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DERMATO AULA| 2016
CAPÍTULO GRATUITO GABRIELA JUNCÁ T. P. LOPES
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CAPÍTULO GRATUITO DERMATO AULA
AUTORA Gabriela Juncá T. P. Lopes Graduada em medicina pelo Centro Universitário Serra dos Órgãos Residência em Clínica Médica no Hospital das Clínicas de Teresópolis - RJ Especialização em Dermatologia pela Universidade Federal Fluminense - RJ Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia - SBD Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia - SBD
PREFÁCIO A coleção Dermato AULA apresenta uma abordagem totalmente inovadora. Em cada capítulo no decorrer deste livro você encontrará questões de fixação, elaboradas de forma a testar o seu conhecimento e auxiliá-lo na memorização do conteúdo mais importante daquele assunto. As questões são de graus de dificuldade diversos, como acontece nos concursos. Ao final do livro existe uma seção de Área de Questões com questões comentadas. Elas são retiradas de concursos de diversos estados. Essa seção e seus comentários são muito importantes para você aprender a realizar provas.
Qualquer dúvida, crítica ou sugestão, você pode utilizar o link “Professores” dentro da sala de aula virtual ou
enviar um email para atendimento@medaula.com.br.
AGRADECIMENTO DO AUTOR
Assim como o trabalho do aluno, a preparação das apostilas do Dermato AULA foi árdua, porém, gratificante.
Agradecemos aos professores por acreditarem no projeto e, mesmo nos momentos de indecisão e ansiedade, ter se mostrado coesa e confidente no objetivo de criar um material didático eficiente e de alta qualidade teórica.
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COLORAÇÕES E MARCADORES EM DERMATOPATOLOGIA
COLORAÇÕES E MARCADORES EM DERMATOPATOLOGIA
e mielócitos (exceto mieloblastos) tem grânulos vermelhos no citoplasma. Negativo nos monócitos e linfócitos. Frequentemente usado nas mastocitoses e leucemias. - Ferro coloidal (corante de Hale): os mucopolissacarídeos ácidos coram-se em azul; similar ao Alcian Blue pH2,5. - Vermelho Congo: o amiloide marca-se em rosa avermelhado, birrefringência verde quando examinado à luz polarizada. - Fontana-Masson (corante de nitrato de prata amoniacal/ corante argentafim): a melanina é corada em preto. Usado principalmente para vitiligo e transtornos hipopigmentares. - Giemsa: núcleos em azul; citoplasma em rosa; eritrócitos em vermelho; corpúsculos de inclusão, citoplasma dos plasmócitos, grânulos dos mastócitos, Histoplasma, Rickettsia, algumas bactérias, corpos de Donovan e Leishmania marcam-se em púrpura ou azul. - Coloração de Gram (modificado como Brown-Brenn, Brown -Hopps): aas bactérias gram positivas são coradas em azul e as gram negativas em vermelho. - Bacilo acido-resistente (BAAR): as colorações de Ziehl-Neelsen, Fite-Faraco e Kinyoun coram os micro-organismos em vermelho. - PAS (ácido periódico de Schiff): glicogênio, mucopolissacarídeos neutros, fibrina, hialina, membranas basais e paredes dos fungos se coram em vermelho. Todos esses permanecem positivos quando se usa PAS com diástase (diástase resistente), exceto o glicogênio que é diástase lábil. - Corantes prata de Warthin-Starry, Steiner ou Dieterle: bactérias do granuloma inguinal, rinoescleroma, angiomatose bacilar, sífilis e outras espiroquetas são coradas em preto. - Tricrômio de Masson: o colágeno é verde, o colágeno e a queratina são vermelhos, os núcleos são pretos. Útil para diferenciar leiomiomas de dermatofibromas. - Orceina-Giemsa (O e G): principalmente usado para contrastar as fibras elásticas coradas de marrom-preto do colágeno rosa; também cora melanina de marrom-preto, os grânulos de mastócitos de roxo. - Verhoeff-van Gieson: o Verhoeffcora o tecido elástico em preto; o van Gieson cora o colágeno de vermelho e os músculos e nervos de amarelo. Útil para transtornos perfurantes, pseudoxantoma elástico, nevo do tecido conjuntivo. - Corantes ferrocianeto de potássio (reação de Pearls), azul de Turnbull e azul da Prússia: o ferro (incluindo a hemossiderina) é corado de azul. - Von Kossa: carbonatos, fosfatos, oxalatos, sulfatos, uratos, cloretos e outros sais aniônicos são corados em marrom-preto. Geralmente usado para corar sais de cálcio e no pseudoxantoma elástico.
As biópsias de pele são instrumentos muito importantes para os dermatologistas. Sua compreensão e interpretação técnica com correlação clínica são fundamentais para o diagnóstico e tratamento dos pacientes. Além da importância na prática dermatológica, são tema recorrente nos concursos de dermatologia. As colorações e marcadores foram organizados em tabelas com suas aplicações e dicas. Volte a esse capítulo para consulta durante seus estudos, principalmente dos tumores!
Colorações especiais e marcadores em dermatopatologia A maioria das biópsias cutâneas de rotina é avaliada utilizando-se a coloração H&E (HEMATOXICILINA E EOSINA). Os núcleos se coram em azul, com a hematoxicilina, e o citoplasma da maioria das células se cora em rosa com a eosina.
Coloração H&E: - Hematoxicilina cora estruturas basofílicas (AZUL): núcleos celulares e camada granular da epiderme. - Eosina (ROSA): citoplasma, colágeno, músculo, nervos e fibrina. Outras colorações e marcadores podem ser necessários em alguns casos. Esses auxiliam na diferenciação ou identificação de células (neoplásicas ou não), fibras elásticas, micro-organismos, depósitos entre outros.
Colorações especiais: - Alcian Blue: os mucopolissacarídeos ácidos marcam-se em azul claro no pH de 2,5. No pH de 0,5 somente os mucopolissacarídeos ácidos sulfatados como os sulfatos de heparina e condroitina são positivos. Coloração importante para mucinoses. - Cloroacetato estearase (AS-D naftol, Leder): mastóciotps
CORANTE
ESTRUTURA IDENTIFICADA
COR
APLICAÇÃO
Alcian blue (ph2,5)
Glicosaminoglicanas
Azul-claro
Mucinoses LE
Leder
Células mielóides e mastócitos
Vermelho
Dermatoses neutrofílicas Infiltrados hematopoiéticos Mastocitoses
Ferro coloidal
Ácidos mucopolissacarídeos
Azul
Mucinoses LE
Vermelho Congo
Amilóide
Vermelho (verde na luz polarizada)
Amiloidose
Fontana-Masson
melanina
Negro
Distinção entre ferro e melanina
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COLORAÇÕES E MARCADORES EM DERMATOPATOLOGIA
Bacterias gram +
Azul
Infecções bacterianas
Bactérias gram -
Vermelho
Infecções bacterianas
Músculo liso
Rosa
tumores
colágeno
Azul/verde
Avaliar características do colágeno na derme
Mucicarmim
Mucina epitelial (MPS neutros ou ácidos)
Vermelho
tumores
PAS (ácido periódico de Schiff)
Glicogênio, paredes fúngicas, MPS neutros, fibrina, membranas basais, neoplasias de células claras
Vermelho
Infecções fungicas Espessamento de membrana basal (LE) Paredes de vasos espessas (porfiria cutânea tarda)
Ferro Pearls (azul da Prússia)
Hemossiderina Íons férricos
Azul
Identificar depósitos de ferro
Azul de toluidina
MPS ácidos e grânulos de mastócitos
Púrpura
mastocitose
Fite-Faraco
Mycobacterium leprae
Vermelho
Hanseníase
Fontana-Masson
melanina
Negro
Distinção entre ferro e melanina
Núcleos de células fúngicas
Azul
Leishmaniose Histoplasmose
Grânulos mastócitos
Púrpura
Urticária Mastocitose
Colágeno
Rosa ao vermelho
Tecido elástico
Negro
Músculos e nervos
Amarelo
Von Kossa
Sais de cálcio
Negro
Pseudoxantoma elástico
Ziehl-Neelsen
BAAR (bacilo ácido-resistente)
Vermelho
Micobacterioses
Gram (Brown-Brenn)
Tricrômio de Masson
Giemsa
Verhoeff-Van Gieson ou Weigert
Distúrbios do tecido elástico Dermatoses perfurantes Alterações do tecido conjuntivo
Teste imuno-histoquímico: Utiliza técnicas imunológicas para identificar antígenos celulares (proteínas) que não são visíveis rotineiramente no H&E. Podem ser marcadores para diferenciação celular e neoplásica ou marcadores CD - Clusters de Diferenciação. Os marcadores CD são usados principalmente para transtornos linfoproliferativos. - Bcl-2 (linfoma de células B/gene para leucemia 2): é um oncogene. Positivo na subpopulação de células B do linfoma centrofolicular, no linfoma difuso de grandes células B (tipo perna) e em certos outros linfomas. Presente apenas na camada basal do tricoepitelioma, em oposição a expressão mais extensa no carcinoma basocelular. - Citoqueratinas: encontradas no citoplasma das células epiteliais. Existem pelo menos 20 queratinas, que geralmente aparecem em pares.
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MARCADOR
EXPRESSÃO CELULAR PRIMÁRIA/DEFINIÇÃO
APLICAÇÃO
Bcl-2
Presente na camada basal do tricoepitelioma Linfomas de células B
Distinguir tricoepitelioma do CBC Linfomas B da pele
CEA (antígeno carcinoembrionário)
Glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas e suas neoplasias
Epitélio écrino e apócrino e suas neoplasias (incluindo doença de Paget mamária e extramamária)
Fatos XIIIa
Dendrócitos, monócitos e macrófagos dérmicos
Histiocitose de células NÃO Langerhans Dermatofibroma
CD1a
Células de Langerhans Células T precursoras
Histiocitose de células de Langerhans
CD68
Monócitos e macrófagos
Histiocitose de células NÃO Langerhans
MEDAULA - 2016
COLORAÇÕES E MARCADORES EM DERMATOPATOLOGIA
MART-1 / Melan-A
Melanócitos e células do melanoma
Nevos melanocíticos Melanoma (altamente específico)
HMB45
Pré-melanossomas e melanossomas Melanócitos que estão sintetizando melanina
Nevos melanocíticos Melanoma (altamente específico)
S100
Melanócitos, tumores melanocíticos, células de Schwann, glândulas écrinas e suas neoplasias, células de Langerhans e histiocitoses de células de Langerhans, condrócitos, musculatura lisa e esquelética, células adiposas
Neoplasias melanocíticas e neurais (alta sensibilidade e BAIXA especificidade) Histiocitose de células de Langerhans
QUESTÃO EXEMPLO 1. TED 2015 - No que se refere à histiocitose cefálica benigna, assinale a alternativa CORRETA. a) b) c) d)
Surge comumente nos dois primeiros anos de vida Caracteriza-se clinicamente por placas confluentes e infiltradas Apresenta positividade para CD1a no exame histopatológico Visualizam-se grânulos de Birbeck à microscopia eletrônica
Nosso interesse aqui é a imuno-histoquímica! A HISTIOCITOSE CEFÁLICA BENIGNA É UMA HISTIOCITOSE NÃO LANGERHAS! Portanto CD1a NEGATIVO.
MARCADOR
EXPRESSÃO CELULAR PRIMÁRIA/DEFINIÇÃO
CITOQUERATINAS (mais de 20 tipos)
Encontradas no citoplasma de cálulas epiteliais Geralmente aparecem em pares
K5 e K14
Camada basal
Epidermólise bolhosa simples
K1 e K 10
Camada suprabasal
Hiperqueratose epidermolítica
K7
Epitélio écrino e apócrino
Doença de Paget Carcinoma primário de anexos Carcinoma de células de Merkel Doença de Paget
CAM 5.2 K20
APLICAÇÃO
Epitélio simples e células de Merkel
Carcinoma de células de Merkel (marcador mais sensível)
MARCADOR
EXPRESSÃO CELULAR PRIMÁRIA/DEFINIÇÃO
APLICAÇÃO
CD117 (c-KIT)
Células-tronco hematopoiéticas, células progenitores mielóides, mastócitos e melanócitos
Masticitoses e neoplasias mastocitárias Leucemia mielóide Tumores estromais gastrointestinais (GIST)
Triptase
mastócitos
Mastócitos e neoplasias mastocitárias
CD3
Pan células T Células NK
Linfomas de células T
CD4
Células T helper e e reguladoras
Micose fungóide clássica
CD7
Células T
Marcador mais comumente depletado na micose fungóide
CD8
Células T citotóxicas Células NK
Alguns linfomas cutâneos de células T (<que CD4 na MF clássica)
CD20
Células B
Linfomas de célula B
GLUT1 (proteína-1 transportadora de glicose do tipo eritrocitário)
Vasos com função de barreira
Hemangiomas infantis
Antígeno Y de Lewis
Proteínas vasculares
Hemangiomas infantis MEDAULA - 2016
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