Abrente 70

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Taxa de desemprego: realidade ou manipulaçom mediática 4-6

Afonso Mendes Souto

Óscar Peres Vidal

Vozeiro de Primeira Linha www.primeiralinha.org

Comparativa Desemprego 2012-2013 400.000 350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0

Total Desemprego Desemprego Oficial

Andaluzia, realidades e potencialidades da luita de um povo 7 Antonio Torres

Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

10 anos do último acordo RAG. 10, 100, 1.000 passos atrás 3

Ano XVIII | Nº 70 Terceira jeira | Outubro, novembro e dezembro de 2013

Jornal comunista de debate e formaçom ideológica para promover a Independência Nacional e a Revoluçom Socialista Galega

Intoxicaçom mediática, involuçom de liberdades e repressom policial EDITORIAL A

brutal ofensiva do bloco de classes oligárquico espanhol contra o proletariado, o conjunto do povo trabalhador, as mulheres e a Galiza, vai acompanhado por um incremento progressivo da intoxicaçom mediática, de cortes nas liberdades e direitos, do aumento do controlo social e da repressom policial e judicial. O regime é plenamente consciente da sua vulnerabilidade, do elevado grau de descrédito da casta política, da perda de apoio da monarquia, da carência de credibilidade do sindicalismo colaboracionista e amarelo e das ONGs que subsídia. Os partidos sistémicos sabem que cada vez som mais numerosos os setores sociais que deixam de acreditar nesta falsa “democracia constitucional”, no gasto modelo imposto no pós-franquismo, derivado do pacto atingido entre o grande capital e os partidos espanhóis da esquerda reformista: PCE e PSOE. A estabilidade dos primeiros trinta anos de restauraçom bourbónica está questionada polas luitas de libertaçom nacional dos povos oprimidos; pola juventude forçada a emigrar, ao desemprego estrutural antes de integrar-se no mer-

cado laboral ou a sobreviver na casa familiar com contratos precários de jornadas intermináveis remuneradas com salários de miséria; polas mulheres que assistem indignadas à perda das conquistas adquiridas e som relegadas novamente aos roles impostos polo franquismo e o patriarcado mais descarnado; pola classe obreira que observa como vam liquidando umha a umha as condiçons laborais e os direitos sindicais atingidos em décadas de luita; pol@s reformad@s que som condenad@s a pensons de miséria; polas camadas intermédias em processo de proletarizaçom ou semiproletarizaçom. Espanha é perfeitamente conhecedora do grau de mal-estar e indignaçom popular, é plenamente consciente da paulatina erosom que padece o regime. Mas a oligarquia e os partidos que representam diretamente os seus interesses nem estám dispostos a renunciar aos seus privilégios nem opor-se ao roteiro da Troika e do capitalismo internacional. A burguesia espanhola e a submissa lumpen-burguesia galega, ralentiza a implementaçom dalgumhas medidas em funçom da conjuntura sociopolítica para assim amortecer um estalido social, mas simultaneamente está

preparando-se para o cenário da confrontaçom com o povo trabalhador. Tal como Primeira Linha já tem analisado e denunciado nestas mesmas páginas, o Estado espanhol está a armar-se até os dentes, a preparar as suas forças repressivas para sufocar e repremir sem olhar a meios as luitas obreiras, nacionais e populares. Os orçamentos da Polícia e da Guarda Civil nom deixárom de aumentar no ultimo quinquénio, à medida que cortam em sanidade, educaçom ou pensons, e as reformas permanentes do Código Penal só procuram endurecer as medidas repressivas contra todas aquelas pessoas e grupos organizados que luitamos na rua polos nossos direitos. O rascunho apresentado por Gallardón pretende impor a prisom permanente revisável, novas medidas de segurança para prolongar o controlo em liberdade ao ponto de poderem ser mais graves que as penas impostas, a substituiçom das faltas por delitos, o incremento das multas administrativas com destaque para a multa

por desobediência vinculada à redefiniçom da figura de “atentado à autoridade”, um ainda maior exaustivo controlo da internet, nomeadamente das mensagens que por meio de correio eletrónico, whatsApp e sms “incitarem à alteraçom da ordem pública”.

Criminalizaçom da esquerda independentista galega

A

s brutal e desproporcionada sentença emitida em setembro contra quatro patriotas galeg@s julgad@s no mês de junho na “Audiência Nacional” sob acusaçom de formarem parte dumha “organizaçom terrorista”, e a criaçom jurídica dumha organizaçom armada, é um salto qualitativo na repressom espanhola contra a luita de libertaçom nacional e social de género do povo galego. A partir de agora, Espanha e a sua sofisticada engranagem repressiva tem mais facilidades jurídicas para criminalizar todas as compatriotas e organizaçons sociais e políticas que luitamos pola soberania e a independência da Galiza. A sentença adotada polo tribunal de exceçom espanhol nom foi umha surpresa para @s comunistas galeg@s.

O Estado levava meses preparando o terreno para umha sentença deste calibre. A intoxicaçom mediática contra o independentismo galego na imprensa colaboracionista tinha exponencialmente incrementado e radicalizado o nível de manipulaçom. Jornais, rádios e televisons nom cessam na criminalizaçom da luita por umha Pátria livre empregando as mais abjetas falácias, contribuindo assim para desviar a atençom popular quando a conjuntura o require. Nada disto é novo. Só que agora se tem dimensionado e endurecido ao ponto de que a “Audiência Nacional” acusa pessoas por portarem fotografias de pres@s polític@s galeg@s. A militáncia independentista leva décadas a padecer o seguimento e a espionagem policial, sofrendo na rua, nos centros sociais, nos centros de ensino e trabalho, a acossa e a pressom dos cans do império espanhol mediante identificaçons arbitrárias, cacheios, retençons ilegais, padedendo multas governativas e judiciais por exercer a liberdade de expressom. As tentativas de infiltraçom policial som constantes, as pressons sobre o contorno umha realidade inocultável, especialmente agudizada nos últimos meses entre a militáncia mais jovem. Está claro que Espanha tem adotado a decisom de converter a luita de libertaçom


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