece Português, com vossa licença. Não há como não ficar feliz diante do que aqui se ouve – por todos, mas sobretudo pelo Rui, capaz de mais um ‘murro no estômago’ que é, afinal, um gesto do seu carinho tímido. Fiquem com ele, desde já: ficam numa óptima ‘Companhia’.”
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Joana Serra; Agradecemos a colaboração da Sony Music Entertainment (Portugal)
O vocalista dos GNR, edita o seu primeiro álbum a solo – “Companhia das Índias”, na qual arrisca tudo e assume novas personagens, todas menos a do “crooner”.
Opiniões
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música
Sakis
Rouvas Um deus grego
O cantor grego Sakis Rouvas foi eleito o homem mais bonito do mundo pelos leitores de todas as revistas gregas, e não são poucas, em que foi capa. 40 BLM
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vez o sucesso foi tremendo. O CD com “Shake it” conquistou quatro platinas na Grécia. À corrente de fãs do seu país, juntaram-se os fãs do Festival da Eurovisão e o consequente reconhecimento internacional da sua carreira. O seu mais recente single, “Kai se thelo”, é da autoria de Dimitris Kontopoulos que será o autor da sua canção no próximo Festival Eurovisão da Canção. tempo médio de leitura: 2 minutos
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Texto: Alexandra Silva; Fotos: Reuters, D.R.
tleta, modelo, cantor, actor, apresentador, Sakis Rouvas tem feito de tudo. No alto do seu metro e noventa e três, a sua interpretação no musical “O Fantasma da Opera”, onde interpretava o Fantasma, valeulhe o reconhecimento do público e da crítica que até então só o considerava como “mais um rosto bonito que sabe tirar partido dos abdominais”. Sakis Rouvas representou a Grécia no Festival da Eurovisão em 2004 que se realizou na Turquia. Com a canção “Shake it” alcançou o terceiro lugar e “inaugurou” uma época de bons resultados para o país. Desde esse ano que os gregos alcançam excelentes classificações no top 10 britânico e americano. E por isso a Grécia vai tentar um bom resultado no próximo Festival da Eurovisão apostando novamente em Sakis Rouvas. A televisão grega, ERT, foi a primeira estação a anunciar o artista que representará o país em Moscovo. Antes de se tornar uma super-estrela da canção, Sakis dedicou a sua adolescência à Ginástica Desportiva. Em 1992, lançou a sua carreira musical profissionalmente. Desde o primeiro disco, o sucesso das suas canções tem sido uma constante. Em 2004, foi escolhido internamente pela ERT para pisar o palco da Eurovisão em Istambul e mais uma
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7ª arte
SECOND LIFE Uma vida, duas histórias
Para perceber, o melhor é mesmo ver o filme! Porém, deixamos algumas pistas…
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icholas comemora o seu 40º aniversário na sua casa de campo algures no Alentejo, com Sara, sua mulher há 8 anos, na companhia de dois casais amigos e uma jovem e sensual actriz, Raquel. Nicholas tem tudo o que sempre desejou e vive uma vida desafogada. Durante a noite do seu aniversário, descobriremos as profissões, os segredos, as paixões, os vícios, as traições e as ambições de cada um dos nossos personagens. Eis que, quando menos se espera, Nicholas surge morto à superfície da piscina. Nesse momento Nicholas assume o controlo do filme, o controlo que nunca teve na sua vida, e em VOZ OFF coloca várias questões: “E se há 10 anos atrás, quando fui a Itália e conhecera Cláudia, por quem me apaixonara completamente, tivesse optado por ter ficado a viver com ela? Será que teria seguido a mesma profissão? Viveria em Portugal? Teria filhos? Viveria de forma abastada? Estaria vivo?” A partir deste momento, iremos assistir a duas versões da história desta vida: Uma onde Nicholas jaz morto na piscina e a polícia irá desvendar o mistério da sua morte, trazendo à verdade as traições, os segredos, as mentiras, as verdades de todos os personagens e se descobre a natureza da morte de Nicholas; Outra onde vemos Nicholas, noutro país, noutra vida, com outra mulher e com filhos, outra actividade, outro comportamento, mas o mesmo aniversário. Será o destino capaz de ser igual tanto numa história como na outra? Por um lado, um filme policial onde o espectador é o detective, simultaneamente um drama de conflitos interiores, sobre as decisões que tomamos em bifurcações da nossa vida e que mudam radicalmente o percurso da nossa existência. Um filme sobre a inevitabilidade da morte como única certeza de destino! Second Life marca a estreia de Luís Figo, ícone indiscutível do desporto Uma reflexão que nos faz pensar em viver na mundial, como actor. O jogador faz o papel de Realizador onde contracena com Liliana Santos, Ricardo Pereira e Rita Andrade. utopia de procurar a felicidade.
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Lado A Nicholas tem 40 anos. É no dia do seu aniversário que a nossa história começa. É produtor de cinema, paixão que o leva a viver quase exclusivamente para este trabalho. Adora o cinema e adora poder ser ele o principal responsável pela materialização e concretização de uma ideia. É este contributo indispensável que o deixa verdadeiramente realizado. Há dez anos atrás, numa viagem a Itália conheceu uma mulher, Cláudia, uma modelo italiana, e por pouco não mudou radicalmente de vida e ficou a viver com ela fora de Portugal. O seu sucesso e modo de vida tornaram-no algo arrogante para com os demais. Tornou-se elitista até certo ponto. Gosta de se afirmar como especial por ter conseguido realizar os seus sonhos e continuar a lutar pelos que estão por cumprir. Lado B Este Nicholas arriscou. Tomou uma decisão. Fez uma escolha que alterou por completo o rumo da sua vida. Este corte, praticamente absoluto, com a vida que tinha até aquele momento, também o transformou. Fê-lo repensar as metas da sua vida. Tomou consciência de que nada é certo e que, muitas vezes por mais que se tente, nunca se poderá ter
tudo o que se planeie. À conta disto ganhou uma consciência maior da sua existência e do seu lugar no mundo. Tornou-se mais sensível, consciente da fragilidade das coisas e assumiu o amor como a principal força motriz da vida.
Utopia realizada A Utopia filmes iniciou em Agosto ultimo a produção desta longa-metragem, com a participação de Piotr Adamczyk, Lúcia Moniz, Claudia Vieira, Nicolau Breyner, Paulo Pires, Fátima Lopes, Pedro Lima, Sandra Cóias, Liliana Santos, Ricardo Pereira, Tiago Rodrigues, Sofia Grilo, Pêpê Rapazote, Luís Filipe Borges, José Carlos Malato, Ruy de Carvalho, José Wallenstein, Rita Andrade e Luis Figo. Esta é sem dúvida mais uma mega produção com filmagens no Alentejo, Algarve, Caldas da Rainha e Itália. Foram utilizados meios aéreos, carros despenhados e uma equipa de mais de 70 pessoas. No Algarve o antigo Teatro Lethes em Faro foi transformado numa moderna Passerelle de moda, onde algumas actrizes do filme desfilaram em lingerie, num ambiente de glamour e sonho, como é o caso de Claudia Vieira e Liliana Santos. Nesta cena do filme assiste-se a um dos momentos altos, protagonizado pela personagem de Ruy de Carvalho, “Guido”, um estilista muito gay! Nas falésias da Figueira da Foz filmaram uma das cenas mais dramáticas e (in) conclusivas do filme, o despenhamento de um carro de um dos personagens. Para filmar esta cena, foram utilizadas 6 câmaras, dois carros especialmente modificados, explosivos e calhas de impulsão. Ao fim de quase 7h de preparação, o carro é catapultado por uma falésia com mais de 50 metros de altura, em direcção ao mar. Em Outubro deram-se por concluídas as rodagens em Portugal. Durante 7 semanas, uma equipa de cerca de 60 pessoas deu alma a este projecto, com filmagens em Beja, Albufeira, Faro, Caldas da Rainha e Lisboa. Parte da equipa partiu de seguida para Itália, onde foram filmadas algumas das cenas do filme – Roma, Pisa, Florença e Milão foram os locais escolhidos. Estreia Mundial, é assim que podemos falar da participação de Luis Figo no cinema. Em Milão contracenou com Liliana Santos e Rita Loureiro. Do Brasil veio também Ricardo Pereira para participar nessa cena, onde Luis Figo faz de produtor de cinema, durante um casting, onde irá participar a personagem de Liliana Santos, que no desenrolar da acção seduz o produtor. Mistério, acção, sexo, os ingredientes para um mega sucesso. tempo médio de leitura: 6 minutos
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Texto: Paula Martin com Utopia Filmes que gentilmente cedeu material promocional e imagens
O que somos e o que desejamos
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em bastidores
Woody Allen
“Sou muito superficial” Sobre esta produção para a Vanity Fair, Vicent diz que Monica “é o melhor de Gina Lollobrigida e Sophia Loren”.
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Tentamos falar sobre “Vicky Cristina Barcelona”, o seu recente filme, mas Woody Allen que iniciou a sua carreira a fazer-nos rir, diz “que isso faz parte do passado”.
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ncontrámo-nos no Arts Hotel em Barcelona, local onde o realizador rodou o seu recente trabalho: Vicky Cristina Barcelona. Uma comédia sobre jovens turistas americanas, interpretadas por Scarlett Johansson e Rebecca Hall, e o envolvimento delas com o artista espanhol interpretado por Jabier Bardem que coincidência, ou não, no filme também é casado com Penélope Cruz. Durante a conversa, Allen parecia apático, só adquiriu nova vitalidade quando a conversa deixou de ter como tema central o filme e rumou para o mundo feminino.
Os seus filmes mais recentes, “Match Point” e “Scoop”, são muito agradáveis. Mas alguns espectadores sentem falta do velho Woody Allen. Seria correcto afirmar que o antigo Allen que fazia o público rir em voz alta, tenha desaparecido? Sim, deixei de fazer isso há anos. Isso é passado. Fiz comédias quando comecei a carreira e depois rodei filmes mais sérios. “Crimes e Pecados” e “Hannah e suas Irmãs” tiveram muito mais êxito que as comédias. E quero fazer um filme sobre política. Mas o problema é orçamento. Eu trabalho com baixos orçamentos e para fazer um filme político nos Estados Unidos, onde teria que filmá-lo, custaria mais dinheiro do que poderia arrecadar.
Quer apresentar-nos este novo trabalho? Não me interessa falar sobre o filme. Não há nada que eu queira falar em particular. Para falar sobre ele, é melhor contactar os produtores do filme. Por mim… já não há mais nada a acrescentar. Se alguém faz um filme bom, as pessoas vão ver. Não é necessário falar sobre. E se não for bom, não interessa o que dizem, simplesmente as pessoas não vão ver.
Com o passar da idade, acha que tem ficado cada vez mais fascinado pela beleza feminina? Sempre fui. Desde menino sempre fui fascinado pelas mulheres. Sou muito superficial. Uma das minhas características mais superficiais é essa obsessão pela beleza. Durante a guerra, pensava no quanto a Rita Hayworth era maravilhosa. Esta é uma característica superficial porque causa a exclusão das outras características valiosas e sensíveis das mulheres. Juntar Jabier Bardem e Penélope Cruz, pode ser interpretado como algum interesse na vida amorosa dos seus actores? Não. Não tenho interesse na vida real. Todos são muito agradáveis, mas não tenho vida social com os meus actores. Conheço a Scarlett há 10 anos mas nunca almocei ou jantei com ela. Vejo o Javier Bardem, cumprimentamo-nos. Gosto dele, mas nunca tomámos café juntos. Falando em Scarlett, consegue explicar o porquê das pessoas a acharem tão atraente? Ela é muito atraente, muito sensual e a câmara adora-a. Se ela estivesse aqui, pessoalmente você diria: ”Sim, ela é muito bela”, veja: eu disse bela não bonita. E quando ela é fotografada torna-se ainda mais bela. Agora, a Penélope Cruz é incrivelmente bonita, e pessoalmente é ainda mais. Quando a conheci pessoalmente, tinha-a visto em “Volver” e pensei: “que mulher!”. Não acreditava no quanto ela era linda. Era como se não fosse deste mundo, como se tivesse acabado de chegar de Marte ou Júpiter. tempo médio de leitura: 4 minutos
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Texto: Teresa Vasconcellos com Beppe Severgnini; Fotos: Gustau Nacarino e Mediapro & Gravier
Alguns críticos disseram que este filme é “voyeurista”. Voyeurista? Sim, no sentido em que o filme é visual. “Vicky Cristina Barcelona”não é voyeurista. Eu tinha à minha disposição estes actores que são sexualmente carismáticos. E posso ter levado a situação ao voyeurismo, o que se justifica. Mas foi muito, muito moderado.
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AGENDA Simone & Zélia Duncan
Blue Man Group
De 21 a 29 de Março - Aud. Oceanos - Casino Lisboa Blue Man Group em “How To Be A Megastar”, um verdadeiro concerto rock conduzido por três enigmáticas personagens azuis, famosas pelos seus espectáculos interactivos, onde a música, a comédia e a multimédia se aliam em palco tornando cada momento, num instante único e inesquecível.
06 de Março - Campo Pequeno Estreia absoluta em Portugal do espectáculo “Amigo é Casa”, uma ode ao encontro, ao amor de amigo, sentimento este que nunca foi muito discutido na composição, ao contrário do amor dual, romântico, que permeia todo o cancioneiro brasileiro. Vamos ter a oportunidade de ver estas duas grandes cantoras brasileiras a interpretar um repertório muito especial. Imperdível.
Maria Bethânia
27 e 28 de Fev. - Coliseu Dos Recreios A incrível cantora brasileira vem a Portugal apresentar um espectáculo onde revisita todos os grandes êxitos de uma carreira recheada de sucessos. Dois espectáculos que não vai querer perder!
LIVROS
A Solidão dos Números Primos
Este é o primeiro romance do jovem escritor Paolo Giordano, e trata-se de uma das mais interessantes estreias literárias dos últimos anos. Conta a história de Alice e Mattia, ambos vítimas de experiências pessoais trágicas e cujas vidas acabam por cruzar-se. Dois números primos, na realidade. Duas vidas tão próximas quanto distantes. Um romance delicado, terrível mas que se devora.
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“Dúvida”
De John Patrick Shanley; Com: Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams e Viola Davis. 1964, Escola de St. Nicholas, Bronx. Um animado e carismático sacerdote, o padre Flynn está a tentar acabar com os austeros uniformes escolares que são defendidos ferozmente, há já muito tempo, pela irmã Aloysius Beauvier, a directora com mão de ferro que acredita no poder do medo e da disciplina.
Estamos Aqui Porque Não Podemos Voltar
13, 14, 20 e 21 Fev. Jardim de Inverno do Teatro S. Luiz Um espectáculo de música, de uma trupe viandante de contadores de histórias, os OU. O São Luiz associa-se assim, a um projecto inovador, apresentando o primeiro espectáculo da banda OU, parte da recém-formada associação cultural QatreLcolectivo.
Videoarte e Filme de Arte e Ensaio em Portugal
Uma indispensável reflexão e inventariação da arte feita em vídeo no nosso país. As suas perto de 300 páginas de testemunhos, imagens e biografias (com respectivas videografias) são uma excelente radiografia da realidade artística nacional.
Do Ernesto ao Che
Carlos Calica Ferrer, amigo e companheiro nesta viagem, relata pela primeira vez todas as aventuras desse marcante período que determinou a transformação do jovem Ernesto no comandante Che Guevara, acompanhado de fotos inéditas do álbum pessoal de Calica.
Teresa Salgueiro & Lusitânia Ensemble – Matriz
Os Maias
Teatro da Trindade - até 26 Abril Um espectáculo com encenação de Rui Mendes, que permanecendo fiel às características originais do romance, de Eça de Queiróz não deixa de sublinhar a flagrante actualidade que se desprende da mesma. Será que, nos aspectos essenciais da sociedade portuguesa, mudou assim tanta coisa nos últimos cento e tal anos? Texto de António Torrado, com Afonso Malão, Augusto Portela, Igor Sampaio, João Didelet, José Airosa, José Fidalgo, Luis Alberto, Luis Mascarenhas, Mário Jacques, Pedro Górgia, Rogério Vieira e Sofia Duarte Silva.
Coma Método Superthon Não deixe de comer, mas aprenda a fazê-lo correctamente. Esta é a chave, que Antonio Mangas connosco partilha, para uma vida saudável e sem peso excessivo.
O Condenado
Este é um dos mais poderosos romances de Jeffrey Archer e tido pela critica como uma versão actual da mítica historia do Conde de Monte Cristo, “O Condenado” permanece na nossa mente durante dias, mesmo depois de concluir a sua leitura.
O Melhor de Rita Guerra Lisboa 1758, o Plano da Baixa Hoje
A exposição já foi visitada por mais de dez mil pessoas. O aumento significativo de visitas nos últimos meses dita o prolongamento do prazo de exibição até 1 de Março, no Páteo da Galé, Praça do Comércio, em Lisboa.
O Clube Bilderberg
Toda a verdade por detrás das portas fechadas e passando pelos guardas armados, a verdadeira história da poderosa elite mundial, dos seus planos secretos e do seu futuro. Um notável trabalho jornalístico de Daniel Estuli traduzido em 34 línguas.
Está tudo dito! Um concerto acústico em CD e DVD com o melhor dos 25 anos de carreira de uma das melhores vozes portuguesas. Imperdível!
Concha Buika
Niña de Fuego- CD A Revolução do Flamenco “Niña del Fuego” mistura géneros como flamenco, bolero, soul, jazz e funk, rendeu a crítica e foi distinguido como Melhor Álbum e Melhor Produção Discográfica na edição de 2007 dos “Premios de La Musica”, o equivalente espanhol aos Grammys.
O Corpo Estranho
Robin Cook é um dos meus autores preferidos. Como já nos habituou, “O Coprpo Estranho” é uma brilhante história de suspense, que não deixa ninguém indiferente e as surpresas estão ao mesmo ao virar da página, ou não fosse ele o mestre do thriller médico! BLM
Coordenação: Paula Martin; Fotos e imagens cedidas pelos promotores e editores. Foto Blue Man: Hannibal Hanschke
13 Março - Centro Cultural Olga Cadaval Este Projecto de Gravação e Concerto pretende interpretar e divulgar a Música, Língua e Cultura Portuguesas através dos tempos, desde o século XIII até aos nossos dias, para tal contando com o entusiasmo de um elenco excepcional de músicos. Jorge Varrecoso Gonçalves, no violino, responsável pelos arranjos originais e Director Musical do Projecto, inovou o Lusitânia Ensemble - formação por si reunida exclusivamente para acompanhar a voz de Teresa Salgueiro - de onde se destaca a Guitarra Clássica de Pedro Jóia e o Acordeão de Pedro Santos.
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Em 2006, a Real Companhia Velha celebrou 250 anos de existência e de actividade ininterrupta ao serviço do Vinho do Porto
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ara trás, fica o registo de uma história fabulosa e de um passado glorioso. Para o futuro, existe a vontade de manter a elevada qualidade dos seus produtos e a confiança numa Companhia onde o rigor e a visão de fazer ainda mais história, são uma preocupação constante. Desde a sua instituição, por Alvará Régio de El-Rei D.JoséI, a 10 de Setembro de 1756, muitos outros Reis reinaram em Portugal, sendo a importância e o valor da Real Companhia Velha bem demonstrados através dos valiosos serviços prestados à comunidade, assim como pelos privilégios majestáticos concedidos por D.Maria I, D.João VI, D.Pedro IV, D.Maria II e D.Pedro V, Soberanos Protectores da Companhia. Para além do facto, evidente, de que poucas Companhias tenham existido durante tanto tempo, especialmente no sector dos Vinhos, o que torna a Real Companhia Velha única no género é a maneira como a sua própria história está intimamente ligada à história do Vinho do Porto e do próprio País. Durante mais de um século, entre 1756 e 1865, a Real Companhia Velha desempenhou um papel relevante na produção e comércio do Vinho do Porto, tanto como Organismo Regulamentador como na promoção do próprio sector, pelo que se pode afirmar, irrefutavelmente, que a história da Companhia é, praticamente, a história do Vinho do Porto. Desde os seus primórdios, as
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actividades da Companhia foram direccionadas para a defesa e promoção do prestígio do Vinho do Porto - o produto número um da exportação do país, naquela altura. De facto, a importância do Vinho do Porto para a economia portuguesa, entre os meados e os finais do séc. XVIII, era tal que, em 1799, o Vinho do Porto representava mais de 50% das exportações portuguesas. A 7 de Dezembro de 1865, por Alvará Régio do Regente D. Fernando, é declarada livre a exportação através
da barra do Porto de todos os vinhos produzidos em Portugal, pelo que a Companhia perdeu os seus privilégios majestáticos, tornando-se uma Companhia meramente Comercial e a operar no mercado livre de Vinho do Porto, continuando porém, a desenvolver e a promover a extraordinária reputação do seu nome e prestígio dos seus vinhos em todo o Mundo.
As Origens A primeira referência escrita de que se tem conhecimento e ligada ao nome “Vinho do Porto”, com referência ao Vinho do Douro exportado pela Alfândega do Porto, data dos finais do ano de 1678. Entre 1680 e 1715, a expansão e crescimento das exportações foi notável, tendo passado das 800 para as 8.000 pipas e atingindo em 1749 o expressivo número de 19.000 pipas. Para esse incremento muito contribuiu o espírito mercantil revelado pelos negociantes ingleses da época, radicados na cidade do Porto. A eles se deve, para além da expansão comercial, a própria descoberta do “Vinho do Porto”, que resultou de uma série de sucessivas experiências e circunstâncias felizes, ao adicionarem aguardente aos vinhos Dourienses, com o intuito de os
preservar nas longas travessias marítimas. Os comerciantes da época aperceberam-se com surpresa de que os comuns vinhos do Dourienses, que pecavam pela sua aspereza e adstringência, ao casarem com a aguardente adicionada perdiam a sua acidez excessiva, amaciavam-se no paladar e os seus aromas eram consideravelmente realçados. O Tratado Luso-Saxónio de 1703 (Metween) acordava tarifas aduaneiras preferenciais ao Vinho do Porto vendido em Inglaterra em consequência do embargo comercial imposto por aquele país à França. O orgulho britânico inflamara-se e beber Vinho do Porto era mais do que um luxo ou prazer - um verdadeiro acto patriótico. Conta-se mesmo que o Almirante Nelson, antes da Batalha de Trafalgar, teria desempenhado o plano de batalha no tampo de uma mesa do seu navio com um dedo molhado em Vinho do Porto.
O Alvará Régio A 10 de Setembro de 1756, por Alvará Régio de El-Rei D. José I, sob os auspícios do seu Primeiro-Ministro, Sebastião José de Carvalho e Mello, foi instituída a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto-Douro, também denominada BLM
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atingiram o seu melhor nível, alcançando as 20.000 pipas em 1810. O Vinho do Porto alcançava a fama.
Real Companhia Velha. Formada pelos “principais lavradores do Alto-Douro e homens Bons da Cidade do Porto, à Companhia foi confiada a missão de sustentar a cultura das vinhas, conservar a produção delas na sua pureza natural, em benefício da Lavoura, do Comércio e de Saúde Pública”. De entre os inúmeros serviços prestados pela Companhia à causa pública, destaca-se como o mais notável, devido à sua enorme importância, a chamada “Demarcação Pombalina da Região do Douro”, levada a efeito entre 1758 e 1761 pelos Deputados da Junta da Administração da Real Companhia Velha. Mercê esta medida de grande alcance económico, foi delimitada a região dos vinhos de Feitoria do Douro, que é a mais antiga região demarcada do mundo. A linha de actuação da Companhia, caracterizada por uma legislação de grande rigor e controlo, lançou sólidos alicerces para uma política que muito prestigiou o Vinho do Porto. Na verdade, aos preços ruinosos, anteriores à fundação da companhia, sucederam-se, impostos por esta, preços justos, que regendo-se pelos seus estatutos deveriam ser “capazes de sustentar com a reputação do vinho o granjeio da vinha, de modo que, bem remunerado, o comércio recompensasse a lavoura, e tudo previsto com tanta ponderação, que não se impossibilitasse o consumo pela carestia, nem pelo barateio se abandonasse a cultura”. As exportações
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Vida e Obra Em 1781, a Real Companhia Velha levou os seus vinhos aos lábios imperiais de Catarina da Rússia, através de grandes carregamentos em navios fretados para o efeito, iniciando assim a navegação Portuguesa para os portos do Báltico e as permutas comerciais com aquele país. Como consequência das acções da Companhia as exportações dos afamados vinhos da Região Douriense experimentaram um considerável e sucessivo aumento. Durante as invasões francesas (1809) as tropas de Napoleão requisitaram os vinhos da Real Companhia Velha, que assim faziam parte da ração dos soldados Franceses. Quase ao mesmo tempo (1811), Lord Wellington e as suas tropas consumiam também os vinhos da Real Companhia Velha, destacando-se um fornecimento de 300 pipas, feito através dos seus armazéns da Régua, ao exército então estacionado em Lamego. Durante os séculos XVIII e XIX navios carregados com Vinho do Porto da Real Companhia Velha partiram para o brasil onde a Companhia detinha o exclusivo do fornecimento dos vinhos do Alto-Douro. Nos anos de 1851/52, a Companhia possuía entrepostos comerciais para os seus vinhos em quase todos os portos do mundo sob a protecção das missões diplomáticas Portuguesas. A Companhia detinha também o exclusivo de fornecimento de vinhos aos taberneiros da cidade do Porto, que no ano de 1756 eram apenas 95. Para fazer face a esta enorme expansão do seu comércio, a Companhia teve que mandar construir diversas fragatas de guerra para proteger a Navegação Portuguesa dos piratas Argelinos que vagueavam ao largo da costa Portuguesa. Para o ensino dos respectivos tripulantes, a Companhia criou no Porto, em 1762, a Aula de Náutica, mais tarde convertida em Real Academia do Comércio e Marinha sendo transformada na Academia Politécnica do Porto que está na origem da actual Universidade do Porto.
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Texto: Alexandra Silva com Real Companhia Velha< Fotos e imagens: Direitos reservados Real Companhia Velha
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Vanessa
Williams “Adoro o que faço, sempre o quis fazer”
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s luzes da ribalta apontaram pela primeira vez para Vanessa Williams, quando em 1983 foi a primeira Afroamericana a conquistar o lugar de Miss America. Depois desta conquista brilhou com a sua carreira musical, tendo sido 15 vezes nomeada para os Grammys. A par disso tem feito sucesso como actriz, nomeadamente com a sua mais recente personagem, a implacável Wilhelmina Slater, a vilã da famosa e premiada série Ugly Betty. Entre confidências e desabafos pessoais, Vanessa conversou com a Bastidores Luxury Magazine. Como é que é para si entrar na realidade e na personalidade da Wilhelmina? Utiliza alguma coisa da Vanessa nessa “transformação”? Bem… Eu não tenho nada a ver com a personagem, sou uma privilegiada por ter a sorte de ter um texto fantástico e uns colegas extraordinários, especialmente o meu parceiro na maioria dos “crimes” da Wilhelmina, o Michael Urie que representa o Marc. Tenho que despir a personagem imediatamente após as gravações, de outra maneira sairia à rua a tratar mal toda a gente e isso trazer-me-ia imensos problemas [risos]. Mas é uma comédia, é tudo diversão não me parece que corra o risco de ser confundida com a personagem. Repito, é a qualidade do texto que torna tudo tão interessante. Comparativamente com outros trabalhos enquanto actriz, como é que caracteriza ou em que lugar posiciona esta sua interpretação? Quando estamos num projecto destes, que semanalmente está no ar, passamos muito tempo com a equipa e tornamo-
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nos família uns dos outros, eu arrisco a dizer que é como estar a fazer um espectáculo na Broadway. Todos os dias gravamos, todos os dias passamos muito tempo uns com os outros a lutar pelo mesmo, e isso faz com que exista um espírito de unidade, faz com que tenhamos que desenvolver uma sensibilidade comum para que sejamos muito bem sucedidos, é o que está a acontecer. Simultaneamente divirto-me imenso, portanto, e não querendo comparar com outros dos meus trabalhos, tem sido uma experiência divinal e muito enriquecedora. O que é está por trás da arrogância e da frieza da sua personagem Whilhelmina? Não quero contar tudo porque muitas revelações estão para vir, mas atrevo-me a dizer que a má relação da Whilhelmina com o pai, e o facto de nunca ter estado à sua altura, estão na base da sua frieza e excessiva competitividade. Como é que chegou até este papel? Os produtores quiseram reunir-se comigo mas eu não estava no país, acabaram por contratar outra actriz. No dia anterior ao início das filmagens recebi uma chamada em que manifestaram muito interesse em dar-me o papel, dei uma vista de olhos no guião e acabei numa prova de guardaroupa no dia seguinte… Qual foi o primeiro impacto com o texto? Achei-o logo divertidíssimo. Divertidíssimo e muito bom, mas nunca imaginei que se tornasse no sucesso que tem tido, em todos os países onde a série é exibida! Não por ter
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dúvidas relativamente à qualidade do nosso trabalho, mas sabe como é este “negócio”… (sorriso maléfico) Este é mais um grande papel de diva, é nestas personagens que se sente mais confortável? É muito mais divertido representar alguém como a Whilhelmina. Estes seres irreais dão-nos muito mais prazer na construção da personagem. Já para não falar que este é o meu terceiro papel na cruel indústria da moda, já representei para a UPN uma editora de moda, e em “South Beach” fui a dona de um hotel que simultaneamente era designer de moda. Que tipo de reacção tem sentido junto do público? Bem, eu sei que tem sido um sucesso porque os números o dizem, é que na realidade na minha vida privada sou um tanto ao quanto autista. Por exemplo, na noite da estreia estava numa festa na escola da minha filha, e comigo estavam muitas das pessoas com quem me dou e converso diariamente, portanto ninguém viu (risos). Este fim-de-semana estive numa festa de aniversário e de repente um dos meus amigos perguntou: “Vanessa, querida, não és tu que estás naquela série de televisão?”. E sabe que adoro que assim seja. Adoro ter a minha vida pessoal bem separada da profissional. É fã da telenovela colombiana Yo Soy Betty La Fea em que a série se baseia? Tenho que confessar que nunca a vi. Como é que é viver e ter a sua família em Nova Iorque e estar há tanto tempo a gravar em Los Angeles? Essa é uma situação que tem que ser pensada. Posso dizerlhe que ando à procura de casa… Por enquanto tenho funcionado como muitos homens de negócios, estou a uma distância de casa de 5 horas de avião e é assim que tenho feito. Neste ramo temos que estar onde há trabalho. Ainda que tenha uma cláusula no meu contrato que me dá um fimde-semana de três dias, se gravo sexta-feira fico em casa na segunda, e vice-versa. Consta que uma estação televisiva (a FOX) está a transformar o Diabo Veste Prada numa série televisiva, considera isso uma ameaça à Ugly Betty? A sério? Não fazia ideia. Não me posso preocupar com a concorrência. Estou muito satisfeita com o nosso trabalho de equipa, muito orgulhosa com o sucesso junto dos telespectadores e não me parece, de todo, que a criação de séries semelhantes possa constituir uma ameaça ao nosso bom desempenho. Não é novidade, aliás é típico, as estações televisivas criarem projectos semelhantes aos de sucesso da sua concorrência. Não é a cópia a melhor forma de elogio? Tem algum segredo para se manter tão jovem? Eu acho que o talento e ser profissional são dois elementos chave. Adoro o que faço, sempre o quis fazer, acordo de manhã com vontade de ir trabalhar e estou convencida que há uma forte ligação entre a nossa atitude e a nossa imagem. Sou uma mulher abençoada. BLM
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capa Foi-lhe atribuída uma estrela no Hollywood Walk of Fame (Passeio da Fama) e escolheu ser representada pela sua música… Foi, de facto, uma honra, mas tive que escolher e é na música que estou há muito tempo, foi com ela que iniciei a minha carreira artística, quando em 1988 lancei o meu primeiro álbum. A música faz parte de quem eu sou, ainda que se pudesse teria representado um pouco da Broadway, da televisão e do cinema, tudo numa só estrela…
Onde e como encontra o seu equilíbrio? Esta é uma resposta cliché, mas é na minha família, e é com ela que me renovo. A trabalhar não pode haver equilíbrio, na medida em que tento ir muito além dos meus limites sem pesar nas consequências. Constrói-se uma personagem e não estamos preocupados com a carga energética e emocional que ela acarreta, a Whilhelmina não é de todo uma mulher equilibrada. Pessoalmente, ainda que seja complicado, tento organizar-me, sou mãe de quatro filhos e sempre que posso levo-os comigo para o estúdio. E a sua música? Sabemos que gravou o ano passado um álbum com temas de soul dos anos 70. Existem planos para um próximo trabalho musical? Adoraria, tendo em conta que estou a gravar em Los Angeles o mais provável é tentar organizar-me por lá. Não tenho nada programado, à excepção de alguns espectáculos e actuações ao vivo que continuo a deixar agendar, como é o caso do Japão, este ano.
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Texto: David Motta; Fotos: Fred Prouser, Mario Anzuoni, Lucas Jackson, Direitos Reservados
Tudo para uma só estrela! Se você o diz… [risos]
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Tratamento Hormonal de Substituição Como, quando e quem pode fazer
Nem poção da juventude nem veneno. Depois de tanta polémica, os médicos concordam num aspecto: os riscos da terapia hormonal não são os mesmos para todas. E quando os benefícios superam as complicações?
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os próximos meses milhares de mulheres na faixa dos 45 anos, idade em que a produção hormonal começa a entrar em declínio (culminando com a última menstruação e o início da menopausa, que acontece, em média, aos 51 anos), estão perante um grande dilema: repor ou não as hormonas que o corpo está a deixar de produzir? Até algum tempo atrás, não havia discussão. Num procedimento quase automático, as mulheres passavam a repor as hormonas que começavam a parar de circular naturalmente pelo organismo
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- o estrógeno, que combate as ondas de calor e assegura a saúde dos ossos, a juventude da pele, a lubrificação vaginal e a protecção cardiovascular, e também a progesterona, nos casos em que é necessário evitar o risco de cancro do endométrio, a mucosa que reveste a parede uterina. Mas, em meados de 2002, com a divulgação dos resultados do Women’s Health Iniciative (WHI), um estudo feito a 16 mil mulheres nos Estados Unidos, tudo mudou, provocando um debate mundial sobre os prós e os contras da terapia de reposição hormonal. Na época, não faltaram
motivos para alarme: de acordo com o estudo, as mulheres tratadas apresentavam riscos maiores de desenvolver cancro de mama, doenças coronarianas, AVCs (acidente vascular cerebral) e tromboses. Por causa disso, a pesquisa foi interrompida três anos antes do prazo. De uma hora para outra, o que era remédio passou a veneno, terapia hormonal passou a sinónimo de cancro e enfarte, provocando ansiedade nas mulheres de todo o mundo. Depois do terramoto, tudo ficou suspenso, mas a poeira foi baixando e trouxe à luz do dia alguns “problemas” com o estudo, como o método, as doses utilizadas e o facto de que as mulheres analisadas tinham, em média, 63 anos - por isso, apresentavam coronárias já comprometidas. Cerca de seis anos e muitos estudos depois, a maior parte dos médicos concorda que nem todas as mulheres podem recorrer à terapia hormonal, pois há, sim, contra-indicações. Mas também é verdade que muita gente pode tomar esta medicação, quando há necessidade, e dar-se bem com ela. O importante é colocar na balança de cada caso os riscos e os benefícios da terapia hormonal. Vamos tentar perceber, tudo o que diz respeito ao Tratamento Hormonal de Substituição (THS) e efeitos em cada mulher. SINAL VERDE No início da menopausa: o THS pode ser a diferença entre uma vida com ou sem qualidade para algumas mulheres. São as que estão no período que começa dois anos antes da última menstruação e vai até cerca de dois anos depois disso (em média, entre os 48 e os 52 anos). Caso não tenham um perfil de risco, não há por que não recorrer ao THS para aliviar os incómodos dessa fase. De acordo com os médicos, é justamente nesse período que os sintomas do climatério ondas de calor frequentes, secura vaginal, insónia, alterações de humor e de peso - geralmente chegam ao pico. Para quem tem osteoporose: o tratamento também é indicado quando já há sinais de densidade mineral óssea próxima de um nível crítico, com risco de fractura, por exemplo. Há uma diferença significativa - para o bem - entre as mulheres com osteoporose que fazem e as que não fazem THS. Segundo os médicos, sol, vitamina D, cálcio e caminhar todos os dias funcionam como coadjuvantes, mas só o tratamento hormonal de substituição consegue recuperar massa óssea.
Para os tratamentos coadjuvantes: todas as mulheres devem adoptar um novo estilo de vida nessa fase. Os calores, o aumento de peso, a insónia e outros sintomas do período são amenizados com exercícios diários, técnicas de relaxamento, como yoga, e uma alimentação saudável (que exclui cafeína, vinho e pratos muito condimentados, e inclui alimentos à base de soja). Dependendo dos casos, os médicos podem prescrever desde medicamentos homeopáticos até anti-depressivos e lubrificantes vaginais. SINAL AMARELO Para as dosagens não personalizadas: o que é adequado para uma pessoa pode ser excessivo ou insuficiente para outra. Por isso, o tratamento tem que ser formulado sob medida para cada paciente. Em qualquer caso, porém, a menor dose efectiva, a que alivia os sintomas, sempre é a mais indicada.
Para as hipertensas: segundo um estudo publicado na revista científica “Hypertension”, o tratamento à base de drospirenona (substância similar à progesterona produzida pelo corpo) reduz a pressão arterial nas mulheres hipertensas. A pesquisa demonstrou também que essa substância ajuda a evitar a retenção de líquidos e o aumento de peso.
Para o tratamento preventivo: alguns especialistas defendem o chamado tratamento precoce, em que as mulheres começam o tratamento hormonal antes dos 45 anos, para organizar o ciclo menstrual e aliviar os primeiros sintomas do climatério. Aqui, o THS serviria para prevenir doenças ligadas ao envelhecimento, como o Alzheimer. Para muitos médicos, porém, não há essa necessidade, especialmente quando a mulher não sente calores, insónia ou falta de lubrificação vaginal.
Para os “patchs”: nesse formato, a dose por THS pode ser menor. Quando é ingerido por via oral, o medicamento sempre passa pelo fígado, onde sofre uma transformação e torna-se menos eficaz. Assim, para obter o mesmo efeito, a dosagem por via oral é sempre maior do que a do gel ou “patch”.
SINAL VERMELHO Para o grupo de risco: o tratamento hormonal de substituição é totalmente desaconselhado para mulheres com antecedentes de trombose, cancro de mama e doenças crónicas. Também deve ser evitada por quem tem ou teve BLM
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reportagem
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Aprender a Pensar “Confúcio disse: ‘Aquele que aprende mas não pensa está perdido. O que pensa mas não aprende é perigoso...’ Isto foi parafraseado por uma cardiologista (N. Wanger, Am J Geriatr Cardiol 2000; 9:204-9): ‘Se aprendermos e pensarmos... nem estaremos perdidos nem seremos perigosos para as nossas doentes pós-menopáusicas.’ E Lord Thomas Deward advertia: ‘A mente é como um páraquedas. Ambos funcionam melhor quando estão abertos’.” Manuel Neves-e-Castro
problemas uterinos, endométrio (e se há ou houve casos na família, mãe ou irmã com cancro de endométrio e de mama), ou ainda, problemas cardiovasculares. Para as mais velhas: quem já entrou na menopausa há muitos anos tem, pela própria idade, condições cardiovasculares mais frágeis e por isso deve evitar o THS. Segundo os médicos, após cinco anos, em média, de menopausa, o risco cardiovascular aumenta de forma significativa. Para tratamentos hormonais longos: ainda não existe um consenso nesta matéria, relativamente a qual a duração do tratamento hormonal, mas a continuação ou interrupção do tratamento sempre vai depender de uma avaliação individual. Segundo a Sociedade Brasileira de Climatério (Sobrac), é mais seguro manter a terapia por (no máximo) cinco anos, e sempre com a menor dose efectiva. Estudos mostraram que os efeitos prejudiciais (aumento do risco de cancro de mama e de trombose) foram mais intensos em mulheres que tomaram hormonas durante um período maior do que esse. Afinal onde está a verdade sobre o tratamento da menopausa? Poucos assuntos da Medicina da Mulher têm sido objecto de tanta controvérsia durante os últimos anos como o tratamento da menopausa. Muitos médicos que aconselhavam o THS, depois das notícias mais recentes, estão a dizer às suas pacientes para reduzir o THS a cinco anos, no máximo. Manuel Neves-e-Castro diz ser “um disparate, que até foi alimentado por algumas sociedades médicas, como a Sociedade Norte-americana de Menopausa, mas não tem fundamento. E a tal ponto assim é, que essa mesma prestigiada Sociedade acaba de corrigir os seus anteriores conselhos e veio afirmar, há meses, que não há qualquer limite para a duração desse tipo de tratamento! A IMS (1) e a EMAS (2) são da mesma opinião. Ora, o que é importante e não tem sido devidamente explicado, é que os tratamentos hormonais, quando indicados e se não houver contraindicações, devem iniciar-se logo na menopausa. Se forem começados tardiamente, os seus efeitos já serão diferentes e até poderão causar problemas. A regra de ouro é que quaisquer tecidos ou órgãos (sejam os vasos sanguíneos, as células do cérebro ou outros) só beneficiam do tratamento preventivo, que é dado principalmente pelos estrogénios, se estiverem ainda sãos, sem lesões. Se essas lesões já existirem, como por exemplo as placas de aterosclerose, já não há benefício e pode até surgir risco. A razão de ser desses alegados riscos aos cinco anos deve-se a que alguns dos estudos publicados sobre a prevenção das doenças cardiovasculares em mulheres com mais de 63 anos, e já com patologia cardíaca, indicavam que podia haver agravamentos após cinco anos de tratamentos. Há semanas, os mesmos investigadores fizeram nova análise desses estudos e concluíram finalmente que entre os 50 e 60 anos os tratamentos evitam as doenças cardíacas, se iniciados após a menopausa”. Segundo Manuel Neves-e-Castro - presidente honorário e fundador da Sociedade Portuguesa de Menopausa e fundador e membro honorário da Sociedade Europeia de BLM
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reportagem Menopausa e Andropausa – em nota publicada no site da Sociedade Portuguesa de Menopausa (3), esclarece que “a menopausa, pelas alterações biológicas (hormonais e idade) que a acompanham, marca o inicio de riscos (preveníveis) para doenças que têm a maior incidência na segunda metade da vida (por ex. aterosclerose, osteoporose, obesidade, cancro da mama, cancro do colon, doença de Alzheimer, etc). Estas discussões têm sobretudo afectado, por esse mundo fora, a classe médica não especializada e até mesmo a que deveria saber interpretar criticamente os resultados de vários estudos epidemiológicos feitos principalmente nos Estados Unidos da América. Estes estudos pecaram, logo que foram concluídos, por terem sido transmitidos à informação social antes de, como é obrigatório, serem divulgados à classe médica. Tanto bastou para que, em segundos, surgissem na imprensa de todo o mundo títulos em caixa alta, absolutamente errados, em que se anunciava o perigo do uso de hormonas porque causavam um aumento de cerca de 30% de cancros da mama! Isso fez logo pensar, a leigos e a médicos mal informados, que 30% das mulheres sob esses tratamentos iriam ter um cancro da mama! O erro, por ignorância, está em que 30% seria (numa população idosa e tratada em excesso, que não era representativa das mulheres que entram em menopausa) o aumento em termos de risco relativo e não em risco absoluto. Ou seja, que 3 dessas 1000 mulheres, com uma média de idades de 63 anos, irão ter durante 1 ano um diagnóstico de cancro da mama, sem que tivessem feito qualquer tratamento hormonal. Se nesse mesmo grupo estudado pelos Americanos for feito um tratamento com a combinação de duas hormonas femininas (estrogéneo + progestagéneo) haverá mais 0,8 mulheres em 1000 com esse diagnóstico, (ou seja apenas mais 8 em 10.000), com risco aumentado devido aos tratamentos. Se, por outro lado, nas mulheres já sem útero se fizer o tatamento durante 1 ano apenas com o estrogénio, em vez de 3/1000 casos de cancro da mama espontâneos havia menos 0,6 mulheres em mil, o que significa que o risco relativo até diminuiu! Vejase bem como a falta de interpretação correcta dos resultados pode criar em todo o mundo um pânico absolutamente injustifcado! O outro alarme que surgiu, também injustificadamente, foi o de que não se deve manter por mais de 5 anos um tratamento hormonal. Outro disparate, até alimentado por algumas Sociedades Médicas, como a Norte Americana de Menopausa, e que não tem fundamento. E a tal ponto assim é que essa mesma prestigiada Sociedade acaba de corrigir os seus anteriores conselhos e vem afirmar, há meses, que não há qualquer limite para a duração desse tipo de tratamento desde que correctamente indicado e controlado. Ora, o que é importante e não tem sido devidamente explicado, é que os tratamento hormonais, quando indicados e se não houver contra-indicações, devem iniciarse logo na menopausa. Se forem começados tardiamente
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Consensos de Opinião publicados pelas sociedades internacionais competentes, que são contrários às ‘conclusões’ (?!) agora divulgadas! Segundo tudo leva a crer, pelas informações ainda confidenciais que tenho recebido, a reunião foi uma farsa de ‘epidemiologia política’ no seu mais alto grau. Porquê? Não faço a mínima ideia. Mas o problema é ainda muito mais grave no que se refere à pílula anticonceptiva. A propósito, recebi de um colega latino-americano um e-mail bem elucidativo. Diz ele: ‘É criminoso por parte da IARC afectar desta forma os países em desenvolvimento, uma vez que uma diminuição na cobertura dos programas de planeamento familiar tem um impacto tremendo na mortalidade materna e neo-natal, na desnutrição e, em geral, no desenvolvimento dos nossos países (...) este é um crime contra a humanidade’! A pesar de tudo isto, não há qualquer razão para pânico entre as mulheres.”
Consultores: Wladimir Taborda, coordenador de ginecologia e obstetrícia do Hospital Albert Einstein (SP); Lucas V. Machado, ginecologista e professor da Faculdade de Medicina de Minas Gerais; Paulo R. Reginato, ginecologista e obstetra e Manuel Neves-e-Castro, ginecologista – endocrinologista, presidente honorário e fundador da Sociedade Portuguesa de Menopausa e fundador, membro honorário e ex-vice-presidente da Sociedade Europeia de Menopausa e Andropausa (PT). A consultar: (1) IMS:www.imsociety.org; (2) EMAS: www.emas.obgyn.net ; (3) SPM: www.spmenopausa.pt
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Texto: Joana Serra, Paula Martin e Marina Morena Costa; Fotos e imagens: D.R.
já os seus efeitos são diferentes e até podem causar problemas. A regra de ouro é que quaisquer tecidos ou orgãos (sejam os vasos sanguíneos, as células do cérebro, ou outros) só beneficiam do tratamento preventivo, que é dado principalmente pelos estrogéneos, se estiverem ainda sãos, sem lesões. Se essas lesões já existirem, como por exemplo as placas de aterosclerose, já não há benefício e pode até surgir risco. No final de Julho passado cai mais uma ‘bomba’ !... Numa notícia divulgada à Imprensa mundial (e não à classe médica...) por uma Agência (IARC) da Organização Mundial da Saúde afirma-se que, tanto os tratamentos hormonais da ‘menopausa’(?) como as ‘pílulas’ contraceptivas podem causar o cancro de vários órgãos! Foi o que concluiu (?!) um grupo de trabalho (cujos membros são epidemiologistas e raros médicos, de vários países) que teve a presença de 4 especialistas convidados (só 1 era médico ,grande autoridade na matéria, que foi autorizado a discutir, mas não a escrever !...). Das opiniões contrárias nada se publicou... Contactei nesse mesmo dia essa Agência pedindo que me fosse enviada uma acta da reunião com os fundamentos das conclusões. Responderam-me que isso não era possível e que lá para o início do próximo ano seria publicada uma monografia sobre o assunto... Resolvi então escrever e enviar-lhes um documento crítico manifestando a total discordância da Sociedade Portuguesa de Menopausa e estranhando que nenhuma das Sociedades de Menopausa (a Internacional, a Europeia, a Norte Americana, etc) tenha sido ouvida sobre esta matéria ! É óbvio que não houve qualquer novo estudo sobre este assunto. Os Membros dessa Agência limitaram-se a ler o que já estava publicado há mais de um ano e que já fora objecto de vários
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news
Liliana Santos Sofisticação e Lifestyle
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Depois dos cuidados Dior, Liliana juntou-se a Joana Duarte no ginásio Active Life, em Lisboa para apresentarem a nova colecção feminina da Reebok - “On the Move”. Criadas a pensar em todos os tipos de corpos femininos, as peças são adequadas para a prática de exercício físico ou utilização casual, num design fresco, funcional e versátil, ideal para a mulher activa. As actrizes participaram ainda numa aula de fitness, com as monitoras nacionais da Reebok. blm
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Texto: Paula Martin; Fotos: Paulo Ribeiro
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Dior organizou um final de tarde diferente no “corner” que a marca dispõe no El Corte Inglés, e Liliana Santos foi uma das caras conhecidas que por lá passou. Depois de elogiar a beleza dos rostos das portuguesas que beneficiaram dos cuidados dos seus pincéis, o maquilhador espanhol Júnior Cedeño recomendou “que as mulheres que têm uma pele jovem e fresca não apliquem muita quantidade. A maquilhagem deve ser suave e não excessiva”.
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remake da primeira novela portuguesa deu origem também a uma nova versão do vinho. Tal como há 25 anos atrás, “Vila Faia” volta a ser rótulo de um vinho e em simultâneo o lançamento do livro (1) dedicado aos bastidores desta ficção televisiva, com texto de Cristina Baptista e fotografias de Maria Lucena e José Jacinto (2). Susana Borges e André Gago (3) marcaram presença.
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Na sequência do álbum sobre a Mocidade Portuguesa Feminina, a Esfera dos Livros lançou “Mocidade Portuguesa”, de Joaquim Vieira que contou com o apoio de Pacheco Pereira (4). “O Grande Livro dos Chefes”, um álbum ilustrado da editora Quimera, é fruto da parceria de Fátima Moura e do fotógrafo Nuno Correia, abordando o trabalho e criações de alguns dos chefes de cozinha mais conceituados a trabalhar em Portugal
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e conta com prefácio de Bento dos Santos, apresentador do programa “O Sentido do Gosto” (5). Madonna viajou até Buenos Aires para um espectáculo da sua tournée. E aceitou o convite da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, a visitar o palácio Casa Rosada, onde filmou “Evita” (6). Ao saber que Ingrid Betancourt, também ela de visita ao país, iria ser recebida pela Presidente, pediu para a conhecer (7). No recém-inaugurado Museu do Douro, antiga Casa da Real Companhia, foi lançado o livro “O Brasil, o Douro e a Real Companhia Velha” de Fernando de Sousa e Conceição Pereira. O autor contou com o apoio de Isabel Pires de Lima (8), exMinistra da Cultura, e de Pedro Silva Reis (9), Presidente da Real Companhia. blm
Texto: PM; Fotos: Paulo Ribeiro; Ho New
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filme“Slumdog Millionaire”, de Danny Boyle, arrecadou cinco prémios nos Critics Choice Awards, nas categorias de melhor filme, melhor realizador, melhor argumento (Simon Beaufoy), melhor jovem actor (Dev Patel (1)) e melhor banda sonora (A.R. Rahman), arrecadando ainda os Globos de Ouro nas 4 categorias que estava nomeado. A satisfação do realizador foi partilhada com todo o elenco (2). O “35th Annual People´s Choise Awards” teve momentos brilhantes, mas quem se destacou foi o filme “Batman O Cavaleiro das Trevas” que ganhou os cinco prémios. A nomeação para os melhores do ano foi feita pelos leitores da revista“People”. A gala foi apresentada por Queen Latifah, que a dado momento não resistiu e foi beijar Adam Sandler (3). Ellen DeGeneres recebeu o prémio como melhor apresentadora no
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8 programa com o seu nome (4). O casal Angelina Jolie e Brad Pitt (5) marcaram presença, ela foi escolhida a Melhor Actriz de Filmes de Acção, e Pitt recebeu o prémio equivalente à categoria de “galã”. Pitt contou com o apoio da mulher na estreia do filme “The Curious Case of Benjamin Button” (6). Dias depois, Jolie apareceu sozinha na estreia do filme “Gran Torino” (7), protagonizado por Clint Eastwood, que a dirige em “A Troca”. Jason Statham não quis deixar de apoiar Mickey Rourke na estreia de “The Wrestler” em Londres (8). O protagonista de “Transporter” disse à imprensa que Rourke continua em forma. Recorde-se que “The Wrestler” ganhou o Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza, e o Globo de Ouro para melhor actor. blm
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Texto: PM; Fotos: Danny Moloshok, Fred Prouser, Mario Anzuoni, Luke MacGregor, Hector Mata, Stringer India
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secção
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cosmética
Prodígio na luta anti-idade Uma obra-prima cremosa: uma fragrância subtil e irresistível, com o poder de renascer a pele
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ma vez mais na vanguarda da cosmética antiidade, os laboratórios de Helena Rubinstein (HR) dão a resposta necessária à exigência da mulher actual, com rigor e inovação. Em 2002, quando aos laboratórios HR chegaram as certezas das expectativas da mulher prática e actual, num único tratamento anti-idade. Iniciou-se a pesquisa inspirada nos “milagres” naturais da seiva e vegetais. Durante quatro anos os pesquisadores levaram a cabo minuciosas e exigentes selecções e descodificações, para desvendarem o segredo de uma extraordinária formula, o verdadeiro elixir da vida: a bio-seiva. Inseridos numa textura voluptuosa, os 15 activos anti-idade que compõem esta descoberta, permitem difundir junto das células as suas características excepcionais anti-idade, num tratamento de luxo, cujo nome é uma evidência: Prodigy. Sete anos depois, HR renova a descoberta e nasce Prodigy Extreme, para travar os sinais intensos do envelhecimento cutâneo. Prodigy Extreme proporciona uma nutrição extrema, preenchendo os sulcos e reforçando a densidade da pele. Para melhor perceberem o porquê do envelhecimento da pele, os pesquisadores HR associam-se ao Laboratório de Biologia dos Tecidos Conjuntivos de Liège, laboratório de excelência mundialmente conhecido pelas pesquisas com a NASA e sobre os trabalhos extra celular da pele. Desta colaboração conjunta, desvenda-se um novo segredo do envelhecimento cutâneo, a quebra das “pontes da vida” celulares, chamadas de integrinas - verdadeiras pontes que ligam as células à sua matriz, preservando-as do envelhecimento. Com o intensificar dos mecanismos do envelhecimento, HR cria uma resposta prodigiosa: Bio-Seve Extreme.
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As células nativas vegetais da Sequóia e da Flor de Vinha, revelam um poder fabuloso. Testes in vitro revelam verdadeiros rebentos de vida, reactivando o funcionamento das integrinas, reiniciando a actividade celular. A pele renasce. Como? Logo após a aplicação de Prodigy Extreme a pele revive instintivamente, tornando-se mais suave e com uma luminosidade espantosa. Dia após dia, a pele rejuvenesce e esbatem-se os sinais da idade, tornando-se mais firme, mais densa, redesenhando o oval do rosto. E para as zonas mais frágeis do rosto – olhos e lábios - Prodigy Extreme eye and lip, concebido para corrigir os cinco sinais intensos do envelhecimento do olhar e lábios. As pálpebras e rugas alisam-se, as olheiras e papos atenuamse e aclaram, proporcionando um olhar cintilante. Nos lábios, o contorno torna-se firme redesenhando-os e eliminando o “código de barras”.
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Texto: Paula Martin; Fotos: Helena Rubinstein
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experimentámos
excelência no tratamento e maquilhagem
Dupla perfeita na luta contra os sinais do tempo
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E para contrariar aquele velho mito, que a maquilhagem envelhece a pele, eis a prova que os mitos são destrutíveis: Teint Rénergie lift R.A.R.E.. Este novo fond de teint, permite prolongar o tratamento ultra-lifting, proporcionando firmeza e luminosidade, para resultados perfeitos na maquilhagem e uma pele fresca, luminosa e conforto de longa duração. Apresenta-se em seis tonalidades para melhor se fundir com a sua tez. (€ 49,72) A tecnologia R.A.R.E. em dois novos produtos e com mesmo objectivo: realçar a sua beleza!
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Texto: Paula Martin; Fotos: Lancôme ©
nspirada nas revolucionárias técnicas de lifting, em que os cirurgiões plásticos reposicionam o rejuvenescimento do rosto, a Lancôme lança Rénergie Morpholit R.A.R.E. lifter alta resistência. Este é o primeiro sérum tensor cuja tecnologia foi inspirada na rede natural de suporte da pele, reposicionando o colágeno I, o principal componente da derme. Rénergie Morpholift R.A.R.E. é um tratamento que contribui para a firmeza da pele, gerando uma aparência rejuvenescida, logo após a primeira aplicação. Um sérum leve, aveludado e de rápida absorção - um alimento essencial para a pele. (30ml; € 110)
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epois de experimentar, posso dizer com toda a franqueza: é muito mais que um perfume. Com uma família olfactiva floral - frutada – amadeirada (a minha preferida), e um pequeno toque: flor de sal marinho, faz com que esta nova fragrância Moschino sobressaia das
demais. A elegância da embalagem e o apaixonante frasco em coração, guardam este tesouro, num misto delicado, intenso e exótico. A linha completa-se com desodorizante, gel de banho e body lotion. Com glamour, seduza e deixe-se seduzir!
Linha Moschino Glamour: Eau de Parfum 30ml (€ 38,50), 50ml (€ 61,50), 100ml (€ 82,50); Perfumed Deodorant 50ml (€ 32); Bubble Bath & Shower Gel 200ml (€ 32); Silky Body Lotion 200ml (€ 38,50)
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Texto: Paula Martin; Fotos cedidas pela marca
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Para ela: 1 Romance de Ralph Lauren, elixir de parfum 50 ml (€ 76,62) e 75ml (€ 93,30); 2 Halloween Kiss de Jesus del Pozo, 30ml (€ 29); 3 Mellow de Roberto Verino (*); 4 My Amor Amor de Cacharel (edição limitada(*); 5 Bvlgari eau parfumée thé blanc, 40ml (€ 52); Para ele: 6 Versace pour homme, 100ml (€ 73); 7 He Wood de Dsquared2, 100ml (*); 8 F by Ferragamo Black, 100ml (€ 62); Para ambos: 9 Tuscan Soul de Salvatore Ferragamo, 125ml (€ 78); 10 Tous in Heven, 50ml (€ 57); 11 Signature de Victoria e David Beckham (*) (*) preços sob consulta
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Coordenação: Paula Martin; Fotos e imagens: cedidas pelas marcas
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Fátima Lopes “Temos de seguir os nossos sonhos”
Trabalhou em turismo na Madeira, a sua terra natal, mas rumou a Lisboa em busca de um sonho: entrar no mundo da moda. Hoje, é uma das estilistas portuguesas com maior expressão internacional, com lojas em Lisboa, Paris e Los Angeles.
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ecebeu-nos no seu espaço preferido, no Bairro Alto, completamente desenhado por si, o único lugar no mundo onde se sente verdadeiramente
em casa. O bar e a loja funcionam no mesmo edifício. Entra-se para o bar, decorado num estilo futurista, uma mistura de cinzento, azul e roxo, com bancos altos e manequins envergando as roupas da actual colecção. A loja é um espaço amplo, onde podemos ver à vontade sem que ninguém ande à nossa volta a perguntar o que queremos ou se pode ajudar em algo…
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A Fátima Lopes com quem conversei na sala de reuniões nada tinha a ver com a imagem da estilista que vemos nos ecrãs de televisão… Pelo stress que apresentava e pela alegria e simplicidade que transmitia. Começámos por falar nos estereótipos da moda, nos efeitos que a conjugação moda/modelos e media provocam nas jovens de hoje. Falámos na proibição da venda de números pequenos, por parte de algumas cadeias de lojas espanholas, e no aumento da bulimia no nosso país. A Fátima foi pragmática e afirmou que em relação à moda
as coisas mudaram muito nos últimos anos, surgiram várias modas, deixou de haver um modelo e passaram a existir vários modelos. Tudo foi posto em causa… as medidas perfeitas, as formas perfeitas e a própria beleza. A moda serviu para mostrar que ninguém é perfeito e que a beleza não é a perfeição. Há até, nas passerelles das principais capitais europeias, a procura da vulgaridade, fala-se no culto do feio… “Nos nossos dias a moda é o ser-se saudável, cada um da sua forma, cada um com a sua beleza, mas de uma forma saudável. Houve, em tempos, o culto da Kate Moss…todas as jovens queriam ser esqueléticas, mas, até esta modelo já não é magra, já não se enquadra na moda actual”. Há, de acordo com a perspectiva de Fátima Lopes, uma tentativa, por parte dos estilistas, de irem ao encontro dos consumidores, para que as pessoas se apercebam de que todos podem vestir as várias marcas. A conversa foi prosseguindo… e o mundo da moda foise dissolvendo, passámos para o mundo de Fátima Lopes, um universo não menos pequeno do que o imaginário desta mulher. A conversa foi entrando na carreira e na marca de Fátima Lopes, um percurso que segundo a própria afirma, não foi nada fácil, mas, subindo um degrau de cada vez…e colocando sempre os dois pés no chão antes de passar para o degrau seguinte a Fátima chegou lá. Começou por um atelier com apenas duas pessoas e as coisas foram crescendo naturalmente. A internacionalização surgiu porque cada vez que a Fátima ia a Paris alguém queria saber onde ela comprava a roupa. Duas marcas convidaram-na para desenhar para eles e, se alguém queria a sua roupa, não fazia sentido estar a trabalhar para os outros… decidiu trabalhar para si e apresentar a sua marca naquele país. Começou por fazer uma feira, o Prêt-à-Porter, onde expôs a colecção para ver o que acontecia. Ficou colocada no pior espaço de todos, o segundo andar, o andar da indústria… vendeu tudo. Depois dessa feira já vieram mais nove e, actualmente, está representada no principal espaço, junto de todos os grandes nomes da moda internacional, mas esta subida tem sido gradual. Há três anos abriu uma loja na Rue de Grenelle, perto de todos os outros grandes criadores, o que lhe abriu as portas para o seu primeiro desfile no calendário internacional da moda. Cerca de mil pessoas assistiram ao desfile, esteve lá toda a imprensa internacional e quinze canais de televisão. Neste momento prepara-se para a conquista do mercado dos Estados Unidos. A fama e o facto de ser a primeira mulher da moda portuguesa, são expressões que não a assustam. As pessoas são sempre simpáticas, e a própria Fátima considerase uma pessoa muito sociável, gosta de falar e conviver com as pessoas, não se importa com o constante assédio de que é alvo, nem com os pedidos de autógrafos. Sabe que muitas pessoas a consideram distante e arrogante, mas atira as culpas para a irreverência da imagem que ela própria construiu e afirma gostar de ver a admiração que
as pessoas sentem quando a conhecem e constatam que afinal ela é uma pessoa simples. Vida privada é uma expressão complicada. Existe, mas a falta de tempo é imperiosa… a vida acaba por ser o trabalho e pouco mais. Semanas com duas e três horas de sono, não há tempo para muitas coisas, não há tempo para se aperceber nem da fama, nem da falta que faz a vida privada, mas também não se preocupa, tudo vai surgindo e o tempo vai sendo distribuído. Para Fátima há sempre muito mais para conseguir. Quando alcança um objectivo, já tem outro em mente. “A vida é feita de sonhos… e eu nunca disse: já consegui tudo na vida…”. Gosta que a deixem trabalhar e é feliz com aquilo que faz. Orgulha-se de ser portuguesa, mas admite que a sua moda é internacional. Há traços que definem o seu estilo, neste caso e falando na roupa para mulher, podemos considerála muito feminina e original. Nisso é pragmática, ao afirmar que faz roupa para ela, quando desenha tem de ser roupa de que goste, jamais faria algo de que não gostasse. Depois as roupas são adaptadas para os tamanhos mais comerciais, mas têm sempre um lado muito design, um estilo muito próprio. Em relação à roupa para homem as particularidades são o oposto. O homem tem de ser muito masculino, mas nunca escondendo o corpo. Afirma estar na altura de os homens deixarem de vestir o tradicional casaco, com camisa aos quadrados e gravata. A roupa para BLM
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moda homem criada por Fátima Lopes é facilmente identificada por se afastar de tudo o que já existe no mercado, e é por essa razão que a procura tem vindo a aumentar. A androgeneidade da roupa é coisa que não lhe agrada. A mulher tem de ter curvas e o homem tem de ser muito homem, cada um com o seu corpo, todos com as suas diferenças, independentemente da sexualidade que homem ou mulher possam querer viver. Tudo o que faz tem a sua assinatura, tudo aquilo em que investe é um projecto seu, como foi a criação deste mega-espaço onde tem a loja, o bar, a agência e a escola de manequins, o atelier e a sua própria casa. Um grande sonho que aos poucos foi tomando forma. Um bar porque estamos no Bairro Alto; uma escola de manequins porque é o mundo onde se movimenta; um atelier porque o que tinha tornou-se pequeno e uma loja; porque só tinha uma em Lisboa. Um mega-projecto completamente desenhado por si, onde se denota o espírito e a iniciativa desta designer. O tempo foi avançando e a conversa escorregando, até que chegámos às novas tecnologias de design e de informação, como o novo programa que comprou e como a Bastidores, um projecto que a estilista classificou de importante pelo potencial que poderá ter em prol da divulgação da moda portuguesa e dos novos talentos. “Pode ser um veículo para a divulgação daquilo que se vai produzindo, não só ao nível da moda, mas de todas as outras artes como o cinema, o teatro e a música, para a moda principalmente, há muito poucos apoios em Portugal”. O desfile em Paris foi outra grande meta, à custa de uma ou duas semanas com muito sono por dormir… mais um marco na carreira desta grande mulher.
A coragem necessária para singrar
Falando de investimento… Quanto se investe para criar um negócio? Porque ter chegado a Lisboa com malas cheias de vontade não é suficiente…! Fátima Lopes: Em primeiro lugar, é preciso realmente força de vontade. Eu vivi toda a minha infância e adolescência no Funchal, trabalhei em turismo durante quatro anos, no Funchal. Fiz tudo o que havia a fazer em turismo, viajei pelo mundo, conheci pessoas... Já não havia mais nada para fazer lá. Resolvi mandar tudo para trás e vir à aventura para seguir o meu sonho. Não era uma coisa que me custasse, eu estava disposta a tudo, a dedicar a minha vida à moda. Na altura, comecei com um investimento pequeno e com uma amiga, abri uma lojinha multimarca (a Versos). Portanto, as coisas começaram mesmo pequeninas. Eu tinha um talento (o que Deus me deu para criar), imaginação não me faltava, mas precisava de noção de moda e nisso a loja ajudou-me.
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Texto: Joana Serra; Fotos: Press Coast
A Madeira era demasiado pequena para si? Fátima Lopes: A Madeira não chegava assim como Portugal também não chega. É muito bonito, é fantástico, mas a verdade é que é tão pequenino, o mercado é tão pequenino, que quando temos sonhos grandes também temos de pensar em grande e temos de pensar no mundo que está lá fora à nossa espera… A Madeira será sempre a minha terra natal, onde passo o Natal e as férias, mas em termos de mercado e de negócios é realmente uma ilha pequena, com menos de 300 mil habitantes. Para a área da moda, é muito reduzido.
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STORYTAILORS O que é nacional é bom
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s jovens criadores João Branco e Luís Sanchez, que encontram a sua inspiração nos contos de fada, imaginário e mitos apresentaram para esta estação “S.O.S Damsel in distress”, a última colecção desta dupla de sucesso. Composta por peças que se destinam a compor um guarda-roupa equilibrado, requintado, versátil e passível de interpretações imaginativas, como o próprio termo Street Couture sugere. Os cortes das peças apresentadas sugerem as linhas anatómicas do corpo e da figura humana. As cores, por sua vez, são retiradas da paleta da noite (azuis profundos, preto) e da luminosidade do amanhecer (branco, pérola, creme, malva, azul-céu). Na grande variedade de tecidos utilizados é de salientar o facto desta colecção recorrer integralmente à produção nacional. Porque o que é nacional é bom!
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Texto: David Motta; Imagens gentilmente cedidas pelos costureiros
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pessoas de sucesso
Catarina Portas Uma casa portuguesa com certeza!
A Vida Portuguesa não é só uma loja. Além do bem sucedido projecto empresarial é o local onde a história de uma sociedade se conta através dos produtos do quotidiano de um país.
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asceu em Lisboa e cedo se tornou jornalista, deixando a sua marca nas áreas de sociedade e cultura, na imprensa escrita n’ O Independente, Marie Claire, Diário de Noticias e desde 2007 no Público. Em televisão assinou a autoria e apresentou alguns programas na RTP e SIC. Na área da comunicação, colaborou com a ModaLisboa e o Instituto da Artes / Ministério da Cultura. Na escrita, lançou dois livros, “Olivais, retrato de um bairro” e “Goa, história de um encontro”, e o documentário “Bruta Flor do Querer”. Confessa-se apaixonada pela identidade portuguesa e, em Dezembro de 2004, lança a marca “Uma Casa Portuguesa”. Desde Maio de 2007, “A Vida Portuguesa”, no número 11 da Rua da Anchieta, no coração do Chiado é a sua casa. Um projecto bem sucedido que toca nas vidas de quem visita o local, não deixando ninguém indiferente. BLM – Como nasceu este projecto? Catarina Portas – Surgiu porque passei a maior parte da minha vida como jornalista e este foi um tema de pesquisa que me interessou. Na altura andava a pensar fazer um livro sobre a vida quotidiana em Portugal no Sec. XX. Foi quando estava a pensar nesse livro que surgiu então a ideia de reconstituir uma dispensa da época, porque sabia que ainda havia muitos produtos que tinham conservado as embalagens antigas e quando me pus à procura, descobri que uma grande parte dos produtos estava a desaparecer. O que eu fiz foi basicamente uma pesquisa extenuante em todas as áreas e juntei os resultados dessa mesma pesquisa numa loja e direccionei-a para um público que não era na sua maior parte o público tradicional desse tipo de produtos. Procurei essencialmente produtos que se fabricam em Portugal há várias décadas, de uma forma ainda muito manufacturada e com embalagens originais ou embalagens directamente inspiradas nas embalagens originais. Portanto sabia que isso seria uma boa introdução no mercado e que me interessava. Produtos como o limpa metais Coração e a pasta medicinal Couto foram sendo esquecidos… Tanto num caso como no outro, a Couto e a Coração, sempre foram duas empresas que investiram imenso na publicidade dos seus produtos. A pasta Couto é uma boa pasta que deixa a boca bastante fresca, o restaurador Olex é um produto que nós temos, mas que de inicio não tinha sido escolhido,
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porque achava que não se adequava ao mercado de hoje, mas foi por causa de pedidos dos clientes que eu introduzi o restaurador Olex. Juntei nesta loja produtos que eram fabricados por diversas fábricas e depois comecei a ir ter com as fábricas e com algumas delas fiz parcerias, para fazer reedições exclusivas de alguns produtos, como é o caso da Viarco, que quando esta loja abriu fizemos uma exposição comemorativa dos 70 anos de existência da Viarco e nessa ocasião reeditamos 8 embalagens históricas da Viarco. No interior da embalagem conta a história dos lápis Viarco, em Inglês e Português, e
explica que é uma reedição d’ A Vida Portuguesa e da Viarco. Tentamos ter todo o nosso material bilingue, não faz sentido de outra forma. Fizemos isso também com as andorinhas Bordalo, a andorinha era uma peça que a Bordalo fazia muito raramente e portanto propus à Bordalo ficar com a exclusividade das andorinhas e relançá-las, e de facto já vendemos uns milhares [risos]. E o Galo de Barcelos? Pessoalmente gosto muito mais da andorinha, Para mim a andorinha é um ícone nacional que faz muito mais sentido que o galo de Barcelos. Por várias razões… primeiro a andorinha é mais antiga, é dos finais do Sec. XIX, se é que foi o Bordalo que as criou. Depois porque simbolicamente a andorinha, é uma ave migradora, uma ave pequena, mas valente e corajosa, e a preto e branco. Já o galo de Barcelos, todos o vendem e depois é uma criação e imposição do Estado Novo, ou seja trata-se de um ícone nacional que foi imposto pelo regime, enquanto a andorinha foi apropriada pelo povo. Neste momento, enquanto empresária, a sua actividade como jornalista diminuiu? Não, pelo contrario… No fundo encontrei foi um tema de pesquisa que me fascinou e como não tinha ninguém que me pagasse essa pesquisa, eu arranjei uma forma dessa pesquisa se pagar a si própria, e inventei uma forma que podia ser útil a toda a gente - começar a vender esses produtos. Para mim o mais importante de tudo, neste trabalho de revalorização destes produtos é a informação, muita informação. No seguimento dessa pesquisa, que já vai para 4 anos, pretendo publicar para o ano um livro sobre os produtos antigos portugueses. Continuo a escrever crónicas no Público, aos sábados, algo que nunca tinha feito e estou a gostar imenso, portanto, paradoxalmente, no momento em que me tornei empresária, estou a fazer algum do trabalho jornalístico mais interessante que fiz na vida.
E este espaço, onde está a loja. Como foi adquirido? Foi uma sorte enorme, parecia que estava á nossa espera. Isto foi um armazém, de uma loja de seda e cosméticos da “David e David”, essa loja abriu em 1905 e este era o armazém e também a fábrica de perfumaria! Havia uma série de funções aqui, tal como o empacotamento. Portanto os frascos e bidões que temos aqui, são de pó de arroz com mais de quarenta anos, tudo proveniente dessa altura, dessa loja, e que nós mantivemos. O que faz a riqueza do Chiado, é haver lojas que não existem em mais lado nenhum, lojas cujos interiores têm características únicas e por isso mesmo é importante manter esse tipo de lojas, manter os espaços, mesmo quando essas lojas deixam de existir. As lojas hoje em dia são iguais em todo o lado, e portanto quanto mais iguais são, mais nós precisamos de lojas diferentes, que nos chamem a atenção pela diferença. Resumindo, para BLM
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pessoas de sucesso
fazer uma loja gira, não é preciso demolir tudo. Nesta, depois da limpeza, o que mais usamos foi a cera Encerite, que é vendida cá [risos]. Gastámos muita Encerite. Qual é o seu produto preferido? Eu gosto e utilizo todos os produtos da loja. Tenho-os em casa e ofereço, são produtos em que eu acredito. Como o creme de mãos Alantoíne, que deixa as mãos fantásticas!
Há projectos de expansão? Está nos nossos planos… em breve, a abertura de uma loja no Porto e não só [risos]. Que concelho quer deixar aos leitores da Bastidores? Nunca desistir dos nossos sonhos, dos nossos objectivos. E ter sempre coragem para acordar e batalhar diariamente. É difícil! Mas nunca fugindo às responsabilidades, falando com as pessoas, de forma franca e honesta e nunca baixar os braços. blm Saiba mais sobre A Vida Portuguesa em: www.avidaportuguesa.com
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tempo médio de leitura: 8 minutos
Texto: Paula Martin; Fotos: Paulo Ribeiro
De quanto foi o investimento para este projecto? Comecei com mil euros. Na altura tinha uma amiga, que foi sócia no início, e cada uma de nós investiu mil euros para fazer as primeiras caixas, como primeiro teste, antes do Natal. Mas o investimento no total, foi muito superior. Depois basicamente, todo o dinheiro que foi realizado, foi automaticamente reinvestido no projecto. Só comecei a ganhar dinheiro ao fim de três difíceis anos, onde praticamente estava a tempo inteiro neste projecto, onde não tinha tempo para fazer mais nada e não ganhava nada com isto. Foi um exercício de equilíbrio financeiro na minha vida muito complicado. Quanto mais difíceis, mais saborosas se tornam as vitórias.
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Frida Kahlo A mulher que deu vida a si pr贸pria
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Uma vida cheia de arte, amor e muito sofrimento. A dor física tornou-se mais suportável que qualquer outra, nomeadamente o medo de perder o amor de Diego Rivera e não poder ser mãe
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asceu Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, em Coyoacán no México, a 6 de Julho de 1907. Filha de um fotógrafo judeu alemão, Guilhermo Kahlo e de Matilde Calderón e Gonzalez, uma mestiça mexicana. Em 1913, com seis anos, Frida contrai poliomielite, sendo esta a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofre ao longo de sua vida. A poliomielite deixa-lhe uma lesão no pé direito e, pela qual, passa a ser apelidada de “Frida pata de palo” (Frida perna de pau). A partir daí começou a usar calças e depois, longas e exóticas saias, que vieram a ser uma de suas marcas pessoais. Ao contrário de muitos artistas, Kahlo não começou a pintar cedo. Embora o seu pai tivesse a pintura como um passatempo, Frida não estava particularmente interessada na arte como uma carreira. Entre 1922 e 1925 frequentou a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e assiste a aulas de desenho. Aos 18 anos aprende a técnica da gravura com Fernando Fernandez. Porém sofreu um grave acidente. O autocarro no qual viajava chocou com um comboio, o que originou a ter de usar vários coletes ortopédicos e de materiais diferentes, chegando inclusive a pintar alguns deles (por exemplo o colete de gesso intitulado “a coluna partida”). Teve de ser várias vezes submetida a dolorosas cirurgias o que fez com que ficasse muito tempo acamada. Durante a sua longa convalescença começou a pintar, com uma caixa de tintas que pertenciam ao pai, e com um cavalete adaptado à cama. Em 1928 quando Frida Kahlo entra no Partido Comunista Mexicano, conhece o muralista Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte. Sob a influência da obra do marido, adoptou o emprego e simples num estilo propositadamente reconhecido como naïf. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, adoptando com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México. Entre 1930 e 1933 passa a maior parte do tempo em Nova Iorque e Detroit com Rivera. Entre 1937 e 1939 Leon Trotski vive na sua casa de Coyoacan. Em 1938 André Breton qualifica sua obra de surrealista, num ensaio que escreve para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declara mais tarde: “pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade”. Em 1939 expõe em Paris, na galeria Renón et Colle, e a partir de 1943 dá aulas na escola La Esmeralda, no México. Em 1953 a Galeria de Arte Contemporânea desta mesma cidade organiza uma importante exposição em sua honra, à qual chega fazendo-se transportar numa cama. Alguns de seus primeiros trabalhos incluem o “Auto-retrato num vestido de veludo” (1926), “retrato de Miguel N. Lira” (1927), “retrato de Alicia Galant” (1927) e “retrato de minha irmã Christina” (1928). A casa-museu, cinema e teatro Em 1958, quatro anos após a sua morte, a casa onde sempre morou ficou conhecida como “Casa Azul”, transformando-se BLM
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no Museu Frida Kahlo, numa exposição constante. Frida Kahlo, reconhecida tanto pela sua obra quanto pela vida pessoal, ganha retrospectiva nas suas obras, com objectos e documentos inéditos, além de fotografias, desenhos, vestidos e livros. Em 2002, sob a direcção de Julie Taymor, é lançado o filme “Frida”, interpretada por Salma Hayek, que narra a história da pintora, e conta ainda com a presença de Alfred Molina, que interpreta Diego Rivera. Graças a este filme o mundo ficou a saber mais sobre a pintora mexicana e a conhecer a voz única e intemporal de Chavela Vargas, que emocionou plateias com o tema “Lo Llorona”. Muitos têm sido os textos sobre a vida e obra de Frida Kahlo, e muitas têm sido as actrizes a representá-la.
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Viva la Vida Escrito pelo mexicano Humberto Robles, o monólogo “Viva La Vida - Frida Kahlo” tem emocionado audiências por todo o mundo desde a sua estreia em 2001, tendo já recebido vários prémios. Uma das mais importantes pintoras de sempre, Frida Kahlo teve uma existência curta e marcada pelo sofrimento. Uma sobrevivente por natureza e destino, cedo aprendeu a aproveitar cada momento da vida com alegria. Esta peça é, acima de tudo, um retrato autêntico e comovente do lado mais humano e intimo desta mulher. Um marido infiel, as dores crónicas na perna e coluna, as deformidades físicas e a incapacidade de ser mãe são os aspectos trágicos de uma vida retratada num texto maravilhoso. A encenação está a cargo de Antonio Feio, e Fernanda Serrano é Frida Kahlo no palco do Auditório dos Oceanos no Casino Lisboa, de 18 de Fevereiro a 15 de Março. Importa lembrar que esta produção foi adiada aquando da gravidez de Fernanda Serrano e, quis o destino que depois da batalha, ganha, pela qual passou, a sua vida fosse coroada com este trabalho e, ironicamente, com este título. Valeu a pena esperar! blm tempo médio de leitura: 6 minutos
Texto: Paula Martin; Fotos: Reuters, EPA, UAU
No Brasil Rosamaria Murtinho deu-lhe vida, em Lisboa Fernanda Serrano interpretará a pintora, no monólogo “Viva la Vida - Frida Kahlo”.
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A lenda renasce
versão em carne e osso do clássico de Akira Toriyama está prestes a invadir os cinemas de todo o planeta. O filme é aguardado ansiosamente pelos fãs, afinal, todos querem saber como ficará o cabelo de Goku na adaptação com actores reais. Apesar da tentativa de não divulgarem
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qualquer imagem oficial, as fotos de algumas cenas acabaram por invadir a internet, e os mais ansiosos podem matar um pouco a curiosidade de como as personagens ficaram na versão cinematográfica. A ansiedade dos fãs, já considera este o maior filme do 2009,
Dragon Ball - O Filme Goku acreditava ser um adolescente comum, até a morte do avô deixar o seu mundo de cabeça para baixo. Não bastando o facto de perder o avô, agora ele precisa de salvar o mundo inteiro de um louco que está atrás das sete esferas do dragão. Quem conseguir as esferas, terá todo o poder do universo nas mãos. Goku descobre que, na verdade, é um guerreiro nas artes marciais que precisa salvar o mundo. Ele e seus novos e poderosos amigos travarão uma jornada para conseguir as sete esferas do dragão antes que o maldoso Piccolo as consiga e as use para dominar o universo! Elenco: Justin Chatwin, James Marters, Jamie Chung, Emmie Rossum, Eriko Tamura e Joon Park. Estreia prevista em Abril de 2009 Dragon Ball - A eterna batalha entre o bem e o mal A história conta a vida de Son Goku, um menino com cauda de macaco, baseado na lenda chinesa “Viagem ao Oeste”, desde as suas aventuras enquanto criança até se tornar avô. Durante a sua vida, participa de muitas batalhas com adversários cada vez mais fortes, procurando sempre aumentar a sua força. Nas suas viagens, Goku conhece várias pessoas, criando muitas vezes uma amizade muito forte com elas que os ajudam a vencer os vilões da história. As “Esferas do Dragão” são alguns dos componentes da história. São sete bolas de cristal, mágicas, que estão espalhadas pelo planeta e que possuem estrelas no seu interior (de uma a sete). Quando todas são reunidas, se o portador souber as palavras mágicas, são usadas para invocar o dragão ShengLong (Shenron) que realiza um desejo (com limites). Depois do desejo ser concedido, as bolas transformam-se em pedra e espalham-se pelo planeta, ficando impossíveis de serem usadas e detectadas durante um ano. Em tempos passados, demoraria gerações para procurar e juntar as esferas. No entanto, no início da história, Bulma cria o Radar do Dragão para detectá-las, tornando o processo mais fácil e rápido do que deveria ser. No decorrer da série, as “Dragon Balls” deixam de ser o tema principal para serem apenas um elemento secundário. O início da viagem fantástica de Goku começa com o aparecimento da jovem Bulma que está atrás das esferas. Goku mora nas montanhas sozinho, desde que o seu avô Son Gohan morreu. O objecto que ele guarda como uma lembrança do seu avô é uma das Esferas do Dragão. Durante todo o percurso, na tentativa de reunir as esferas, Goku conhece muitas pessoas como Oolong (um porco que consegue alterar a sua forma), Yamcha (um bandido do deserto), Pual (um bicho voador com os mesmos poderes que Oolong, que vive com Yamcha), Mestre Kame/Tartaruga Genial (um velho mestre de artes marciais), Kuririn/Krillin (um jovem monge que procura os ensinamentos do Tartaruga Genial) e Lunch (uma
jovem que possui dupla personalidade, que se manifesta ao espirrar (o seu cabelo muda de cor e sua personalidade varia entre violenta e bondosa). Enfrenta muitos perigos e inimigos, como Pilaf, o Exército da Legião Vermelha/Red Ribbon e o Rei Demónio Piccolo/Coraçãozinho de Satã. Se já acompanhava as várias series animadas, e todo o merchandising que as mesmas originaram, não vai querer perder a adaptação cinematográfica, que irá prender o espectador à cadeira desde o primeiro segundo.
tempo médio de leitura: 5 minutos
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Texto: Paula Martin; Fotos: D.R.
e anseiam ver os actores vestirem a pele do maior sucesso da animação televisiva. Justin Chatwin seré Goku e James Masters (o Spike de “Buffy – A Caçadora de Vampiros”) veste a pele do vilão Piccolo. A produção é assinada por Stephen Chow, e a realização é de James Wong.
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Anjo da guarda
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avid Boreanaz (“Angel” e “Bones”) aceitou o convite da PETA - associação de defesa dos animais – para a campanha de sensibilização do abandono dos animais e estimação. A cumplicidade com os dois cães que com ele pousaram para a campanha foi tal, que acabou por adopta-los.
Texto: Joana Serra; Fotos: D.R.
R laçõ s fort s
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Dieta
Será que os livros de dieta funcionam?
Capas atraentes, títulos sugestivos e um tema importante para muita gente: perder peso. Entre as dezenas de livros que chegam às livrarias todos os anos, muitos são um sucesso e até fazem parte das listas dos mais vendidos. Mas será que esses best-sellers resultam em dietas eficientes? Falamos com médicos e nutricionistas que analisaram as propostas dos quatro livros mais vendidos em todo o mundo. 102 BLM
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lguns parecem livros de auto-ajuda e, às vezes, até exageram nas palavras de estímulo e estratégias de motivação. Outros reforçam os capítulos dedicados ao corte de calorias, com dicas, cardápios e receitas. Varia o estilo e muda também o método. Mas, entre dietas da moda e manuais de reeducação alimentar, a grande maioria promete resultados rápidos na perda de peso e no ganho de auto-estima. Aquando da escolha da sua leitura, porém, é preciso ter em atenção alguns detalhes que fazem toda a diferença como, por exemplo, se o autor é médico ou nutricionista, se a proposta parece radical ou um pouco excêntrica (dieta da lua, dos quatro dias, do ananás, etc.) e se a promessa não é exagerada - algo na linha “perder dez quilos numa semana”. Às vezes, o conteúdo geral é bom, mas uma ou outra dica pode comprometer todo o programa. Nesse tipo de leitura, o ideal é não perder o bom senso, desacreditando de tudo o que parecer milagroso ou fácil demais.
“A Dieta do Arroz”
PROPOSTA: Apesar do nome, o arroz não é o único alimento nesta dieta. Na verdade, a dieta privilegia os grãos em geral (feijões, cereais e aveias). Mas o ponto central é a restrição do sódio. De acordo com seus autores, a nutricionista Kitty Rosati e o cardiologista Robert Rosati, “A Dieta do Arroz - A Solução Definitiva para Chegar ao Peso Ideal com Vitalidade e Energia” é o programa de emagrecimento mais rápido e seguro em termos médicos. A dieta promove a perda de peso e desintoxicação, eliminando o excesso de sódio, água e toxinas de alimentos processados. Os menus dão prioridade à ingestão de alimentos frescos e integrais, e a sua principal fonte de energia vem dos carboidratos. Segundo os autores, a velocidade do emagrecimento depende de vários factores, mas, em média, os homens perdem 14 quilos e as mulheres 10 quilos, no primeiro mês. POR QUE NÃO FUNCIONA: É uma dieta muito monótona e, por isso mesmo, o rápido risco de ser abandonada. Além disso, por ser muito restritivo e praticamente proibir o uso de temperos, principalmente nas duas primeiras fases, o regime torna-se enjoativo. Isso faz crescer a vontade de desistir a meio do caminho. Na prática, quem almoça fora de casa não consegue seguir o programa que o livro sugere, já que dificilmente um restaurante prepara pratos sem sal e óleo. Por ser baseada em carboidratos, esta dieta favorece maior perda de massa magra do que o habitual, o que não é bom. O menu deveria conter mais proteínas, nutrientes responsáveis pela construção e manutenção dos músculos. Este tipo de alimentação até pode resultar em termos de emagrecimento, mas não é eficiente na fase de manutenção de peso. A promessa de perder 10 a 14 quilos no primeiro mês é exagerada: a quantidade de peso eliminado varia sempre de pessoa para pessoa, mas tantos quilos num mês é muita coisa e certamente não é um emagrecimento saudável. Apesar de os autores falarem em reeducação alimentar na terceira fase, o conceito, de facto, não faz parte do programa, pois a dieta continua a restringir diversos alimentos. DICA DO ESPECIALISTA: Eliminar totalmente um alimento do menu pode até ajudar a emagrecer, mas dificilmente a pessoa se irá manter magra. Já quem se reeduca come tudo o que tem vontade, porque aprendeu a não exagerar na dose.
“A Dieta do Mel”
PROPOSTA: A ingestão diária de duas colheres de mel antes de dormir ajudaria o organismo a queimar gorduras durante o sono e ainda daria disposição para o dia seguinte. Essa é a tese de “A Dieta do Mel - Como Emagrecer Dormindo”, de Mike & Stuart McInnes. Os autores, um médico e um farmacêutico, defendem que se deve comer mel antes das primeiras quatro horas de descanso quando, segundo eles, o sono é profundo e os sistemas de reparação atingem o nível máximo de actividade. Segundo os autores, nesse período a taxa metabólica eleva-se e o organismo queima os depósitos de gordura. O livro sugere, ainda, a prática de exercícios, de duas sessões diárias de 15 minutos três vezes por semana, que estimulam a produção de “hormonas de reparação”, que, assim, ficariam “mais activas” na queima de gordura armazenada. POR QUE NÃO FUNCIONA: O emagrecimento é reflexo de um balanço energético negativo, ou seja, perdemos peso quando ingerimos menos calorias e gastamos mais energia. E, quando dormimos, o nosso gasto energético é menor e não maior, como afirmam os autores do livro. Do ponto de vista científico, ingerir (ou não) mel antes de dormir não interfere no processo de queima de gordura. E é sempre bom lembrar que o mel, apesar de saudável, é calórico. Os autores afirmam que o cérebro utiliza glicose como fonte de energia, o que é verdade. Isso, no entanto, não significa que precisemos de ingerir glicose para alimentar o cérebro, pois o nosso fígado é capaz de transformar carboidratos, proteínas e gorduras em glicose. O grande absurdo da dieta está na promessa de emagrecer durante o sono, pois, independente do que ingerimos, o nosso metabolismo é naturalmente mais lento nesse período. O pico da taxa metabólica dá-se, em geral, no meio da manhã e no meio da tarde - e não de madrugada, como diz o livro. DICA DO ESPECIALISTA: Manter uma dieta equilibrada e de baixas calorias e pratica de actividades aeróbicas pelo menos durante uma hora, três vezes por semana. Esse é o “segredo” para um emagrecimento saudável e efectivo.
“A Dieta das 3 horas”
PROPOSTA: Neste livro, o consultor Jorge Cruise afirma que perder peso não exige privações, exercícios, remédios ou cirurgias. Basta comer a cada três horas. Apesar disso, o livro fala em “porções ideais” e descreve um programa “enxuto” de actividade física. A ideia central é fraccionar as refeições, comendo em horários fixos, o que, em tese, aceleraria o ritmo do metabolismo. Com essa estratégia, seria possível eliminar cerca de 1 quilo por semana e, de perder a barriga, já que o método contribui para a diminuição dos níveis de cortisol, a hormona do stress, hoje associado à gordura localizada no abdómen. O livro sugere duas sessões semanais de oito minutos de exercícios, com uma caminhada acelerada de dez minutos. POR QUE NÃO FUNCIONA: A pesquisa de base da dieta está correcta. Dividir as refeições acelera o metabolismo e evita a compulsão, o que ajuda a perder peso. Mas o programa peca pela determinação rígida de horários e pela falta de ênfase nas actividades físicas. A sua principal falha é justamente estabelecer horários fixos para as refeições. Isso não é prático nem é o ideal, já que tem que se adaptar a dieta ao estilo de vida da pessoa. BLM
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saúde “A Dieta dos Hamptons”
PROPOSTA: Ex-director do Atkins Center, o americano Fred Pescatore é apresentado como um dos grandes especialistas na área. No livro “A Dieta dos Hamptons - Os Segredos da Dieta dos Ricos, Famosos e Magros”, o médico inspira-se no perfil e hábitos das celebridades que frequentam uma das mais badaladas praias da costa leste dos Estados Unidos. Para ficar magro como eles, seria preciso reduzir o consumo de carboidratos e incrementar o da gordura monoinsaturada e ómega 3 (peixe, carne magras e legumes). Na ementa de 30 dias, o destaque é o caríssimo óleo da noz de macadamia (em lojas gourmet). O livro indica também o uso de suplementos, como a coenzima Q10 e a glutamina. POR QUE NÃO FUNCIONA: Como na conhecida dieta de Atkins, o carboidrato é o grande vilão. A diferença é que, aqui, o autor defende o uso de gorduras mais saudáveis, como o azeite, e não todas, como em Atkins. Um dos pontos frágeis da proposta é a generalização. Cada pessoa tem uma genética e um estilo de vida diferentes, exigindo rotina de exercícios e alimentação específicas, isto é, nem sempre igual à dos frequentadores de South Hampton... Seguir a mesma dieta certamente não garante um corpo bonito e saudável para todos. Além disso, o programa restringe o consumo de algumas proteínas, como queijos e carne bovina, substituídos por aves, peixes, nozes e sementes. Recomendável, porém, é comer moderadamente todas as proteínas, inclusive a carne de porco. O autor também indica alguns óleos e gorduras. Mas o critério parece ter mais a ver com o preço do que com os valores nutricionais de cada produto. O azeite é tão nutritivo quanto o óleo de macadamia, porém a dieta apregoa o uso do segundo. Além disso, como a ingestão de carboidratos é restrita, quem segue a dieta pode ter dores de cabeça e mal-estar causados por hipoglicemia. Mais: no quesito “frutas”, a dieta também deixa a desejar. O ideal é comer de três a cinco porções por dia, independente da fruta. Mas a Dieta dos Hamptons restringe muitas delas, como, por exemplo, a banana. Apesar de ser rica em carboidrato, a fruta é fonte de potássio e não deve ser excluída da ementa. Há, também, um certo exagero na indicação de suplementos, como as cápsulas de ácidos essenciais, já que a dieta é baseada em alimentos ricos nesses nutrientes, como óleos vegetais, carnes e lacticínios. DICA DO ESPECIALISTA: A questão é a quantidade: coma o que quiser, mas sempre em pequenas porções. blm
A opinião é unânime: para um sucesso garantido na perda de peso, e principalmente manter, a solução passa pela reeducação dos nossos hábitos alimentares. Salientamos ainda outros títulos, sobre a mesma temática: “A Dieta Definitiva”, de Gillian Mckeith. A nutricionista inglesa propõe mudanças simples na alimentação e no estilo de vida, para perder peso e ganhar disposição. O ideal é preocupar-se mais com o que come do que com as calorias que cada alimento contém. Segundo a autora, o poder nutricional dos alimentos é a chave para um emagrecimento seguro e definitivo.
“Comida, um Santo Remédio”, de Joselaine Sturmer. A médica parte do princípio de que muitas enfermidades poderiam ser prevenidas ou até curadas através da alimentação. O livro ensina passo-a-passo a reeducação alimentar como meio de garantir o peso ideal e uma boa saúde.
“A Dieta do Bom Humor”, de Sonia Tucunduva Philippi. A ideia central é emagrecer com prazer, sem se privar do prazer de comer. Mais uma vez, trata-se de aprender a comer na dose certa. Segundo a autora, quem se priva do que gosta por muito tempo fica de mau humor e ainda corre o risco de fracassar na dieta. O livro também traz dicas de como não sair da linha em festas e viagens. tempo médio de leitura: 12 minutos
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Texto e pesquisa: Joana Serra e Silvana Tavano; Imagens: D.R.; Consultores: Mônica Beyruti, nutricionista; Mariana Del Bosco, nutricionista; Alessandra Rascovski, endocrinologista (Clínica Zuleika Halpern, SP); Tânia Rodrigues, nutricionista
Sobre a gordura abdominal: é verdade, sim, que comer a cada três horas contribui para a diminuição do cortisol, mas isso não garante uma barriguinha lisa. Acontece que a queda na taxa de cortisol não é assim tão significativa e, além disso, para perder gordura abdominal é preciso aliar a dieta à actividade física. O exercício físico é fundamental: para emagrecer efectivamente, a Organização Mundial de Saúde recomenda a prática de actividade fisica, como corrida, esteira ou natação, cinco vezes por semana, durante meia hora, ou três sessões semanais de uma hora. DICA DO ESPECIALISTA: Fazer um lanche antes do almoço e outro a meio da tarde, sempre à base de frutas, queijo fresco, iogurte e pão integral, para manter o metabolismo em pleno funcionamento.
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Qual o vinho adequado?
A harmonização entre os vinhos e a comida
Seja nos mais diversos cursos de vinhos que têm vindo a ser realizados um pouco por todos os lados, seja nos artigos publicados nos mais diversos jornais e revistas, seja nas conversas descontraídas aquando da apreciação de algum vinho, ou nos tão badalados “jantares do social”, muito em moda hoje em dia. De facto, a harmonização entre vinhos e a comida é uma arte na qual, quando se é bem sucedido, consegue-se uma valorização mútua, um sinergismo que aumenta o prazer em apreciar tanto o vinho como a comida. Por outro lado, uma combinação mal sucedida pode arruinar completamente uma situação, mesmo que o vinho ou a comida isoladamente se apresentem em óptimas condições. Daí vem o interesse em conhecer um pouco mais sobre este “mistério” de bem escolher um vinho para acompanhar um determinado prato. Importa lembrar, porém, que não há nada de misterioso nessa “arte”. É preciso apenas ter atenção a combinação dos elementos vinho e comida, como será demonstrado a seguir. 106 BLM
Escola inglesa A escola inglesa defende que há uma única regra a ser seguida para que a busca de uma harmonização entre vinhos e comidas seja bem sucedida: que seja respeitado o gosto pessoal de cada um. A escola inglesa, portanto, permite que, se de facto for o desejo da pessoa, que um vinho doce seja servido com a refeição ou ainda que um vinho tinto estruturado seja servido com um peixe apenas cozido ao vapor, mesmo que essas combinações gerem encontros desagradáveis. Mas, para a escola inglesa, todas as combinações são possíveis, desde que agradem. O que não está errado, sem sombra de dúvida. Escola francesa Por outro lado a escola francesa segue algumas regras de combinação de forma a evitar que se promovam certos eventos desagradáveis durante a apreciação dos vinhos e da comida. Mas, mesmo assim, a escola francesa também aceita que, se for do gosto da pessoa, qualquer combinação pode ser realizada. A escola francesa de harmonização entre vinhos e comidas lembra que a cada prato (uma sequência de pratos) de uma refeição deve ser servido um vinho. Ainda, que os vinhos servidos devem ser levados à mesa seguindo uma sequência crescente de sensações (isto é, dos vinhos menores para os maiores, dos menos estruturados aos mais estruturados, dos mais frescos aos mais macios, os secos antes dos doces, os menos alcoólicos antes dos mais alcoólicos, e assim sucessivamente), de forma que o vinho anterior não prejudique a percepção dos vinhos subsequentes. Outro lembrete da escola francesa é o de servir cada vinho na sua temperatura ideal de serviço. Já relacionando o vinho com a comida, a escola francesa defende que não devem ser servidos vinhos tintos estruturados com pratos de peixes ou frutos do mar. De maneira similar, são desaconselhadas as combinações entre carnes de caça e vinhos licorosos. Essas combinações desaconselhadas pela escola francesa podem provocar sensações desagradáveis na boca, como o “retrogosto metálico” (que lembra um pouco a sensação de beber água de tubagem enferrujada). A escola francesa delimita linhas grosseiras de combinações, como por exemplo servir vinho tinto para acompanhar um prato de carne vermelha. Entretanto, são inúmeros os vinhos tintos que existem à nossa disposição, de características totalmente diferentes por vezes, e também são inúmeros os pratos de carne vermelha, variando desde o tipo de carne até o método de preparação e confecção. Escola italiana A escola italiana surge para resolver estes problemas. A escola italiana de harmonização entre vinhos e comida defende que cada prato, de acordo com as suas características, deve ser
harmonizado com um vinho de características tais que a sua combinação com as características do prato seja agradável e onde haja valorização mútua, sem sobreposição. Ou seja, que, ao beber um vinho com um prato, possa sentir as características do prato e também as do vinho, afim de evitar que se sinta somente o vinho e não o prato, ou vice-versa. Destacamos o método de harmonização entre vinhos e comidas utilizado pela A.I.S. – Associazione Italiana Sommeliers, um método gráfico que permite avaliar como se dá a combinação entre os diferentes elementos do prato e do vinho. Esse método baseia-se na comparação de pares de características “organolépticas” do prato e do vinho. A intensidade olfactiva e a persistência do vinho, nesse método, são comparadas à persistência gusto-olfactiva do prato, além da sua aromaticidade e presença de condimentos. Afinal, um prato de sabor persistente na boca deve ser acompanhado de um vinho igualmente persistente. A maciez do vinho é comparada ao quanto se sente que o prato é salgado, se possui tendência ácida ou sensações de amargor. O “amortecimento” provocado pela maciez do vinho permite equilibrar estas sensações do prato. No entanto, sabe-se que pratos muito salgados, muito ácidos ou muito amargos não encontram harmonização com vinhos. A doçura do vinho é balanceada com a doçura do prato. Nesse caso, refere-se às sobremesas e aos vinhos doces. Não é aconselhado servir vinhos doces durante a refeição (antes da sobremesa) nem servir vinhos (ou espumantes) secos junto da sobremesa. O doce deve ser “combatido” com doce, não há alternativa. A acidez (ou o frescor) do vinho, e eventual efervescência, deve ser comparada à sensação de gordura e à tendência doce do prato. Não há nada melhor para “limpar” a nossa boca da gordura da comida com algo ácido ou mesmo algumas bolhas de gás carbónico. A tendência doce de algum vegetal, como a batata, deve ser balanceada com o frescor do vinho. A adstringência do vinho e a sua alcoolicidade vão ser balanceadas com a suculência do prato. Tanto a adstringência como a alcoolicidade (aquela sensação de pseudo-calor provocada pelo álcool) têm a capacidade de “secar” a boca. E a suculência, por sua vez, seja pela estimulação da salivação ao mastigar, seja pela presença de líquidos no interior dos alimentos, ocupa-se de balancear a “secura” provocada pelo vinho. Essas são apenas algumas ideias de combinação de características organolépticas do vinho e da comida, em busca da perfeita harmonização (que talvez seja impossível de ser alcançada). De qualquer forma, deve-se lembrar que, apesar de todas as recomendações que possam ser feitas, é a satisfação de quem degusta o vinho e a comida que importa, mesmo que vá contra os “padrões de sensações” da maioria das pessoas. A melhor (e talvez a única) forma de saber se haverá sucesso numa harmonização entre um determinado vinho e uma determinada comida é: degustar! Portanto, deve provar-se o máximo possível, sempre com um pouco de atenção, cuidado e conhecimento, mas na busca de ampliar as possibilidades. blm tempo médio de leitura: 8 minutos
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Texto: Joana Serra; Foto: Press Coast
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uitos são os pensamentos em torno deste tema. Algumas pessoas recomendam determinadas combinações, enquanto outras, por vezes, algo completamente diferente. De uma certa forma, pode-se dividir o conceito de harmonização entre vinhos e comida em três “escolas” de linha de pensamento: a escola inglesa, a francesa e a italiana.
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enólogo
Herdade da Calada Vinho de topo da
O Baron de B. Tinto 2005 recebeu o prémio escolha da imprensa na categoria de vinhos tintos, na Feira de Vinhos e Sabores. A Herdade da Calada beneficia de uma situação excepcional na região do Alentejo, sendo um dos domínios vitícolas mais modernos, que mantém o encanto, a elegância e a agradável vida mediterrânica. Fundada em 1854 pelos descendentes do Duque de Lancaster, a Herdade da Calada é uma jóia no meio do Alentejo.
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Classificação: DOC Alentejo “Reserva” Ano de Colheita: 2005 Vinificação: Vindima manual, 15 dias de maceração a frio seguido de fermentação com temperatura controlada, estagiou 18 meses em barricas novas de carvalho Francês e um ano em garrafa. Castas: 35 % Aragonês, 30% Trincadeira, 20% Cabernet Sauvignon, 15% Alicante Bouchet, provenientes de vinhas velhas. Cor: Vermelho escuro Notas de Prova: Fragrância intensa a frutos vermelhos silvestres, com notas de chocolate e especiarias. Deve ser decantado duas horas antes de ser consumido.
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Resultados Analíticos: Álcool Acidez Total Açúcar Acidez volátil pH 14,5 vol % 5,6 g/l 3 g/l 0,83 g/l 3,77 Capacidade de envelhecimento: 2 a 8 anos tempo médio de leitura: 3 minutos
Texto: Alexandra Silva com Herdade da Calada
Baron de B. Tinto 2005, vinho de topo da Herdade da Calada é feito a partir de uvas cuidadosamente seleccionadas, das castas Aragonês (30%), Trincadeira (30%), Alicante Bouschet (20%) e Cabernet Sauvignon (20%), de vinhas velhas. Como muitos dos excelentes vinhos de Bordéus, o Baron de B. Tinto estagia durante 18 meses em barricas de carvalho francês e um a dois anos em garrafa. Depois de convenientemente decantado, podemos apreciar aromas de ervas silvestres, passas e framboesas, sublinhados por suaves fragrâncias de madeira tostada. No palato este vinho desenvolve impressões sedosas e bem equilibradas de especiarias, amoras e chocolate preto. Deve ser decantado duas horas antes de ser consumido. Pode ser guardado por muitos anos. Durante o ano de 2008, o Baron de B. Tinto 2005 já arrecadou medalha de ouro na Mundusvini 08, na Alemanha, e o troféu Excelência no Concurso Les Citadelles du Vin, em França. “Queremos continuar a reforçar o prestígio da marca Baron de B. Tinto, que tem vindo a arrecadar prémios nacionais e internacionais desde que foi lançado em 2001. O Baron de B. Tinto 2005 foi classificado pela imprensa como um dos melhores tintos lançados em 2008”, refere Luis Galo, director Geral da Herdade da Calada.
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na cozinha com
Restaurante Azimute O
conforto e o aconchego não emanam apenas da protecção dos agasalhos ou do amparo de uma bebida quente. Uma boa refeição também pode aquecer e alegrar os dias mais frios. Por essa razão, o Chef Alexandre, responsável pela cozinha do Restaurante Azimute, integrado no Aqualuz Suite Hotel Apartamentos, criou a Carta de Inverno 2008/2009, à qual incutiu a sua criatividade. A Carta do Restaurante Azimute prima pela reinterpretação da gastronomia local, tendo sempre como base os produtos mais frescos e ricos da região. Como é apanágio do restaurante e do seu Chef, a carta é composta por pratos que são uma reinvenção dos sabores tradicionais portugueses, numa união entre tradição e modernidade. No Restaurante Azimute o conforto e a modernidade aliam-se num ambiente perfeitamente integrado com a natureza que o rodeia, proporcionando a quem o visita momentos únicos... Com a Serra da Arrábida e a praia de Tróia aos pés, o Restaurante Azimute é o sítio ideal para descobrir uma cozinha imaginativa, onde, certamente, irá viver grandes momentos ao sabor de criativos menus e de vinhos de excepção. Após um percurso profissional por algumas das melhores
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cozinhas de hotéis de resorts de 4 e 5 estrelas, desde a Alemanha à Republica Dominicana, o chef Alexandre coordena, agora, a equipa de cozinha do Aqualuz Suite Hotel Apartamentos, onde põe em prática toda a sua criatividade e imaginação. O Restaurante Azimute, é o restaurante principal do Aqualuz Suite Hotel Apartamentos, situado no piso térreo da torre Tróia Mar. Na sala ampla com esplanada e vista sobre o jardim e piscina são servidos os pequenos-almoços. O buffet é requintado e rico em pratos de cozinha internacional e tradicional portuguesa, com uma grande variedade de entradas, queijos e sobremesas. O Azimute Bar da piscina é o espaço do Azimute que dá apoio à piscina. Tem como especialidade os grelhados e dispõe também de uma grande variedade de snack’s e bebidas. Aqualuz Suite Hotel Apartamentos Restaurante Azimute Tróia 7570-789 Carvalhal GDL Telefone: 265 499 000 tempo médio de leitura: 4 minutos
Texto: Joana Serra com Trioa Resort
Porque uma boa refeição aquece até a alma
Lula com guisado de favas INGREDIENTES 0,1 kg Lula Fresca 0,05 kg Favas congeladas 0,2 kg Bacalhau posta congelado 0,05 lt Azeite 0,08 kg Tomate aos cubos 0,05 kg Cebola descascada 0,01 kg Coentros 0,01 kg Alho 0,005 kg Sal 0,005 kg Pimenta 0,001 kg Louro 0,002 kg Tomilho 0,03 lt Vinho branco 0,02 kg Toucinho 0,02 kg Chouriço
MODO DE PREPARAÇÃO Arranjar a posta de bacalhau, tirar a espinha, grelhar o bacalhau e terminar no forno. Arranjar a lula e reservar a cabeça. Levar a lula e confitar em azeite, alho, louro e tomilho, durante 30 minutos a 65º. Colocar um tacho ao lume, juntar cebola e alho picado, louro, toucinho e chouriço, deixar refogar, refrescar com vinho branco e reduzir. Juntar o tomate, as favas peladas, temperar com sal e pimenta e deixar refogar, salpicar com coentros. Temperar a cabeça da lula e passar por farinha, levar a fritar lentamente. No prato colocar a lula confit aberta ao meio, depois o guisado de favas e em cima colocar o bacalhau assado no forno. BLM
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Cremoso quente de maçã INGREDIENTES 0,16 kg Maça 0,02 kg Manteiga 0,003 kg Canela em pó 0,035 kg Açúcar 1 unid Ovo 0,003 kg Açúcar em pó 0,005 kg Raspa de limão 0,003 kg Aguardente 1 unid Gelado de baunilha MODO DE PREPARAÇÃO Cortar a tampa da maçã e retirar o miolo sem destruir, deixando-a como uma caixa, com a polpa da maçã, fazer um puré.
Depois de puré, misturar com manteiga, canela, açúcar e a gema, bater tudo muito bem. Juntar clara em castelo e envolver, encher a maçã com esse aparelho e levar ao forno a cozer durante 20 minutos. Num sauté colocar a manteiga, açúcar e raspa de limão e fazer caramelo, juntar gomos de maçã e caramelizar a maçã, flamejar com aguardente, reservar. No prato coloca-se o cremoso de maçã, dispor os gomos de maçã à volta e por último uma bola de gelado de baunilha. Decorar a gosto.
viagem
Cipriani Puro luxo na bela Veneza
Há viagens para sonhar e sonhos para realizar pelo menos uma vez na vida. Chegar a Veneza e dormir num dos mais requintados e elegantes hotéis da Europa, por certo fará parte do imaginário de qualquer ser humano que tem como referência de vida o puro luxo. Falamos do hotel Cipriani que todos os anos é presença obrigatória na lista dos melhores hotéis do mundo e que tem sabido conservar a atmosfera bucólica, romântica e exclusiva que sempre o distinguiu.
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esde a Praça de San Marcos bastam apenas cinco minutos de barco para chegar ao porto privado do hotel Cipriani, na ilha de Giudecca. Ao aproximarmo-nos, nem a beleza majestosa da lagoa nem o luxo da embarcação conseguem acalmar a nossa impaciência de visitante perante a expectativa de descobrir o mais célebre hotel de Veneza e um dos maiores mitos da hotelaria mundial.
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Visto a partir da gôndola privativa do hotel, o edifício não transmite uma imagem de imponência, mas a sua fachada em tons pastel, que parece emergir directamente do mar, não deixa ninguém indiferente. Um apaixonante e espectacular cenário que faz com que a par da Praça de San Marcos, o Cipriani, de nome completo Hotel Cipriani & Palazzo Vendramin, seja igualmente um sinónimo de Veneza. Já com os pés firmados em terra, o perfume da relva recentemente cortada mistura-se com o aroma de centenas de flores que nos conduzem até ao lobby. Aqui chegados, Virgílio, o porteiro do Cipriani desde 1958, apressa o passo para nos abrir as portas que dão acesso a um pequeno vestíbulo. Sem perca de tempo, Alfredo, o recepcionista, enquanto nos pergunta como temos passado, faz as malas desaparecerem, como que por magia, directamente para os quartos. Minutos depois, por detrás das janelas, descobrimos os vinhedos que parecem bronzear-se ao sol, enquanto ao lado alguém vai batendo umas bolas de ténis no único
campo de terra batida da cidade, e outros vão-se deliciando na única piscina existente em Veneza. Uma piscina de água do mar aquecida, o que a torna particularmente tentadora, e a preferida de Joan Collins. Nascido a partir do Palácio Vendramin, como anteriormente era conhecido, originalmente uma residência aristocrata do séc. XV, o Hotel Cipriani foi construído a pensar na tradicional e luxuosa hospitalidade veneziana, incorporando as mais requintadas acomodações, o mais atento serviço e o que de melhor a alta cozinha tem para oferecer, numa atmosfera calma e sedutora. Uma atmosfera que se prolonga pelos seus 88 quartos e suites ricamente decorados e mobilados. Se o seu quarto está virado para Sul, os olhos irão dispor de admiráveis vistas sobre a lagoa, enquanto os quartos virados para Este beneficiam de não menos fantásticas vistas sobre BLM
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a igreja de San Giorgio Maggiore, e as situadas a oeste deliciam-nos com a panorâmica dos vinhedos e dos jardins cerrados. Pela tarde, chegam aos nossos ouvidos os sons de um piano que nos convida a descer ao bar II Gabbiano, onde Walter, o barman, nos prepara um delicioso e o melhor cocktail Bellini que se conhece. Um cocktail à base de melão, framboesas e bolas de gelado. Para os mais activos, ou para aqueles que querem experimentar todas as ofertas disponíveis, o Cipriani coloca ao seu dispor um centro de saúde, com instalações de hidroterapia, sauna finlandesa, banho turco e salas de relaxamento, assim como a possibilidade de jogar golfe no campo de Alberoni, ali ao lado. Quando a noite chega e o convite para jantar acontece, as opções poderão passar pelo restaurante do terraço, da piscina ou pelo informal Cip’s Club. Aqui, a obrigação passará sempre pela solicitação de um carpaccio, já que o fundador do hotel, Giuseppe Cipriani, foi o inventor deste prato em 1950. O mesmo que fundou o lendário Harry’s Bar de Veneza e por onde passaram celebridades como Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Noel Coward’s ou Gertrude Stein’s, passando a fazer parte integrante da história da cidade. Depois do majestoso jantar, na noite de carnaval, e antes de sair para o baile, não se esqueça da sua máscara ou de retocar a maquilhagem. Ou se preferir prolongue a noite pelos corredores e jardins, deambulando apenas para absorver toda a atmosfera romântica que se sente no ar ou, o mais provável, cruzar-se com Catherine Zeta-Jones, Mick Jagger, Tommy Lee Jones, Michelle Pfeiffer, Richard Gere, Sharon
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O Hotel Cipriani, construído para oferecer a melhor hospitalidade, possui as instalações mais luxuosas, o melhor serviço e a gastronomia mais requintada de Veneza, Apenas acessível por barco, o Cipriani faz parte do clube The Leading Hotels of the World. Stone, George Clooney, Brad Pitt, Angelina Jolie… ou um outro qualquer comum e afortunado mortal a quem o Cipriani teve o condão de cativar. Hotel Cipriani Giudecca, 10 - 31133 Veneza Telf.: +39 041 520 7744 e-mail: info@hoteicipriani.it
tempo médio de leitura: 5 minutos
Texto: Fernando Borges e Paula Martin; Fotos: Stefano Rellandini, Across
viagem
www.across.pt Email: travel@across.pt
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Alvarรก 1321/06
Campo Grande, 220 B 1700-094 Lisboa Portugal Telef.:+351 21 781 74 70 Fax:+351 21 781 74 79
auto bastidores
O novo MINI Convertible
Um prazer de condução
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inalmente a apresentação oficial do Mini descapotável de nova geração, depois das dezenas de fotos de protótipos que foram tiradas ao longo dos últimos meses. Como seria de esperar nos dias que correm, a capota é completamente automática e recolhe em apenas 15 segundos se o condutor se mantiver a velocidades inferiores a 30Km/h. Apenas existirão duas motorizações, a versão base Cooper Cabrio terá o bloco 1.6l de 120 cavalos e a versão
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de topo Cooper S Cabrio usará o mesmo bloco, mas que graças a sobrealimentação chega aos 175 cavalos. Nós na Europa teremos direito às tecnologias de recuperação de energia na travagem entre outras coisas, parte do pacote que a BMW chama de Efficient Dynamics. É esperado nos stands no final do primeiro trimestre do próximo ano.
tempo mĂŠdio de leitura: 2 minutos
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Texto: Alexandra Silva; Fotos: BMW AG, D.R.
arqueologia
Castelo de S. Jorge Abre Núcleo Museológico
Constituído pelo acervo exumado nos vários locais de escavações arqueológicas do Castelo, esta abertura corresponde à conclusão da primeira fase do projecto de “Musealização da Praça Nova e Núcleo Museológico”, um projecto co-financiado a 62% pelo Feder / Plano Operacional de Cultura.
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colecção que integra o Núcleo Museológico do Castelo que agora se apresenta ao público é o corolário lógico das investigações arqueológicas que decorreram desde 1996, resultado de um protocolo estabelecido entre a Câmara Municipal de Lisboa, a empresa municipal Equipamentos dos Bairros Históricos de Lisboa (actualmente EGEAC) e o Instituto Português do Património Arquitectónico (agora integrado no IGESPAR). Esta parceria tinha como propósito o desenvolvimento e execução do Plano Integrado do Castelo no âmbito da reabilitação e valorização da zona monumentalizada do
Castelo de São Jorge e actual freguesia do Castelo. A importância histórica e arqueológica dos vestígios encontrados justificou uma intervenção cientificamente relevante e prolongada no tempo, que culminou com uma exposição permanente. Assim, a colecção que agora se expõe no Núcleo Museológico do Castelo pretende ser um contributo para o estudo de Lisboa e para compreender a importância das gentes e vivências que, ao longo dos séculos, construíram o substrato da cidade de hoje, um espaço intercultural por excelência, testemunho vivo da riqueza e diversidade culturais da história da cidade.
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1. Reboco pintado com representação do cordão da felicidade no pátio de uma das casas da zona residencial da Praça Nova. Séc. XI–XII; 2. Jarrinha para preparação de chás ou de infusões. Meados séc. XI/XII; 3. Ponteira de bainha de adaga decorada. Meados século XI/XII; 4. Candil de colo alto de cerâmica vidrada. Século XII; 5. Fragmento de taça de cerâmica pintada a vermelho de produção local. Séc. XI-XII
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A zona edificada do antigo Paço Real da Alcáçova – nomeadamente a sala Ogival, a sala das Colunas e a sala da Cisterna – foi o local escolhido para a apresentação das memórias da Alcáçova de Lisboa pela sua excelência e tradição enquanto local emblemático da cidade ao longo dos tempos: Paço do Alcaide na época Islâmica, Paço Real entre os séculos XIII e XVI, quartel na época Moderna e Contemporânea e Monumento Nacional na actualidade. No primeiro núcleo expositivo, a Alcáçova Islâmica de Lisboa ganha particular destaque, justificado pela incontornável presença do mundo islâmico em Lisboa, sobretudo os testemunhos dos séculos XI-XII, época da construção do castelo e da definição da Alcáçova enquanto espaço político-militar de relevo na cidade.
O segundo núcleo expositivo, genericamente designado por Outras Vivências, convida a uma viagem pelos testemunhos das diversas presenças que marcaram a Alcáçova e que ilustram aspectos diversos do quotidiano durante cerca de vinte e cinco séculos de ocupação do topo da colina do Castelo, começando pelos vestígios da primeira ocupação na Idade do Ferro, no século VII a.C. Como sub-núcleo, incluiu-se ainda um espaço dedicado ao tema da Cerâmica de Revestimento entre os séculos XV a XVIII. Informações e reservas: 218 800 620 www.castelosaojorge.egeac.pt
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6. Mealha de bolhão do reinado de D. Sancho I. 1185-1211; 7. Placa de xisto com dois moldes para medalhas religiosas para protecção do seu portador. Num dos moldes identifica-se apenas o inicio de uma oração, o outro apresenta um versículo do Corão. 1ª Metade do Século XII; 8. Fragmento de tigela vidrada a verde e manganês decorada com motivos vegetalistas e geométricos de produção importada. Séc. XI-XII; 9. Ânfora greco-itálica para transporte de vinho. Meados Séc II a.C.; 10. Taça de cerâmica cinzenta fina. Finais do séc. VI a séc. V a.C.
tempo médio de leitura: 3 minutos
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Texto: Joana Serra com EGEAC; Fotos: Paulo Cintra e Laura Castro Caldas
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Hor贸scopo Hindu
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Para os hindus, a astrologia é um guia que ajuda a trilhar os melhores caminhos. Desde épocas remotas, eles não decidem nada sem antes consultar os presságios das estrelas. Casamentos, guerras ou viagens só eram confirmadas, mediante a bênção dos astrólogos. O trabalho desses mestres é tão respeitado pelo povo hindu que este tipo de profissional tem a mesma posição social elevada de um sacerdote. Há vários pontos que diferem a astrologia hindu da astrologia tradicional. Os planetas descobertos em períodos mais recentes - como Plutão, Júpiter e Neptuno – são simplesmente ignorados. Eles alegam que esses planetas não possuem força simbólica comparável à dos planetas antigos. O signo ascendente também não é muito importante num mapa astral hindu. A ênfase vai toda para o signo solar, que determina a personalidade e as perspectivas de uma pessoa no momento em que ela chega ao mundo. E enquanto os astrólogos ocidentais se amparam na psicologia para fundamentar as suas interpretações, os astrólogos hindus explicam tudo à luz dos mitos milenares. Esse sistema astrológico tem a sua origem nos Vedas, textos que, segundo a tradição hindu, contêm revelações da verdade divina. Assim no hinduísmo, a astrologia é uma ciência sagrada, um caminho para a auto-realização. Mesha
De 15 de Abril a 15 de Maio Deus regente: Mangala (associado ao planeta Marte) Áreas em que mais se destaca: Desporto, administração de empresas, publicidade, engenharia, carreira militar, medicina cirúrgica, política, produção de rádio e televisão. De acordo com a mitologia hindu, Mangala foi filho de Shiva, o senhor da destruição. Um dia, Shiva estava muito cansado e uma gota de suor caí sobre a terra molhada, surgiu Mangala, um guerreiro incansável que participa nas batalhas montado num carneiro branco.
Karka
De 17 de Julho a 17 de Agosto Deus regente: Soma (associado à Lua) Áreas em que mais se destaca: Pediatria, decoração, assistência social, arqueologia, veterinária, culinária, oceanografia, artes plásticas, dança, música, história, pedagogia. Soma, regente de Karka, nasceu do sémen do sábio Atri, que Brahma, o deus criador, recolheu e levou para o céu. Então surgiu Soma, um ser masculino que todas as noites derrama gotas de elixir da vida sobre as plantas, para que elas se desenvolvam. Fonte do nascimento, Soma abençoa as gestantes, as fêmeas e aos filhotes de todas as espécies, as flores em botão e as crianças. PUB
Vrisha
De 16 de Maio a 15 de Junho Deus regente: Sukra (associado ao planeta Vénus) Áreas em que mais se destaca: Tecelagem, paisagismo, estética, terapia corporal, arquitectura, administração de empresas, agronomia, medicina veterinária. De acordo com a mitologia hindu, Sukra, o deus que rege esse signo, era filho de Brighu, um grande sábio. Depois do culto do poderoso deus Shiva durante milénios, Sukra foi agraciado com o dom de ressuscitar os mortos. Mas Sukra usou esse poder e ressuscitou os demónios derrotados pelos deuses do Bem. Irado, Shiva engoliu Sukra e só o libertou depois de derrotar o exército do mal.
Mithuna
De 16 de Junho a 16 de Julho Deus regente: Budha (associado ao planeta Mercúrio) Áreas em que mais se destaca: Literatura, turismo, teatro, tradução, vendas, jornalismo, ballet, fotografia, psiquiatria, psicologia, telecomunicações, cinema, antropologia. Na mitologia hindu, Budha, o regente de Mithuna, representa a inteligência e o discernimento. É filho de Átma (a consciência) e Mana (a mente). Elegante e sedutor, Budha usa vestes amarelas e ornamentos dourados. Percorre o céu montado num leão e concede sabedoria aos seus devotos. Graças à sua aparência privilegiada e à sua mente brilhante, Budha conquistou muitos favores dos deuses mais importantes do panteão hindu. BLM
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horóscopo
De 18 de Agosto a 16 de Setembro Deus regente: Ravi (associado ao Sol) Áreas em que mais se destaca: Direito, magistério, teatro, dramaturgia, fotografia, publicidade, administração de empresas, comércio, estética, engenharia, sonoplastia, moda. O nativo de Simha nasceu para conhecer a si mesmo e a ganhar um brilho cada vez maior. Isso porque, na mitologia hindu, Ravi, o regente de Simha, simboliza a alma e a beleza. Deste modo, além de existir externamente, na forma do Sol, Ravi também vive dentro de cada ser humano. O seu brilho intenso é o reflexo da grandeza das três divindades principais - Brahma, Vishnu e Shiva.
Vrischik
De 17 de Novembro a 16 de Dezembro Deus regente: Mangala (associado a Marte) Áreas em que mais se destaca: Psicologia, investigação, advocacia, literatura, sexologia, carreira militar, medicina cirúrgica, ginecologia, fotografia, teatro. O nativo de Vrischik é sensual, misterioso e envolvente. Regida por Mangala, o mais viril dos semi-deuses hindus, a pessoa nascida no período de Vrischika possui qualidades como a coragem, a capacidade de enfrentar desafios, a firmeza de carácter e a beleza.
Makara
De 17 de Setembro a 17 de Outubro Deus regente: Budha (associado ao planeta Mercúrio) Áreas em que mais se destaca: Economia, jornalismo, oftalmologia, contabilidade, administração doméstica, enfermagem, veterinária, farmácia, nutrição, secretariado. Dona de um carácter firme e correcto, o nativo de Kanya age sempre de maneira honesta e não admite mentiras ou traições. Isso porque Budha, regente de Kanya, actua como guardião da verdade e dos conhecimentos, além de ser o deus da comunicação.
De 15 de Janeiro a 13 de Fevereiro Deus regente: Sani (associado ao planeta Saturno) Áreas em que mais se destaca: Imobiliário, carreira bancária, geologia, engenharia civil, ortopedia, odontologia, arqueologia, administração de empresas. O nativo de Makara é a personificação do trabalho e da honestidade. Savi, o regente deste signo, é um dos filhos de Ravi, o Sol. Ele não suportava viver perto do pai, que o sufocava com o seu brilho e calor. Então, fugiu de casa e escondeu-se na floresta, onde todos os dias prestava os ritos de adoração ao deus Shiva. Satisfeito, Shiva concedeu a Sani o dom da imortalidade e transportou-o para o céu, onde assumiu a forma de um planeta (Saturno).
Tula
Kumbha
Kanya
De 18 de Outubro a 16 de Novembro Deus regente: Sukra (associado ao planeta Vênus) Áreas em que mais se destaca: Decoração, arte dramática, secretariado, paisagismo, sociologia, diplomacia, produção de moda, fotografia, advocacia, comércio, desenho industrial. Na mitologia hindu, Sukra, regente de Tula, é o instrutor de demónios. Ele opôs-se a Brihaspati, o instrutor dos deuses, e atraiu a ira dos senhores do mundo. Mas livrou-se de ser cruelmente castigado, pois os deuses perceberam que ele tinha agido de coração puro.
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De 17 de Dezembro a 14 de Janeiro Deus regente: Brihaspati (associado ao planeta Júpiter) Áreas em que mais se destaca: Advocacia, educação física, medicina veterinária, filosofia, carreira académica, produção de arte e espectáculos, turismo. O nativo de Dhanuh é extrovertido e descontraído, mas também maduro e sóbrio. Brihaspati é representado pelos artistas como um belo jovem de pele clara e olhos escuros, com chifres na cabeça, sete bocas e cem asas transparentes. Usa sobre os ombros um manto dourado bordado com pedras preciosas, símbolo da sua grandeza e majestade.
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De 14 de Fevereiro a 14 de Março Deus regente: Sani (associado ao planeta Saturno) Áreas em que mais se destaca: Astrologia, publicidade, informática, jornalismo, assistência social, engenharia de aeronaves, dramaturgia, astrofísica. O nativo de Kumbha é a melhor amigo que uma pessoa pode ter. Alegre e comunicativo, simpático e fraternal, está sempre pronto a atender às solicitações das pessoas queridas. É regido por Sani, o poderoso filho do Sol que se transformou no planeta Saturno. Dele, esse nativo, herdou o forte senso de responsabilidade e a firmeza de carácter.
Mina
De 15 de Março a 14 de Abril Deus regente: Brihaspati (associado ao planeta Júpiter) Áreas em que mais se destaca: Oceanografia, dramaturgia, assistência social, teologia, medicina, enfermagem, acupunctura, fotografia, psicoterapia. Regida por Brihaspati, o mestre dos deuses, o nativo de Mina atribui grande importância aos valores espirituais. É sábio e costuma dar conselhos valiosos aos amigos e parentes, que sempre o procuram nos momentos de dificuldade.
Por: Del Carmen – previsoesdelcarmen@gmail.com
Simha
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editorial
Há três anos que lhe mostramos os
BASTIDOR S! P
ois é verdade, entramos no terceiro ano em banca. Com persistência e muito trabalho, cá estamos e conquistamos aos poucos o nosso espaço na sua leitura. Ao longo destes três anos pessoas houve que passaram neste projecto e não deixaram qualquer marca. Pessoas houve porém, que durante a sua passagem deixaram um pouco de si. Bom e mau. O lado positivo foi a aprendizagem que pude ter. O lado menos bom, foi constatar que a ambição pode levar a cometer excessos. Nunca, em circunstância alguma, utilizei esta publicação para denegrir ou esclarecer quem quer que fosse, ou como veículo de resposta a qualquer insinuação, difamação ou outros. A esse tipo de situações, sempre dei a importância que os mesmos mereciam. E as medidas tomadas, foram em sede própria e não na Bastidores. Esta minha posição mantém-se. Não vou hipocritamente dizer que sou imune, não. Mas normalmente só anda à pedrada quem tem telhados de vidro! E se, porventura, me partem uma ou outra telha, os telhados de cada um não são feitos de telhas inquebráveis. As Leis do Universo têm-se encarregue de devolver as pedras atiradas. Durante estes três anos também houve pessoas que não se limitaram a passar… ficaram. E esse apoio faz da sua presença, o rochedo que tenho vindo a precisar de quando em vez. Com muito trabalho, fé e persistência vamos seguindo o caminho que temos vindo a trilhar. Não fazemos concorrência directa a nenhum título no mercado, continuamos a ser a publicação para a família. E como em tudo há bastidores, durante muito tempo iremos consigo partilhar o melhor da ficção, do teatro, do cinema - das artes em geral; dos luxos que a vida nos pode proporcionar: as jóias, viagens, moda, cosmética e perfumaria, desporto, saúde e os nossos companheiros para toda uma vida: o nosso animal de estimação. A Bastidores é feita a pensar em si e na sua família. Muito obrigada pela sua companhia.
Paula Martin (Directora)
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Carlos do Carmo O maestro do fado
Aos 68 anos, Carlos do Carmo continua a beber o elixir da eterna juventude. Só assim se explica uma primeira antologia – “Fado Maestro” e o grandioso concerto comemorativo dos 45 anos de carreira.
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arlos do Carmo Carlos do Carmo homenageou alguns dos músicos com quem trabalhou, no espectáculo dos 45 anos de carreira, no Casino Estoril. “Tratou-se de uma distinção que quis fazer a alguns dos músicos com quem trabalhei, sem menosprezo para os outros, num espaço que é especial para mim, pois foi
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onde por duas vezes recomecei a minha carreira”, disse à Lusa, Carlos do Carmo. A gala “A música e os músicos” aconteceu no Salão Preto & Prata do Casino Estoril, onde há 18 anos o fadista regressou aos palcos após ausência por razões de saúde, o que se repetiu há oito anos, recordou o criador de “Canoas do Tejo” de Frederico de Brito. Durante o espectáculo, com lotação esgotada, Carlos do Carmo desafiou alguns músicos a tocarem de improviso. “Cada trecho que cantei foi pensado para ter como resposta um músico em concreto. Os próprios músicos tiveram algumas surpresas. Alguns foram desafiados quase de improviso, e o fado é isso. Foi tipo ‘tu tocas, eu canto’. Mas todos os riscos valem a pena, para dar ao público o melhor de nós. Isso de muito ensaiadinho e arrumadinho não acho piada nenhuma”. A acompanhá-lo estiveram a Sinfonieta de Lisboa, dirigida por Vasco Pierce de Azevedo, e ainda António Vitorino de Almeida, ao piano, António Serrano, na harmónica, Carlos Bica, no contrabaixo, Carlos Manuel Proença e José Maria Nóbrega nas violas, Fernando Araújo, no baixo, Joel Pina, na viola-baixo, José Fontes Rocha, José Manuel Neto, e Ricardo Rocha, nas guitarras portuguesas. Foi editado, recentemente, uma segunda edição do álbum “À noite”, pela Universal Music, com dois temas extra, “Fado tropical” que interpreta com Chico Buarque e “Fado da Saudade” que lhe valeu o Prémio Goya da Real Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Espanha. “Foi uma distinção que me soube muito bem, fez-me bem, foi muito estimulante, foi surpreendente. Não fazia a mínima ideia que podia ganhar um prémio daqueles. Os espanhóis são fechados nos seus prémios, distribuem-nos entre si, e ao fazerem isto ao Fernando Pinto do Amaral e a mim, foi uma distinção muito bela e muito rara e foi muito estimulante. Mas acho isto muito interessante para o fado, uma chamada de atenção muito curiosa para o fado”, disse. Carlos do Carmo entregou o galardão ao Museu do Fado, que reabriu recentemente, pois considera que “é ali que deve estar, esta foi uma distinção a todos os portugueses”. Relativamente ao “renovado” Museu do Fado, de que Carlos do Carmo é um dos conselheiros, o fadista afirmou estar “expectante” quanto à nova linguagem museológica.
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“Desde a sua abertura, há dez anos, muita coisa mudou e, claro, havia que olhar o fado com os olhos de hoje, com uma nova atitude”, disse. Questionado sobre alguns projectos que têm cruzado o fado com outras linguagens, Carlos do Carmo considera “fantástico! Há o projecto de gravar um CD só com duetos. “Há muitas ideias em cima da mesa e essa é uma delas. Disseram-me que podia gravar com quem quisesse mas eu não gosto muito de lançar vaticínios porque podem não correr muito bem. De qualquer maneira, há alguns nomes com quem gostaria de cantar. O Tony Bennett, por exemplo. É uma referência para mim. Vi-o em Nova Iorque quando lá estive com a Mariza. O Sinatra seria fantástico mas já cá não está… É um dos meus cantores de eleição. Ele e outros como Gilbert Bécaud.” “Em 45 anos de carreira vivi muita coisa. Cantei em muitos palcos e gravei vários discos. Ainda há muita coisa para fazer mas sinto que tem valido a pena. Não sei se vou ter energia para chegar aos 50 mas para já, estou aí e com muita vontade.”
Carlos do Carmo nasceu em Lisboa a 21 de Dezembro de 1939. A sua mãe, Lucília do Carmo, foi uma das maiores fadistas do século XX, e o seu pai, Alfredo de Almeida, teve entre as suas várias profissões, a de livreiro e de empresário na indústria hoteleira. A casa dos pais na parte velha da cidade, Bairro Alto, era um lugar de reuniões de intelectuais e de artistas, algumas das figuras proeminentes da Lisboa de então. Carlos do Carmo iniciou em 1963 uma das carreiras mais longas do panorama musical nacional, que perdura até hoje. Os seus recitais para a televisão são já parte do arquivo histórico do fado e canções como “Por morrer uma andorinha”, “Duas lágrimas de orvalho”, “Bairro Alto”, “Gaivota”, “Canoas do Tejo”, “Os Putos”, “Lisboa Menina e Moça” ou “Estrela da Tarde” são alguns dos grandes sucessos populares da sua carreira. Já cantou nos cinco continentes e são inúmeros os prémios e honrarias recebidas até hoje, desde o título do Cidadão Honorário da Cidade do Rio de Janeiro, membro de Honra do Claustro Ibero-Americano das Artes, passando pelo diploma conferido pelo Senado de Rhode Island nos Estados Unidos pelo seu contributo para a divulgação da música portuguesa, do Globo de Ouro de Mérito e da Excelência da SIC, do Prémio da consagração de carreira da Sociedade Portuguesa de Autores, até ao reconhecimento Nacional com a Ordem do Infante D. Henrique e no ano passado o Prémio Goya da Real Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Espanha. Pioneiro na nova discografia portuguesa devido ao seu disco “Um Homem no País”, o primeiro CD editado por um artista em Portugal. tempo médio de leitura: 6 minutos
Texto: Alexandra Silva; Fotos: Lusa, Nacho Doce, Paulo Ribeiro
Biografia
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