Reflexons sobre o leninismo, aqui e agora 3
A face patriarcal da A lei mordaça 5-6 Gamonal: do estratégia neoliberal Carlos Garcia Seoane General Yagüe do Partido Popular 4 à máfia da construçom 7 Helena Sabel
Miguel Ramos Cuba
A “legítima violência” que nunca se legitima 8 Eva Cortinhas
Alberto San Martín
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Ano XIX | Nº 71 Terceira jeira | Janeiro, fevereiro e março de 2014
Jornal comunista de debate e formaçom ideológica para promover a Independência Nacional e a Revoluçom Socialista Galega
Unidade popular frente à involuçom do regime espanhol EDITORIAL É
indiscutível que o regime espanhol emanado da constituiçom pós-franquista de 1978 arrasta umha profunda crise em todas as ordens, de caráter estrutural. Mas também é umha evidência -suficientemente constatada na história da luita de classes- que só a luita popular organizada pode provocar a queda dos mais abjetos governos. Pois estes nom caem por si sós, há que tombá-los. Porém, a progressiva perda de legitimidade de Rajói, e da sucursal autonómica encabeçada por Feijó, ainda nom atingiu o ponto crítico que facilite implementar umha estratégia revolucionária de luita e movimentaçom de massas. A desafetaçom popular com o monopartidarismo bicéfalo, sem lugar a dúvidas, é umha das maiores preocupaçons dos inteletuais orgánicos e dos aparelhos de informaçom do sistema. Conhecem melhor que ninguém o grau de podridom de um Estado cor-
roído por uns níveis de corrupçom inimagináveis. As decisons que se aplicam com apoio implícito do PSOE estám rumadas basicamente a tentar ganhar tempo para assim amortecer as múltiplas contradiçons que desangram um regime atualmente sob o controlo da fraçom mais reacionária da oligarquia. Numha conjuntura onde convergem a dureza da crise económica do capitalismo espanhol com a evidência de estarmos governados por umha casta política cleptocrática, que pratica sem pudor algum a corrupçom generalizada, a maior ameaça para a desestabilizaçom do capitalismo espanhol está situada nas luitas de libertaçom nacional. As reivindicaçons soberanistas e independentistas da Galiza, País Basco e a Catalunha som o epicentro da luita de classes que aterroriza a burguesia espanhola. As reclamaçons do povo catalám em prol da legitimidade do seu direito a decidir a ruptura com
Espanha nom só estám acelerando a polarizaçom social e política, tenhem contribuido para carcomer a falsa coesom e unidade do PP. Perante este cenário, onde a tradicional intoleráncia do imperialismo espanhol recobra máxima atualidade, as forças do campo revolucionário devemos transmitir com franqueza, denunciar com clareza, que Espanha está disposta a todo para evitar continuar a minguar territorialmente e manter a taxa de lucro da sua burguesia parasita. Levamos muito tempo advertindo da possibilidade real dumha intervençom militar sob a fórmula constitucional para impossibilitar que o povo catalám decida democrática e pacificamente o seu futuro. Este cenário nom responde a alucinaçons radicais, e ganha máxi-
ma atualidade a partir da mudança de tática implementada por Mariano Rajói a meados de janeiro, alterando o tom e o conteúdo do seu discurso frente a posiçom maioritária do povo catalám. A medida que se aproxima a data marcada polos partidos soberanistas e independentistas cataláns para a consulta popular, a direçom do PP opta por ativar umha ofensiva combinada no ámbito mediático, político, judicial e repressivo. Porém, o vírus da falsa “normalidade democrática” imposta nestas quatro décadas de democracia burguesa bourbónica, e inconscientemente interiorizada pola imensa militáncia e ativistas do movimento popular, contribui para desconsiderar e mitigar as ameaças sobre o mais que seguro uso da força para quebrar a vontade maioritária exprimida polo povo da Catalunha. Realmente som preocupantes os silêncios ensurdecedores perante as
ameaças veladas e explícitas, polos movimentos e decisons que Espanha leva adotando nos últimos anos. Manobras militares com material antidistúrbio por parte de unidades do exército, exercícios noturnos de comandos simulando tomada do centro neurálgico de Barcelona, declaraçons golpistas de oficiais na reserva apresentados como “inofensivas” bravuconadas de casuísticas isoladas, reorganizaçom das forças armadas constituindo a Brigada Operacional Polivalente (BOP) com unidades específicas em operaçons de “caráter exclusivamente nacional”, nom som peças inconexas, respondem a um mesmo objetivo. Por um lado atemorizar e dissuadir, mas também engrassar a maquinária repressiva que nom duvidarám em empregar com a luz verde da NATO e da UE. Pois nom se deve desconsiderar a existência de um plano de intervençom militar contra a Catalunha por parte das forças armadas espanholas, com o beneplácito dos principais partidos do regime e da Casa Real. Seria ingénuo e até absurdo por