Vozeiro de Primeira Linha
www.primeiralinha.org
Ano XVIII • Nº 67 • Segunda jeira • Janeiro, fevereiro e março de 2013
Jornal comunista de debate e formaçom ideológica para promover a Independência Nacional e a Revoluçom Socialista Galega
Ruptura democrática e processo constituinte galego Editorial
Alianças amplas de programas avançados para luitar
No primeiro trimestre do novo ano, tam só se está a agravar a profunda multicrise que padece o Estado espanhol. Galiza e a sua imensa maioria social obreira e popular acha-se hipotecada pola ausência de mecanismos soberanos que lhe capacitem adotar as decisons necessárias para abandonar as suicidas políticas socioeconómicas e de assimilaçom lingüistico-cultural da burguesia espanhola. O encadeamento de basicamente três crises interrelacionadas que sofre o projeto imperialista hispano, continua a golpear com dureza o nosso povo, a nossa classe e a nossa Pátria. À específica crise económica do capitalismo espanhol -enquadrada na mais global crise sistémica do capitalismo senil-, provocada polo estalido da bolha financeria que durante décadas alimentou umha economia virtual especulativa, devemos acrescentar a aceleraçom de umha crise política e institucional que provoca que cada dia som mais os segmentos do povo trabalhador galego que questionam a partitocracia e o modelo bipartidarista de representaçom e alteráncia imposto na Transiçom, a tradicional casta política e sindical cleptocrática e corrupta, a legitimidade da monarquia imposta por Franco, a ditadura da burguesia e, portanto, o modelo institucional e económico vigorante. Os graves casos de corrupçom generalizada em que estám involucrados Partido Popular, PSOE e a prática totalidade dos partidos sistémicos, perfeitamente plasmados nos papéis e envelopes de Bárcenas, mas também nas operaçons Campeom, Carioca, Pokémon... contribuírom para avançar na conscientizaçom de amplos setores populares. As brutais receitas neoliberais aplicadas polos governos de Rajói e Feijó,
sob a justificaçom de reduzirem o défice público, só provocam miséria e dor em cada vez mais povo, começando a ser questionadas de forma maciça e permanente por cada vez mais setores da classe trabalhadora. Frente às reivindicaçons populares, o governo e o conjunto do aparelho estatal responde com mais políticas recentralizadoras e assimilacionistas, com mais repressom e mordaça informativa. Nom devemos desvincular nem obviar que a esta ofensiva neoliberal, sob os ditados da troika, vai acompanhada por mais chauvinismo espanholista, mas também polo endurecimento do patriarcado. A profunda multicrise sistémica que hoje padece Espanha é integral. O projeto nacional homogéneo e excludente imposto há 500 anos mediante a “doma e castraçom” da Galiza também está em crise. Nom só o projeto espanhol, também Espanha como subpotência imperialista. Estamos pois frente a umha nova conjuntura sociopolítica caraterizada por umha ofensiva burguesa no plano socioeconómico, nacional e patriarcal, mas também por umha nova atitude e tendências no campo obreiro e popular, caraterizadas polo incremento da resistência e a luita de massas. Perante este cenário de endurecimento da luita de classes, mas também nacional e de género, a burguesia continua com a sua estratégia de se armar até os dentes, pois nom descarta umha saída policial ou mesmo militar, polo repressom generalizada para esmagar as grandes luitas que se divisam no horizonte.
Segunda Transiçom
Porém, atualmente está a cozinhar a marchas forçadas e entre enormes
contradiçons internas, umha segunda Transiçom para evitar a descomposiçom do regime. A oligarquia está preparando a recomposiçom do esgotado e avariado modelo pactuado entre 19751981 por setores do franquismo, do nacionalismo burguês catalám e basco, mais também e basicamente com a esquerda institucional e reformista (PCE e PSOE), sob a bençom de Washington e a socialdemocracia. Tal como naquela altura, sabem que é necessário realizar mudanças cosméticas, que sem alterar profundamente o sistema, aparentem transformaçons de envergadura para acalmar e desviar as reivindicaçons das multidons. Para atingir este objetivo, que só persegue furtar novamente a vontade popular, impondo umha soluçom desde acima e ao exclusivo serviço dos interesses oligárquicos e do imperialismo, estám a desenvolver a velha doutrina do shock. Como bons alunos da Escola de Chicago do nefasto Milton Friedman, o governo de Mariano Rajói e a sua sucursal autonómica galega perseguem gerar umha atmosfera e sensaçom subjetiva de caos que bloqueie a capacidade de decisom popular para assim poder implementar mais facilmente os seus planos ultraliberais, machistas e recentralizadores como mecanismo que facilite perpetuar e aprofundar na exploraçom capitalista, na opressom nacional da Galiza e na dominaçom de mais de metade da força de trabalho. Assim devemos interpretar o papel da imprensa burguesa na erosom dos partidos do regime, mas também dumha monarquia que até poucos anos semelhava intocável, alterando parcialmente as pautas de conduta e práticas de absoluta censura e manipulaçom informativa que conhecíamos. A burguesia carece nos dias de hoje de alternativa viável ao cada vez mais dé-
Sumário 3 Crise atual e desafios da
juventude revolucionária galega Eva Cortinhas
4 Crise do Direito do Trabalho ou
desorientaçom do movimento obreiro? Daniel Lourenço Mirom
5-6 A corrupçom como sintoma e
conseqüência da decadência do sistema Maurício Castro
7 México: panorama
e perspetivas revolucionárias diante da crise capitalista Julio Cota
8 Hugo Chávez sempre connosco! Viveremos e venceremos!