MORE magazine #7

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muito mais que uma revista

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edição de aniversário

bic hiper-realista menu degustação cristovão tezza denise stoklos mayfair lady hi-lo

set/out 2009 • Ano 2

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426002

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R$ 7,90




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Colunistas Daniela Prosdocimo Caldeira Fernanda Viana Dias Luciana Fraguas Mariella Vieira Dias Mauricio Medeiros Ruy Barrozo Thiago Straub

Antonio Wolff

: : expediente : :

Publishers Danielle Cruz Melissa Castellano

Colaboradores desta edição Antonio Wolff Cleverson Cassanelli Elen Pedroso Fabio Hentsw Fernanda Ávila Julio K. Katia Michelle Pires Patricia Papp Pablo Peiker Paulo Goes Rodolfo Menegassi Rudy Sarnovski Silvio Aurichio Tuti Maioli Neto Vicente Frare Projeto, conteúdo e desenvolvimento Projeto Comunicação – www.projetocomunicacao.com Design gráfico Goretti Carlos Projeto gráfico ID-ART – www.id-art.com.br

56 Hi-Lo: sexy, lânguido e subversivo

Financeiro financeiro@moremagazine.com.br Departamento Comercial Danielle Cruz danicruz@moremagazine.com.br comercial@moremagazine.com.br Contato Avenida Sete de Setembro, 5402 - sl. 68 - Batel Curitiba (PR) - CEP 80 240 000 Tel.: 41 3082 8632 e 3022 3687 • • • •

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A MORE magazine é uma publicação bimestral da Projeto Comunicação. Todos os direitos reservados. Os conteúdos dos artigos e matérias publicados são de responsabilidade de seus autores. Está autorizado a falar em nome da MORE magazine ou a retirar qualquer tipo de material apenas quem tiver em seu poder um documento timbrado, registrado em cartório, assinado pelos diretores da publicação. ISSN 1983-4268 - Tiragem 10.000 exemplares

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16 4 Narrativas Mau Medeiros reflete arte, design e cidade.

20 Trends De Curitiba a Mumbai.

26 Vinhos A paixão ocidental pelos efervescentes.

28 Para beber Sangria desatada.

30 Bate-Papo Cristovão Tezza fala sobre literatura, o reconhecimento da sua obra e revela a identidade de Trapo, um de seus personagens mais famosos.

42 Perfil

72 Mapa do estilo Para caminhar por Mayfair, em Londres.

76 Design Antecipando o London Design Festival.

92 Curtas Curitiba em notas.

94 Gourmet As delícias do menu degustação.

114 Conversa animada Conheca Carlos Sandrini e José Ost, os empresários por trás do sucesso do Centro Europeu.

Denise Stoklos essencial.

48 Arte O trabalho hiper-realista do espanhol Juan Francisco Casas Ruiz.

122 Moda Exposição apresenta criações do estilista Christian Lacroix para teatros, balés e óperas.

editorial Edição especial: 1 ano de MORE magazine! De sonho a projeto sólido. Hora de agradecer a dedicação e o comprometimento de todas as pessoas em cada um dos processos de produção. Muito obrigado, é pouco para expressar os nossos sentimentos. Para esta edição, os tops Francisco Lachowski, que fez seu primeiro editoral na MORE #3 e hoje é o rosto da nova campanha da Dior, e Celina Locks, cotada como uma das grandes promessas internacionais, foram clicados pelo fotógrafo Antonio

Wolff, com styling produzido pelo Coletivo Ponnei. O trabalho reflete muito bem o espírito de sofisticada comemoração do aniversário da MORE Magazine, além de personificar com propriedade a atmosfera do Hi-Lo, chic e cheia de hedonismo. Boa leitura! Melissa Castellano editora-chefe

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m o r e • tendências

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narrativas por Maurício Medeiros, de Londres

A artista japonesa Yayoi Kusama

1. Walking in My Mind/Arte Imersiva A exposição Walking in My Mind, apresentada na Hayward Gallery (SouthBank Centre), em Londres, convida os visitantes a mergulhar no delírio de dez artistas internacionais e seus ambientes esculturais. As instalações se estendem para o exterior da galeria, confrontando os sonhos, os pensamentos, o mundo interno das emoções com a realidade exterior, rompendo os limites entre o espaço interno e externo. Um dos ambientes, criado pela artista japonesa Yayoi Kusama, externaliza o mundo dos seus sonhos em forma gráfica de polka dots e literalmente reveste a área à margem do Rio Tâmisa. Intencionalmente ou não, os tecidos com o padrão da artista que cobrem as árvores em Southbank tornaram-se mural de recados para os turistas e residentes. 16 • set / out 2009


2. Novos Talentos/ Central Saint Martins Durante as exposições de graduação que aconteceram em junho passado em Londres, destaco dois trabalhos nas áreas de joalheria e têxtil. Primeiro, o da artista japonesa Maiko Takedo, que criou a sua coleção de joias chamada cinematography. Os acessórios de metal cobertos por orifícios perfurados a mão e o padrão formado por eles projetam sombras como se fossem fotografias na pele de quem usa as joias. “A luz, a sombra e o corpo trabalham juntos para criar não um adorno, mas, sim, uma instalação na qual a sombra permanece secreta, mas, quando revelada, forma a parte principal da joia”, revela Takeda.

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m o r e • tendências

Na área têxtil, a alemã Elisa Stroyzk, mestre em Future Textile Design e que também é vencedora da competição Future Travel da Samsonite, criou para o seu projeto de graduação as Wooden Textiles (têxteis amadeirados). Seu objetivo é olhar a madeira de um ângulo diferente. Pedaços geométricos do material compõem uma superfície flexível, que atua tridimensionalmente, trazendo uma nova perspectiva para a área da mobília. 18 • set / out 2009


3. Yauatcha/Luxury Dim Sum Tem alguma coisa indefinível sobre o restaurante Yauatcha, no Soho Londrino. Uma parte é um Dim Sum sofisticado, outra é uma casa de chá e, para completar a peculiar combinação, uma pâtisserie francesa. Quando o aclamado restauranter Alan Yau criou o conceito do lugar, ele pretendia que fosse um espaço para bater papo e recarregar as energias. Não segue à risca a tradição cantonesa de um conceito Dim Sum – o senso de comunidade e comida e que literalmente pode ser traduzido como “perto do coração” –, mas traz elementos bem fortes na sua concepção. No andar de baixo você senta em mesas baixas sob um teto estrelado que dá mais a ideia de um cocktail bar do que um lugar para jantar, mas um incrível cardápio é servido por garçons descolados e revela toda a característica do lugar. O mesmo cuidado com o treinamento do staff se traduz nas embalagens, na disposição dos produtos, na música e na iluminação.

4. Narrativa/Flagrante

National Theatre, Londres


m o r e • tendências

Pulp Trends por Vicente Frare, Fernanda Ávila e Patrícia Papp

Sempre com o pé na estrada, a Pulp Ideias e Conteúdo descobre lugares novos e volta para visitar favoritos. Nada melhor do que uma viagem para aguçar os sentidos, fazer-nos pensar diferente e ensinar-nos a viver mais intensamente

em Buenos Aires Vicente Frare

Férias, feriado ou final de semana prolongado: Buenos Aires agora tem dois voos diretos e diários de Curitiba. O da Gol, via Assunção, e o da TAM, via Porto Alegre, com paradas breves nas escalas, sem ter que trocar de avião. Adoramos ver a renovação da calle Corrientes, que está com mais e mais teatros, livrarias abertas até tarde e centros culturais. E voltamos à Boca para visitar a Fundación Proa, um centro cultural excelente que conta com uma livraria e um café com vista para a icônica ponte da Boca. Em meio ao universo kitsch do bairro, o edifício, de linhas simples e sóbrias, atrai os viciados em arte. De terça a domingo, das 11:00 às 19:00. (www.proa.org) 20 • set / out 2009


Vicente Frare

em Montevidéu Outro destino para uma escapada rápida, que também dá para ir direto, sem paradas, em 1h40 com a Pluna, é Montevidéu. Apesar de mais pacata e antiquada do que Buenos Aires, Montevidéu tem seu charme e atrativos. Uma dica é aproveitar a renovação do Teatro Solís, no centro antigo da cidade, e jantar no restaurante Rara Avis, dentro do teatro. O francês Sébastien Fouillade é quem comanda a cozinha e, durante o jantar, artistas do próprio teatro fazem diferentes apresentações para os comensais. Não deixe de pedir conselhos da sommelier para escolher um ótimo Tanat, o vinho tinto exclusivo do Uruguai. (www.raraavis.com.uy)

pelos céus O Brasil está cada vez mais bem conectado com o resto do mundo. Já faz quase dois anos que a Emirates voa diariamente de São Paulo para Dubai, nos Emirados Árabes. Há poucos meses, duas novas rotas passaram a ligar Guarulhos com o Oriente Médio: Turkish Airlines para Istambul, via Dakar, no Senegal, e a israelense El Al com voos para Tel Aviv. A angolana TAAG aproveitou a onda e inaugurou a rota SP-Luanda. Há também rumores que logo Curitiba terá ligação com Lisboa pela TAP Air Portugal, via Rio de Janeiro. Quando você vai viajar? (www.emirates.com/br, www.thy.com, www.taag.com.br e www.elal.co.il) moremagazine.com.br • 21


m o r e • tendências

em Mumbai A carta de vinhos do restaurante Zodiac Grill, no hotel Taj Mahal de Mumbai, oferecia vinhos indianos e, por curiosidade, resolvemos experimentar o Château Indage Malbec. Conversando com o sommelier, descobrimos que há inúmeros vinhedos na Índia e que produzem vinhos de alta qualidade. Como no Brasil, o hábito de tomar vinhos está bem difundido por lá, mas, como as taxas de importação são altíssimas, há um forte incentivo para a produção local. Há um ano, uma reportagem na seção gastronômica do New York Times já alertava os interessados sobre nomes como Château Indage, Sula e Grover Vineyards. Quem sabe um dia eles cheguem até nossas adegas. (www.indagevintners.com, www.sulawines.com e www.govervineyards.in) 22 • set / out 2009


na casa de amigos Descobrimos a marca de artigos para casa Fred & Friends, que tem linhas diversas de quinquilharias bem bacanas e interessantes, principalmente para quem tem filhos. Eles se aproveitam do design criativo para transformar peças do cotidiano em brinquedos. Nossos favoritos foram os pratos Food Face para ajudar as crianças a comerem verduras e frutas. O melhor é que elas até ficam uns cinco minutos quietas durante a refeição. (www.fredandfriends.com)

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m o r e • tendências

em Curitiba Em meio a uma reunião com um cliente, descobrimos o artista gráfico Gabriel Rischbieter e suas obras que parecem ter saído de sonhos e desvarios. Seu traço já foi visto no documentário “Cantoras do Rádio”, manuais da Prefeitura de Curitiba e no site da Produtora wg7br. Multifacetado e multidisciplinar, Gabriel segue inventando e criando para as mais diversas plataformas. Diz que só é feliz assim, em meio a ideias e projetos. Num futuro bem próximo, estarão à venda uma linha de marcadores de páginas e uma coleção de camisetas. 24 • set / out 2009



m o r e • vinhos

Paixão pelos intranquilos

Champanhe Deutz Brut Classic Par pefeito: entradas, coelho, comida asiática R$ 170,00

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ó tomo champagne quando estou feliz ou quando estou triste. Às vezes, quando estou só. Quando tenho visitas, é imprescindível servir champagne. Tomo quando não tenho fome e, se tenho fome, também. Em outros momentos não tomo, a não ser que tenha sede.” Essa frase, atribuída a Lily Bollinger, responsável pela expansão da maison Bollinger entre as décadas de 1940 e 1970, resume com perfeição a paixão do mundo ocidental pelos vinhos efervescentes. Paixão essa que permite deliciosas harmonizações gastronômicas. “Diferente do que muitas pessoas pensam, o champanhe pode acompanhar uma refeição do início ao fim”, ensina a sommellier Camila Podolack, da importadora Porto a Porto. Para aguçar seus sentidos, Camila selecionou quatro espumantes para os quais propõe uma interessante interação gastronômica.

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Santa Carolina Demi-Sec Par perfeito: sobremesas com queijo e goiabada R$ 29,00

Cava Don Román Brut Par perfeito: sushi R$ 35.00

Espumante 3B Filipa Pato Par perfeito: escalope de mignon ou beef bourguignon R$ 49,00



m o r e • para beber

Sangria desatada fotos: Elen Pedroso

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aboreada pelos espanhóis em comemorações informais, a sangria é uma bebida que leva fácil o título de drink nacional. Assim como a nossa caipirinha, todo mundo possui uma receita e é o tipo de bebida feita para ser compartilhada.

Salud! Sangria para compartilhar

Segundo Tereza Augusta Bernal, a Boneca, proprietária do Restaurante Olé, em Curitiba, apesar de a sangria ser de composição simples, um cuidado é fundamental na sua preparação: “A qualidade do vinho é muito importante. Claro que você não pode, nem deve, utilizar um vinho safrado, mas da mesma forma não pode utilizar vinhos muito simples”, orienta. A seguir, Boneca, famosa por suas paellas, ensina a preparar a sangria. A receita é para uma jarra da bebida. Ingredientes 1 laranja em pedacinhos sem casca 1 maçã em cubinhos 250 ml de vinho tinto

Boneca ensina a receita perfeita

gelo 250 ml de soda limonada Preparação Adicione primeiro as frutas; depois o gelo; o vinho e a soda. Mexa com um pau de canela e delicie-se!

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m o r e • bate-papo

Cristovão Tezza: breve espaço entre

sombra e luz por Katia Michelle Pires fotos: Sílvio Aurichio

Na literatura contemporânea não há história como a de Cristovão Tezza. Depois de uma trajetória marcada por dezenas de publicações e pouco reconhecimento, ele sai da sombra, ganha holofotes internacionais e colhe os louros por uma das suas obras mais premiadas: “O filho eterno”

e

le não é vampiro. Ainda bem. Transita pela cidade e pela literatura na luz do sol e está numa das fases mais iluminadas – e reconhecidas – profissionalmente. Seu livro “O filho eterno” ganhou os mais importantes prêmios brasileiros e lançou holofotes para o conjunto de sua obra. Afinal, Cristovão Tezza não é homem de um livro só. Já escreveu dezenas desde que decidiu abandonar a vida de comerciante, que o ajudava a sobreviver e conciliar a rotina acadêmica com a literatura. Nenhuma de suas obras, no entanto, teve tanta repercussão como “O filho eterno”, um recorte autobiográfico que fala da relação de um pai com o filho portador da Síndrome de Down.

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O escritor Cristovão Tezza acredita que em breve poderá dedicar-se exclusivamente à literatura

Publicado pela Record, o livrou venceu o Prêmio Jabuti 2008 na categoria Romance, o Prêmio São Paulo de Literatura (Melhor Romance), o 4º Prêmio Bravo! Prime de Cultura (Melhor Livro do Ano), o Prêmio da Associação de Críticos de Arte de São Paulo e o Prêmio Portugal Telecom (ufa!). Tanto sucesso fez que, há pelo menos um ano, o escritor “viva da fama”, como contou em entrevista exclusiva à MORE magazine. Dois anos depois de publicar a premiada obra, porém, o sucesso continua, mas a pausa na literatura está com os dias contados. Tezza já prepara novo livro. Aliás, foi o único a apresentar trechos inéditos de sua próxima obra na última Feira Literária Internacional de Paraty (Flip).

Nascido em Santa Catarina, mas filho eterno de Curitiba, cidade que escolheu para morar, Tezza ainda divide a rotina como professor da Universidade Federal do Paraná com a de escritor. Quer dedicar-se exclusivamente à literatura. Diz que falta pouco para que isso aconteça. Atualmente, encontra espaço para escrever seu novo romance entre a periodicidade semanal com que publica suas crônicas, no jornal “Gazeta do Povo”, é jurado de concursos de literatura, professor e pai família. A luz do escritor está na normalidade, longe do senso comum e muito próxima da naturalidade que lhe confere personalidade ímpar. As palavras de Tezza iluminam o tempo. Acompanhe a entrevista. moremagazine.com.br • 31


m o r e • bate-papo

“O filho eterno” é um dos romances brasileiros mais premiados dos últimos anos. Sua rotina e dinâmica mudaram depois da publicação do livro? Cristovão Tezza – Sim, bastante. Há mais de um ano estou como que “vivendo de fama” – muitas viagens, participação em feiras e festivais, encomendas de textos e entrevistas. Praticamente não estou conseguindo escrever literatura. Mas agora pretendo dar uma freada nessa agitação e voltar ao meu livro novo. Você foi o único a apresentar algo inédito na Flip. Como analisa essas feiras de literatura? Acha que elas viraram um show ou contribuem para apresentar novidades, inclusive relacionadas a novos talentos? Tezza – Feiras, bienais e festivais são encontros literários abertos que servem para divulgar livros e ideias, mas de modo mais ou menos informal. São eventos que reforçam a imagem positiva do livro, da literatura e da cultura escrita em geral. Claro que o aspecto do “show” pode acontecer, mas não penso que isso faça mal. São eventos amplos, não encontros acadêmicos fechados. Normalmente e, obviamente, os nomes consagrados aparecem mais – afinal, são eles que atraem mais atenção, porque já têm um público leitor consolidado. Mas sempre há espaço para gente nova. 32 • set / out 2009

Você ainda concilia a vida acadêmica com a literária. Isso o deixa em contato contínuo com uma nova geração de leitores e escritores. Como analisa essa nova geração? Tezza – Há um traço marcante nessa nova geração, que é o advento da internet. Curiosamente – apesar de muita gente falar mal dela – a internet deu uma força tremenda à literatura. Por ela circula um sem-número de páginas e blogs literários, de revistas digitais, de textos e críticas, de uma força absolutamente assombrosa. Pelo menos para alguém que cresceu literariamente nos anos 1980, quando a circulação da literatura era ridiculamente pequena. O fato é que hoje há muito mais leitores do que havia há 30 anos. O livro hoje é uma indústria poderosa no Brasil – tanto que está atraindo empresas multinacionais, o que não acontecia



m o r e • bate-papo

antes. E a literatura, é claro, pega uma boa carona nessa onda. Vivemos um momento de passagem; a nova geração tem uma ligação muito mais tênue com o mundo que fez a cabeça da minha geração, por exemplo. Há mudanças profundas em tudo, e claro que isso se reflete no texto. Acho que dessa quantidade certamente sairá qualidade. “O filho eterno” traz muito da sua vida pessoal. O seu próximo romance continua nessa linha? Fale um pouco sobre o novo trabalho e a previsão de lançamento. Tezza – “O filho eterno” foi o único livro autobiográfico que escrevi; de certa forma, nele esgotei minha biografia como material literário. O próximo livro não tem nada a ver com essa linha. É uma história de amor. Tenho já umas 30 páginas prontas, mas, como eu disse, há mais de um ano não consigo escrever... Agora quero me organizar para retomar o romance, até porque já foi contratado pela Record e pretendo entregá-lo até março do ano que vem. Você relutou um pouco para aceitar o convite para escrever as crônicas semanais da “Gazeta do Povo”. Hoje elas têm uma leitura impressionante e um retorno idem. Como é o seu processo para escrevê-las e como você tem conciliado essa obrigação com o prazer de escrever? Não é difícil encontrar temas novos semanalmente? Tezza – Escrever crônicas tem sido uma bela 34 • set / out 2009

e difícil experiência. De fato, relutei porque seria entrar numa seara nova e desconhecida – escrever regularmente em jornal – a essa altura da vida. Mas a verdade é que a Gazeta me transformou mesmo num cronista... A primeira coisa que percebi é a presença do leitor na vida de quem escreve em jornal. O leitor é uma referência absoluta – você tem de pensar nele o tempo todo. Na literatura o leitor é você mesmo, aquele que escreve; mas no jornal a relação é direta e objetiva. Outra coisa nova é o limite de tamanho: são 2800 toques, e só! É um belo exercício de economia de texto. Mas estou gostando da vida de cronista, e, sim, tenho prazer em fechar um texto semanal. Agora, buscar temas novos realmente é a parte árida. Procuro manter sempre dois ou três textos de “emergência”, com assuntos mais atemporais, sempre que me dá um branco... A inspiração vem de fatos simples cotidianos. Qualquer coisa serve de tema para uma crônica – o que faz diferença é o jeito de olhar para os fatos. Quais são os temas de abordagem mais complicada e que dão a você um maior retorno do público? Tezza – Futebol sempre dá retorno – é impressionante como esse tema toca nas pessoas. Mas como sou só torcedor, e fanático atleticano, tenho de me controlar para não usar indevidamente a página 3... Falar mal das calçadas de Curitiba também provoca uma enxurrada de cartas. O engraçado é que o retorno dos leitores não tem muita lógica. Às


vezes escrevo uma crônica qualquer pensando em passar em branco, e recebo uma pilha de e-mails. Outras vezes acho que haverá grande repercussão, e há um silêncio pesado – nenhum comentário. Um mistério. Algumas crônicas devem ganhar uma abordagem maior no futuro, virar um livro, por exemplo? Tezza – A Editora Record já me propôs uma coletânea de crônicas, para o ano que vem. Mas vou esperar mais um pouco – tenho ainda outros livros na fila a escrever. O publicitário Paulo Leite comentou outro dia que “Trapo” teve algumas situações inspiradas na vida dele, na juventude. Isso

é verdade? (leia matéria na página 38) Tezza – É verdade. Meu personagem é um publicitário da virada dos anos 80, e alguns toques aprendi com ele. Que é meu cunhado, e portanto estava próximo para o escritor anotar... Aliás, o nome real do Trapo, que aparece uma única vez no livro, é “Paulo”. O Leminski achava que era ele, mas de fato era o meu cunhado. “Trapo” é um romance que ajudou a projetar o seu trabalho. O que daquele escritor ainda resta em você? Tezza – Muito. O escritor que sou hoje nasceu com “Trapo”.

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Você relê suas obras? Como analisa a mudança de gênero literário nelas no decorrer do tempo? Tezza – Não releio minhas obras; às vezes dou uma olhada aqui e ali, releio um parágrafo, uma página. Nos casos de reedição, quando não gosto, revejo – o que aconteceu nos livros citados acima. Acho que, a partir de “Trapo”, tenho sido um escritor bastante fiel a mim mesmo, à minha viagem literária. Nunca me entreguei às modas do momento. O que o tempo trouxe para você como escritor? E como pessoa? É possível separar as duas coisas? Tezza – Sim, acho que dá para separar o escritor da “pessoa física”. O escritor de fato é uma entidade mental, a lenta e longa constituição de um ponto de vista sobre o mundo que se consubstancia como linguagem. O escritor respira naquele espaço estreito entre a primeira e a última página do livro. Já a pessoa física vai ao supermercado, dorme, consulta médicos, irrita-se, dá risada, convive com pessoas de carne e osso. O tempo faz bem para o escritor (há camadas de densidade que só a idade nos dá), mas não é tão bom para a pessoa física, como todos sabemos... O amor é um dos temas literários mais abordados atualmente. Você já abordou o amor de diversas formas em seus livros. Pessoalmente, tem uma relação estável e duradoura. Acha que o amor e a forma das

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pessoas se relacionarem mudaram desde que você começou a escrever? Tezza – O amor é o tema mais universal de todos, e o mais difícil. E, é claro, assume formas diferentes de acordo com a cultura do tempo. Por acaso, vivo com a Beth, minha mulher, há mais de 30 anos – logo seremos tombados pelo Museu de História Natural, como exemplares remanescentes do que será chamado, talvez, de Período Monogâmico Conservador, que, brincando de historiador, teria começado no fim do século 18 e terminado no fim do século 20... Como se mantém atualizado? Tezza – Lendo. Não há outra forma. Um recado para a nova geração de escritores? Tezza – Nenhum. Eu é que procuro ficar atento para saber o que eles andam inventando...

Tezza, remanescente do “Período Monogâmico Conservador”


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m o r e • perfil

O verdadeiro Trapo por Katia Michelle Pires fotos: Sílvio Aurichio

Passagens da adolescência e juventude do publicitário Paulo Leite inspiraram um dos personagens mais conhecidos criados por Cristovão Tezza, Trapo, do livro homônimo publicado na década de 80

o

publicitário Paulo Leite se descobriu “Trapo” de maneira insólita. O livro que viria a ser um dos maiores sucessos de Cristovão Tezza antes de “O filho eterno” havia sido publicado na década de 80 e em 1992 ganhou adaptação para o teatro com direção assinada por Ariel Coelho, com o ator Marcos Winter como protagonista. Cunhado de Tezza, Paulo foi convidado pela irmã a assistir a peça e nos bastidores ouviu do casal que uma pessoa queria muito vê-lo. Era o ator principal que havia feito um pedido: conhecer o “verdadeiro” Trapo. O próprio Paulo se identificou em diversas cenas quando leu o livro, mas não imaginava que teria inspirado o personagem. “Foi um susto”, conta. Nascido em Cornélio Procópio, no interior do Paraná, Paulo veio para Curitiba aos 11 anos com um dos sete irmãos. Até toda a família mudar-se, instalaram-se na casa de uma tia, num bairro Batel bem distante do que se vê hoje. Acostumado a andar nas ruas da

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pequena cidade de Jundiaí, onde morou, e a fazer travessuras de moleque, se assustou com o tamanho de Curitiba. Os neons que brincavam na noite da cidade grande e a imponência da Marechal Deodoro foram as coisas que mais marcaram no primeiro contato com a metrópole. Ainda criança, contabiliza as vezes que se perdeu no meio da selva de pedra e luzes. Uma, em especial, na ida da escola, quando ele e o irmão ficaram dentro do ônibus, rodando, sem encontrar o ponto final, a Pracinha do Batel. A adolescência foi chegando, a família já reunida na cidade grande. A única irmã – os outros cinco eram homens – já namorava com Tezza, um então relojoeiro com aptidões para literatura, e a vida foi se colocando nos eixos. Ou fora deles. Paulo passou a morar no Alto da XV. Era meado da década de 70 e logo a efervescência cultural foi tomando conta da vida do menino. Trocou a bicicleta pelo skate,


viajava com amigos para o litoral e descobriu a maconha e outras drogas, com as quais romperia anos mais tarde. Nada disso, no entanto, o impediu de começar uma carreira e já aos 14 anos passou a trabalhar como arte-finalista em uma editora (no livro, Trapo ganhava a vida fazendo bicos para uma agência de publicidade). Interrompeu o trabalho formal para fazer um curso no jockey club e passou a andar com uma variedade de personalidades e acumular experiências boas e ruins. “Eu era mais reservado, mas tinha uma coisa muito intensa em mim. Eu não conseguia viver as coisas pela metade. E, se eu gostava, mergulhava de cabeça, principalmente nas minhas paixões.” O que não passava despercebido pela família. “Quando eu me apaixonava, não conseguia nem comer. Emagrecia horrores e minha mãe já sabia e dizia: está apaixonado!”, lembra. Essa dedicação a tudo o que fazia aconteceu também com as drogas, como ele relata, o que faz com que a época não traga boas lembranças. A intensidade com que o jovem vivia, porém, era observada por Tezza, que levou para a ficção algumas passagens da vida de Paulo. Como o escritor revelou em entrevista à MORE (pg. 30), poucas vezes cita o nome verdadeiro de Trapo no livro, o que não deixou de render especulações. Até o poeta Paulo Leminski achou que tinha influenciado o escritor. Balela. As idas e vindas de Paulo Leite inspiraram uma das mais famosas obras de um escritor ainda incipiente. “Eu fico feliz com essa ‘homenagem’,

Paulo Leite: inspiração para Cistovão Tezza ecrever “Trapo”

mas não foi uma fase boa, foi uma fase muito louca da minha vida. Ainda bem que eu não tive o desfecho do personagem, não é?”, brinca. No livro, Trapo, um garoto magro e apaixonado, se mata depois de um amor proibido, deixando cartas, poemas e outros escritos que vão parar nas mãos de um professor aposentado. “É bom olhar para traz e ver que aprendi com a experiência, mas uma lição que tiro de toda essa fase é que você não deve ficar ao lado de pessoas que te puxam pra baixo. Tem que levantar a cabeça e seguir em frente”, diz Paulo. Ele, o verdadeiro, deixou as ações que inspiraram o personagem na década de 70. De lá para cá, construiu uma carreira sólida, tem uma filha de 22 anos, muitos amigos, uma paixão pela gastronomia, que rende vários encontros, e ainda mantém uma ótima relação com o cunhado. “As experiências negativas me fizeram construir um personagem mais positivo”, conclui. moremagazine.com.br • 39


m o r e • espaços urbanos

Para as noites que virão

o

programa poderia ser trivial: vinho, comidinhas, conversas e bons filmes. Mas o cenário – o horizonte iluminado e repleto de arranha-céus de Melbourne – coloca tudo sob outra perspectiva.

reprodução

Rooftop Cinema, em Melbourne: intervenção urbana

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A ideia: um cinema ao ar livre no topo de um edifício da década de 1920. O resultado: uma experiência cinematográfica urbana. O Rooftop Cinema de Melbourne, criação de um editor entediado com a programação da cidade, abre apenas nas noites de verão (novembro a março), apresenta uma seleção de filmes clássicos a blockbusters e serve bebidas e comidas a uma audiência de cerca de 200 pessoas por sessão, as quais se acomodam em divertidas cadeiras de praia e se perdem contemplando filmes, as estrelas e as luzes da cidade. (252 Swanston Street, Melbourne City, Austrália)


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A essência do teatro

Antônio Gaudério/Folha Imagem

m o r e • perfil

D

enise Stoklos escolhe o espetáculo “Mary Stuart” – que marcou o início oficial do seu Teatro Essencial – para comemorar os seus 40 anos de carreira. Com a peça, faz turnê nacional e internacional. Ela não admite alegorias. Para a paranaense Denise Stoklos, o teatro é essencial. A atriz, aliás, tomou emprestado para si o termo e há duas décadas vem desenvolvendo pesquisas no assunto. Seu Teatro Essencial já rendeu livros, palestras, pesquisas e é objeto de estudo permanente. O nome já resume o que o conceito significa: um teatro que dá prioridade ao ator, à sua voz, ao seu corpo, à sua inteligência e aos recursos humanos. Enfim, à sua essência. Abusa da fantasia, mas recusa o figurino. Ocupa o espaço cênico sem necessidade de cenário. É humano e essencial. Apenas. Denise se apropriou do termo há mais de 20 anos, quando estreou pela primeira vez a montagem “Mary Stuart”, em território brasileiro e americano, o que lhe abriu as portas para o reconhecimento internacional do seu trabalho. Foi por isso que ela escolheu

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“Cada um na plateia vai ver um sentido diferente nas peças, vai interpretá-las da própria maneira. Cada um sabe qual é a sua dor.”


o espetáculo para comemorar nada menos que 40 anos de carreira. “Eu já vinha fazendo isso há muito tempo, mas em “Mary Stuart” dei o nome de Teatro Essencial”, contou a atriz. Trata-se de um tipo de teatro que já era visitado pela atriz desde que ela começou a atuar, na década de 60. Nessa época, ela já realizava pesquisas que apontavam para o fazer teatral que ressalta, acima de tudo, a natureza humana. E essa sempre foi uma característica forte na atriz, que cursou jornalismo na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e sociologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). O primeiro trabalho, aliás, foi justamente nessa época. O ano era 1986 e ela estreava o autoral “Círculo na Lua, Lama na Rua”, em que assinava o texto, a direção e a cenografia. Foi em Curitiba também que ela começou a participar de trabalhos com outros diretores e grupos, como o Teatro de Arena, engrenando definitivamente a carreira. O teatro sempre impulsionou Denise, que logo viajou para o Rio de Janeiro em busca de oportunidades melhores. Na década de 70 já integrava montagens dirigidas por feras como Ademar Guerra. Antunes Filho, Fause Arap e Luis Antônio Martines Corrêa, para citar alguns. Eles dirigiram a atriz durante anos, até ela decidir trilhar seu próprio caminho e fazer o “teatro de si mesma”. Sozinha. Única. Pouco depois ela já decide migrar para o exterior e depois de passagens pela Europa e roteiros menos convencionais, como Israel

e países da África, ela estaciona em Londres, onde estuda com nomes consagrados, como Desmond Jones, na mímica, Franki Anderson em clown, e Eugênio Barba, na acrobacia. Toda a aprendizagem foi condensada no espetáculo Denise Stoklos: “One Woman Show”, mostrado no Brasil em 1980. De volta ao país natal, ela ainda trabalha como atriz, dirigida por Antonio Abujamra, mas logo começa a desenvolver “Mary Stuart”, que marcaria para sempre a carreira da atriz e sua busca essencial. “Todos os seres humanos nutrem uma eterna luta pela liberdade e pelo amor. Os homens estão sempre em busca desses dois elementos, dessa loucura que nos mantém vivos e pela qual temos a chance de nos fazer gente”, diz. A liberdade de criação impulsionou Denise na criação da peça. “Eu fabriquei em mim um ser que é mais essencial”, ressalta. Difícil de entender? Apesar de cultuar o essencial, Denise costuma ser prolixa em suas entrevistas, mas é paciente e explica o que quer dizer. “Metade de mim são minhas lembranças atávicas; a outra metade eu fui melhorando, é meu teatro essencial”, diz ela, que garante estar o tempo todo em transformação. Ela e seu objeto de pesquisa. Para Denise, a natureza humana é a essência de tudo. E todos os espetáculos dela, como a atriz salienta, falam sobre o tema. “Mas cada um na plateia vai ver um sentido diferente, vai interpretar da própria maneira. Cada um sabe qual é a sua dor”, diz. Satisfeita com suas quatro décadas da carreira moremagazine.com.br • 43


e duas de Teatro Essencial, Denise se mostra reticente com o cenário cultural brasileiro. Não esconde suas mazelas quando o assunto é patrocínio e adaptação ao mercado, por exemplo. Por isso ainda não pôde planejar os próximos espetáculos. “Nós, que lutamos pela verdade, que não nos vendemos, temos mais dificuldade em encontrar patrocinadores”, lamenta. Mas isso não a impede de criar. E cada vez mais. Já tem alguns livros na manga e quer continuar a turnê de “Mary Stuart” pelo país. O espetáculo é uma coletânea de vários textos sobre a rainha da Escócia. Na montagem, a atriz interpreta simultaneamente a personagem Mary Stuart, que está presa e condenada à morte, e sua prima Elisabeth I, a rainha da Inglaterra. No palco, apenas uma cadeira e paredes vazias. “Não faço teatro em que me fantasio. Não preciso me fantasiar de Padre Antônio Vieira para interpretá-lo. Busco as suas características essenciais e interpreto. Quem o faz real é o público. Essa é a principal diferença do teatro essencial e tradicional”, exemplifica Denise. Para ela o teatro pode reafirmar o sentido essencial como bem mais evidente do que a matéria descartável. Depois que estreou o espetáculo pela primeira vez e definitivamente escreveu seu nome na história do teatro brasileiro, Denise fez outras montagens que ressaltariam os princípios do Teatro Essencial, como “Um Fax Para Cristóvão Colombo”, em 1992, “Amanhã Será Tarde”, em 1994, “Elogio”, em 1995, baseada em escritos 44 • set / out 2009

Antônio Gaudério/Folha Imagem

m o r e • perfil

de Jorge Luis Borges, “Desobediência Civil”, na qual se apropria de textos do pré-anarquista Henri Thoreau, em 1998, “Vozes Dissonantes”, sobre os 500 anos do descobrimento do Brasil, no ano seguinte e “Calendário de Pedra”, baseado no poema “Book of Aniversary”, da escritora norte-americana Gertrude Stein. Com suas peças, a atriz já se apresentou em 31 países e já representou espetáculos de sua autoria em sete idiomas diferentes. Ela foi a primeira atriz brasileira a se apresentar em terras distantes, como Moscou e Pequim, e chegou a ganhar uma homenagem para lá de especial na China, quando o país realizou um festival com o seu nome. Entre outras façanhas, ela recebeu a medalha da Ordem do Rio Branco, outorgada pelo Itamaraty e já foi considerada a melhor atriz do Festival de Artes da Austrália, além de ser professora convidada para dar aulas sobre o Teatro Essencial na Universidade de Nova Iorque. Parece muito, mas, quando se trata de Denise Stoklos, é só a essência. O resto ainda está por vir.


O filme ruim da madrugada não me fez bem. Acordei com dor de cabeça e cheguei atrasada na reunião. O chefe ficou uma fera. Recebi um recado: vazamento no apartamento. Saí e o carro quebrou. Fui tomar

um café no Fran's. Tocou o celular. Era a Laura. Fui sorteada e ganhei uma viagem. Chego ao escritório e encontro flores por todos os lados. Ele lembrou. Saímos para jantar. Dormi na volta, nos braços dele.

Seu dia só começa depois de um Fran's.

Batel - Rua Gonçalves Dias, 151 Shopping Barigui - FNAC

www.franscafe.com.br


m o r e • motor

Motor

Easy rider A Harley Davidson revelou os lançamentos da marca para 2010: são 9 novos modelos, cinco de série e quatro personalizados. A redação da MORE vai de três rodas com a Trike Street Glide. © Copyright Eurocopter, Antoine GONIN

Luxo nas alturas Criado para atender o Mercado dos Emirados Árabes, o helicóptero by Hermès aterrissa em terras brasileiras. O modelo EC135, fabricado pela Eurocopter, associada da brasileira Helibras, tem cabine para quatro passageiros separada da cabine de controle por uma lâmina de vidro e é revestida com o “Tolie H”, tecido emblemático da marca Hermès, utilizado desde a década de 1920 para confeccionar seus acessórios de viagem. Os interessados podem entrar em contato com a Helibras (11) 2142 3700. Preço sob consulta. 46 • set / out 2009


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m o r e • arte

BIC hiper-realista

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rtista em ascensão na Europa, o espanhol Juan Francisco Casas Ruiz, 33, conversou com a MORE magazine sobre a sua arte hiper-realista em grande formato traçada a muitos, muitos golpes de prosaicas canetas BIC.

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contemplando uma foto manipulada pelo computador, mas um pouco mais de atenção leva o observador a ficar impressionado com os incríveis traços, detalhes e sombras desenhados por Casas.

Doutorando pela faculdade de Belas Artes de Granada, Casas era o que se pode chamar de pintor tradicional, quando, em 2007, começou a fazer pequenos desenhos utilizando caneta esferográfica. “Pouco a pouco os desenhos se tornaram maiores e maiores. Foi um processo progressivo, eu nem me dei conta”, revela o artista, que hoje usa telas de até 2 m x 1,80 m e mais de 14 canetas para executar cada uma de suas obras. Seu trabalho impressiona não só pelo tamanho, mas também pelo realismo impresso nos desenhos reproduzidos a partir de “fotos ruins tiradas com a minha câmera, fotografias domésticas de fugazes momentos de diversão”. Num primeiro momento, os olhos são confundidos e a certeza é a de se estar

O artista escolheu a caneta esferográfica como ferramenta como meio de mostrar a contradição de se fazer arte nos dias de hoje, de se fazer algo extremamente realista ou acadêmico com um material não apropriado para isso. “A estética das imagens e os materiais que eu uso são bastante comuns”, explica. Casas traz para os seus trabalhos as mais variadas influências. “Ironicamente os hiperrealistas não estão entre eles, mas minha inspiração vem do cinema, da fotografia, da pintura, do belga Luc Tuymans, do fotógrafo alemão Wolfgang Tilmans, do escultor austríaco Ervin Wurm e de muitos outros”. Produzindo sem parar, Casas – que já expôs na Saatchi Galery, de Londres, e participou da Bienal de praga ao lado de Damien Hirst – está preparando sua próxima exposição individual para janeiro de 2010, em Madri, na Galeria Fernando Pradilla. moremagazine.com.br • 49


m o r e • arte

Graffiti

Underground e galeria por Tuti Maioli Neto

São Paulo, © Vitché

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Estalingrado, 1985, © Henry Chalfant

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Fondation Cartier pour l’art contemporain apresenta, em Paris, a mostra “Born in the Streets-Graffiti” até novembro, numa retrospectiva do movimento que teve suas origens em 1969 nas ruas de Nova Iorque e se transformou em uma manifestação mundial. Foi em Manhattan que a pichação começou e se estendeu pelo Bronx e pelo Brooklyn. Os grafiteiros eram, na sua maioria, de origem africana ou imigrantes de língua espanhola. As suas escritas vinham com uma assinatura do pseudônimo do artista, muitas vezes acompanhadas pelo número da rua onde moravam. E, assim, se viam nos muros inscrições como Julio 204, Taki 183 e Joe 182. Os fotógrafos Jon Naar, Henry Chalfant, Martha Cooper e Flint registraram o movimento em imagens e o historiador Jack Stewart foi além. Possui um arquivo raríssimo de documentos e estudou a “arte do aerosol” no contexto da história indo até os tempos da Idade da Pedra, evidentes nos seus livros “Subway Graffiti “ e “Mass Transit Art”. No final dos anos 70, o movimento ganhou espaço em galerias que exibiram obras em telas de Lee, Dondi, Fab Five Freddy e Lady Pink. Os antenados Jean-Michel Basquiat and Keith Haring contribuíram para divulgar a arte do graffiti quando mostraram suas obras ao lado dos pichadores. moremagazine.com.br • 51


m o r e • arte

Graffiti hoje Para ilustrar a história atual do graffiti, a Fondation Cartier convidou, entre outros, os artistas Olivier Kosta, Basco Vazko, JonOne e os brasileiros Cripta e Vitché, para criarem trabalhos e instalações nos espaços das galerias e na fachada de vidro. O paulistano Vitché tem percorrido o mundo para divulgar sua obra, como a participação no Projeto “Names Fest”, em Praga, e a mostra realizada na Galeria Stolen Space, em Londres. O também paulistano Djan Ivson da Silva, o Cripta, grafita desde os 12 anos e desde 2004 registra os pichadores em vídeos, como “100 Comédia” e “Escrita Urbana”. Durante a mostra, são projetados filmes que documentam o movimento. O fotógrafo brasileiro João Wainer e o irmão Roberto Oliveira apresentam o filme “ Pixo”. O grafiteiro e cineasta Alexandre Orion vem com a projeção de “Art.Less-Pollution”, que mostra a sua obra num túnel de São Paulo, com mais de 3 mil esqueletos. Já Bruno Mitih, em seu filme “Temporal – The Art of Stephan Doitschinoff”, retrata o artista na Bahia, em suas obras de murais pelas casas e capelas e inspiradas na religião e cultura popular. São Paulo, 2009, © João Wainer

Serviço Mostra Born in the Streets – Graffiti até 29 de novembro na Fondation Cartier pour l’art contemporain 261, boulevard Raspail Paris

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spencer e calça de couro Bazaar Fashion, regata canelada Daslú para Bazaar Fashion

m o r e • arte

Brazil on the Road por Tuti Maioli Neto

MaRIO DE JANEIRO Testino O Rio continua lindo e o fotógrafo Mario Testino declara o seu fascínio pela cidade. A editora alemã Taschen acaba de colocar no mercado o livro “ MaRIO DE JANEIRO Testino” com capas nas cores amarela, laranja e vermelha, inspiradas no pôr do sol carioca. Caetano Veloso é quem assina o prefácio e Regina Casé introduz o livro ao leitor. De sobremesa vem o ensaio escrito por Gisele Bündchen. Entre os fotografados: Isabeli Fontana, Fernanda Lima e Victor Pecoraro, numa viagem de imagens, em que os cenários variam entre o histórico Copacabana Palace Hotel, o Sambódromo e a imortal Ipanema.

©Mario Testino

Diogo D’Orey, Ricardo Jay, Cauã Raymond, Kalani, Angelo Aguiar,Toni Dias, Edgar Mueller, Diogo Veiga, Daniela Sarahyba. Ipanema, 2001

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©Carlos Dias ( ASA)

©Ramon Martins

Choque cultural em Paris

Serviço Mostra Um Verão Galerie Lij Beaubourg 12 rue Commines Paris

As galerias Choque Cultural e Lij Beaubourg se unem e apresentam em Paris a exposição “Um Verão” (Une Estivale), mostrando obras dos brasileiros Carlos Dias, Daniel Melim, Rafael Coutinho, Ramon Martins, Speto, Stephan Doitschinoff aka Calma, Titi Freak e Zezão. O artista paulistano Stephan Doitschinoff, que assina “Calma”, tem a sua adolescência ligada à banda Sepultura, pois pintava os cenários para os seus shows. Em 2006 foi vencedor do Prêmio Jabuti de Ilustração com os desenhos para o livro “Palavra Cigana”, editado pela Cosac Naify. A sua trajetória pela cidade baiana de Lençóis pode ser vista no filme “Temporal”, que está sendo exibido na Fondation Cartier em Paris, como parte da mostra “Born in the streets: Graffiti. moremagazine.com.br • 55


m o r e • moda

Hi-Lo O Hi - Lo é a democracia fashion em forma de tendência. A atitude é sexy, lânguida e subversiva. Paetês, brilhos, transparências, peças de alfaiataria e, para a noite, misturam-se com jeans, malharias e uma pitada de rock’n’roll e boemia, resultando num estilo que soma sofisticação a uma certa masculinização, criando um visual que agrega referências de outras décadas, mas que continua contemporâneo. Para a edição de aniversário da More Magazine, foram escalados os tops Celina Locks e Francisco Lachowski, ambos descobertos pelo olhar atento do coletivo Ponnei, e agenciados pela Ford Models.



Celina veste estola, vestido e colete Iara Siviero para Con Base, pulseira em franjas de metal by Ivy Lipski Francisco veste terno e camisa Hugo Boss para Capoani, gravata Roberto Arad e tênis Converse para Virus

editorial: Ponnei.com para More Magazine fotografia: Antonio Wolff assistentes de fotografia: Pablo Peiker e Paulo Goes tratamento de imagem: FabioHentz direção de styling e edição de moda: Julio K e Rudy Sarnovski beauty: Sherlock Palmieri (hair) e Thiago Straub (make) - Vimax produção de moda: Andressa Chemin, Juliana Campos, Juliana Cavalcanti, Marcella Gabardo, Polyana Binhara, Tatiane Krutzsch produção executiva: Danielle Cruz modelos: Celina Locks e Francisco Lachowski (Ford Models)




Francisco veste camisa Armani, jeans Diesel e gravata Hugo Boss para Capoani Celina veste regata BO.BĂ” para Bazaar Fashion, saia Fause Haten para Bazaar Fashion, sapato Anderson Amaral e luvas Chanel

jaqueta branca Versace para Bazaar Fashion


Francisco veste jaqueta Dolce & Gabbana, cardigan Ricardo Almeida para Capoani, calça Roberto Arad, mochila de couro Marcos Novak e tênis Converse para Virus Celina veste calça Lita Mortari para Bazaar Fashion, blazer Cristian Dior, camiseta Virgin NY, suspensórios Roberto Arad, bolsa Zeferino para Bazaar Fashion e sapato Studio TMLS para Bazaar Fashion



Celina veste camisa Lita Mortari para Bazaar Fashion, saia Thiago Anicescki, suspens贸rios Roberto Arad e colar Con Base usado como cinto




Francisco veste jaqueta Diesel, camisa Armani e gravata Hugo Boss para Capoani Celina usa vestido Thiago Aniceski, corselet Roberto Arad, sandรกlia Arezzo, luvas Con Base e broche Bazaar Fashion usado como adereรงo tornozelo


Celina veste regata BO.BÔ para Bazaar Fashion, blazer paetês Super Suíte Seventy Seven para Bazaar Fashion e calça jeans boyfriend Diesel para Capoani Francisco veste casaco aristocrático Anderson Amaral, suéwter Ricardo Almeida e calça Hugo Boss para Capoani



Celina veste blazer Marcelo Quadros e short jeans John John para Bazaar Fashion Francisco veste jaqueta Dolce & Gabbana, camisa Hugo Boss para Capoani e jeans e gravata Roberto Arad



m o r e • stylemap

Mayfair Lady por Susie Rushton

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bairro de Mayfair, em Londres, costumava ser território exclusivo do old money e de galerias de arte que negociavam antigos mestres, mas agora Balenciaga, Marc Jacobs, Christian Louboutin e Lanvin dividem, lado a lado, o espaço ornamentado por fachadas vitorianas. O arrumadinho Mount Street Gardens e a ausência de tráfego pesado dão à área um ar tranquilo, adicione-se a isso lojas peculiares e um punhado de grandes restaurantes, como o Scott e o Audley Pub (recentemente visitado por Michelle Obama), e é fácil ver por que Mayfair, de repente, tem a deliciosa efervescência de um clássico cocktail de champanhe.

1. Vivienne Westwood Couture Os fãs da Dame Vivienne circulam por aqui em busca de tartans curvilíneos. No andar de baixo, ela apresenta a sua linha de vestidos para noiva e permite que os seus consumidores fiéis encomendem roupas sob medida a partir de US$ 4.860. 6 Davies Street; 0044-207-629-3757.

2 The Connaught Após uma reforma de US $ 116 milhões, o hotel, construído em 1897, oferece quartos opulentos e um restaurante com estrela Michelin – isso sem mencionar o Connaught Bar, projetado por David Collins, e o chique Coburg Bar, decorado com incríveis poltronas wingback. Carlos Place; 0044-207-400-7070. 72 • set / out 2009


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3 Browns O mais novo empreendimento do império Browns é uma loja de sapatos com uma seleção incrível de Alaïa, Chloé e Marni, bem como nomes britânicos como Nicholas Kirkwood e Rupert Sanderson. Os calçados masculinos ficam no porão da loja. 59 Brook Street; 0044-207-514-0089.

4 G. Heywood Hill Quando Hill, o primeiro proprietário, voltou de combate da II Guerra Mundial, ele, sua esposa e a escritora Nancy Mitford transformaram esta livraria em um salão literário. Procure por livros de viagens, biografia e arquitetura. 10 Curzon Street; 0044-207-629-0647. moremagazine.com.br • 73


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5 The Punch Bowl

6 Stephen Webster A nova boutique de Stephen Webster tem um quê de loja de curiosidade vitoriana, mas também está crescendo com a atitude rock 'n' roll. As joias da coleção Verne misturam materiais inusitados, como ouro enegrecido e lápis-lazúli. 93 Mount Street; 0044-845-539-1840.

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Além de sua longa história, a fama atual do Punch Bowl reside no seu novo patrocínio: é parcialmente controlado pelo cineasta (e ex-marido de Madonna, Guy Ritchie). Os pisos de madeira, velas e uma pintura de Winston Churchill enchem o local de uma autenticidade de classe trabalhadora, mas o lugar é legal demais para ganhar ser chamado de pé sujo. 41 Farm Street; 0044-207-493-6841.

7 Mayfair Corrigan's O chef Richard Corrigan cimenta a sua reputação como um dos melhores da culinária celta. Para ficar feliz: uma dúzia de ostras, seguida de salmonete com erva-doce. 28 Upper Grosvenor Street; 0044-207-499-994


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m o r e • design

London Design Festival Campanas e Brasil Illustrated Tuti Maioli Neto, da Suíça

“Lazy Bastard”, design de Bertjan Pot para Montis

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Gareth Neal para Aesop

London Design Festival vai rolar de 19 a 27 de setembro com mais de 200 eventos pela cidade. O programa prevê, além de exposições pelas galerias e pelos museus, a realização de seminários ligados aos temas de design, como, por exemplo, as tendências de cores para a Primavera-Verão 2011. O coração do London Design Festival de 2009 vai estar na Trafalgar Square, que vai abrigar o “Tournament”, instalação criada pelo designer espanhol Jaime Hayón. 76 • set / out 2009


“Baco”, da Glamm Fire

Hackney Central, designer Ryan Frank, ilustrações Toby Leigh

O “Tournament” é um tabuleiro gigante de xadrez com peças de 2 metros de altura e que fazem referência aos edifícios, às catedrais e às torres de Londres. O “Made in Brazil” será visto na mostra “Alessi Mandacaru Blow Up”, na Harrods, onde os irmãos Campana vão apresentar uma instalação de objetosesculturas em aço inoxidável. A inspiração veio do cacto mandacaru, na casa de Brotas, interior de São Paulo. Nas paralelas, a Embaixada do Brasil em Londres , na sua

“Tournament” , na Trafalgar Square, de Jaime Hayón

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m o r e • design

Gallery 32, vai mostrar as obras de Bruno Kurru, Wagner Pinto e Eduardo Recife na exposição “Brasil Illustrated”. A seguir, uma seleçnao do que vai ser mostrado durante o London Design Festival.

“Corian Super Surfaces”, design de Amanda Levette Architects. Projeto / Instalações, Fotógrafo Leo Torri para DuPont™ Corian® Todos os direitos reservados para DuPont™

Designer Tom Dixon, Mostra Bombay Sapphire Designer Glass

Lampadário “Queens”, firma Puff-Buff design Curadoria de Jane Withers para a mostra “In Praise of Shadows”

Serviço London Design Festival 19 a 27 de setembro www.londondesignfestival.com

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Eduardo Recife, Brightside, 2008, técnica mista em painel de madeira

Åsa Jungnelius para Kosta Boda, Mostra “Monuments”, Gallery Vessel


PROJETO ARQUITETONICO E PROJETO DE INTERIORES RESIDENCIAL COMERCIAL DESIGN

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arquitetura & interiores ARQUITETAS:

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CEP 80.210-000

FONE/FAX: 41-3019-9090 moremagazine.com.br • 79


m o r e • design

Tramas e circuitos ©Ron Arad

Tuti Maioli Neto, da Suíça

Ron Arad O Museu de Arte Moderna (MOMA) de Nova Iorque apresenta a mostra “Ron Arad: No Discipline”, a maior retrospectiva americana sobre o trabalho do artista. Entre os mais influentes designers do seu tempo, Arad surpreende pela sua infinita curiosidade sobre forma, estrutura, tecnologia e materiais, além da natureza versátil do seu trabalho, que

©Ron Arad

Cadeira “New Orleans”

envolve desenho industrial, peças artesanais, escultura e arquitetura. Ele experimenta e usa materiais de todos os tipos, do aço, alumínio e bronze aos termoplásticos, cristais, fibras óticas e LEDs. A mostra apresenta 140 trabalhos, incluindo objetos de design, modelos arquitetônicos e vídeos. Muitos dos objetos da exposição foram dispostos numa estrutura monumental especialmente desenhada por Arad e desenvolvida com Michael Castellana. Até 19 de outubro. 80 • set / out 2009

Cadeira “Pic”


©Nacho Carbonell

O designer espanhol Nacho Carbonell , que mais parece um roqueiro, anda fazendo furor por onde passa. Foi assim em Milão, onde expôs os seus trabalhos no Spazio Rossana Orlandi, Spazio Fendi e na Droog. Mais recentemente circulou pela Design Miami Basel. Carbonell usa os mais diversos materiais e teecnicas, caso do seu sofá “Soft Concrete”, feito de cimento. Ele projeta as suas conspirações na comunidade de designers chamada AtelierDorp, localizada em uma igreja do século 20, em Eindhoven, na Holanda. Sua agenda prevê a presença em setembro deste ano na ExperimentaDesign, em Lisboa.

“Evolution”

©Bruce Munro

Nacho Carbonell

Field of Light Luz é um delírio no universo do designer Bruce Munro. Na instalação “Field of Light”, dentro do Projeto Éden, na Cornuália, na Inglaterra, ele colocou 6 mil bolas de vidro, com um sistema especial de projetores para dar o efeito multicolorido. A inspiração veio quando Munro viajava pelo deserto vermelho da Austrália com os seus contrastes, oásis, verdes e carneiros merinos. Em suas novas performances, ele acrescentou torres feitas com tecnologia de células de hidrogênio, que foram mostradas recentemente naÁfrica do Sul.

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©by Diddo

m o r e • design

Roupa de mergulho com aspecto enferrujado

Ondas O diretor de arte holandês Diddo Velema navega em vários mares. Já circulou pela Escola de Arte em Utrech como professor, colaborou em diversos projetos para a UNESCO e colocou a sua criatividade em movimento, colaborando nas campanhas publicitárias da cervejaria Beck, Burger King e, para a Levi’s, atuou na Back Pocket Art na luta contra a Aids. Agora tem a ver com outras ondas. Criou a sua própria marca, a by diddo, e desenha roupas de esporte para mergulho e surf. A primeira coleção já está no mercado, e algumas peças evocam Júlio Verne. 82 • set / out 2009


Um convite especial para sua empresa comunicação + marketing + eventos

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m o r e • desejo

Girl’s toys Yossi Harari Pense em pequenos tesouros e um nome que vem imediatamenta à cabeça: o do israelense Yossi Harari e suas peças sofisticadas, exóticas e modernas em ouro 24 quilates, todas produzidas utilizando técnicas milenares. Na foto: colar de contas de ônix, com um cordão de ouro.

Art Déco O brinco criado pelo designer Antonio Bernardo é uma homenagem ao movimento Art Déco, com linhas simples, retas, puras e em progressão. R$5.980,00

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Você encontra a nova coleção primavera-verão Wishes nas seguintes lojas: Spezzato Taunay Spezzato Mueller Beluska Juvevê


m o r e • desejo

Boys will be boys divulgação

Porsche Novembro é o mês do lançamento da coleção primavera/verão 2010 da Porsche Design em parceria com a Baldessarini. A edição limitada inclui camiseta, camisa polo, jaqueta esporte e jaqueta de couro e é inspirada nos tecidos do interior dos Porsche da década de 1970. A paleta de cores se concentra nas cores clássicas da Porsche Design: preto, branco e cinza titânio. Para quebrar, vermelho indiano para a camisa polo.

Maserati Na pausa para o café, o elegante jogo de porcelana para espresso com duas xícaras e pires da Maserati. Preço sugerido: 56 euros.

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m o r e • beauty

Beauty por Thiago Straub

Roupas nude, makeup Black

Clássica Os lançamentos da Bobbi Brown são um luxo, mas o que mais chama atenção é o make superelegante da modelo que estrela a Chrome Collection. Pele linda, olho preto, lábio nude. A coleção chega às lojas americanas em outubro e conta com uma superpalette para olhos e lábios, batons e um kit fofo de pincéis para bolsa com estojinho. A Bobbi Brown é a marca americana que vem se destacando cada vez mais. A infinidade de cores e texturas faz com que a marca se torne a preferida de 9 entre 10 profissionais do mercado para trabahar em editoriais, desfiles, filmes, enfim. A marca agora estuda a abertura de uma loja em SP , em meados de agosto de 2010. Enquanto isso nossas compras só podem ser feitas em viagens ao exterior. 88 • set / out 2009

A Style Black Collection, da MAC, chega às lojas americanas no final de setembro e vai na onda do preto total. Batons, gloss, esmalte, sombras… tudo preto ou em tons muito escuros e quase pretos. Curti o gloss da foto, deve ficar bem interessante sobrepô-lo em batons de cores fortes e vibrantes, como pink ou vermelho intenso. A sombra Carbono da MAC dispensa apresentações, pois é considerada a melhor desde sempre, por ter excelente fixação, o que evita que se formem os “vincos” nas pálpebras.


Penteadeira de princesa

Agradando qualquer czar A Guerlain se inspirou na Rússia para a nova coleção, Russian Beauty Collection. Na verdade, em uma russa, na modelo Natalia Vodianova, musa da marca. O diretor criativo da Guerlain, Olivier Échaudemaison, recorre à poesia para descrever Natalia: “Um ícone de cor que traz energia e alegria quando as noites são longas e os céus cinzas, e quando os dias são curtos e o Sol está longe”. As cores vêm em tons de marrom e berinjela, com bochechas e lábios cor-de-rosa.

A coleção de outono da Too Faced é toda prática, fofa, meiga, enfim... demais! Ela conta com uma palette de sombras que já vem organizada por combinação de cores (dia, fashion e clássica); então você pode escolher os tons como quiser ou guiar-se pelas instruções da caixa. A coleção também conta com oito cores de delineador da linha Metal Eyed Liquid Shimmer Eyeliner, que é superforte e cheia de brilho metálico (que, como sabemos, deixa qualquer produção superconteporânea e cool), um primer facial e minimizador de poros (Primed & Poreless Skin Smoothing Face Primer) e pó iluminador (Absolutely Invisible Candlelight Powder), que tem tom de pêssego com luminosidade dourada e dá um up a qualquer rosto cansado. Mas o mimo da coleção é o Luxury Lip Balm. Ele é livre de parabenos, tem fator de proteção 15 e conta com a embalagem mais bonitinha de todos os tempos. Só vende na Sephora. moremagazine.com.br • 89


Dois é bom Neste primeiro ano da revista foram dadas várias dicas de beleza, e com bastante frequência as dicas eram sobre as máscaras de cílios. Elas tomaram o lugar do batom na preferência das mulheres. 90% das mulheres usam desse artifício para intensificar o olhar e deixar o dia mais sedutor. E quando você pensa que não há mais nada a ser inventado nesse quesito, surge uma novidade. Dez anos atrás, você tinha um tipo de aplicador e a máscara era preta ou era marrom. Hoje, contamos com escovinhas que vibram, modelinhos que lembram um ouriço do mar, aplicadores enormes, minúsculos, de borracha, gordinhos, fininhos, que parecem um pente, curvados, retos, etc. É muita coisa! Já experimentei algumas novidades, como a máscara que vibra, da Lancôme, o “ouriço”, da Givenchy, e, recentemente, o Le 2, da Guerlain. Me divirto, pois adoro as novidades, mas uma dica é infalível: independente de marca da máscara, do preço e coisas assim, combinar dois tipos de máscara com aplicadores diferentes. Primeiro, passo máscara mais antiga (de textura espessa) com aplicador desses comuns e gordinhos. Os cílios ficam bem volumosos, mas um pouco grudados. Para separá-los, passo uma segunda camada de produto, só que, desta vez, com aplicador cheio de dentinhos de borracha. Fica ótimo! (experimente: LancômeHypnose + Lancôme Fatale) 90 • set / out 2009


CONFIE SEU VISUAL AOS MES T R E S DA B E L E Z A .

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Modelos: Verônica Zardo (Ford) veste Bazaar e Paulo Oneda (DM) veste acervo VIMAX / Foto: Antônio Wolff / Hair: Viktor I e Kaio Andrecovics / Make-up: Thiago Straub / Produção: Daniella Crispim


m o r e • curtas

Curtas Parede 1 Novidade na cidade, a Stixx, das irmãs Ana Carolina e Ana Letícia Bahr, uma arquiteta, outra designer, quer levar mais personalidade e arte para casas e escritórios. Como? Transformando espaços com incríveis adesivos decorativos, prontos ou personalizados. À venda apenas na internet: www.stixx.com.br.

Ana Carolina e Ana Letícia Bahr à frente da Stixx

Parede 2 As designers Luciana Muniz e Paula Aichner assinam uma linha de adesivos exclusiva para a Tienda. A coleção divide-se em três linhas: afetivos (desenhos que remetem ao nosso imaginário coletivo: baleiro, cafeteira moka, melissinha, all-star), funcionais (aparador, cabideiro, mesinha de canto, relógio, luminária, entre outros) e o design na parede, que reúne peças inspiradas em grandes clássicos do design contemporâneo (como o aparador Diva, da marca francesa Ibride, o Gnomo e o espremedor Juice Salif, de Philippe Starck). Os adesivos custam entre R$ 30,00 e R$ 90,00 e estão disponíveis em diversas cores. Na rua Fernando Simas, 27, Batel Soho, Curitiba. Telefone: 3027-5251. 92 • set / out 2009


f.22 estúdio fotográfico

Debora Cruz e a designer Silvia Döring

Pérolas e o Rei A designer de acessórios de luxo, Silvia Döring, recebeu convidados para o lançamento de sua nova coleção intitulada ‘Pérolas’. Ao som de músicas do rei Roberto Carlos, as clientes conheceram as 40 peças que integram a nova coleção, que é uma ampliação da famosa coleção Lucy, que tem as pérolas como destaques em brincos e anéis. Além de ‘Pérola’, Silvia lançou a coleção de carteiras ‘Laura’, nome em homenagem à mãe do cantor Roberto Carlos. Os dois modelos esportivos foram desenhados pela própria designer e serão vendidos nas cores preta, vermelha, preta e branca, e alaranjada com caramelo.

Arrojado O projeto desenvolvido pelo arquiteto Frederico Carstens, sócio- proprietário da Realiza Arquitetura, para a concessionária Honda Niponsul, localizada no Alto da Xv, em Curitiba, foi selecionado para o VI Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa, realizado pela Flex Editora e Eventos, dentre mais de mil inscritos.

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m o r e • gourmet

O que vai pedir?

Menu degustação do restaurante Duo

Menu degustação ganha força nos restaurantes e adesão dos clientes. Opção é uma forma de conhecer mais sobre a casa e o chef por Katia Michelle Pires fotos: Elen Pedroso

a

tire o primeiro guardanapo quem nunca teve dúvidas diante do cardápio variado de um restaurante. Levar mais tempo para escolher entre as opções diversificadas do menu do que para degustar os pratos não é assim uma situação tão incomum e é por isso que alguns estabelecimentos (e clientes) apostam numa carta na manga mais do que especial: o menu degustação. Uma forma de apresentar as especialidades da casa em pequenas porções e fidelizar o cliente para um prato especial, cujo sabor agrade a gostos variados.

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Para Marcos Müller, do Restaurante Zea Maïz, a opção é vantagem tanto para a casa como para o cliente. “Se o cliente não conhece e quer fazer um tour pelo cardápio, é uma boa pedida. E até para aqueles habitués da casa que estão em dúvida sobre o pedido, a opção é levada em conta”, diz. No Zea Maïz, o “Menu Degustação Contemporâneo” foi elaborado a quatro mãos pela chef Joy Perine e pelo chef Celso Freire, um dos mais premiados da cidade. As sugestões começam com as entradas siri na toca (massa crocante, siri paranaense, molho de cachaça e limão siciliano), palmito fresco dourado com molho oriental (interessantíssimo o contraste do adocicado da pupunha de Morretes e o picante do gengibre) e espetinho de pera com queijo camembert ao forno, bouquet de folhas e vinagrete de noz pecan (a pera é glaceada e o queijo empanado aquecidos ficam mais saborosos).

Siri na toca faz parte do menu desgustação do Zea Maïz

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m o r e • gourmet

Como pratos principais são oferecidos o pernil de cordeiro com couscous e compota de frutas secas, além de uma criação inédita: o escalope de atum com foie gras, vagem francesa, rúcula e tomatinhos marinados. Para finalizar, uma minidegustação de sobremesas, que inclui especialidades como o creme brulé.

Creme brulé

Escalope de atum com foie gras

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“As porções são menores das que se os pratos fossem pedidos unitários, mas o cliente precisa conseguir chegar até o final”, brinca Marcos Müller, um dos proprietários da casa. O Menu degustação deve ser solicitado por meio de reservas e custa R$ 120,00 por pessoa.


Mix de cogumelos e brie

Medalhão de cordeiro com arroz de hortelã

Risotinho de camarão

Já no Restaurante Duo, um dia da semana é reservado para o Menu Degustação, a terça-feira. O cliente que frequenta o restaurante nesse dia tem a opção além do cardápio da casa. Para o chef e um dos sócios do restaurante, Rodrio Cavichiolo, o menu degustação é uma boa pedida quando o cliente tem dúvida do que vai pedir ou quer conhecer mais sobre a proposta da casa. “É uma maneira de conhecer várias sensações gastronômicas de uma só vez”, define.

Por R$ 39,90 por pessoa é possível provar um mix de cogumelos e brie; cogumelos flambados; siri crocante; carne de siri com aroma de Bahia e crocante de panko; risotinho de camarão com mix de ervas frescas e limão siciliano; medalhão de cordeiro com arroz de hortelã e amêndoas e, de sobremesa, morangos com ganache trufado. “O segredo está em mesclar os pratos sem que eles conflitem entre si. Não se devem repetir muitas coisas e é preciso oferecer receitas diversificadas”, ensina o chef.

Morango com chocolate trufado

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m o r e • gourmet

Servir vários pratos em um mesmo pedido também é uma opção do Restaurante Velho Oriente. A chef e uma das sócias da casa, Vaneska Berçani, diz que essa é uma alternativa tanto para quem não conhece bem a comida árabe como para quem quer uma entrada diversificada, já que a opção do menu degustação reúne as principais iguarias do cardápio do restaurante. “É uma boa pedida também para quem quer apenas fazer um happy hour ou pedir como entrada do prato principal, já que a nossa opção serve duas pessoas”, diz. Comida árabe também recebe roupagem da minidegustação

No Velho Oriente, o meu degustação é composto por cinco pratos: pasta de grão de bico, pasta de berinjela, coalhada seca, tabule e pão árabe. “É um mix dos nosso pratos frios porque essa é nossa especialidade”, diz a chef. A opção sai por R$ 21,50. A vantagem é dar um passeio gastronômico pelo cardápio e, no retorno à casa, pedir o que mais lhe agradou. Ou, na dúvida, ficar com todos, já que escolher apenas um é sempre mais difícil.

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m o r e • gourmet

Foie gras por Daniela Prosdocimo Caldeira

Ingredientes

Preparo

500 g de foie gras de pato fresco

Suco de laranja reduzido Leve ao fogo médio, numa panela, um litro de laranja e o açúcar. Deixe ferver durante cerca de meia hora ou até que o conteúdo se reduza a aproximadamente um quarto, adicione a manteiga em cubos e gelada, fora do fogo.

1 litro de suco de laranja fresco 20 g de açúcar 1 figo verde 20 g de manteiga sal pimenta-do-reino moída 2 fatias de brioche grelhadas (ou levemente torradas)

Foie gras Corte o foie gras de pato em quatro fatias de aproximadamente 1,5 cm de espessura. Aqueça uma frigideira em fogo bem forte. Coloque as fatias de foie gras e doure durante cerca de dois minutos de cada lado. Não adicione azeite nem manteiga. O foie deve fritar em sua própria gordura.

Montagem Em um prato, coloque uma fatia de brioche e, em cima, uma de foie gras. Derrame sobre elas um pouco do suco de laranja reduzido. Decore com o figo verde e com damasco fresco ou caramelizado em uma calda de açúcar.

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m o r e • por aí

Dias/Cult por Fernanda Viana Dias

Paul Garfunkel Em cartaz até 22 de novembro no MON, em Curitiba, a exposição “Paul Garfunkel, um francês no Brasil” é a mais recente e completa mostra do legado magnífico e irrepreensível de óleos sobre tela, aquarelas, desenhos, esboços e pinturas desse francês que veio para o Brasil nos anos 1920 e desde então fixou-se permanentemente em Curitiba (Fontainebleau, 1900/ Curitiba, 1981). Engenheiro de formação, tornou-se pintor por vocação. Em sua concepção, a arte era essencialmente simples, era apenas uma "questão de sensibilidade, de transmissão de sentimentos, de diálogo de amor". Com o patrocínio da COPEL, Compagás, BRDE e o apoio do Ministério da Cultura, Governo do Paraná e da CAIXA, nesta exposição o público poderá apreciar, em 199 obras, o refinamento e a sensibilidade estética desse artista autodidata que, ao contrário de muitos modernistas de seu tempo, tomou rumo distinto de seus contemporâneos, o que fez com que se tornasse um dos mais significativos intérpretes do impressionismo no Paraná. Imperdível. 102 • set / out 2009


Kandinsky A partir de setembro no Museu Guggenheim de Nova Iorque ocorre a exposição ”Kandinsky e a Pintura Expressionista Antes da 1ª Guerra Mundial”, maior retrospectiva em vinte e cinco anos do artista russo Wassily Kandinsky (1866-1944) e que percorre os períodos de maior criatividade de suas obras mais notáveis. Durante os anos 1920 e 1930, Kandinsky deu aulas de desenho básico, teoria avançada e aulas de pintura na Bauhaus, em Berlim, período em que se comprovou particularmente produtivo e fase em que criou a “Komposition 8”, além de mais dezenove pinturas que rivalizavam suas interpretações anteriores. Após o fechamento da Bauhaus pelos nazistas, Kandinsky emigrou para a França, onde permaneceu pelo resto de seus dias. www.guggenheim.org/new-york/exhibitions/upcoming

“Komposition 8” , de Kandinsky

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m o r e • por aí

Cristiane Mocellin e o chef Flávio Frenkel (Anis Gastronomia), em jantar oferecido por ele durante a Casa Cor e em benefício da Associação Alírio Pfiffer

Associação Alírio Pfiffer e TMO, referência e exemplo Fundada há 21 anos por empresários paranaenses para apoiar o Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, a Associação Alirio Pfíffer já realizou quase 2 mil transplantes e é responsável por cerca de 40% dos atendimentos do gênero. Motivo real de orgulho no Paraná e no mundo. Empossada na presidência em 30 de junho de 2009, para o biênio 2009/2011, a empresária Cristiane Canet Mocellin afirma que entre as metas para a gestão atual estão o aumento do número de leitos para os transplantados e o reforço no apoio às pesquisas para a cura de doenças hematológicas, entre elas a leucemia e várias anemias raras. www.aliriopfiffer.org.br 104 • set / out 2009


Ver+ = Variedades

ERRATA: Na nota sobre a primeira festa da ADIDAS em Curitiba (edição # 06) informamos que os créditos das imagens pertencem ao fotógrafo Eduardo Porfírio.

Sob o comando de cinco colunistas e apresentado pelo radialista Renato Gaúcho, o programa Ver+ da RICTV é um delicioso pot-pourri sobre moda, arte, decoração, culinária, saúde, bem-estar, empreendedorismo e variedades. Veiculado no horário de almoço, a psicóloga, escritora e radialista Maria Rafart comanda o quadro sobre comportamento. A consultora de imagem Sylvia Cesário Pereira preside o quadro

“Com que roupa eu vou?”. A culinarista Eliane Guimarães é a responsável pelo quadro de gastronomia; já a arquiteta Priscila Müller comanda o quadro ”DecorAção” (em que ela vai até a casa de um telespectador para transformar um ambiente selecionado) e o quadro sobre a sociedade curitibana é da apresentadora Mônica Gulin. Quando? De segunda a sexta, às 13h35, na RICTV, Curitiba.

Na RICTV: a arquiteta Priscila Müller

PESPONTO:.:.: Para engrossar o coro: www.apedreiraenossa.com.br moremagazine.com.br • 105


m o r e • pela cidade

Pela cidade Mais As empresárias Didi, Doca Dalcanale e Mara Binhame, em parceria com a cabeleireira profissional Dodô Oliveira, abriram o Maais Salão de Beleza, que além de oferecer todos os serviços femininos, tem um espaço reservado para os homens. Detalhe bacana: na casa, tombada pelo patrimônio histórico, morou o pintor Juarez Machado. Na Rua Comendador Araújo, 568, Batel.

Fashion Kids Curitiba Foi-se o tempo em que crianças vestiam qualquer roupinha no dia a dia e, principalmente, aos domingos. Atualmente, o mercado da moda infantil movimenta milhões, gera empregos e cria tendências. Pensando nisso, as empresárias Cecília Gomes e Daniela Chiessi, da Duo Eventos, promovem no dia 18 de outubro o Fashion Kids Curitiba, um desfile de moda infantil que irá reunir famosas grifes nacionais e lojas exclusivas na cidade. Participam do evento Xiquita Batel, Kids Concept, Môme, Petit Monde, PUC e Tyrol. Com o tema ‘O Mundo Encantado dos Doces’, a primeira edição do Fashion Kids Curitiba irá movimentar o Hotel Pestana. O evento também irá apoiar uma instituição local, com um brinquedo que será doado por cada convidado.

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- Melhor Restaurante Oriental pela Revista Veja Curitiba - Melhor Restaurante Japonês pela Revista Gula

Horário de Funcionamento: segunda à quarta das 18:00 às 00:00 hs quinta à sábado das 18:00 à 1:00 hs Almoço: Sábado das 12:00 às 15:00 hs Domingo das 12:00 às 16:00 hs

Av. Getúlio Vargas, 3121 (41) 3078 8000 www.restaurantekan.com


m o r e • social

fotos: David Peixoto

Guarda-roupa Para apresentar Sylvia Cesário Pereira, me aproprio desta citação de Oscar Wilde, que amo: “Só os tolos não julgam pela aparência”. A ruiva é consultora de imagem, uma profissão que vem ganhando espaço no mercado, inclusive corporativo. Cada vez mais a gente para para pensar na importância de como nos apresentamos ao mundo. Frescura? De jeito nenhum. Sylvia sempre se interessou por moda, mas, quando percebeu que poderia utilizá-la a nosso favor, valorizando o que temos como ponto forte sem que seja preciso ser escravo dela, resolveu estudar o assunto, formando-se no Senac SP. Três anos e meio depois ela é consultora de imagem e explica do que trata o trampo. Diz: “É um processo personalizado que possibilita às pessoas descobrirem seu estilo pessoal, comunicarem seus pensamentos, hábitos e estilo de vida, com o objetivo de tornar sua essência e seu momento de vida coerente com a imagem projetada.” Sacou? 108 • set / out 2009


“Trabalho, logo existo”. No mundo corporativo supercompetitivo, a imagem pode ser um diferencial. O investimento que uma executiva faz na sua formação é muito mais valorizado quando reflete no modo como ela se veste, pois deixa transparecer um cuidado e uma atenção consigo mesma em todos os aspectos e conquista maior credibilidade sobre o conhecimento adquirido. Pessoalmente, no momento em que a pessoa tem uma identidade visual coerente com quem ela é, pensa e vive, nasce autoconfiança para realizar melhor tudo o que deseja. Tá falado, Sylvia!

Outro mito importante de derrubar é a questão investimento x estilo. Precisa conhecer seu corpo, seus pontos fortes e fracos, ter referências sobre o assunto, ou seja, se interessar por moda, ler revistas, prestar atenção como os outros se vestem e não ter medo de mostrar quem é. E se tudo isso vier acompanhado com peças de qualidade, será perfeito. E foi pensando nisso que a RIC/RECORD convidou a bela para apresentar o quadro “Com que roupa eu vou?” no programa “Ver Mais”. Ali, sempre às quartas-feiras, Sylvia tem a oportunidade de popularizar o trabalho de consultoria, dar acesso a todos sobre o assunto, facilitando a vida dos telespectadores e valorizando a beleza que cada pessoa tem. Só sucesso! moremagazine.com.br • 109


m o r e • social

Pornopopeia Um dos livros mais indecorosos e engraçados que já li, indicação do amigo David Peixoto. Deliciosamente transgressor. Proibido para menores de 30 anos de idade. O autor Reinaldo Moraes deu um passo na loucura humana! 110 • set / out 2009


Sapato pois + colar de pérolas, saia dourada, regata básica amarela e short floral da Mixed

Make Mac Lançamentos da MAC para o verão, muito ouro, dourado. Brilho, luminoso! Morena e dourada... Hummm, que venha o sol! moremagazine.com.br • 111


m o r e • pela cidade

Por Curitiba Delícias

O Chef Fábio Campos prepara novidades para o At’Home

O sócio do restaurante At’Home, Rudy Keller, está de volta, após uma breve temporada pela Europa. Lá, Rudy pôde fazer vários estudos, pesquisas e conferir muitas novidades, que em breve poderão ser conferidas no novo cardápio do At'Home. Isso, porque, com a volta do chef Fábio Campos, mais as pesquisas de Rudy, o cardápio da casa receberá algumas inovações. Na Al. Dom Pedro II, nº 317, Batel).

Mandi & Co desembarca em Curitiba

Loja traz novo conceito de moda, reunindo marcas mundialmente conhecidas em ambiente que lembra o SoHo, de Nova Iorque

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Com um mix de marcas cobiçadas pelo público teen, a Mandi & Co abre as portas do seu novo espaço agora em setembro, no Shopping Mueller. A Mandi & Co de Curitiba será a primeira do Sul do país. A loja hospedará inicialmente algumas marcas estrangeiras, como Abercrombie, Abercrombie & Ficth, Hollister, Evoke, North Face e New Balance. “O público dessas grifes é praticamente o mesmo: jovens com estilo urbano e despojado. Na realidade, a Mandi complementa itens do vestuário das outras marcas. Além disso, a Mandi desenvolve uma linha ‘brasileira’ muito próxima das coleções internacionais”, afirma Nelson Barbalat, licenciado da Mandi & Co em Curitiba.


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m o r e • bate-papo

Carlos Sandrini e José Ost: uma dupla audaciosa por Dado Dantas e Ilse Lambach fotos: Sílvio Aurichio

c

arlos Sandrini nasceu em Santa Catarina e formou-se em Arquitetura. Nascido no interior do Paraná, José Ost iniciou sua trajetória profissional em uma empresa aérea. Hoje é mestre em Administração Estratégica. Em comum, ambos têm características como ousadia, coragem, empreendedorismo, sensibilidade e força de vontade. Essas peculiaridades contribuíram muito para que a dupla voltasse a Curitiba, cidade que bem os acolheu em sua época de formação profissional, para idealizar e desenvolver um projeto inovador e audacioso, o Centro Europeu, uma das principais e mais respeitadas escolas de profissões e idiomas do país.

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Dado Dantas e Ilse Lambach – Sabemos que vocês têm boa formação, mas que o início em Curitiba foi bastante difícil. Contem como foi acreditar nesse sonho? Carlos Sandrini e José Ost – É verdade. Tínhamos uma boa ideia e projetos profissionais, porém poucos recursos. Resolvemos arriscar, confiando que os diferenciais de qualidade dos nossos cursos fariam sucesso numa cidade exigente como Curitiba. Alugamos uma casa e iniciamos com dois cursos, um de italiano e outro para agentes de viagens. Na época, no final dos anos 80, Curitiba já ofertava diversos cursos de italiano e a procura era pequena. Então percebemos que a principal falha de todas as escolas e outras empresas era a deficiência no atendimento e a falta de profissionais com uma melhor qualificação. Fortalecemos nosso próprio diferencial, baseado na cultura de atender bem e de oferecer o que o mercado de trabalho procurava. Além da qualidade e excelência no atendimento, o Centro Italiano, como era chamado, oferecia aulas práticas e interativas e os professores eram profissionais de destaque. Dado Dantas e Ilse Lambach – Nessa época, a pesquisa de mercado ainda estava se estabelecendo como ferramenta para a

Dado Dantas, Ilse Lambach, Carlos Sandrini e José Ost

implantação de novas empresas. Por que vocês acharam que deveriam apostar na cidade de Curitiba? Carlos Sandrini e José Ost – Nossa vontade de vir para Curitiba fez com que implantássemos aqui este nosso projeto. Nossa experiência acadêmica com instituições europeias nos fazia sonhar em implantar uma escola com aqueles padrões de qualidade e com a filosofia de oferecer cursos com até um ano de duração, de altíssima qualidade e totalmente focados no mercado de trabalho. O crescimento de Curitiba e o nível de exigência das empresas alavancaram os nossos cursos. Dado Dantas e Ilse Lambach – Como evoluíram do Centro Italiano para o que representam hoje, o Centro Europeu? moremagazine.com.br • 115


m o r e • bate-papo

Carlos Sandrini e José Ost – Conquistamos o mercado aos poucos e fomos ampliando nossas áreas de atuação. Um ano depois da abertura da instituição, já incluímos o curso de inglês. Em 91, criamos o Centro Europeu. Em dois anos, além dos cursos de Turismo, Hotelaria e Italiano, também ofertávamos Marketing, Publicidade e Design de Moda. Em meados dos anos 90, o mundo passou por uma grande mudança com a chegada da informatização. O emprego deixou de ser algo estável e o mercado passou a exigir profissionais polivalentes. Também no Brasil, em pouco tempo, centenas de milhares de trabalhadores foram demitidos. Empregados qualificados foram substituídos por máquinas. Começou a era da valorização do talento e da formação rápida para atender as novas demandas de mercado. Fortalecemos ainda

mais esse nosso foco. Hoje atuamos também nas áreas de Sommelier, Fotografia, Comércio Exterior, Gestão Ambiental, Cinema Digital, Música Eletrônica, Hotelaria, Gerenciamento de Empresas, Computação Gráfica 3D, Chef de Cuisine – Restaurateur e o novíssimo curso de Pâtisserie & Boulangerie, que terá inicio no próximo ano. Dado Dantas e Ilse Lambach – Quais os planos de expansão para o Centro Europeu? Carlos Sandrini e José Ost – Estamos com quatro sedes em Curitiba e um hotel escola. Neste ano iniciamos um projeto de franquias. Joinville e Ponta Grossa são as primeiras franqueadas. A unidade da cidade catarinense já está em pleno funcionamento. Dado Dantas e Ilse Lambach – Vocês se consideram pessoas de sorte? Carlos Sandrini e José Ost – Não acreditamos que a sorte vá ao encontro das pessoas. Acreditamos no trabalho, acima de tudo. Tivemos sorte de ter nosso esforço reconhecido. Também tivemos a sorte de encontrar pessoas maravilhosas que contribuem muito para esse sucesso. Mas, principalmente, temos a sorte de ganhar nossa vida trabalhando com ensino. É indescritível o prazer de encontrar nossos alunos exercendo profissões que ensinamos. Nisso somos pessoas de muita sorte.

116 • set / out 2009


A Nova Nhá Benta Coco é uma delícia em todos os sentidos. Só não tem sentido

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m o r e • casa

Casa Design e funcionalidade Da alemã Biegert & Funk, o descolado Qlocktwo exibe as horas em texto, em intervalos de cinco minutos. Os minutos individuais podem ser lidos a partir de pequenos pontos brancos nos cantos do relógio e os segundos são mostrados em um display atrás das letras. Além de escolher a cor do painel frontal (vermelha, preta, prata, verde ou amarela), você escolhe o idioma do seu tempo: inglês, alemão, espanhol, italiano, holandês ou francês. (store.biegertfunk.com)

Yeah! Yeah! O tradicional mancebo, que antes acomodava apenas bolsa, blazer, gravata, echarpes e outros itens pessoais, ganhou pegada rock’n’roll e agora serve de apoio para baixo e guitarra. Criado pelo designer Guilherme Sol e inspirado na vinda da banda inglesa Oasis a Curitiba, o Mancebo Sol está à venda nas lojas Flexiv de Curitiba e São Paulo. 118 • set / out 2009


Sonho ou realidade? Ela cuida de cada detalhe para que no dia o sonho fique perfeito.

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m o r e • tecnologia

Eu quero Na corrida Para aqueles que se atrapalham mudando a seleção musical do MP3 player durante os exercícios físicos, o Bodibeat, da Yamaha, se apresenta como uma solução interessante. É o primeiro aparelho deste tipo com um monitor de frequência cardíaca acoplado, o que significa que ele naturalmente seleciona a pegada da música com a intensidade do seu treino. Run, Forest, run!

Cobertura Se você é daqueles que protege todos os seus gadgets, a criação da dupla de designers berlinense Bless vai servir como uma luva. Para os seus headphones, claro. Os protetores, feitos de couro e nas cores preta e cinza, podem ser comprados online: www.colette.fr.

120 • set / out 2009


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m o r e • moda

Trajes de cena

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122 • set / out 2009

Reinaldo Canato / Entrelinhas

Reinaldo Canato / Entrelinhas

exposição “Christian Lacroix – Trajes de Cena”, em cartaz até 10 de novembro, Museu de Arte Brasileira da FAAP, em São Paulo, apresenta cerca de 100 trajes e 80 desenhos originais criados pelo estilista francês, em sua maior parte, para peças de teatro, balés e óperas, como “Fedra”, de Racine, para a Comédie-Française, Paris, 1995, pela qual ele recebeu seu primeiro Molière; “Cosi fan tutte”, de Mozart, para Théâtre de la Monnaie, Bruxelas, 2006; “Carmen”, de Bizet, criada para Arène de Nîmes, 1989; e “Sherazade”, balé de Blanca Li, para a Opéra National de Paris, 2001. A mostra integra o calendário oficial do Ano da França no Brasil e a sua realização é resultado da parceria do Museu da FAAP com o Centre National du Costume de Scène (CNCS), em Moulins, na França.


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m o r e • social

Ruy Barrozo

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M.F.

Guilherme Pupo

Livio Tito Calderari e Ana Paula Martins, filhos de Emídio Martins Filho e Maria José Martins, e Livio Tito Calderari e Ida Mari Gugelmin Calderari, casaram-se durante cerimônia religiosa na igreja de São Francisco de Paula, seguida de recepção no Restaurante Maggiore – Parque Barigui.

Zauri Júnior, sócio-proprietário da ZAF Produções & Eventos, comemorou seu aniversário e o lançamento do novo site da empresa, durante inusitada festa à fantasia realizada em seu buffet. Na foto: Júnior entre o casal Juliano e Geisi Lorena. 124 • set / out 2009

Fabiano Starepravo e Laurize Ruzza, ela sócia-proprietária da Isadora, marcaram presença na movimentadíssima Feijoada Solidária, em prol do Pequeno Cotolengo, realizada no Armazém Tavares.


O sommelier Ronaldo Bohnestengel acaba de inaugurar, em sociedade com Marcius Madalosso, o Vin Bistrô – um misto de restaurante e adega –, cujo projeto leva a assinatura da competente arquiteta Claudia Pereira. Para cuidar do melhor sabor do bistrô, Ronaldo (foto) contratou o chef Hermes Custódio.

Com movimentado coquetel realizado durante três dias, Louise Alves de Carvalho lançou sua coleção primavera/verão 2009/2010 repleta de novidades e uma linha exclusiva de vestidos de festa. Vale conferir! Claudia Mendes Lopes, filha do casal Cláudio e Albertina (Mendes) Lopes casou-se com Taverna, filho do casal João Israel e Ana Libra (Cavalli) Taverna, durante recepção no Hotel Victoria Villa. moremagazine.com.br • 125


m o r e • tendência

Antípodas por Luciana Fraguas, da Austrália

Desejo líquido Em exibição no Museu Nacional de Victoria, aqui em Melbourne, a mostra “Salvador Dalí: Liquid Desire”. Meu terceiro encontro com o mestre do surrealismo (é a segunda vez que seus trabalhos vêm para cá e também vi uma exposição gigante no MASP, em São Paulo) foi mais uma vez surpreendente. Um dos artistas mais populares do mundo das artes e sem dúvida um dos mais prolíficos, Dalí não tinha limites para expressar sua criatividade: pinturas, desenhos, esculturas, design de moda e roupa, instalações de arte, cinema e fotografia. Sua produção e experimentação são quase obsessivas. Fiquei particularmente surpresa com suas colaborações com outros artistas. Tanto na sequência do sonho para o filme “Spellbound” (traduzido no Brasil como “Quando fala o Coração”), de Alfred Hitchcock, quanto na animação “Destino”, feita em parceria com Walt Disney. Aliás, não é preciso nem ver a mostra, todo o trabalho e toda a visão surreal do artista estão em “Destino”, resumidos em apenas sete minutos. Dalí também se revelou um excelente homem de marketing. Sua colaboração para os anúncios de meias de nylon Bryans e, claro, sua logo para o pirulito Chupa Chups são divertidas e, no caso do pirulito, desafiadoras do tempo... A exposição traz muitas referências a Gala, a mulher do artista, que muitos dizem foi a responsável por seu incrível sucesso comercial. 126 • set / out 2009


Nick Cave e a morte de Bunny Munro Um dos músicos mais famosos nascidos em Melbourne, o eterno e incrível Nick Cave acaba de lançar, 20 anos depois da sua novela de estreia (“And the Ass Saw the Angel”), seu segundo livro, “The Death of Bunny Munro”. O livro traz o estilo habitual de Cave: denso, violento e irônico. Bunny Munro é um “malandro”, um homem das mulheres, com uma esposa e um filho de 9 anos de idade, Bunny Junior. Vendedor de produtos de beleza, Bunny Munro bate de porta em porta das belas donas de casa que vivem entendiadas na costa sul da Inglaterra. A morte de sua esposa, no entanto, coloca a já desconcertante vida de Bunny em espiral e o leva para a sua viagem final que terá como espectador o seu filho Bunny Junior. Assim como nas letras de suas músicas, o texto é amargo, seco e grotesco. O personagem que dá título à obra é repulsivo e pouco agradável, mas mesmo assim talvez atraia a simpatia dos leitores mais condescendentes. O livro tem recebido críticas e como tudo de Cave não cai no gosto de muita gente, mas é um banquete para os fãs de Nick, que há muito esperavam um novo livro do seu mestre das trevas. Nick continua trabalhando muito, como sempre. Só nos últimos dois anos, ele produziu mais um álbum com a sua nova banda Grinderman, o roteiro e trilha do incrível filme “The Proposition” e a trilha sonora dos hollywoodianos “O assassinato de Jesse James” e “The Road”.

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Leite de latinha Sem previsão de chegada aqui na Austrália, mas relativamente popular junto aos nossos vizinhos asiáticos, o drink Vio que a Coca-Cola acaba de colocar no mercado é um leite gaseificado com gosto de fruta. A gigante dos refrigerantes diz que a nova bebida é uma festa para os sentidos, vem com traços de leite e em quatro sabores. Os drinks foram batizados de acordo com o sabor: explosão cítrica (citrus burst); pêssego e manga (peach-mango); coquetel tropical (tropical colada) e cheio de uvas (very berry) e vêm em latinhas de alumínio supersensuais de 237 ml. O site de tendências de consumo BevNet (www. bevnet.com) classificou a bebida como saborosa, aliás saborosa “demais” e um pouco enjoativa. O produto faz propaganda da composição de cálcio (o Vio traz 15% da necessidade diária) e vitamina C, mas não menciona que também conta com 120 calorias; 1,5 grama de gordura e 27 gramas de açúcar por garrafa, o que dificulta muito a venda por aqui. O site BevNET ficou surpreso que a garrafa não menciona a quantidade de leite na composição (a campanha de marketing diz que é um leite com sabor...) e diz que a propaganda é um pouco enganosa. 128 • set / out 2009


moremagazine.com.br • 129


m o r e • portifólio

Copa em quadrinhos “Alguém disse uma vez que se Copacabana fosse murada, virava hospício e, se fosse cercada, virava zoológico”. Assim começa “Copacabana”, HQ do roteirista Sandro Lobo e do ilustrador e diretor de arte Odyr Bernardi. Editada pela Desiderata em formato de livro, a história mergulha no submundo de uma Copacabana recheada por sexo, encrencas, drogas e um bando de gente querendo se dar bem. Uma trama que levou mais de 10 anos para ser escrita por Lobo e dois para ser desenhada pelo traço inconfundível do gaúcho Odyr. (www.copacabanaemquadrinhos.com.br)

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