MORE magazine

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muito mais que uma revista

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O Paraná está na moda m u i t o m a i s q ue um a r e v i s t a

edição 01 • setembro 2008 • Ano 1• R$ 10,00

edição 01 • setembro 2008 • Ano 1

Vaidade masculina

Homens retomam o ritual clássico da barbearia IS S N 1 9 8 3 - 4 2 6 8

Mercado Agências de publicidade paranaenses surfam na boa onda do mercado nacional


água

A essência da

faz bem pra...

pele

A pele é um tecido que dá avisos bruscos sobre quanto o organismo necessita de água. Uma pele ressecada e com rugas é sinal de que o corpo precisa de mais água do que a consumida normalmente. A água Timbu ajuda no transporte de nutrientes, na circulação sangüínea e na eliminação de toxinas, refletindo assim, em uma pele macia e com uma elasticidade natural. Experimente o prazer de sentir-se bem. Água Timbu, faz bem para a vida.

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Jeronimo Berbetz Rafaelli Ringenberg Luiz Felippe

Agência: Vmodel


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: : expediente : :

Diretoria César Benitez Garcia Melissa Castellano Conselho Editorial Danielle Cruz Melissa Castellano Tuti Maioli Neto

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Colaboradores desta edição Daniella Prosdocimo Caldeira Daniel Ernst Kátia Michelle Maria Fernanda Gonçalves Mariella Vieira Dias Mauricio Medeiros Narah Julia Omar Godoy Paulo Chiquiti Ruy Barrozo Victor Sálvaro Projeto, Conteúdo e Desenvolvimento Gráfico Projeto Comunicação – www.projetocomunicacao.com ID-ART comunicação integrada – www.id-art.com.br Diagramação Tiago Ferrari Departamento Comercial Rafaella Cymbalista publicidade@moremagazine.com.br Contato MORE magazine Curitiba - PR - Tel.: 41 3082 8632 Publicidade: publicidade@moremagazine.com.br Comercial: comercial@moremagazine.com.br Redação: redacao@moremagazine.com.br

A MORE magazine é uma publicação mensal da IDART. Todos os direitos reservados. O conteúdo dos artigos e matérias publicadas é de responsabilidade de seus autores. Estão autorizadas a falar em nome da MORE magazine ou a retirar qualquer tipo de material apenas quem tiver em seu poder um documento timbrado, registrado em cartório, assinado pelos diretores da publicação. ISSN 1983-4268 Tiragem: 10.000 exemplares

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Capa O Paraná está na moda


: : índice : :

52 Comportamento

10 Virada publicitária Agências apostam em novos modelos de negócios e ganham mercado nacional

18 4 Narrativas

Sexo pode ser a porta de entrada para um relacionamento, mas não é sinal, nem garantia, de compromisso

59 Gourmet

Mau Medeiros conta o que há de novo pelo velho mundo

A chef Daniela Prosdocimo Caldeira ensina como fazer um delicioso carré de javali

22 Bate-papo

60 Social

O executivo Max Gehringer fala sobre ética e carreira

Ruy Barrozo e Mariella Dias

64 Entretenimento

26 Design

A multifacetada Patti Smith

Homens investem mais no conforto e decoração da casa do que as mulheres

68 Tecnologia 43 Pequenos prazeres

O futuro da tecnologia 3G

Homens redescobrem o clássico ritual da barbearia

: : editorial : : Mais muito mais do que uma revista. Assim nasceu a MORE. Da idéia de uma publicação que equilibre conteúdos e conceitos. Mais moda, mais tendências, mais mercado, mais entretenimento. Mais do que der vontade. Tudo isso pensado para os públicos masculino e feminino, sempre tratados de forma distinta pelo mercado editorial. Para esta edição de lançamento apostamos numa conversa com algumas feras da publicidade paranaense para medir a temperatura do mercado. Também foi quente a discussão sobre o que homens e mulheres pensam sobre

relacionamentos. Convidamos o consultor de negócios Max Gehringer para falar sobre carreira e negócios. Para temperar, a chef Daniela Prosdocimo Caldeira apresenta uma receita de dar água na boca. Para apimentar, a top internacional Marcelle Bittar é a estrela do nosso primeiro editorial de moda. E ainda tem mais. Convido você a virar as páginas e a descobrir. Boa leitura. Melissa Castellano Editora-Chefe

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Agências paranaenses apostam em novos modelos de negócio e surfam na boa onda do mercado nacional

ViradaVirada publicitária publicitária por Omar Godoy

a

julgar pelo que afirmam algumas das cabeças pensantes da publicidade paranaense, o mercado regional vai muito bem, obrigado. Surfa na onda do faturamento publicitário nacional – que em 2007 cresceu 9% em relação ao ano anterior – e deve avançar ainda mais até o fim desta temporada. Mas a evolução do setor no Paraná não se limita aos números. Para os cinco profissionais entrevistados pela reportagem da MORE magazine, a publicidade no estado, antes considerada tímida, consolidou-se e hoje busca contas em outras praças. “Está cada vez mais difícil separar o mercado regional, pois as coisas acontecem nacionalmente. As agências devem estar preparadas para trabalhar no país inteiro com agilidade e preços competitivos”, diz Vânia Bícego, diretora de Atendimento e Planejamento da Master Comunicação. Na opinião de José Dionísio Rodrigues, diretor-presidente da OpusMúltipla, o setor se profissionalizou como um todo nos últimos dez anos – das agências aos anunciantes, passando por fornecedores e veículos de mídia. Ele ainda chama a atenção

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para o advento de ferramentas da comunicação rapidamente adotadas pelo mercado. “Disciplinas como marketing direto, design gráfico, web, merchandising, promoções, eventos, assessoria de imprensa e relações públicas, entre outras, surgiram com vigor e demandaram estruturas pequenas, médias e grandes de comunicação”. A verdade é que nos últimos anos as agências foram obrigadas a redefinir seu modelo de negócio. “Em primeiro lugar, todas tiveram de se perguntar: Somos uma empresa de propaganda


m er c a d o

José Dionísio Rodrigues Fundador e diretor-presidente da OpusMúltipla www.opusmultipla.com.br 61 anos, 36 de mercado Principais trabalhos: "Sinceramente, todos. Porque sempre levamos a sério a nossa atividade. Alguns, no entanto, ganharam destaque nacional e internacional. Como a campanha dos bichos, realizada há dez anos para a Prefeitura de Curitiba." Idéias: "O mercado paranaense está em crescimento, sem dúvida. Vamos melhorar ainda mais em todos os sentidos, da qualificação profissional ao aumento de receita. Mas é bom ficar antenado: há muito pouco espaço para amadorismo." "Antigamente, as agências lidavam diretamente com os donos das empresas. Atualmente, falamos com as áreas de marketing e de comunicação. Em alguns casos, melhorou. Em outros, piorou, porque há muita gente despreparada brifando, sem poder de aprovação."

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ou de comunicação?”, conta Marcelo Romaniewicz, também da Master, onde atua como vice-presidente de Atendimento e Planejamento. “A partir daí, cada um descobriu qual combinação de ferramentas usaria em casa para operar”, completa. Essa transformação, entretanto, por pouco não ocorreu tarde demais. É o que diz Erika Herkenhoff, diretora executiva da Competence no Paraná. De acordo com Erika, a área de marketing cresceu muito na última virada de década e se colocou um passo à frente das agências. “As empresas, por meio de seus departamentos de marketing, foram atrás de entender os consumidores e seus desejos. Enquanto isso, nós ficamos discutindo sobre aviltamento de taxas sem pensar no que precisava ser efetivamente colocado em pauta, que era o nosso modelo de negócio”. Para Erika, as agências ficaram paradas na era industrial, assistindo aos seus clientes ingressarem na da informação. “Quase nos tornamos irrelevantes. Felizmente, lidamos com tendências e acordamos a tempo de nos recuperarmos. Ainda estamos fazendo isso, mas finalmente entendemos que precisamos ser importantes para o negócio dos nossos clientes, e isso extrapola muito a questão da propaganda”.

comando não necessariamente está aqui (HSBC, GVT, Kraft, etc.). “O Paraná deixou de perder contas para São Paulo. Hoje nossos concorrentes estão em Londres e Nova Iorque”, brinca Romaniewicz. Por essas e outras, a relação direta entre agências e clientes também mudou. “A área de marketing das empresas tem exigido da agência uma parceria na hora de fazer o planejamento. Ela espera dividir as decisões, envolvendo a agência em um número maior de etapas”, afirma Patrícia Papp, diretora de arte da Pulp Idéias e Conteúdo.

E se o perfil das agências agora é outro, o dos clientes também. Os grandes anunciantes locais (como Regriferação Paraná, HM e Bamerindus) simplesmente deixaram de existir. Foram substituídos por empresas sediadas no estado, mas cujo

Mais perto do consumidor Alguns profissionais acreditam que essa virada recente do mercado publicitário é fruto da consolidação da comunicação integrada, conceito em voga no início dos anos 2000. "Isso fez o mercado de promoções explodir, e hoje muitas agências de propaganda têm seu braço promocional cada vez mais atuante. Vejo que a tendência é a inserção maior da internet, fechando essa comunicação integrada", opina Vânia Bícego, especialista em marketing promocional. José Dionísio Rodrigues chama a atenção para o fato de que a Comissão de Comunicação Integrada foi a que mais recebeu inscrições no IV Congresso Brasileiro de Publicidade, realizado em julho deste ano. "A Comissão concluiu que é preciso introduzir a cadeira de Comunicação Integrada nas universidades", diz. 12 • 01 • setembro 2008

Seja como for, o grande desafio do setor é a compressão de que o consumidor faz contato com a marca "por todos os poros abertos", como define Erika Herkenhoff: “Não dá para pensar em comunicação para expectadores passivos. As atitudes de uma empresa contam tanto quanto o que ela fala sobre si mesma. Ou mais”. Marcelo Romaniewicz lembra que pesquisas realizadas há 10 anos com adolescentes indicavam uma pulveirização de gostos, de comportamentos e de possibilidades de contato. “Aquele jovem que fazia mil coisas ao mesmo tempo virou adulto, formador de opinião e com um grande poder de consumo nas mãos”. Resumindo: a ordem agora é participar da vida do consumidor e incentivá-lo a interagir e gerar conteúdo. “Marcas do mundo inteiro têm se divertido desen-

volvendo vídeos, games, blogs e ações completamente inovadoras”, afirma Patrícia Papp. Para vencer nos novos tempos, as agências precisam de profissionais qualificados em suas fileiras. E o consenso é de que a formação do setor melhorou, apesar de algumas carências ainda latentes. A principal delas é a visão do negócio como um todo. "Precisamos de gente que coloque a serviço das organizações muito mais do que insights", defende Erika. Romaniewicz vai além. “O profissional deve saber como o trabalho dele vai impactar no trabalho da agência inteira”. E Patrícia arremata: “O que falta mesmo é vontade. A grande maioria dos recémformados tem pressa de ganhar bem, mas não veste a camisa. Claro que existem exceções, e são estes que se destacam rapidamente”.


m er c a d o

Vânia Bícego Diretora de Atendimento e Planejamento da Master Comunicação www.master.com.br 49 anos, 16 de mercado Principais trabalhos: “Acredito que a importância de um trabalho se mede pelo resultado que ele gerou para o cliente. Poderia citar aqui vários exemplos, mas o trabalho que a Master Promo realizou com a TIM SUL nestes quase dez anos de relacionamento é possivelmente o mais importante.” Idéias: “A formação de profissionais na área promocional é um pouco mais recente. Antes, o que se via eram pessoas de outras áreas virem para este segmento e se especializarem no dia-a-dia. Mas já existem muitos cursos conceituados formando excelentes profissionais.” “Infelizmente, as empresas têm preferido trabalhar por job na área promocional. Acreditam que podem conseguir mais idéias e melhores preços se agirem assim. No entanto, quando colocam em concorrência seus trabalhos com várias agências, sem se importar muito com a expertise de cada uma delas, perdem muito do benefício do conhecimento que podemos adquirir com o trabalho continuado.” moremagazine.com.br • 13


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Erika Herkenhoff Diretora executiva da Competence www.competence.com.br 38 anos, 20 de mercado Principais trabalhos: “Todos, dentro do seu tempo, tiveram um sabor especial e me trouxeram para onde estou. Seria injusto colocar numa mesma balança situações com ‘composições’ tão diferentes.” Idéias: “Não vivi o momento em que as mulheres sofriam restrições no mercado publicitário. Aliás, acho uma questão muito antiga, embolorada, não há mais o que explorar nesse assunto se nos sentimos todos igualmente capazes.” “Precisamos ter mais auto-estima, perder a síndrome de fundo de quintal e parar de abusar da informalidade. Fazemos parte de uma máquina, uma indústria que movimenta mais de R$ 57 bilhões por ano no país. Não somos camelôs – sem nenhum demérito, mas não podemos evoluir com os mesmos métodos.”

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Patrícia Papp Diretora de arte da Pulp Idéias e Conteúdos www.pulpideias.com.br 32 anos, 15 de mercado Principais trabalhos: “Adoro os trabalhos que tenho feito na Pulp, porque viajo muito e estou sempre mexendo com tendências, informação e inspiração. Gostava também dos jobs do Ministério da Saúde, quando estive na Master, pelo envolvimento em questões importantes.” Idéias: “Acho que o Brasil ainda está fazendo comunicação de um jeito bem diferente do que tem sido feito pelo mundo afora, da Argentina ao Japão. Isto fica claro em Cannes, nas categorias que premiam inovação e integração, nas quais o Brasil não é nem finalista.” “O Clube de Criação do Paraná tem um grande papel na evolulão da formação de novos profissionais, pois realiza workshops, palestras e debates regularmente. Também destaco a contribuição da Lemon, uma escola de criação que vem filtrando e desenvolvendo alunos com potencial.”

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Marcelo Romaniewicz Vice-presidente de Atendimento e Planejamento da Master Comunicação www.master.com.br 39 anos, 19 de mercado Principais trabalhos: “A história que ajudei a construir dentro da Master é o maior trabalho. São dez anos de agência, superando diferentes desafios.” Idéias: “Prêmio é apenas um selo, como um ISO, para checar a qualidade do serviço. Os próprios clientes não dão mais tanto valor a isso.” “A estruturação das áreas de marketing das empresas contribuiu para uma interlocução melhor entre agência e cliente. Tanto o fluxo de trabalho quanto a cobrança melhoraram.”

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O verdadeiro sabor da comida japonesa

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more • t e ndências

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narrativas 4 narrativas

1. PsychoBuildings/IntervençãoUrbana A exposição “Psycho Buildings”, que toma espaço na Hayward Gallery (SouthBank Centre), nome inspirado no livro do artista Martin Kippenberger, traz ao expectador uma série de obras de artistas de diversas partes do globo. Eles criam estruturas pseudo-habitáveis e ambientes arquiteturais que são ao mesmo tempo espaços perceptíveis tanto quanto físicos. As metáforas vistas aqui são uma provocação à relação entre os indivíduos e os espaços que os cercam, e buscam também captar diferentes emoções ao reinterpretar algumas das mais rotineiras cenas cotidianas. Entre os artistas, está o incrível brasileiro Ernesto Neto e suas estruturas orgânicas e permeáveis que além de visualmente impactantes ainda trazem essências variadas, evocando reações vicerais e sensoriais. Destaque também para as incrivelmente detalhadas obras do coreano Do Ho Suh (foto destaque) onde explora as noções de lugar, escala e localização, deslocamento e alienação cultural crescente na sociedade globalizada atual.

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por Mau Medeiros*, trend forecaster, de Londres


te n d ên c i a s

2. Sónar2008/RóisínMurphy/Justice/Hercules&LoveAffair

O Sónar – Festival de Música avançada e arte multimídia – completou quinze anos em junho e trouxe como narrativa visual/branding a hibridinização de seres humanos, animais, talentos e personalidades. Dentre todos os festivais de música que bombam na europa no verão, destaco o Sónar pela sua fieldade ao conceito e o compromisso com a vanguarda, sem contar que acontece na deslumbrante, ensolarada e moderna Barcelona.

cross-media que mostram o que vai dominar o mundo da música pelos próximos 12 meses. Uma considerável quantidade de artistas utilizando de tecnologias não convencionais como Nintendo Wii Controler em suas performances tentando adicionar elementos mais dinâmicos em suas apresentações como o maluquete Daedelus e sua bit box sinfônica até mesmo Miss Kittin e suas cada vez mais apresentações com vocal ao vivo.

Das instalações às performances multimedia, o que se viu foi uma variedade de estilos e trabalhos colaborativos

Grande destaque para a incrível e consistente performance do Justice com seu altar eletrônico e sua versão

arrasadora de doze minutos para o “Simian – We are Friends”. Hercules and Love Affair trouxe uma festa polissexual no palco que se reflete no público que segue a banda e seu mega hit “Blind”. A nova/velha diva Róisín Murphy (Moloko), em seu trabalho solo, fez uma apresentação impecável e mega-charmosa. Fashion conectada e presença de palco única trouxe uma nota fresh para as live performances. Para quem quiser saber o que acontece na cena alternativa de Londres vale a pena conferir os videos da irlandesa, de coração londrino, “Overpowered” e “Movie Star”. moremagazine.com.br • 19


more • t e ndências

3. DigitalReligion/Tendência/Tabu Mp3 players, objetos de design, sms, sites de social networking estão em uma crescente onda de se mixar com a crença religiosa mundial. A palavra de Deus começa a ver os benefícios da tecnologia e da vida imersiva. Chinavasion, uma grande vendedora de eletrônicos, lançou recentemente um MP3 em forma de crucifixo no mercado, que vem carregado de fábrica com uma versão do novo testamento. Já o concept designer Tino Dobra sugere o iRosary, uma combinação do ipod – um dos poucos objetos da cultura pop que já quase alcançou um status religioso – com o rosário católico. O objetivo é tornar estes obejtos mais atrativos para os jovens seguidores. A igreja católica britânica lançou no ultimo natal cartões virtuais via FaceBook (o Orkut local) através de um aplicativo onde se podia mandar os cartões virtuais abençoados com imagens sacras numa atualizada releitura de design. Uma empresa na conservadora Itália, criou cartões com imagens de santo para serem enviadas via celulares para quem se increve a uma quantia seminal de três euros.

4. Narrativa/Flagrante Esta constante ruptura das superfícies…

*Mau Medeiros é Design Director da Art Office Design, faz o mestrado Creative Practice for Narrative Environments, na Central Saint Martins, em Londres, e escreve o blog www. meatballl.wordpress.com.

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Para o executivo Max Gehringer, ética depende de educação: “Enquanto as pessoas acharem normal furar fila, ou recusar recibo médico para pagar menos pela consulta, ou estacionar em local proibido, não teremos um país ético. A ética nasce da preocupação com os outros, e morre um pouco a cada vez que alguém resolve se beneficiar, mesmo que isso vá prejudicar alguém.”

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b a te - p a p o

Crescer com ética é preciso e possível

Max Gehringer Max Gehringer por Maria Fernanda Gonçalves

a

s incertezas dos que estão ingressando no mercado de trabalho e as inseguranças dos profissionais já colocados encontram um porto seguro nos conselhos do executivo Max Gehringer, 59 anos. Extremamente reconhecido no meio corporativo, ele passou a ter maior visibilidade quando suas idéias começaram a ser publicadas nas revistas Exame, Você S/A e Época, além da apresentação dos programas Mundo Corporativo e Emprego de A a Z, transmitidos pela Rádio CBN e no Fantástico, pela TV Globo, respectivamente. A propriedade com que fala sobre as relações interpessoais no trabalho, numa linguagem bem-humorada e objetiva, atrai cada vez mais leitores, espectadores e público para suas palestras, ministradas em todo o Brasil. A ética, por vezes negligenciada nesse país onde quase tudo acaba em pizza, é um dos temas tratados por ele em suas crônicas. A bagagem profissional de Gehringer é enriquecida desde sua primeira função aos 12 anos, como ajudante de faxina de um cinema em Jundiaí (SP), sua terra natal. Na adolescência foi pintor de cartazes, colunista de jornal e locutor de rádio. Ele lembra que nesta fase trabalhava tanto e era tão mal pago que quando entrou na Cica como office-boy, aos 16 anos, já tinha perdido o medo do mercado de trabalho. Com paciência, mostrando resultados e aproveitando oportunidades, ele chega à presidência da Pepsi-Cola e da Pullman, à direção industrial e comercial da Elma Chips e à direção de sistemas da PepsiCo Foods nos Estados Unidos.

lhe rende o convite para sua primeira coluna em revista. Em 1999, aos 49 anos, decide deixar de ser executivo para ser escritor. Já são oito títulos e o próximo está no prelo, com textos do Fantástico, acrescidos de dicas práticas que o tempo não permite mostrar na TV. Segundo Gehringer, quando decidiu deixar de ser executivo para ser escritor, todo mundo achou que tinha perdido o juízo. Mas foi uma das decisões mais sensatas que tomou na vida, reflete, sem falar da melhoria da qualidade de vida. Confira um pouco da experiência que levou Gehringer a galgar, degrau a degrau, seu sucesso profissional e o que pensa sobre a ética no ambiente de trabalho.

A sua saída do mundo corporativo para a comunicação se dá naturalmente depois de escrever o primeiro livro: “Relações Desumanas no Trabalho”. Sua verve cômica

MORE magazine – Quais suas principais características para ter tido uma carreira tão bem sucedida? Gehringer – Nunca tive pressa. Por isso, nunca forcei uma situação. Quando uma oportunidade aparecia, eu me candidatava a ela, independente da área. Comecei na área industrial, fui para a administração, passei um período em sistemas e depois mudei para vendas. O importante para minha carreira foi não ter ficado estacionado numa função por mais de três anos.

MORE magazine – Qual o comportamento a ser adotado para ascender no meio corporativo entre tanta concorrência? Gehringer – A sobrevivência profissional depende de respeitar os chefes, de ser um bom colega e de conseguir resultados acima dos objetivos. Já as promoções caminham no sentido inverso. Os resultados criam oportunidades, os colegas apóiam e o chefe recomenda a promoção. Parece fácil, mas eu recebo muitas mensagens de ouvintes e leitores, dizendo coisas como “sintomoremagazine.com.br • 23


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me insatisfeito em meu emprego, por isso estou pensando em passar um ano estudando no exterior”. Ou “meu chefe não me dá valor”. Ou “meus colegas têm inveja de mim”. São pessoas que estão procurando as soluções onde elas não estão, ou estão enxergando problemas que não existem. E, por isso, perdem o foco. MORE magazine – O que é mais valorizado no meio corporativo? Dedicação, empenho, integridade ou comprometimento? Gehringer – Resultados práticos de curtíssimo prazo. É para isso que uma empresa contrata um profissional, e é isso que ela espera dele. Do ponto de vista da empresa, as qualidades mencionadas são pré-requisitos para a contratação de um funcionário. Depois, além de demonstrar tudo isso todos os dias, ele terá que apresentar resultados concretos. Uma mistura de dedicação, empenho, integridade, comprometimento e péssimos resultados não gera uma vitória por 4 a 1. Na maioria das vezes, gera uma demissão. MORE magazine – Como se controlar as relações profissionais numa grande empresa quando alguém rouba para si a autoria de uma idéia ou trabalho? Gehringer – Tendo outras idéias. Eu tive algumas idéias roubadas em meus primeiros anos de trabalho. Evidentemente não gostei. Mas um dia eu pensei: “quem rouba idéias não tem idéias”.

Portanto, uma pessoa assim só terá uma opção na vida profissional: a de continuar roubando. Mas quem sabe pensar terá idéias a vida inteira. Os ladrões de idéias que eu conheci não chegaram a lugar algum, embora se beneficiassem da gatunagem, em um dado momento. E os que pareceram prejudicados naquele mesmo momento acabaram tendo carreiras bem-sucedidas. O tempo é a vingança dos criativos. MORE magazine – É possível crescer sem puxar o tapete do outro? Gehringer – Sem dúvida. E é possível crescer com alguém tentando puxar o nosso tapete. O que não pode existir é a ingenuidade de imaginar que todo mundo é bom e puro. É preciso saber se defender, reagir na hora certa, e confrontar o puxador de tapete. Pessoas que agem por detrás amarelam quando são encaradas de frente. MORE magazine – Um profissional desleal se cria num ambiente corporativo? Gehringer – Se todo o ambiente for ruim, os ruins encontrarão um campo fértil para desabrochar. Existem empresas assim, e elas não são difíceis de identificar. Mas a maioria das empresas é bem mais justa. Eu só trabalhei em boas empresas, porque sempre fiz um monte de perguntas, principalmente para ex-funcionários, antes de aceitar uma proposta. MORE magazine – Poderia falar sobre as pequenas espertezas? Elas não denotam uma falta de correção que pode vir a se desenvolver no funcionário? Gehringer – A pequena esperteza é, por exemplo, trabalhar pouco e deixar um colega sobrecarregado de trabalho. Ou faltar ao trabalho por qualquer motivo, e trazer um atestado. Isso é uma decisão de cada um. Mas eu nunca conheci um espertinho que tivesse chegado a presidente de empresa. MORE magazine – A nova perspectiva de autônomos, terceirizados e empreendedores não gera uma insegurança entre os empregados, aumentando as possibilidades para que se corrompam? Gehringer – Não creio. O futuro do mercado de trabalho é a prestação de serviço autônomo. A cada ano, as empresas diminuem os efetivos e aumentam os terceirizados. Há dezenas de funções que já se tornaram totalmente terceirizadas. TI é uma área que caminha rapidamente para a terceirização total. Os empregados fixos não devem encarar isso como uma ameaça a seus empregos, mas como uma opção viável para suas próprias carreiras. MORE magazine – As questões éticas devem ser solucionadas entre colegas ou deve haver a intervenção de superiores?

Livros Publicados • “Relações Desumanas no Trabalho” – (Ed. Casa da Qualidade) • “Comédia Corporativa” – (Ed. Campus) • “Não Aborde Seu Chefe No Banheiro” – (Ed. Campus) • “BigMax - Vocabulário Corporativo” – (Ed. Negócio) • “O Melhor de Max Gehringer na CBN” – (Ed. Globo) • “Máximas e Mínimas da Comédia Corporativa” – (Ed. Gente) • “O Melhor de Mr. Max, vols. 1 e 2” – (Ed. Abril) • “Pergunte ao Max” – (Ed. Globo)

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Gehringer - A falta de ética ocorre principalmente em empresas que não definem claramente o que é um comportamento ético, permitindo que cada empregado possa estabelecer seus próprios limites. Há coisas que são, obviamente, antiéticas, como roubar. Mas levar uma caneta da empresa para casa, seria antiético? Que diferença uma miserável canetinha faria para uma empresa enorme? É por isso que as empresas implantam manuais de ética – para estabelecer os limites, e poder cobrar depois. MORE magazine – Quando se iniciou a utilização dos manuais de ética nas empresas? Por quê? Como se dá seu uso na prática?


b a te - p a p o

“Por mais que uma empresa escreva frases bonitas em quadros de avisos ou em jornais internos, o que realmente molda a cultura interna é o comportamento pessoal dos profissionais que ocupam os cargos mais altos, a começar pelo presidente.”

Gehringer – Os primeiros manuais de ética, assinados pelos funcionários no momento da contratação, surgiram há mais de 30 anos, na década de 1970. Normalmente, o novo funcionário assina sem ler e fica por isso mesmo. Em boas empresas, os novos contratados são levados para uma sala, lêem o manual em voz alta, e um orientador explica, item a item, com exemplos práticos, o que a empresa considera como falta de ética. No fim, o orientador, falando em nome da empresa, solicita expressamente que qualquer desvio de conduta seja comunicado à direção. MORE magazine – Os manuais versam sobre que situações? Gehringer - Vou dar um exemplo. Numa empresa em que trabalhei, os gerentes tinham carros funcionais, que só poderiam ser usados para o trabalho. O manual de ética dizia isso. Um dia, recebemos uma carta de um vendedor, afirmando que o gerente usava o carro nos finais de semana, para passear. Constatamos que a denúncia era verdadeira e dispensamos o gerente no ato, por justa causa. E nunca mais tivemos outro caso semelhante. Mas não elogiamos nem premiamos o vendedor que fez a denúncia, porque o que ele fez foi o que o manual de ética exigia que ele fizesse. MORE magazine – É possível ter amigos na empresa, em todos os níveis hierárquicos? Gehringer – Eu tenho duas dúzias de ótimos amigos. Apenas três deles eu conheci em empresas. Todo os outros são de meus tempos de juventude. A proporção parece absurda porque em empresas eu convivi com mais de cinco mil pessoas, por baixo. Deveria ter feito mais amigos do que fiz? Eu acho que não. O que eu tenho é uma bela lista de relacionamentos profissionais, algo que não deve ser confundido com amizade. Essas são pessoas para quem eu peço favores quando necessito. Para amigos, não se pede, só se dá. Em empresas, há pessoas que parecem amicíssimas. Mas basta uma delas mudar de emprego e a grande amizade vira poeira. Ou, na melhor hipótese, vira networking. MORE magazine – Quais dilemas éticos são comuns no ambiente de trabalho? Gehringer – Denunciar um colega ao chefe, por exemplo. O denunciante estaria sendo ético ou dedo-duro? Outro exemplo. Faltar ao trabalho para ir a uma entrevista de emprego. O chefe deve ser comunicado sobre o real motivo ou é melhor inventar uma mentirinha? São situações em que a decisão do funcionário depende muito da empresa e do chefe.

MORE magazine – O que os trabalhadores esperam como conduta ética da empresa? Gehringer – Tratamento igual para situações iguais. Nada ofende mais a inteligência de um empregado do que ver dois casos idênticos serem tratados de formas diferentes. MORE magazine – O senhor diz que a ética ainda vai apanhar algum tempo, até que se pense mais no coletivo do que no individual. Essa mudança depende de quê? Gehringer – De educação. Enquanto as pessoas acharem normal furar fila, ou recusar recibo médico para pagar menos pela consulta, ou estacionar em local proibido, não teremos um país ético. A ética nasce da preocupação com os outros, e morre um pouco a cada vez que alguém resolve se beneficiar, mesmo que isso vá prejudicar alguém. MORE magazine – A ética é um valor que distingue positivamente o empregado? Gehringer – Não. É uma obrigação. Quando ética ou honestidade são tratadas como virtudes, isso é sintoma de que a situação geral é bem ruim. MORE magazine – O senhor teria dito que o exemplo de conduta deve ser de carne e osso e estar representado no líder da companhia. O que representa a “cultura interna”? Gehringer – Por mais que uma empresa escreva frases bonitas em quadros de avisos ou em jornais internos, o que realmente molda a cultura interna é o comportamento pessoal dos profissionais que ocupam os cargos mais altos, a começar pelo presidente. Uma empresa que diz “o funcionário é nosso ativo mais importante”, e tem um presidente que não cumprimenta ninguém, está misturando estações. Funcionários agem mais de acordo com o exemplo prático que vem de cima do que com as regras escritas. moremagazine.com.br • 25


more • des i gn

Brincando de casinha design por Maria Fernanda Gonçalves fotos: Paulo Chiquiti

Elas sonham com um closet de 40 portas e eles, com o home-theater mais caro da loja

Poltrona Swan, releitura em resina clássico de Arne Jacobsen, Kraft

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de s i g n

h

ouve uma época em que meninos brincavam de carrinho e jogavam bola, enquanto as meninas imitavam as mães: brincavam de casinha, faziam comidinhas na cozinha e cuidavam das bonecas. Quando cresciam seguiam essa mesma lógica. Mulheres cuidavam de todos os assuntos relacionados à casa e os homens trabalhavam. O máximo que o homem interferia era no cuidado com o jardim e a garagem.

Hoje em dia essa configuração está bem diferente. Conversamos com renomados profissionais da arquitetura e decoração de três grandes escritórios de Curitiba e a resposta foi unânime: os homens estão investindo muito mais no conforto e decoração da casa do que as mulheres.

Entre 4 Paredes Para o arquiteto Jayme Bernardo, uma das explicações para essa mudança vem de uma transformação conjuntural de costumes. “De uns cinco anos pra cá, a função da residência mudou bastante. As pessoas deixam de sair de casa por causa da violência, do trânsito e outros fatores. Então criam ambientes sofisticados, para receber amigos, apreciar um bom vinho, assistir filmes”, explica. Recondicionados a uma vida mais “caseira”, os homens acabaram integrandose muito mais com a casa. Eles não se preocupam com orçamento, investem em tecnologia e valorizam o design.

“O apartamento é como um anexo do homem, reflete conquistas na carreira e projeta sua personalidade. A mulher pensa na casa mais como um refúgio, um lugar mais intimo e aconchegante”, comentam as arquitetas Daniela Omairi e Deisy Cruz. Elas contam que o homem solteiro chega ao escritório querendo ser impressionado. Eles aceitam propostas modernas e tecnologia de ponta, o importante é que o ambiente seja bacana, como eles idealizaram. “Quando apresentamos os projetos eles ficam surpreendidos, como se pensassem: “Nossa, elas acham

que eu tenho esse perfil e posso ter um super apartamento assim – é um elogio e eles fazem questão de fazer tudo que foi planejado”, comenta Deisy Cruz. Já a postura do homem casado é bem diferente. Os casais sempre têm uma divisão de prioridades e cabe ao homem a função de limitar o orçamento. A diferença é que agora eles opinam e escolhem como serão as partes da casa que os interessam, como área de lazer e churrasqueira, ao invés de ficarem restritos a uma salinha com recordações da época de solteiro que a mulher jamais permitiria na casa.

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Pendente rebatedor Elipse, Ideally

Cada um em seu espaço “É mais fácil trabalhar com homens solteiros. Eles são racionais, sofisticados, tem maior poder aquisitivo e procuram o melhor sempre”, afirmam os arquitetos Luiz Maganhoto e Daniel Casagrande. Segundo Maganhoto, a primeira preocupação no projeto é o home-theater. A aparelhagem tem que ser o mais hi-tech possível e ao mesmo tempo ter um acabamento sofisticado. A iluminação deve ser preferencialmente automatizada, poltronas com design assinado, tapetes, luminária, tudo com aparência fantástica, independente do conforto. Eles preferem materiais contemporâneos como, lâminas de aço inox, metais, materiais frios, preto e branco, resinas e porcelanato.

Armário feito de janelas antigas, Empório da Ordem

Casadas preocupam-se com coisas mais cotidianas como lavabo, quarto dos filhos e área de serviço. Eles afirmam que a mulher casada é mais difícil de agradar. “Elas querem uma casa contemporânea, mas ao mesmo tempo não podem se desfazer da santinha que ganharam da mãe ou da coleção de porcelana que herdaram da avó. São mais indecisas e colocam um toque pessoal em tudo”, ressalta Maganhoto.

Essa área de estar é geralmente conjugada com a cozinha, adega e churrasqueira. “O espaço da cozinha acabou sendo reinventado e agora eles buscam um espaço gourmet ou gourmeteria. A idéia é criar um ambiente com acessórios arrojados e alta decoração, onde eles possam receber amigos, criar confrarias, cozinhar e assistir o jogo ao mesmo tempo”, destaca Casagrande. E as mulheres? Mulheres solteiras ou casadas pensam da mesma forma: querem um closet enorme. Quanto mais portas, gavetas e espelhos melhor. As solteiras preferem que o quarto, closet e escritório sejam integrados. Maganhoto e Casagrande comentam que a mulher solteira que procura o trabalho deles tem um perfil workaholic, por isso quer que o ambiente seja prático e funcional. 28 • 01 • setembro 2008

Abajur Agnes, Artefacto


de s i g n

Tendências Um ponto comum citado por todos os arquitetos entrevistados é a preocupação com a sustentabilidade e com o “ecologicamente correto”. Luiz e Daniel contam que muitos têm essa postura apenas como modismo, mas a maioria tem consciência da escassez de madeiras nobres e matéria-prima naturais . “Hoje em dia já nem existe mais imbuia, apenas MDF com laminado de imbuia”, explica Maganhoto. Para eles, os casais são os que mais procuram peças que remetem à natureza e tornam o ambiente mais aconchegante. Madeira de demolição, materiais reciclados e peças certificadas estão em alta. Outra tendência apontada por Daniela e Deisy é o resgate do design e das obras de arte nacionais. “O design brasileiro tem qualidade fantástica. Essa valorização não é novida-

de, mas só agora o mercado está dando chance para os brasileiros mostrarem seu trabalho. Há muitos designers brasileiros conhecidíssimos internacionalmente e sem nenhum prestígio por aqui”, conta Deisy Cruz. Entre os preferidos, dos quais sempre haverá ao menos uma peça em seus projetos, estão Sergio Faher, Jaqueline Terpins, Fernando Jaeger, os irmãos Campana, Pedro Mendes e Mauricio Lamosa.

Mesa Jay, Kraft

Onde comprar Já que os seus móveis dizem algo sobre você, escolha aqueles que só falam bem. Siga as dicas dos nossos entrevistados para as melhores compras: Kraft – pecas inéditas, clássicos revisitados e design moderno. Deposito Santo Antônio – móveis e objetos de madeira de demolição e artesanato brasileiro e internacional. Artefacto – a modernidade dos produtos italianos, o bom gosto da decoração moderna francesa, os toques asiáticos e temperos brasileiros. Formaplas – cozinhas personalizadas Ideally – artigos para decoração e equipamentos de iluminação interna e externa para residências. Euroaudio – tudo para seu home theater Artesian – especializada em cadeiras, mesas, banquetas e sofás.

Serviço: Jayme Bernardo Arquitetura Av Batel 1230 - cj 911 41 3342-3650 Daniela Barranco Omairi e Deisy Cruz Av. Prefeito Omar Sabbag, 1196 Jardim Botânico 41 3019-9090 Maganhoto e Casagrande Arquitetura Rua Dr. Ney Leprevost, 241 41 3335-2918

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Hora da compra

A diferença entre homens e mulheres

Hora da compra

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impossível não observar a diferença entre homens e mulheres na hora de abrir a carteira. Homens compram, mulheres vão às compras, diz a máxima. Será? Sim e não. Homens vão direto ao ponto. Sabem o que querem e não circulam por várias lojas até efetuar as compras. As mulheres são mais detalhistas, exigentes, provam roupas em várias lojas e são, acredite, menos impulsivas que os homens. E mais um detalhe: segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), eles gastam 24% mais do que elas. Isso pode ser explicado, em partes, pelo fato de muitos homens não terem prazer em fazer compras (lembra da máxima, ali em cima?). Ao contrário das mulheres, que adoram olhar vitrines, experimentar e descobrir todas as novidades, os homens sentem prazer com o produto comprado, não com o ato de comprar. Segundo o consultor de negócios norteamericano, Tom Peters, “mulheres quando saem para comprar uma calça preta, são capazes de percorrer o shopping por duas horas e entrar numa porção de lojas porque se lembram que têm de comprar um sapato, uma bolsa, um presente. E os homens? Bem, eles entram, pagam e saem do shopping em 10 minutos”. Ou seja, elas ainda consomem mais, mas são eles que pagam mais caro pelo que querem. Claro, há exceções. Os metrossexuais estão aí como prova. Para a advogada e professora Jacqueline Stubert, 42 anos, “nem tudo na vida faz sentido”. Partindo dessa premissa, ela afirma cometer verdadeiras atrocidades na hora das compras, especialmente quando é lançado no mercado o último modelo de determinado produto. “Posso até já possuí-lo, até mais de um! Mas eis que surge um novo, com uma diferença qualquer e penso: como pude viver sem isso? Então acabo me rendendo aos apelos comerciais, para depois, não raras as vezes, descobrir que poderia ter sobrevivido sem aquele objeto de desejo. Sou adepta a novidades, assim, nem sempre acerto

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e, nessas horas, acabo pagando o preço de ter mais um apetrecho guardado no armário”, revela. Quanto à impulsividade, Jacqueline afirma ser comedida, mas muitas vezes se deixa levar pelo brilho das vitrines. “Existem circunstâncias em que posso relacionar minha compra diretamente a fatores emocionais. Nessas horas sou facilmente ‘hipnotizada’. Confesso que já comprei várias coisas que jamais usei, apenas na tentativa de suprir uma ‘falta de não sei o quê’. “ Na hora de definir como gastar o dinheiro também não é fácil. “O importante é ser capaz de decidir o que é conveniente naquele momento. Tal prática, entretanto, exige bom senso e experiência. Costumo gastar, freqüentemente, em xampús, cremes e produtos relacionados à aparência em geral. Mas também considero de suma importância investir em livros e cursos visando o crescimento profissional, aí, sim, existe retorno”, aposta a advogada. Já Paulo Reinaldo Thá Torres de Miranda, 53 anos, proprietário do Tarsila Café e Bistrô, em Curitiba, compra o que não precisa em momentos específicos. Isso inclui uma tarde de domingo chuvosa e solitária ou a lembrança da dica de alguém num passado remoto. “Normalmente não compro por impulso. Isso acontece quando estou à procura de um presente. Às vezes, acabo comprando o que não estava no cardápio e, talvez, a pessoa nem curta”, afirma. Mas a impulsividade não abandona Paulo quando o assunto é cozinha. “Compro sem pensar ou pesquisar quando se trata de equipamentos e traquitanas de cozinha, mesmo sabendo que muitas delas não funcionam como prometido (mas nunca comprei facas guinzo!). Balanças, facas, potes, vidros, enfim, vale tudo nessa hora!”

Internet como aliada Sem ter de enfrentar shoppings e lojas lotados para comprar, os homens adotaram a internet para fazer grande parte de suas compras. Um levantamento feito pela consultoria e-bit mostra que o público masculino responde por 60% das compras virtuais, e que o gasto deles chega a ser 30% maior do que o delas. A diferença está principalmente no tipo de produtos que cada sexo prefere adquirir. Homens gastam mais em DVDs, celulares, bebidas, eletroeletrônicos e equipamentos para carros, o que faz com que uma compra média saia por R$ 550, enquanto elas preferem roupas, produtos de beleza e artigos para a casa, deixando nas lojas virtuais uma média de R$ 210.

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O Paraná está na moda moda por Luciana Sálvaro

Direção de Arte, edição, criação e estilo: Victor Sálvaro Fotos: Daniel Ernst /Clickcenter Assistente de Fotografia: Phillip Orquiza Tratamento de Imagem: David Ernst/Clickcenter Produção: Victor Sálvaro e Samuel Falk Fiorelli Maquiagem: Roberto Rocha (Lancome, Loreal Être Belle) Cabelos: Victor Sálvaro Assistente: Vinícius Cândido

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ocê pode nunca ter comprado uma roupa de Alexandre Herchcovitch, mas certamente sabe que ele é um dos estilistas brasileiros com grande destaque internacional. Ou então, você nunca presenciou ao vivo os passos de Gisele Bündchen, mas sabe que ela é a maior top model de todos os tempos. Isso porque o mercado de moda nunca esteve tão em alta como atualmente. Se a moda era considerada um luxo, acessível a poucos, agora ela se torna necessidade para atender às demandas do mercado. Diversas marcas vêm associando seus produtos a estilistas, modelos, produtores, maquiadores, entre outros. São carros, perfumes, calçados, refrigerantes, isqueiros e até curativos que ganham roupagens novas – e mais atrativas

Marcelle Bittar veste Crossville. Acessórios: Camila Seidl. Sapatos: Santa Lolla. Móveis: Desmobília

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– criadas por profissionais ligados à moda. Qualidade, apenas, não basta para conquistar consumidores. Agora ela e estilo são imprescindíveis para efetuar qualquer compra. Afinal, o que fica melhor em sua sala de estar? Uma mobília qualquer ou uma assinada por Giorgio Armani? A crescente valorização da moda, levando-a aos mais diversos ramos do mercado, diferente do que alguns podem pensar, não a banalizou. E essa popularização do luxo é presenciada aqui mesmo, no Paraná.

Bichos do Paraná “Eu não sou gato de Ipanema / Sou bicho do Paraná”. O trecho da música de João Lopes foi utilizado pelo extinto grupo Bamerindus – banco vendido para o HSBC – como estratégia de marketing para valorizar o que era local. E esse ato de vanguardismo não poderia estar mais correto: o Paraná é destaque com marcas fortes e que estão super na moda. Karina Kulig Karina vem de uma família marcante no cenário de moda curitibano. Estilista de altacostura, busca o glamour e a sofisticação em suas peças, sempre acrescentando um toque de modernidade. A estilista ainda cria românticos vestidos de noiva, perfeitos para aquele dia especial. Silvia Döring O cotidiano é a grande inspiração da designer de jóias Silvia Döring. Em carreira solo desde 2007, após oito anos confeccionando peças exclusivas para uma joalheria local, está à frente da sua primeira loja de Acessórios de Luxo.

Marcelle Bittar veste Villa Mariantonio. Acessórios: Sílvia Döring

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Marcelle Bittar veste Karina Kulig. Acessórios: Camila Seidl. Perfume: O Boticário

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Marcelle Bittar veste Beluska. Acessórios: Sílvia Döring. Sapatos: Santa Lolla

Marcelle Bittar veste Lafort. Acessórios: Camila Seidl. Sapatos: Santa Lolla

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Camila Seidl As peças exclusivas e sofisticadas da designer são utilizadas nos figurinos das produções da Rede Globo de Televisão. A grife é eclética e atende aos mais diversos nichos do mercado de moda em acessórios. LaFort Exaltar a beleza da mulher, sem extravagância, é marca registrada da LaFort. Com peças de qualidade e cortes únicos, a empresa está presente em dois segmentos: grife própria e fabricando peças para grandes marcas nacionais. Beluska As criativas peças com a etiqueta Beluska são produzidas tanto com tecidos refinados, quanto com casuais, buscando alcançar um look que demonstre a essência feminina. Com loja e atelier próprios, a marca atende a todos os estados do Brasil desde 2007. Fábio Bartz O estilista Fábio Bartz gosta de definir suas roupas como algo a mais que vestir. Graduado em moda pelo SENAI-PR, desenvolve linhas exclusivas e limitadas que são comercializas no Brasil e na Argentina. É uma das grandes promessas, sendo integrante do projeto Novíssima Geração Brasil 2005. Villa Mariantonio A decoração da Villa Mariantonio é a cara das suas peças: arrojadas, elegantes e únicas. A marca foi feita para mulheres atuais, porém, que não deixam o romantismo de lado. Com coleções práticas e inovadoras, a estilista Andréa Tosato vem concretizando os sonhos de todas as mulheres. Wishes Fundamentada na “nova joalheria”, a Wishes proporcia o glamour com exclusividade em suas peças. As coleções são criadas com temas próprios, com peças limitadas, para um público que entende que um acessório pode modificar um visual.

Marcelle Bittar e Daniel vestem Fábio Bartz. Acessórios:Wishes. Sapatos: Santa Lolla

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Na veia

Thiago Marques

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radição. Velocidade. Paixão. Três substantivos que podem definir a história do piloto curitibano Thiago Marques no automobilismo. Filho do empresário e ex-piloto Paulo de Tarso e irmão do piloto Tarso Marques, Thiago, 28 anos, traça sua própria trajetória de conquistas nas pistas de provas de Stock Car e GT3. “Fazer parte de uma tradição no automobilismo ajuda muito. Fui o último a iniciar e, portanto, tive muitas vantagens. Ajudou a queimar algumas etapas e a eliminar algumas dificuldades naturais no caminho. Sem dúvida alguma, grande parte do meu sucesso nas pistas é devido, principalmente, ao meu pai. Claro que também surgem comparações, mas isso não me afeta. É normal e sempre me trouxe mais coisas boas do que problemas”, revela Thiago. Seus resultados nas pistas mostram que isso é verdade. Em 2001, ele já dava mostras de que não escaparia da tradição familiar. Conquistou o Campeonato Brasileiro de Stock Car Light

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a u to m o b i l i s m o

sem nunca ter competido antes e, de quebra, levou o prêmio Capacete de Ouro, da Revista Racing. “Foi uma surpresa que o resultado veio tão rápido”, avalia. Depois disso, ele não tinha outra opção: encarar a categoria superior, disputada por grandes nomes do automobilismo internacional, com experiência na Fórmula 1, F-Mundial e Campeonato Mundial de Marcas. E Thiago não deixou por menos, em sua estréia na categoria principal da Stock Car, liderou a primeira etapa do campeonato. “Foi muito bacana. Nessa primeira corrida, o Ingo Hoffmann e o Chico Serra largaram em 1º e 2º lugares, respectivamente. Eu saí em terceiro e depois da primeira volta já havia os ultrapassado”, relembra com entusiasmo. Thiago tem planos de continuar a pilotar nas duas principais categorias do automobilismo brasileiro por muito tempo. “Não pretendo sair do Brasil. Já recebi convites, mas meu objetivo é continuar correndo aqui e ser campeão na Stock Car e na GT3.

Motores Uma Lamborghini Gallardo é o carro pilotado por Thiago e o companheiro de equipe Alceu Feldman nas provas da GT3 Brasil. A categoria reúne em uma única competição os chamados carros de sonho da indústria automobilística mundial: Ferrari F430, Aston Martin DBRS9, Porsche 997, Chevrolet Corvette Z06, Dodge Viper Competition Coupé, entre outros. Na Stock Car, Thiago pilota um Peugeot pela Cimed Racing e tem como companheiro de equipe o piloto Antonio Pizzonia. “Os carros são bastante diferentes. Na GT3 o carro é mais prazeroso, tem mais componentes eletrônicos e é mais rápido de dirigir. Por outro lado, na Stock Car há mais carros e, portanto, o desafio e a competitividade são maiores. Não conseguiria escolher entre uma e outra. Sou apaixonado pelas duas”, revela Thiago.

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Barbearia Clube resgata o clássico ritual de barbear

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p e q u e n o s p ra z e re s | h om e n s

Proibido para mulheres Barbearia Clube do macho por Narah Julia

I

magine a cena: sábado à tarde, salão de beleza lotado, aquele cheiro de sprays e tinturas variadas no ambiente. O barulho de secadores incansáveis somado ao frenético ti-ti-ti feminino. O homem quer apenas cortar o cabelo rapidamente. Entra meio constrangido e ainda tem que passar por uma fileira inacabável de cadeiras - metralhado por olhares femininos - até chegar àquelas duas cadeirinhas reservadas lá no fundo, uma para crianças e outra masculina. Perturbado, ainda pega uma revista para se distrair e só consegue encontrar fofocas, moda e novela. Você acha que isso é coisa de macho? Não, claro que não. Macho vai à barbearia, faz barba, cabelo, bigode e pronto! Apostando nesse público exclusivamente masculino – e sem frescuras –, a Barbearia Clube resgata a tradicional figura do barbeiro e ainda oferece um conjunto de outros serviços direcionados ao homem. Começando pela recepção, que mais parece um ambiente de bar, com várias revistas masculinas, jornais, café, petiscos, TV ligada sempre na programação esportiva e um freezer, com variedade de cervejas premium (e a primeira cerveja é por conta da casa!). Com todas essas conveniências, não foi difícil fidelizar a clientela. A barbearia já conta com 2 mil clientes cadastrados, em pouco mais de 8 meses de casa. As proprietárias, as irmãs Meire e Marcia Ferreira Pinto, já contavam com o sucesso do empreendimento. Havia uma grande demanda por serviços direcionados ao homem, que ao migrarem para os salões femininos acabavam perdendo de certa forma sua identidade. Segundo Meire – que trabalhou no mercado de cosméticos por muitos anos, sempre em contato com pesquisas de opinião no segmento – os homens buscavam um espaço para eles e, na falta de opção, acabavam indo a salões unissex ou a barbearias antigas, simplórias. “O acerto aqui foi fazer os clientes se sentirem a vontade, em um universo que pertence a ele, pensado para ele, o macho tradicional, não o metrossexual”, explica. moremagazine.com.br • 45


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Equação correta No começo a idéia era atingir um publico alvo na faixa dos 40 anos para cima. Meire conta que o primeiro cliente foi um senhor de 80 anos. Mas o serviço profissional e o ambiente bacana, aliados a uma campanha publicitária bem criativa – com divulgações em rádios no segmento pop-rock e revistas digitais – acabou atraindo uma clientela mais jovem e descolada, que também sentia falta desse atendimento diferenciado. Hoje em dia o publico varia entre moleques de 10 anos, que vão cortar o cabelo acompanhado de seus avôs de 80 anos, que adoram o retorno ao clássico.

Como o ambiente é masculino, os homens sentem-se a vontade para conversar sobre futebol, política, a gata da capa da revista e outros assuntos “de homem”. O barbeiro Wanderley Nunes, que atua na área há 22 anos, comenta que o que os homens mais gostam é esse clima de camaradagem e tranqüilidade. “É aquele momento relax do dia, tomando uma cervejinha, num bom bate-papo, eles podem falar besteiras a vontade, tirar o sapato, a camisa, o que for mais confortável”. Além do clima amistoso, cortar o cabelo e fazer a barba com um barbeiro profissional é um ritual bem diferente dos salões mistos, que funcionam como uma linha de produção: um lava, outro corta, um terceiro seca. Na barbearia o homem se sente bem tratado. Wanderley afirma que um bom barbeiro , fazendo o serviço completo, demora ao 46 • 01 • setembro 2008

A grande preocupação do público masculino é a higiene e o profissionalismo. Para isso, quem vem com freqüência já tem seu kit personalizado e exclusivo. Os barbeiros utilizam navalhetes, ao invés da clássica navalha, que já não é mais permitida pela vigilância sanitária. A vantagem dessa navalhete é que após o uso, vai direto pro lixo. Aqueles que conheceram a delicadeza e precisão da navalha reclamam, mas tudo em nome da higiene.

Fotos: Paulo Chiquiti

Para o publicitário Mauricio Ramos, cliente da casa, cortar o cabelo passou a ser uma atividade bem mais prazerosa. Antes freqüentava qualquer tipo de salão, sem nenhuma preferência, até o dia em que chegou a Barbearia Clube. “Cheguei aqui, me deram uma cerveja na mão e pude acender um cigarro enquanto cortava o cabelo. Aí achei que essa era a equação correta”, comenta.

menos meia hora. “Começamos lavando bem a barba, depois aplica-se um pincel com creme, tira-se o excesso de pelo, depois eu aplico um emoliente junto com a toalha quente, para só depois finalizar”, explica Wanderley.


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Dia de Rei A Barbearia Clube oferece o Dia de Rei, a versão masculina do Dia da Noiva, com direito a barba, cabelo e bigode, além de hidratação e esfoliação corporal, massagem, podologia, manicure e o que mais as majestades quiserem. Geralmente são as futuras esposas que marcam o Dia de Rei, para que seus dignissímos noivos entrem em alto estilo na igreja. Depois do ponta pé inicial das mulheres, os noivos acabam gostando e até reservam a barbearia para o dia do casamento. Assim podem levar os padrinhos, amigos e familaires para fazer aquela cervejada antes do casório, com a garantia que todo mundo sairá bem alinhado no final.

Frescurinha de leve Fora os serviços tradicionais oferecidos pela barbearia, há outros que também são bastante procurados, entre eles: depilação, ou melhor, retirada de pêlos (preferida entre os atletas e o pessoal que freqüenta academias). As massagens – que são feitas por massoterapeutas fortes, que fique bem claro. Limpeza de pele, chamada de faxina na pele (já que os homens tem os poros mais abertos e precisam da faxina bem mais do que as mulheres) e podologia (há um dado horrível que origina a grande demanda de podologia, 95% dos homens tem micose). Meire revela que algumas das frases da campanha publicitária da Barbearia – que são cômicas – são fruto das mentes inspiradas dos clientes, após essas agradáveis experiências. Ela cita o comentário de um rapaz que saiu da sala da podologia admirado com o milgre realizado em seus pés e disse: “Nossa, agora posso transar sem meias!”

Serviço: Barbearia Clube Fone: 41 3014-9413 www.barbeariaclube.com.br

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Paraprazeres todas as horas mulheres Modelo: Daniella Crispin

h Fotos: Paulo Chiquiti

ill Mafra, consultor de beleza do Vimax Beauty, ensina a maquiagem perfeita para um almoço de negócios, um jantar ou até mesmo uma festa informal. Tudo muito natural e elegante.

1º. Passo

2º. Passo

Hill Mafra, consultor de beleza do Vimax Beauty

Comece aplicando uma loção tônica na face. “Ela evita que a pele fique oleosa e permite que a make dure mais”, alerta Hill.

3º. Passo Aplique pó facial translúcido para tirar o brilho e fixar a base.

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4º. Passo Aplique sombra marrom na pálpebra até o côncavo do olho, de maneira uniforme. Depois, passe a mesma sombra rente aos cílios inferiores com um pincel mais fino do que o que foi aplicada a sombra nas pálpebras. “A sombra marrom serve para todas as pessoas e ocasiões. É uma cor chave”, conta o consultor.

Aplique base opaca da mesma cor da pele. “A base cremosa dá uma cobertura melhor. Pode ser aplicada com esponja ou pincel”, explica Hill.

5º. Passo Com um tom de sombra bege, pinte o côncavo dos olhos para dar mais profundidade e levantar o olhar.


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6º. Passo Aplique máscara preta nos cílios.

9º. Passo Para afinar o nariz, aplique blush marrom claro da pontinha do nariz até a ponta da sobrancelha.

12º. Passo Aplique blush cor de rosa na parte frontal das maçãs do rosto.

7º. Passo Aplique iluminador na pálpebra na porção rente à sobrancelha. “Deve ser uma cor de pele perolada, nunca branca”, alerta Hill.

10º. Passo Para dar mais volume aos lábios, aplique blush marrom claro entre o lábio inferior e o queixo.

13º. Passo Aplique batom cor de boca rosado. “Pessoas mais velhas devem evitar gloss. Pessoas com pele branca podem usar batons rosados e pessoas com peles mais escuras, laranja coral.

8º. Passo Corrigir a sobrancelha. Hill aconselha usar uma sombra marrom escura (que varia de acordo com a cor do cabelo de cada pessoa), aplicada com lápis apenas para cobrir eventuais falhas. Se você não tem falhas, apenas penteie as sobrancelhas.

11º. Passo Aplique blush marrom na parte lateral do rosto, bem sobre as maçãs e nas mandíbulas, para destacar o rosto do pescoço.

14º. Passo Para realçar os olhos, aplique lápis preto rente ao cílio superior.

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Girls toys Foto: Pablo Vaz

MargauX. Apetrechos com Emoção! A MargauX é um novo conceito em apetrechos divertidos e descolados que trazem uma nova proposta visual. A estilista e designer Heloise Imaguire cria almofadas em vários tecidos, tamanhos, formas e estampas serigrafadas ou bordadas. Almofadas especiais para meditação com casca de arroz. Tudo feito pra causar emoção! Contato: 9965-5375

A marca de acessórios em prata Wishes segue a linha dos produtos ecologicamente corretos e alia a beleza da prata com materiais que a natureza oferece. A linha Escamas, que faz parte da Coleção Bella Jackie, é feita de couro de tilápia, matériaprima que agrega valor ao produto e mostra a importância da marca com o meio ambiente. (www.wishes.com.br)

A marca curitibana Beluska, da estilista Bel Raad, aposta na feminilidade para a coleção primavera-verão 2008/2009. A cartela de cores se inspira na força do mar e na tonalidade de algas, corais e peixes, e tem nas cores coral tropical e azul arquipélago os seus pontos altos. Destaque para a qualidade dos tecidos Santa Constancia e Renaux, selecionados a dedo e utilizados para confeccionar todas as peças da coleção. (41) 3022-2784

Alexandre Herchcovitch e Cris Hirama brincam de John e Yoko

T-shirts

A marca D’arouche preparou uma edição especial com estampas gothic-chic que combinam diferentes épocas, como o portrait do poeta Rimbaud, um par de camas de solteiro art-nouveau e uma mão vitoriana com bondage. Em uma das fotos da campanha, o estilista Alexandre Herchcovitch e a publicitária Cris Hirama dão nova interpretação à polêmica foto de John Lennon e Yoko Ono na cama. Mais informações: www.eaudarouche.com.

O vestido Snorkel, em Jersey, nas cores coral tropical e azul, da coleção primavera-verão da Beluska

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Foto: Claudia Guimarães

Foto: Herbet Coelho

Fundo do mar

Foto: Jonathan Campos

Luxo ecológico


objetos

Boys will be boys

Luxo e exclusividade

Apenas 100 afortunados terão o prazer de pilotar a Maserati Quattroporte Collezione Cento. A série limitada do Quattroporte foi criada para reunir o máximo em conforto, dirigibilidade, velocidade e conveniência. Pintado de branco marfim com uma sutil faixa lateral para ressaltar a ondulação da carroceria, o carro esconde sob o capô um motor V8 com 400 cavalos de potência. A tecnologia é outro ponto forte. Os passageiros da parte traseira do Quattroporte têm acesso a uma verdadeira central multimídia. Leitor de CD e DVD, entradas para i-pod, cartão SIM e porta USB, além de Bluetooth. Sem falar no teclado acoplado ao descanso de braço, que permite acesso à internet nas duas telas de 10,4 polegadas, sensíveis ao toque, localizadas na parte traseira dos bancos dianteiros.

Requinte A Amsterdam Sauer lança nova linha de jóias masculinas: pendentes, abotoaduras e anéis largos, em ouro branco ou amarelo. Os crucifixos, best-sellers entre os homens, ganharam novas linhas, mais modernas, para serem acompanhados de correntes ou de fios de couro, mais despojados, com acabamento em ouro. As abotoaduras, redescobertas, exibem formas mais orgânicas, assim como os pendentes de placas. Mais informações: www.amsterdamsauer.com.br

Tecnologia A Samsung lança a quarta geração de tocadores Blu-Ray no Brasil. O modelo BD-P1500 conta com memória interna e avançados recursos de interatividade, compondo com as TVs Full HD da marca soluções ideais para a melhor experiência em entretenimento doméstico. Capaz de exibir som e imagens com a máxima resolução existente no mercado (1920x1080p), o player tem entre os seus principais recursos de interatividade as tecnologias “BD Live Ready”, que possibilita o download de conteúdos extras de filmes, via internet, diretamente de servidores dos estúdios de Hollywood (dependendo da disponibilidade deste serviço pelos estúdios), e PIP (Picture in Picture), em que o usuário tem acesso a funções extras dos discos enquanto assiste ao filme. Preço sugerido: R$ 2.499,00.

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Fotos: Paulo Chiquiti

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O começomesa de tudo de bar por Katia Michelle Pires

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omeçar uma relação não é tarefa fácil. É preciso sedução, envolvimento, uma pitada de ousadia, tensão sexual e – claro – compromisso. Mas esses ingredientes nem sempre são colocados numa ordem exata e nem é possível saber a quantidade necessária de cada sentimento para dar o pontapé inicial numa relação e ainda mantê-la. Uma coisa é certa: sexo é fundamental. Já o comprometimento com o parceiro nem sempre é levado em conta. Como dosar cada situação? A psicóloga Juliane Kravetz, de Curitiba, salienta que, quando se trata de relacionamentos, não existe um padrão de comportamento a ser seguido. “Depende do que o sujeito quer para si”, ressalta. Características sociais e culturais podem ser fundamentais para definir algumas relações, como as já comprovadas diferenças entre o comportamento masculino e feminino. “O homem tem mais facilidade de não se comprometer através do sexo. Já as mulheres se envolvem muito mais e criam laços afetivos a partir da relação sexual”, analisa a psicóloga. Para ela, quando se trata de sexo e compromisso não há como idealizar as relações e nem quantificar a necessidade de cada um. “O importante é que a pessoa se sinta bem”, diz. O tema foi colocado em pauta em um debate promovido pela MORE magazine com três homens e três mulheres. Conheça os personagens desse bate-papo e veja o que cada um pensa do assunto:

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Cássio Colombo Filho, 47 anos, Servidor Público. Divorciado Lisa Simpson, 25 anos, Designer de Roupas. Solteira. Rafael G. Formiga, 27 anos, Terapeuta Ocupacional. Solteiro. Helena Misurelli, 28 anos, Advogada. Separada. Jack Castro Holmer, 26 anos, Artista Plástico e Professor de Artes. Separado. Pryscila Vieira, 29 anos, Cartunista. Solteira.


c o m p o rta m e n t o

Para vocês, o que é compromisso e como acontece a relação desse conceito com os relacionamentos modernos? Cássio - O compromisso é fidelidade.

O sexo pode ser a porta de entrada para um relacionamento, mas não é garantia – nem sinal – de compromisso

Liza – É quando a gente se compromete de alguma forma com alguém. Mas acho que as pessoas andam com medo de compromisso. Hoje em dia, temos muita informação e muitas possibilidades. Logo, as pessoas não querem se comprometer a uma coisa porque podem achar algo melhor daqui a pouco. Não existe mais essa coisa de viver para sempre com a mesma pessoa, como acontecia com nossos pais e avós. Hoje as pessoas não têm mais esse desejo, o que para mim significa compromisso. Rafael – Compromisso é companheirismo. É você estar com o outro. É você ter que, inclusive, fazer coisas que não são do seu agrado. E é preciso se privar de algumas coisas pra manter esse companheirismo. Helena – Acho que o compromisso acontece a partir do momento que duas pessoas optam por ter uma vida conjunta, a abrir mão de outras coisas. Acho que no compromisso, a fidelidade é o mais importante. Mas hoje em dia eu acho que a maioria das pessoas não quer isso. Jack – Eu acho que compromisso é quando duas pessoas compartilham os mesmos planos. Acho que quando existe um plano em comum existe o compromisso. Quando esses planos divergem, o compromisso acaba.

Helena: “A fidelidade é o mais importante”

Pryscila – Compromisso é cuidar do outro. Quando envolve sexo, envolve outras coisas, desde fidelidade até o uso da camisinha. E acho que hoje o compromisso é mais imediato. Compromisso não tem a ver com planos, mas com cuidados. E compromisso tem a ver com relacionamento? Cássio – Sim. Compromisso tem a ver com tudo. É responsabilidade e responsabilidade assumida não dá pra deixar para trás. Pryscila – Sim, mas nos relacionamento, as pessoas não andam tendo muito compromisso.

Rafael: “Compromisso é você segurar a onda”

Lisa – Concordo e não só compromisso com outras pessoas, mas consigo mesmo. As pessoas mudam de idéia como mudam de roupa. Um dia se comprometem com uma coisa e no outro dia aquilo já não tem mais nada a ver. Rafael – É que na realidade você pode até se comprometer com uma pessoa, ter o sonho de casar com ela, ter uma vida em comum. Mas durante o percurso pode acontecer de você ver que não está batendo tanto quanto você imaginou que era no princípio. Agora, o compromisso é você segurar sua

Lisa: “As pessoas andam com medo de compromisso”

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onda e manter o casamento porque você prometeu ou você tem que ter o compromisso consigo mesmo? O compromisso de falar a verdade, de admitir que não se está feliz e que não é isso que você quer? Pryscila – Mas não dá para assumir compromisso com o outro se você está inseguro com a sua opção. Rafael – Mas a questão é a seguinte você pode até assumir com o outro porque naquele momento você acredita que vai dar certo. Só que depois de um tempo, isso muda. A gente está em constante mudança. Pryscila – Pois é, ontem eu escutei uma história maravilhosa. Um italiano veio para o Brasil atrás de uma linda mulher. Ele entrou numa joalheira e comprou uma bela aliança para ela. Na outra semana voltou para Itália e ela nunca mais ouviu falar dele. Ele noivou e sumiu. Ou seja. Que espécie de compromisso ele assumiu? Eu acho que as pessoas assumem as coisas por impulso hoje em dia. Helena – Mas acho que também tem aquela história de você estar vivendo aquele momento, de você realmente estar disposto a viver feliz e para sempre

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com aquela pessoa. Eu casei pensando assim, em casar e viver para sempre. Mas teve um momento que cada um passou a ter objetivos diferentes. E aí vale o compromisso consigo mesmo. Tem que pensar em você. Porque senão você vai abrir mão da sua felicidade por causa de um compromisso que você assumiu no passado. E as coisas acabam mudando. Lisa – Eu acho que as pessoas podem mudar juntas. Helena – Mas a partir do momento que os dois querem mudar. Quando só uma delas não quer, não dá. Lisa – Então, se não há consenso, não há compromisso. E é possível saber por que esse rompimento acontece? Porque atualmente os relacionamentos têm prazo de validade? Rafael – O que faz terminar um relacionamento é exatamente o que fez a pessoa se encantar por você. Chega certo momento que cansa. A pessoa quer algo mais. Pryscila – Acho que o relacionamento acaba quando acaba a comunicação.

Quando não existe mais a comunicação entre um e outro e o casal não fala mais a mesma língua. Jack – Eu fui casado durante cinco anos. Casei muito novo e acho que esse foi meu primeiro erro. Eu fui amadurecendo e ela, que era mais velha que eu, já estava madura. O que aconteceu é que as pequenas coisas que eu deixei de fazer no começo por estar casado e tive vontade de fazer depois, foram se potencializando. Pryscila – Acho que existe um comportamento tipicamente feminino, que é abrir mão dos focos em função da relação. Cássio – Então eu acho que estou virando pra outro lado. Eu parei minha vida e fiquei atrás e uma mulher dois anos e meio. Joguei oportunidade e convites fora por causa dela. Eu acreditava em um compromisso e fiquei injuriado com o que aconteceu. Porque eu parei minha vida em função de uma pessoa e isso para mim é compromisso. Mas chegou determinado momento que eu não agüentei. Pryscila – O que você não agüentou? A não correspondência? Cássio – Sim. Eu parei tudo. Faria tudo


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de novo, mas chegou um momento que não deu mais. Não se trata de doar mais ou menos. Concessões devem ser recíprocas. O problema maior é a falta de correspondência. Não havia reciprocidade. Mas isso não aconteceu em todos os relacionamentos. No meu primeiro casamento, por exemplo, a minha esposa era muita parceria. Nós tínhamos uma relação de reciprocidade. E é isso que as pessoas não entendem. O casamento é uma sociedade. É essa sociedade está ligada ao compromisso. Tanto que as uniões estáveis têm o mesmo sentido que o casamento. Mesmo deveres e obrigações. Tecnicamente pela lei é tratado da mesma maneira até. Nós estamos falando das relações, de como elas começam e terminam. Vocês acham que o sexo é responsável por começar uma relação e também pode ser o calvário da vida a dois? Lisa - Acho que não. Rafael – Sem dúvida, sexo é uma parcela muito grande do relacionamento. Pryscila – Acho que o sexo resolve tudo. Cássio – Não resolve, não! Lisa - Acho que quando não tem mais sexo não tem mais relação, não tem mais compromisso, quando acaba o sexo. Acaba tudo. Helena – A falta de sexo é o primeiro sintoma de que o relacionamento acabou. Lisa - Eu cresci no Canadá e lá as coisas são diferentes. Acho que no Brasil as pessoas são bem mais afoitas pra “chegar lá”. No Canadá as pessoas ficam meses sem sexo, se conhecendo. E acho que isso é bom, porque às vezes as pessoas se atrope-

lam em todo esse sentimento que vem do contato físico. Dão muito mais valor a isso do que ao próprio caráter da pessoa. O que acaba acontecendo é que se coloca muita ênfase na parte física antes de se conhecer a pessoa. Rafael – Mas tem que ver se a pessoa quer ter um relacionamento. Se ela não quer só ter uma aventura momentânea Helena – O sexo é um termômetro na relação. A partir do momento que o casal começa a ter problemas sexuais, é um sinal de que as coisas não vão bem Pryscila – O câncer chegou à cama, é estagio terminal! E nas relações contemporâneas é possível dissociar o sexo do compromisso. Como fazer isso sem culpa? Rafael - Acho que com sinceridade. Chegar para a pessoa e falar: “olha nosso lance é só isso. Você é uma pessoa muito bonita, mas...” . Se você não faz isso na hora, a pessoa vai ficar te ligando, vai criar uma expectativa que vai fazer mal pra ela e pra você também Pryscila – Acho que isso tem a ver com o comportamento masculino e feminino. Os homens são muito mais profissionais na hora de separar o sexo do compromisso. Lisa – Para mim tem que ter o pacote inteiro. Só sexo eu não quero. Não adianta fazer sexo freqüentemente com uma pessoa que não faz parte da minha vida, não compartilhe dos meus sonhos fora da cama. Helena – É que tem aquele período necessário para conhecer a pessoa. Você não chega e fala: vamos namorar. Você primeiro vai conhecendo...

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Rafael – A mulher hoje tem muita independência para decidir o que quer, inclusive emocionalmente. Antes, ficava presa ao relacionamento, agora não. Uma coisa vocês concordam, então, a realidade mudou. As pessoas mudaram. Então o que impede as pessoas de falarem “eu quero sexo” e só? Cássio – Olha, eu não sou bonito fisicamente, então não tem essa da mulher chegar e falar “quero dar para você”. Isso comigo não acontece. Então eu tenho que chegar e conversar. Se não tiver o aspecto sentimental, não funciona. Mas na minha geração a iniciação sexual era com puta, não era com namorada. Pryscila – Viu? Os homens são treinados historicamente a separar o sexo do compromisso, enquanto as mulheres eram educadas para casar virgem. Cassio – Mas eu sempre tive uma dificuldade com essa história. Tem que ter uma liga caso contrário, na minha opinião, a masturbação tem um efeito muito melhor. E é muito menos oneroso. Desculpe, estou falando a verdade. Tem que ter afinidade. Não precisa ser um amor profundo, mas a afinidade é fundamental. Rafael – É... Precisa ter ternura... Quanto de sexo e quanto de compromisso é preciso ter numa relação ideal? Lisa – Acho que as prioridades vão mudando, no começo é mais sexo, quando o tempo vai passando é mais compromisso Helena – Começa com o sexo e vai virando compromisso Jack – Acho que começa com o sexo em busca do compromisso e depois vira o compromisso em busca do sexo. Rafael – O sexo tem que ser muito bom. Pode ser a mulher mais top, mas se o sexo não for bom, não vai durar. Nesse momento da minha vida, isso é o mais importante Cássio – Acho que o relacionamento em primeiro lugar, é respeito. É fundamental. O segundo é a confiança. Em terceiro, a afinidade. E daí vem o sexo. O sexo é uma conseqüência.

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New York:

city of heaven and hell New York

por Luara Miranda, de Nova Iorque

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ntra ano e sai ano e N.Y continua fervendo. O mesmo vai e vem de gente, culturas e estilos de vida completamente diferentes. A vida noturna da ilha continua fazendo com que milhares de pessoas passem horas na frente do espelho procurando uma produção bacana o suficiente para não serem barradas pelos patrulheiros da moda: os doorman, que ou gostam do seu outfit ou melhor escolher outra balada. O verão é um agito. Depois dos quase sete meses de inverno, é hora de sair da toca . Os almoços no Pastis (www. pastisny.com), no Meatpacking District, continuam badaladíssimos, comida gostosa e gente bonita. Outro ponto bem gostoso para um almoço rápido e charmoso é o café Habana, numa esquina do Soho. O lugar é uma delicia e o milho assado não existe igual. Tem ainda o Fellini, um bistrozinho lindo. Dá para aproveitar e fazer umas comprinhas pós-almoço, pois as ruas ali em volta reúnem várias lojas de estilistas novos e ainda desconhecidos, mas com roupas maravilhosas e preços idem. Outra opção para um almoço charmoso é no West Village, a esquina da Carmine com a Bleecker é um bom ponto de partida, há várias opções de restaurantes fofos. Terminado o almoço, é hora de começar a pensar no jantar que, na verdade, é o warm-up para as festas. Restaurantes badaladinhos, com um sonzinho gostoso são sempre uma boa pedida. Na lista dos asiáticos tem o Megu, em TriBeCa, com seu buda de gelo. O Nobuque faz a mesma linha, mas

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é um pouco mais agitado. Tem o clássico Budha Bar que é um restaurante que vira balada e, apesar de existir há tempos, continua muito bom. Saindo da lista oriental, há o La Esquina (www.esquinanyc.com), que é o restaurante do momento. Você entra no restaurante pela cozinha, o que chega a ser um pouco assustador, mas assim que chega no salão do andar de baixo pode relaxar, pois a comida é uma delicia e o lugar, bem bonitinho. O Waverly Inn é outra pedida boa, mas se prepare para conseguir uma reserva, pois é missão quase impossível, o lugar vive cheio de celebridades e quase não sobra espaço para o resto dos mortais. Depois do esquenta, é hora de dançar. O Gold Bar (www.goldbarnewyork.com) é muito legal para começar a noite, a decoração do lugar é linda e os freqüentadores também. Uma das proprietárias é a curitibana Jayma Cardoso, dona também do Cain, um club bacana na 28th com a 10 Av. Os clubes que estão na moda no momento são 1 Oak e o Kiss&Fly (www.kissandflyclub.com), os dois são ótimos e divertidíssimos. Mas o que faz mais sucesso aqui são os lounges, a lista é infinita. O The Rose (www. gramercyparkhotel.com), que é o bar do hotel Gramercy é demais, se a intenção é ver gente bonita esse é o lugar, a decoração é absurda, o som e os drinks também. O Socialista (www.socialista.us) é outra pedida, ótimo para jantar e depois subir para o lounge. Música cubana e gente descolada não faltam.


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O prazer de comer bem gourmet por Daniela Prosdocimo Caldeira

Carré de javali com purê de batata e confit de alho 1 carré de javali Sal e pimenta do reino fresca Alecrim fresco 1 cálice de vinho branco 300 g de batatas descascadas e cozidas 3 dentes de confit de alho ½ colher de sopa de manteiga Leite Integral (1/2 xicara aproximadamente) 1 colher de sopa de azeite de oliva 1 colher de sopa de bacon picado 1 dente de alho picado ½ cebola picada Mix de feijões cozidos Ervilha Fresca cozida Orégano fresco 3 Cebolinhas baby assadas

Para o Carré de Javali:

Para os grãos:

Tempere o carré com sal e pimenta fresca. Deixe com alguns raminhos de alecrim marinando junto com o vinho por 1 hora. Retire o excesso da marinada (reservando o vinho) e grelhe o carré com o lado da capa de gordura para baixo primeiro. Doure do outro lado e termine o cozimento no forno.

Aqueça uma panela e coloque o azeite de oliva. Adicione o bacon picado e refogue até dourar. Acrescente o alho e a cebola e refogue por alguns minutos. Acrescente os feijões pré cozidos, a ervila pré cozida e as cebolas baby. Regue com o vinho da marinada e deixe reduzir um pouco. Tempere com sal e pimenta e por último o orégano fresco.

Para o Confit de Alho: 1 cabeça de alho regada com azeite extra virgem e fechada em papel alumínio. Assar em forno até que os dentes estejam dourados e macios. Para a Batata e Confit de Alho: Cozinhe as batatas e passe por um espremedor. Acrescente a polpa de 3 dentes de alho confitados. Acrescente meia colher de sopa de manteiga e dê o ponto de purê com leite integral.

Sirva o Purê ao centro do prato, o carré por cima e os feijões, ervilhas e cebolas com o molho em volta. Bon Apétit!

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Ruy Barrozo

rb@ruybarrozo.com.br ruy barrozo Foto: Rafael Danielewicz

Viviane Kaled realizou movimentado almoço desfile em sua VK Empório para lançar a coleção Primavera/2009, oportunidade em que recebeu inúmeros clientes, entre elas; Sandra Formighieri.

Celso Luiz Gusso, presidente da Associação Giuseppe Garibaldi, e Vittoriano Speranza, vice-cônsul geral da Itália em CWB, fotografados por Silvio Aurichio, durante a festa em comemoração aos 125 anos da Associação.

Foto Bebel Ritzmann

Em processo de reposicionamento de marca, o ano que comemora 60 anos de atuação, a grife beachwear realizou as fotos de sua campanha publicitária – Verão 2009m que inclui catálogos e folders, em clima de festa. Continuando o clima de celebrities na Côte D’Azur dos anos 70, a modelo da L’Equipe Bruna Alvin foi fotografada por Ivan Berger em seu estúdio no Butantã, em São Paulo. 60 • 01 • setembro 2008

Sérgio Ritzmann e as filhas Luísa e Carolina, na movimentada festa de quinze anos de Carolina, realizada no Clube Concórdia.


social

O Núcleo de Pós Graduação e Graduação de Direito da UFPR prestou justa homenagem ao professor, doutor Marçal Justen Filho, fenômeno do Direito Administrativo, que lecionou durante 28 anos na instituição.

Foto: Daniel Sorrentino

Foto: Adriana Mugnaini

Ricardo e Priscila (Flugrath Gazal) Nicolau comemoram o primeiro aniversário de sua filha Mariana, com uma festa para mil convidados, recebendo parentes e amigos inclusive do eixo Rio de Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis e Londrina. Os destaques ficaram por conta das presenças da tataravó Leontina Albuquerque e os bisavôs da aniversariante Tereza Flugarth, Idalina e Juarez Dias e Gilda Gazal.

O diretor da ESIC Business & Marketing School, Isídro Córdova García (em pé), e o diretor da empresa Sucesso em Vendas, Milton Lisboa, assinaram o contrato que formaliza a parceria para a primeira Escola de Vendas do Brasil. Dois cursos de Máster Especializados já serão ofertados a partir de outubro, com ênfase para a área comercial, utilizando como metodologia à experiência bem sucedida dos profissionais da Sucesso.

O ator global Edson Celulari lançou a coleção Primavera/Verão 2009 da linha de óculos da marca Bulget. O evento aconteceu na loja Fotoptica do Shopping Plaza Sul, em São Paulo, e reuniu sociáveis e jornalistas que conheceram em primeira mão os modelos da nova coleção de óculos assinada e estrelada pelo ator. moremagazine.com.br • 61


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por Mariela Dias Fotos: David Peixoto

ESPONJA FLORIDA Flores, flores em tudo o que eu vejo! Quando entram as coleções, imediatamente após os desfiles dos calendários oficiais de moda, a gente começa a pinçar o que gosta e começa a usar. Já estávamos usando no inverno mas agora as flores estão ainda maiores, exuberantes. A vantagem desse acessório é que enfeita mesmo. Atende a todos os tipos de cabelo, é a cara das brasileiras. Os modelitos da foto são da Accessorize.

AUTO-RETRATO HENRIQUE BORGES é designer e sócio da D-Lab. Trinta anos de praia, escorpião do bem. Para o seu próprio deleite, investiu numa NIKON D-80 ninja. Aqui na coluna, ele por ele mesmo. O CLIENTE PERFEITO É AQUELE QUE... Reconhece e respeita o serviço que está contratando. MELHOR PICO PARA ONDAS É... Vento terral, só os amigos na água, aqui mesmo no Paraná, no canto da Vó, na Ilha do Mel. COMIDINHA FAVORITA... Peixe com camarão. SONHO DE CONSUMO... Dois meses de férias por ano viajando pelo mundo acompanhado da minha mulher. O PIOR TRABALHO DO MUNDO É... Ter que fazer o que não gosta.

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NOVIDADEIRAS As novidadeiras estão em polvorosa com o must have descolado do momento. Unhas coloridas. Esmalte de unha é democrático, a-do-ro! Todas amam, todas usam independente da cor, religião e grana. Como é sofrido quando a gente está na correria e não tem tempo de fazer as unhas, certo? A manicure Géssica Priscila de Lima, do Princess Hair, do Juvevê, tem estoque de trinta colores diferentes para você cair nessa. Azul, amarelo, alaranjado, verde, fluorescente, you name it.

ME DÊ MOTIVO Dani Brito, como é conhecida no meio, chegou num sábado nublado típico de Curitiba acompanhada pela pequena Hannah para essas fotos. Mãe tranqüila, escolheu o vestido comprado num brechó e customizado pelo amigo estilista Nélio Pinheiro (de Londrina) para expressar o seu jeito se ser. Não liga pra brincos, curte anéis e colares, pouca maquiagem, cabelo desalinhado. Autêntica, merece todo o espaço que ocupa. nome completo: Danielle Soares Brito. idade: 34. profissão: jornalista. nome da filha, idade: Hannah, 5 anos. signo: gêmeos. Prefere coxinha ou brigadeiro? Brigadeiro, sempre. Tem o hábito de economizar ou é gastadeira? Gasto tudo o que tenho. O que te tira do sério? Orgulho e preconceito. Usa salto alto? Só de vez em quando. Fala palavrão? Sim. Consegue perdoar com facilidade? Menos do que gostaria. Acredita que toda mulher tem o direito de surtar? Sim, mas com o tempo a gente aprende a se controlar. Compra roupas em brechó? Sempre. Já houve épocas em que o meu armário era 70% de segunda mão. Quanto tempo demora para se arrumar? 40 minutos. Pode cronometrar... O que mais dizem de você? "Tem cara de 20 e poucos", "Que estilo é esse(?!)", "Nossa como você está magrinha!" Mulher que é mulher de verdade precisa ser... Independente. Quando quer se sentir sexy, você usa... Batom vermelho. Ser mãe é... Para não ser piegas: doar muito de você, deixar de ser egoísta. moremagazine.com.br • 63


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Foto: Patti Smith

Patti Smith:

as várias Pattiestações Smith por Tuti Maioli Neto, da Suíça

A mulher multifacetada que toca o mundo há várias décadas

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stação: Paris. Poderiam ser outros endereços, mas foi no Boulevard Raspail, sede da Fondation Cartier, uma estrutura de vidro transparente projetada pelo arquiteto Jean Nouvel, que os trabalhos de Patti Smith foram expostos. A escolha pela França não é mera coincidência, já que a sua inspiração muitas vezes vem através de figuras como Rimbaud e Artaud. E Paris pela sua ligação à cidade luz, quando morou lá em 1969, em Montparnasse. Patti flanava pela Rue des Grands Augustins onde Picassso tinha morado e pintado “Guernica”. Ou quando estava nos funerais de Susan Sontag e fotografou o túmulo de Samuel Becket.

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Mais conhecida por sua obra musical e co-fundadora da cena punk rock novaiorquina, aqui foram mostradas as suas outras dimensões: desenhos, fotografias e textos numa exposição que levava o seu nome: “Patti Smith. Land 250”. A Fondation Cartier publicou a mostra em livro que reúne reproduções


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em branco e preto de suas polaróides inéditas, além de seus textos “Charleville”, “Statues” e “Cahier”, reunidos sob o título “Trois”. “Charleville” se concentra sobre a figura de Rimbaud (poemas, desenhos e fotos), enquanto “Statues” apresenta uma série de fotografias de esculturas e “Cahiers”, um caderno de notas imaginado por Patti Smith. Na programação “Les Soirées Nomades”, Patti leu textos de Virginia Woolf, com direito aos solos de piano de sua filha Jesse e fêz um concerto acústico com Lenny Kaye e Tony Shanahan, membros da sua banda. Suas primeiras polaróides foram feitas no começo dos anos 90 como processo de elaboração para as suas colagens. Estação: Nova Iorque. De 1967 a 1972 a sua vida foi compartilhada com o fotógrafo Robert Mapplethorpe, onde viveram no Brooklyn e depois no Chelsea Hotel. Aqui tiveram um período de criação e encontros com personagens que giravam pelo Hotel. Allen Ginsberg. William Burroughs. Jimi Hendrix. Sam Shepard. Os dois trabalhavam em projetos coletivos até que Mapplethorpe começou a fotografar e Patti também embarcou na viagem de clicar. “Fotografias são minhas relíquias”, afirma Patti. No álbum duplo “The Coral Sea” ela faz referência a Mapplethorpe num poema que conta a história da viagem ao Cruzeiro do Sul antes da sua morte. Em 1995, depois da morte do seu companheiro Fred Sonic Smith, como ela mesmo diz e “sem poder se concentrar no complexo processo de desenhar e escrever”, veio a necessidade de voltar para a polaroid. Neste tempo usou uma velha Land 100. A Land 250 ela começou a usar em 2002 com as suas facilidades técnicas: perto/ longe, claro/escuro. As suas lentes eram focadas em lugares onde os artistam viviam. Patti viajou até Charleville-Mezierès por causa de Rimbaud. E fotografou na Inglaterra o rio Ouse, onde Virginia Woolf naufragou o seu último navio de vida. Na maioria, suas fotos são meditativas. E ela pode esperar horas a fio pela luz ideal para fotografar o seu vestido de casamento, uma guitarra ou a cama do poeta John Keats. Os seus desenhos vão desde auto-retratos ou Bob Dylan que se entretém com um modelo de Picasso.

Auto-retrato de Patti Smith

O exercício da escritura já vinha desde criança. Refinada, escrevia com pena e tinta, como no século XIX. Atualmente mistura estilos e introduz elementos de grafitti e cartoon. Das telas de cinema, ama Jeanne Moreau e Ava Gardner. A maneira delas de fumar, os movimentos das mãos. Ou a elegância de tirar um bracelete em cena. No seu texto “Un souffle de Vénus”, extraído de “Statues”, ela lembra Gardner que num filme incorpora a figura da estátua da deusa e movida pela admiração de um passante, toma corpo e canta “Speak Low”. Às vezes no palco ela incorpora Baudelaire, usando os mesmos modelos de gravata e camisa. Camaleoa. Recusa o rótulo de feminista e revolucionária, preferindo ser lembrada como música e mãe. Patti odeia quando dizem que é a avó do punk. A sua resposta física, mesmo com os seus 61 anos, vem quando gira pelo mundo com seus concertos. No último verão teve uma agenda em 40 países. moremagazine.com.br • 65


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Dream of Life Nas paralelas, veio o encontro com o fotógrafo americano Steven Sebring, especializado na área de música e moda. Em 2003, Sebring rodou “New York Stories” para a marca Donna Karan. Tudo começou em 1995, quando Sebring devia fotografar o comeback concert de Patti para a revista "Spin". A presença de Patti no palco o impressionou tanto, que ele pede a Smith permissão para fotografar e filmar. Depois disso, sua câmera a acompanhou por 11 anos e veio o filme “Patti Smith: Dream of Life”, um road movie granulado feito em 35mm, sem luz artificial, com premiação no Sundance Film Festival deste ano. Nu e cru. Sem recursos hollywoodianos. A própria Patti Smith o define como sendo o seu “bio-pic”.

O filme retrata seus concertos, fragmentos de diálogos, com direito a passagens como aquelas em que Patti e o ator Sam Shepard fazem um dueto de guitarras. Ou a cena com Flea do Red Hot Chili Peppers, em que os dois duelam sobre o tema “xixi”. Quando Sebring se pronuncia sobre Patti, diz que ela não é somente um ícone do rock’n roll. “Ela é muito mais. Seja nas suas poesias ou no palco, ela é a coisa real. Rockstar, poeta, artista, mãe, ativista. Heroína do povo. Ela passou por várias e superou todos. Não conheço ninguém como ela”, acrescenta. A cumplicidade levou o projeto mais à frente. Nos lugares onde é projetado o filme, vem também a mostra “Objects of Life”. Objetos que Patti recolhe. Uma guitarra Gibson. O tamborim feito pelo próprio Mapplethorpe como presente para seu aniversário. Um paletó com o bóton figurando Rimbaud. Vestidos de sua infância. Reprodução de uma máscara do poeta William Blake.

Patti em cena de “Dream of Life”

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e n tre te n im e n t o

Patti: Vôos Patti Smith viveu sua infância entre Bíblias e Testemunhas de Jeová, que talvez tenha sido tecido para as suas futuras letras. Tradição e choque. A primeira música, “Gloria”, do seu legendário álbum “Horses”, diz literalmente no texto: “Jesus died for somebody’s sins, but not for mine” (Jesus morreu pelos pecados de todos, mas não pelos meus). A mensagem é clara: Eu existo, eu decido. Quando tinha 11 anos, seu desejo era ser Peter Pan. Fisicamente impossível, pois sua vida não foi de brancas nuvens. Sentiu na pele e osso que a juventude permanece na alma. Quando se transferiu para Nova Iorque, a palavra província virou termo de dicionário. Bebeu líquidos de todas as fontes possíveis. E a sua sede não era pouca. Os oásis eram tantos. Girava pelos nightclubs. Influenciada pela Beat Generation, escreveu poesias no jornal roqueiro “Creem”. No teatro, subiu ao palco uma única vez, na peça “Cowboy Mouth”, de Sam Shepard. O seu primeiro single, “Hey Joe” fazia referência ao seqüestro de Patty Hearst, filha do magnata do complexo jornalístico. No ano seguinte veio “Horses”, o primeiro LP. Nascia o movimento punk e new wave.

Imagem do filme “Patti Smith: Dream of Life”

Recentemente, a Rowan University, em Nova Jersey, concedeu a Patti o título Doctor of Letters, em reconhecimento ao seu trabalho na área da música, literatura e artes. Quando se revê a trajetória de Patti Smith, fica claro que a camaleoa não depõe as armas. Se você lê a sua homepage, fica sabendo que ela sempre está antenada. Acesa. Seja pelo Tibet ou pelo empenho do registro de voto na América. Entre boeings e limusines, sons e letras, Patti Smith toca o mundo.

Serviço Homepage oficial de Patti Smith: www.pattismith.net/ Homepage Steve Sebring: www.stevensebring.com/ Fondation Cartier: http://fondation.cartier.com/ Patti Smith, Trois Co-publicação Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris/Actes Sud, Arles, 2008, 96 páginas, 28 ilustrações em branco e preto. Versão bilingue francês/ Inglês. Distribuição na França: Actes Sud, Arles Distribuição fora da França: Thames & Hudson, London-New York Preço: 29 euros

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3G

O futuro da tecnologia 3G por Josianne Ritz

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hegará um dia em que a navegação na internet por banda larga móvel superará as conexões fixas no Brasil. Será um tempo de notebooks baratos, com chips embutidos, subsidiados, em boa parte, pelas próprias companhias de telecomunicações, assim como já acontece com os aparelhos celulares. Será o ápice da Terceira Geração (3G). Quando se trata de tecnologia, as previsões, felizmente, se realizam bem rapidamente. Apesar de os celulares e smartphones de Terceira Geração serem as vedetes do momento, a demanda de venda de modem e placas 3G para uso em notebooks tem surpreendido. Ou seja, o que os consumidores de tecnologia mais procuram hoje é a banda larga móvel para notebooks. Com o sucesso dos modems e placas, que precisam ser ligados aos laptops via USB, as teles resolveram dar um passo a mais: os notebooks com chips 3G já embutidos, prontos para navegação, produzidos em parceria com as indústrias de computadores, que vendem mais, e operadoras, que fidelizam o consumidor. Com eles, o internauta pode conectar o seu computador sem wireless e sem ter que ligá-lo a um modem externo. “A banda larga 3G é uma alternativa à banda larga fixa onde ela existe e, em muitos casos, poderá ser a única alternativa de banda larga disponível para o usuário onde soluções fixas baseadas em meios físicos (ADSL, cable modem) não existem. Tal cenário deverá ser consolidado à medida que a cobertura 3G avance”, prevê Paulo Breviglieri, diretor de desenvolvimento de negócios da Qualcomm no Brasil e especialista em 3G. O avanço, segundo ele, deverá ser muito rápido nos próximos

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te c n o l o g i a

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anos, porque todas as capitais de Estado e os municípios com população superior a 500 mil habitantes deverão ser cobertos com 3G em dois anos (até início de 2010), e boa parte dos municípios brasileiros, até aqueles com menos de 30 mil habitantes, em cinco anos . Praticamente metade do universo atual de dispositivos 3G (que inclui módulos embarcados em notebooks, modems USB, cartões de dados, roteadores) corresponde a modelos voltados à banda larga móvel. “Lembro também que, segundo dados publicados pela GSA em abril de 2008, já contamos com 103 modelos de notebooks com módulos embarcados oferecidos no mundo”, explica o especialista. O primeiro modelo a ser vendido no Brasil chegou às lojas no início de julho. É o HP Notebook 6710b com modem 3G e TIMChip embarcado, além de

Paulo

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Chiq

processador Intel Centrino, totalmente pronto para navegação. Com o equipamento, o cliente tem mobilidade completa para navegar pela internet, sem minimodem USB, placa PCMCIA, ou ter de procurar por hotspots para conexão. A Claro deve lançar produto similar ainda neste semestre. Para isso a empresa fechou parceria com a Microboard, mas por questões jurídicas, a empresa não divulga detalhes. As assessorias de imprensa da Brasil Telecom (BrT) e da Vivo informaram que não há previsão para lançamento de notebooks com chips embarcados, embora haja informações extra-oficiais que as duas empresas já negociam parcerias com empresas de computadores para oferecer a mesma tecnologia aos usuários. “Esta solução é perfeita para quem busca o máximo em mobilidade. O cliente pode já sair da loja conectado, como quando

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compra um celular”, diz Cláudio Carneiro, gerente de notebooks da HP Brasil. Segundo a TIM, ao comprar o notebook – que custa R$ 3.699, o cliente tem conexão ilimitada com velocidade de até 1 Mbps do TIM Web Banda Larga, para acesso à Internet, durante 90 dias, como degustação do serviço, mas após o período o plano poderá ser contratado pelo cliente por R$ 99,90 mensais. A operadora não tem uma previsão sobre quantos notebooks com chips embarcados devem ser vendidos no Paraná ou território nacional, mas avisa que pode fechar parcerias com outras empresas de computação.

Preços devem cair A TIM admite que a nova tecnologia deve, sim, baratear os computadores e acirrar a disputa entre os mercados de banda larga fixa e móvel, como já vem acontecendo na Europa e alguns países do Oriente. Menos de 30% dos acessos de banda larga fixa têm velocidade igual ou superior a 1 Mbps no Brasil. A teles também sabem que mesmo dentro do mercado da banda larga fixa brasileiro são poucas opções. Em Curitiba, por exemplo, é uma empresa via cabo, duas telefônicas e uma empresa que

Foto: Marcos Campos

70 • 01 • setembro 2008

usa a transmissão por rádio. Já em países onde a banda larga fixa está consolidada, a conexão móvel tem demorado a se estabelecer, como é o caso dos Estados Unidos. “Contar com uma máquina com conectividade 3G de banda larga é algo que pode impulsionar a venda de notebooks no Brasil (e no mundo), contribuindo desta forma para aumento das escalas de produção e conseqüente redução do preço final do notebook para o usuário. A competitividade também deve derrubar os preços das assinaturas”, prevê Paulo Breviglieri.

Prós e contras Apesar do futuro promissor para a navegação móvel 3G, hoje, em termos de velocidade, ainda é difícil comparar a banda larga móvel com a fixa no Brasil. A performance ainda está muito distante. A mobilidade é o trunfo das operadoras de 3G, mas o preço ainda não ajuda. É o que atesta o design de sites e programador, Octávio Augusto Interliquia. Ele já experimentou os modems 3G para notebooks, mas ainda achou instável. “É uma tecnologia boa para emergências, mas cara. Com o tempo, a infra-estrutura deve melhorar”, diz o designer. O engenheiro de computação Leonardo Louzada, no entanto, lembra que o 3G já é a melhor forma de acesso móvel à internet. “Pode não ser perfeito, ainda, mas é uma alternativa boa para quem precisa se conectar à internet em locais sem wireless, como no meu caso”.

Pesquisa confirma interesse dos consumidores A Microsoft e a GSM Association publicaram no fim do ano passado um estudo feito pela Pyramid Research que mostrou que a maioria dos consumidores estaria disposta a comprar notebooks com acesso à internet pela rede celular se ele custasse entre US$ 500 e US$ 1 mil. Grande parte dos consumidores hoje têm acesso limitado à internet móvel. A maioria das conexões é feita via Wi-Fi de casa, escritórios ou em locais públicos. O estudo, feito com 12 mil consumidores em 13 países, mostrou que 88% dos entrevistados que planejavam comprar um notebook por menos de US$ 1 mil prefeririam ter a banda larga embutida. O estudo levantou que este tipo de equipamento poderia vender 46,5 milhões de unidades em 2008. No próximo ano, os fabricantes planejam colocar no mercado cerca de 33 milhões de notebooks com preços mais acessíveis, com apenas uma fração pronta para a banda larga móvel. O estudo descobriu que 60% dos respondentes comprariam um pacote de voz e dados com seu notebook. Apenas 15%, no entanto, desejam comprar um equipamento adicional para fazer a conexão.


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