Bastidores Luxury Magazine 20

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BASTIDOR S 100

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06 – Os Nossos Luxos 08 – Gourmet 10 – Bastidores dos Famosos 15 – Apanhados 16 – Kate Winslet 20 – Pedro Almodovar 25 – Bastidores das Artes 26 – Teatro 30 – News 34 – Clássico 36 – Exposição 38 – Rita Guerra 40 – Concha Buika 42 – 7ª arte 44 – Doida, não e não! 46 – Agenda 50 – Rosarinho Cruz 52 – Gemologia

60 – Ibéria: um novo país 66 – Festas & Eventos 72 – Especial: Barba 74 – Perfumes 76 – Cosmética 80 – Especial: Pestanas 82 – Moda: Marc Jacobs 84 – Moda: O poder da lingerie 94 – Pessoas de Sucesso 96 – Nobres sem Coroa 100 – Reportagem: Crise 102 – Relações Fortes 108 – Nutrição Infantil 110 – Vinhos & Enólogos 112 – Restaurante + Coleccionável 116 – Viagem 120 – Auto-Bastidores 122 – Interessante | Arqueologia 124 – Horóscopo 126 – Editorial 128 – Retrato

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1 Instrument Brs Pink Gold Black Dial, de Bell & Ross (€ 6.900) ; 2 aliança “save the children” de Bvlgari, por uma causa humanitária (*); 3 The Bamboo Watch, um clássico Gucci (*); 4 anel em ouro rosa escovado com diamantes de Maria Julieta (€ 3.200); 5 colar Versailles, de Van Cleef & Arpels, um autêntico tesouro (*); 6 Pendente em ouro e diamantes, linha Orbital de Damiani na Maria Julieta (*); 7 Quatre Diamants de Boucheron (*); 8 Pulseira Gipsy de D&G (€ 221); 9 Pulseira I Love chains (€ 86), da colecção cheap and chic de Moschino; 10 anel em ouro branco com diamantes brancos, safiras e topázios azuis (€ 6.990) e anel em ouro rosa com diamantes brancos e rubis (€ 3.650), colecção Love changes everything de GOMS; 11 relógio Ferrari chrono Monopulsante 8 Days GMT, com a garantia de Officine Panerai (€ 13.900); 12 Jewellery Pendant Watch, de Grisogono em ouro e diamantes, na Maria Julieta (*); 13 relógio Ducati (€ 1.819); 14 Lady aquamarine de Breil Milano (€ 1.103); 15 alianças personalizadas, a prenda ideal para a mãe. (contactar www.gilsousa.com); 16 Brincos em ouro rosa e amarelo, com safiras laranja e verdes, de Gil Sousa Fashion Jewellers (*); 17 colar sweetHeart (€ 139), da colecção cheap and chic de Moschino (*) – Preço sob consulta

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gourmet

Marcas S

ão os anos loucos dos produtos Premium. O mercado português tem vindo a aderir a esta tendência de luxo e glamour. Porém, o que distingue, na verdade, uma marca Premium? Uma marca Premium deverá proporcionar, na compra, uma experiência única! As sugestões que aqui vos apresentamos, primam pela sua excelência, pelo seu percurso e pela sua história sem nunca defraudarem o consumidor. Um produto sob qualquer uma destas marcas é para o consumidor sinónimo de qualidade e confiança.

Winston Churchill «No. 10»

Os charutos Churchill desenvolvidos exclusivamente, pelo Grupo Oettinger Davidoff e produzidos na sua fábrica, na República Dominicana. Caixas de 4 (€ 48) e 25 unidades (€ 300).

A Whyte & Mackay, uma das destiladoras líderes de whisky escocês e detentora de marcas Premium mundialmente reconhecidas – casos da JURA e de Dalmore - , tudo faz para manter a qualidade que a distingue há 160 anos, e inovar a selectividade da apresentação desta jóia: Dalmore 50 anos, garrafa de 10 cl (€ 1.200)

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Premium Nespresso CitiZ

A Nespresso lança uma linha de máquinas composta por três novos modelos - Nespresso CitiZ (máquina de Espresso automática € 179,99), Nespresso CitiZ&Milk (com aeroccino incorporado que produz espuma de leite € 249,99) e Nespresso CitiZ&Co. (a primeira máquina de Espresso automática com duas cabeças concebida para uso doméstico € 329,99)

Vista Alegre

tempo médio de leitura: 2 minutos

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Texto: Paula Martin; Fotos: D.R.

Colecção Royal Actual, o design de excelência numa colecção concebida em parceria com o prestigiado designer Sam Baron, desenhada utilizando detalhes em 2D e 3D da colecção do museu ou de peças de produção, aplicados a volumes reais cilíndricos, numa linguagem única que destaca as qualidades da Manufactura Vista Alegre. A nossa selecção recai sob as chávenas de café das linhas Triangular e Domo (€ 20 - por par de chávena), associando o classicismo ao design contemporâneo.

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curtas Judy Garland em filme

Anne Hathaway vai interpretar Judy Garland no palco e no grande ecrã, numa adaptação da biografia de Gerald Clarke, “Get Happy: The Life of Judy Garland”, anunciou Harvey Weinstein, da produtora Weinstein Co.

Rodrigues dos Santos

A RTP, o jornalista e autor José Rodrigues e a Grádiva acabam de firmar um acordo que permite à estação pública de televisão ter o direito de opção para a adaptação das obras ficcionais do autor. O documento prevê o período de um ano para a RTP exercer a opção sobre as obras “A Filha do Capitão”, “Codex 632”, “O Sétimo Selo” e “A Vida Num Sopro”, sendo que, caso o faça sobre um dos livros, ficará com o mesmo prazo para renovar esse direito sobre todas as restantes publicações.

Muita sedução

Baz Luhrman, o realizador de “Moulin Rouge”, pretende dirigir um musical com Beyoncé e Hugh Jackman, que contracenaram na abertura da última cerimónia de entrega dos Óscares, segundo a revista “Vogue” (USA). O cineasta dirigiu o número de Jackman e Beyoncé no Kodak Theatre e acredita mesmo que a cantora será uma das grandes estrelas de Hollywood, e não deixa de elogiar Jackman: “Há muito tempo que não nos aparece esse tipo de actor em Hollywood. Quero fazer um filme com ele, um musical. Não tenho dúvidas de que um dia vai ganhar um Óscar”.

“Problemático”

O Vaticano condena o filme baseado na obra “Anjos e Demónios”, de Dan Brown. O Avvenire, jornal oficial do Vaticano, publicou um artigo afirmando que a Igreja “não pode aprovar” um filme tão “problemático”. Ron Howard, realizador do filme que dá seguimento a “O Código de Da Vinci” já tinha visto negada a permissão de filmar algumas das suas cenas no Vaticano. Em 2006, também “O Código Da Vinci” sofreu tentativas de boicote, mas os apelos da Igreja tiveram pouco efeito sobre a popularidade do thriller.

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Hemingway

Bairro Alto

Na RTP2, é um espaço de conversa com figuras que têm algo para dizer sobre si e sobre o que fazem. José Fialho Gouveia, filho do saudoso Fialho Gouveia, entrevista artistas, cientistas, gente da moda e do espectáculo, em tom próximo e informal. Bairro Alto é uma lufada de ar fresco na televisão nacional.

Anthony Hopkins desempenhará o escritor Ernest Hemingway num filme biográfico sobre o autor, realizado por Andy Garcia, que escreveu o argumento em conjunto com a sobrinha de Hemingway, Hilary. Ele fará também parte do elenco, como o capitão de barco pesqueiro Gregorio Fuentes, amigo íntimo de Ernest nos últimos anos da sua vida e que terá servido de modelo ao escritor para “O Velho e o Mar”.

Playboy

Mónica Sofia, modelo e ex-membro da girls band Delirium, foi a capa no número inaugural da edição portuguesa da revista Playboy. A publicação conta ainda com uma entrevista ao jogador internacional Costinha. As Playboy Interview são feitas a personalidades da vida pública, incluindo políticos.

“Titanic”, protagonizado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, vai voltar aos cinemas em versão 3D. O sucesso de bilheteira de 1997, que arrecadou onze Óscares e receitas na ordem dos 800 milhões de euros, ainda não tem data de lançamento, mas a revelação já foi feita pelo realizador, James Cameron, em entrevista à revista “Time”, e acrescenta que nesta versão espectador irá ter a sensação de estar dentro do navio Titanic.

Força de vencer

Texto: Alexandra Silva com agências; Fotos: Paulo Ribeiro, D.R.

O regresso de “Titanic”

Sofia Escobar foi eleita como a Melhor Actriz de Teatro Musical em Inglaterra, pelo portal de espectáculos britânico Whatsonstage pelo seu papel de Maria em “West Side Story”. Através de votação online, o público reconheceu o desempenho da actriz portuguesa, que foi nomeada juntamente com Connie Fisher, actriz de musicais muito popular no Reino Unido, Elena Roger, Leila Benn Harris e Ruthie Henshall. noticias actualizadas em http://embastidores.blogspot.com BLM

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bastidores dos famosos

JULIANA PAES A

Texto: Joana Serra; Fotos: D.R.

actriz, que na novela “Caminho das Índias” tem o seu primeiro trabalho como protagonista, é o rosto da marca de lingerie HOPE. As montras ficam, sem dúvida, muito mais apelativas com a bonita actriz. Em “Caminho das Índias”, Juliana divide o protagonismo com Rodrigo Lombardi e acompanhados de um grande e luxuoso elenco, como Tony Ramos, Christiane Torloni e Bruno Gagliasso.

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“Lágrimas” de gelo

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vaga de frio que atingiu o Planeta foi deixando marcas um pouco por todo o lado. O gelo que cobre a cabeça de uma estátua na rua Vaci Budapest, Hungria, devido à chuva e neve que originou o terceiro grau de alerta vermelho no país, não deixa de ser uma bonita imagem, iludindo-nos de que a escultura chora. BLM

Foto: GYULA CZIMBAL - EPA HUNGARY

APANHADOS

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entrevista

A mais premiada do ano

Kate Winslet

Com a interpretação em “O Leitor”, Winslet recebe o Globo de Ouro, Bafta e Oscar para Melhor Actriz Actriz, cantora e bailarina, Vera Mónica é o protótipo ideal do que é ser um verdadeiro artista. Uma talentosa e fascinante actriz, que recordou com a Bastidores os seus 30 anos de carreira. A infância, as histórias e osanos ideais reveladosgelada em entrevista exclusiva. os 33 a ex-heroína de “Titanic”, tem o glamour é como um chapéu que se usa numa festa. Assim

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finalmente um Óscar no seu currículo. A actriz que ela acaba, tiramo-lo. britânica conquistou o prémio de melhor actriz pela sua interpretação em “O Leitor”, à sua sexta nomeação. Quais são as suas ambições? Mais de dez anos depois do tsunami “Titanic” - o filme Não tenho nenhuma ambição… Aliás, tenho: que é ser de James Cameron - Dicaprio e Winslet são novamente o uma boa mãe. E, acredite, é um desafio a tempo inteiro. Um casal sensação, sob a direcção do marido, Sam Mendes, desafio para o qual a recompensa não aparece como um em “Revolutionary road”, no filme que o próprio realizador troféu, mas um sorriso. Para mim, a maior das recompensas! considera “anti-Titanic”. Porém é com “O Leitor”, do realizador Stephen Daldry, que Kate Winslet faz história. Numa entrevista disse que a preocupa o planeta não ter Nos anos de 1950, pouco depois do fim da Segunda Guerra recursos inesgotáveis… Mundial, o jovem Michael Berg adoece e passa a ser cuidado Sim. Não há nada que me irrite mais que ter de deitar comida por uma bela e estranha mulher, Hanna (Kate Winslet), que fora. E é essa a mensagem que tento sempre passar a Joe e tem o dobro da sua idade. Michael recupera rapidamente Mia (os filhos), que há por este planeta muitos meninos que, e Hanna desaparece. Ao encontrá-la, os dois têm um infelizmente, não têm a sorte deles, não têm uma casa, uma breve mas intenso romance. Uma paixão cada vez maior, família, não têm comida. E eles começam a pensar nisso… temperada com as leituras de obras Há um tempo atrás, Joe quis comprar um clássicas que Hanna lê para o amado. “O glamour é como um chapéu balão. Quando íamos pagar, perguntou à Apesar disso, Hanna misteriosamente que se usa numa festa. Assim senhora da caixa: “tem a certeza que este desaparece outra vez. Passados oito balão não foi fabricado por crianças?” anos, Michael é agora um aluno de que ela acaba, tiramo-lo” Ao sair da loja, perguntei-lhe onde tinha Direito que acompanha julgamentos de ouvido falar sobre a exploração das crimes de guerra cometidos pelos nazis. É nesse momento crianças, e com um ar muito sério disse:”Vi num documentário que Hanna reaparece na vida do rapaz. Mas para a surpresa na televisão!” Fiquei extremamente impressionada. dele, a mulher está no banco dos réus do Tribunal. Enquanto o passado de Hanna é revelado, e a interpretação de Winslet Em “Revolutionary road”, com Leo DiCaprio, é uma prende-nos ao ecrã, Michael descobre um segredo que jovem que luta para se adaptar às normas da sociedade. poderá transformar a vida de ambos. É verdade que cresceu numa família de hippies, grandes amantes da comida biológica? Como se sentiu a ser dirigida pelo seu marido? Sim, é verdade (risos). Os meus pais compartilharam os valores No mínimo interessante (risos). Foi positivo, porque tenho da comunidade, mas não foram extremistas do “flower power”. nele toda confiança do mundo, e, menos bom, porque vai Lembro-me de ter passado algum tempo, empoleirada sobre haver muita gente que dirá que tive esse papel porque eu os ombros do meu pai em festivais rock, jazz ou música pop. sou a sua mulher. Gostaria de acrescentar que pelo facto Acampávamos, e até dormi muitas vezes no banco de trás do de ser a mulher de um director, nem sempre isso é óbvio. carro, quando o parque de campismo estava todo ocupado! Inevitavelmente, ao irmos para casa, continuávamos a falar O maior legado dos meus pais foi a preocupação com o que de trabalho! Bem, não para as crianças (risos). comemos. Quando voltámos para casa, o meu pai deitou religiosamente sementes de plantas no terreno situado no Com a sua interpretação de “Hanna” (“O Leitor), recebeu fundo do nosso jardim, e passamos a ter uma horta! todos os prémios como Melhor Actriz. É uma estrela…! Tínhamos principalmente vegetais que não encontrávamos Por favor, não me chame de estrela. Não me vejo nada assim, no Reino Unido. Lembro-me, em particular, a primeira vez que e não acho que tenha o comportamento de uma. Para mim, vi couve-de-bruxelas. Um vegetal que não sabia nada!

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entrevista O meu pai cozeu-as em vapor e, depois numa panela, salteou-as em azeite. Uma delícia. Em França, o meu pai tentou subornar um agricultor para lhe dar a receita de como fazer queijo de cabra. Chegou a propor-lhe trocar um disco do Rolling Stones pela receita (risos)!

como lidou com as cenas íntimas com Dicaprio e David Kross, que afinal tem só 15 anos? O Leo sempre será o actor mais próximo de mim. Desde o Titanic… Adoro aquele rapaz! Com o David, e enquanto “Hanna”, embora as cenas envolvam grandes doses de nudez, os (muitos) encontros amorosos entre ela e Michael são explorados com delicadeza pelo Stephen Daldry. O mais importante foi fazer com que David entendesse exactamente o que aconteceria dentro do estúdio, nas cenas de amor. Já estive na posição de David, no passado, sem saber como as cenas iriam decorrer ou quantas pessoas estariam no set enquanto filmávamos. No meu entender, é uma história de amor que tem um impacto forte sobre os seus protagonistas. E, sob este prisma, as cenas íntimas entre Hanna e Michael são parte muito importante dessa história de amor. Quero, porém, acrescentar, que fazer esse tipo de cenas nunca é fácil. Não é algo que um actor possa gostar em particular. Mas, às vezes, faz parte do nosso trabalho, e temos, apenas, de fazê-lo. Quero ainda acrescentar que tive muita sorte com estas duas personagens, com os actores com quem trabalhei, nos dois filmes, e, obviamente com os realizadores que me dirigiram.

O realizador britânico stephen Daldry (Billy Elliot em 2000 e As horas 2002), em breve entrevista no Festival de cinema de Berlim, disse que “embora Kate sempre tenha sido a primeira opção do produtor, anthony Minghella , e minha, o papel de ‘Hanna’ durante algum tempo esteve nas mãos de nicole Kidman. ao convidarmos a Kate pela primeira vez, ela tinha outro compromisso e voltámo-nos para nicole, mas quando o projecto entrou em pré-produção, ela ficou grávida. então concentrámo-nos novamente em Kate. cada vez que o protagonista muda, a abordagem sobre a personagem altera-se” – frisa o realizador, que, depois de muitos testes, encontrou em David Kross, hoje com 18 anos, o parceiro ideal para a actriz em cena. “estávamos à procura de um jovem que pudesse aparentar maturidade aos 15 anos. David tinha essa qualidade. Mais experiente, Kate deixou transparecer um excepcional cuidado maternal com o rapaz no set, particularmente nas cenas mais íntimas.”

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Texto: Teresa Vasconcellos; Fotos: Peter Lindbergh for Lancôme, Reuters e AP Images

Lembra-se qual foi o seu primeiro papel? Lembro… (melancólica) É difícil de esquecer. Foi a Virgem Maria, na cena da Natividade, na minha escola. Tinha cinco anos. Aos onze, os meus pais matricularam-me numa escola de teatro - Maidenhead, nos subúrbios de Londres. Mas o meu primeiro trabalho foi um anúncio para os cereais Sugar Puffs, onde dançava ao lado de um monstro, no mel.


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entrevista

À conversa com

Pedro Almodóvar “Com a maturidade engordamos, perdemos o cabelo e a paciência” “Conversas com Pedro Almodóvar” é o livro sobre o conhecido cineasta. Originalmente editado como parte dos “Cahiers du cinema”, o livro traz-nos uma série de conversas realizadas ao longo dos anos, entre o realizador e o jornalista e crítico de cinema Fréderic Strauss. Almodóvar fala da sua obra e também da sua vida, desde as aventuras do seu 1º filme “Pepi, Luci, Bom e outras raparigas como a minha mãe” - financiado pelos seus amigos - até aos dias de hoje e ao sucesso internacional, “sou mais reconhecido lá fora do que em Espanha…”, estas histórias são acompanhadas por textos da autoria do realizador, A história literatura está coalhada de transformação e todos têmainda umadireito coisaa uma em comum: do seu irmãoda Pedro (produtor da maior partede dosmitos seus filmes) e de Frédéric Strauss, temos completa são sempre homens que, do alto de sua superioridade, conseguem fazer de jovens toscas, mal vestidas filmografia com resumos de todos os argumentos. Uma edição cuidada, imperdível para qualquer amante de bom cinema.e

ignorantes, embora bonitinhas, mulheres encantadoras.

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uito resumidamente, Frédéric Strauss diz-nos o que podemos encontrar nestas “conversas”. “Podemos seguir a evolução do homem. Por exemplo, nas entrevistas que tivemos acerca de “Volver”, ele diz coisas sobre o tempo que passa, a sua experiência com a vida até então, etc. É a sua própria trajectória como um ser humano que está em jogo. O cinema de Almodóvar está cheio de marcas muito pessoais, uma mistura que é possível e harmoniosa. Nos primeiros filmes

há uma vontade de abordar coisas que são tabus, de mostrar a sexualidade no centro das histórias, de maneira fantasiada e ao mesmo tempo séria. À medida que o tempo passa, no entanto, vemos que a sexualidade se torna algo mais complexo, quase filosófico. Como acontece em “Habla con Ella”, em que se trata do desejo proibido. E, novamente, de um tabu terrível, porque é o desejo de fazer amor com uma mulher que está em coma. Nos 15 anos de conversas com Almodóvar, também BLM

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entrevista numa pessoa mais madura e quase sombria. (risos) Você amadurece por causa da acumulação do tempo, o que não quer dizer que seja mais esperto. Simplesmente sabe mais sobre si mesmo e ao seu redor. Acho que isso se percebe no meu trabalho. Também tento não me repetir. Deixo-me levar pelo meu instinto. Nos meus filmes o humor está sempre presente, mas com o tempo abandonei a comédia pura e dura, entrando e explorando o campo das emoções, das experiências dolorosas, enfim, tudo o que compõe dramas e melodramas. No entanto gostaria de voltar a fazer comédias.

Que conselhos daria hoje a alguém que queira tornar-se cineasta? Pedro Almodóvar - Em primeiro lugar, é preciso que seja simpático, porque tem que pedir favores e conseguir que vinte pessoas aceitem trabalhar gratuitamente para poder filmar uma primeira curta-metragem. Depois, tem que convencer os que vão pagar o negativo. Tem que ser simpático, optimista, e se for sexy será melhor ainda. Para realizar uma segunda curta-metragem tem que ser persistente, cínico e atrevido, e frequentar um ginásio, porque entretanto envelheceu. Tem que ser maquiavélico, porque da segunda vez tem que enganar a pessoa que da primeira seduziu. Começou por fazer comédias. O que o levou a explorar o lado dramático? Pedro Almodóvar – A gordura. (risos) O facto de engordar e o passar do tempo, que vão de mãos dadas. O tempo passa, e vamos engordando. Esses dois elementos converteram-me

Qual a sua maior ambição? Pedro Almodóvar - No início da minha carreira, o meu grande objectivo era fazer filmes e viver algo intenso. Mas, pouco a pouco, eu que sempre vivi com paixão o cinema, passei a ser um director que tem muito mais controlo das coisas e desejo de reflectir a minha prática do cinema. A minha ambição, hoje, é ser um grande cineasta. Um grande artista! O que podemos esperar no novo filme, “Los abrazos rotos”? Pedro Almodóvar - É um romance que passa por duas épocas, 1990 e os dias actuais. O elenco conta com nomes de peso como o de Penélope Cruz, Blanca Portillo, Jose Luis Gomez, Tamar Novas e Lluis Homar. E o resto… pois têm de ir vê-lo, assim que estrear. blm

tempo médio de leitura: 6 minutos

Texto: Paula Martin; Fotos: Juanjo Martin, Direitos Reservados

percebi mudanças na sua personalidade. No inicio da década de 90, Almodóvar ainda reflectia a grande agitação cultural que Espanha experimentava. E mais: acabava de encontrar a sua independência com a produtora El Deseo.”

Se com o amadurecimento ganha quilos. O que é que você perde? Pedro Almodóvar – O cabelo (risos). E a paciência, o que é grave. Fazer um filme requer vários meses, muitas pessoas. A paciência é algo muito importante porque serve de “capa” contra o stress, e eu fui perdendo a paciência. Sou vítima da tensão causada por catorze horas de trabalho diárias. E também vamos perdendo a resistência física. Nem toda a gente tem a vivacidade do Manoel Oliveira (risos). Hoje em dia eu preciso dormir. Lembro-me de quando estávamos a rodar “O Labirinto de Paixões”, uma época dourada de Madrid, António Banderas e eu passávamos a noite fora, metendo-nos em tudo o que era confusão, mas às seis horas estávamos de volta ao plateau, prontos para filmar. Agora tenho uma vida de freira (risos).



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nos

BASTIDORES da arte

Lago dos

reinventado O

grupo Guangong Acrobatic Troupe da China, depois de ter apresentado uma nova interpretação do clássico “Lago dos Cisnes”, no Royal Opera House, em Londres, prepara-se para uma tournée mundial. O “Lago dos Cisnes” recebe uma radical reformulação onde combina acrobacia com o ballet clássico, conseguindo assim reinventar o maior clássico de todos os tempos. Os Guangong Acrobatic Troupe conceberam este espectáculo de forma a criar uma grande expectativa na assistência. O ponto alto é quando a Princesa Cisne dança em pontas sobre as cabeça do seu parceiro. Magnifico! BLM

Texto: Joana Serra; Foto: ANDY RAIN

Cisnes

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teatro

Vera Mónica “A Revista é o género teatral mais difícil de fazer”

Actriz, cantora e bailarina, Vera Mónica é o protótipo ideal do que é ser um verdadeiro artista. Uma talentosa e fascinante actriz, que recordou com a Bastidores os seus 30 anos de carreira. A infância, as histórias e os ideais são revelados nesta entrevista exclusiva.

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asceu no Rio de Janeiro, onde viveu até aos sete anos. Dessa altura recorda a professora russa de ballet, a sua primeira formação artística. “O ‘bichinho’ pela carreira artística apareceu-me quando estava em Madrid, aos 10 anos, a minha mãe estava a trabalhar no restaurante ‘Fado’, que era de um português, e tornei-me admiradora de um grande cantor, que é o Rafael, o autor da canção ‘Yo Soy Aquele’ interpretada pelos Anjos na novela ‘Vingança’”. Em 1993 surpreende o público, a crítica e o meio artístico com a sua dramática e fascinante interpretação em “Maldita Cocaína”, sob a mestria de Filipe La Féria. Regressa ao Parque Mayer dezasseis anos depois, ao lado de Marina Mota e Carlos Cunha, em “Piratada à Portuguesa”. Como foi a sua vinda para Portugal? Vim para Portugal aos 7 anos, a minha mãe veio cantar para o “Solar da Hermínia”, que pertencia à grande fadista Hermínia Silva, e que tive o prazer de conhecer desde pequenina.

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Só um aparte, em pequena era muito terrorista, uma vez peguei numa esferográfica e fiz o contorno de umas flores brancas que estavam numa colcha. A minha mãe levava-me todas as noites para a casa de fados, naquela altura não era ”maçudo”, ainda se podia levar uma criança, não é como agora que levamos com 50 fados de uma vez, e de 20 em 20 minutos levamos com mais 50 fados para turista ouvir. Antigamente as casas de fado eram para quem gostava de fadoe e de estar ali a comer o seu chouriço e o seu caldo verde… Tenho muitas saudades desse tempo. Depois a minha mãe teve um contrato para cantar em Angola, na ilha de Luanda, numa casa chamada Tamar. Eu tinha cerca de 14 anos, na altura cantava lá uma colega minha, Zélia Rodrigues, e o empresário dela e da minha mãe perguntoume se era capaz de cantar assim, eu disse que era, estriei-me assim no Tamar. O meu primeiro contrato profissional foi assinado em 1969 com a minha mãe a autorizar, entrava pela cozinha ia ao palco, cantava 7 a 8 canções e voltava para casa.


Quando foi o seu primeiro trabalho como actriz? Lembro-me que a primeira reacção que tive, quando vi os actores em palco pela primeira vez, num teatro da feira popular, foi de começar a rir do nervosismo com que fiquei de os ver ali em cima. O Carlos Quinta convenceu-me a ir fazer o teste no Teatro Avenida, em Luanda, para uma peça em que queriam uma miúda da minha idade, e eu pensei que teatro era isto: vesti umas calças beijes giríssimas, uns sapatos verdes, uma camisola vermelha, um casaco amarelo, e uma mala castanhas. O encenador, António do Cabo, estava na esplanada à espera para fazer os testes às pessoas para uma peça, eu cheguei lá e alguém lhe disse: “é esta”. Ele olhou-me dos pés à cabeça, viu como eu estava vestida, virou-se para os colegas e disse: “Já está!” Até hoje. Fui cantando, fazendo teatro, nunca fiz tanta diversidade de teatro como em Angola, tragédia grega, farsa, alta comédia, peças infantis, tudo. Porque como só havia um teatro estreávamos uma peça e dez dias depois começávamos a ensaiar outra.

Teve algumas paragens na sua carreira, qual a razão? A última paragem que tive foi em 1997, depois de fazer a telenovela “Vidas de Sal”, a um ritmo muito puxado e seis meses de gravação, fiquei indecisa entre ir para as termas ou Itália. Tinha uma amiga em Itália e convenceu-me a ir, ao fim de algum tempo conheci o homem que veio a ser meu marido, casei-me lá e virei a vida do avesso. Transformei-me em dona de casa - tinha uma casa fantástica e uma vida fantástica, mas não me bastava, entrei em depressão - , engordei até aos 84 quilos, e quando alguma coisa não está bem tudo corre mal. Em Itália trabalhou numa fábrica de sapatos… Eu adorei aquela experiência, eu trabalhei numa fábrica familiar de palmilhas de cabedal, exportadas principalmente para os países do Leste. Ao fim de oito dias entrou uma rapariga nova para a fábrica, e a dona pô-la ao meu lado para que a ensinasse, portanto sou mesmo polivalente (risos).

Das peças que fez qual o género em que mais se sente à vontade? O drama, gosto muito de drama. Apesar de estar numa Revista, e a Revista é o género mais difícil de fazer. Temos dois minutos para mostrar uma personagem e para que as pessoas a compreendam, depois vimos para o camarim mudar de personagem, e voltar para convencer o público da nova personagem. Que diferenças nota nas produções actuais? Hoje é tudo muito fácil mas muito mais trabalhoso, antigamente não tínhamos microfones, o público na última fila tinha de ouvir, a primeira coisa que ensinavam era a colocação de voz, punham-nos no meio do palco e tínhamos de ouvir a voz bater na parede e voltar. Hoje se faltam os microfones a certos actores e actrizes, não se ouve nada, porque estão a falar como se estivessem em casa. O teatro é fantasia, inspirado e baseado na realidade, mas é fantasia, as pessoas não podem estar a representar como se estivessem em casa. E a incompetência é muita neste país. Há pessoas que não estão nos sítios certos e que fazem coisas que não deviam e que não têm capacidade para fazer. Antigamente os teatros fechavam cada um ao seu dia, para que todos os colegas nos dias de folga conseguissem ir ver os outros, e hoje folga tudo à segunda-feira. No seu camarim tem algumas fotos da Ivete Sangalo, porquê? Nesta “Piratada” faço de “Ivete Com Galo”, inspirada nela. Só a conhecia das cantigas, fiz pesquisa na net para ver como se mexia em palco, e a cara não foi muito difícil, foi só uma questão de maquilhagem. Gosto muito de fazer, porque a crítica está bem-feita, uma coisa que é chata é eu ter 52 anos e estar em cena a fazer uma rapariga com cerca de 30 anos, quando saio deste número estou cansada, mas consigo!

“Quando o último peixe for pescado, os rios secarem, e a última árvore tiver sido derrubada a humanidade vai perceber que o dinheiro não se come” BLM

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teatro

Esses oito anos em Itália foram…? …foram uma segunda vida. Mas foram muito bons e foram bons como ser humano. Aprendi que todos os italianos têm uma horta, em todo o lado, mesmo nas cidades, aprendi a cuidar de uma horta. Algo que não aprenderia aqui, com esta vida de teatro. Depois comprei uma papelaria porque queria estar ocupada com qualquer coisa, e fui a primeira na vila de Maceratta a comprar um programa informático que ajudava na distribuição, podíamos estar em rede etc. E durante esse tempo, representou? Fiz um “Community Play”, em que cada um escrevia o seu papel e depois o encenador juntava a história toda, aquilo era um dia só, havia gente fantástica… A presidente da Câmara de Maceratta veio ter comigo e disse-me “você não é nova nisto” e fiz apenas uma prosa rimada. Entrou em depressão em Itália, foi pela falta de palco? Em oito anos, só ao fim de cinco comecei a ver que a mentalidade deles não tem nada a ver com a minha. Faltavam-me os meus amigos, a minha vida, não imagina o que é viver numa cidade que é iminentemente velha,

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em que quando as amigas se juntavam era só para falar das doenças, do tempo, dos maridos, da comida, de funerais e de casamentos (risos). Canta, dança e representa, qual delas gosta mais? Tenho mais um fraquinho pelo cantar, porque comecei a cantar, gosto de cantar. Canto e a melancolia desaparece. Há alguma música que a tenha marcado? As músicas todas do Rafael, gosto muito desse género de cantor romântico, e mais do Rafael porque tem sentimento. Em Portugal prefiro o Carlos do Carmo, o Paulo de Carvalho, a Lenita Gentil, a Marina Mota, a Ana Moura, e o Marco Paulo, são tantos que gosto um pouco de todos. Faria um disco agora? Nunca fiz um CD e gostava muito de fazer. Já fiz Ep, Lp e cassetes. Gostava muito de gravar num estilo romântico, ia recuperar tangos, boleros, músicas lindíssimas de há 40 e 50 anos. De todas as peças que já fez qual a que mais gostou de fazer? Foi “Godspell”, em 1975, no Teatro Villaret - com recolher obrigatório, com aquelas confusões todas que havia na


“A cultura está de rastos… Quem tem carreira e dedicou toda uma vida ao teatro é posto de lado, pura e simplesmente” Como define a realidade cultural no nosso país? Quem tem carreira e dedicou toda uma vida ao teatro é posto de lado, pura e simplesmente… porque não interessa o talento nem os anos de carreira, nem o que a pessoa fez, já não há estagiários. Eu para ter a carteira profissional tive de prestar provas e agora já não há carteira profissional. É o problema de toda a gente ser cantor e cantora, actor e actriz. Não há cuidado. A cultura está de rastos, ninguém liga nenhuma à cultura neste país, basta ver os monumentos a caírem, que é uma fonte de entrada de divisas, em que os estrangeiros vêm para vê-los e saem daqui horrorizados. Eu só queria que os nossos monumentos e as nossas belezas estivessem nas mãos dos italianos, e eu não me dou bem com os italianos, mas se eles tivessem isto na mão não deixavam cair um azulejo que fosse.

Se fosse convidada para fazer uma telenovela aceitaria? Aceitava. Além de gostar de fazer novela, dava-me muito jeito fazer uma (risos). E vou ser sincera, aceitaria qualquer papel, estou apta a desempenhar qualquer personagem, desde a empregada que lava o chão até à “madame”. Só não aceitaria nada de degradante. Qual o objecto que nunca lhe pode faltar no camarim? São os meus santinhos, dados pela minha mãe quando me estreei em África, que trago sempre dentro do necessaire e passam de um camarim para o outro. Que conselho daria a alguém que está a iniciar a carreira? Que tenham muito amor por este trabalho e que, quando estão no palco, tenham consciência que este trabalho não é uma brincadeira, no palco temos de fazer as coisas com verdade e muita autodisciplina. É uma vida de muito sacrifício e há muitos jovens que julgam que é tudo muito fácil.

Como é estar no Parque Mayer com este aspecto decadente? Quando começarem com as campanhas eleitorais, vai ver se não falam no Parque Mayer! Foi pedido um projecto para o Capitólio, que será o único, e o resto?! O Hélder Freire Costa é um resistente e precisávamos de mais pessoas assim que não visam o lucro. E daqui a 10 anos espero que o Parque Mayer tenha pelo menos dois teatros. O problema do Parque Mayer é o dinheiro? O problema é o dinheiro de certeza, um espaço destes no meio desta cidade vale muito dinheiro. Há uma frase muito interessante: Quando o último peixe for pescado, os rios secarem, e a última árvore tiver sido derrubada a humanidade vai perceber que o dinheiro não se come.

tempo médio de leitura: 14 minutos

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Texto: Rui Costa; Fotos: Paulo Ribeiro

altura - , com o Senhor Vasco Morgado. Foi o primeiro musical feito em Portugal, e o primeiro a usar microfones de mão sem fio. Tinha no elenco: Joel Branco, Rita Ribeiro, Carlos Quintas, Anabela, Nuno Emanuel e eu!

Porque acha que existe essa falta de profissionalização a nível das artes? Eu acho que nas artes, faz falta um sindicato que não seja só para receber as quotas, e muitos sindicatos perderam força desde que se tornaram partidos. Um sindicato é para defender os trabalhadores. Quando acabar esta Revista não sei o que vou fazer, nós não temos nada, não temos subsídio de desemprego… se eu ficar parada e for requisitar, o Governo não me dá nada. É contra isto que quero lutar, não sei como, mas quero. É por isso que digo que um sindicato fazia falta neste país, eu junto-me já à luta e dou a cara, mas para termos um mínimo, não estou a falar em grandes ordenados, porque os ordenados dos artistas baixaram nos últimos anos cerca de 65%!

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news

(1923-2009)

Mestre

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s artes, a escultura em particular, ficam mais pobres. Quando se fala de Lagoa Henriques, imediatamente vem à memória a escultura representativa do poeta Fernando Pessoa que se encontra na esplanada do Café Brasileira, no Chiado, em Lisboa. Mestre e motivador de sucessivas gerações de criadores artísticos, autor de desenhos e esculturas notáveis, poeta, conferencista e coleccionador de peças tão diversas como pinturas, conchas, livros, troncos de árvores e outros acervos, segundo o seu site na Internet, Lagoa Henriques “deixa um vazio” no círculo em que se movimentava. Lagoa Henriques deixa uma obra marcada pela transfiguração das formas clássicas através do contacto directo com as pessoas, a cidade e a natureza. Exemplo emblemático dessa ligação das formas eruditas ao quotidiano é a estátua que criou de Fernando Pessoa, sentado a uma mesa do Café A Brasileira, que o poeta frequentava para escrever e falar com os amigos. António Augusto Lagoa Henriques, nascido em Lisboa a 27 de Dezembro de 1923, era grande admirador de Pessoa e de Cesário Verde. Dizia que Pessoa tinha sido o seu mestre da realidade interior e Cesário o mestre da realidade exterior, inspirando muitas das suas esculturas, como a do Grupo das Varinas. O ensino foi outra grande paixão do escultor, que continuou a dar aulas e a fazer conferências após completar 80 anos, nomeadamente na Escola de Superior de Belas-Artes do Porto e de Lisboa, e na Universidade Autónoma.

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Costumava levar os alunos de desenho à rua para que tivessem contacto com o movimento da cidade, as pessoas, os elementos da natureza, aliando o ensino das formas clássicas à descoberta da realidade. Foi na Escola de Belas-Artes de Lisboa que iniciou os estudos de escultura, em 1945, mas passados dois anos transferiu-se para a Escola de Belas-Artes do Porto, onde teve como referência principal da sua formação artística o professor Barata Feyo. Finalizado o curso com nota máxima, conseguiu uma bolsa e foi estudar para Itália, orientado pelo escultor Marino Marini. Esteve ainda em França, Bélgica, Holanda, Grécia e Inglaterra, países onde conseguiu uma visão ampla do ensino do desenho e escultura que viria a introduzir em Portugal. Regressado ao país natal, a sua carreira fica marcada, nos anos 70, pela destruição de um grande número de peças devido a um incêndio que eclodiu no seu atelier, em Lisboa. Além da conhecida estátua de Fernando Pessoa, deixou muitas obras de arte pública em várias localidades, como o conjunto “União do Lis e Lena”, no centro de Leiria, e a escultura de Alves Redol em Vila Franca de Xira, que causou polémica na altura, por ter retratado o escritor nu, apenas com a boina na cabeça. Entre outros, recebeu o Prémio Soares dos Reis, o Prémio Teixeira Lopes, o Prémio Rotary Clube do Porto, o Prémio Diogo de Macedo e o Prémio de Escultura da II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. tempo médio de leitura: 3 minutos

Texto: Joana Serra com Lusa; Fotos: Maria Morais, Arquivo Bastidores

Lagoa Henriques


luÍsa tenDeR o som do talento A Pianista portuguesa Luísa Tender é o exemplo de mestria, talento e amor pela música clássica. Tudo isto está patente no seu disco de estreia, “Bach and Forward”.

tempo médio de leitura: 2 minutos

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Texto: Rui Miguel Costa; Foto: Paulo Ribeiro

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percurso de Luísa Tender confunde-se com a perícia com que toca piano, o seu dom despertou ainda em criança quando aos quatro anos começou, em casa, a assistir às aulas do irmão “por achar graça” segundo palavras da pianista. Uma aprendizagem adquirida a nível nacional, na Escola Superior de Música do Porto, e a nível internacional onde Luísa Tender estudou em Los Angeles, foi bolseira do Royal College of Music em Londres e, em 2004, obteve o Diplôme Superieur d’Exécutions na École Normale de Musique em Paris. Experiências que a pianista afirma ter gostado pois teve ”a oportunidade de estudar com grandes nomes a nível mundial do piano, e de conhecer meios musicais muito diferentes”. Desengane-se quem pensa que estas experiências, além fronteiras, levam a artista a ponderar deixar o nosso país para seguir uma carreira a nível internacional. Uma hipótese que refuta para já, pois gosta “muito de viver em Portugal e do que há de bom nos meios portugueses” reforçando haver “potencial para fazer coisas muito importantes”. Todas estas aprendizagens e vivências culminaram no trabalho discográfico “Bach and Forward”, um projecto iniciado há dois anos e que inclui obras de Bach, de Debussy e de Schubert. Os dois últimos denotam também influências de Bach, “daí que o título tivesse de conter o nome de Bach e forward porque não tem uma ordem cronológica, vai do barroco ao romantismo passando pelo impressionismo regressando de novo ao barroco, e por achar que a expressão tem muito a ver comigo por andar sempre de um lado para o outro”, afirmou Luísa Tender. Fica no entanto o desejo de concretizar outro projecto, a gravação de um novo disco mas desta vez com influências de compositores portugueses como Fernando Lapa e Henrique Carrapatoso. Os planos para o futuro passam agora pela promoção do disco, está previsto o lançamento de “Bach and Forward” em Espanha e no Reino Unido, e concertos que vão desde o Centro Cultural de Belém, a cidades internacionais como Paris.

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news

VASCO SANTANA, um actor “sempre no centro da cena” A primeira fotobiografia de Vasco Santana, actor multifacetado que o público e a crítica elogiaram na revista, comédia, opereta, drama e cinema, e nas primeiras emissões da televisão, é editada este mês.

tempo médio de leitura: 3 minutos

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Texto: Joana Serra com Lusa; Fotos gentilmente cedidas por Paulo Nogueira

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obra, com 193 fotografias, integra a colecção de fotobiografias do século XX coordenada por Joaquim Vieira, na qual já foram publicadas as de Amália Rodrigues e Fernando Pessoa. Luís Trindade, professor no Birkbeck College da Universidade de Londres, é o autor da fotobiografia, que se divide em dez capítulos e traça a biografia do actor com antecedentes familiares nas lides do teatro. O pai de Vasco Santana foi Henrique Santana, desenhador de cena, e o autor teatral Luís Galhardo era seu tio. Vasco Santana gozou de enorme popularidade. Conta Luís Trindade que um dia, na década de 1940, Oliveira Salazar mandou reduzir a velocidade do automóvel em que seguia para o saudar, chamando-o pelo nome de uma das suas personagens. O actor foi um dos primeiros a aderir à televisão, participando em séries como ”A anedota da semana”. Muitos dos seus colegas, entre os quais Maria Matos, recusaram-se a actuar para as câmaras. Luís Trindade salienta no início da obra que “não é preciso apresentar o Vasquinho de ‘O Pátio das Cantigas’, pois em princípio toda a gente sabe quem é”. Vasco Santana “manteve-se sempre no centro da cena”, tendo cultivado“uma familiaridade de 40 anos com o público”, assinala. Trindade refere ainda que ele foi um “dos actores mais activos”, mantendo-se em cena até dois meses antes de morrer, no Teatro Monumental, em “Um fantasma chamado Isabel”, contracenando com Laura Alves e o seu filho Henrique Santana. Vasco Santana protagonizou um dos mais “fulgurantes” trajectos da cena portuguesa, tendo actuado tanto no Parque Mayer como no palco do Nacional, na rádio - os famosos diálogos de “Lelé e Zéquinha” na década de 1940 -, o cinema e a televisão, logo nas primeiras emissões da RTP. Ao seu funeral, a 14 de Junho de 1958, assistiram milhares de pessoas. Esta fotobiografia inclui ainda uma cronologia pormenorizada do actor, referindo as diferentes peças em que participou, as entrevistas que deu, os filmes em que participou e eventos da vida familiar. Luís Trindade é doutorado pela Universidade Nova de Lisboa e é autor, entre outros, de “O século XX nos jornais portugueses”.


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clássico

Montserrat Caballe ´ “Não sou nem nunca fui uma Diva… sou apenas Montserrat!”

Senhora de uma voz única e intemporal que lhe conferiu um estatuto inquestionável, Montserrat Caballé é reconhecida como uma das melhores cantoras líricas do mundo

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12 de Abril de 1933 nasce, na cidade de Barcelona, Maria de Montserrat Viviana Concepción Caballé i Folc, aquela que viria a ser conhecida, cerca de duas décadas mais tarde, como uma das mais impressionantes cantoras de ópera de todos os tempos. Desde cedo mostrou uma forte ligação à música e, apesar de viver no seio de uma família humilde, com esforço Caballé conseguiu perseguir o seu sonho e durante 12 anos estudou canto no Conservatório Superior de Liceu. Formação que terminou em 1954 e lhe valeu a Medalha de Ouro do liceu. Não se afastando nunca mais da sua paixão pela música, a cantora espanhola iniciou a sua carreira de forma discreta

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até ao momento em que integrou a ópera de Basileia, na Suiça, onde entre 1957 e 1959 construiu um impressionante currículo com a interpretação de vários papéis como foram Tosca, Aida, Arabella e Salomé. Contudo, foram as suas incríveis prestações em temas de Mozart e Strauss que lhe valeram o passaporte para a etapa seguinte, na ópera de Bremen, onde ficou durante três anos (1959-1962). Passou, ainda, por La Scala, em Milão, Viena, Barcelona, Lisboa e México. A maior mudança da sua vida acontece no ano de 1965, mais precisamente na noite de 20 de Abril no Carnegie Hall em que, de forma inesperada, é chamada a substituir Marilyn Horne na ópera Lucrezia Borgia, de Donizetti. A


tempo médio de leitura: 3 minutos

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Texto: Bruna Raposo; Fotos: D.R.

sua prestação elevou-a ao estrelato em apenas 25 minutos e as críticas nos jornais do dia seguinte valeram-lhe títulos comparativos a Callas e Tebaldi. A partir desse momento, a soprano espanhola começou a ser cobiçada por variadíssimas óperas que não mais a largaram. Montserrat Caballé é uma das poucas cantoras líricas com um disco pop nos tops. O álbum mais conhecido é Barcelona que Caballé gravou com Freddie Mercury, dos Queen. O dueto aconteceu depois de Mercury ter revelado à cantora espanhola ser seu fã, tendo mesmo escrito uma peça para ela intitulada Exercises in Free Love. Em jeito de agradecimento e como surpresa, Caballé cantou pela primeira vez o tema num recital em Londres, na presença de Mercury. A relação entre os dois cresceu, acabando mesmo por se tornarem grandes amigos e daí à gravação do álbum foi um pequeno passo. Em 1988, Barcelona chega aos ouvidos do grande público que o acolhe com grande expectativa e, mais tarde, passa a ser considerado um verdadeiro mito pela junção perfeita entre uma voz lírica e um cantor de rock. Em 1992 fez um dueto virtual com Freddie Mercury na abertura dos Jogos Olímpicos, dueto que serviu para homenagear o cantor, falecido no ano anterior. Com um currículo impressionante, actuações e papéis inesquecíveis e dona de uma voz, ainda hoje incomparável, Maria de Montserrat Viviana Concepción Caballé i Folc é, sem sombra de dúvida, a cantora lírica que mais fez pelo panorama da ópera a nível mundial. blm

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exposição

O Mundo de Murakami

no Guggenheim Takashi Murakami é conhecido como o Andy Warhol japonês. Até final de Maio, o Guggenheim de Bilbau recebe uma exposição retrospectiva do artista, com cerca de 90 obras que dão a conhecer a arte-manga com influência pop, que já conquistou o mundo da arte, da moda e da música.

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os 46 anos Takashi Murakami é considerado, segundo o Museo Guggenheim Bilbao, “um dos artistas japoneses mais influentes das últimas décadas”. Os factos confirmam-no. A marca de luxo Louis Vuitton já se rendeu à sua arte; assim como a Levis, a Kangol, a Nissan, e o cantor Kanye West também, devido às suas obras pictóricas, que “aliam motivos da cultura pop a características estilísticas da arte tradicional japonesa”. A exposição ©Murakami, patente no Guggenheim Bilbao, é uma boa oportunidade para compreender porque razão o trabalho do artista atrai tão vasta audiência. A mostra, organizada pelo The Museum of Contemporary Art de Los Angeles (MOCA), esteve no Brooklyn Museum de Nova Iorque, em Abril último, e no Museum für Moderne Kunst em Frankfurt, em Setembro, e chega agora a Bilbau, onde deverá terminar o itinerário pelo mundo de Murakami. No final do ano está prevista a inauguração, em Hong-Kong, de uma exposição colectiva da Louis Vuitton que contará com a presença do artista. Por enquanto, e até 31 de Março, pode ver a retrospectiva do trabalho em 2.000 m2 do museu, onde cerca de 90 peças em diferentes suportes – pintura, escultura, instalação, filme, moda e merchandising – explicam todo o universo particular do artista nipónico.

O WARHOL JAPONÊS A carreira de Takashi Murakami nas artes começou de forma tradicional. Tirou um curso na Universidade Nacional de Belas Artes e Música de Tóquio, onde aprendeu nihonga, um estilo de pintura japonesa do séc. XIX. O seu lado mais moderno e contemporâneo surgiu na década de 90, com a ajuda do amigo e artista Masato Nakamura. Mas desde a infância que Murakami era influenciado por outros mundos. O pai, que trabalhava numa base naval nos EUA, dava-lhe a conhecer a arte norte-americana, que o deixava fascinado. Gostava de Hollywood – George Lucas e Steven Spielberg, em particular –, dos desenhos animados de Walt Disney e, sobretudo, da pop art de Andy Warhol. Por isso não é de estranhar que a sua arte seja uma mistura entre a cultura tradicional japonesa, as correntes mais contemporâneas como o Manga e o Anime, e as cores vivas da pop art. Há até quem o apelide de Andy Warhol japonês. É que, tal como o artista norte-americano, também Murakami “forja um elo entre a cultura elitista e de massas, usando imagens e temas da cultura popular nas suas obras”. Murakami “traçou o

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seu legado pessoal e artístico como uma mistura de tradições japonesas, europeias e norte-americanas que soube combinar para desenvolver uma estética única, que gerou uma proliferação de ícones e imagens distintivas” afirma o comissário da mostra, Paul Schimmel. Em 1993 Murakami decidiu “converter em marca a sua identidade”, para mostrar qual o caminho que ia seguir na arte. Para tal criou o alter-ego Mr. DOB, uma personagem que reúne elementos da pop art, manga e anime. COLABORAÇÕES DE LUXO A parceria com a Louis Vuitton começou em 2003. Marc Jacobs, director artístico da marca de luxo, viu uma exposição de


pode assistir ao trabalho que Takashi Murakami fez para o cantor norte-americano Kanye West. Em 2007 produziu um vídeo para o single “Graduation”, do álbum com o mesmo nome, desenhou capa deste e ainda criou o site do cantor (www. kanyeuniversecity.com).

©MURAKAMI Até 31 de Maio - Museu Guggenheim Bilbao Abandoibarra Etorbidea 2, 48009 Bilbao, Espanha www.guggenheim-bilbao.es http://english.kaikaikiki.co.jp tempo médio de leitura: 5 minutos

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Texto: Joana Serra com agencias; Fotos: D.R.

Murakami na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, em Paris, um ano antes, e ficou deslumbrado. Falou com o artista e juntos lançaram a colecção de malas “Eye Love Monogram Collection” Primavera/Verão 2003. Murakami decidiu “introduzir cor e irreverência no monograma Louis Vuitton, recriando-o em 33 cores sobre um fundo preto ou branco”. Segundo o jornal El País, as malas desenhadas pelo japonês para a marca geraram no primeiro ano de produção 234 milhões de euros. Dois anos depois surgiu outra linha – a “Monogram Cherry Blossom” – onde um padrão de cerejas convive com o conhecido símbolo da marca. E já no ano passado a colaboração com Murakami resultou numa colecção com o padrão “Monogramouflage”. A “colaboração foi extremamente frutífera e revelou-se uma importante influência para muitas pessoas. Tem sido, e continua a ser, um fantástico casamento entre arte e comércio. O derradeiro intercâmbio, que será lembrado nos livros de história de moda e de arte”, avança o comunicado do museu, que cita declarações de Jacobs. As malas Louis Vuitton criadas pelo japonês têm um lugar de destaque nesta exposição, uma vez que o comissário da mostra, Paul Schimmel, apostou na iniciativa inédita de incluir uma loja da marca no mesmo espaço. No entanto, ©Murakami não se limita a mostrar a moda do artista japonês e revela outras colaborações com outros mundos. O da música, por exemplo. Numa sala de projecção

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mĂşsica

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Rita Guerra


“UMA NOITE MEMORÁVEL” este ano, rita Guerra já tem 16 datas marcadas numa digressão que irá percorrer o país de norte a sul, enquanto isso prepara um novo disco.

Depois dos Coliseus, Rita Guerra tem já diversas datas confirmadas um pouco por todo o país, nomeadamente Aveiro, Vila Real, Ourique, Cascais, Albufeira, Arganil, Mira, Praia da Vitória (Ilha Terceira, Açores), Figueira de Castelo Rodrigo, Lagoa são cidades já confirmadas da digressão “Paz” sempre actualizada em www.ritaguerra.net. blm tempo médio de leitura: 4 minutos

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Texto e Fotos: António Murteira da Silva

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ita Guerra deu início nos Coliseus de Lisboa e Porto (estreia da cantora na sala portuense) à sua digressão 2009 denominada “Paz”. A cantora, que este ano celebra 26 anos de canções, escolheu um alinhamento onde faz um corte transversal aos seus discos e revisitou toda a carreira. Perante duas salas praticamente esgotadas. Rita Guerra, que no final do ano passado gravou e editou o álbum “Acústico ao Vivo”’, disco que tem tido uma boa “campanha” de vendas a figurar durante várias semanas entre os discos mais vendidos em território nacional, não quebrou as expectativas e brindou a plateia com um concerto sóbrio e competente, onde o design de palco e luzes estava à altura do concerto intimista que Rita Guerra costuma fazer, sempre em comunhão e o mais perto possível do público. Após a abertura do espectáculo, com “Sentimento”, a cantora fez um best of dos seus maiores sucessos, “Perdida na Noite”, “À Espera do Sol”, “Castelos no Ar”. Já na recta final chamou o ex-D’ZRT, Cifrão, ao palco para dividir com ele a interpretação de “Pormenores sem a Mínima Importância” faixa título do primeiro disco de Rita Guerra editado em 1990. Muito bem acompanhada por uma competente banda, Rita Guerra optou em certas canções por ficar apenas com o seu piano em palco. Canções como “Secretamente” ou “Chegar a Ti” ganham toda uma nova dimensão quando são entoadas por um coro de mais de 3000 pessoas, o que levou a cantora no fim destas duas músicas a confessar “estou arrepiada, isto está a correr bem”. Outro dos momentos altos da noite foi quando Rita Guerra cantou “All Over Again”, tema que gravou em dueto com o exBoyzone Ronan Keating. Para terminar o concerto, Rita Guerra escolheu provavelmente a música que lhe é mais conhecida “Brincando com o Fogo”, para depois no encore surpreender todos ao interpretar um fado ao piano. Sensivelmente a meio do concerto, que durou cerca de hora e meia, Rita Guerra aproveitou para deixar a sua banda em palco a tocar uma introdução da próxima música para ir aos bastidores trocar de vestido. Na plateia além de muitos fãs estavam alguns colegas de profissão, FF (cantor que se deu a conhecer na serie Morangos com Açúcar), as Just Girls, também Helena Vieira, que trabalhou com Rita Guerra e Lena D’Água no projecto“As Canções do Século”, para além de Clara Corrêa e António Augustus - o costureiro continua a ser a escolha de Rita Guerra para os seus espectáculos-. No final do concerto em declarações à Bastidores Rita Guerra confessou:“estou satisfeitíssima, correu tudo muito bem, estávamos todos muito ansiosos, ensaiámos muito, também porque tínhamos um baterista novo, o público foi fabuloso, e quando se faz o que se gosta é meio caminho andado para que as coisas corram bem. É tão bom ouvir o público a cantar e eles são tão afinadinhos (risos), foi uma noite memorável,”. Quando questionada se estava no auge da carreira a cantora brincou “sim e espero ficar por cá bastante tempo (risos) ”. Sobre a data possível para um novo disco, Rita Guerra não quis levantar muito o véu apenas disse que “deverá sair no início do próximo ano e será cantado em português”.

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música

Concha Buika

Niña de Fuego

Nasceu em Palma de Maiorca, há 36 anos, mas as suas origens são africanas. Cantou blues em bares e casinos, acabando por gravar o primeiro disco em 2005.

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estreia de Buika por terras Lusas, foi em Junho no Festival MED de Loulé. Sozinha em palco, com o pianista Iván“Mélon” Lewis, chegou para dar um dos mais marcantes, senão o mais marcante, momento do festival: a voz quente, emocionante, toda ela arrepio, e sangue duplamente quente (sangue de África, de onde ela é originária; o sangue do flamenco, família musical em que ela cresceu) e os dedos ágeis, entre o jazz e muitas worlds de“Mélon”. Buika foi “apresentada” a Portugal por Mariza, pelo dueto no seu álbum “Terra”. Em comum, as duas têm as raízes africanas, o facto de cantarem géneros aparentemente europeus – o flamenco e o fado –,

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mas cujas origens não se resumem, nem de longe, à Península Ibérica. Além disso, partilharam o mesmo produtor, Javier Limón, responsável pelos dois últimos álbuns de Concha, “Mi Niña Lola” e “Niña de Fuego”, e o de Mariza. No topo de tudo isto, há entre Buika e Mariza uma grande amizade que já resultou na gravação do dueto “Pequenas Verdades”, incluído tanto em “Terra” como no CD-bónus que acompanha a edição especial de “Niña de Fuego”. Para Mariza, Concha Buika só tem boas palavras: “Mariza é uma musa, um anjo, uma inspiração, uma mulher extraordinária.” No livro que acompanha a já referida edição especial de “Niña de Fuego”, Buika dedica um poema a Javier Limón, o mentor de um fabuloso cadinho de ideias musicais – a editora/estúdio Casa Limón, por onde já passaram nomes como Carlinhos Brown, Bebo y Cigala, Luz Casal, Paco de Lucía ou Ana Belén, e o grande responsável pela explosão de sucesso que Buika tem tido no circuito da world music e não só - em que ela diz,“o mundo inteiro é uma fronteira enorme/ entre o meu latido e o teu/ entre o nosso e o do universo/ por isso não tenho medo quando estamos juntos/ por isso não ouvimos nada/ quando olhamos/ o céu”. Durante uma pequena entrevista, pergunto-lhe o que significa exactamente isto, e Buika responde que “há tantas fronteiras no nosso planeta, musicais ou outras, que nós temos é que ouvir-nos a nós próprios, criar a harmonia na Terra. Se olharmos para as estrelas não vem de lá nenhum som” . Sobre a sua interpretação muito própria do flamenco (se bem que um flamenco onde também entram o jazz, a ranchera mexicana, a música brasileira e africana...), diz que a sua “maneira de cantar tem muito mais a ver com o que aconteceu e acontece na minha vida, com as minhas emoções e sentimentos, do que com o facto de ter sangue africano”. Mas isso não impede que ela tenha uma relação íntima com África, seja através da interpretação de um tema como “Bahia Negra”, que viaja entre o Brasil e África, seja através de uma tatuagem no braço direito em que homenageia as


mulheres da sua família:“Tenho tatuados os nomes da minha bisavó, das minhas avós, da minha mãe. Elas são as minhas figuras titulares; estão sempre comigo.” Tão tímida quanto talentosa, a nossa conversa foi breve, mas cativsante... Podemos dizer que é uma descoberta, para nós, da Mariza? Sim (risos). Conheci-a em Madrid, no estúdio de Javier Limón, e foi um encontro muito feliz. Antes, o público do Algarve foi fantástico quando actuei em Loulé. Temos sido sempre bem recebidos em todos os países...

O fado e o flamenco são filhos da mesma emoção e do mesmo choro, como dizia Amália Rodrigues? Quando alguém chora em Lisboa, outra chora de igual modo em Madrid. Temos a mesma forma de deixar o coração “latir”. Concordo plenamente. Como define o seu canto: lamento, mágoa ou estado de alma? É mais um acto de redenção. Eu canto para me redimir e componho para não ficar louca. Quais são os seus planos de trabalho para o futuro? Não tenho grande ideia. Faço canções, poemas e fotos. Do resto, outros que se encarreguem. Não tenho agenda, só um telemóvel que fui obrigada a ter e tem três números: o da minha empresária, o da minha mãe e o da minha irmã! blm

tempo médio de leitura: 5 minutos

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Texto: Joana Serra com agências; Foto: arquivo Press Coast

Como encarou a sua participação no tema “Pequenas Verdades”? Foi uma experiência muito bonita e curiosa pela mistura das línguas! Marcou-me para sempre.

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7ª arte

Um (novo)

amor De PerDiÇão

A par do que aconteceu com Romeu e Julieta, de Shakespeare, o romance de Camilo Castelo Branco é adaptado à actualidade. 42 BLM


Uma história de amor condenada desde o início que promete não deixar ninguém indiferente. Longe de ser inteiramente um drama, “Um Amor de Perdição” conta com momentos de muita acção, violência, desespero, mas também muita sensualidade. O realizador Mário Barroso falou em exclusivo para a Bastidores e revelou-nos como foi adaptar uma obra clássica para a actualidade.

Teresa de Albuquerque não recebe muito destaque. Há até um certo distanciamento”. Amor, velocidade, sedução e violência são alguns dos ingredientes deste filme que surpreendeu tudo e todos na sua estreia no Festival de Cinema de Locarno, em Agosto passado. Um filme que foi visto por mais de 3000 pessoas, numa sala com capacidade para pouco mais de 3300, algo que surpreendeu o realizador. “As reacções foram muito positivas. Realmente não esperava uma aceitação tão calorosa”, referiu Mário Barroso. Obra intemporal e talvez até das mais lidas a nível nacional, “Um Amor de Perdição” chega até nós, em Março, sob um olhar completamente diferente e com um guião habilmente adequado à sociedade actual, com todos os seus vícios, qualidades e defeitos. tempo médio de leitura: 4 minutos

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Texto: Bruna Raposo; Fotos: D.R.

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om argumento de Carlos Saboga, realização de Mário Barroso e música de Bernardo Sassetti, a adaptação da obra original de Camilo Castelo Branco, escrita no século XIX, conta a história de um amor impossível entre Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, num guião adaptado à nova realidade. Este projecto, tal como referiu em entrevista o realizador Mário Barroso, “não foi só uma escolha. Foi um acidente!”. Um desafio de um canal de televisão que o realizador não se atreveu a recusar, por ser aliciante e arrojado. “A ideia era fazer uma mini-série de 4 horas com transposição para a actualidade de um romance clássico à minha escolha”. Uma mini-série para televisão com a respectiva narrativa televisiva, que acabou por não seguir em frente devido a alterações na estrutura da estação. Ainda assim, o projecto cinematográfico que estava a ser preparado simultaneamente foi concluído e deu origem àquele que seria um dos filmes mais vistos no Festival de Cinema de Locarno. Simão é um jovem revoltado e solitário que despreza os valores da sociedade e da alta burguesia, da qual a sua família faz parte. Com o coração cheio de ódio e um comportamento violento, despreza os pais que vivem um casamento de fachada e abomina o relacionamento incestuoso que a mãe tem com um dos seus irmãos. O seu foco de atenção muda no momento em que se apaixona por Teresa de Albuquerque, uma jovem lindíssima que consegue arrebatar-lhe o coração, mas cujo amor é desaprovado pelos pais. Tal como no original de Camilo, também nesta versão o fim é trágico, culminando com a morte das personagens. Nas palavras do próprio realizador, esta adaptação “não é a história da paixão, mas de uma revolta. É a história de um assassino revoltado contra tudo e todos, incluindo a própria Teresa. É um pretexto da procura da certeza absoluta”. Nesta quarta adaptação da obra, Mário Barroso optou por distanciar-se o máximo possível da obra original mantendo apenas a sua estrutura e personagens, e recusa, ainda, qualquer comparação com o filme “Um Amor de Perdição” de Manoel de Oliveira de 1978. O realizador diz que “não há, de todo, pontos idênticos entre um e outro. Manoel de Oliveira filmou o romance na sua totalidade, é realmente surpreendente. Mas o filme que eu realizei é unicamente uma adaptação para a actualidade, em que o foco central não é a história de um amor trágico, mas sim a vida de Simão Botelho, que é uma pessoa completamente perturbada. Aliás, no filme, a personagem da

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lançamento

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não e não!” Maria Adelaide Cunha foi uma proeminente figura da sociedade lisboeta do pós Primeira Guerra Mundial e é agora transposta para uma biografia, pela escritora Manuela Gonzaga.

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livro agora publicado, nas palavras da própria autora, não é mais uma biografia, é uma história “de amor lindíssima, uma história de provação, é também uma tragédia grega, uma coisa esplendorosa, pelos contornos que atinge, pela intensidade, pelo drama que reveste, pela coerência e pelos sentimentos das pessoas.” Durante um ano e meio, Manuela Gonzaga preparou esta história que está a apaixonar Portugal, devido em grande parte à intrincada malha de acontecimentos que levaram Maria Adelaide, uma mulher abastada, a ser internada como louca. Maria Adelaide, filha e herdeira dos fundadores do jornal Diário de Noticias, casa-se com Alfredo Cunha que viria a ser director do jornal e poeta, dona do palácio de São Vicente, na Graça, e de uma fortuna considerável, foge aos 48 anos de casa para ir viver com Manuel Claro, motorista da família e com metade da sua idade. Engane-se desde já quem pense que “estamos perante um caso de adultério porque estamos perante um caso de amor, uma história de poder, de dinheiro, de machismo e de luta contra a medicina que era na época quase como um quarto poder”. Depois de ter sido perseguida pelo marido, é declarada louca pelas mais altas entidades clínicas da época, incluindo Júlio de Matos e Egas Moniz. O motorista é preso, sem culpa formada, durante quatro anos, acusado de violação e rapto. Após 11 dias de ter fugido para Santa Comba Dão é descoberta pelo marido e pelo filho e acaba por ser levada para o manicómio Conde de Ferreira, no Porto, onde foi diagnosticada como louca. Aí Maria Adelaide

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PALÁCIO DE S. VICENTE Maria Adelaide Cunha e o então marido Alfredo, depois de muita procura, decidiram mudar-se para o Palácio de São Vicente na Graça, em plena Lisba. Este palácio mandado construir em 1606 por D. Diogo Soares, Secretário do Concelho de Portugal em Madrid, em plena época Filipina, tem uma fachada sóbria, quase austera, virado a sul para o Tejo. Diz-se que nele viveu a princesa Dª Joana, mãe de D. Sebastião. No séc. XIX teve a sua época áurea com Dª Mariana de Noronha, abrindo portas à elite nobre e intelectual da altura. Em 1906, o palácio é vendido a Alfredo da Cunha, director do “Diário de Notícias” que faz grandes obras de remodelação, dirigidas pelo arquitecto Bigaglia, e traz para o palácio uma extensa colecção de azulejos de várias épocas, que fazem deste espaço, actualmente, um verdadeiro museu do azulejo. O palácio renovado atrai a mais distinta sociedade da época, com festas e serões de música, teatro e poesia. Entre os frequentadores da casa está o poeta e dramaturgo Júlio Dantas. Mas todo esse brilho é apagado pelo escândalo que atinge Alfredo da Cunha e a mulher, Maria Adelaide. Os actuais proprietários encontraram o palácio bastante degradado e através de profundas obras de restauro, devolveram-lhe o seu esplendor perdido, respeitando todo o seu traço original. Em Maio de 2006 o palácio abriu ao público as suas portas para a realização de eventos.

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Texto: Rui Miguel Costa; Foto: António Murteira da Silva, D.R.

utilizava-se dela como centro das atracções lá da casa”, ficou constantemente vigiada e mesmo uma simples um livro que na perspectiva do deputado deveria ser carta teria de passar “pela censura da Direcção” e teria de adaptado para o grande ecrã. lhe ser acrescentado “o ‘salvo conduto – umas palavras de Uma história que caiu no colo da autora Manuela louvor ao modelar Conde de Ferreira’, porque a única forma das cartas seguirem ‘era dizer bem do hospital’ ”. Gonzaga, quando estava no palácio, e “os actuais donos tinham feito pesquisa sobre os anteriores inquilinos e Numa época onde tudo se resolvia às escondidas, Maria recolhido uma data de documentação”. Se no início houve Adelaide decidiu tentar limpar a sua imagem no meio alguma hesitação por parte da autora em embarcar no em que mais estava confortável, a imprensa escrita, projecto, conforme foi obtendo a dando início a uma batalha pública nos jornais, que hoje talvez não fosse informação, Manuela Gonzaga não “não estamos perante um caso consegui recusar. nada de extraordinário mas que para a de adultério mas perante um O amor acabou por superar todas época não tinha precedentes. as barreiras e Maria Adelaide viria Após anos de privações e torturas caso de amor” emocionais, a própria Maria Adelaide a morrer na sua casa, no Porto, no descreveu a sua relação e o amor que dia 23 de Novembro de 1954, com 85 anos. E o seu companheiro, e amor de toda a vida, sentia por Manuel Claro da seguinte forma: “se quando Manuel Claro morreria em 1967, vítima de cancro. dois entes sofrem um pelo outro o que nós temos sofrido, Viveram juntos mais de 30 anos, sem nunca terem não há manicómios, não há cadeias, não há grilhetas que os casado. impeçam de estar juntos”. “Doida não e não!” um romance descrito como genuíno, Para Fernando Rosas, presente na cerimónia de magnífico e português, e que traz à luz finalmente a lançamento desta obra, Maria Adelaide “era uma mulher verdade escondida sobre um crime de amor. talentosa, que lia, escrevia e declamava, e o marido

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AGENDA FaDO In cHIaDO

No ano em que o Fado é candidato a Património da Humanidade, a GeniusyMeios apresenta, todos os dias às 7 da tarde, “Fado in Chiado”, no Cine Theatro Gymnásio (Espaço Chiado, R. da Misericórdia 12, Lisboa). www.geniusymeios.pt

eaGLes - Long road Out of eden

BeYOncÉ

Uma das maiores bandas americanas de todos os tempos, com cinco singles e seis álbuns que alcançaram o primeiro lugar do top de vendas, os Eagles, actuam no Pavilhão Atlântico dia 22 de Julho.

18 de Maio - Pavilhão atlântico Ela é Beyoncé. Ela é Sasha Fierce. Ela é a mulher mais desejada do Mundo. Ela é o nome maior do R&B americano e actua dia 18 de Maio no Pavilhão Atlântico, onde apresentará as músicas do novo álbum. Bilhetes já à venda

LIVROS

O VenDeDOr De sOnHOs

Augusto Cury já dispensa apresentações. O criador do projecto Escola de Inteligência, cria neste livro uma fábula urbana – um vendedor de sonhos – uma fascinante personagem entre o sábio e o louco, mas que garantidamente muda a nossa vida!

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O MercenÁrIO De GranaDa

Ano de 1487 – o reino de Granada encontra-se em perigo… É este o mote lançado por Eslava Galán, num apaixonante romance épico cheio de acção, aventuras e que prende o leitor até à última página.

FIcHeIrOs secreTOs

A médium Sylvia Browne partilha com os leitores as suas experiências mediúnicas. Casos verídicos que já testemunhou, deixando o leitor preso a este extraordinário universo, abrindo novas leituras entre a vida e a morte.

Mar IMensO

Augusto Carlos conta-nos a história entre dois homens, que o mar e os continentes uniram. Um relato sentido entre os povos, a cultura e tradições da Europa e África, com o mar sempre presente.


aLeXanDre PIres

Com uma voz quente, sensual e romântica, Alexandre Pires (ex-vocalista da banda Só Pra Contrariar) é hoje um dos mais talentosos e adorados músicos brasileiros, seja no seu país, seja na América Latina, seja na Europa. O músico regressa com o espectáculo “Em Casa” para dois concertos imperdíveis: 23 de Abril no Coliseu dos Recreios; no dia seguinte, o palco estará no Pavilhão Rosa Mota.

LOUca POr cOMPras

De: P.J. Hogan; Com: Isla Fisher, Hugh Dancy, Krysten Ritter, Joan Cusack No glamour da cidade de Nova Iorque, Rebecca Bloomwood é uma jovem que adora divertir-se e uma expert na arte de fazer compras - talvez até demais! Ela sonha trabalhar na sua revista de moda preferida, mas nem consegue entrar no edifício até que, ironicamente, esbarra num trabalho como colunista de uma revista de Economia publicada pela mesma empresa. À medida que os seus sonhos começam, finalmente, a tornar-se realidade, ela vai desencadear cenas hilariantes e colocar-se em situações extremas para assegurar que o passado não irá arruinar o futuro…

cHOcOLaTe

Vinte e cinco anos depois do primeiro trabalho juntos, Maria João e Mário Laginha celebram o aniversário com “Chocolate”, um disco feito com originais da dupla e com standards de jazz.

esTaDO De aLMa

A inconfundível voz de Marina Mota, que regressa ao fado e às canções numa luxuosa edição de autor, em exclusivo em www.marinamota.pt

noticias actualizadas em http://embastidores.blogspot.com

Ao lermos este livro, repleto de humor, vamos a pouco e pouco identificando as “vacas sagradas” que se cruzam connosco. E aqui o “sagrado” não é no sentido lato, daí os autores declararem a sua “morte”. Este é o livro mais hilariante e divertido sobre o mundo dos negócios e das “vacas” que literalmente andam por aí a pastar. Esta é a prova que o humor é uma arma muito poderosa. Imprescindível!

LLIane

Depois da trilogia dos Elfos e da saga de Merlim, uma vez mais Jean-Louis Fetjaine leva-nos numa extraordinária aventura, para além do real, a um mundo antes dos Elfos. Fascinante, intrigante e muito apetecível. Uma colecção para toda a família.

O MITO Da DeUsa FOrTUna

Mito ou talvez não, a cativante história da deusa Fortuna continua a inspirar escritores, como Jorge Bucay que, nesta versão modernizada da clássica lenda, ajuda-nos a compreender a relação que cada um de nós tem com a sorte. BLM

Coordenação: Paula Martin

a MOrTe Às Vacas saGraDas

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agenda a cOrTe DO nOrTe

De: João Botelho; Com: Ana Moreira, Rogério Samora, Ricardo Aibéo Esta é a história de Emília de Sousa, a maior actriz que o teatro português conheceu nos finais do séc. XIX, que abandonou por uns anos a carreira para se casar com o rico madeirense Gaspar de Barros e transformar-se na baronesa Madalena do Mar. Tão bela quanto Sissi, a imperatriz da Áustria, com quem conviveu no Inverno de 1860/61, decidiu construir um mistério que perdurou por quatro gerações e por mais de um século.

O HOMeM InesPeraDO

Teatro Tivoli - até 03 de Maio Nicette Bruno e Paulo Goulart interpretam esta comédia romântica que fala do amor, amizade, trabalho, desejos e encontros. Marta é uma mulher que conhece profundamente Paul através da sua obra. E tem dele uma imagem que talvez não corresponda à realidade. Numa viagem de comboio, os dois cruzam-se. Qualquer pessoa que já viajou sozinha de autocarro ou de comboio sabe que este é um momento especialmente reflexivo. Uma viagem inesquecível com um desfecho inesperado!

noticias actualizadas em http://embastidores.blogspot.com

D. MarIa I, a raInHa LOUca

A historiadora Luísa V. de Paiva Boléo traça, de forma minuciosa, o retrato inédito, dramático e conturbador desta mulher fascinante aclamada rainha. D. Maria foi marcada por várias vicissitudes que lhe roubaram a paz de espírito e a sanidade mental. Uma viagem aos bastidores da História.

aManTes DOs reIs De POrTUGaL

Continuando pelas histórias da História, este trabalho retrata as paixões que marcaram a nossa História, desde D. Afonso Henriques a D. Carlos, trata-se de uma obra absolutamente original na historiografia portuguesa.

crIsTO, O senHOr – O caMInHO De canÁ

Este livro é a sequela de “Cristo, o Senhor – Fuga do Egipto”, na envolvente visão de Anne Rice, que inicia esta obra com a questão: “Quem é Cristo, o Senhor?”. Será que estas obras, a par do que aconteceu com “Entrevista com o Vampiro” e “A rainha dos malditos”, poderão vir a ter a sua adaptação cinematográfica? Aguardemos.


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Transacções “Transacções”conta a história de David Truscott, um milionário americano em processo de divórcio que pretende desfazerse de um quadro de Pollock. Loren (Catarina Furtado), é uma marchand que vê neste quadro a possibilidade quase imediata de uma ascensão social e material e que “gosta genuinamente de arte, é ambiciosa, manipuladora e ingénua mas não é uma conhecedora de arte”, como explica a actriz. Loren aproveita para especular o preço do quadro a partir do seu valor de mercado, a obra de arte será alvo de várias licitações, propostas por personagens com revelações bizarras e com dinheiro para “estourar” antes de estourarem consigo. “As personagens que são quase todas muito grosseiras e vão esvaziando-se ao longo do espectáculo num tom de comédia negra, em que o mercado da arte é um pretexto para se irem revelando”, explicou João Reis à Bastidores. Uma adaptação da peça “Up For Grabs”, que teve Madonna no papel principal, no West End londrino. A adaptação portuguesa, para além de Catarina Furtado, conta ainda com António Durães, Carlos Gomes, Joaquim Horta, Lígia Roque, Mafalda Vilhena e Marta Furtado. “Transacções” em cena até 03 de Maio no Teatro Maria Matos com sessões de quarta-feira a sábado às 21h30 e aos domingos às 17h.

Texto: Rui Miguel Costa; Foto: António Murteira da Silva

O Teatro Maria Matos, em Lisboa, estreou no passado dia 12 de Março a peça “Transacções”, encenada por João Reis, com Catarina Furtado como protagonista


em bastidores

Em harmonia com a arte

“Sou apaixonada pela energia do diamante”

Tem nos genes o amor pela arte. Rosarinho Cruz acredita que o gosto pela arte nasceu com ela e alimenta-a permanentemente.

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s pincéis e os papéis, o barro e o gesso fizeram parte dos brinquedos preferidos da sua infância. Filha do aguarelista António Cruz, Rosarinho Cruz absorveu desde tenra idade uma sensibilidade particular para a magia da vida. Desde pequena que se lembra de fazer jóias em arame, chapa e parafusos e outros materiais incríveis que descobria na escola de arte onde o pai leccionava. Há uma recordação antiga que nunca esquece: “Quando tinha cerca de 6 anos de idade, vivi durante um período de tempo com a minha avó materna. Sempre soube que não era a sua preferida, nem sequer a protegida. Eu era aquela que queria ver tudo, mexer em tudo e saber tudo. Naquela época a minha avó tinha uma gaveta, sempre fechada à chave (mas que eu conseguia abrir). Dentro continha dezenas de pedras de várias cores que nunca soube bem o que eram. Sempre que tinha oportunidade pegava nelas e passava horas a fazer uma espécie de ‘puzzle’ de formas e cores. Nessa época já criava peças com harmonia.”

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Feitas de materiais nobres — ouro, prata, diamantes e pedras preciosas — as peças que desenha têm uma história de encantar inspirada na Natureza, na família e nas pessoas que a rodeiam. Fiel a este amor, licenciouse em Antropologia. “Hoje sei, que inconscientemente, aqueles anos viriam a influenciar a minha forma de interpretar aquilo que me rodeia e a compor a minha obra. Afirmo frequentemente que todas as minhas peças têm uma história para contar, baseada na minha forma de interpretar o outro, as suas vivências e o seu estilo de vida”. Indissociáveis, as aguarelas fundem-se na sua trajectória. “Adoro ligar a jóia à aguarela, os tons, as transparências, os fumados e os esbatidos. Quando crio, seja uma jóia ou uma aguarela, deixo-me levar pelos pequenos gestos, pelas pequenas coisas que fazem a diferença: a cumplicidade de um olhar, as ideias partilhadas, as estações do ano, a natureza ou um estado de espírito. Quando pinto uma aguarela ou desenho uma jóia, faço-o também para ver a obra realizada. O meu gozo, o meu maior prazer, não está


só na própria execução, não é vício nem trabalho, é pura necessidade. Encantam-me as cores, a capacidade que temos de as misturar. Sou apaixonada pelos tons das cores e do cheiro a aguarela no papel. Não é por acaso que em criança, quando ainda não conhecia o sentido da junção das letras, roubava horas ao tempo para pintar desenhos a aguarela.” A sua verdadeira paixão é a sintonia entre as formas e os tons das pedras preciosas e o brilho do ouro, inspirada em viagens que fez com o pai e no contacto com as cores, com as formas e com a sensibilidade artística que tem vivido. Escolhe as pedras em função do desenho que cria no momento em que vê a pedra. “Não escolho a pedra a partir de um desenho que fiz, o processo é precisamente inverso”, explica. Nas feiras em Portugal, nas lojas da Índia, no Brasil ou na Turquia, onde quer que esteja, encanta-se com as cores, as formas e o que vê criado. Tidas como símbolos de poder e afecto, detentoras de grande beleza, as pedras preciosas são a sua grande paixão. “Há certamente pedras às quais não me rendo: o quartzo rutilado, o âmbar, a opala, a ágata, o ónix e o peridoto, são alguns exemplos. Aos meus olhos são tons tristes com os quais não me identifico. Da mesma forma também não compro cores fortes, como a cor de laranja, o vermelho-vivo ou o verde. Sou apaixonada pela energia do diamante, pela harmonia da água marinha, pelo arco-íris que é a turmalina, pela fragilidade do quartzo fumado, pela luz do topázio (azul), pela força da turquesa, pela natureza da pérola, pelo poder do rubi, pelo brilho da esmeralda e pela raridade da safira. Gosto de tons que voem comigo... leves.”

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Texto: L&G; Fotos: D.R.

Contacto: rosarinhocruz@gmail.com

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em bastidores

AAssociação P ortuguesa de Gemologia certificação das pedras Diamantes, rubis, esmeraldas… Já todos nós tentámos desvendar os segredos que poderão esconder estas pedras preciosas e que tanto fascinam e intrigam o mais comum dos mortais. Que poder exercem sobre velhos, novos, homens ou mulheres estas dádivas da natureza? A Associação Portuguesa de Gemologia, surgida recentemente, pretende desmistificar este universo e torná-lo acessível a quem o quiser explorar.

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ímbolo de riqueza, luxo e ostentação no passado, e representativas das classes mais altas da sociedade, as pedras preciosas têm-se tornado objecto de desejo e curiosidade entre homens, mulheres, independentemente da idade. Acessíveis, de acordo com José Baptista, presidente da Associação Portuguesa de Gemologia, a todas as carteiras, estes tesouros da natureza têm agora em Portugal um novo santuário que pretende divulgar e tornar o mundo das pedras preciosas acessível a qualquer pessoa. No entanto, há uma pergunta que se impõe. Afinal, o que é a Gemologia? E que relação tem com as pedras preciosas? De acordo com José Baptista, a Gemologia “é uma ciência que estuda a composição das pedras preciosas, as suas propriedades físicas e químicas, os seus tratamentos. É também um estudo que ajuda os gemólogos a separar o que é natural do que é sintético ou artificial. Estuda, ainda, as suas inclusões, portanto, a sua

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forma. A gemologia trata de tudo o que está relacionado com as pedras preciosas, as suas origens, as suas jazidas”. A criação deste instituto no nosso território decorreu não só de um sonho pessoal, mas também, e sobretudo, da lacuna existente nesta área, de um centro onde as pessoas interessadas por esta ciência pudessem encontrar respostas às suas dúvidas e adquirir formação se assim o desejassem. “Senti na pele a necessidade de unir esforços e forças no sector da ourivesaria. O mundo das pedras preciosas anda a uma velocidade tão grande que senti que os profissionais da ourivesaria estavam a sentir uma dificuldade em acompanhar isto”, revelou em entrevista José Baptista. O desejo deste apaixonado pelas pedras preciosas é que “Portugal volte a ser uma referência no mundo”. Quando questionado sobre os objectivos que pretende alcançar com este projecto, José Baptista foi claro, “transmitir o conhecimento… o objectivo é apetrechar ainda melhor os


profissionais”. Para isso, esta associação investiu numa escola com um laboratório bem equipado, encomendou várias dezenas de aparelhos para os seus alunos, está ainda a organizar uma biblioteca e pretende, futuramente, criar uma revista da especialidade, aberta a todas as pessoas que queiram colaborar. Empenhado em fazer deste projecto um marco na nossa cultura, José Baptista pretende, ainda, “convidar os países dos PALOP, o Brasil e, eventualmente, a Índia, a estabelecer parcerias e a fazer exposições dos seus minerais em terras Lusas”. Como perito em pedras preciosas, o presidente da Associação Portuguesa de Gemologia revelou à Bastidores como se distingue uma pedra verdadeira de uma imitação. O primeiro passo consiste em classificar a gema em amorfa, caso tenha cristalizado, ou pelo contrário verificar se não cristalizou. Num processo que parece simples esta é apenas a primeira etapa. “Depois tenho que retirar através de um refractómetro o seu índice de refracção e a sua bi-refrigência. Essa gema pode conter elementos estranhos que lhe vão dar a cor, que lhe vão dar um determinado aspecto. De seguida tem que ir para um espectroscópio para ver o seu espectro, ver que luz é que foi absorvida. No passo que se segue vou fazer uma análise binocular através das suas inclusões e distinguir muito bem as inclusões de uma gema natural, de uma gema artificial ou sintética, que são conceitos completamente diferentes. Por fim, vou para o aparelho da fluorescência, porque as gemas naturais têm um comportamento num aparelho e uma gema sintética terá outro. Através dessas diferenças nós vamos juntando informação de forma a concluirmos o que a pedra é”, explica José Baptista. Num mundo que nos brinda com diversidade de espécies, ecossistemas e clima, podemos igualmente encontrar pedras preciosas que divergem entre si pelas suas características únicas. Contudo, há propriedades comuns que podemos encontrar nas gemas e que assumem particular importância para os gemólogos. “A durabilidade, as suas propriedades físicas e ópticas são as propriedades que nós gostamos mais… a sua química e dureza também são muito importantes”, acrescenta. A beleza que reflectem, o enigma que escondem e o oculto que

teimam em guardar fazem das pedras preciosas o encanto de muitas pessoas. Para o presidente da Associação Portuguesa de Gemologia, José Baptista, elas representam o que de melhor se faz na natureza, são a simplicidade, a inocência e, ao mesmo tempo, a sensualidade e o arrojo. blm

A Gemologia é a ciência que se ocupa do estudo das pedras preciosas: não só se aprende a identificá-las, mas também a distingui-las das obtidas por síntese, as suas imitações, bem como descobrir os diversos tipos de tratamentos que se lhes fazem para melhorar o seu aspecto. A Gemologia estuda a composição, estrutura e propriedades físicas e ópticas dos materiais gemológicos; estuda a sua origem, as jazidas, os diversos tratamentos que algumas gemas recebem com o intuito de modificar as suas propriedades – e, também, as técnicas e tipos de talhas que realçam a sua beleza. A Gemologia trata dos procedimentos de fabrico dos materiais gemológicos sintéticos e artificiais, das características e das propriedades dos produtos que se obtêm. O estudo desta ciência é, sem dúvida, indispensável aos joalheiros, ourives, comerciantes de gemas, industriais de ourivesaria, cravadores, lapidários, estudantes de Geologia e História de Arte, escolas de Arte e Desenho ligadas às ourivesarias e ao público em geral, pois adquirem uma série de conhecimentos que os capacitam a conhecer a natureza dos materiais que manejam, o que tornará mais fácil e seguro o seu trabalho.

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Texto: Bruna Raposo; Foto: D.R.

O QUE É A GEMOLOGIA?

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Sob o peso do nome

Jolie-Pitt

A ténue fronteira entre o papel de mãe e actriz

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uando Angelina Jolie chegou a Berlim trouxe consigo toda a família: Brad Pitt e seus filhos Maddox, Pax, Zahara, Shiloh e os gémeos Knox e Vivienne. “Estamos todos um pouco ‘jet-lagged’”, disse a actriz sem parecer abalada pelo fuso horário. Mesmo com a sobrecarga, Angelina parece muito tranquila no seu papel de mãe. Como actriz, no entanto, ela sabe que a atenção que deseja dar aos seis filhos pode ser um problema. Aos 33 anos, Angelina Jolie ocupa um espaço raro entre as estrelas de Hollywood. Onde quer que vá, o que quer que faça, não escapa às suas várias identidades. A actriz que ganhou o Oscar® em 1999 pela interpretação no filme “Girl Interrupted” e que foi aclamada pela interpretação de Mariane Pearl, viúva do jornalista assassinado Daniel Pears, em “A Might Heart”, é também a dinâmica actriz que pode aparecer de maneira explosiva e violenta nos filmes de acção, como em “Wanted”. Mas também há o lado humanitário. Activista, Jolie serve as Nações Unidas e agora é membro das relações estrangeiras. Angie, como é tratada pelos familiares e amigos, é mais delicada e bonita do que as fotos da passadeira vermelha mostram, procura ignorar a sua existência como uma sensação dos tablóides. “Vivo como que numa bolha quando o assunto é a percepção das outras pessoas em relação a mim, o que já é muito bom”, disse rindo, “porque tenho a certeza que nem sempre [essas percepções] são as melhores.” E se Jolie considera que a atenção que recebe pode ser irritante, só prova que é inteligente o suficiente para o reclamar. Ela admite que tanta informação sobre si, pode criar um escudo de auto-protecção. A sua crescente fama pode colocar em perigo o trabalho que a tornou famos. De fazer o público acreditar que ela pode ser qualquer pessoa. Em outras palavras, para a pessoa física desaparecer e as pessoas verem apenas a ou as personagens. “Se dá para fazer isso?” – questiona - ”Espero que sim. Não aceitaria colocar-me na pele de uma personagem, como em ‘Changeling’ se não achasse que posso levar as pessoas para dentro da história e fazê-las olharem para mim de uma maneira diferente”. Em “Changeling”, Jolie vive Christine Collins, uma mãe solteira numa Los Angeles de 1928 a quem o filho é sequestrado. O argumento é baseado numa história real, conhecida como “Assassinatos de Wineville”. Cinco meses

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após o sequestro, o departamento da polícia leva um rapaz disse sorrindo. Porém, assistiu à estreia de “Changeling”, dizendo ser o filho desaparecido. Ao discordar que aquele “porque o Clint me pediu. E o que podia fazer, dizer não a Clint rapaz é o seu filho, a sua vida passa a ser um calvário, num Eastwood?”, gracejou. enredo maquiavélico articulado pelo departamento de Desde que ganhou o Oscar®, há 10 anos, Jolie cravou justiça, para a destruir. O papel, em que Jolie vive a agonia uma identidade distinta: diferente das outras actrizes da de não saber se o seu filho único foi assassinado, coloca-a, sua idade, altera-se camaleónicamente como ninguém. de alguma forma, a reviver o drama de seu filme anterior “A Durante o seu amadurecimento, procurou compreender Might Heart”. as interpretações e perfis psicológicos nos seus “homem Quando Jolie leu o argumento de “Changeling” achou-o modelo”, como Al Pacino, Marlon Brando e Jack Nicholson. maravilhoso mas disse que nunca o faria. “Eu não queria “Sempre gostei mais dos actores”, revelou. Talvez seja por focar os meus pensamentos numa criança desaparecida. Mas esta razão que se tornado uma actriz com um status acima também não consegui esquecer. O argumento é tão forte, que das comédias românticas. Ninguém a chamaria de “A não parava de falar nele com o Brad e amigos.” namoradinha da América”. Mas este trabalho chegou num momento extremamente No passado, Jolie foi vista como uma devoradora de doloroso para Jolie. Em Janeiro de 2007 a homens, e a responsável pela separação sua mãe, Marcheline Bertrand, morreu de “Queremos que o centro de Pitt e Jennifer Aniston durante a cancro nos ovários, aos 56 anos. “A minha da Etiópia tenha o mesmo produção de 2005, “Mr & Mrs Smith”. No mãe era uma mulher muito suave… Foi auge dos seus 20 anos provocou com difícil para ela gritar, ou mesmo praguejar”, sucesso que o do Camboja” histórias de sangue, bissexualidade e revelou. O sofrimento que a abateu, levou-a tatuagens. Aos 30 consegue focar as a recusar “Changeling” e a aceitar fazer “Wanted”, uma suas atitudes para os seus propósitos. Com o nascimento sanguinária e cómica adaptação a que ela chamou de “a dos gémeos, surpreendeu o mundo ao vender as fotos minha interpretação à Clint Eastwood” como uma cruel e dos recém-nascidos para as revistas People e Hello, quase super-mulher com um revólver, que mal consegue arrecadando 14 milhões de dólares, revertidos à Fundação dizer algumas palavras. Jolie-Pitt. Aliás, o casal faz questão de que todo o dinheiro “Eu sabia, instintivamente, que precisava de fazer algo assim das fotos de Jolie, Pitt e dos filhos, reverta sempre para a antes de ‘Changeling’”, dissea actriz. “Estava esgotada. Fundação, para assim poderem levar a cabo a missão a que Só queria chorar a perda da minha mãe. Foi doloroso… se propõem: financiar operações de saúde paras as crianças extremamente doloroso. (suspiros) Há alturas da minha vida necessitadas. E, segundo o comunicado do Global Health em que os filmes de acção, como ‘Tomb Raider’, ajudam-me a Committee (GHC), já ”recebeu dois milhões de dólares da sair de mim mesma, como que uma terapia”. fundação Jolie-Pitt para fornecer medicamentos aos etíopes Jolie não gosta de ver os seus próprios trabalhos. E não portadores do vírus da HIV e da tuberculose. O dinheiro será viu “Wanted”, filme que arrecadou mais de 300 milhões de utilizado para construir na capital da Etiópia, Addis Abeba, dólares pelo mundo. “Estou satisfeita com o trabalho feito”, um centro para as crianças infectadas e para ajudar a criar

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“…a nossa família é a melhor coisa que já fizemos na nossa vida”

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“Angie é uma excelente mãe, é a cola que une toda a família” – Brad Pitt 58 BLM


ista em: Pode voltar a ler esta entrev www.presscoast.com.pt um programa para curar os casos de tuberculose resistente aos remédios, que afectam as crianças e os adultos”. Um centro semelhante, também financiado pela Fundação já existe no Cambodja, outro país de nascimento de um dos filhos adoptados do casal. “Queremos que o centro da Etiópia tenha o mesmo sucesso que o do Cambodja”, afirmou a actriz. A clínica de Addis Abeba será baptizada de Zahara, em homenagem à filha etíope do casal. “Esperamos que quando crescer, Zahara assuma as suas responsabilidades e

dê prosseguimento à missão desta clínica”, explicou Brad Pitt. A Fundação Jolie-Pitt também doou um milhão de dólares à educação de crianças afectadas pela guerra no Iraque. O cachet do ensaio fotográfico feito por Brad Pitt para a revista W (foto da capa), no Chateau Miraval, em França, também reverteu a favor da Fundação. “Angie é uma excelente mãe, é a cola que une toda a família. Foi muito divertido trabalhar novamente com ela. Nestas fotos quis mostrar o lado doce e maternal de Angelina, já que ela é sempre fotografada como ‘femme fatale’.” Tal como já noticiou, e para se poder dedicar à família, Jolie só aceitou fazer o thriller de espionagem “Edwin A. Salt” - um argumento readaptado para si, substituindo Tom Cruise, afastado do projecto por incumprimento contratual - e fará novamente a voz de Tigress em “Kung Fu Panda 2”, um dos filmes preferidos de seus filhos. “Este filme é um grande sucesso lá em casa! (risos) Jack Black é o Robert de Niro das crianças”. Depois disto, Angelina ficará um ano inteiro em casa. “Desde o nascimento dos gémeos que as crianças mais velhas vão de casa para escola… E adoram ter o pai e a mãe todos os dias perto deles, e em todas as refeições. É este o meu núcleo. É a minha família!”. Esta é uma rotina que a actriz não está disposta a romper. Segundo nos diz, decidir aceitar um trabalho é “muito penoso. Ter de deixar as crianças… Enquanto puder ficar com a minha família, fico”, disse. “Quando estou com eles, não quero mais nada”. Sobre os filhos, ela e Pitt não tencionam parar nos seis. “Nãão!!!” diz alegremente. “Quero dizer, sei que as pessoas me vêem como louca, um filho após o outro, mas eu faço planos pormenorizados. Primeiro temos de ter a certeza da total inserção do novo integrante na família, antes de pensar em outro. Por vezes, e com todas as alterações do Planeta, olho ao redor da mesa de jantar e penso que é uma loucura, mas a nossa família é a melhor coisa que já fizemos na nossa vida”. Jolie vê-se preocupada com uma nova realidade, a curiosidade do Maddox pela internet. “Ele pode escrever o nome da mãe e ver algumas fotos mais ousadas, e ler histórias falsas sobre mim, sobre o pai ou mesmo sobre ele. Temos tido a preocupação de falarmos abertamente com eles, e explicar que devido à nossa profissão, a nossa vida e até a nossa família, de que eles fazem parte, está exposta. A nossa família é pública”, diz a actriz. Já Pitt diz tentarem fazer “o melhor para manter a normalidade, fazendo coisas juntos como uma família normal. Manter todos unidos é a nossa regra”. Apesar de ainda considerar cedo, Angelina não vê a hora de poder mostrar aos filhos o DVD de “Mr. & Mrs. Smith”, pois “não são muitas as pessoas que podem ver o filme onde os seus pais se apaixonaram”.

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Texto: Teresa Vasconcellos; Fotos: Guillaume Horcajuelo, Lucas Jackson, Claudio Onorati, D.R.

“Enquanto puder ficar com a minha família, fico” – Angelina Jolie

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reportagem

Ibéria Portugal e Espanha num só país

“É um absurdo que Portugal e Espanha vivam sempre tão separados, tão desconhecidos um do outro”

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O escritor Arturo Pérez-Reverte defendeu a existência de uma “Ibéria” - um país único, sem fronteiras que separem Espanha e Portugal, porque é “um absurdo” que os dois países vivam “tão desconhecidos um do outro”.

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á uma Ibéria indiscutível que está entre os Pirinéus e Gibraltar, com comida, raça, costumes, história em comum e as fronteiras são completamente artificiais”, disse o escritor espanhol à agência Lusa, de passagem por Portugal a propósito do lançamento do romance “Um dia de cólera”. Para Pérez-Reverte, essa Ibéria não existe administrativamente, mas “qualquer espanhol que visite Portugal sente-se em casa e qualquer português que vá a Espanha sente o mesmo”. “Houve dificuldades históricas que nos separaram, mas a Ibéria existe. Não é um mito de Saramago, nem dos historiadores romanos. É uma realidade incontestável que precisa de um empurrão social e não político para concretizar o projecto”, disse. Ainda assim, afirmou o escritor que “é um absurdo que Portugal e Espanha vivam sempre tão separados, tão desconhecidos um do outro”, já que deviam olhar para a Europa como ibéricos, porque o mundo de hoje “é um lugar de grandes mudanças sociais. Esse Ocidente pacífico, sereno, poderoso, com uma certa coerência cultural e social do século XX não poderá continuar. O Ocidente como o entendemos está na sua etapa final”, considerou o intelectual espanhol. Arturo Pérez-Reverte, 57 anos, é um dos escritores mais populares das letras espanholas da actualidade, com obras traduzidas em quase 30 idiomas. Antigo repórter de guerra, dedica-se em exclusivo à escrita desde finais dos anos 1980, tendo editado romances como “O cemitério dos barcos sem nome”, “Território Comanche”,“O hussardo”,“O pintor de batalhas”e os seis romances da série de aventuras “Capitão Alatriste”. Ibéria: cenário de ficção? Saramago defendeu que Portugal deveria ser uma província Espanhola. Declarações causaram polémica e uma reacção do MNE, que rejeita esta hipótese. Sondagens mostram que, dos dois lados da fronteira, há quem defenda a integração A polémica começou quando o prémio Nobel português, defendeu, numa entrevista publicada no Diário de Notícias, que Portugal deveria tornar-se uma província de Espanha e integrar um país que passaria a chamar-se Ibéria. As declarações do escritor não agradaram a muitos portugueses e já suscitaram reacções do Governo e notícias num jornal chinês. Sondagens recentes mostram, contudo, que, dos dois lados da fronteira há quem defenda a integração. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, disse à Lusa que discorda da ideia de uma integração de Portugal em Espanha, defendida pelo escritor José Saramago, afirmando que tem uma “perspectiva completamente diferente” das relações entre os dois países. BLM

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“Respeito muito a figura do escritor José Saramago, tem todo o direito de fazer essas declarações, é um pensador livre, mas tenho uma perspectiva completamente diferente relativamente à dialéctica das relações entre Portugal e Espanha para as próximas décadas”, afirmou o chefe da diplomacia portuguesa em Bruxelas, citado pela agência Lusa. Questionando sobre se a ideia de uma união ibérica constitui então um cenário de ficção literária, Luís Amado respondeu que se pode “categorizar” desse modo. O Prémio Nobel português da literatura, que reside há 14 anos na ilha espanhola de Lanzarote, considera que Portugal, “com dez milhões de habitantes, teria tudo a ganhar em desenvolvimento” se houvesse uma “integração territorial, administrativa e estrutural” com Espanha. Polémica chega à China As declarações de Saramago, que tanta polémica causaram em Portugal, chegaram à China. O jornal oficial chinês Beijing News noticiou as declarações de José Saramago em defesa da integração de Portugal e Espanha numa união ibérica e refere mesmo que metade dos portugueses concorda com a ideia. “Uma sondagem sobre a fusão de Portugal e Espanha feita

recentemente demonstrou que na actualidade cerca de 50 por cento dos portugueses concordam com a união com Espanha”, diz o jornal do Governo de Pequim. “Segundo a mesma sondagem, cerca de metade dos portugueses considerou que a união com Espanha seria benéfica para promover a economia portuguesa e a melhoria do nível de vida”, continua o jornal. O jornal chinês não revela quem realizou a sondagem, contudo, um inquérito realizado em Setembro de 2008 pelo jornal Sol, revela que 28 por cento dos portugueses acham que Portugal e Espanha deveriam ser um só pais, sendo que a maioria (40,7 por cento) preferia que a capital do novo país fosse Lisboa. Do outro lado da fronteira, um estudo semelhante, realizado pelo instituto Ipsos para a revista Tiempo revelou que 45,7 por cento dos espanhóis querem a união entre Portugal e Espanha, 43 por cento defendem que o novo país deve chamar-se Espanha, tendo Madrid como capital (80 por cento). blm

tempo médio de leitura: 5 minutos

Texto: Joana Serra com agências; Fotos: arquivo Press Coast

reportagem



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O Melhor da Natureza A Herbal Essences inicia uma nova era: uma gama com 10 colecções, enriquecida com novos ingredientes naturais e novas fragrâncias, aliada à mais alta tecnologia que transformam os cabelos - numa explosão de aromas extraídos da Mãe Natureza – desde a raiz até às pontas: deixando-os mais saudáveis, cheios de energia e brilho glamouroso! blm

a nova gama Naturals de Skip e Comfort partilha fragrâncias naturais e ingredientes cuidadosamente seleccionados e hipoalergénicos, para maior protecção da sua pele, ambas com a fresca fragrância de flor de oliveira - uma fonte natural de energia e rejuvenescimento, aliviando o stress -, skip é ainda enriquecida com extractos de camomila, e comfort com extractos de algodão, proporcionando uma brisa fresca durante todo o dia. blm

tempo médio de leitura: 2 minutos

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Texto: Paula Martin; Fotos: D. R.

A C&A modas reforça o compromisso com o meio ambiente, introduzindo o algodão orgânico nas suas colecções. O algodão, fibra natural de alta tolerância a todos os tipos de pele, utilizado pela C&A Modas e sob a etiqueta BIO COTTON é cultivado de forma artesanal na Índia, proporcionando maior conforto, durabilidade sendo totalmente ecológico. O conceito ECO está instalado também nas fábricas de confecção da C&A, reduzindo cerca de 40% de energia utilizando electricidade verde a partir de energias renováveis. Pequenos passos que marcam a diferença! blm

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festas e eventos

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TVI 24 arrancou com uma grandiosa festa cheia de glamour. José Eduardo Moniz (1) fez as honras da casa, onde caras bem conhecidas não faltaram, como Alexandra Lencastre (2), Marta Crawfort (3), Raquel Matos Cruz (4), Lídia Franco e Anabela Teixeira (5) e Santana Lopes (6). Ao canal e a toda a equipa, os nossos votos de sucesso. Pedro Pinto, um dos rostos da TVI, estreia-se na escrita com “O Ultimo Bandeirante”. Na cerimónia de lançamento o apoio da família (7) e amigos foi constante. Luis Filipe Vieira (8) foi um dos muitos convidados presentes.

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S.A.R. a Princesa Michael de Kent (9) veio a Portugal promover o seu recente livro, “A Serpente e a Lua”. De passagem por Lisboa, visitou a Fundação Medeiros e Almeida (10).


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festas e eventos

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Rainha Rania da Jordânia (11) juntamente com o ex-Presidente Jorge Sampaio, receberam o prémio que distingue personalidades que contribuem para estreitar relações entre os países do Norte e do Sul. Juntamente com Maria Cavaco Silva e o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Rui Vilar, visitou a Escola Básica Miguel Torga (12), no Casal de São Brás, na Amadora. A Escola de Comércio de Lisboa (ECL) e a Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP) elaboraram o Prémio Mercúrio, um galardão que visa “premiar as boas práticas do Comércios português”, como referiu Piedade Pereira (13), directora da ECL., na presença de António Costa e da designer Maria João Bahia, autora do prémio. A elegante e simpática Sofia Carvalho, directora da SIC Mulher, apresentou a nova grelha de programas rodeada pela não menos elegante equipa (14). Tony Carreira cantou, encantou e esgotou o Pavilhão Atlântico. Teresa Guilherme (15), Nuno Eiró (16) e Maria Elisa (17) aceitaram o convite do cantor e divertiram-se a noite inteira. A Proóptica, a Oftalmóptica, José António Tenente, João Rôlo e Ana Salazar (18) uniram-se para uma grande causa: apoiar a Associação Ajuda de Mãe, com os óculos dos criadores nacionais. Leonor Santos e Madalena Teixeira Duarte (19) agradeceram, em nome da Associação, a iniciativa. blm

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Texto: Joana Serra; Fotos: Ant贸nio Murteira da Silva, Paulo Ribeiro, AP

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destaque

associaÇÃo JuVenil DiabÉticos D. esteFÂnia

(A.J.U.D.E.)

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Texto: André de Quiroga; Fotos: D.R.

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Associação Juvenil de Diabéticos D. Estefânia “nasceu da necessidade de cuidar das crianças diabéticas a um nível psicossocial vocacionado para a criança e o adolescente que requerem um atendimento idealmente pediátrico”, como nos explica Isabel Ferreira Reynolds. Foi constituída em 1995 e tem tido a sua sede executiva no Hospital D. Estefânia. No âmbito dos seus objectivos, tem sido através do corpo clínico e de enfermagem da sua Unidade de Endocrinologia Pediátrica que têm sido desenvolvidas algumas actividades, tais como: Festas de Natal, Fim de Ano, Dia Nacional dos Diabéticos, Campos de Férias, etc.. Este ano, a Associação Juvenil Diabéticos D. Estefânia, com o apoio do Hospital D. Estefânia organizou a Festa “ AJUDE NA PRIMAVERA”, com o objectivo de“florescer”nesta Primavera e dar a conhecer aos seus Associados os novos Órgãos Sociais entretanto eleitos, com uma novidade: Os novos membros são pais de crianças diabéticas. Esta Festa teve lugar no Auditório do Hospital com a participação de diversos artistas e da Associação Nariz Vermelho. Foi seguida de um lanche com uma ementa variada e tentadora… e muita animação. As fotos que exibimos denunciam a alegria que se viveu por lá! Crianças, jovens, pais, familiares, amigos, pessoal de enfermagem… todos se divertiram por uma boa causa: AJUDE as Crianças e Jovens Diabéticos!


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B ARBA ,

especial

Antes durAnte e dePois Os cuidados a ter para uma barba e pele perfeitas O pêlo da barba é diferente de todos os outros e, por isso, requer um conjunto de cuidados específicos. Para quem gosta de exibir a sua barba, saiba que, em primeiro lugar é importante mantê-la sempre limpa e hidratada, utilizando champô e amaciador de cabelo. Se os pêlos da barba são brancos, então o amaciador é fundamental porque, normalmente, estes são mais grossos e mais rebeldes que os demais. O amaciador permitir-lhe-á ter uma barba mais macia. Mantê-la devidamente aparada é fundamental. Para conseguir ter o estilo de barba mais apropriado às suas feições, o melhor é aconselhar-se com um profissional, o quase extinto barbeiro ou no salão que frequenta, que lhe dirá como deve apará-la. Depois, em casa, basta manter o formato pretendido. A ter em consideração Escolha o gel de barbear que mais se adequa ao seu tipo de pele e pêlo. Invista numa boa máquina de barbear com um sistema ajustável às suas necessidades (aparar, cortar ou barbear). Quanto mais fina for a lâmina, mais macios ficam os pêlos e o corte deve ser feito na direcção do crescimento do pêlo. Um bom espelho fará toda a diferença, por isso compre um que tenha um braço metálico que lhe permita ver toda a cara de perto sem que seja necessário curvar-se sobre o lavatório. Uma barba bem cuidada no rosto certo, oferece uma boa solução para quem quer variar de visual. E quando se cansar pode sempre mudar de estilo ou cortá-la de vez. O barbear é um dos rituais diários masculinos que mais agride a pele do rosto. Ao contrário do que se pensa, obter um barbeado profissional em casa é simples e fácil. Basta seguir estas três etapas essenciais: Preparação É a fase mais importante e negligenciada. Uma boa preparação abre os poros e amacia a pele. A melhor altura de preparar a pele para um barbear suave é no fim ou logo a seguir ao duche. A água quente amacia os pêlos e abre os poros, facilitando o corte. A exfoliação é fundamental. Além de eliminar as células mortas, evita pêlos encravados, que podem originar desagradáveis borbulhas.

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Utilize sempre um creme, espuma ou gel de barbear de qualidade (ver as nossas sugestões). Para quem tem pêlos particularmente espessos ou uma pele sensível é aconselhável que aplique um óleo de pré-barbear para reduzir a fricção entre a lâmina e a pele.


Reparar e proteger Depois de barbear, deve sempre fechar os poros passando a cara por água fria. Passe com suavidade uma toalha de rosto macia na pele já seca e depois aplique um bálsamo hidratante. Não é aconselhável utilizar produtos com álcool, já que podem secar a sua pele desnecessariamente. Pode de seguida aplicar os seus produtos de tratamento: contorno de olhos e hidratante, que também deve ser o ideal para o seu tipo de pele. Se tem uma pele oleosa ou mista, opte por um hidratante matificante. Não descure a nutrição. Antes de deitar, lave o rosto e aplique de seguida o creme de noite. Como vê, conseguir, diariamente, um barbear perfeito não tem nada de complicado. Uma barba e pele bem cuidadas, simpatia e um sorriso franco, é o suficiente para bem impressionar! blm

tempo médio de leitura: 4 minutos

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Texto por Maria João com as marcas; Fotos cedidas pelas maarcas

Barbear Os pêlos encravados ou a irritação da pele devem-se, principalmente, a duas causas: má hidratação e lâminas gastas. Como já foi referido, a hidratação é muito importante, mas uma boa lâmina, como a Gilette Fusion Phenom, com e sem pilhas, é essencial para um barbear eficaz e confortável. Não se esqueça que deverá mudar a cabeça pelo menos uma vez por semana. Com a sua mão livre estique a pele do rosto sobre a qual irá passar a lâmina, mas evite fazer muita pressão e lave-a frequentemente.

Um hat-trick no duche Active 3 - o primeiro produto 3 em 1 Um produto com três finalidades: Active 3 de NIVEA FOR MEN, combina um gel de duche, um champô e gel de barbear numa única fórmula. Três acções numa só – na verdade não há nada mais conveniente. É ideal para todos os homens pró-activos que não querem perder muito tempo. NIVEA FOR MEN Active 3, pode lavar o corpo e cabelo, barbear-se e depois é só deixar a água cair sobre o cabelo e corpo. É uma sensação renovadora, equiparada a um cuidado de corpo de excepção.

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fragrâncias

JUST F O R MEN despertar dos sentidos

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6 1 F BY FERRAGAMO BLACK, de salvatore Ferragamo (100ml €62); 2 HYPNÔSE HOMME COLOGNE, de Lancôme (100ml € 63,31); 3 NATURE ALWAIS WINS – THE SUPERCOLLECTION, de Dsquared2 (100ml €74); 4 coffret DIESEL FUEL FOR LIFE - especial Dia do Pai ( 50 ml com a oferta de gel de banho e after shave €54,51); 5 Hugo element eau de toilette de Hugo Boss (€ 63,50); 6 PUr3BLacK, edições limitadas do Bugatti Veyron (125ml €79) ; 7 LA NUIT DE L’HOMME, de Yves saint Laurent (100ml €76,58); 8 VERSACE POUR HOMME, de Versace (100ml €73)

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cosmética

A ciência ao serviço

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gama Secret de Vie, de Lancôme, fica completa com o lançamento de Secret de Vie Nuit – Tratamento de Noite Activador Celular Completo - , para mulheres dos 30 aos 50 anos. Uma jóia tecnológica capaz de reactivar funções essenciais da pele, de dentro para fora: renova, reafirma, uniformiza, fortalece, reaviva e suaviza. Uma textura sensacional que ganha vida em contacto com a pele. Com uma tecnologia de nano partículas que levam três

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milhões de micro esferas de Extrait de Vie™ (estimula o metabolismo das células em 118%) ao coração das células, transformando a pele instantaneamente num milagroso “renascimento celular”. Segundo os resultados de auto-avaliação no teste clínico realizado a 93 mulheres: 98% sem linhas de expressões; 96% mais firmeza; 94% visivelmente reavivada; 91% radiante; 98% mais suave; 96% hidratação; 89% uniforme. Modo de usar: Aplicar sob a pele limpa e tonificada, no rosto e pescoço. (€284)

Texto: Paula Martin com Lancôme

Secret de Vie


da eterna juventude

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recente lançamento do produto joia Génifique – Activador de Juventude, de Lancôme, tem como base mais de 10 anos de investigação e sete patentes registadas. A apresentação em Portugal foi feita pela Directora Científica da L’Oréal, Drª Ana Sofia Amaral, e a Responsável de Formação Lancôme, Maria de Lurdes Azevedo. “A juventude está nos genes… com a idade, a actividade dos genes varia… A juventude da pele está ligada à actividade dos genes – vamos, portanto, reactivá-los!” Embora pareça um serum, Génifique é nada mais nada menos

que um “concentrado activador de juventude”, actuando em todos os tipos de pele, independentemente da idade e sexo. Após quatro semanas de utilização, e segundo testes in vivo, comprova-se uma melhoria significativa na textura, elasticidade e luminosidade. A fórmula de Génifique contém Bio-Lysat, PhystosphingosineSLC, e Hepes, que actuam como um “despertador” produzindo mais “proteína de juventude”. Utilizando o doseador, a juventude está a uma distância de três a quatro gotas que são suficientes para rosto, pescoço e colo. Frasco doseador de 30ml (€87) BLM

Texto: Paula Martin; Foto: Lancôme

Génifique

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cosmética

Pele limpa Pequenos gestos para grandes resultados

Ainda que diariamente vestimos a pele com uma infindável palete de cores, na hora de “despir” a maquilhagem há que considerar a escolha dos produtos.

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Yves Saint Laurent criou graciosos, inteligentes e luxuosos desmaquilhantes, que revelam toda a sensualidade da pele através das suas próprias texturas. As requintadas fórmulas de alta tecnologia dos três clássicos desta apurada linha – Gommage Action Biologique, Eau Démaquillante 3 en 1 e Démaquillant Yeaux

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Haute Performace – proporcionam uma suavidade e um conforto impressionantes, removendo todas as impurezas e devolvendo à pele a sua juventude e equilíbrio. (Cleanser Demaquillant Yeux de 100ml - € 27,94; Cleanser Eau Tonique Démaquillant 3 en 1 de 200ml - € 33.31; Cleanser Gomme Biologique de 75 ml - € 42.74)


selecção criteriosa dos Laboratórios Clarins para uma limpeza natural. Para peles secas ou sensíveis, normais ou mistas e mistas a oleosas, DOUS NETTOYANT MOUSSANT rejuvenesce o seu rosto dia-a-dia. A sua delicada espuma, limpa em profundidade os resíduos de maquilhagem e de manhã assegura uma vitalidade prolongada durante todo o dia. BLM

Texto: Paula Martin; Fotos cedidas pelas marcas

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om a poluição ou para quem, como eu, se maquilha diariamente, sentimos necessidade de uma limpeza profunda. A Clarins apresenta três delicados cremes, para diferentes tipos de pele, que em contacto com a água se transformam em delicadas espumas de limpeza. Fibra de algodão, gypsophile, karité, polymnia e tamarinier, é a

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Máscara de pestanas

cosmética

Para um OLHAR SEDUTOR e PODEROSO

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á quem diga que os olhos são o espelho da alma. Verdade ou não, sei que um olhar pode dizer muito mais que mil palavras. Grandes Divas utilizaram-no como arma. Mae West dizia que o poder do seu olhar tanto seduzia como podia “matar”, os olhos de Bette Davis continuam a ser uma inspiração, já o olhar misterioso de Greta Garbo, emoldurado por longas e sedosas pestanas, encantou homens e mulheres, que também queriam ter umas iguais. A máscara de pestanas foi criada em 1913, por um químico, quando a irmã o questionou como poderia valorizar as pestanas. A ideia de misturar vaselina com pó de carvão foi imediatamente comprada e ainda hoje muita gente chama à máscara de pestanas, rímel, por ter sido a Rimmel a primeira marca a comercializá-la em Portugal. Claro que a rudimentar mistura deu lugar a sofisticados produtos, e actualmente as marcas existentes no mercado apostam nas tecnologias e efeitos imediatos. Há um grande número de escovas, patenteadas, para resultados diferenciados. Seja qual for a sua escolha e para melhores resultados, uma sugestão: Em frente ao espelho, incline ligeiramente a cabeça para trás, para que os olhos fiquem semi-serrados, e comece a maquilhar as pestanas - sempre do canto exterior para o interior, e o mais perto possível da raiz, e vá subindo com movimentos firmes da raiz às pontas. Se necessário aplique outra camada, antes de secar. Caso tenha esborratado a pálpebra, não limpe de imediato, deixe secar e sairá com facilidade com a ajuda de um cotonete seco. Para umas pestanas com aspecto bonito e saudável, nunca retoque durante o dia. Está completamente out pestanas coladas e com grumos.

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Quando aplicar a sua máscara e esta deixe resíduos, deve substituí-la pois perdeu propriedades e está seca.

Tous Colors Magic Night, da Tous, com proteínas de seda, para reforçar e regenerar as pestanas


Extra-Volume Collagene de L’Oreal, enriquecida com colagénio estruturante, garantindo volume extra, graças à escova patenteada com o dobro da espessura Hypnôse de Lancôme, máscara ultra suave, volume escultural e negro intenso Everlong Mascara de YSL, ideal para a mulher optimista e futurista, pestanas longas e separadas

Wonder Volume de Clarins, volume imediato e de longa duração

Lash Queen Feline Blacks de Helena Rubinstein, para um olhar misterioso, sedutor e enigmático

Phenomen’Eyes de Givenchy, máscara com efeito panorâmico de alta precisão Volume Nanodefinition de Make-Up by NIVEA realça as pestanas ao extremo, mais volume e separação de alta precisão Volume Glamour Ultra Curl de Bourjois, pestanas duplamente mais volumosas e sem resíduos

Lash Queen Feather Collection de Helena Rubinstein, um volume delicado dando asas ao seu olhar. Apresenta-se em 3 tonalidades (castanho, preto e cinza) em elegantes embalagens, dignas de coleccionador.

tempo médio de leitura: 3 minutos

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Texto: Paula Martin; Fotos: Helena Rubinstein

Sumptuous Bold Volume Lifting Mascara de Estée Lauder, pestanas sedutoramente volumosas, longas e levantadas

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moda

MARC JACOBS “Adoro chamar a atenção” O Estilista passou por São Paulo para divulgar a sua marca e conhecer a mãe do seu namorado brasileiro.

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arc Jacobs viajou até São Paulo para promover a sua própria loja, aberta em Janeiro, em sociedade com a multimarcas NK Store, de Natalie Klein e conhecer a mãe de seu namorado, o publicitário brasileiro Lorenzo Martone, com quem está previsto o casamento em breve - um dos casamentos mais comentados do“mundo fashion”. Acompanhado do sócio, Robert Duffy, o estilista respondeu muito rapidamente às nossas questões.

Bastidores - Conhece o trabalho de outros estilistas portugueses e/ou brasileiros? Marc Jacobs - Ninguém em particular. Já ouvi falar da marca de biquínis Rosa Chá, porque fazem um trabalho com a minha amiga Naomi Campbell, fui apresentado a Alexandre Herchcovitch por um amigo fotógrafo, e vi uns sapatos Luís Onofre, e gostei. O que mais gostou da cidade de São Paulo? O hotel Fasano é óptimo e a loja Marc Jacobs é maravilhosa. É tudo o que posso dizer sobre São Paulo até agora. Depois viajo para o Rio e para a Baía, de férias, e então poderei dizer melhor o que acho do Brasil. Robert viaja muito mais do que eu! Conhece Portugal? Não, mas já me disseram que é lindo, e que Sintra é maravilhoso! Quando pensa no Brasil, qual a imagem que lhe vem logo à mente? É melhor não dizer o que penso! (Risos) Mas todas as modelos com quem já trabalhei são muito calorosas: Raquel Zimmermann, Gisele Bündchen, Daiane Conterato, Aline Weber... É essa a impressão que tenho, mas sei que não posso generalizar. Incomoda-o a atenção que dão ao seu namoro com Lorenzo? Nada! Não me incomoda nada! Adoro chamar a atenção e adoro que falem de mim.

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Ultimamente usa muito kilts… Porque tenho uma perna bonita, então posso mostrá-la!

Vocês reduziram os convidados e houve cortes na decoração, no desfile de NY. Essa é uma resposta à crise económica nos EUA? Roberto Duffy – A diminuição do evento foi uma necessidade, uma resposta às questões de como nos íamos posicionar na crise. A nossa responsabilidade é com as pessoas que trabalham para nós e os nossos recursos foram aplicados dessa forma. Além desta loja, no Brasil ser em parceria com a NK Store, todas as outras são lojas próprias, temos muitos empregados e preferimos mantê-los a fazer um desfile ostensivo. Marc Jacobs - Criativamente, tento não pensar em crise. O trabalho que tenho, e partilho com a minha equipa, é de poder criar e fazer peças bonitas para encantar todas as mulheres. blm

tempo médio de leitura: 2 minutos

Texto: Joana Serra com agências; Fotos: Stephen Sprouse

Considera-se um criador “superstar”? A empresa foi construída em dez anos, juntamente com o meu sócio, não sou um novato nesta área. Se as pessoas me consideram assim, é o fruto de muito trabalho e trabalho árduo. O que temos é uma evolução construída passo a passo, e que se tem vindo a fortalecer.

Texto: Rui Miguel Costa; Foto: Hannibal Hanschke

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moda

Lingerie

O Poder da

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Valisere Tabu


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mulher, em geral, adora a beleza, a sofisticação e o conforto numa lingerie sensual. Peças em renda, com cortes minúsculos, detalhes em veludo, cetim, estampagens e bordados são alguns detalhes que fazem parte deste importante aliado na arte da sedução. Mais que o despertar dos desejos no seu parceiro, a lingerie tem um papel importante na auto-estima da mulher. Com uma lingerie bonita e sensual a mulher sente-se mais solta, provocadora e ainda mais mulher. Numa antecipação ao chamado mês da mulher, deixamos algumas sugestões para que seduza, sentindo-se ainda mais poderosa! blm

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Valisere

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Victoria’s Secret

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LaPerla LaPerla

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Triumph Supreme Temptation

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moda

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Texto: Teresa Vasconcellos; Fotos: Direitos Reservados

Triumpf - Oriental Desire

Valisere Tabu - Noche Sevillana

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moda

A nova Mulher

Triumph H

elena Coelho foi escolhida como emissária da Triumph para 2009. A escolha deve-se ao facto de Helena ser uma mulher confiante, alegre e prática, que gosta de se sentir bem, de estar na moda, e que valoriza a qualidade e o conforto, o que reflecte totalmente o espírito da marca. blm

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pessoas de sucesso

“O Madeirense”

Os sabores da ilha há 30 anos 94 BLM


Entrar no restaurante “O Madeirense” não é como entrar num restaurante comum. O sorriso com que os clientes são recebidos, o requinte e o gosto pela gastronomia, são a chave do sucesso deste projecto.

Homenagem de Alberto João Jardim Alberto João Jardim considerou Manuel Fernandes, “o embaixador da Madeira no Continente”. O empresário, dono do grupo de restauração “O Madeirense”, que inclui o “Português Café”, recebeu um louvor do presidente do Governo Regional da Madeira, aprovado pelo Conselho de Governo. Esta distinção chega numa altura em que o conhecido empresário comemora os 30 anos de “O Madeirense” no Continente. “Ao longo destes anos e com um sentido regionalista notável, este empresário promoveu a região autónoma, quer no país, quer no estrangeiro, incluso em certames importantes, afirmando todas as suas iniciativas através de uma qualidade excepcional de serviço e de gastronomia”, justifica o Executivo da Madeira. “O Madeirense” representou Portugal na Expo’ 92 (4.º lugar entre 220 restaurantes), em Sevilha, e na Expo’ 98, em Lisboa, recebeu uma menção honrosa na Exposição Universal de Hannover, na Alemanha, em 2000, e foi galardoado com a Estrelícia Dourada, pelos relevantes serviços prestados ao Turismo Regional, em 1999.

facto de, no Madeirense, haver um conhecimento de como “manipular todos os alimentos”, partindo sempre de uma base comum que são “os pratos típicos da Madeira”. Paula Fernandes disse ainda “que se inicialmente eram só as receitas tradicionais depois foi necessário alargar um pouco e abrir outras alternativas, devido aos clientes diários”. Um trabalho diário, iniciado no dia 9 de Fevereiro de 1979, e que já dura há 30 anos, levando O Madeirense a estar presente nas Exposições mundiais de Portugal e Espanha. Actualmente com 140 empregados espalhados pela região de Lisboa, Paula Fernandes desvaloriza, para já, a hipótese de expansão do conceito para fora da região de Lisboa e para o estrangeiro, dado que de momento “queremos consolidar o projecto ‘O Madeirense’ para não dispersar demais e continuarmos a ter os mesmos resultados”. A maioria dos clientes de O Madeirense é de classe médiaalta, e dos vários quadrantes profissionais desde políticos, desportistas, etc. Paula Fernandes confessa ainda sentir “uma alegria muito grande quando abrimos as portas e recebemos os clientes”. Deixe-se levar por aromas gastronómicos de uma das mais bonitas ilhas portuguesas e renda-se aos sabores do restaurante “O Madeirense”. blm tempo médio de leitura: 4 minutos

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Texto: Rui Miguel Costa; Foto: Manuel Fernandes de Paula Paz, Paula Fernandes e Paulo Ribeiro

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restaurante “O Madeirense”, localizado nas Amoreiras, é um espaço que nos transporta para os sabores da Madeira desde 1979. Tudo começou com uma ida à terra Natal de Manuel Fernandes, o mentor do projecto, aquando da entrada num restaurante onde os “estrangeiros brincavam e cantavam, e deu-nos a ideia de trazer o projecto para o continente”, como nos confidenciou Paula Fernandes administradora e colaboradora desta cadeia de restaurantes. Se no início tudo se resumia apenas a um restaurante onde poderiam dar a conhecer os sabores da Madeira e a receber os clientes como gostariam de ser recebidos em outros estabelecimentos, hoje o objectivo foi refinado e a arte de bem receber é sem sombra de dúvida uma das grandes mais-valias, pois cada cliente é recebido como se fosse um amigo. Foi esta mesma arte que cativou, ao longo de 30 anos, os clientes de O Madeirense, fazendo com que muitos se mantivessem fiéis a este restaurante durante estas três décadas. A par de todos estes factores, a permanente inovação gastronómica tornou-se uma constante, “todos os dias podemos introduzir coisas novas na própria gastronomia, sem perder a tipicidade e a identidade da Madeira”. Esta introdução contínua de novos elementos advém do

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nobres sem coroa

“EL CHE” UMA FIGURA INCONTORNÁVEL

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“Pátria ou a morte” O que se poderá escrever sobre Ernesto “Che” Guevara que não tenha sido já escrito? É difícil encontrar um facto da vida deste revolucionário que não tenha já sido dissecado pelos vários documentários, filmes ou obras biográficas.

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s próprios dados biográficos de “Che” Guevara são caracterização impressionante, ressuscita Ernesto “Che” controversos, tão controversos como a sua figura, Guevara do final da década de 50, aquele que em conjunto pois se para uns se trata de um verdadeiro herói, para com Fidel Castro derrubou a ditadura corrupta de Fulgêncio outros não é mais do que um guerrilheiro responsável por Batista. Foi nesta altura que “Che” se tornou numa força muita carnificina. indispensável e rapidamente aprende a arte da guerrilha. À Por incrível que pareça é mais na esfera cultural que Che medida que segue para a frente de combate, “Che” é adoptado Guevara é recordado e menos na orla política, claro que os pelos seus camaradas e pelo povo cubano.“O Argentino”mostra camaradas comunistas são capazes de a ascensão de Che na Revolução Cubana, discordar pois “Che” está sempre presente de médico a comandante e, mais tarde, ”Che” era uma exclamação utilizada nos seus comícios, mas a verdade é que em “A guerrilha”, a herói revolucionário. “El comandante” é uma figura familiar de na argentina para chamar alguém, são Ernesto “Che” Guevara é uma personagem os camaradas de guerra cubanos que que muitos estudiosos têm tentado decifrar quem gosta de ler ou de ir ao cinema. Quem não se recorda da presença de dão esta alcunha a Ernesto Guevara. ao longo de décadas. É um símbolo do “Che” no filme e no musical “Evita” como comunismo mas a reprodução da imagem consciência de Peron? Num argumento de Che Guevara em t-shirts e posters da tão singular como este musical, sobre a vida da carismática famosa pintura feita pelo artista plástico irlandês, radicado nos primeira-dama da Argentina, Che Guevara é dado a conhecer Estados Unidos, Jim Fitzpatrick a partir da foto “Guerrillero heróico” a um público mais vasto como o narrador crítico de uma tirada por Alberto Diaz Gutiérrez, conhecido profissionalmente argentina peronista. como Alberto Korda, e divulgada pela Revista Paris Match em 1967, A película “Diários de Motocicleta”, foi baseada no diário da pouco antes de sua morte, tornou-se na segunda imagem mais primeira viagem de Ernesto Che Guevara pela América. Quem difundida da era contemporânea, atrás apenas de uma imagem não saiba nada da vida de “Che” ficará de certeza a perceber o de Jesus Cristo. que o impulsionou para uma vida em prol de um ideal, se bem Ao escrever que “as execuções são uma necessidade para que esse conhecimento é nos dado a um nível subjectivo, já o Povo de Cuba, e um dever imposto por esse mesmo Povo” que é através de vários acontecimentos durante essa viagem que Ernesto vai divulgando o seu espírito inconformado e indignado com as injustiças do mundo. No final do filme podemos entender a sua transformação, pois como o próprio revolucionário escreveu no seu diário, o jovem argentino “já não” era “o mesmo”. “A cidade proibida” é um filme onde “Che” é apenas uma personagem secundária, dado que a história retrata a vida de um exilado cubano após a revolução no país. Andy Garcia interpreta um cidadão cubano de classe alta que vê a sua vida destruída com a chegada de Fidel Castro ao poder. “El Comandante” é retratado como uma pessoa cruel e sem misericórdia, forçando a personagem principal a fugir para os EUA sem um único tostão ou pertence pessoal. Com os dois mais recentes filmes épicos sobre “El comandante”, a primeira parte denominada de “Che – O argentino” e a segunda titulada de “A guerrilha”, a toada fílmica abraça a realidade biográfica Ernesto “Che” Guevara com Raúl Castro, à esquerda, irmão mais novo do líder cubano Fidel, em e histórica. Benicio del Toro, com uma Sierra de Cristal ao sul de Havana, em Cuba, durante a revolução cubana, em Junho de 1958 BLM

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nobres sem coroa

Ernesto Guevara de La Serna Nascimento: 14 de Junho de 1928 em Rosário na Argentina Falecimento: 09 de Outubro de 1967 em La Higuera na Bolívia

Alberto Diaz Gutiérrez, o mestre e a sua obra

demonstra claramente o seu lado obscuro. “El comandante” era um guerrilheiro e vivia pela luta armada, nunca se acomodando a postos de gabinete e sempre em busca do fim do imperialismo. “Poderíamos contemplar o futuro luminoso e próximo se dois, três, muitos Vietnames desabrochassem na superfície do globo, com a sua quota de mortes e as suas tragédias imensas, com o seu heroísmo quotidiano, com os seus golpes repetidos ao imperialismo,

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com a obrigação que lhe traz de dispersar as suas forças, sob o ódio crescente dos povos do mundo”, afirmou “Che”. O revolucionário foi sim uma pessoa extrema nas suas convicções quando afirma “pátria ou morte”. A revolução para ele era tudo e não o comunismo ou socialismo, pois facilmente “Che” chegou à conclusão que também a União Soviética explorava os países comunistas recém-nascidos, à semelhança do que os Estados Unidos faziam. Foi esta posição que o obrigou a afastar-se do Governo cubano e a ir lutar para o Congo-Brazzaville, em África, de onde regressa para ajudar na revolução boliviana onde é assassinado. O momento do seu assassinato demonstra o contraste de sentimentos que a sua figura de herói revolucionário provocava. “Che” é morto em território boliviano onde nem sequer era muito apoiado pelo povo local, só anos mais tarde após a sua morte é que foi elevado à condição de santo na aldeia boliviana de La Higuera. Ernesto “Che” Guevara foi um aventureiro, um pensador livre, um idealista, um médico, um guerrilheiro, um escritor, um homem de Estado, um “verdadeiro soldado da América” como o seu pai vaticinou antes da sua segunda viagem pelo continente, mas goste-se ou não “El Comandante” foi uma das pessoas mais influentes do século XX.


A 7 de Julho de 1953, Ernesto Guevara, na altura com 25 anos, apanhou um comboio em Buenos Aires rumo à sua segunda e última viagem pela América Latina. Carlos Ferrer, o seu amigo e companheiro nesta viagem, relata pela primeira vez todas as aventuras desse marcante período que determinou a transformação do jovem Ernesto no comandante Che Guevara. Tal como na primeira viagem que fez com Alberto Granado (que viria a dar origem ao filme “Diários de Motocicleta”), também aqui Ernesto se confrontou com toda a beleza e sofrimento de um continente subjugado durante séculos. O nome do acompanhante mudou, agora Alberto chama- se Calica; mas a viagem é a mesma: duas vontades dispersas estendendo-se pela América sem saber precisamente o que procuram nem onde está o norte, escreveu Guevara no seu diário de viagem. Os dois amigos percorrem a Bolívia, Peru e Equador, alternando o entusiasmo de viajantes e as

brincadeiras juvenis com reveladoras descobertas acerca da realidade sociopolítica latino-americana, convertendo-se numa viagem de auto-descoberta que os mudará para sempre. Este livro apresenta também fotos inéditas do álbum pessoal de Carlos Calica Ferrer que retratam a infância e adolescência dos dois amigos na cidade de Alta Gracia e a viagem que partilharam. Considero o primeiro capítulo deste livro uma maravilhosa gravura que, em poucas páginas apenas, faz uma descrição exaustiva do lugar onde Ernesto viveu os seus primeiros anos e a influência que esse meio exerceu sobre a sua vida posterior. O segundo capítulo tem a virtude de alertar o leitor de que vai enfrentar uma leitura que, além de agradável, só lhe oferecerá o que foi realmente vivido pelo autor e pelo seu companheiro de viagem. Nesses parágrafos, descreve-se uma cena escrita pelo senhor Ernesto Guevara Lynch, o pai, e reproduzida em dezenas de biografias, em que Ernesto, o filho, exclama: “Aqui está um soldado da América.” Outro escritor-testemunha, menos apegado à verdade, aproveitaria a frase como premonitória do futuro Che, mas Calica não ouviu essas palavras e, como não as ouviu, é isso que declara no seu relato, frisando bem a sua qualidade de testemunha fidedigna.

tempo médio de leitura: 9 minutos

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Texto: Tiago Gonçalves; Fotos: AP, Lusomundo, Guerra & Paz

“Do Ernesto ao Che”

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reportagem

Passe a p erna á crise

A actual crise financeira – segundo os entendidos, a mais grave desde a de 1929 – não será a última enquanto o sistema encorajar a fraude. E estando Portugal e o Mundo a viver a actual conjuntura, dois autores, dois livros, Cada um aborda o tema de forma distinta e com algumas sugestões que podem, ou não, ajudar a enfrentar estes tempos difíceis.

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aior fraude financeira de sempre chama-se Madoff Bernard Madoff foi em tempos o presidente da bolsa nova-iorquina das empresas de alta tecnologia - a Nasdaq - e depois manteve-se na bolsa, agora administrando vários fundos de investimento. A 11 de Dezembro último foi preso por ter montado uma fraude que pode chegar aos 50 mil milhões de dólares, a maior de sempre atribuída a uma só pessoa. O esquema de Madoff é semelhante ao usado pela Dona Branca, em Portugal. Eram prometidos ganhos muito superiores à rentabilidade do mercado de capitais, cerca de 12 a 13% ao ano, que eram pagos aos investidores mais antigos com o dinheiro dos investidores que acabavam de comprar os produtos financeiros do especulador norte-americano. Apesar de as queixas com suspeitas sobre as operações conduzidas por Bernard Madoff terem chegado ao regulador dos mercados financeiros ainda em 1999, o regulador nunca encontrou problemas com os fundos. A fraude foi descoberta quando alguns investidores

quiseram retirar 7 mil milhões de dólares dos fundos e Madoff não encontrou dinheiro para lhes pagar. Nessa altura terá contado a verdade aos seus colaboradores mais próximos, tendo sido denunciado ao FBI pelos seus dois filhos. Os 50 mil milhões de dólares apontados pela acusação como o produto total desta fraude podem ser exagerados, já que contam com os ganhos artificiais inventados por Madoff. Mas a contabilidade das perdas apuradas pelo Wall Street Journal chega já aos 30 mil milhões, com grandes bancos e seguradoras de todo o mundo na lista dos perdedores. Em Portugal, o impacto desta fraude está avaliado em 100 milhões de euros, com o Santander Totta e o BES a liderarem as perdas. Também o BPN, o Banco Efisa e a gestora de fundos Valor Alternativo, de Dias Loureiro e Jorge Coelho, foram noticiados como tendo investido nos fundos de Madoff. O autor da maior fraude financeira de sempre era conhecido como filantropo, administrando igualmente fundos de caridade promovidos por milionários com quem privava. Após ter sido preso, pagou uma caução de 10 milhões de dólares e está impedido de sair de casa até ao julgamento que promete ser um dos mais mediáticos do ano. blm


autor: Luís Miguel Gimes Ferreira Lopes editora: Esfera dos Livros (€15)

Este não é um livro cheio dados técnicos, com linguagem pouco acessível e que poucos entendem. Este livro segundo o autor, Luís Ferreira Lopes, está pontuado com “bom humor, ironia e tenta transmitir uma mensagem optimista sobre questões de empreendedorismo”. Ao longo do livro irá encontrar gráficos e quadros que facilitam a compreensão da situação actual, uma obra “dividido em 4 partes - a primeira como é que caímos na recessão, a segunda adianta-nos como é que devemos cortar nas despesas, a penúltima aconselha-nos o que fazer para gerir melhor os orçamentos das famílias, e por fim a quarta etapa do livro tenta mostrar como é que nós trabalhadores/ empresários/ gestores podemos fazer para racionalizar e cortar alguns custos fixos de forma indolor”. Marcelo Rebelo de Sousa, que prefacia a obra, descreve este livro como uma obra não “conjuntural, na qual os

OS BANQUEIROS NÃO PAGAM A CRISE autor: Patrick Bonazza editora: Guerra e Paz (€13,30)

Caras, ganho. Coroas, não perco. Nunca perco. Quem disse que os banqueiros pagam a crise? 10 milhões, 100 milhões ou mesmo 1000 milhões de euros.... são os salários mirabolantes que todos os anos caem nos recheados bolsos de banqueiros, traders – agentes de mercado - e outros gestores de fundos. A finança é um autêntico jogo cujas regras são praticamente inexistentes, os ganhos desmesurados e a imaginação ilimitada. O seu terreno é o planeta inteiro. O objectivo é só um: arriscar o máximo para ganhar o máximo. A actual crise financeira - a mais grave desde a de 1929 - não

conselhos valem para a crise e para além da crise, uma obra que está a prestar um serviço à comunidade”. Escrito no tempo recorde de três meses, o livro tem uma actualidade e necessidade prementes, abordando temas como o empréstimo à habitação, a energia, o consumo, o endividamento, e a gestão pessoal e empresarial. Luís Ferreira Lopes afirmou ainda ser necessário um maior patriotismo no que respeita a “comprar mais produtos portugueses e menos produtos chineses”. Em tempos de crise é necessário também ajudar quem realmente necessita e nesse campo o autor não descurou as dificuldades que algumas instituições nacionais passam e doará “parte das receitas dos direitos de autor ao CEBI de Vila Franca Xira”. Descubra como ser mais esperto que a crise através dos conselhos dados no livro e enfrente a crise com optimismo e um sorriso nos lábios. Luís Miguel Gomes Ferreira Lopes é jornalista de Economia desde 1991, actualmente é editor de Economia da SIC/SIC Notícias/SIC Online desde Outubro de 2001. É pivot do Jornal de Economia da SIC Notícias e habitual comentador de informação económica na SIC, Em 2008, desempenhou também funções de editor-executivo na Direcção de Informação da SIC. Como editor da SIC, é moderador de vários debates públicos e tem apresentado vários eventos públicos de boas práticas empresariais e distinção de casos de sucesso. Foi autor, coordenador e apresentador do programa semanal Sucesso.pt, da SIC Notícias.

resulta apenas de complexos jogos da finança internacional. É também consequência da irresponsabilidade de alguns banqueiros, obcecados com os seus ganhos. Este é um estudo sucinto, acutilante e pleno de actualidade que explora o pouco conhecido e desregrado mundo da alta finança e deixa claro que as crises repetirse-ão enquanto o sistema financeiro estimular riscos incomportáveis, chegando mesmo a favorecer a fraude. Afinal, como diz o autor, Patrick Bonazza, o mundo precisa de verdadeiros bancos e não de “bancos-casinos”. Um livro de leitura acessível que ajudará a perceber a linguagem bancária e financeira, e assim poder entender termos utilizados pelos muitos comentadores que participam amiúde em debates sobre o tema. Patrick Bonazza é jornalista e editor de economia do semanário francês Lê Point. Trabalhou anteriormente no L’Express e depois no Lê Nouvel Observateur. E autor dos livros Précarité, Chômage, Exclufiion: La France en Panne? (2006), Lês Goinfres. Enquête Sur l’Argent dês Gramk Patroas Français (2007) e Lês Patrons Sont-ils Trop Payés? (2008). tempo médio de leitura: 7 minutos

Texto: Paula Martin e Rui Miguel Costa; Fotos: D.R.

SEJA MAIS ESPERTO DO QUE A CRISE


R laçõ s fort s

Helena Reis

“Sou

e ss e n c i a l m e n t e

‘cão-dependente’”

Nascida e criada em Lisboa, Helena Reis é uma senhora do espectáculo. A cenógrafa iniciou o seu percurso no teatro Vasco Santana, em 1968, e a partir daí nunca mais parou, contando já com 40 anos de carreira. Apaixonada pelo mundo do espectáculo e das artes, leccionou durante 38 anos na Escola Superior de Teatro e Cinema. Em conversa com a Bastidores, Helena Reis confessou-nos qual a sua verdadeira razão de viver.

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teatro sempre foi uma paixão? Eu diria mais o espectáculo. O teatro é uma grande paixão, depois automaticamente comecei a trabalhar noutros sítios, nas óperas, nos bailados, nas televisões, nos cinemas e o que me interessa acima de tudo, a minha grande paixão é, de facto, o espectáculo.

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Que outras paixões tem na sua vida? Os cães, os animais, a natureza. Eu sou, actualmente, uma fanática pela natureza, pelos animais, pela defesa dos animais, pelos direitos dos animais. Anti peles, anti produtos de beleza que sejam testados em animais. Mas sou, essencialmente, ‘cão-dependente’.


Faz parte de alguma associação? Eu ajudo várias associações, sou sócia de algumas… todas de cães. Faço outras coisas, por exemplo, como sendo a doação de quadros meus para venderem em leilão para arranjarem dinheiro. Ainda agora, há pouco tempo, dei uns casacos de pele meus que já não usava há 10 anos e que valeram um bom dinheiro em leilão. Eram duas raposas até aos pés. Eu até me arrepio só de pensar nisso e de pensar que alguma vez comprei uns casacos daqueles. A sua relação forte com os animais vem desde a infância? Desde sempre! Desde de miúda que tudo o que é bicho eu agarrava. A minha mãe adorava, a minha irmã adorava, excepto o meu pai. O meu pai é que não ligava nenhuma aos animais e daí muitas guerras que eu tive com o meu pai ao longo dos anos. Eu já venho de uma família que era completamente apaixonada, mas eu sou fanática.

Actualmente tem duas cadelas. Tenho a Carlota, que é meia-irmã da Teodora, e quando a Teodora faleceu os criadores souberam, telefonaramme, começaram a pôr-me a cabeça outra vez à roda… e apareceram-me aqui em casa com esta malandreca. Vai fazer 3 anos, é a Marlene D., em homenagem à grande Marlene Dietrich. Que papel desempenham na sua vida? É o mais importante de tudo. Eu tenho duas grandes paixões… a minha vida profissional e os cães.

“A Teodora foi uma paixão, foi uma cadela desejada, esperada durante um ano. Eu estive um ano à espera desta cadelinha!” – Helena Reis Não dispensa a sua companhia... Não dispenso para nada! Vão para todo o lado… temos corrido tudo. Sítio onde as minhas cadelas não entram, eu também não entro. Não são dignos de eu entrar. Como define cada uma das suas meninas? A Carlota é manhosa, sabida. Tem a sabedoria da idade. A velhice dá sabedoria, dá sapiência… e a Carlota tem isso. A pequenina não. A pequenina é completamente dependente de mim, tem muito medo. Tenho até desgosto que ela seja tão medrosa. É muito, muito esperta, completamente louca por correr, por apanhar bolas. Mas dentro de casa é muito, muito agarrada a mim. Há algum momento do dia que dedique exclusivamente às suas cadelas? As saídas com elas. Eu posso ter muito que fazer, mas aquela saída de manhã a um espaço aberto onde as possa largar é essencial. Que conselhos dá a quem pensa adquirir um cão? Eu sou uma pessoa muito preocupada com esse problema. As pessoas para terem um cão… primeira coisa a pensar: verem qual é o tipo de vida que têm e o que é que podem dar a esse animal. Em segundo lugar, que tipo de cão é que se enquadrará no tipo de vida e no tipo de personalidade que os donos têm. Uma pessoa não pode ter um cão que precisa de espaço, que precisa de correr, metido em casa, numa varanda. É criminoso! blm

tempo médio de leitura: 6 minutos

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Texto: Bruna Raposo; Fotos: Paulo Ribeiro e foto de “Teodora” cedida por Helena Reis

Guarda alguma memória em relação a um animal que lhe tenha sido particularmente especial? Guardo… e se olhar em seu redor vai ver as fotografias da Teodora em todo o lado. A Teodora foi uma paixão, foi uma cadela desejada, esperada durante um ano. Eu estive um ano à espera desta cadelinha! Tinha visto o pai numa exposição canina. Nunca tinha visto um galgo italiano… fiquei completamente fascinada pela elegância e pela beleza do cão e, então, fiquei à espera para poder comprar uma cadelinha. Ao fim de um ano fui a Mafra, porque o criador é de Mafra e lembro-me que eram 4 cadelinhas pequenas. Eu teria que escolher uma delas e esta malandra, a Teodora, veio ao pé de mim e lambeu-me logo as mãos. E eu disse: ‘é esta que eu quero! Foi esta que me lambeu as mão, é esta que eu quero…’ Foi ela que me escolheu a mim. Essa cadelinha, infelizmente, aos 5 meses estava a fazer a primeira operação. Tinha um problema hereditário gravíssimo, devido à consanguinidade. Os pais eram primos direitos de purosangue. A cadela nunca mais andou, aliás, andava muito mal. Foi operada 9 vezes. Eu tentei fazer tudo o que era possível, penso até que talvez tenha exagerado nas operações, numa tentativa de que ela pudesse andar, mas não consegui. Mas foi uma cadela muito feliz, que me acompanhou para todo o lado. Ia para as aulas comigo, ia para as televisões, ia para para os teatros, viajou comigo por todo o lado. Cheguei a comprar-lhe um carrinho de bebé. Em França e em Itália eu andava sempre com o carrinho de bebé com ela.

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pets

UM snaCK DeliCiOsO

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EDIGREE® Agility Care+ foi desenvolvido para cães que sentem rigidez nas articulações e apresentam dificuldade em movimentar-se. Estes deliciosos snacks contêm CPA Complex+®, e uma combinação única de ingredientes naturais: Omega 3, que ajuda a manter a mobilidade natural e a promover a flexibilidade; Glucosamina, um derivado natural de crustáceo, que ajuda à reconstrução diária dos tecidos das articulações; e Mexilhão Verde, uma fonte rica em condroitina que ajuda a aliviar a rigidez das articulações. Em adição a este complexo mágico, este snack contém Metionina, que ajuda a manter o processo natural de regeneração do corpo. Os snacks PEDIGREE® Agility Care+ com elevada palatibilidade garantem a satisfação de todos cães, de acordo com a sua estatura e tamanho. Encontramse disponíveis em dois formatos: para cães de raça média (€ 4,99) e para raça grande (€ 5,99). blm

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FeliCiDaDe nO ROnROnaR

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Whiskas acaba de relançar toda a gama de Saquetas Receitas Cozinhadas ao Vapor, cuidadosamente preparadas a pensar na felicidade dos gatos, agora com novas receitas e mais saborosas, sem aromatizantes nem conservantes artificiais, e com toda a informação nutricional do produto enquadrada numa nova embalagem. E para se assegurar que todos os gatos experimentam, a Whiskas oferece 50% de desconto nos packs de 12 saquetas. Com esta promoção, o dono gasta apenas €0,21 por saqueta (preço recomendado) para fazer o seu melhor amigo feliz em cada refeição. E quem o diz é ronronar do seu gato! blm BLM

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saúde

Nutrição Infantil

Prevenir hoje… é saúde amanhã

Numa sociedade dos tempos modernos, em que tudo tem que ser feito rapidamente e as 24 horas do dia parecem não chegar para tanto trabalho, são muitos os “desvios” que se fazem para se conseguir chegar ao final do dia e ter a agenda cumprida. Nesta roda-viva a que estamos sujeitos, as crianças são as mais afectadas, sobretudo, no que toca à alimentação.

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ace à emergência crescente das cadeias de fast-food, aos incessantes anúncios na televisão a produtos apetitosos e imageticamente apelativos e aos constantes“descuidos”dos progenitores na preparação de refeições nutritivas, a alimentação infantil tem pecado pela falta de coerência. De acordo com Teresa Pires, dietista do Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo,

“cada vez mais a alimentação das crianças caracteriza-se pela falta de legumes, fruta e peixe, alimentos essenciais para um bom desenvolvimento, e por um aumento acentuado de comida rápida”. Os lanches, por exemplo, indispensáveis ao equilíbrio alimentar são, muitas vezes, substituídos por snacks pouco nutritivos, doces e até refrigerantes, quando o essencial no intervalo das refeições


tempo médio de leitura: 5 minutos

Texto: Bruna Raposo; Fotos: D.R.

deveria ser o pão, o leite, o iogurte e a fruta. A grande oferta que os mercados proporcionam nem sempre significa qualidade, muito pelo contrário. “Actualmente, o mercado oferece uma grande variedade de alimentos, na maioria industrializados que pouco têm a ver com as necessidades nutricionais das crianças, sendo ricos em componentes indesejáveis como as gorduras e os açúcares, favorecendo deste modo a obesidade”, salienta. Para que uma criança possa, realmente, crescer forte e saudável tem que se verificar, por parte dos seus educadores, um empenhamento na elaboração de refeições equilibradas e nutritivamente enriquecidas. “Essa alimentação deverá

incluir alimentos que forneçam energia, proteínas, vitaminas e sais minerais, ou seja, lacticínios, pão, cereais. Deve oferecer uma maior gama de legumes, hortaliças e frutas e evitar ao máximo a adição de sal, açúcar e mel”. No fundo, o que se entende por alimentação saudável é nada mais do que variedade e diversidade de alimentos e nutrientes. Este é um tema que deve fazer parte das preocupações de qualquer pai e começa assim que a criança nasce, uma vez que, a partir desse momento, se está perante o período crucial para se adquirir bons hábitos alimentares. Contudo, também há quem defenda que mesmo em período de gestação, este hábito deve ser cultivado. As grávidas devem optar sempre por uma alimentação saudável sob pena de, quando nascer, a criança apresentar sinais de subnutrição. Anos mais tarde, esta responsabilidade espera-se inerente às escolas, com menus que ofereçam “uma alimentação equilibrada e que promovam hábitos alimentares saudáveis”. A escola deve ser uma segunda casa e, por isso mesmo, um modelo de boas práticas alimentares que ajude os mais pequenos a aprender e a adoptar uma alimentação coincidente com as suas necessidades mais básicas. Segundo Teresa Pires, as crianças “devem fazer pelo menos cinco refeições por dia (pequeno-almoço, merenda a meio da manhã, almoço, lanche e jantar), comendo às refeições principais sopa, prato principal (com legumes) e fruta e acompanhando a refeição com água”. Questionada pela Bastidores sobre o que pensa de eventuais aulas de nutrição infantil para os pais, Teresa Pires diz que “seria interessante se fosse uma forma de promover a alimentação saudável e prevenir a obesidade infantil”. Esta questão é, aliás, um dos grandes problemas da sociedade civil da actualidade, com as crianças portuguesas, com idades entre os 7 e os 11 anos, a liderar a tabela dos países da União Europeia com a percentagem mais elevada de obesidade. E as razões são fáceis de perceber. Para além da alimentação pobre em nutrientes essenciais a um desenvolvimento saudável, regista-se, igualmente, uma fraca adesão das crianças à prática de exercício físico. Os jogos de computador e as horas intermináveis passadas em frente da televisão propiciam a inércia e a apatia, deixando de lado as brincadeiras de rua e os poucos momentos de alguma agitação física. A juntar a este problema de sedentarismo que é a obesidade, está também o consequente aparecimento de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e um conjunto de tantas outras doenças. “Aderir, portanto, a princípios de vida mais saudáveis, torna-se fundamental para quem acredita que ‘prevenir é melhor que remediar’”, aconselha Teresa Pires.


vinho

Vale D’AlgareS considerada

V

ale D’Algares conquistou o Prémio “Revelação do Ano 2008” atribuído pela Revista de Vinhos, uma distinção que vem reconhecer os conceitos inovadores e ousados que este projecto introduz no âmbito da cultura vinícola. Em Vila Chã de Ourique, no Cartaxo, Vale D’Algares é um pólo turístico com 100 hectares assente na complementaridade entre a produção de vinhos de elevada qualidade, a organização de eventos e a prática equestre. O projecto prevê ainda um hotel de charme associado às temáticas do vinho, natureza, saúde e bemestar, ainda em construção. A marca produz os vinhos Vale d’Algares Branco (gama Super Premium) e Guarda Rios Branco, Tinto e Rosé (gama Premium), cuja qualidade e originalidade foram já reconhecidas pelos maiores especialistas. Para Sofia Martins, responsável pela empresa, “é uma honra ver o nosso trabalho distinguido numa fase tão inicial”. E acrescenta: “Sabemos que temos um longo caminho a percorrer, mas vamos continuar a apostar na qualidade em todas as vertentes da Marca no sentido de criar um projecto harmonioso e atractivo.”

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O título de “Revelação do Ano 2008” premeia, assim, um conceito de enoturismo único em Portugal, em que os melhores vinhos se unem a um espaço de lazer que privilegia o requinte e o contacto com a natureza. A Herdade Vale d’Algares pretende também reforçar a internacionalização. Angola, Reino Unido, Brasil e Alemanha são o mercado-alvo, já sendo comercializados em Macau, Holanda e Suíça. “A internacionalização dos nossos vinhos está sem dúvida a ser um êxito. Logo no primeiro ano de comercialização, é gratificante para nós já termos conquistado alguns prémios internacionais e constatar que os nossos vinhos estão a ser muito bem recebidos por consumidores internacionais e nacionais”, revela Sofia Martins. A estratégia passa pela distribuição dos vinhos em restaurantes e supermercados de referência, garrafeiras especializadas e lojas gourmet. tempo médio de leitura: 2 minutos

Texto: J.S. com Vale D’Algares; Fotos: D.R.

“Revelação do Ano”


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restaurante

Restaurante basco em Lisboa

“No Txakoli é como se as pessoas estivessem de férias noutro país”

Depois de um dia stressante ou de uma semana muito cansativa todos nós gostaríamos de tirar umas férias. Mas, por variadas questões, não podemos cumprir esse desejo, o máximo que tentamos fazer é descontrair num local que nos transporte para fora da rotina.

E

se lhe dissermos que no topo do Elevador da Glória, em Lisboa, pode dar um saltinho ao País Basco... Sim, é impossível! Basta entrar no restaurante Txakoli para que os lenços ao pescoço, as cores quentes, os pintxos (tapas) e as cañas (cerveja a copo) nos levem até uma qualquer taberna/bodegon de Bilbau. Um dos sócios gerentes do Txakoli, Pedro Vasconcelos,

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promete “um ambiente de ‘salero’, de festa e de muita alegria. Temos um ambiente onde as pessoas se conseguem descontrair num local público e sentir-se praticamente em casa. Onde não é obrigatório consumir muito, não é obrigatório gastar muito dinheiro. É obrigatório é estar presente, estar bem-disposto, com uma taça de vinho ou com uma cerveja e comer uma tapa”. Segundo Armando Apetato, o outro sócio do Txakoli, o


segredo deste negócio “é a informalidade do espaço. As próprias pessoas podem tirar os pintxos, sem estarem a pedir. E a qualidade, obviamente se não houvesse qualidade as pessoas não vinham”. Este pedaço do País Basco, em Lisboa, é o segundo de dois estabelecimentos de Pedro Vasconcelos e de Armando Apetato. O primeiro é o Txiriboga, situado na rua Castilho, aberto após o final de contrato com a cadeia de restaurantes Lizarran. “Começámos a andar sozinhos e percebemos facilmente que tínhamos asas para voar um bocadinho mais, foi quando nos comprometemos a abrir este segundo ponto de venda. O primeiro abriu há dez anos, este foi aberto em Abril de 2008 e tem sido um sucesso. O objectivo de abrir este segundo ponto de venda era fazer face às nossas ambições, nós sabíamos que tínhamos capacidade para abrir mais do que uma loja e assim surgiu”, relembrou Pedro Vasconcelos.

Longe da rotina mas perto da carteira Segundo nos foi dito, não há neste restaurante um prato característico, pois “o espírito aqui é as pessoas poderem partilhar a comida”. O preço é também muito variável pois segundo Pedro Vasconcelos “uma coisa boa das nossas tabernas é que elas não são caras, apesar do aspecto pomposo, aspecto chique ou até um aspecto mais inibidor, no fundo o

cliente é que escolhe. Aqui tanto se pode gastar 12,5 ou 15 como 18, 20 ou 40 euros. Temos comida e vinho para todas as carteiras”. No Txakoli respira-se boa disposição e, ao mesmo tempo que temos noção de estarmos num local de qualidade, também nos sentimos descontraídos é como nos disseram um local para “perder a máscara” de uma semana ou dia de trabalho de cansaço. Se procurar um local diferente para organizar um jantar entre um grupo de amigos, este restaurante proporciona um espaço onde cabem até 40 pessoas, completamente independente do restaurante em si, mas onde o ambiente continua a ser o mesmo. Não faltam também às sextas-feiras espectáculos de Flamenco e Sevilhanas, algo que Pedro Vasconcelos e Armando Apetato pretendem prolongar para os sábados. Mas apesar de todo o ambiente criado pelo próprio restaurante, são os clientes o segredo da alma deste negócio, pois segundo os dois sócios aqui “as pessoas descontraem, batem o pé e parecem mesmo que estão de férias noutro país”. Os dois empresários asseguram-nos de que o Txakoli “é um espaço fantástico para as pessoas visitarem, e está no Bairro alto sem estar na confusão”. Na nossa opinião, quem goste de conversar, de petiscar e de um ambiente diferente, tem nesta taberna basca um excelente local para frequentar.

Pintxo (entrada) InGreDIenTes Pão, salmão fumado, dois cogumelos gratinados recheados com pasta de presunto picado, queijo mozzarela, azeite e orégãos. PreParaçÃO Colocar os restantes ingredientes sob os cogumelos gratinados. tempo médio de leitura: 6 minutos

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Texto: Tiago Gonçalves; Fotos Paulo Ribeiro e D.R.

O País Basco no coração de Lisboa O Txakoli está aberto no Bairro Alto em frente ao miradouro, no número 65 da rua São Pedro de Alcântara. Mais do que uma loja, os donos de restaurante consideram que aquele espaço estava à espera deles. Aliás Pedro Vasconcelos afirmou, entre sorrisos, que já andavam “a sonhar com uma loja assim. Há uns anos, andámos a estudar várias zonas, mas a vontade foi sempre o Bairro Alto. Nós ambicionávamos ter uma loja grande no Bairro Alto. Não sabíamos onde, nem como, nem quando, mas sabíamos que íamos ter uma e a loja grande aparece”. Os tons quentes da decoração desta taberna basca também não foram obra do acaso, pois os autores desta recriação de ambiente de bodegon são Pedro Vasconcelos e Armando Apetato. “Fomos nós que fizemos a decoração. Temos aqui um espaço fantástico e tentámos tirar o máximo proveito dele. As próprias mesas, a barra e a contra barra foram fabricadas por quem já nos tinham feito o Txiriboga. São indivíduos que trabalham muito bem, e nós achámos que este tipo de concepção se adaptava perfeitamente ao País Basco”, revelou Armando Apetato. No que toca à comida do Txakoli, mais propriamente aos pintxos, tudo foi idealizado pelos dois sócios. Pedro Vasconcelos confessou-nos que eles são “uma sociedade” e “isto é como um casamento” daí que haja “um trabalho de investigação feito por mim e pelo Apetato, dia a dia, onde estudamos e desenhamos. Um lembra-se de fazer um pintxo de determinada maneira, ensaiamos, o outro levanta-se e vai para a cozinha e vamos fabricando. Nós temos um amor por pintxos há muitos anos”. Armando Apetato reforçou a ideia do seu sócio e referiu que “a partir do momento que fizemos a transição do Lizarran para o Txiriboga, e abrimos este segundo restaurante, demos um salto qualitativo muito grande. Pintxos destes só podem ser encontrados no País Basco”.

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restaurante

SUGESTÕES TXAKOLI Paella (5 doses) InGreDIenTes 25 cl de azeite; 50 gr de alho; pimenta branca, sal e colorau a gosto; 200 gr de arroz agulha; 250 gr de calamares; 100 gr de mexilhão sem concha; 150 gr de camarão; 150 gr de carne de porco; 150 gr de carne de frango; 10 gambas grandes; 10 mexilhões grandes com concha

PreParaçÃO Tempere as carnes com sal e coloque-as num tacho onde já tem o azeite quente e demais temperos. Junte o arroz e os restantes ingredientes. Deve ir pondo água por cima dos ingredientes, até cozerem. Colocar as gambas e os mexilhões por cima, e quando o arroz estiver cozido, está pronto a servir. No prato, decore com 2 gambas e 2 mexilhões. Dica: Caso queira um prato ainda mais colorido, adicione tiras de pimento verde e vermelho.

Fondant de Chocolate (5 doses) InGreDIenTes 175 gr de farinha maizena; 90 gr de farinha de trigo; 75 gr de açúcar; 250 gr de chocolate com 20% de cacau; 150 ml de leite; 100 gr de margarina; 4 ovos inteiros + 5 gemas PreParaçÃO Derreta o chocolate com a margarina em banho-maria. Aqueça o forno a 160 graus. Numa tigela bata os ovos e acrescente os restantes ingredientes, misturando tudo. Adicione ao preparado o chocolate derretido com a margarina e envolva. Este preparado dá para cinco formas individuais, que vão ao forno quente durante 20 minutos. Sirva quente acompanhado de uma bola de gelado de baunilha ou chantilly.

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viagem

Liberty of the Seas

Uma viagem de sonho pelas Caraíbas

Se um dia alguém lhe contar que num espaço de oito dias se passeou por um boulevard como se estivesse nos Campos Elíseos, bebeu uma cerveja num pub que poderia ser em Dublin, assistiu a um espectáculo da Broadway numa sala de espectáculos como o Scala de Milão, cavalgou sobre ondas que bem poderiam ser no Hawai, escalou paredes íngremes como se fossem as Montanhas Rochosas, comeu ostras no mais refinado restaurante de Portofino, assistiu a um espectáculo de patinagem no gelo, comprou jóias numa ourivesaria que bem poderia ser na 5a Avenida ou que deu cor à pele, à beira de uma piscina que poderia ser a de qualquer hotel de luxo, não duvide. E se esse alguém lhe disser que pelo meio se banhou em cristalinas águas azul-turquesa, se estendeu nas brancas areias das mais belas praias das Caraíbas e que visitou lugares tão exóticos e paradisíacos como Labadee, Grand Cayman, Jamaica e Cozumel, sem se esquecer das praias de Miami Beach, não duvide. Esse alguém fez tudo isso e muito mais. Esse alguém fez um cruzeiro no Liberty of the Seas, o maior navio de cruzeiros do mundo.

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ol, descontracção, mar, fotos, diversão, encontros multiculturais, praia, música, espectáculo, gastronomia... Liberdade! Por certo serão algumas destas palavras e sentidos que para si serão sinónimo de férias empolgantes e memoráveis, simples ideias que o Liberty of the Seas, da Royal Caribbean International, transforma em realidade. Para que isso aconteça, bastará ir ao encontro das coordenadas 20° da latitude Norte e 80° de longitude Oeste, onde encontramos a bela, contagiante e agitada Miami. A Miami de South Beach e Key West, dos edifícios art-déco, das inumeráveis marinas apinhadas de incontáveis iates, dos corpos

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bronzeados e esculturais que se passeiam na esperança de se tornarem estrelas de cinema, das apelativas e concorridas boutiques, das centenas de bares e esplanadas, dos recifes de coral, das villas com cais privativo, dos Hummer, Vipper, Cadillac e Mustang que percorrem largas avenidas e viadutos que ligam um emaranhado de verdejantes ilhas. A Miami de muitos sonhos e que continua a preencher o imaginário de incontidos prazeres. É este o ponto de partida para o concretizar de outros sonhos e muitas experiências, para o encontro com o que muitos apelidam de “auge do viajante”: as Caraíbas. E basta embarcar no Liberty of the Seas, deixando essa fantástica


Miami para trás, envolta num idílico pôr-do-sol, para que logo se apodere de nós a empolgante sensação de que estamos a caminho de uma realidade que tem atravessado gerações de entusiastas e apaixonados pelo sol, pela alegria, pêlos destinos exóticos, pela música quente que constantemente paira no ar e por ritmos frenéticos. Ou por aquele sentimento que aqui ganha mais força e que se resume a apenas duas palavras que ganham mais intensidade interior quando saídas da boca dos jamaicanos, as tão famosas “no problem” que nos fazem viajar por um mundo de incontida e deambulante paz. É o início de uma viagem ao encontro dos mesmos lugares que serviram de refúgio espiritual a lan Flemming ou Errol Flyn, de refúgio físico a piratas como Henry Morgan, que ambientaram várias aventuras de James Bond, que serviram de refúgio amoroso a Elizabeth Taylor, aos insinuantes banhos de Brooke Shields na “Lagoa Azul”ou das águas quentes que viram Úrsula Andress num sugestivo biquíni e um punhal na mão. Um lugar único repleto de ilhas, pequenas baías e coloridos recifes, de belas praias de areia branca, de um sempre presente sol e de um convidativo mar cor de esmeralda que vai sendo percorrido tranquilamente pelo maior navio de cruzeiros do mundo, o Liberty of the Seas. Enganam-se aqueles que pensam que este verdadeiro resort flutuante que todos os dias nos leva a um diferente paraíso terreno nas Caraíbas apenas tem o título de “o maior do mundo”. A juntar a este título, o Liberty of the Seas tem igualmente os

Comprimento - 339 metros Largura - 56 metros N° de passageiros - 4.088 de 57 nacionalidades diferentes, incluindo 12 portugueses Tripulação total - 1,360 em representação de 65 países, incluindo 6 de nacionalidade portuguesa

Liberty of the seas em números

Inaugurado em Maio de 2007, faz parte da frota da Royal Caribbean International, juntou-se ao seu irmão gémeo Freedom of the Seas, que dá nome à classe Freedom, dividindo com este o título de “maior navio de cruzeiros do mundo”. A inauguração do terceiro navio da Classe, o Independence of the Seas, em Abril último. E por ser o maior navio de cruzeiros do mundo, aqui deixamos como apontamento de interesse alguns números referentes ao Liberty of the Seas, que serão iguais aos do Independence, assim como outros números no mínimo curiosos recolhidos durante o cruzeiro de oito dias e sete noites a que se refere esta reportagem, e que serão uma pequena mostra deste mundo fantástico que são os navios da Classe Freedom. Tonelagem bruta - 160,000 toneladas

consumos Nª de refeições preparadas - 105.000 Sobremesas - 90.000 Bifes - 6.000 kg. Frango - 3.700 kg. Lagosta - 650 kg Camarão - 5.000 kg Ovos - 85.000 Farinha - 11.400 kg Frutas frescas - 30.000 kg Vegetais - 12.000 kg Batatas - 8.000 kg Gelados - 30.000 litros Leite - 30.000 litros Cerveja - 10.700 garrafas Vinho - 2.900 garrafas Whisky - 200 garrafas Gelo - 29.445 kg p/dia

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viagem títulos de o mais inovador e o mais avançado, tecnologicamente, navio de cruzeiros a navegar pelos oceanos, apresentando as mais modernas soluções de design e de bem-estar, assim como as mais surpreendentes ofertas de entretenimento conhecidas sobre os mares. Nas suas 158.000 toneladas e nos seus 15 decks, o Liberty tem capacidade para transportar 4.370 passageiros, conta com 1.800 camarotes duplos e uma tripulação de 1.360 pessoas, a zona aquática H2O Zone, que inclui uma piscina com música subaquática e uma outra para os passageiros que não dispensam a competição desportiva, onde poderão ser praticadas modalidades como natação sincronizada, water-polo e vólei, para além do FlowRider®. Uma piscina exclusiva para a prática de surf e bodyboard e que marca profundamente a vida a bordo do Liberty. O desporto a bordo do Liberty não se restringe apenas aos desportos náuticos. Uma parede de escalada de 14 metros, um ringue de patinagem no gelo com bancadas para cerca de 800 espectadores e onde acontecem espectáculos protagonizados por antigos campeões olímpicos e do mundo, um campo de minigolfe de nove buracos, uma pista de patins em linha, um campo de vólei, de basquetebol e de futebol de salão com as medidas oficiais, e um ginásio onde não falta um ringue de boxe profissional fazem igualmente parte de todo esse complexo desportivo, sem esquecer o Adventure Ocean® Youth Programme. Um programa totalmente supervisionado que oferece uma vasta gama de instalações para crianças de todas as idades, permitindo aos pais uma maior liberdade e despreocupação enquanto os seus filhos se divertem. A tudo isto, e para momentos mais relaxantes, outra novidade no mundo dos cruzeiros está nos dois jacuzzis, um a bombordo e outro a estibordo que saem quatro metros fora do navio ficando suspensos 30 metros sobre as águas dos oceanos, entre outros que se encontrarão ao longo do navio, permitindo, juntamente com o Spa e o ShipShape® Fitness Center, que se vivam momentos de pura descontracção como se de um resort de super-luxo em terra se tratasse. Em termos de alojamentos, este verdadeiro “navio-resort” lança um olhar especial para as famílias que queiram viajar e ficar juntas no mesmo espaço, oferecendo diversos camarotes de grandes dimensões. No topo deste imenso mundo de luxo e espaço oferecido, encontra-se a suite presidencial com 140m2, quatro quartos e quatro casas de banho, terraço, bar e sala de jantar, no interior e no terraço, e jacuzzi. Um pormenor a que se juntam diversos restaurantes temáticos, com respostas para os mais exigentes gourmets, lounges, casino, night-club, centro de congressos, cinema, discotecas direccionadas, divididas e preparadas para diversas idades, dos 5 aos 16 anos, babyrooms, o Arcádia Theatre, uma sala de espectáculo com capacidade para cerca de 2 000 pessoas que oferece diariamente espectáculos ao estilo West End, e a famosa “Royal Promenade”. Uma avenida com 138 metros de comprimento que liga a proa à popa, com dezenas de lojas, bares, esplanadas, cafés, pubs, pizzarias, casas de chá, gelatarias e barbearia. Mas se o Liberty of the Seas é só por si um mundo, fora dos seus 15 decks existe um outro mundo de fascínio que vai sendo dado a descobrir a cada milha navegada. É o continuar do concretizar de muitos sonhos e que começa com o desfrutar de uma ilha privada, Labadee.

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Um cenário paradisíaco preenchido pelas cores dos trajes e obras de arte dos seus habitantes, das praias de fina areia branca, das águas de um estonteante verde-azul e dos sempre presentes ritmos caribenhos que esvoaçam no ar enquanto nos baloiçamos sobre um colchão de ar nas tranquilas águas das suas baías, planamos num pára-pente, nos deliciamos na observação dos coloridos peixes que connosco dividem todo aquele mar azul ou nos refrescamos com uma sempre bem-vinda piña-colada. E tudo isto sob a protecção do nosso “resort flutuante” ancorado numa minúscula baía, o Liberty of the Seas. A Jamaica foi a ilha eleita pelo ao casal Jacqueline e J. F. Kennedy para a sua de lua-de-mel, por Ralph Lauren para construir a sua villa, das Blue Mountains, onde se cultiva o melhor e mais caro café do mundo e, claro, desse mito chamado Bob Marley, o maior ícone cultural jamaicano que deu a conhecer ao mundo o reggae e a cultura rastafari. Um lugar abençoado pela natureza e protegido por barreiras de coral e habitat natural da maior colónia de raias gigantes do mundo que aqui esperam pelo ser Homem para um contacto directo


do regresso a este fabuloso lugar criado por Deus, a um lugar que permanentemente nos oferece experiências únicas, a oportunidade de a cada momento expandirmos os nossos limites e que nos dá a liberdade que muitas vezes nos parece fugir. blm

Informações e reservas: +351 217 817 470 www.across.pt e-mail: travel@across.pt tempo médio de leitura: 12 minutos

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Texto: Fernando Borges; Fotos: D. R.

e maravilhosos momentos de convívio com este encantador e pacífico ser marinho. Momentos de raro prazer e envolvência que se prolongam quando o Liberty of the Seas chega à costa mexicana, à ilha de Cozumel, onde mergulhar nas suas águas é visitar um mundo especial e de rara beleza, deixando qualquer mergulhador, mesmo o mais experiente, simplesmente fascinado. Uma ilha encantadora de águas quentes habitadas por uma intensa vida exótica e deslumbrante, que parece flutuar entre recifes de coral que acompanham toda uma costa marcada por idílicas praias de areia branca e pequenas lagos que mais parecem pequenos aquários, enquanto na pequena cidade, que dá nome à ilha, se sente no ar o perfume muito próprio do povo caribenho mexicano. Talvez o melhor lugar para terminar uma viagem por algumas das mais belas e paradisíacas ilhas das Caraíbas, onde os cheiros e os sabores são mais intensos, coloridos e sentidos. Pela frente, e antes do regresso a Miami, resta apenas mais um dia de navegação. Um dia para um último saborear de todas as emoções vividas durante oito dias e para um último desejo. O

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auto

VOLKSWAGEN CONCEPT BLUE SPORT

Enquanto o mundo vive sobre uma atmosfera cinzenta de incertezas, continua a haver quem não abdique de orientar os nossos olhares e anseios para um ambiente bem mais desanuviado. A VW apresenta uma visão azul, alegre, a céu aberto, do que pode ser a felicidade dos momentos vividos ao volante. O Concept Blue Sport.

V o polÍcia cantoR ivem-se tempos de impasse, em que tudo é incerto e muito, muito bem pensado, pois o fantasma “crise” assombra tudo e todos, para ficar e cada passo com vista ao futuro mais próximo deve ser bem medido, para não hipotecar as nossas esperanças longínquas. Mas e os nossos sonhos, as nossas paixões, as nossas ambições, desvarios, momentos de prazer, deixaram de fazer parte do nosso quotidiano? Será que o cinzento que nos rodeia está a tirar o nosso brilho, a nossa luz interior?

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Felizmente que, no nosso mundo, existem outros factores, ou grupos que, tal como a nossa auto-estima, se recusam a “baixar os braços”, abandonando os sonhos. Por isso, e porque “o sonho comanda a vida”, apresentamos a visão da Volkswagen, o futuro, a partir de um automóvel exuberante (design envolvente), para desfrutar a céu aberto (roadster) e super-preocupado com o meio ambiente (Blue Concept). Este é, hoje, o futuro do automóvel.


Adaptado aos novos tempos/Diesel Afinal de contas, há que poupar não só o ambiente mas os nossos recursos, até mesmo os financeiros. Por isso no Blue Sport, um motor diesel de nova geração, capaz de notáveis prestações com baixos níveis de consumo e emissões poluentes. A proposta consiste no motor Clean Diesel TDI de 180 cv da VW. Este motor (injecção directa common-rail de última geração), propõe-se disponibilizar um excelente compromisso dinâmico, ajudado por uma transmissão automática DSG de seis relações, ou não fosse este o mais ágil e económico sistema de transmissão do mundo. Com estes argumentos (e tracção posterior), o Blue Sport é capaz de chegar aos 100 km/h em 6,6 s, atingindo os 226 km/h de

velocidade máxima. Em termos de consumo, orgulhosamente propõe médias de 4,3 lt por cada 100 km. Ainda, a partir do sistema Eco-mode (liga e desliga automaticamente o motor sempre que parado e regenera energia), o Blue Sport orgulha-se de economizar cerca de 0,2 lt de combustível por cada 100 km em cidade. Enfim, o futuro é azul por isso não desespere se hoje os dias são cinzentos, pois em breve, o sol voltará a brilhar e em cada face com que nos cruzarmos voltaremos a ver um sorriso de esperança e de qualidade de vida. Afinal de contas, sempre foi, é e será assim o mundo em que vivemos. blm

tempo médio de leitura: 4 minutos

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Texto Joana Serra com Volkswagen; Fotos cedidas pela marca

Irresistível O apelo estético do Blue Sport é inegável. Aparência moderna, elegante, traços simples e uma aerodinâmica envolvente. Tratase de um roadster, ou seja dois lugares, bastante compacto, quase nos quatro metros (3,99). Diria que o design é simples, resumido aos traços essenciais para assegurar fluidez, modernismo e dinamismo. Nesta simbiose de maturidade e elegância a VW não abdica de assegurar uma linhagem tradicional nalguns detalhes, como sejam a capota em lona. Aliás, o seu orgulhoso criador, quem mais senão Walter de Silva diz tudo o que é este Blue Sport, “o seu estilo é limpo e reduzido ao essencial, com um corpo fluido e linear”. Também no seu interior se respira essa fluidez. No meio de um habitáculo que ao mesmo tempo exulta o clássico e o moderno, sobressai o sistema multimédia touchscreen, bem abaixo da consola central.

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interressante

A Evolução de Darwin

Volvidos 200 anos do seu nascimento e 150 anos da publicação da sua obra fundamental “Origem das Espécies”, Charles Darwin vê o seu contributo reconhecido e celebrado um pouco por todo o mundo. Em jeito de homenagem ao homem que revolucionou a Biologia, a Fundação Calouste Gulbenkian inaugurou, em Fevereiro, a exposição “Evolução de Darwin” que se manterá patente até 24 de Maio

E

m ano de dupla efeméride, a Fundação Calouste Gulbenkian apostou na organização de uma exposição dedicada ao homem que convenceu a comunidade científica da existência de evolução entre as espécies e a forma como ela se dá por intermédio da selecção natural e sexual. Uma exposição comissariada pelo Dr. José Feijó, biólogo e professor da Faculdade de Ciências de Lisboa e que se apresenta como a maior alguma vez realizada e dedicada ao fundador do evolucionismo. “O que é fundamental nesta história é o livro ‘A Origem das Espécies’, que muda a forma como vimos a natureza e, inclusivamente, provoca uma pequena revolução filosófica”, revela o professor. A “Evolução de Darwin” engloba todo o contexto histórico e científico que antecedeu a vida e obra do naturalista e os contributos da sua investigação para a Biologia Moderna. Numa primeira fase, faz-se“uma espécie de homenagem àquilo que foi o espírito iluminista, é começar a olhar a natureza, começar a contemplar, a desenhar e a representar a beleza da natureza. Para isso, começamos antes de Darwin e fazemos a ponte de actualização. Começamos por nos referir ao século XVI - século XVIII”. O clímax deste espírito de observação, que, na altura, era feita de forma desorganizada e pouco sistematizada, está representado por uma réplica de um gabinete de curiosidades naturais, constituído por objectos e elementos provenientes de variadíssimos locais, como o Museu de História Natural de Lisboa, o Aquário Vasco da Gama e, ainda, de coleccionadores particulares. De facto são muitas as entidades, nacionais e internacionais, que dão o seu contributo nesta exposição, destacando-se a Escola Veterinária da Universidade de Trás-os-Montes, a Faculdade de Ciências de Lisboa, O Museu de Antropologia da Universidade de Coimbra, o Jardim Botânico de Madrid, o Jardim Zoológico e o Museu de História Natural norte-americano, entre tantos outros. O período que antecede o nascimento de Darwin é ilustrado pelas várias teorias que surgiam na época relativamente à evolução das espécies e da Terra, com nomes sonantes como Lineu, Buffon e Lammarck, que viriam a ser determinantes para o despoletar da curiosidade naturalista em Darwin. A exposição recria, posteriormente, a vida de Charles Darwin, numa linearidade histórica exímia e precisa, relatando episódios da sua juventude que se reflectiram na sua formação e comportamento. A ausência de testemunhos fotográficos do jovem naturalista motivou a sua reconstrução usando tecnologia de ponta, através de uma fotografia sua já com 30 anos de idade.“É uma reconstrução científica hiper-realista. Usa materiais compósitos e silicones, não tem nada a ver com uma figura de cera. Foi feita por uma equipa de antropólogos profissionais forenses que fizeram a reconstituição tridimensional. A partir disso é feita a estrutura óssea e sob essa estrutura óssea são acrescentadas as componentes anatómicas músculo a músculo,

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e crianças podem usufruir da ciência em actividades didácticas e pedagógicas que ajudam a esclarecer a visão do darwinismo. A referência ao DNA, por exemplo, está presente numa enorme escada, à qual as crianças podem subir, e termina num escorrega que as orienta para uma pequena sala onde, nas palavras de José Feijó, “convidamos miúdos e graúdos a sentarem-se e a escreverem uma carta a Darwin e que, depois, vamos seleccionando e colocando na parede para fazer o contraponto entre os cientistas profissionais e aquilo que eventualmente a exposição diga às pessoas e aos miúdos”. Com uma afluência ao nível da exposição localizada numa das maiores cidades do mundo, Nova Iorque, a exposição “Evolução de Darwin” contou, na primeira semana, com cerca de 10000 pessoas. Um número impressionante e que não deixa qualquer margem para dúvidas quanto à qualidade e abrangência da exposição. “O que me comove mais é chegar aqui aos fins-de-semana e ver famílias inteiras”.

Fundação calouste Gulbenkian Galeria de Exposições Temporárias da Sede Até 24 Maio, terça a domingo, 10h-18h - Preço 4€

tempo médio de leitura: 8 minutos

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Texto: Bruna Raposo; Fotos: Fundação Calouste Gulbenkian, AP

camada a camada, glândulas sebáceas… está lá tudo”. Esta figura é uma particularidade única da exposição. A réplica do barco Beagle é uma componente de destaque na exposição pela importância que teve na vida de Darwin. “Este modelo foi feito por três artistas do Museu da Marinha. Demorou quase dois anos a fazer. Cada um dos fios está à escala com a corda real… os nós são feitos à escala”, revela José Feijó. Foi a bordo desta embarcação que Darwin enveredou numa viagem de cinco anos à volta do globo, visitando ecossistemas e registando as inúmeras espécies com as quais teve oportunidade de se cruzar e que contribuíram para o alargamento do conhecimento enquanto explorador e naturalista. Para retratar os inúmeros territórios por onde passou e as várias espécies que teve oportunidade de observar, o Jardim Zoológico colocou à disposição dos visitantes, exemplares vivos de plantas e animais, como piranhas, jibóias, tartarugas e iguanas, numa tentativa de recriar, o mais fielmente possível, os ambientes que visitou e cujos dados se podem também encontrar nas réplicas dos seus livros de apontamentos. A “Evolução de Darwin” contempla toda uma vida de desejos e ambições, revelações extraordinárias e revoluções ideológicas. Vida esta que pode ser testemunhada, e de certa forma revivida através de imagens da localidade onde o naturalista viveu, da sua casa, escritório e laboratório, locais onde passava a maior parte dos seus dias, reflectindo e construindo aquilo que seria a sua maior obra e também a mais mediática “Origem das Espécies”. De acordo com o próprio comissário, este livro é “a razão de estarmos aqui hoje, é este livro que faz a diferença”. O professor explica ainda o contexto em que este foi publicado, numa história que revelou o espírito cavalheiresco e humilde do naturalista. “Ele teve a ideia em 1842, escreveu-o em 1844 e depois esteve a marinar durante algum tempo numa gaveta. A situação despoleta-se quando recebe de Alfred Russell Laws, um naturalista muito mais jovem, que ao contrário de todos tinha que ganhar a vida, um manuscrito para consideração e para publicação onde antecipava já um modelo muito próximo do de Darwin. Fica num dilema… mas a situação acaba por ser resolvida por dois colegas, o Hooker e o Lyle que sugerem a publicação conjunta e a leitura perante a sociedade”. E assim foi. Em 1859 é publicada a sua grande obra, que revolucionaria a comunidade científica da época.“Ele escreveu o livro com duas intenções essenciais. Primeiro porque queria estabelecer a evolução como um facto, depois porque pretendia estabelecer a selecção natural como um mecanismo”, remata José Feijó. Ilustrados os contextos históricos e científicos da vida de Darwin neste labirinto de ilustrações, réplicas e objectos que compõem a exposição, depressa se chega ao século XX, retratado por uma ponte rodeada de interrogações e deliberações da autoria do próprio Darwin em relação à sua obra. É neste espaço que se encontram os principais contributos das figuras da época que reforçaram e impulsionaram a síntese neo-darwinista, que constitui o que hoje conhecemos como Biologia Moderna. Nesta exposição, interactividade é a palavra de ordem. Adultos

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HORÓSCOPO A mulher do signo de Carneiro é muito prática, decidida e original. É a mulher do Zodíaco mais semelhante ao sexo oposto. Gosta de fazer o que os homens fazem, de ir onde eles vão e de viver como eles vivem. Portanto dificilmente se vai deixar enredar por uma relação que no futuro próximo lhe pode trazer sofrimento, problemas e obstáculos que ela considera desnecessários. No que se refere a metas profissionais é muito determinada. Depois de estabelecer os objectivos nada a vai deter.

CARNEIRo

Este é um período relativamente tranquilo que poderá aproveitar para restaurar as suas energias. No entanto, poderá sentir uma grande necessidade de rever algumas formas de actuar que naturalmente o conduzirão a um maior equilíbrio profissional. A sua relação sentimental passa, ou poderá passar, por uma fase caracterizada por algum melindre. Não crie situações delicadas e deixe que tudo se desenvolva de uma forma natural.

TOURO Não se deixe influenciar por algumas divergências com colegas de trabalho. Provavelmente, são um aviso para que repense os seus métodos. Por outro lado, tente ser positivo na análise das suas tarefas e objectivos. Alguma ansiedade e vontade de mais e mais poderão trazer alguns amargos de boca. Não exija demasiado do seu par. Por outro lado, seja dialogante e tente manter um clima de ternura e carinho. Tentativas externas para complicar a sua relação poderão surgir, esteja atento a este aspecto. GÉMEOS Não se deixe influenciar por algumas divergências com colegas de trabalho. Provavelmente são um aviso para que repense os seus métodos. As suas potencialidades são grandes. Aproveite-as da melhor forma. E este período pode caracterizar-se pela alternância entre o bom e mau. No aspecto de relações com amigos poderá encontrar um equilíbrio que lhe anda a faltar. Recomendado que reduza um pouco os seus maus hábitos alimentares. CARANGUEJO Este mês não se deverão verificar alterações importantes na sua actividade profissional. Será uma boa altura para que analise

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LEÃO O seu ambiente profissional continua a ser motivo para alguma preocupação da sua parte. Tente não encarar os assuntos de uma forma tão radical. A necessidade de se adaptar a novas metodologias têm constituído o seu maior problema. Não leve os problemas profissionais para o seu ambiente familiar. Um relacionamento sentimental muito agradável é o que este mês lhe reserva. O diálogo, a compreensão e o prazer de estar com quem gosta deverá ser aproveitado da melhor forma. Utilize o diálogo como forma principal de aproximação. VIRGEM Durante este período começará a beneficiar dos esforços que tem feito no sentido de desenvolver a sua actividade profissional em campos mais rentáveis. No entanto, não se deixe iludir por uma aparente facilidade na forma como as coisas irão sucedendo. Esteja atento à evolução e proceda a alguns ajustes. O resultado deverá ser uma franca melhoria da sua posição laboral. A área sentimental é caracterizada por um grande entendimento e uma perfeita sintonia com o seu par. No entanto, mantenha bem presente que uma relação é construída a dois e os silêncios não contribuirão em nada para a estabilidade da relação. Não deverá escutar as tentativas de terceiros no sentido de destabilizar a sua relação. BALANÇA O seu trabalho poderá ser questionado por colegas caso não coloque as questões de uma forma profissional e objectiva. Poderá ser colocada em dúvida a sua competência profissional. Fique atenta a este aspecto. Conserve os níveis de confiança independentemente de algumas contrariedades. Este período, nos seus momentos livres deverá ser virado para o seu lar. O desenvolvimento espiritual poderá ser alcançado com a meditação. O amor deverá ser regido com confiança e muita fé no seu par. ESCORPIÃO O êxito profissional depende muito da sua postura. Tente ser um pouco mais humilde e verificará que tudo se torna mais simples. Durante este período poderá concretizar pela positiva

alguns projectos que têm sido idealizados por si. Conviva com o seu par, abra o seu coração e divida com ele a sua vida. O retorno será, naturalmente, muito carinho e amor. A sexualidade dos nativos deste signo é muito forte durante todo este período.

SAGITÁRIO Mês caracterizado por uma possível concretização de projectos que se encontravam dependentes da aceitação pela parte de terceiros. Não se deixe iludir por esta aparente facilidade pois irá exigir de si toda a sua força e capacidade. Poderá ser confrontada perante a necessidade de fazer uma escolha motivada por uma oferta de mudança de actividade. Não tome decisões impensadas. Os relacionamentos de ordem sentimental poderão ser prejudicados por manifestações de ciúme e dúvida. Não dê ouvidos a pessoas mal intencionadas, seja mais confiante em si e no que o seu par representa para si. CAPRICÓRNIO Os aspectos de ordem profissional caracterizam-se por muito trabalho. No entanto, é a sua ocupação que vai contribuindo para o seu equilíbrio emocional. Não se afogue em trabalho como forma de fugir a outras realidades. Aproveite a companhia de quem ama para se sentir um pouco mais em paz. Novos conhecimentos poderão contribuir para se equilibrar um pouco mais e para ver as questões sobre uma óptica menos pessimista. AQUÁRio No aspecto profissional deverá ser regida uma forma equilibrada e não exija de si mais do que pode dar. Esteja atenta ao seu relacionamento com colegas, sócios e cliente e não crie situações complicadas e com consequências desagradáveis. Também na área das amizades e na sua vida social deverá manter uma atitude prudente e não se deixar levar por impulsos que lhe poderão trazer algumas situações difíceis. PEIXES Deverá esforçar-se para encontrar um pouco de tempo para restaurar forças. Novas propostas para mudança de actividade poderão surgir e deverão ser analisadas com muita atenção. O aspecto social está mais voltado para o lazer, o que poderá parecer um pouco estranho uma vez que o trabalho lhe vai ocupar muito do seu tempo. Mantenha uma atitude de afecto e carinho com o seu par e ele saberá reconhecer. Caso não tenha par este não é o momento mais favorecido para iniciar um novo romance. BLM

Texto: Del Carmen – delcarmen.previsoes@gmail.com

a sua forma de agir e que corrija o que não estiver certo. Poderá ser-lhe feita uma proposta que deverá ser vista por si com alguma reserva. Uma forte ligação e entendimento com o seu par poderá abrir-lhe a mente para situações que criou sem necessidade. Uma nova visão da sua relação, um pouco mais de compreensão e tudo dará certo. Os que não têm par deverão manter alguma reserva à possibilidade de nova relação.

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editorial

Não gosto, pronto! P

or vezes a irreverência compensa. Faz de nós seres diferentes, mas esta diferença prende-se com o facto de termos ultrapassado o patamar de gostar, só por gostar… A minha irreverência permite-me discernir o que não quero, ou simplesmente o que não gosto. Não gosto de fazer o que toda a gente faz, de ir onde todos vão, vestir o que todos vestem, ouvir e ler o mesmo que os outros… Não gosto, pronto! E sempre fui assim, desde criança. Mesmo quando me diziam que um dia ainda havia de querer ser igual a toda a gente. Nem pensar! – E ainda bem que nunca aconteceu. Gosto de fazer a minha própria moda, usar o que me apetece. Tenho um telemóvel básico – só faz e recebe chamadas – sem máquina fotográfica e afins, não tenho carro nem carta de condução, não gosto de mousse de chocolate caseira, não gosto de sushi, não como carne vermelha, mas também não sou vegetariana, não gosto de caviar e nunca comi caracóis, não gosto de futebol nem de multidões, e abomino qualquer e todo o tipo de violência. E gosto de ser assim. Gosto de mim, e repito: gosto de ser assim. Não me preocupa o que pareça mas como apareça. E creio que a Bastidores é assim. Apela a ser quem somos, e a ter liberdade total de escolha. Mas sou teimosa e curiosa - quero saber como tudo começou, gosto de acompanhar o processo pelo qual um projecto tem de passar até ao produto final. Daí, nasceu a Bastidores! E esta edição, como já é nosso apanágio, tem uma vasta panóplia de temas – sedução a rodos para a mulher, os cuidados a ter com o barbear e fragrâncias para o homem - e uma infindável lista de sugestões para toda a família. Quero ainda agradecer em nome de toda a equipa, a todos os leitores e em particular no meio artístico, por escolherem a Bastidores e tomarem-na como sua companhia, mesmo fora de Portugal. É para si que trabalhamos, e não há nada melhor que o seu reconhecimento. A todos, muito obrigada.

Paula Martin (Directora) Edição e Direcção Mike Schweitzer e Phil Martin (ceo@presscoast.com.pt)

Direcção Executiva Paula Martin (paula.martin@bastidoresmag.com) Redacção Teresa Vasconcellos, Alexandra Silva, Paula Martin, Joana Serra Colaboradores Almerinda Romeira, Mike Miller, Rita Timóteo, Peter Robertson Revisão de Texto Elsa Martins Produção Elsa Martins, Sophia Viccari Fotos, Imagens e Fontes Paulo Ribeiro, Max Rossi, Dario Pignatelli, Jason Reed, Rick Wilking, Brian Snyder, Reuters, Press Coast Arte Pedro Silva (arte@presscoast.com.pt) e Nelson Valadas Marketing Joana Serra, Paula Martin Secretariado e Expediente Geral João Rebelo (info@presscoast.com.pt) Redacção Rua Bernardo Lima, 47 – 2º Esq. 1150-078 Lisboa - Portugal Geral/Phone: +351 212 467 639 (redaccao@presscoast.com.pt) Publicidade (correio@presscoast.com.pt) Tel: +351 213 156 511 Impressão Sogapal, S.A. - Queluz de Baixo; Toarsa – España Distribuição Logista Portugal - Edif. Logista - Expansão da Área Indust. de Passil, Lt.1 A, Palhavã – Alcochete; So.Di.p – Via Berttola – Madrid Periodicidade Mensal Tiragem 85 000 Exemplares Depósito Legal nº 2579727/07 – E.R.C. nº 125550 Copyright Press Coast Ltd © É proibida a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotos, imagens e ilustrações, sob quaisquer fins, inclusive comerciais, sem autorização expressa do Editor. www.bastidoresmag.com CUIDE DO MEIO AMBIENTE

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Luísa Amaro

“Ninguém pode obessivamente continuar na sombra de ninguém”

Liberta-se de Carlos Paredes - o grande e imbatível mestre - mas senão fosse Paredes onde estaria Luísa Amaro? Na realidade como compositora e instrumentista dá uma grande lição: “ninguém pode obessivamente continuar na sombra de ninguém, sem que se esbata e nem se saiba quem é”.

A

compositora e e guitarrista Luísa Amaro afirmou à Lusa que o seu novo CD, “Meditherranjos”, representa “uma libertação de Carlos Paredes”, com quem trabalhou, e a “conquista de uma sonoridade própria”. “Eu senti a necessidade de trabalhar por mim tão somente. Claro que o Paredes é uma referência para todos nós, pois é o mestre, mas eu tinha de largar o Paredes e criar um projecto meu”, disse a instrumentista. E acrescenta, “quero explicar que tenho um projecto, isso para mim é essencial. Representa um esforço muito grande, que consegui também graças aos músicos que me acompanham”. Com Luísa Amaro (guitarra portuguesa), estão António Eustáquio (guitolão), Gonçalo Lopes (clarinetes), Baltazar Molina (percussões

orientais) e Mário Laginha tem participação especial numa faixa. Neste CD há dois pormenores interessantes: o diálogo do piano de Laginha com a guitarra portuguesa e ouvir o guitolão com música feita a pensar neste instrumento que o Paredes imaginou. “Laginha toca cinco minutos de improviso, numa rajada”, na faixa seis, intitulada “Meditherranios”, que foi a última a ser gravada, dados os compromissos do pianista. “Se ele não participasse o disco sairia na mesma, mas ele é um músico que estimo, admiro e muito respeito”, observou. Na opinião da guitarrista, Laginha “é um convidado que marca a diferença e é muito bonito o diálogo entre a guitarra portuguesa e o piano”.


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Texto: Joana Serra com Lusa e Museu do Oriente; Fotos: Direitos Reservados

Quanto ao guitolão, um instrumento imaginado por Carlos Paredes que integra o CD, “está a fazer a sua história e depende muito de quem o toca e a forma como o toca”, asseverou Luísa Amaro, para quem a sua inclusão “faz sentido pelo António Eustáquio e por a sua sonoridade se aproximar da do alaúde árabe”. O CD “Meditherranjos” é constituído por nove faixas, todas compostas por Luísa Amaro, com excepção da que conta com a participação de Laginha, “mas pode ser entendido como uma peça só, toda ligada”, e foi desta forma apresentado ao público, no Museu do Oriente, em Lisboa. Foi também lançamento do CD/Digibook para o mercado, “trata-se de um Digbook porque pedi a vários amigos, como o arabista Adalberto Alves, a etnomusicóloga Salwa Castelo-Branco e o escritor Urbano Tavares Rodrigues para escreverem textos acerca de determinadas faixas”, esclareceu a compositora. Os textos estão traduzidos em inglês, francês e alemão, tendo em vista o mercado externo e os festivais de músicas do mundo onde “o som da guitarra portuguesa é bebido de outra forma”, já que “é duro” ser-se concertista em Portugal. “Muitas pessoas gostam mas quando vêm ter comigo dizem sempre, ‘se tivesse uma voz’. Não há essa cultura de ouvir música em Portugal”, acrescentou Luísa Amaro. O CD remete para a tradição musical do Mediterrâneo, definindo-o Luísa Amaro nestes termos: “É uma viagem e um reencontro com a música oriental, designadamente árabe que faz parte de nós, mas temos passado ao lado” dela. Este é o segundo álbum de Luísa Amaro, depois do editado em 2004, “Canção para Carlos Paredes” com o qual pretendeu homenagear o falecido mestre da guitarra e compositor. “Em 2004, pouco depois da morte do Paredes, fiz a minha homenagem ao mestre e fechei um ciclo”, disse. Gravado em três dias,“Meditherranjos”esteve“em maturação” durante quatro anos, com vários espectáculos que foram “essenciais” para fazer “respirar” as músicas compostas e permitiu aos músicos “um maior à-vontade”. “Há também a componente dança que existia nesses espectáculos e que me ajudou a imaginar ambientes, como acontece na faixa ‘Crisálida’”, referiu. Outros temas do álbum são “Egiptânia”, “Devaneios”, “Kalipha”, “Lusitânia”, “Jogral”, “Mouriscas” e “Jardim da sereia”. blm





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