Projeto Pack em Revista - Edição 60

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TECNOLOGIA, DESIGN, GESTÃO DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS, RÓTULOS E IMPRESSÃO

ESPECIAL PRÉ-IMPRESSÃO A pré-impressão vai acabar? Quais as tendências devem pautar o mercado? Como as clicherias vão continuar agregando valor? As empresas de pré-mídia vão crescer? A consolidação do mercado afetará a pré-impressão? A automação dos fluxos de trabalho chegou no limite? E muitas outras questões existenciais!

Flexopower lança nova impressora Zeta 8 para pequenas e médias tiragens - Pág. 45 Imagem de capa: Duomedia/Esko®


A DIFERENÇA ESTA NOS DETALHES • Sistema para troca rápida de camisa porta clichê e camisa Anilox.

• Sistema a Laser para alinhamento das bobinas.

• Sistema “gearless” sem engrenagem com o motor montado no eixo do cilindro central.

• Sistema de troca simultânea automática com controle da emenda.

• CNC para posicionar o grupo impressor com motores de encoder absoluto. • Estrutura do grupo impressor em chapa de aço laminado e revestida com chapa de aço inox. • Mancais de impressão c/ duplo fuso de esfera e dupla guia linear.

• Dispositivos elétricos e eletrônicos montados em um container climatizado. • Unidade Central de água para controle da temperatura do tambor central, motor principal e das calandras. • Sistema de vídeo inspeção com auto registro.

• Ajuste de pressão progressiva.

• Sistema de autolimpeza totalmente automático com viscosímetro automático acoplado.

• “POWEROFFSET” – Registro de cores com ajuste de pressão nos clichês com a impressora parada.

• Carros para porta Doctor blade e deposito de coletores de tinta, transporte de balde tinta e transporte de camisa porta clichê e Anilox.

• Doctor blade com sistema exclusivo de regulagem e revestimento antiaderente.

• Lubrificação centralizada automática programada.

• Gerenciador de produção.

Mesa de prova.

• Assistência técnica remota via internet.

• Controle remoto sem cabo. • “Sistema Ecopower” de controle da secagem entre cores para reaproveitamento da energia. • Dupla calandra de resfriamento. • Troca automática de Entrada e Saída p/ diâmetro máximo de 1 metro. • Conjunto de elevador para carga e descarga de bobinas.

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/// SUMĂ RIO

ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017 - 3


/// Editorial

Aislan Baer

Nesta primeira edição “especial” de 2017, vamos explorar um assunto bastante em

Editor Chefe

voga atualmente, em nosso setor: a pré-impressão. Parece-nos que nunca antes na

Sócio-diretor da ProjetoPack &

história da Tecnologia Gráfica, a pré-impressão assumiu tal relevância estratégica – não

Associados e editor da ProjetoPack

só às indústrias gráficas, convertedoras, clicherias, gravadores de cilindros, companhias de

em Revista. Atua há mais de 15

pré-mídia e desenvolvedores de soluções de hardware e software – mas principalmente

anos na área de embalagens

aos donos das marcas.

flexíveis, rótulos e impressão, ministrando cursos, palestras e

Em meio à enxurrada de novos produtos que chegam diariamente às gôndolas dos

consultoria por todo o hemisfério

supermercados e outros tantos que morrem com tamanha efemeridade, os donos das

sul. Mestre em gestão estratégica

marcas finalmente apercebem-se de que gerenciar a qualidade na impressão das suas

e economia empresarial pela

embalagens, local e globalmente (no caso das multinacionais), reduzir as variações entre

USP, é diretor técnico adjunto da

padrões aprovados e impressos e o tempo de desenvolvimento de novos projetos, obter

ABTG (Associação Brasileira de

maior uniformidade nos próprios lotes recebidos e entre diferentes fornecedores são

Tecnologia Gráfica) e especialista

competências vitais para manter a imagem da marca imaculada – todas elas estão no

na implantação de normas

cerne das atividades da pré-impressão.

flexográficas pela FTA - Associação Americana de Flexografia.

Encaramos o desafio, portanto, de compilar diferentes opiniões sobre o tema e tentar, pela primeira vez ao que temos notícia, apresentar uma fotografia da atividade de préimpressão, com tendências, vetores, correntes de pensamento e um pouco de futurologia.

Anuncie na ProjetoPack em Revista

Tivemos que enfrentar duas grandes restrições para concluir a matéria, ambas provenientes da física: o tempo e o espaço.

A ProjetoPack em Revista é uma publicação especializada

O tempo, grande algoz desta edição, impediu-nos de aguardar os textos de alguns

no mercado de conversão e

dos articulistas convidados (assoberbados ou em viagem, não puderam parar com calma

impressão de embalagens

para escrever desde o convite). Temos a certeza de que os textos faltantes (principalmente

flexíveis, etiquetas e rótulos, a

no tocante aos sistemas de provas, a visão do distribuidor de soluções de software e

mais respeitável revista técnica

hardware etc.) deixaram lacunas de entendimento neste primeiro artigo. O espaço, outro

do segmento no país.

fator limitante, restringiu a nossa compilação em aproximadamente 20 páginas, o que dispomos regularmente para desenvolver a matéria da capa.

Acesse o código QR e solicite nosso Mídia Kit!

Tentaremos sanar o espaço x tempo da seguinte maneira: publicando na íntegra em nosso site todos os artigos e opiniões que nos foram enviados (transcendendo o espaço x tempo, veja só!). Conforme venhamos a receber mais alguma coisa ligada ao tema, faremos uma nota complementar na revista impressa. Também pretendemos publicar os artigos recebidos na íntegra nas páginas da revista, aos poucos e por ordem de recebimento. Foi a forma mais justa e factível de honrar aos profissionais que dividiram conosco seu valioso tempo e conhecimento. No mais, a revista está cheia de conteúdo técnico especialmente elaborado para que você, estimado leitor, possa enriquecer a mente. Faça bom proveito e até a próxima edição!

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4 - ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017


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/// SUMÁRIO

EXPEDIENTE Editor Aislan Baer Diretor de conteúdo Prof.° Lorenzo Baer Gerente de marketing Douglas T. Pereira

08 /// CAPA

56 /// ARTIGO TÉCNICO

8-39 ESPECIAL PRÉ-IMPRESSÃO Desde o advento dos computadores desktop há algumas décadas e a evolução dos softwares para editoração eletrônica e manipulação das imagens, o mercado de pré-impressão cresceu bastante e tornou-se um negócio multibilionário Todavia, com a cada vez maior participação da impressão digital na indústria gráfica, a automação dos fluxos de trabalho e a Internet das Coisas, há quem diga que a atividade...

40-49 NOTÍCIAS DE MERCADO • Flexopower: a diferença está nos detalhes; • Steelserv se torna distribuidora da tesa® no Brasil; • ProjetoPack participa no seminário NPES de embalagem impressa; • Fusão entre Baumgarten, Rako e X-Label já tem nome.

50-55 AS OPORTUNIDADES EXISTEM, VOCÊ SABE APROVEITÁ-LAS? Recentemente, estive nos Estados Unidos e uma das coisas que mais me encantam na cultura norte-americana é a capacidade que os americanos têm de criar oportunidades. É possível constatar esta abundância em todos os lugares dentro do país.

56-57 FIDELIZE O SEU END USER Em nossos dias, muito se fala sobre ser cliente fidelidade e obter vantagens de fornecedores eparceiros em diversos segmentos comerciais. Essas vantagens podem ser desde descontos em compras futuras como a possibilidade de acúmulos de pontos e trocas por outros serviços. 6 - ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017

Gerente de contas Caio Demare Deise Moraes Roberto Lemes Marcelo Santos Projeto Gráfico e gestão de mídias sociais Agência Convertty Revisão dos textos Ricardo Teodoro Alves Comitê editorial Andrê Gazineu André Kenji Prof.° Antônio Cabral Prof.° Bruno Cialone Débora Higino Sodré Eudes Scarpeta Francisco dos Santos Joaquim Morais Liliana Rubio Prof.° Lincoln Seragini Marco Marcelino Nestor Pires Filho Rafael Melo Pedreira Wagner Delarovera Wilson Paduan Wilson Ramos Júnior Contratos de publicidade e assinaturas Para assinar ou adquirir edições anteriores e para participar como patrocinador da publicação, contate-nos: E-mail: revista@projetopack.com Fone: (11) 3258-7134 Não é permitida a reprodução total ou parcial de textos ou matérias publicadas sem a prévia autorização da ProjetoPack em Revista. Para análise e autorização da reprodução, contatar a publicação por e-mail em atendimento@ projetopack.com. Todos os artigos são assinados por seus autores e não refletem necessariamente a opinião desta revista.


/// SUMÁRIO

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ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017 - 7 STEELSERV e tesa Brasil, seu sucesso é o nosso negócio. STEELSERV 11 3675 3053 | steelserv.com.br


/// ARTIGO DE CAPA

Recebemos diversos artigos, depoimentos e ideias para produzir este panorama geral da pré-impressão. Eles serão publicados integralmente nesta e nas próximas edições, por ordem de recebimento. Caso não queira esperar até lá, acesse com seu tablet ou smartphone o QR Code ao lado de cada autor e leia todos eles em nosso blog. Caso não tenha ou não use leitores QR em seu dispositivo móvel, digite na barra de endereços do seu navegador: www.projetopack.com.br/category/artigos.

Abel Molina - abel.molina@opaltone.com Diretor geral - Opaltone Latino América

Bruno Cialone - b.cialone@terra.com.br Presidente do conselho diretivo da ABTG

Davi Cardoso - davi.cardoso@flintgrp.com Gerente de negócios - Flint Group

Diego Souza - diego.souza@dupont.com Consultor de serviços técnicos - Du Pont

Fidel F. Fernandes - fidel@fotograv.com.br Sócio-diretor - Fotograv

Givaldo Junior - studio2@totalflex.ind.br Supervisor de clicheria e desenvolvimento - Totalflex

Hamilton Costa - hterni@anconsulting.com.br Diretor - AN Consulting

Heysler Hey Pico - heyslerh@hybridsoftware.com Gerente de novos negócios para o Brasil Hybrid Software

Jesse Martim - jesse@alphaclicheria.com.br Especialista técnico de pré-impressão Alpha Clicheria

Josimar Alberto Cuchi Josimar.cuchi@clicheriablumenau.com.br Consultor técnico - Clicheria Blumenau

Marcos Cardinale - Gerente de marketing para a América Latina - Esko

Paulo Brunatti - brunatti@zaraplast.com.br Supervisor gráfico - Zaraplast

Ricardo de Paula - ricardo.depaula@diadeis.com Diretor técnico - Diadeis

Ricardo Minoru - minoru@bytestypes.com.br Sócio-diretor - Bytes & Types

Roberto Brandi - r_brandi@rotocrom.com.br Gerente geral - Rotocrom

Sidney Mauricio Silveira - sidney@starlaser.com.br Diretor - Starlaser

Timothy Baechle - tbaechle@idealliance.org Senior director - Global Print Technologies & Workflows da IDEAlliance

William J. Farissee - bfarrisee@schawk.com VP / Diretor geral - Schawk, Inc.

8 - ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017


/// ARTIGO DE CAPA Aislan Baer Editor Chefe Sócio-diretor da ProjetoPack & Associados e editor da ProjetoPack em Revista. Atua há mais de 15 anos na área de embalagens flexíveis, rótulos e impressão, ministrando cursos, palestras e consultoria por todo o hemisfério sul. Mestre em gestão estratégica e economia empresarial pela USP, é diretor técnico adjunto da ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica) e especialista na implantação de normas flexográficas pela FTA - Associação Americana de Flexografia.

ESPECIAL PRÉ-IMPRESSÃO D

esde o advento dos computadores desktop há algumas décadas e a evolução dos softwares para editoração eletrônica e manipulação das imagens, o mercado de pré-impressão cresceu bastante e tornou-se um negócio multibilionário. Todavia, com a cada vez maior participação da impressão digital na indústria gráfica, a automação dos fluxos de trabalho e a Internet das Coisas, há quem diga que a atividade de pré-impressão deva diminuir bastante nos próximos anos. Na prática, temos visto algo bem diferente: com a “democratização” da geração de imagens digitais – hoje, qualquer leigo com um dispositivo móvel dotado de uma câmera fotográfica gera imagens com resolução suficientemente boa para reprodução – a qualidade dos originais enviados pelas agências e estúdios de design e criação declinou.

Esta piora tem demandado cada vez mais a interferência de empresas e profissionais especializados em pré-impressão, tais como bureaus, clicherias e empresas de pré-mídia, para adequar estes originais à máquina e processo de impressão de destino. Também tem impulsionado a busca por soluções para automação do processo em si. Outros vetores importantes são a consolidação do próprio mercado de soluções de pré-impressão (a exemplo do grupo norte-americano Danaher, que congrega em seu portfólio empresas como a Esko, Pantone, Videojet, X-Rite e, mais recentemente, a AVT Advanced Systems) e a obsolescência quase que instantânea das tecnologias, dificul-

tando os impressores a decidir por investimentos ou mesmo manter seu setor de pré-impressão constantemente “up to date” (atualizado e em linha com as mais recentes tecnologias). Enquanto redigíamos este artigo, a Adobe anunciara o acordo para a aquisição, por USD 14 bilhões, da histórica concorrente Corel Corporation. Qual será o papel e a relevância da pré-impressão para os anos vindouros? Quais as tecnologias devem assumir a liderança em termos de software e hardware? O que será plenamente automatizado? Como a pré-impressão se relacionará com a impressão digital? Como as clicherias vão continuar agregando valor aos seus clientes impressores? Para tentar responder estas e outras perguntas, convidamos alguns profissionais renomados do mercado, ligados direta ou indiretamente às atividades de pré-impressão, para que contribuíssem a este artigo com suas ideias, opiniões, visões de mercado – formando um primeiro Zeitgeist (palavra alemã que designa um “espírito da época”, um pensamento social e coletivo) de pré-impressão. Esperamos que o intento tenha sido mais ou menos cumprido.

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/// ARTIGO DE CAPA

“Os arquivos dos clientes de impressão digital também requerem análises e correções” O papel do setor de pré-impressão Em geral, a impressão digital tem ocupado uma fatia cada vez maior do segmento gráfico. Em todas as suas vertentes tecnológicas, ela não requer os mesmos cuidados tomados com os outros sistemas de impressão, tais como o ajuste do trapping e overprint, mas ainda sim demandam serviços de pré-impressão especializada. Ricardo Minoru: Ao contrário do pensamento de muitos empresários gráficos ao investir numa impressora digital, a equipe de

pré-impressão continua a ser necessária, a começar pelo fato das impressoras digitais de tecnologia toner serem tão ou mais exigentes, quando comparadas às gravadoras de chapas, clichês ou cilindros; ou seja, os arquivos dos clientes que irão alimenta-las também precisam ser analisados e corrigidos. Geralmente são os profissionais de pré-impressão que fazem todo o processo de calibração, caracterização e linearização, para garantir o gerenciamento de cores e, consequentemente, a previsibilidade da qualidade dos impressos (e sua repetibilidade em tiragens futuras). Estes profissionais geralmente são responsáveis pela operação e gestão de bancos de dados para a produção de impressos com conteúdo variável. Outra competência cada dia mais comum desses profissionais é a gestão das soluções de ­web-to-print. As mais simples permitem o upload de arquivos para a gráfica, outras fazem a análise preventiva, além de personalização online de cartões de visita, por exemplo, a partir de templates prontos, gestão de impressão sob demanda e o próprio pagamento dos serviços pelos clientes, por diversos meios digitais. Os fluxos de trabalho vêm se tornando cada vez mais simples, abertos e automatizados, o que tem contribuído para uma redução do quadro de profissionais de pré-impressão, de forma geral. A própria jornada global rumo à indústria 4.0 (a chamada quarta revolução

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/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

“O futuro da pré-impressão passa pelo uso da automação também para integrar processos e departamentos” industrial) impele continuamente as empresas de tecnologia – o que também se aplica aos desenvolvedores de software e hardware de pré-impressão – a buscar automação baseada na conectividade entre dispositivos. Marcos Cardinale: Entendemos que o futuro da pré-impressão está fortemente relacionado com a automação. Com as tiragens cada vez mais curtas e o número crescente de trabalhos processados diariamente, a qualidade da entrega fica comprometida. Além disso, infelizmente, o mercado brasileiro ainda enfrenta baixos índices de produtividade e um grande despreparo na capacitação de profissionais. A automação digital é sem dúvida o futuro e algumas empresas começam a engatinhar em sua direção. Com a automação, tarefas repetitivas são feitas de forma padronizada, em um tempo bem mais curto e com isenção de erros. A Esko aposta ainda na integração da pré-impressão com os demais sistemas, desde a entrada do pedido até a entrega final. Assim, o futuro passa pelo uso da automação também para integrar os processos e departamentos, de 12 - ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017

forma a controlar os vários sistemas, garantindo ganho de tempo, redução de custos e alta qualidade para o trabalho. Ricardo Minoru: Especificamente na área gráfica, praticamente todos os fabricantes de soluções para pré-impressão oferecem para as gráficas sistemas de workflow com recursos de automação, onde um arquivo de um cliente ao ser copiado para uma pasta vigiada (hot folder), pode ser confrontado com as informações do orçamento aprovado, analisado em busca de problemas, posicionado de acordo com a impressora que será usada na impressão, receber ajustes nas cores de acordo com o substrato, ripado e utilizado na gravação de formas de impressão com curvas de compensação, para facilitar o setup na impressora. Há muitos anos estão disponíveis soluções como o JDF e CIP4, que permitem a comunicação de duas vias entre aplicativos de gestão, CTPs, impressoras offset e equipamentos de acabamento. Na indústria gráfica brasileira, independente do segmento de atuação, as empresas que possuem softwares de workflow com os recursos sofisticados de automação de tarefas, em sua maioria não os utilizam devido a baixíssima qualidade da matéria prima que recebem de seus clientes: os arquivos digitais. Eles afetam a produtividade dos departamentos de pré-impressão, pois muitos problemas são difíceis de serem detectados e a maioria têm de ser corrigidos manualmente. E,


/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

“A matéria-prima da pré-impressão, os arquivos originais, vem com muitos problemas que afetam em muito a produtividade”

ços de cor inadequados, uso indevido de cores especiais etc. Neste caso, os equipamentos de pré-impressão costumam impedir a gravação de matrizes de impressão;

­ uando não são percebidos preq ventivamente, acabam impactando as outras etapas produtivas como impressão e acabamento. Nestes casos, resultam em retrabalho, perda de insumos e atrasos na entrega dos impressos para os clientes. São centenas de variáveis problemáticas que podem ser divididas em dois grandes grupos:

• Já o segundo grupo são dos problemas de não observância às boas práticas de produção gráfica industrial, tais como: textos com preto composto nas quatro cores, áreas com preto excessivamente calçado, falta de sangrias etc. Estes problemas são mais perigosos, pois geralmente não impedem o processamento pelos RIPs e seus efeitos só são percebidos após a impressão propriamente dita.

• O primeiro são os problemas de não observância às boas práticas de editoração eletrônica e arte-finalização, tais como: fontes de baixa qualidade, imagens em baixa resolução, uso excessivo de efeitos especiais, espa-

Justamente por conta da baixa qualidade dos arquivos originais, a maioria das empresas gráficas dos mais variados mercados de atuação instituiu nos departamentos de pré-impressão, procedimentos de preflight check, que,

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se bem planejados, executados e implantados, mitigam uma parcela expressiva dos problemas de entrada. O termo, traduzindo ao pé da letra, significa “análise de pré-voo” e foi importado da aviação. Ele resume todos os procedimentos de checagem da aeronave pelo piloto, com a finalidade de identificação de eventuais problemas, ainda com o avião no solo, momentos antes da decolagem. O preflight Check possibilita analisar, identificar e quando possível, corrigir eventuais problemas antes de enviar os arquivos para a empresa gráfica ou editora, ou nos próprios departamentos de pré-impressão destas empresas. Esta análise pode ser feita manual e visualmente pelo designer, mas exige atenção e experiência. Atualmente existem ferramentas específicas e bastante sofisticadas para esta tarefa quase sempre tediosa. Os mais renomados aplicativos do tipo standalone (que rodam como aplicativos à parte) são Callas pdfToolbox Desktop, Extensis Preflight, Markzware FlightCheck e o Acrobat Pro. Outros são plug-ins (aplicativos que rodam a partir de outros aplicativos ou que acrescentam funcionalidades a estes) do Acrobat, tais como o Callas pdfToolbox e o Enfocus PitStop Pro. Sidney Mauricio: Um dos principais papéis da pré-impressão é o gerenciamento de cores. Infelizmente, com exceção das empresas de ponta, a maioria das gráficas só lembra deste processo quando surge algum problema, como por

exemplo numa devolução por problema de cor fora da especificação. Não raro, o gráfico fica entre perder um grande cliente a investir na pré-impressão (seja este investimento direto ou indireto, na escolha de um fornecedor com boa relação custo x benefício e não somente por preço). O que as gráficas não sabem ou simplesmente ignoram é que investimentos corretos em pré-impressão poupam tempo e dinheiro. A Starlaser, por exemplo, comercializa soluções de software centradas na economia de tinta. É possível economizar até dois dígitos de um insumo que representa, para boa parte dos impressores, o segundo maior custo de produção, perdendo somente para o substrato. Quando se fala de flexografia, no entanto, alguns dos aspectos citados até o momento fogem à regra. O principal deles diz respeito à automação. Mesmo a desProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017 - 15


/// ARTIGO DE CAPA

res, definição de lineaturas e retículas gráficas, trapping, tratamento de imagem até o fechamento do arquivo para a saída desejada. Bruno Cialone: Mesmo que os equipamentos modernos sejam equipados com sistemas de Inteligência Artificial, com processo de autoaprendizagem e softwares mais automáticos, nunca poderão dispensar um operador inteligente e bem treinado.

peito de modernos fluxos de trabalho como os comercializados pela Esko ou Hybrid Software, com elevado grau de automação das etapas de pré-impressão, o retocador de imagem ainda cumpre um papel importante no processo de adequação das imagens digitais para a impressão flexográfica – desde o preflight (recebimento e conferência dos arquivos originais), passando pela separação das co16 - ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017

Diego Souza: É muito difícil encontrar disponível no mercado um profissional experiente em tratamento de imagens para flexografia, por exemplo. A rotatividade de funcionários é sempre um risco. No mercado, há casos de empresas que foram extremamente impactadas pela saída de um profissional de pré-impressão. É importante exercer uma gestão que mantenha a informação na empresa, seja por procedimentos descritos, política de retenção de talentos ou por funcionários que compartilhem funções, desta maneira o risco será reduzido. Por mais que o nível de automação da pré-impressão aumente com o passar dos anos, o trabalho específico de profissionais da área sempre será necessário para elevar o valor agregado dos produtos. Josimar Cuchi: Podemos notar que a pré-impressão se tornou complicada, principalmente para a flexografia; temos que gerenciar diferentes perfis, conversões entre os perfis, gerenciar curvas, arquivos, microtexturas de superfície que podem ser diferentes para cada cor, diferen-


/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

tes tecnologias de gravação de clichê, parâmetros como angulação, lineaturas, tipos de ponto, o que tornou praticamente impossível conseguir aplicar isso tudo de maneira consistente sem adotar a automação. Para conseguir utilizar todos esses recursos da melhor maneira possível, nós da Clicheria Blumenau, por exemplo, investimos nos melhores sistemas de pré-impressão e criamos um sistema próprio, que integra todas essas informa-

“Mesmo os equipamentos modernos, dotados com inteligência artificial nunca poderão dispensar um operador inteligente e bem treinado”

ções e possibilita a automação de muitas dessas variáveis. Isso possibilita que a pré-impressão seja feita de forma consistente e a comunicação entre nossos clientes, unidades e implantes seja compartilhada com todos de maneira prática e objetiva. A cada vez maior sofisticação dos impressos flexográficos e a necessidade de se manter a agilidade para responder às solicitações dos clientes (principalmente no que tange às pequenas alterações de arte – normalmente dizeres legais das embalagens e rótulos) fazem com que uma parcela expressiva dos convertedores com impressão flexográfica mantenham um pequeno setor interno de pré-impressão, interagindo cotidianamente com uma ou mais clicherias. Esta é também uma estratégia de redução de custos: como a maior parte do preço de venda do centímetro quadrado dos clichês é, eminentemente, mão-de-obra de pré-impressão, algumas clicherias sugerem que o cliente envie seus arquivos prontos (fechados) para a confecção das chapas, em troca de preços razoavelmente mais competitivos. Há ainda questões ligadas à segurança e estratégia comercial. Ao manipular e deter os arquivos dos donos das marcas (clientes dos seus clientes), algumas clicherias mal-intencionadas, não raro, exerceram seu poder para forçar convertedores a comprar consigo ou mesmo favoreceram concorrentes dos clientes, chegando até mesmo

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/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

“No Brasil há ainda um número elevado de clicherias, o que contribui para a comoditização do produto e serviço”

a reivindicar o direito de posse dos arquivos originais, quando do cancelamento de um contrato de fornecimento de clichês.

O papel da clicheria e das empresas de pré-mídia Com todas estas mudanças ocorrendo no mercado da pré-impressão, é comum que se questione, o papel da clicheria como alguém que adicione ou não valor aos clientes. Há os que defendem que aos convertedores, é um erro estratégico investir em tecnologia para a fabricação das chapas, por conta de não ser o foco do seu negócio e pela necessidade de aporte contínuo de recursos para manter as licenças, atualizações de software e hardware sempre em dia. Por outro lado, há também os defensores da verticalização. As clicherias internas atribuiriam

maior agilidade, redução de custos (principalmente inerentes às paradas de máquina aguardando clichês e outros ganhos ligados a questões tributárias), versatilidade, convergência e assertividade entre pré-impressão e impressão, dentre outros. Ter capacidade de investir em uma clicheria interna e formar uma equipe técnica competente na pré-impressão é um privilégio de alguns poucos convertedores, a maior parte deles, de grande porte. Mesmo estas convertedoras grandes e verticalizadas acabam, muitas das vezes, baseadas em um leque menor de soluções do que as clicherias externas de ponta. A suposta agilidade adicional em se ter uma clicheria interna também encontra exceções – a “comodidade” de se ter um clichê novo à mão a toque de caixa muitas vezes acaba elevando os custos com regravações. As clicherias líderes também se estruturaram fortemente para oferecer entregas expressas em qualquer região do país. O contra-argumento para a redução de custos ao verticalizar o processo é o aproveitamento das chapas. Clicherias profissionais utilizam boa parte dos seus retalhos (sobras) para produzir, por exemplo, chapas de impressão às indústrias de etiquetas e rótulos, o que dificilmente ocorre com um convertedor banda larga verticalizado. Nesta divergência entre terceirizar ou produzir internamente, clientes e fornecedores encontram uma trégua em modelos híbridos de trabalho. No mais comum deles, os convertedores adquirem as

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/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

“Uma das principais dificuldades sempre foi a impressão de provas digitais fiéis impressas em substrato flexível”

pel de consultores no processo de desenvolvimento de artes para conversão, uma vez que representam o elo entre as marcas e os convertedores na materialização da imagem na fôrma para posterior reprodução, harmonizando limitações do processo de impressão e expectativas dos donos das marcas quanto ao resultado a ser obtido. As marcas querem suas embalagens sem variações de cor no ponto-de-venda, com a melhor resolução e contraste de impressão possíveis e cores mais vivas e atraentes. Ou seja, garantias mínimas para que a embalagem cumpra um de seus principais papéis, que consiste em permitir a comunicação positiva e eficiente da marca com seus consumidores.

chapas flexográficas diretamente com os fabricantes, pagando as clicherias por seu trabalho de pré-impressão e provas. No Brasil, há um número ainda elevado de clicherias (estima-se que, entre clicherias internas e externas, haja algo entre 100 a 150 empresas ativas), o que contribui para a comoditização do produto/serviço, associado simploriamente ao centímetro quadrado do clichê. Fidel Fernandes: Observa-se hoje as clicherias assumindo o pa22 - ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017

Já os convertedores querem otimizar ao máximo a sua produção e custos de fabricação. Esta otimização se traduz em redução de cores, menor consumo de tinta com a manutenção das densidades altas, menos paradas de máquina, repetibilidade e produção em alta velocidade, ao menor custo possível. Estes interesses acabam sendo, a certo ponto, conflitantes. A clicheria exerce, dentre seus vários papéis, o de encontrar o equilíbrio entre as demandas de ambos os lados – donos de marca e convertedores. Paulo Brunati: Alguns anos atrás, as empresas optavam pela terceirização da produção de clichês por uma falta de visão (técnica principalmente) e de custos. A “bagunça tecnológica” também causava uma preocupação até


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exagerada que freava a tomada de decisão para investimentos. A premência por atender prazos cada vez mais curtos e encaixes urgentes dos clientes, o desenvolvimento tecnológico (principalmente no que se refere à automação das operações) e o estabelecimento de parcerias com fornecedores permitiram também suplantar algumas dificuldades e paradigmas dos convertedores, que mitificavam a verticalização do setor de pré-impressão. Uma das principais dificuldades era a impressão de provas digitais em substrato flexível, capazes de reproduzir com fidelidade os resultados de uma impressora rotativa. Isso é particularmente importante na rotogravura, pois com a adoção destas provas, é possível antecipar ao cliente em horas todos os problemas de um projeto novo, sem os custos incorridos na gravação dos cilindros. Diego Souza: As clicherias poderão continuar agregando valor à toda a cadeia – convertedores e donos das marcas – desconstruindo a sua imagem como mera gravadora de matrizes de impressão, ao atentar-se para algumas tendências cruciais, tais como: • A necessidade de capacitação profissional para o desenvolvimento de trabalhos destinado a impressões híbridas. O conhecimento de mais de um sistema de impressão será essencial para o desenvolvimento dos arquivos com sinergia entre todos

os elementos. O mercado se mostra extremamente promissor ao uso de equipamentos de impressão híbridos, porém, será necessária capacitação específica para designers e profissionais de pré-impressão; • Uso de plataformas de trabalho seguras e integradas, que permitam aos donos de marca, agências de publicidade, clicherias e convertedores a troca de informações sem riscos, interagindo sobre o desenvolvimento dos trabalhos. Gerar um ambiente colaborativo, com alto grau de engajamento, utilizando expertise de diferentes áreas para desenvolver um produto de alta qualidade e funcionalidade; • Estar aberto a incorporar novas tecnologias como “a internet das coisas” para embalagens e até mesmo o uso de tecnologia 3D para geração de protótipos e virtualização, criando cenários cada vez mais realistas que ajudam donos de marca a “provar” antes de produzir; • Serviços de implementação de gerenciamento de cores e gama expandida. Não se trata necessariamente de uma mudança, já se tornou uma obrigação. A padronização e a potencialização da qualidade dos processos de impressão estão diretamente ligadas ao sucesso do trabalho. Com a consolidação geral do mercado de bens não-duráveis (Unilever, P&G, J&J, Nestlé, PepsiCo, ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017 - 23


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“Ricardo: na Diadeis usamos o modelo design-to-print, oferecendo aos clientes expertise e serviços desde a criação e design até o gerenciamento de cores e impressão” Coca-Cola, Mars, General Mills, AB Inbev, Reckitt, L’Oreal, Mondelez e JBS correspondem a mais de 60% do que colocamos em nosso carrinho de supermercado), os donos das marcas começaram a enfrentar um novo desafio: garantir a qualidade, fidelidade e repetibilidade das suas embalagens em uma escala global. Enquanto as agências e estúdios criavam originais sem grande preocupação com o sistema de impressão que os reproduziria, as clicherias (e gravadores de cilindros) estavam mais preocupadas na comercialização das suas fôrmas e os impressores, em alcançar os resultados dos padrões aprovados pelos clientes com

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custos reduzidos, surgiram novos jogadores na cadeia da pré-impressão: as empresas de pré-mídia e gestão das marcas. Schawk, SGS, Diadeis e Trident são os maiores representantes mundiais desta categoria, e focam-se em garantir aos donos das marcas a padronização dos impressos, assumindo certas responsabilidades como o gerenciamento de cores e a aprovação de padrões junto aos impressores. Bill Farissee: Ao continuar fomentando o mito de que a pré-impressão “não tem custo”, os donos das marcas estão colocando em jogo o valor de suas marcas e a habilidade de comunicar a sua mensagem ao consumidor final


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através das suas embalagens com assertividade. O mito da pré-im­ pressão gratuita impacta, no fim das contas, no lucro destas empresas. Dentre uma miríade de vantagens em contratar uma empresa especializada em pré-impressão e gestão da marca estão a garantia e padronização dos resultados impressos frente ao design original, o gerenciamento digital dos arquivos e processos de aprovação de padrões e, por fim, a possibilidade de medir os resultados da pré-impressão. O papel da empresa de pré-mídia consiste, dentre outras coisas, em garantir a integridade do design original (que é modificado a cada vez que o arquivo muda de mãos, de uma clicheria à outra ou de um impressor a outro), atribuir maior agilidade ao processo de aprovação – algo crucial na estratégia de ida ao mercado, reduzindo custos e aumentando as vendas. Apenas como exemplo, um estudo de caso recente mostrou que a maioria dos donos das marcas norte-americanos que contrataram uma empresa de pré-mídia puderam reduzir o tempo total da ideação à prateleira de 16 para quatro semanas, enquanto o retrabalho de artes caiu pela metade e os custos totais, em torno de 20%.

tações), uso correto dos recursos dos aplicativos, e larga experiência em arte-finalizar e gerar o arquivo que será enviado para a gráfica, editora ou clicheria, e somente profissionais mais bem pagos reúnem toda estas características, e que por sua vez são mais raros. Alguns empresários perceberam este nicho e começaram a criar empresas de pré-mídia, que são especializadas em receber roughs (layouts não finalizados), processar e entregar arquivos perfeitos para os veículos (jornais, revistas, embalagens etc.) e empresas gráficas ou convertedoras.

Ricardo Minoru: “Do lado dos criativos, produzir um arquivo de layout 100% a prova de problemas não demora mais tempo do que o arquivo problemático: basta planejamento prévio e procedimentos adequados em relação a fontes, imagens, ilustrações etc. No entanto custa mais caro, pois envolve investimentos em estudo de processos gráficos (e suas limi-

O dono da marca, sua agência ou estúdio de design e criação, a clicheria ou fabricante de cilindros, a companhia de pré-mídia (todos participam e trocam informações vitais do projeto de embalagem) comunicam-se rotineiramente e o fluxo de trabalho tem, dentre as tarefas mais triviais e simples até as mais inusuais e complexas, a função de evitar que este diálogo

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“Produzir um arquivo 100% a prova de problemas demora tanto ou mais tempo do que um problemático”


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Tecnologia inovadora de adesivos para flexografia As fitas adesivas DuploFLEX® são a escolha certa para cada aplicação em impressão flexográfica, proporcionando adesão consistente independentemente da variação de temperatura e umidade. Fácil reposicionamento e desmontagem. Sem levantamento de bordas do clichê. Suporte técnico especializado Soléflex. Disponível em nosso estoque a linha completa de fitas adesivas DuploFLEX®. Consulte-nos para maiores informações.

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ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017 - 27


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entre tantos atores distintos não se transforme numa Babel, onerando, inviabilizando ou mesmo impedindo a execução dos projetos gráficos. Uma das alternativas para evitar a Babel foi investir em conjunto numa linguagem fácil e acessível a todos os sistemas, fluxos e dispositivos: o arquivo Adobe PDF (Portable Document Format), idealizado em meados dos anos 90 e incorporado como linguagem de base no primeiro fluxo de trabalho gráfico sete anos mais tarde (pela Agfa-Gevaert, em seu sistema Apogee) tornando-se o padrão da pré-impressão. Ricardo Minoru: Uma das iniciativas que mais ajudou na melhoria da qualidade dos arquivos digitais – a “matéria-prima da pré-impressão” – foi a elaboração da norma internacional ISO 15.930, que prevê o uso de boas práticas na diagramação, arte-finalização e principalmente na geração dos PDFs. Conhecidas como PDF/X (X de Exchange ou “troca”), duas normas se destacam e são maciçamente utilizadas em diversos segmentos, em especial o editorial, publicitário e promocional. O objetivo principal é garantir que os arquivos sejam processados corretamente pelos softwares RIPs. O PDF/X-1a, por exemplo, obriga que o arquivo tenha suas fontes embutidas, que os elementos de página estejam nos espa28 - ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017

ços de cores grayscale, especiais e CMYK. Já a derivação PDF/X-3 permite que cores no espaço RGB sejam usadas. Tratam-se de normas facilmente aplicadas tanto pelos criativos quanto pelas gráficas, tanto é que estão para completar 15 anos de uso. Evidentemente, nem tudo são flores, e a maior parte dos problemas de não observância às boas práticas de produção gráfica industrial, não estão contempladas por nenhuma das normas ainda, mesmo as mais atuais. Com o cruzamento das mídias impressa e eletrônica e o aumento exponencial da internet e da colaboração online em todas as atividades existentes, as empresas de pré-impressão estão precisando se abrir, assim como os fluxos de trabalho o fizeram. Uma atividade que era tida como um “segredo guardado a sete chaves” passa obrigatoriamente a envolver mais os clientes remotamente na checagem, monitoramento e aprovação de seus trabalhos. A maior colaboração possível existente é quando, entre o processo de produção e o cliente, não existe mais intermediação humana direta. Os chamados sistemas web-to-print (da internet para a impressão) são plataformas de negócios onde os clientes entram, conectam-se, escolhem num rol de templates pré-prontos e configuráveis o que mais lhe apetece, personaliza (define textos, imagens, logotipo etc.), define material, tiragem e processo de impres-


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“Há muitas novas aplicações esperando para ser exploradas em plataformas webto-print no Brasil”

são, dados de entrega, efetua o pagamento e monitora a execução do seu trabalho – tudo isso com, no máximo, algum suporte via chat (atendente ou I.A.). Hamilton Costa: No Brasil, estamos ainda engatinhando na utilização dessa ferramenta. Enquanto no exterior as soluções de web-to-print já existem há mais de 12 anos, só recentemente estamos vendo uma maior implementação no Brasil. Para se ter uma ideia, estima-se que hoje, nos Estados Unidos, mais de 30% da venda de produtos gráficos se dão através de alguma plataforma de web-to-print. No Brasil, nem 5%. Em termos de embalagem a plataforma é utilizada principalmente para nichos de mercado com tiragens mais baixas. Algumas empresas como a a Zoxxbox (http://www.zoxxbox.com) permitem a customização de embalagens de cartão a partir de modelos pré definidos em sites abertos (B2C), enquanto outras empresas como AM Packaging­­

Cliente

Web-to-print

Designer

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Gráfica

(http://ampackaging.com/www/ web-to-print/) ou mesmo a Bellmark (http://web.belmark.com) trabalham com sites fechados a clientes (B2B) para o desenvolvimento de projetos, acompanhamento de pedidos e integração com suas áreas de produção. A área de rótulos e etiquetas é um dos segmentos que melhor podem se beneficiar de um bom projeto de web-to-print, com a possibilidade de fornecimento de materiais personalizados e que podem ser ordenados diretamente pelo cliente. Uma empresa que está em instalação com a plataforma Isidora, um dos principais fornecedores desse tipo de ferramenta no país, é a Promtec de Campinas­ (http://www.promtec.com.br), que irá oferecer a personalização de diferentes etiquetas de uso comum no comércio e indústria. Há um vasto campo ainda a ser explorado. As novas embalagens do tipo stand-up pouch, por exemplo, permitem um bom campo de impressão e podem


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ser customizadas para usos em nichos de produtos premium. E há muitas outras aplicações esperando para serem desenvolvidas e criarem mercado. O que precisa é o gráfico criar o necessário mindset para a oferta e venda online de forma automatizada.

Dos arquivos para os clichês, cilindros ou chapas Os arquivos, trabalhados de forma mais manual por habilidosos profissionais de pré-impressão, ou por sofisticados softwares de conferência, manipulação, correção, imposição e fechamento (soluções de fluxo de trabalho com alto grau de automação), o fim é o mesmo: a confecção de

provas (em meio físico ou digital) e fôrmas para impressão. Na flexografia, há um certo consenso (e até uma convergência de mercado) de que as tecnologias devem priorizar o aumento nas densidades dos sólidos e das lineaturas, com uma boa estabilidade dos resultados, ao longo de toda a tiragem. As densidades elevadas estão sendo perseguidas diariamente nas inúmeras tecnologias de ponto plano, nos softwares para geração de retículas de superfície e nas próprias chapas de performance, já micro texturizadas pelo fabricante.

“Muitas das inovações em clichês trouxeram complexidade ao processo. A hora agora é de simplificar as coisas”

Davi Cardoso: As inovações tecnológicas ligadas ao topo plano e

: vanguarda em Solventes Propílicos NPP (n-Propanol e Acetato de n-Propila)

Excelência na relação custo/benefício Maior qualidade de impressão Mais brilho Menor viscosidade na aplicação Maior força de laminação devido à menor retenção de solventes Redução no custo da impressão devido à economia no volume consumido de tinta e solvente

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às retículas de superfície permitem hoje ao impressor flexográfico um aumento drástico na qualidade da impressão de sólidos (chapados e traços), mediante a redução dos pinholes (perda de pontos) e uma elevação da densidade e cobertura. Todavia, muitas destas inovações trouxeram como efeito colateral uma certa complexidade no processo de fabricação das chapas – passos adicionais são necessários para selecionar e otimizar as retículas de superfície e os sistemas de topo plano, não raro, requerem também mais etapas e/ou consumíveis durante a exposição. A Flint Group Flexographic Products oferece, por exemplo, o nyloflex® FTF Digital, uma chapa para topo plano com uma textura de superfície inerente à própria chapa. Ela pode ser copiada e exposta como uma chapa digital tradicional de flexografia, no entanto atinge performances de impressão que só poderiam ser atingidas em sistemas CTP de alta resolução, equipamentos novos ou adicionais e/ou consumíveis, bem como mais etapas de processamento das chapas. Acreditamos que uma das maiores tendências para a flexografia seja a simplificação dos processos para as clicherias e os convertedores, mantendo ou aprimorando a qualidade final dos impressos. Simplificar a vida dos integrantes da cadeia de pré-impressão significa economizar custos e manter a repetibilidade dos resultados. Diego Souza: Hoje, há possibilidade de se usar chapas tex-

turizadas em sua superfície ou realizar a aplicação da retícula via software gráfico. A grande vantagem na escolha da chapa com superfície modificada é a não dependência em ter que investir em softwares e hardwares custosos para aplicação desta retícula. Em muitos dos casos, a texturização vinda de fábrica será capaz de atender ao nível de exigência do trabalho. Outro fator é o simples processamento da gravação da matriz. Hoje dizemos que a flexografia voltou a ser simples como no início do digital convencional. Por outro lado, quando a clicheria ou o convertedor com clicheria interna, tem a possibilidade de investir em softwares e hardwares para geração de retículas, abre-se uma gama de opções em que cada diferente alternativa de reticulagem foi desenvolvida para exercer a melhor transferência de tinta em

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“O mercado terá duas opções em termos de tecnologia para escolher: chapas texturizadas de fábrica ou via software”


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“O processo de gama expandida deve ser pensado desde o momento do design e criação”

distintas situações, promovendo flexibilidade para a pré-impressão durante a definição da melhor opção. Em resumo, o mercado terá duas opções e poderá escolher de acordo com a sua necessidade, a tecnologia de chapas texturizadas ou as chapas com superfície modificada via software. Robson André: O ponto de topo plano é hoje um padrão para a flexografia de qualidade, mas não é tudo. Garantir que as imagens digitais sejam integralmente transferidas durante a cópia, processamento e impressão é um desafio técnico que envolve um conjunto maior de variáveis, tais como a dureza e resiliência da chapa, o sistema laser utilizado (no caso da Kodak, a tecnologia SquareSpot®), o conjunto de recursos para aplicação de retículas (como por exemplo Kodak Platecell®) e a tecnologia embarcada para garantir justamente a fidelidade nas três interfaces, gerando imagens que chamamos de 1:1:1, isto é, o que se apresenta

no monitor é precisamente o que se encontrará no impresso. O motivo é simples: a flexografia precisa de maior contraste e definição (lineatura e menor ponto mínimo possível) para disputar mercado com a rotogravura e offset. Precisa também atender plenamente às exigências técnicas da impressão com gama expandida de cores (tema esse que já exploramos em algumas edições da ProjetoPack em Revista), que cresce em participação no Brasil e no mundo. Jesse Martin: A recente tecnologia de gama expandida chegou para melhorar o resultado da impressão dos convertedores. Quem conhece impressão flexográfica sabe que é muito difícil produzir um bom Pantone® 021 (laranja) pelo método tradicional CMYK. A impressão em gama expandida é uma solução que permite reproduzir grande parte da escala Pantone® utilizando CMYK com duas ou três cores extras (por exemplo laranja, verde e azul violeta). Com isso, o convertedor realiza seus setups muito mais rapidamente, quase nunca requer troca de anilox (somente para a manutenção do volume), elimina gastos inerentes ao preparo de tintas, reduz tempos de lavagem dentro e fora da máquina, reduz custos na compra de tintas – tudo isso com um aumento considerável na qualidade da impressão, com cores mais vivas e claras. Givaldo Junior: É muito importante salientar que o processo da gama expandida deve ser pen-

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A falta de uma peça não pode /// ARTIGO DE CAPA parar sua produção

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/// ARTIGO DE CAPA

sado desde a criação do layout original, junto às agências e estúdios de design. Só assim, certas características limitantes ou não do processo de impressão de destino serão usadas a favor da reprodução, principalmente quando se trata da flexografia. Um impresso flexográfico bem produzido desde a sua concepção trará benefícios tangíveis aos donos das marcas, inclusive – cujas embalagens terão maior contraste e vivacidade. Abel Molina: A gama expandida é o futuro. A nossa indústria está se movendo rapidamente para a impressão digital. O sistema Pantone® não é digital. É um sistema com 50 anos de idade,

“analógico” e que requer cores especiais. Imprimir estas cores especiais é algo oneroso, principalmente quando as tiragens estão cada vez menores, segmentadas e caindo, o que acaba causando um inventário enorme de latas de tintas retornadas (o chamado “retorno de máquina”). Opaltone XG é um sistema de sete cores (CMYKRGB) que não emprega cores especiais. Ele é o único sistema do mercado que não usa cores especiais como Laranja, Verde ou Violeta, mas sim as cores primárias das tintas (Vermelho, Verde e Azul). Com um sistema proprietário de RIP PDF chamado VX, aprimora ima-

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gens CMYK ao incluir o RGB, convertendo todas as cores especiais em separações CMYKRGB para a saída em provas digitais e chapas com elevado contraste e apelo visual. Não existe gama expandida ou qualquer outra técnica voltada à paleta fixa de cores sem um prévio trabalho técnico, disciplinado e detalhista de padronização dos processos. Jesse Martin: O futuro reside na padronização dos processos com a especificação G7 – um sistema de gerenciamento de cores que atende aos requisitos de impressão para qualquer processo, como a flexografia, rotogravura, offset ou mesmo digital, baseado em medi-


/// ARTIGO DE CAPA

ções colorimétricas das escalas de grises e na busca pelo equilíbrio tonal na impressão. A norma internacional de flexografia proposta pela FTA – Associação Técnica de Flexografia – foi elaborada em conformidade com as normativas técnicas G7. Timothy Baechle: Durante 121 anos, a Idealliance, de forma absolutamente técnica, trouxe ao setor gráfico mundial, como legado, a GRACoL, SWOP, G7, XML, SCTV, SCHMOO e muitas outras especificações e normas. A certificação G7, por exemplo, assegura a fidelidade de resultado entre provas e impressões, obtidas em quaisquer sistemas e tecnologias, impressoras ou combinação de insumos gráficos existente. Até hoje, mais de 1500 impressores de todas as partes do globo receberam o status de G7 Master, demonstrando seu conhecimento e habilidade na adoção e manutenção dos parâmetros técnicos G7. Atualmente, a ProjetoPack & Associados e a Idealliance tem trabalhado exaustivamente numa parceria e num planejamento estratégico que venha de encontro às necessidades específicas do mercado gráfico brasileiro em todas as suas vertentes, incluindo embalagens flexíveis, etiquetas e rótulos. Roberto Brandi: Sob o ponto de vista estritamente tecnológico, a pré-impressão hoje oferece, em termos de ganho de qualidade, mais do que os sistemas de impressão convencionais podem, de fato, desfrutar. Os motivos destas limitações são inúmeros, tais como a precisa combinação de variáveis

complexas como a capacidade volumétrica dos cilindros anilox, as características das tintas e solventes, a natureza dos substratos, a condição de funcionamento da máquina impressora, as flutuações de temperatura e umidade relativa do ar na sala de impressão, o know-how do impressor e por aí vai. É fato que a pré-impressão tem um papel significativo nesta equação, mas na maioria das vezes não é plenamente explorada. Neste embate tecnológico, limitado pela percepção de que a impressão não reflete plenamente os esforços da pré-impressão, os investimentos ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017 - 37


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buscam preencher outras lacunas como a economia de tempo na execução de operações, mediante a padronização das etapas e sua posterior automação.

Epílogo: o que o futuro reserva à pré-impressão? Foi uma tarefa hercúlea congregar ideias, pontos de vista e textos tão heterogêneos em algo que fizesse sentido e, mais do que isso, estivesse encadeado de forma lógica e não repetitiva. Passamos as últimas duas semanas lendo os textos amiúde, para não deixar nada escapar. Alguns pontos soaram em uníssono: a pré-impressão vai ser cada dia mais automatizada, interconectada e na nuvem. As clicherias, agências de design e empresas de pré-mídia, mesmo a despeito da sobrepo-

sição em alguns serviços, devem continuar investindo no serviço, na agilidade, na mediação da relação com donos de marcas e impressores e na tecnologia, possibilitando aos clientes focar seus recursos financeiros nas atividades mais centrais do seu negócio. Todos terão seu devido espaço no mercado. Por ora, chapas com ponto de topo plano, soluções para aumento da densidade dos sólidos (quer sejam retículas intrínsecas às chapas, aplicadas no processo ou novas topografias de pontos) e sistemas para uso de gama expandida devem perdurar bastante. Nos espantou bastante que nenhum dos fabricantes de chapas de fotopolímero ou mesmo clicherias tenham mencionado se, com respeito aos materiais de confecção das chapas, elastômeros, plastômeros ou plásticos depositados em impressoras 3D devam ser considerados como futuros materiais ou tecnologias para produção de chapas flexográficas. Seria bastante conveniente comprar uma impressora 3D com a chancela de um fabricante (ou mesmo uma multimarca), inserir um cartucho com a marca de polímero predileta e imprimir a chapa que lhe aprouver. Fica aqui a previsão oficialmente registrada (risos). Também pouco se falou sobre provas. Com toda a evolução da pré-impressão, certos problemas ligados à fidelidade do impresso em relação à prova, a

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geração de cartelas de aprovação com as devidas tolerâncias e a simulação de resultados impressos em condições especiais (provas impressas sobre filmes metalizados, estruturas laminadas, com cores metálicas, prova digital com branco etc.) continuam deixando a desejar. A adoção de sistemas de aprovação remota (Dialogue, por exemplo) arrefeceu, pelo menos no Brasil e especificamente no setor de embalagens flexíveis. Não importa qual o rumo que a tecnologia de pré-impressão venha a tomar, duas coisas serão sempre necessárias: os esforços para a padronização (normas técnicas como as da IDEAlliance, por exemplo) e a formação de mão-de-obra qualificada. Como disseram alguns dos articulistas convidados, por maior que seja a automação, ainda vai demorar bastante até que um algoritmo ou uma máquina substituam definitivamente a sensibilidade e a destreza humana. No entanto, ao ler e juntar as peças deste quebra-cabeça, três parágrafos emblemáticos (até certo ponto, sombrios) e muito verdadeiros advindo da Rotocrom me pareceu perfeito para fechar o assunto com chave de ouro: Roberto Brandi: Dessa forma, o caminho futuro da pré-impressão, enquanto existirem maquinas impressoras convencionais, será composto na verdade por uma inversão de valores. Sob um ponto de vista objetivo e simples, no passado a pré-im-

“No passado, a pré-impressão dependia quase que totalmente de know-how e pouca tecnologia. Atualmente e no futuro, a tecnologia se sobreporá ao know-how” pressão dependia quase que totalmente de know-how, com pouca tecnologia envolvida; atualmente e no futuro, a tecnologia cada vez mais irá se sobrepor ao know-how. Esta visão simplista é obviamente uma visão macroscópica, sendo a diretriz estratégica de cada empresa em particular, o que de fato determinará a forma com que ela pode ou não se diferenciar junto ao cliente. A pré-impressão, contudo, terá em um futuro longínquo e, quiçá, talvez um fim melancólico. Seu destino está vinculado às tecnologias de impressão. Não é difícil imaginar um mundo futuro onde a impressão digital será comum e amplamente difundida entre impressores de flexografia e rotogravura. Neste futuro hipotético, a pré-impressão perderá sua relevada influencia atual, tornando-se uma tecnologia de baixo custo e acesso comum. Resta-nos saber se ou quando as barreiras da física e, principalmente, os interesses econômicos, permitirão este avanço tecnológico na impressão. ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017 - 39


/// NOTÍCIAS DE MERCADO

FLEXOPOWER: A diferença está nos detalhes

C

onhecida há mais de duas décadas pela fabricação de máquinas impressoras flexográficas de excelência (atualmente, modelos gearless), a brasileira Flexopower é uma referência na integração de novas tecnologias e dos melhores sistemas de automação do mercado mundial de máquinas rotativas – o que resulta em impressoras flexográficas com um dos mais elevados índices de produtividade e precisão que se tem notícia atualmente, com velocidades até 500 m/min. Mais de 200 impressoras foram comercializadas desde a sua fundação.

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/// NOTÍCIAS DE MERCADO

Num processo de melhoria contínua, a empresa incorpora ideias e aperfeiçoamentos sugeridos por seus clientes a cada nova impressora instalada. Esta evolução em seus projetos completará, em 2018, 25 anos de história. A última versão da flexográfica Beta 8, carro-chefe da companhia, conta

com uma série de mudanças para tornar o equipamento ainda mais produtivo e econômico. Sob o slogan “A diferença está nos detalhes”, a Flexopower compartilhou conosco um material técnico que explica, de forma bastante simples e objetiva, as principais melhorias agregadas a esta nova versão, cujo design também foi modernizado:

Sistema Power Estrutura Com seus grupos impressores confeccionados em chapas de aço laminado e revestimento interno em aço inox, as impressoras Flexopower apresentam grande versatilidade ao atingir passos entre 400 mm e 1.100 mm. O tambor central, com diâmetro de 1.819 mm e com superfície metalizada em inox, possui grande precisão e é um dos maiores à disposição no mercado nacional. Mancais de impressão com duplo fuso de esfera e dupla guia linear garantem a máxima precisão e eficiência em todas as operações de ajuste. Isso é particularmente válido na impressão de chapados e grandes áreas de sólidos, pela alta rigidez e estabilidade do seu monobloco.

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/// NOTÍCIAS DE MERCADO

“Cada detalhe foi pensado para atribuir maior economia, produtividade e qualidade dos resultados aos clientes”

A Flexopower conta ainda com um sistema proprietário de ajuste de pressão progressiva, a fim de manter a qualidade de impressão ajustada, mesmo durante a aceleração ou desaceleração da impressora, com a possibilidade de ajuste estático ou dinâmico, permitindo ao cliente configurar um gradiente suave de pressão, o que diminui variações de tonalidade ao longo da tiragem – diferença significativa em relação a outras impressoras flexográficas do mercado.

juste de pressão do trabalho anterior,

Sistema Poweroffset

sidade de cada equipamento, ajuda a

Sistema exclusivo e revolucionário de registro de cores com ajuste de pressão dos clichês, que aproveita o pré-a-

reduzir sensivelmente os problemas de

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poupando valiosos metros de material para acerto e tempo de setup. O sistema de raspagem doctor blade possui regulagem especialmente desenvolvida para prolongar a vida útil do anilox e das lâminas raspadora e retentora. O controle remoto sem cabo (wireless) também favorece a mobilidade do operador durante a etapa de ajuste. A lubrificação centralizada e automática, programada conforme a neces-

manutenção e desgaste, maximizando a vida útil da impressora.


/// NOTÍCIAS DE MERCADO

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/// NOTÍCIAS DE MERCADO

Sistema Ecopower Controle de secagem entre cores com reaproveitamento de energia, proporcionando uma melhor eficiência de secagem para os mais diferentes tipos de impressão. Com proporcional de 30% a mais de eficiência e redução de energia entre 20% e 25%. A secagem final emprega o mesmo isolamento térmico com túnel basculante, para fácil acesso dos operadores. Um sistema de secagem eficiente nunca está completo sem o choque térmico pós-impressão. A Flexopower possui dupla calandra de resfriamento – o que evita decalques e estiramentos – para prover secagem perfeita mesmo em altas velocidades, mantendo o brilho e a estabilidade da banda até mesmo na impressão de filmes mais finos e delicados (uma tendência no mercado de embalagens flexíveis atualmente).

A Flexopower investiu muita tecnologia e esforço ao longo dos anos, para aperfeiçoar seu sistema automático de troca na entrada e saída. A solução reúne um conjunto elevador para carga e descarga da bobina (o que proporciona segurança e economia na operação), sistema a laser para alinhamento das bobinas, sistema de troca simultânea com controle da emenda e comando para desencostar o porta-clichê na passagem da emenda do filme. Há grande versatilidade do sistema de troca automática, permitindo ao operador emendar o material para troca por cima ou por baixo do tubete, processar emendas no filme próximas umas às outras e definir a troca pelo diâmetro do tubete ou metragem linear da bobina. Bobinas com diâmetro de até 1 metro e peso máximo de 1.000 kg podem ser troca-

O controle da temperatura é exercido por uma unidade resfriadora dedicada ao tambor central, motor principal e calandra – diferentemente das máquinas impressoras que possuem trocadores de calor, a unidade resfriadora dedicada da Flexopower provê grande eficiência de resfriamento e estabilidade do equipamento (evitando por exemplo, variações dimensionais no tambor central) e precisão no registro fino das cores. Um tempo crítico e muitas vezes desperdiçado nas impressoras flexográficas é o de troca das bobinas. 44 - ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017

das automaticamente sem perda de eficiência no processo de impressão. Pensando na segurança operacional, toda a parte elétrica é centralizada dentro de um container climatizado. Um no-break para desligamento automático dos computadores e movimentação dos motores CNC preserva os clichês de permanecerem numa posição crítica e pressionados, quando há queda abrupta de energia. O monitoramento de tensão de rede e surto de corrente também ajuda a tornar a impressora Flexopower um equipamento totalmente seguro para o cliente.

Sistema Powerclean Sistema de autolimpeza totalmente automático com viscosímetro acoplado. O consumo de limpeza padrão emprega


/// NOTÍCIAS DE MERCADO

de 5 a 7 litros de solvente por unidade de cor, um volume bastante inferior à maioria dos sistemas disponíveis no mercado. O tempo de limpeza, em média 8 minutos, é uma grande vantagem economica aos clientes.

Sistema Power Control Pump (PCP) Sistema que controla a pulsação da bomba de tinta, prolongado a sua vida útil e despesas ligadas à manutenção.

Suporte da máquina Além dos recursos para suporte remoto e de uma interface homem-máquina (IHM) de fácil acesso, operação (amigável) e com controle total

da impressora, a Flexopower sempre foi conhecida no mercado por um serviço de assistência técnica e pós-venda muito próximo aos clientes e de viés técnico, provendo treinamento e um serviço de suporte permanente aos seus usuários.

Com a palavra, o cliente

presas nacionais e estrangeiras com absoluta excelência e produtividade. “A Flexopower tem sido, há 19 anos, um parceiro estratégico da Plastimarau. Suas impressoras precisas, altamente produtivas e confiáveis, somadas a um serviço técnico de pós-venda inquestionável, tem nos permitido agregar valor aos nos-

A mais recente máquina impressora Flexopower foi adquirida pela empresa Plastimarau (Indústria de Plásticos Marau Ltda.), com sede em RS.

sos clientes habituais, com impressos

Com tradição de mais de 40 anos de flexografia, a Plastimarau conta com 3 impressoras flexográficas Flexopower em seu parque industrial, imprimindo embalagens flexíveis para grandes em-

com padrões de exigência elevados

flexográficos de alto nível. Também nos abriu muitas portas em novas contas, algumas delas multinacionais em relação à média do setor e, em boa parte das vezes, vencer a própria concorrência da rotogravura”, afirma Rudimar Luis Rodeghero.

ZETA 8 CORES – O INGRESSO ECONÔMICO AOS PEQUENOS E MÉDIOS LOTES DE IMPRESSÃO Outra novidade da Flexopower (que será oportunamente explorada na próxima edição da ProjetoPack em Revista) é o lançamento da nova impressora flexográfica Zeta 8 cores, disponível nas larguras de 700mm e 800mm.

Funcional e econômica, a Zeta 8 Cores traz consigo toda a tecnologia e tradição das máquinas gearless

Flexopower – uma solução entry level que completa plenamente o portfólio da companhia.

O equipamento vem de encontro com duas importantes tendências que vem pautando o nosso mercado flexográfico: a impressão de lotes cada vez menores, com qualidade e estabilidade de resultados. É um equipamento posicionado entre os mercados de banda estreita e larga – a chamada banda média, que atribui grande versatilidade comercial à convertedora, ao atender os donos das marcas em todas as suas necessidades de impressão. 45 - ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017


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STEELSERV SE TORNA DISTRIBUIDORA DA TESA® NO BRASIL em que não estejamos absolutamente seguros de serem as melhores opções aos nossos clientes. A tesa®, uma empresa que possui estrutura local e equipe comercial dedicada, entende que pode somar forças à Steelserv para avançar ainda mais velozmente à posição de liderança no país”, conclui Antonio Claret Veroneze, sócio-diretor da Steelserv.

H

á precisamente 19 anos, a Steelserv tem comercializado insumos flexográficos oriundos de grandes marcas líderes mundiais. Dentre estes insumos, lâminas raspadoras, fitas adesivas dupla face para flexografia e soluções para limpeza de cilindros e peças. Este ano, próxima de seus 20 anos de história, a Steelserv consolida uma nova parceria: passa a ser distribuidora no Brasil das fitas adesivas flexográficas Softprint® da companhia alemã tesa SE, pertencente ao grupo Beiersdorf. A tesa SE, uma empresa com mais de 4.100 funcionários, uma receita global de vendas em 2015 na ordem de 1 bilhão e 200 milhões de

euros possui sede em Curitiba/ PR, uma filial em São Paulo/SP e um centro de conversão em Manaus/AM, para o corte, rebobinamento e processamento logístico de fitas adesivas. “Estamos convictos de que o conhecimento técnico e de mercado da Steelserv, aliado à engenharia alemã e à estrutura financeira da tesa®, nos permitirá compor o portfólio de fitas adesivas adequado às necessidades dos nossos clientes”, afirma Sérgio Cividanes, sócio-diretor da Steelserv. “A Steelserv sempre teve uma gestão sólida e conservadora ao longo de sua história. Não trabalhamos com produtos ou marcas

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“Vejo com muito entusiasmo essa nova parceria”, diz o diretor da tesa Brasil Carlos Blanco Taracena. “Nosso objetivo é sempre atender o cliente com o que há de melhor e da maneira mais eficiente. Com essa parceria, a tesa® que já é uma empresa bem conceituada, chega ainda mais próximo do cliente e disponibiliza uma opção especializada de atendimento e com grande experiência de mercado. O mercado precisa de fornecedores comprometidos, de produtos de qualidade e parcerias sólidas, por isso estamos unindo as forças da tesa® e Steelserv”. A Steelserv acaba de finalizar, junto à equipe técnica da tesa®, uma revisão e adequação no portfólio de seus produtos e, em breve, deve anunciar oficialmente o seu novo catálogo de soluções em fitas adesivas dupla face para flexografia.


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/// NOTÍCIAS DE MERCADO

PROJETOPACK PARTICIPA NO SEMINÁRIO NPES DE EMBALAGEM IMPRESSA No dia 6 de abril de 2017, no Senai Barueri José Mindlin, a NPES e a ANConsulting realizaram o seminário “Embalagem Impressa: O futuro no mundo e no Brasil”, uma compilação das conclusões do estudo de mercado realizado pela própria NPES - PRIMIR. Com o título de “Visão Global e Tendências das Embalagens Impressas e Perspectivas de Mercado Brasileiro”, o evento contou com diversas palestras de especialistas no tema e com um painel de discussão moderado pelo Prof. Bruno Cialone (ABTG), com a participação de Miguel Trocolli (PTC/ABFLEXO), Eduardo Chede

(Art Print Rótulos) e Sdney Anversa (Congraf/ABIGRAF SP). A ProjetoPack, representada por seu diretor, Aislan Baer, participou do evento com a palestra “Como ajustar-se ao mercado e às novas exigências dos donos das marcas”.

O idealizador e realizador do evento, Sr. Hamilton Terni Costa, avaliou como positivo o evento: “Houve um grande e seleto público presente e as palestras foram sinérgicas e de alto nível, alinhadas e agregadoras ao tema central da pesquisa”, concluiu.

FUSÃO ENTRE BAUMGARTEN, RAKO E X-LABEL JÁ TEM NOME para ser totalmente implementada.

Os convertedores mundiais de etiquetas e rótulos Baumgarten, Rako e X-label formalizaram sua fusão, anunciada no ano passado, para formar o grupo global de embalagens All4Labels. A mudança de nome levará cerca de 12 meses

As três empresas registraram um faturamento de mais de 450 milhões de euros (478 milhões de dólares) em 2016, tornando o grupo imediatamente o terceiro maior convertedor de etiquetas e rótulos adesivos do mundo. A sede está em Witzhave, perto de Hamburgo, na Alemanha.

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O grupo continua sendo uma empresa proprietária, com Matthias Kurtz e Adrian Tippenhauer da Rako, Tim Fiedler e Jan Oberbeck da X-label e Fernando Gabel da Baumgarten como membros permanentes da diretoria executiva. O grupo All4Labels reúne extensa cobertura geográfica, com 26 fábricas em toda a América do Sul, Europa, Rússia e China atendendo mais de 2.000 clientes.


/// NOTÍCIAS DE MERCADO

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/// ARTIGO TÉCNICO

AS OPORTUNIDADES EXISTEM, VOCÊ SABE APROVEITÁ-LAS?

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/// ARTIGO TÉCNICO Cristiano Freitas Gerente de negócios para software da EFI para o Brasil cristiano.goncalvesdefreitas@efi.com

R

ecentemente, estive nos Estados Unidos e uma das coisas que mais me encantam na cultura norte-americana é a capacidade que os americanos têm de criar oportunidades. É possível constatar esta abundância em todos os lugares dentro do país. Quando vamos a um mercado, por exemplo, para comprar um suco de laranja ou qualquer outra coisa, encontramos uma ampla variedade de marcas e tantas diferentes opções de embalagens, sabores, misturas e preços, que nos sentimos gratos por tantas al-

ternativas, mas, ao mesmo tempo, confusos sem saber o que levar. Eu fico imaginando o pensamento e o comportamento de um empresário americano: “Como eu posso expandir a minha empresa e torná-la mais lucrativa?”. E, de repente, ele simplesmente cria novas oportunidades para o próprio negócio, seja ampliando a oferta de produtos, seja fazendo parcerias e associações ou consignações. Os norte-americanos dão um jeito de aumentar o portfólio de produtos e serviços para seus clientes, impulsionando novidades a cada dia.

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/// ARTIGO TÉCNICO

Nesse contexto, se pensarmos em um hotel, que tem como seu objetivo primário a oferta de acomodações para descanso, banho e alimentação. Hoje, em muitos lugares pelo mundo, esta função tornou-se irrelevante, diante da infinidade de atrações diferentes disponíveis nesses estabelecimentos para que sejam mais fascinantes e competitivos perante os concorrentes. Imagine que certo dia, um empresário do ramo hoteleiro, por conta da inflação ou de alguma crise financeira, começou a sofrer para pagar as grandes despesas de infraestrutura e conseguir entregar um atendimento qualificado para seus hóspedes. Com isto pensou: “Vou expandir

meus negócios”. Ele reformou o hotel, fez mais quartos para conquistar o público. Porém, veio a concorrência e seus novos cômodos começaram a ficar vazios. Para se diferenciar, fez uma piscina, mas um outro hotel fez um bar ao lado da piscina e um outro fez uma piscina enorme com cascata, um bar e todos os serviços de conveniência de um clube, até que, em pouco tempo, simples hotéis transformaram-se em “Hotéis Resorts”.

espaços totalmente remodelados para todos os tipos de eventos e públicos. Os hotéis de Las Vegas são excelentes exemplos e se transformaram nas maiores atrações em sua região. Vejamos as listas de possibilidades que quase todos os hotéis da cidade oferecem: • Acomodações para o descanso com todo conforto; • Atrações e lazer;

Outro empresário deve ter pensado: “Estou em uma região onde há grandes empresas e empresários que devem querer fazer eventos”. Então, ele criou salas para eventos e os concorrentes começaram a desenvolver

• Cassinos incríveis com muitas possibilidades de entretenimento; • Espaços gigantescos com ampla infraestrutura para realização de grandes eventos e elevada capacidade de público; • Teatros para a realização de espetáculos, como Cirque du Soleil e shows de artistas consagrados; • Campos de golfe com belas paisagens; • Bares e baladas para todos os gostos; • Parques temáticos com montanhas russas e outros brinquedos, sem sair da área do hotel! Há também a opção de empreendimentos temáticos, o Paris Las Vegas Hotel, com a Torre Eiffel; o The Venetian, que em seu projeto criou a simulação do rio que atravessa a cidade italiana de Veneza e até disponibiliza aos visitantes passeios em gôn-

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/// ARTIGO TÉCNICO

dolas; hotéis com pirâmides do Egito, entre outros. São tantas as atrações em um único lugar que uma semana é pouco para desfrutar tudo. Certa vez, estava lendo um livro sobre negócios e fiquei admirado com a história da rede Wallgreens. A empresa começou com uma simples loja de produtos farmacêuticos, na qual, além de remédios, também oferecia linhas de higiene e beleza. Um dia, decidiu ampliar os negócios, virou uma franquia e, pouco tempo depois, a empresa se transformou com capital aberto na Nasdac. Em seguida, um CEO expandiu a oferta de produtos dentro da Wallgreens e abriu lojas nas esquinas de ruas bem movimentadas.

Realmente, é um desafio entrar em uma destas lojas e sair sem comprar nada. Hoje, além de farmácia, a Wallgreens tem unidades que funcionam 24 horas por dia e oferecem produtos de higiene, souvenirs e uma quantidade abundante de itens de beleza. Temos diversos exemplos de como os empresários americanos tornaram suas empresas lucrativas, conseguiram ampliar e fizeram com que sejam necessárias para o seu público. Costumo pensar porque nós, na América Latina e no Brasil, não usamos esta mesma tática para crescer e expandir nossos negócios. As possibilidades são infinitas se tiver-

IONPURE ® I SH I Z U KA G A SS Co ., t . Advanced Glass Company Antimicrobiano Atóxico A base de Íons de Prata Baixa concentração Durabilidade mínima de 10 anos Disponível na linha Standard ou aprovado pelo FDA Total proteção bacteriológica em embalagens plásticas

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/// ARTIGO TÉCNICO

mos um pouco de imaginação e coragem de ir além do trivial. Sejamos francos, o nosso mercado gráfico é carente de opções inovadoras e está cheio de empresas esperando o cliente ligar para impulsionar a produção. Por que não criar suas próprias oportunidades até como uma opção para sair de crises financeiras? Tendo como exemplo os hotéis, por que uma gráfica de etiquetas e rótulos adesivos, além de expandir seus negócios para o conhecido Termo-encolhível e InMold Label, não passa a disponibilizar serviços para nichos fora do mercado de embalagens?

como sugestão, está a oferta de produtos personalizados e de baixa tiragem, com o advento das impressoras industriais digitais, para hotéis ou centros de exposições que promovem grandes eventos. É possível fazer projetos totalmente exclusivos, incluindo copos e garrafas customizadas com o nome da empresa patrocinadora ou de cada participante presente. Neste caso, até os crachás podem ser produzidos pelas gráficas de etiquetas. Há também diversas outras opções, como etiquetas automotivas ou packs diferenciados de termo-encolhível para comercializar diversos produtos em uma promoção especial.

Apenas para exemplificar e

Cartão e Papelão Ondulado No mercado de Papelão Ondulado é possível a oferta de produtos para embalagem de proteção e sinalização como displays de cinema, com lindas imagens de estreias de filmes ou mesmo displays para o comércio. Porém, na minha opinião, o grande diferencial é a pré mídia oferecida, que possibilita aos clientes deste mercado opções inovadoras, criativas e inteligentes. Outro dia, ganhei um fone de ouvido (destes grandes com noise cancelling), dentro de uma caixa que cobria outra caixa, em formato de gavetas, daquelas que você puxa para encontrar o produto dentro, (veja a foto). Pensei: “Uau! Que linda caixa, que qualidade de impressão, quantos itens impressos em um mesmo 54 - ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017


/// ARTIGO TÉCNICO

pacote para um único produto”. Fiquei tão impressionado com a embalagem quanto com o presente que ela carregava. Questiono se a empresa que produziu esta embalagem ficou esperando uma ligação do cliente e tentou fazer o menor preço para ganhar a concorrência ou se foi ao encontro do dono da marca, mostrou diversas opções (pré mídia) e juntos chegaram em uma belíssima solução com um valor agregado importante.

“Em momentos de crise, a criatividade e a qualidade sempre farão a diferença”

em uma embalagem protetora de madeira, com 2 garrafas da bebida e uma belíssima revista, contendo informações sobre o produto.

Livros e Revistas

A qualidade da revista é impecável e luxuosa, com verniz reservado, relevo e QR Code para conectar com aparelhos celulares. Um projeto de excelência e bom gosto.

Mesmo em momentos de crise, a criatividade e a qualidade sempre farão a diferença. Descobri que um amigo próximo se filiou a um “Clube de Vinhos”. Ele recebe um exemplar em sua casa, como o “Vinho do Mês”,

A minha principal mensagem é como podemos fazer mais com os produtos que temos e surpreender o mercado trazendo soluções inovadoras e com um bom valor agregado. Desejo sucesso e um excelente ano de 2017.

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/// ARTIGO TÉCNICO Debora Higino Sodré Paulista, 35 anos, Especialista em Embalagens, Pré Impressão e Impressão Gráfica. Formada em Tecnologia de Polímeros e Pós Graduada em Psicopedagogia. Ministrou por mais de 10 anos cursos no segmento gráfico nas escolas SENAI, trabalhou diretamente em convertedores de embalagens e atualmente integra o time de P&D da Vigor sendo responsável por Artes Gráficas debora.dhs@gmail.com

FIDELIZE O SEU END USER

E

m nossos dias, muito se fala sobre ser cliente fidelidade e obter vantagens de fornecedores e parceiros em diversos segmentos comerciais. Essas vantagens podem ser desde descontos em compras futuras como a possibilidade de acúmulos de pontos e trocas por outros serviços. Mas o que dizer do mercado gráfico, precisamente o de impressão gráfica? Como se dá a fidelização de usuários finais?

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/// ARTIGO TÉCNICO

As artes gráficas exigem não apenas um mero encanto com cores, substratos, tecnologias de impressão ou acabamentos avançados. Para ser uma arte, ela precisa manter o nível de qualidade do que se produziu como padrão na primeira produção e encantar a cada repetição. Infelizmente, como end user, o que tenho observado e exatamente o contrário disso. Perdemos um bom tempo em reuniões, desenvolvendo, testando cores (eu particularmente adoro teste de cor), liberando arquivos e aprovando as melhorias sugeridas de acordo com cada sistema de impressão. Daí eu pergunto: Para que serve isso? Não seria justamente para padronizar as cores, evitar surpresas durante o processo produtivo e fidelizar com qualidade o produto do seu usuário final? A resposta correta seria SIM, mas infelizmente, na realidade do dia a dia, a resposta é NÃO.

Prova de cor Depois de diversas reuniões, testes, textos e arquivos aprovados, chegou a hora da prova de cor. Ela pode ser digital num papel gloss ou semi gloss, pode ser digital tirada no próprio substrato ou impressa diretamente a partir da matriz que será feita a impressão final. O importante desta etapa é que chegamos a uma proximidade de até 95% do que será entregue após produzido. É nesta etapa que começa o nosso “vínculo”. O encanto começa aí! O grande problema é que muitos fornecedores não dão a devida atenção à esta etapa do processo e desconsideram os pequenos detalhes que são fundamentais para não haver atrasos de ambos os lados, lançamento e produção. O que analiso em uma prova de cor? Textos sobrepostos, ima-

gens bem impressas, sombras finas, limites da planta além dos códigos impressos. Mas o mais importante que pode realmente ganhar um sorriso nos lábios, um brilho no olhar e uma bela assinatura de aprovação são as cores. Ah as cores! Cromias bem encaixadas, sabe aquelas que saltam das mãos? São essas! Pantones cravados com a tabela e qualidade da impressão. O fornecedor deve trazer algo que o represente, algo que ele usaria em seus produtos e que encantará o nosso público alvo. A partir desta etapa, a produção está liberada para seguir adiante. Com acompanhamento ou não da produção, o próximo passo são as cartelas de padrões de cores, e é sobre as surpresas que nos reservam ao abrir cada uma dessas cartelas recebidas, que falaremos ao longo dessas edições. Um abraço e até a próxima!

Se você leu até aqui, permita-me dizer que ao longo deste ano escreverei sobre “defeitos de impressão” perceptíveis a olho nu e que incomodam um bocado inclusive o consumidor, porque ao se deparar com esse tipo de embalagem mal impressa pode deixar de comprar o produto e optar pelo seu concorrente. Se você for o dono de uma indústria gráfica, leia essas dicas atentamente de quem contrata e confia em seu trabalho. E se for um usuário final como eu, sente-se, identifique-se e vamos trocar algumas figurinhas sobre nossas experiências a partir do que eu tenho a lhe dizer a seguir. ProjetoPack em Revista - Ano X - Ed. 60 - Mar/Abr 2017 - 57


/// ARTIGO TÉCNICO

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14 e 15 de setembro de 2017 O MAIOR EVENTO DE FLEXOGRAFIA E CONVERSÃO DIGITAL DA AMÉRICA LATINA Centro de Convenções - Centro Universitário SENAC Santo Amaro Com excelente localização e de fácil acesso, o local conta com um auditório com poltronas confortáveis e acústica perfeita; infraestrutura completa, com cozinha e salas de apoio; ampla área de exposição; arquitetura moderna e funcional; todos os ambientes são climatizados e há um amplo estacionamento no local.

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