Nerd review 008

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Origem de Han Solo - p.14

Clássico Deadpool - p.12

O Capital para Crianças - p.8

Anon - p.18

QUADRINHOS, FILMES, SÉRIES E TUDO SOBRE O UNIVERSO NERD

Marx e os quadrinhos p.4

Edição 008 - Maio de 2018


Expediente Edição 008 - Maio de 2018 -------------------------------------Editor Presto Gaudio Editor de arte

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Uma data de resistência Primeiro de Maio, o dia do trabalho, ou melhor, dia do trabalhador é uma data reservada mundialmente como o dia da reivindicação e da luta dos trabalhadores por melhores condições e direitos. Uma data de resistência. Para não deixar esse dia passar em branco eu não podia deixar de falar sobre um dos mais importantes filósofos que questionou o sistema capitalista, nosso sistema econômico, fundado na exploração do trabalhador e causador de graves abismos sociais. Nascido na Prússia em 1818, Karl Marx revolucionaria o pensamento político e econômico ao criar as bases para repensar os mecanismos sócio políticos vigentes em sua época e que ainda hoje é responsável por desigualdades e abusos. Mas como a revista é sobre cultura pop, falarei sobre Marx por meio de alguns lançamentos recentes sobre o filósofo, duas adaptações do livro “O Capital”, um mangá lançado em 2011 pela JBC, um livro ilustrado infantil lançado este ano pelo selo Boitatá, e a biografia em quadrinhos do autor pelo selo Barricada, os dois últimos da editora Boitempo. Confira também a fase clássica do Deadpool nos quadrinhos, mais uma tentativa de SciFi da Netflix e o início da trilogia literária que conta as primeiras aventuras de Han Solo. Vire esta página e boa leitura

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Marx e os Quadrinhos

14 A origem de Han Solo

Clรกssico Deadpool

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Anon

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PERFIL

MARX E OS QUADRINHOS 200 anos de luta, 100 de revolução e embora tenhamos conquistado muitos avanços sociais, precisamos continuar lutando todos os dias para não perder nossos direitos. Conheça algumas obras em quadrinhos que homenageiam ou adaptam as obras de um dos maiores pensadores do século XIX.

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m tempos de revisão das leis trabalhistas, ou melhor, fim da proteção do empregado, onde o empregador pode coagir um trabalhador a se sujeitar à diferentes níveis de exploração. Cansamos de ver nos telejornais a propaganda de que um trabalhador não precisa de horário de almoço, por que ele não pode comer um sanduíche com uma mão enquanto apertar o parafuso com outra? Empresas que obrigam seus funcionários à venderem suas férias com a desculpa que eles vão ganhar mais dinheiro, mas na realidade só querem explorá-los ainda mais. Ler essas revistas nos mostram que apesar do tempo ter passado, infelizmente tais questões ainda são atuais, e ainda precisamos lutar para garantir uma vida digna.

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As revistas/livros que apresentarei a seguir são bastante interessantes por apresentar de forma didática e leve conceitos que nos levam a questionar e refletir sobre a situação em que nos sujeitamos todos os dias. E aos defensores de que não podemos ter ideologias em nossos filmes, quadrinhos ou suportes de divertimento, saiba que há ideologia em tudo, os jornais e propagandas, as novelas e os filmes mais rasos que assistimos possuem seus níveis filosóficos, visões de mundo que o diretor, produtor, jornalista editor ou dono da emissora quer passar. Ter acesso a obras como O Capital, essas adaptações ou mesmo a obra original de Karl Marx, não é uma forma de doutrinar, mas de apresentar visões diferentes que nos permitem refletir sobre nós mesmos, questionar o mundo em que vivemos e assim lutar por direitos, novos ou simplesmente para mantê-los.


QUADRINHOS

Marx Nesta revista acompanhamos o próprio Marx apresentando, de forma bem simplificada, sua trajetória de pensamento, o desejo por se tornar um filósofo, suas conquistas e contradições. As teorias que surgiram a partir de seus textos, e as dissidências responsável por criar outras correntes de pensamento. É interessante como Anne Simon consegue nos passar dinamismo através de um traço extremamente simplificado, ainda que muito expressivos. É um misto de caricatura com cartoon retratando o explosivo século XIX na Europa, que pouco a pouco conseguia conquistar suas liberdades, mas não sem muito custo e sangue.

Leiam, tirem suas próprias conclusões e conheçam um pouco sobre o ser humano Marx que teve que pensar e lutar contra um sistema, apesar de precisar sobreviver dentro dele. A biografia do Marx é uma produção de Corinne Maier com Anne Simon, lançada originalmente na França em 2013. Aqui no Brasil foi publicado neste ano de 2018 pelo selo Barbacoa da editora Boitempo com tradução de Mariana Echalar.

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O Capital Para Crianças

Adaptado por Joan Riera com ilustrações de Liliana Fortuny, neste livro temos temos a abstração de um dos conceitos apresentados por Marx contado de forma simplificada e lúdica de forma romanceada, com um avô contando uma história para seus netos. O velhinho conta sobre um trabalhador que produz meias em condições precárias de trabalho e percebe o quanto é explorado ao tentar comprar o mesmo produto que produz por oito vezes mais do que ele recebe de salário. Uma amiga faz um cálculo considerando outros elementos que compõe esse

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preço e chega a conclusão que o dono da empresa chega a receber de cinco a seis vezes mais que o trabalhador. Na segunda metade temos os trabalhadores conscientes da exploração que passam reivindicando mudanças e uma forma mais justa de remuneração. Simples, pequeno, mas direto ao ponto falando sobre mais-valia, exploração e a necessidade dos trabalhadores se unirem em prol de um bem coletivo. Os desenhos são bem simples também, com um traço infantil e levemente estilizado é uma caricatura bem simpática do Marx como o avô das crianças.


QUADRINHOS

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O Capital

em

Mangá

daptações de textos literários são relativamente comuns tanto no mundo dos quadrinhos como no universo audiovisual, mas será possível transpor uma obra filosófica ou um estudo sociológico para uma produção narrativa? A coleção Clássicos em Mangá apresenta algumas possibilidades, foram lançados no brasil dois volumes pela JBC e mais uma série de títulos pela LPM, no entanto trata-se apenas de uma pequena parcela de uma extensa coleção da japonesa East Press. Na obra original de O Capital somos apresentados à um conjunto de textos que analisam o sistema econômico capitalista que cresceu a partir da Revolução Industrial e acentuou a desigualdade social, a submissão e exploração do trabalhador. Mas como transpor uma obra teórica para uma linguagem em quadrinhos?

Seguimos o protagonista Robin, um jovem produtor de queijo que é conquistado pela possibilidade de riqueza proporcionada pela transformação de sua produção artesanal em industrial. Ele enfrenta a resistência do pai que acredita em uma vida menos ambiciosa e mediana, onde o trabalho deve ser suficiente para manter as necessidades mais básicas sem depender da exploração do trabalho ou dinheiro de outras pessoas. O garoto vive ressentido pela morte da mãe que, segundo Robin, poderia ter sobrevivido se eles tivessem mais dinheiro e assim embarca no sonho capitalista ao ser convencido de seu potencial por um grande investidor chamado Daniel.

A adaptação apresenta conceitos que nos levam a questionar e refletir sobre a situação em que nos sujeitamos todos os dias. Ao longo do mangá acompanhamos esses postulados teóricos de forma romantizada. A mais valia, o valor agregado do trabalho ao produto, valor de uso e trabalho agregado são apenas alguns dos termos tratados nessa obra, mas apresentados de forma orgânica à uma narrativa ficcional. Fragmento de O Capital

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A história se desenvolve com o garoto da fazenda firmando acordo com frio empreendedor e, para conseguir pagar o auxílio, passa a tocar sua fábrica de acordo com os ensinamentos de Daniel: máximo lucro com custo mínimo, mesmo às custas da saúde dos trabalhadores que comanda. Em paralelo à trama principal do Robin, presenciamos alguns momentos da vida de Karl, um de seus trabalhadores que começa a questionar a exploração e chamar outros colegas para se conscientizarem.

Outro elemento bem interessante é que no momento que Robin começa a refletir sobre a exploração que impõe aos seus empregados, pensa também em sua própria situação. Dono de uma pequena fábrica, acha que comanda a força de trabalho em prol de seu próprio enriquecimento, mas é nesse momento que percebe que pequenos e médios empresários não estão “por cima da carne seca”, pois também são explorados por seus investidores, empresários e bancos, os verdadeiros predadores do capitalismo. Em tempos de revisão das leis trabalhistas, ou melhor, fim da proteção do empregado, onde o empregador pode coagir um trabalhador a se sujeitar à diferentes níveis de exploração. Esta é uma leitura leve, mas obrigatória. Cansamos de ver nos telejornais a propaganda de que um trabalhador não precisa de horário de almoço, ele pode comer um sanduíche com uma mão enquanto aperta o parafuso com outra. Empresas que obrigam seus funcionários à venderem suas férias com a desculpa que eles vão ganhar mais dinheiro, mas na realidade só querem o explorar ainda mais. Enfim, esse mangá é bastante interessante por apresentar, de forma didática e leve, conceitos que nos levam a questionar e refletir sobre a situação em que nos sujeitamos todos os dias. E aos defensores de que não podemos ter ideologias em nossos filmes, quadrinhos ou mídias de “divertimento”, saiba que há ideologia em tudo, os

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Fragmento de O Capital


QUADRINHOS jornais e propagandas, as novelas e os filmes mais rasos que assistimos, todos refletem os posicionamentos de seus idealizadores, visões de mundo que o diretor, produtor, jornalista editor ou dono da emissora quer passar. Ter acesso a obras como O Capital, essa adaptação em mangá ou a obra original de Karl Marx não é uma forma de doutrinar, mas de apresentar visões diferentes que nos permitem refletir sobre nossa realidade, questionar o mundo em que vivemos e assim lutar por direitos, novos ou simplesmente para mantê-los.

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Han Solo A Armadilha do Paraíso O canalha mais querido dae uma galáxia muito distante está nos cinemas, mas sua origem já foi explorada ao longo dos vários anos antes da chegada da Disney. A Armadilha do Paraíso é o primeiro volume de uma trilogia lançada nos anos 90 e que a Aleph começou a publicar em 2017 12

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LITERATURA

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uito antes da compra da Lucasfilm pela Disney, antes mesmo da trilogia prequel de Star Wars, os livros e quadrinhos da saga de Guerra nas Estrelas contavam sobre o passado e o futuro do universo e dos personagens. A Armadilha do Paraíso de A.C.Crispin é o primeiro dos livros que explora o passado de um dos mais carismáticos dessa história. É interessante como Crispin resolve rapidamente delinear quem é Han Solo de forma até natural, antes de engrenar na história que ela quer contar nesse início de trilogia. O livro começa com a fuga de Solo de uma nave que morava, a Sorte de Mercador, comandada por Garris Shrike, um contrabandista que "cuida" de órfãos em troca de golpes e roubos pelos planetas onde passam. E embora comecemos acompanhando Han Solo já com seus dezoito anos, Crispin rememora diversos momentos do passado do personagem em flashbacks pontuais que nos apresentam a difícil vida à bordo da Sorte de Mercador, na qual o único alívio vinha na amizade que fez com uma Wookie, a centenária Dewlanna. Depois de fugir do contrabandista chega a um planeta supostamente paradisíaco, ponto focal no universo para peregrinos religiosos. O trabalho seria simples e lucrativo, transportar especiarias entre o planeta, a plataforma orbital e espaçoportos

próximos. O problema é que transportar especiarias é crime, além disso, em pouco tempo descobriu que os peregrinos eram na realidade escravizados e passavam por uma lavagem cerebral diária a fim de serem controlados. É uma história intensa, e de tirar o folego, as pouco mais de 300 páginas passam sem que percebamos com Han Solo sobrevivendo a sucessivos desafios. É interessante como Crispin trabalha o passado de um personagem tão arquetípico como o anti-herói canastrão, mas de bom coração que conquistou o público e a equipe de Guerra nas Estrelas, mesmo a contragosto de seu interprete. O filme que estreia em maio deste ano vai explorar justamente esse período, conhecermos o passado do Han Solo pela ótica Ron Howard e seguindo os critérios de censura estipulados pela Disney. Assim, embora acredite que parte dessa trilogia ajude a compor o roteiro, será muito mais leve do que o que observamos no livro. É interessante como muito do Han Solo de Armadilha do Paraíso parece ter inspirado o Senhor das Estrelas do James Gunn. É possível traçar vários paralelos entre Yondu e Shrike, bem como Han Solo e Peter Quill, a diferença é a censura Disney que torna o sequestrador do Quill mais humano e agradável que o sequestrador de Solo.

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QUADRINHOS

Clássico Deadpool Ninguém esperava o sucesso de Deadpool nos cinemas em 2016. Dois anos depois teremos o lançamento do segundo filme, mas antes de voltar para a telona que tal conhecer um pouco das primeiras histórias do personagem? Neste texto gostaria de comentar brevemente sobre um personagem que particularmente não gosto, mas que me divertia nos anos 90, apresento a vocês Deadpool Maio de 2018

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Antes do tagarela mercenário conhecido por quebrar a quarta parede se estabelecer como o personagem que mais aparece em mensais da Marvel, ele era apenas um tagarela mercenário. Muitos já sabem que ele foi criação de Rob Liefield e Fabian Nicieza para uma história qualquer da X-Force, inspirado no personagem Exterminador da Dc e com uma pitada é fator de cura e capacidade de falar incansavelmente, criaram o Walde Wilson. Mas como ele se tornou esse fenômeno? É por que só resolvi falar sobre ele agora? O personagem nasceu bastante cru na verdade, foram os roteiristas seguintes que começaram a criar sua personalidade a partir de Niscieza tivemos Joe Madureira, um erro de percurso na carreira do Mark Waid, mas em especial o Joe Kelly que realmente pegou o personagem por mais que apenas uma minissérie.

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QUADRINHOS

Desde o ano de 2016 a editora Panini começou uma coleção relançando em encadernados de capa cartonada as origens do personagem desde sua criação em New Mutants #98, as primeiras minisséries e, finalmente sua primeira série mensal. Já foram lançados sete volumes, mas eu destaco o quarto número dessa coleção que contém a edição número 11: "Com grandes Poderes, vem Grandes Coincidências". Sim, a referência e essa mesma é basicamente o Wade e sua parceira a cega Al vão parar no passado e precisam se assumir a identidade do Peter Parker/HomemAranha e Tia May. Sim, trata-se de uma mescla da arte de Peter Woods com o clássico traço de John Romita Sr. feito em cima da edição 47 de Amazing SpiderMan da década de 1960. A primeira vez que essa história foi publicada no Brasil ocorreu em 2002 na memorável edição 3 de Almanaque Marvel da editora Pandora. E sua mais recente publicação ocorreu em março de 2018 no tijolão Deadpool Antologia. Enfim, não importa muito se você não comprou nenhum dos encadernados anteriores da coleção de clássicos, já que as histórias funcionam mais ou menos de forma independente e o básico todos já sabem: mercenário imortal que fala pelos cotovelos. E antes (ou depois) de assistir o segundo filme do Mercenário desbocado, fica a dica de uma das melhores histórias com o Deadpool.

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Mais uma tentativa falha da Netflix em emplacar uma boa ficção científica original. Será que um dia eles acertam?

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FILMES

Imagine-se em um futuro onde o google glass vem instalado de fábrica em todos os seres humanos, ou pelo menos um sistema semelhante de acesso à uma internet na qual a interface se resume ao nosso campo de visão. Todas as memórias, recentes ou mais antigas, todas nossas experiências podem ser acessadas por qualquer pessoa se a gente permitir. Claro que a polícia não precisa pedir permissão, inclusive essas memórias servem como provas contra nós mesmos, caso tenhamos cometido algum crime. É uma premissa típica dos episódios do seriado Black Mirror, mas agora explorada em um filme de uma hora e quarenta estrelado por Clive Owen e Amanda Seyfried. O roteiro e a direção são assinados por Andrew Niccol, conhecido pelos ótimos Gattaca, Preço do Amanhã e Senhor das Armas. Todos destaques em seu ano de lançamento e alguns inclusive se tornaram referência para o gênero, discutindo questões sociais contemporâneas com um cuidado especial. Mas teria Anon seguido o mesmo caminho?

O plot de Anon é interessante, sempre me peguei pensando como seria legal olhar para qualquer coisa e puxar uma ficha técnica sobre aquilo, ou pelo menos evitar inconvenientes como encontrar alguém conhecido e ter esquecido seu nome. Mas se repararmos bem, um sistema como esse também serve como arma contra a sociedade, na desculpa de trazer segurança cria-se um sistema de vigilância total. Um mal da contemporaneidade no qual trocamos nossas liberdades por pseudo-segurança, quando na verdade estamos terceirizando responsabilidades sem entender o real perigo dessa escolha. Um sistema de controle que já existe e está sendo aprimorado, algo que a China já provou estar testando.

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Porém, se tudo é gravado e a polícia pode solicitar o registro de sua memória para investigar crimes, o que aconteceria se a visão de alguém fosse hackeada de forma a vítima ver seu próprio assassinato? Como encontrar o assassino? Essa é a investigação que o personagem de Owen vai fazer ao longo do filme. O plot superinteressante chama atenção do espectador, mas o desenvolvimento com ritmo extremamente lento e, por vezes, repetitivo na apresentação da forma como se usa a tecnologia (já entendemos como funciona a interface, não precisa apresen-

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tar todas as vezes que alguém acessa) tornando o filme entediante. Além disso, a atuação não demonstra conforto entre os atores apresentando interpretações duras e protocolares. Enfim, com elementos de narrativa noir, tecnologia retrô da década de 1970 e trilha sonora instrumental típica de filmes feitos para a TV na década de 1990, a Netflix tenta mais uma vez emplacar uma ficção científica, porém consegue apenas mais um tiro no pé.


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