Sete razons do assalto das multinacionais mineiras ao subsolo e solo da Galiza 3
Participaçons preferentes e obrigaçons subordinadas: Da fraude bancária ao espólio por Luzia Leirós Comesanha decreto 4
Dúvidas e incógnitas sem resposta sobre a unidade soberanista 5-6
Frente anticapitalista para avançar! Frente antifascista para evitar o retrocesso! 7
Carlos Morais
Declaraçom Política do Comité Central do Partido Comunista Brasileiro
Xesus Domínguez
Vozeiro de Primeira Linha www.primeiralinha.org
Ano XVIII | Nº 69 Terceira jeira | Julho, agosto e setembro de 2013
EDITORIAL A
que atravessa Pescanova depois do espólio a que estivo submetida por Fernández de Sousa, as ameças da UE sobre o setor naval do sul do País, a perda de zonas de pesca, as reconversons encobertas no setor têxtil, no conserveiro. Em definitivo, a descapitalizaçom e o desmantelamento industrial da Galiza. A lógica colonial dos Reis Católicos continua intacta, tam só muda as formas e os estilos. Estamos perante um precipício. Eis o resultado dos governos do PP e da carência de Estado próprio. Perante este dantesco cenário que a lumpemburguesia autótone pretende impor à classe obreira, à juventude, às mulheres e às camadas populares, seguindo a dantesca folha de rota de Espanha e da UE, nom fica mais margem que resistir, luitar, organizar-se, para preparar a rebeliom popular que permita umha ruptura democrática da que emane um processo constituinte galego face a instauraçom de umha República Galega independente e soberana. Nom há pois outra alternativa que evite superar o ponto de nom retorno. MLNG já apresentou um programa provisório para contribuir a este objetivo. PTRP (Prgrama Tático para a Rebeliom Popular) de NÓS-UP é um documento de mínimos com 502 medidas concretas para esse governo obreiro e popular, patriótico e feminista de transiçom. O autonomismo fracassou estrepitosamente. Quem abraçou durante anos essa estratégia finalmente reconhece o esgotamento da mesma, deslocando-se e aproximando-se os parámetros da esquerda independentista e socialista. Só umha Galiza soberana poderá resolver os principais problemas que padecemos como povo e como classe. Só umha Galiza soberana poderá recuperar plenamente a nossa língua, só umha Galiza independente normalizará a nossa cultura, garantizará a viabilidade do projeto nacional galego.
Rebeliom obreira e popular tentativa de impor na Galiza a dialética política que durante décadas definiu a situaçom basca é umha manobra desesperada do PP para desviar a atençom da grave situaçom que atravessa a Galiza e as suas maiorias sociais. O governo vendepátrias de Feijó, genuflexo às diretrizes económicas de Madrid e Bruxelas, carente de qualquer projeto para além de acelerar a aniquilaçom do País, é responsável direto pola destruiçom dos setores produtivos, polas elevadíssimas taxas de desemprego, precariedade laboral, salários de miséria, da emigraçom maciça de dezenas de milhares de compatriotas -basicamente juventude com formaçom técnica e académica-, num êxodo que empobrece ainda mais a naçom, do desmantelamento da sanidade e educaçom pública, do roubo das preferentes, do empobrecimento de amplos setores populares e intermédios, da entrega do nosso solo e subsolo à depredaçom das multinacionais, em definitiva, é responsável por umha estratégia que visa impor a inviabilidade do nosso projeto nacional. O PP, com apoio explícito do PSOE nalguns temas e implícito em todos, age sem piedade de simples coveiros da Naçom Galega. Som agentes da espanholizaçom dumha Pátria que resiste a deixar-se assimilar após mais de 500 anos de opressom e dominaçom.
Destruiçom e absorçom de empresas
A
estratégia espanhola e da Troika está aniquilando umha a umha, setor por setor, as empresas mais emblemáticas do nosso tecido produtivo. Primeiro foi a absorçom de Fenosa por Gás Natural, de R pola luxemburguesa CVC Capital Partners, San Luís pola francesa Darty ou de Gándara Censa pola chinesa Citic Group. Depois, a liquidaçom das caixas de aforros e a compra do Banco Pastor polo Banco Popular, do Gallego polo Banco Sabadell, do Banco Etchevarría polo venezuelano Banesco. Agora a grave situaçom
A Pátria dotou-se de um novo GPS
A
recente constituiçom de umha iniciativa suprapartidária, plural e abrangente que visa acumular forças sociais e políticas em
prol da soberania nacional da Galiza, é um passo mui importante no processo de unidade de açom entre o nacionalismo e a esquerda independentista. A iniciativa Galiza pola Soberania (GPS) -constituída a 6 de julho em Compostela- é um facto histórico, pois é a primeira vez que nasce um espaço de confluência tam amplo com um projeto tam bem definido, superando parcialmente os timoratismos e complexos que tanto dano tenhem feito nas últimas décadas à luita de libertaçom nacional e social de género. Umha plataforma para a divulgaçom política e ideológica, para a mobilizaçom social, para
Jornal comunista de debate e formaçom ideológica para promover a Independência Nacional e a Revoluçom Socialista Galega
ganhar a hegemonia entre o nosso povo, situando no centro de gravidade das tarefas do movimento obreiro e popular a soberania como chave para poder derrotar os letais planos da burguesia e do imperialismo. Primeira Linha saúda a GPS e deseja-lhe enormes êxitos.
PP aposta pola intoxicaçom e a criminalizaçom da Galiza
P
erante este cenário, que era tam difícil de traçar como algo viável a curto prazo no Dia da Pátria do ano passado, o espanholismo age com nervosismo. Recorre ao manual contrainsurgente, querendo transformar em
mera “questom policial” as legítimas e justas demandas sociais e políticas do povo trabalhador movimentado nas ruas a reclamar emprego, serviços sociais gratuitos e de qualidade, e defendendo o futuro deste país. O vice-rei do governo espanhol na Galiza, Samuel Juárez, é um sinistro e medíocre personagem alheio à Galiza, aderido às posiçons da extrema-direita espanholista, com umha intensa implicaçom nos governos mais daninhos de Fraga e posteriormente de Feijó. O atual Delegado do Governo espanhol na Galiza está agindo como o que realmente é: representante direto dos interesses da metrópole, e portanto inimigo acérrimo do todo aquilo que se identifique com a Galiza e as suas maiorias sociais. Juárez emprega as forças de ocupaçom para reprimir com contundência as reivindicaçons populares, para espiar sem contemplaçons o independentismo, mas também o