ProjetoPack em Revista Edição 67

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TECNOLOGIA, DESIGN, GESTÃO DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS, RÓTULOS E IMPRESSÃO

ESPECIAL NICHOS: STAND-UP POUCH Leia ainda: • Ink trap – conceito, importância e controle; • PLR e o propósito; • Notícias de mercado; • E muito mais!

Balanço da NPE 2018: A maior de todos os tempos - Pág. 54


A DIFERENÇA ESTA NOS DETALHES • Sistema para troca rápida de camisa porta clichê e camisa Anilox.

• Sistema a Laser para alinhamento das bobinas.

• Sistema “gearless” sem engrenagem com o motor montado no eixo do cilindro central.

• Sistema de troca simultânea automática com controle da emenda.

• CNC para posicionar o grupo impressor com motores de encoder absoluto. • Estrutura do grupo impressor em chapa de aço laminado e revestida com chapa de aço inox. • Mancais de impressão c/ duplo fuso de esfera e dupla guia linear.

• Dispositivos elétricos e eletrônicos montados em um container climatizado. • Unidade Central de água para controle da temperatura do tambor central, motor principal e das calandras. • Sistema de vídeo inspeção com auto registro.

• Ajuste de pressão progressiva.

• Sistema de autolimpeza totalmente automático com viscosímetro automático acoplado.

• “POWEROFFSET” – Registro de cores com ajuste de pressão nos clichês com a impressora parada.

• Carros para porta Doctor blade e deposito de coletores de tinta, transporte de balde tinta e transporte de camisa porta clichê e Anilox.

• Doctor blade com sistema exclusivo de regulagem e revestimento antiaderente.

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Mesa de prova.

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/// SUMĂ RIO

ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 67 - Mai/Jun 2018 - 3


/// EDITORIAL

Aislan Baer Editor Chefe Sócio-diretor da ProjetoPack & Associados e editor da ProjetoPack em Revista. Atua há mais de 15 anos na área de embalagens flexíveis, rótulos e impressão, ministrando cursos, palestras e consultoria por todo o hemisfério sul. Mestre em gestão estratégica e economia empresarial pela USP, é diretor técnico adjunto da ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica) e especialista na implantação de normas flexográficas pela FTA - Associação Americana de Flexografia.

Anúncie na ProjetoPack em Revista A ProjetoPack em Revista é uma publicação especializada no mercado de conversão e impressão de embalagens flexíveis, etiquetas e rótulos, a mais respeitável revista técnica do segmento no país. Acesse o código QR e solicite nosso Mídia Kit!

Nesta terceira edição da ProjetoPack em Revista de 2018 (a segunda sobre um nicho específico de Mercado), trazemos a você, estimado leitor, um panorama geral sobre o verdadeiro “ovo de Colombo” da indústria de embalagens flexíveis mundial: o Stand-Up Pouch. Creio que conseguimos produzir um razoável apanhado técnico deste segmento: as características principais do produto, suas diversas aplicações, a infraestrutura necessária para a sua produção e comercialização, vetores de crescimento e assim por diante. Tivemos, inclusive, três excelentes conversas que nos ajudaram a compreender a situação atual e a eventual dinâmica futura deste setor em franca expansão: Alan Baumgarten, CEO da Gualapack no Brasil (Tradbor), André Luiz Moriz, diretor da Izes e co-fundador da Flexpack e Auro Ninelli, diretor da Fugini e responsável direto pela primeira adoção em larga escala do SUP (do tipo FFS) no país, em parceria com a ITAP Embalagens, hoje uma subsidiária da norte-americana Bemis. Se houvesse mais tempo, gostaríamos de ter entrevistado mais empresas importantes deste setor – donos de marcas, fornecedores de insumos, co-packers e convertedores. Infelizmente, o tempo urge e já estamos produzindo a próxima edição. Todavia, se o leitor entende que ficou faltando alguma peça importante neste quebra-cabeça, salientamos que seria uma lisonja receber sua opinião, crítica, sugestão ou contribuição técnica de qualquer natureza no e-mail revista@projetopack.com, que será lida e oportunamente incluída como complemento do artigo, na próxima edição impressa, digital ou no blog da nossa página institucional. Continuamos nossa empreitada também de explanar os principais atributos que se deveria medir em um impresso. Na edição passada, falamos de cor. Na presente edição, cobrimos o ink trap – um elemento pouco compreendido, quase nunca mensurado, mas que afeta sobremaneira a qualidade de qualquer impresso, especialmente os obtidos em processos de impressão “wet on wet”, onde há sobreposição de películas filmogênicas de tintas parcialmente úmidas. Recebemos ainda um breve artigo com a visão de um filósofo-eticista, sobre como distribuir o resultado de uma forma justa – e o quão distante está a visão das empresas e seus programas PLR deste conceito – alimentando muitas vezes algo que, em algum momento, não se sustenta.

+55 11 3258-7134 revista@projetopack.com

Ainda este ano, o leitor pode esperar projetos inovadores, artigos técnicos minuciosos, coberturas de eventos e muito mais. Não há falta de combustível que possa restringir a mente e o espírito livres. Tenham todos uma leitura proveitosa e enriquecedora!

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/// SUMÁRIO

EXPEDIENTE Editor Aislan Baer Diretor de conteúdo Prof.° Lorenzo Baer Gerente de marketing Douglas T. Pereira

08 /// CAPA

36 /// ARTIGO TÉCNICO

08-35 ESPECIAL NICHOS: STAND-UP POUCH Nossa história como espécie mudou radicalmente quando um de nossos ancestrais, há mais de 4 milhões de anos, resolveu ficar de pé e caminhar ereto equilibrando-se nas patas traseiras. O bipedalismo nos permitiu levantar a cabeça, enxergar horizontes mais amplos e nos mover em sua direção, de forma rápida e precisa.

36-49 INK TRAP – CONCEITO, IMPORTÂNCIA E CONTROLE O fenômeno de trapping, do inglês “armadilha”, mas que pode ser melhor traduzido “como aceitação de tinta” ocorre na impressão multicolorida quando as tintas são sobreimpressas. Assim, menos tinta é transferida para uma camada já existente de tinta do que em um substrato sem impressão.

50-53 PLR E O PROPÓSITO Costumo dizer que ninguém gosta de acordar às 07h00 da manhã, se dirigir ao trabalho, para enriquecer o dono da empresa. As pessoas fazem isso por obrigação e não por opção. Geralmente, quando aprendem mais sobre isso, deixam a empresa que estão e seguem em busca dos seus sonhos.

53

BEMIS ENCERRA OPERAÇÃO DE CARTUCHOS A Bemis Brasil anunciou o encerramento da sua operação de cartuchos a partir do dia 15 de junho. A unidade da empresa em Guarulhos, na via Dutra, produz exclusivamente embalagens de papel cartão para detergentes em pó e tem apenas um cliente – a Unilever.

54-55 BALANÇO DA NPE 2018: A MAIOR DE TODOS OS TEMPOS Os organizadores do evento relatam que a NPE 2018 foi a maior edição da sua história, com 2180 expositores dispostos ao longo de mais de 1,2 milhões de metros quadrados de pavilhão.

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MPS FOI ADQUIRIDA PELA ABN AMRO PARTICIPAÇÕES AABN AMRO Participaties (AAP) chegou enfim a um acordo para a aquisição da MPS Group B.V., holding controladora da indústria holandesa de máquinas impressoras de banda media e estreita, a MPS Systems BV, atualmente na posse da Braver Investments, Ost NL e os fundadores da MPS.

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Gerentes de contas Caio Demare Deise Moraes Roberto Lemes Marcelo Santos Projeto Gráfico e gestão de mídias sociais Agência Convertty Revisão dos textos Ricardo Teodoro Alves Comitê editorial Andrê Gazineu André Kenji Prof.° Antônio Cabral Prof.° Bruno Cialone Débora Higino Sodré Eudes Scarpeta Francisco dos Santos Joaquim Morais Liliana Rubio Prof.° Lincoln Seragini Marco Marcelino Nestor Pires Filho Rafael Melo Pedreira Wagner Delarovera Wilson Paduan Wilson Ramos Júnior Contratos de publicidade e assinaturas Para assinar ou adquirir edições anteriores e para participar como patrocinador da publicação, contate-nos: E-mail: revista@projetopack.com Fone: (11) 3258-7134 Não é permitida a reprodução total ou parcial de textos ou matérias publicadas sem a prévia autorização da ProjetoPack em Revista. Para análise e autorização da reprodução, contatar a publicação por e-mail em atendimento@ projetopack.com. Todos os artigos são assinados por seus autores e não refletem necessariamente a opinião desta revista.


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/// ARTIGO DE CAPA

ESPECIAL NICHOS

STAND-UP POUCH

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/// ARTIGO DE CAPA Aislan Baer Editor Chefe Sócio-diretor da ProjetoPack & Associados e editor da ProjetoPack em Revista. Atua há mais de 15 anos na área de embalagens flexíveis, rótulos e impressão, ministrando cursos, palestras e consultoria por todo o hemisfério sul. Mestre em gestão estratégica e economia empresarial pela USP, é diretor técnico adjunto da ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica) e especialista na implantação de normas flexográficas pela FTA - Associação Americana de Flexografia.

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/// ARTIGO DE CAPA

DE MITO A REALIDADE “Ao manter-se ereta ao lado das garrafas de vidro, latas e caixas, a solução flexível despertou pela primeira vez nos donos das marcas, a consciência de que esta solução poderia substitui-las.”

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/// ARTIGO DE CAPA

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ossa história como espécie mudou radicalmente quando um de nossos ancestrais, há mais de 4 milhões de anos, resolveu ficar de pé e caminhar ereto equilibrando-se nas patas traseiras. O bipedalismo nos permitiu levantar a cabeça, enxergar horizontes mais amplos e nos mover em sua direção, de forma rápida e precisa.

De forma similar, a história das embalagens flexíveis deu uma guinada importante, no momento em que ficaram em pé, autossustentadas, nas prateleiras do ponto-de-venda. Ao manter-se ereta ao lado das garrafas de vidro, latas e caixas, despertou pela primeira vez nos donos das marcas, a consciência de que esta solução poderia vir a substituir, de fato, soluções de embalagem rígidas, com apelo promocional equivalente e uma série de novos diferenciais ainda não compreendidos plenamente à época. Em suma, assim como nós, as embalagens flexíveis, agora de “cabeça erguida”, puderam vislumbrar novos e promissores horizontes. Este passo simbólico, rumo ao futuro das embalagens flexíveis, foi dado no ano de 1.968, pelo francês Louis Doyen, enquanto presidia uma indústria fabricante de máquinas – a Thimmonier. Sua patente (US Patent 3,380,646) descrevia um sistema de embalagem flexível com duas películas plásticas soldadas nas laterais e dobradas no formato “W” na base, fechada tubularmente no topo e ao fundo em formato “U”; ao ser preenchida, a embalagem ganharia corpo e se abriria, provendo sustentação para permanecer em pé sozinha. O potencial da embalagem ­DoyPack™ era enorme, mas não decolou inicialmente em função do seu custo inicial relativamente alto e escassez de fabricantes de máquinas para a formatação e envase do SUP.

A solução flexível ­inovadora, o “pouch que para em pé” – o ­Stand-Up Pouch (ou simplesmente, SUP) é apelidado genérica e erroneamente até os dias atuais de DoyPack, por conta da patente original de Louis Doyen. Ainda no fim dos anos 60, os stand-up pouches foram timidamente sendo adotados nos Estados Unidos para o envase de doces e guloseimas, enquanto na Europa, eram utilizados majoritariamente no envase de azeitonas em conserva e outras aplicações consideradas sofisticadas. Em meados dos anos 70, todavia, uma empresa de bebidas alemã – a Rudolf Wild & Co. – foi a primeira fabricante do mundo a distribuir sua bebida aromatizada em “um pouch especial, com estrutura de selagem, formatação e corpo suficiente para ficar de pé no ponto-de-venda”, de acordo com o livro “Entendendo a tecnologia das embalagens plásticas”, de Susan

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/// ARTIGO DE CAPA

“No Brasil, o SUP foi considerado um mito por algum tempo, em virtude do atraso tecnológico, complexidade e custos elevados em se oferecer uma solução integrada.” E. M. Selke (Understanting Plastics Packaging Technology). Este caso de sucesso inaugurou o SUP como solução adequada também ao envase de bebidas estáveis em prateleira (shelf-stable). No curso da década de 90, um movimento pró-sustentabilidade tomou conta dos EUA e Europa e proliferou-se, dentre outras searas da economia, no setor de embalagens plásticas. Isso foi suficiente para catapultar finalmente o SUP – afinal, o emprego de materiais e a relação embalagem x produto era mínima, quando comparada a outras opções em embalagens rí-

gidas, semi-rígidas ou mesmo as flexíveis. A mídia e especialistas do assunto nos EUA passaram a considerar este produto uma opção importante e, com o aumento gradual da produção de SUP, os custos de fabricação diminuíram e corroboraram para tornar o SUP algo comercialmente viável no exterior. Fabricantes alemães de detergentes começaram a trocar suas garrafas plásticas por SUP’s pouco tempo depois, impelindo as grandes marcas de produtos para cuidados com o lar, a fazerem o mesmo. No meio deste turbilhão de novidades, a Thimmonier lançou sua primeira máquina para formar stand-up pouches a partir de uma bobina. Outros fabricantes aperfeiçoaram (ou copiaram) a ideia, lançando novas máquinas quase que imediatamente. No Japão, o SUP já reinava desde o fim dos anos 70, comercializado pela convertedora Fujimori Kogyo, licenciada em 1966 para a produção do ­DoyPack™ da Thimmonier. Concomitantemente ao aprimoramento das estruturas e equipamentos para formatação dos SUP’s, novos sistemas de abertura, refechamento e dispensamento dos produtos eram lançados (bicos, zíperes, válvulas, tampas, canudos etc.), atribuindo uma versatilidade cada vez maior à solução. No Brasil, o SUP foi considerado um mito por algum tempo, em

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/// ARTIGO DE CAPA

“Em seis anos, após a adoção do SUP, a Fugini Alimentos multiplicou sua receita de vendas em 30 vezes.”

função do atraso tecnológico e da complexidade e custos impeditivos de se oferecer uma solução integrada ao dono da marca – desde à embalagem, até a formatação e envase do produto. Entre os anos 80 e 90, a ITAP Embalagens (incorporada, décadas mais tarde, pela norte-americana Bemis, juntamente com a Dixie Toga), do “lendário” empresário Jacques Siekierski – a quem poderíamos atribuir incontáveis inovações e tecnologias de embalagem trazidas do exterior ou desenvolvidas por aqui – iniciou a produção de SUP’s, com a importação de uma máquina FFS modelo Emzo, da fabricante argentina Martinez y Taboada. Alguns projetos foram executados, mas o mercado ainda permaneceu dormente por quase uma década. É muito difícil julgar quais eventos históricos foram re-

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levantes o suficiente para mudar o rumo dos acontecimentos e projetar o SUP no Brasil, mas alguns poucos são indubitavelmente, marcos importantíssimos. Outro fato digno de nota é o de que o SUP teve que esperar, em muitas das suas aplicações, o aperfeiçoamento da tecnologia de coextrusão em 5 e 7 camadas, para que as estruturas de embalagem pudessem, de fato, responder à alta criticidade que exige o produto e o referido processo. A Fugini Alimentos pode ser considerada a grande precursora na mudança dos rígidos para os flexíveis que param em pé, lançando toda uma linha de produtos acondicionados em embalagens SUP do tipo FFS, com apelo 30% mais barato que as demais marcas, comercializadas em soluções rígidas como vidros e latas. Em seis anos, a Fugini cresceu sua receita de vendas em 30 vezes, impelindo concorrentes à migração para os SUP’s e reorientando o mercado nacional de conservas e atomatados. Tivemos o privilégio de ouvir, do idealizador e responsável pelo projeto, o Sr. Auro Ninelli, sócio-proprietário da Fugini, como se deu este movimento:


/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

“Trabalhamos durante alguns meses desenvolvendo a estrutura ideal para a máquina.”

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ntes de mais nada, é uma satisfação muito grande relembrar estas histórias! Tudo começou nos anos 90, quando iniciei o projeto Predilecta. Começamos a empresa fabricando goiabada e para ter um produto com cara de artesanal e que pudesse ser visto, precisávamos de um filme transparente e uma embalagem hermética que substituísse o celofane artesanal e mantivesse a qualidade desejada, com custo mais competitivo que a lata tradicional utilizada na época. Desenvolvi um equipamento para produção da goiabada em embalagem Flow Pack que logo tomou conta do mercado e deu à Predilecta a liderança e a energia que aquela empresa precisava, para se tornar uma das grandes empresas de alimentos do mercado. Em 2002, deixei a empresa e iniciei, juntamente com os proprietários da Industria Alimentícia Fugita, um novo projeto: a Fugini Alimentos.

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Iniciamos trabalhando com a linha de doces e sobremesas, que licenciamos junto à Unilever com a marca Cica e seguimos até 2005 com esse modelo. A partir do final de 2003, percebi que precisávamos de um novo caminho, pois a marca Cica crescia novamente no mercado, mas não era nossa. Decidi, portanto, buscar algo novo e diferenciado, exatamente como aquela embalagem Flow pack que tinha alavancado minha operação no projeto anterior. Eu precisava de novidade. Passei a estudar e reestudar várias alternativas que eu tinha encontrado durante as muitas viagens que fazia, quando me recordei do stand-up pouch (ou doy pack), que já vinha fazendo sucesso em alguns países com outros produtos, principalmente sucos prontos. Resolvi que talvez essa seria a grande oportunidade. Sempre tivemos um bom relacionamento e suporte da empresa de embalagens ITAP, hoje Bemis Latinoamerica, para o desenvolvimento de embalagens diferenciadas a partir de filmes flexíveis coextrudados. Também com a GD, empresa que representava a Volpack espanhola no Brasil – busquei uma máquina usada para iniciar os primeiros testes industriais. Trabalhamos durante alguns meses desenvolvendo o filme ideal para a máquina e realizando inúmeras adaptações, uma vez que o equipamento era uma antiga máquina de suco em stand-up pouch, que havia


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/// ARTIGO DE CAPA

sido vendida para os EUA e depois trazida ao Brasil.

“O SUP, além de prático e moderno, tem um custo atraente quando comparado a outras embalagens.”

Tr a b a l h a m o s duro. Descobri que uma ­outra empresa estava tentando desenvolver essa embalagem aqui no Brasil e colocá-la no mercado antes que nós, porém logo desistiram, uma vez que as barreiras impostas pelos filmes impróprios e as dificuldades de se trabalhar com o molho de tomate quente, ácido, soltando vapor e respingos que atrapalhavam a soldagem não foi transposta. Nós, ao contrário, seguimos firmes e em setembro de 2003, levei o produto ao mercado. Nosso primeiro cliente de peso foi o Supermercado BOA, em Jundiaí. Fizemos ali uma enorme ilha em uma sexta-feira e, no sábado, eles estavam ligando pedindo mais produtos. Nosso grande momento foi a feira APAS de 2004, quando o produto foi lançado no mercado nacional. Conseguimos fazer da Fugini a maior marca de molho de tomate do Brasil, assim como eu havia feito com a goiabada, em meu projeto anterior. O mercado se transformou rapidamente, pois logo todos nos acompanharam neste movimen-

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to. A empresa espanhola Mespack capturou esse momento e se transformou em uma grande parceira da Fugini e, posteriormente, das outras empresas brasileiras que aos poucos foram se rendendo ao stand-up pouch – que eu denominei “sachê”, para que os consumidores pudessem pedir e pronunciar, pois acreditava que eles teriam dificuldades em pedir “molho de tomate em stand-up pouch”. Aos poucos, a Fugini passou a oferecer alternativas inovadoras ao mercado, como os pratos prontos em bandejas termoformadas, com material alta barreira e que não precisam de refrigeração e nem conservantes. Desenvolvemos também os molhos a base de leite e manteiga, esterilizados em autoclaves, que posteriormente deram origem aos vegetais em SUP. Neste caso, fomos a primeira empresa em nível mundial a fazer o milho em conserva no stand-up pouch FFS. Ganhamos vários prêmios, inclusive da própria Bemis, Du Pont e tantos outros. Recentemente trouxemos em primeira mão para o mercado a linha “Biquinho”, que são SUP’s com bicos dosadores, que estão fazendo muito sucesso. Qual o segredo? O SUP, além de prático e moderno, tem um custo atraente quando comparado a outras embalagens e já caiu na graça dos consumidores!


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/// ARTIGO DE CAPA

“O mercado de SUP tem um crescimento global projetado em 7% ao ano, até 2022.”

O mercado nacional de SUP’s não teria avançado – é importante que se diga – sem o esforço incansável de empresas como Tradbor, Flexpack, Rangel, Embalpac e Izes – em possibilitar que pequenas indústrias pudessem embalar / envasar seus produtos em SUP’s pré-formados bem impressos e acabados ou, ainda, a viabilizar aos grandes convertedores de rotogravura e flexografia a ofertar, à sua base de clientes esta solução, mediante a prestação de serviços de acabamento. Também não teria evoluído sem que fabricantes nacionais como a Hece e Maquiplas desenvolvessem maquinário SUP por aqui. Muitas revistas especializadas em embalagens (incluindo a ­ ProjetoPack em Revista, EmbalagemMarca, Package Print ­Worldwide etc.) noticiaram nos últimos anos, a migração de muitas linhas de produto tradicionalmente embalados em caixas, latas

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e embalagens longa-vida, para as soluções SUP. A consultoria de pesquisa de mercado norte-americana Markets And Markets relatou em seu estudo mais recente sobre o crescimento do segmento SUP em todo o mundo, uma taxa de expansão projetada em 7.2% ao ano, estimando vendas de aproximadamente USD 52 bilhões anuais até 2022. Em 2017, vendeu-se algo próximo de USD 37 bilhões. No Brasil, a ABIEF – Associação Brasileira das Indústrias de Embalagens Flexíveis – divulgou, em meados de 2014, a cifra de 19.593 toneladas ano (1.6 mil toneladas mensais) de SUP’s, e uma taxa de expansão de 6.1% ao ano para o período compreendido de 2011 a 2014. Estes números são provenientes de relatórios de mercado da consultoria MaxiQuim.


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/// ARTIGO DE CAPA

Algumas vantagens do SUP As inúmeras possibilidades de agregação de valor ao SUP por intermédio de sistemas de fechamento fácil, dispositivos ou sistemas para voltar a fechar, dispensamento do produto e inserção de elementos tais como canudo ou talher ajudam a criar soluções diferenciadas aos consumidores, valorizam o produto e o aspecto promocional e alinham-se às tendências gerais do mercado de embalagens, em especial a comodidade, ergonomia e “premiunização” do design de embalagem. A bem da verdade, embalagens SUP também são importantes ferramentas mercadológicas e de precificação premium, principalmente na área de alimentos. É muito comum averiguar o mesmo produto envasado em vidro e SUP que, traduzido para a mesma unidade de peso (o vidro usualmente comporta um peso maior) eleva o preço de venda ao consumidor em até 20%. No início do artigo, dissemos que a adoção do SUP foi suplantada por uma necessidade crescente de produzir mais, com menos – embalagens mais sustentáveis, por assim dizer. Ora, podemos então concluir que soluções SUP conseguem reunir um emprego mais racional de matéria-prima na embalagem e elevar as receitas dos usuários, conferindo um apelo promocional diferenciado no ambiente de compra. Isso é o que podemos chamar de um belo gol da indústria de embalagens flexíveis, afinal!

Mas não basta só ter uma solução com uso mais racional das matérias-primas. É preciso usar as matérias-primas corretas. Em geral, o SUP é uma estrutura laminada de duas películas, sendo uma película termoplástica com função de selagem e “corpo” – geralmente um filme de polietileno de certa espessura – e a outra, um filme mais estável para impressão, um BOPP ou Poliéster, por exemplo. Tudo isso dificulta bastante o processo de reciclagem. Por este motivo, desde meados de 2010, fabricantes de filmes e resinas iniciaram projetos para desenvolver soluções SUP monocamada ou mono material. A gigante americana Dow (agora Dow Dupont), por exemplo, têm investido muito no desenvolvimento de uma estrutura SUP 100% a base de polietileno, tendo introduzido o conceito no Brasil durante a décima primeira edição da Brasilplast, em 2011. Além das vantagens inerentes ao meio-ambiente, o SUP 100% PE possui boas propriedades de solda e resistência mecânica

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/// ARTIGO DE CAPA

elevada.

“Novas estruturas para SUP virão, cada vez mais alinhadas a um conceito eco sustentável.”

A Vitopel também chegou a lançar uma solução SUP monocamada a base de Polipropileno – o MonoSup, trazendo as excelentes propriedades ópticas do BOPP e a reciclabilidade de uma estrutura monocamada ao usuário final. Este projeto foi encerrado.

linha dos SUP’s de papel com revestimentos termosselantes isentos de plástico em sua formulação – o que possibilita não só a reciclagem, mas a compostagem também. É o caso do Earthpouch, desenvolvido pela convertedora do Reino Unido Sirane.

A norte-americana Charter NEX lançou recentemente um filme barreira coextrudado que entrega conjuntamente barreira à umidade e oxigênio, para uso em SUP’s. O produto atende as exigências do programa How2Recycle® e está apto em acondicionar desde snacks até alimentos congelados.

Acreditamos que estas inovações e outras que estão por vir, alinhadas a um conceito eco sustentável (a adoção de materiais provenientes de fontes renováveis, compostáveis e degradáveis, o emprego de mono materiais ou ambos) impulsionarão o SUP ainda mais, especialmente nas categorias de refis cosméticos, nutracêuticos, foodservice e para alimentos.

Há ainda soluções que vão na

Há basicamente duas grandes

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/// ARTIGO DE CAPA

A Siegwerk uma das maiores fornecedoras internacionais de tintas de impressão para aplicações e rótulos de embalagens, assinou um contrato de compra da Tupahue Tintas. Localizada em Diadema, São Paulo, a Tupahue Tintas é uma das empresas líder no mercado brasileiro de tintas e vernizes de flexografia e rotogravura. Com essa aquisição, a Siegwerk amplia sua presença na região latino-americana e fortalece sua capacidade de atender às demandas específicas do mercado local. Desde sua fundação, em 1989, a Tupahue Tintas tem oferecido produtos especialmente concebidos para atender às necessidades do mercado de embalagens local. "Com a aquisição da Tupahue Tintas, a família Siegwerk ganha mais uma fornecedora de tintas bem estabelecida, com produtos de alta qualidade para aplicações de embalagem", declarou Christian de Almeida, Diretor Geral da Siegwerk Brasil. "É possível ver uma crescente demanda por aplicações personalizadas e embalagens de alta qualidade. A combinação de nosso know-how e tecnologia com os da Tupahue, agregará muito valor à nossa oferta no mercado." O portfólio da Tupahue Tintas abrange tintas e vernizes de flexografia e rotogravura que são ideais para uma ampla gama de substratos, como LDPE, HDPE, BOPP, PP, poliolefina, poliéster, alumínio, filmes metalizados e outros. A oferta de aquisição feita pela Siegwerk inclui a transferência de todo o conhecimento técnico e portfólio de produtos, bem como dos equipamentos de fabricação pertencentes à sede da Tupahue, em Diadema. As duas empresas trabalharão em estreita colaboração para garantir uma integração harmoniosa dos negócios, sem causar nenhuma interferência aos atuais clientes de ambas as empresas. "Investir em mercados emergentes como América Latina ou Ásia é um pilar fundamental da nossa estratégia de crescimento", explica Herbert Forker, CEO da Siegwerk. "Aproximar-se dos clientes e oferecer soluções e serviços com a mesma alta qualidade em todo o mundo são alguns dos nossos objetivos estratégicos. Vamos continuar investindo principalmente em recursos que deem suporte a todos os diferentes segmentos do mercado de embalagens." Para o futuro, a Siegwerk continuará investindo em infraestruturas e no desenvolvimento local de competências. O foco é fortalecer suas posições no mercado local, para então expandir suas ofertas nos mercados de embalagens de todo o mundo. Combinando a tinta de melhor qualidade do setor, produtos com segurança apropriada, suporte e direcionamento contínuo, a Siegwerk está fazendo todos os esforços para dar suporte aos clientes em todo o mundo e, assim, atender às futuras tendências e às necessidades individuais, sempre com soluções de ponta. As partes concordaram em não divulgar nenhum detalhe financeiro relacionados à aquisição. Sobre a Siegwerk Siegwerk Siegwerk, empresa há seis gerações na mesma família, é uma das maiores fabricantes internacionais de tintas de impressão e soluções individuais para embalagens, rótulos e catálogos. Há mais de 180 anos no ramo, a empresa tem sólida experiência e conhece bem os vários procedimentos de impressão. Com sua network global de fabricação e serviços, garante aos clientes produtos e serviços de alta qualidade. Seguindo a filosofia da empresa, "Ink, Heart & Soul", a Siegwerk busca uma cooperação em longo prazo com seus parceiros de negócios. Sediada em Siegburg, perto de Colônia, a Siegwerk emprega cerca mund Para obter mais informações sobre a Siegwerk, visite www.siegwerk.com de 5.000 pessoas em mais de 30 países em todo o mundo.

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/// ARTIGO DE CAPA

STAND-UP POUCH PRÉ-FORMATADO OU FFS?

26 - ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 67 - Mai/Jun 2018


/// ARTIGO DE CAPA

linhas de negócio em sistemas SUP. O chamado SUP pré-formatado ou FS (Fill and Seal), adquirido pelo usuário final já em unidades (os convertedores mais bem estruturados possuem ativos para a formatação dos pouches ou adquirirem o serviço de terceiros) e o chamado FFS (Form, Fill and Seal), entregue em bobina ao cliente e cuja formatação ocorre no envase do produto. O modelo pré-formatado é interessante pela flexibilidade, principalmente na troca de formatos e o baixo índice de perdas durante o envase. No entanto, os custos desta solução são consideravelmente maiores e a produtividade do envase, bastante baixa quando comparada ao FFS. A qualidade da formatação também é visivelmente superior no modelo pré-formatado – muito embora haja tecnologia suficiente nas linhas FFS mais modernas, para um SUP de alto nível de apresentação. Existem fabricantes de máquina notoriamente reconhecidos como autoridade em sistemas SUP, dentre eles a japonesa Totani Corporation e a americana Karville. Outros players importantes são as espanhola Mespack e Bossar e a italiana AcmaVolpack, do grupo Coesia. A anatomia de uma máquina SUP é bastante flexível e customizável. Seu esquema construtivo e modular permite a adição de aplicadores de válvulas especiais e formatos diferenciados como o estilo Doyen, fundo “K” e fundo

arredondado.

cia técnica pós-venda.

Estes equipamentos também são produzidos ou comercializados via importação ao Brasil, por indústrias como Maqplas, Hece, Kawamac, Lanin, Masipack, Tecnomaq e Embramaqe. Há uma grande oferta de linhas de envase SUP na Ásia, em especial na China e em Taiwan, porém é preciso buscar agentes experientes e especializados em máquinas para embalagem, para assegurar as características do equipamento, especificações e serviços de reposição ou assistên-

No último fórum global de SUP’s, um dos temas mais comentados foi a comparação entre SUP’s pré-formatados e a solução FFS. Em uma das palestras, proferida por um grande convertedor norte-americano especialista no produto, foi apresentada uma tabela resumida das diferenças entre as duas tecnologias. Isso foi no ano passado e de lá para cá, a opinião geral do mercado é basicamente a mesma:

Aspecto considerado

Fill & Seal

Form, Fill & Seal

Investimento inicial

$$

$$$$

Custo do material

$$$$

$$

Eficiência da máquina

««««

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Troca rápida

««««

««

Velocidade

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««««

“Retortabilidade”

««««

««

Vazamentos

««««

««

Versatilidade para spouts

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««««

Qualidade do pouch

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««

ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 67 - Mai/Jun 2018- 27


/// ARTIGO DE CAPA

Para onde os líderes estão olhando? Os grandes produtores de SUP’s no mundo são, não por mera coincidência, os maiores convertedores de estruturas laminadas do setor de embalagens flexíveis, tais como Amcor, Bemis e Coveris (Transcontinental). No entanto, este nicho de mercado ainda requer um nível de especialização muito fora do padrão. Por este motivo, existem empresas relativamente pequenas quando comparadas às gigantes supra citadas, mas ainda assim, líderes mundiais na produção de SUP’s.

“A maior parte da batalha diária no SUP reside no desenvolvimento de novos sistemas de abertura, dispensamento e refechamento.”

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Um bom exemplo é o grupo de origem italiana Gualapack, que afirma ser líder mundial na produção de SUP’s “spouted” (com válvulas e bicos) pré-formatados para alimentos e não-alimentos. Atender com excelência este mercado é reunir uma série de capabilidade estratégicas, que vão desde a produção de embalagens com estruturas muitas vezes sofisticadas, produção ou gestão da cadeia fornecedora de dispositivos de fechamento e dispensamento do produto, máquinas de formatação e envasadoras nos clientes.


/// ARTIGO DE CAPA

Esta integração permite o desenvolvimento de soluções inovadoras como o PepUp®, um SUP pré-formatado, para manuseio e consumo com uma única mão e em trânsito, de abertura e refechamento fácil – patenteado pela Gualapack. É muito interessante observar que boa parte da batalha diária entre os grandes competidores do mundo SUP está no desenvolvimento de novos sistemas de abertura, dispensamento e refechamento, focados em reduzir o desperdício, aumentar a precisão na dosagem, evitar contaminação e acúmulo do produto no bico dosador, principalmente no caso de alimentos e bebidas extremamente viscosos como o catchup e “papinha de nenê”.

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- Ed. 67 - Mai/Jun 2018- 29 Flexografia · Offset · Rotogravura · Laminação · Corte ProjetoPack em Revista - Ano XI comexi.com · comexictec.com


/// ARTIGO DE CAPA

“A aproximação inicial com a Gualapack foi um desdobramento natural de um contato que fizemos, para licenciar uma tecnologia superior para o SUP com bico.”

Em 2015, o grupo Gualapack adquiriu uma empresa tradicional do segmento de SUP’s no Brasil: a Tradbor, da família Baumgarten – dirigida hoje pela segunda geração. Em um bate-papo informal com Alan Baumgartem, CEO da empresa, conseguimos uma fotografia bastante completa da sua visão e perspectivas para o mercado de SUP’s nacional: ProjetoPack: Qual foi o impulso criativo que os levou, anos atrás, ao SUP? Alan: Minha família sempre atuou com embalagens flexíveis. Desde sempre, buscávamos negócios especiais, correndo do “oceano vermelho” da comoditização. Iniciamos com o papel para embrulho – e mudamos para estruturas monocamada, assim que o mercado de papéis para embrulho saturou. Depois, migramos para os laminados e, em 1994, fomos para o SUP. Um ano mais tarde, decidimos atuar exclusivamente na produção e comercialização de ­stand-up pouches. ProjetoPack: Existe uma competência específica para ingressar ou mesmo, manter-se na berlinda deste mercado? Alan: O produto demanda inúmeras competências específicas, tanto fabris quanto comerciais, especialmente – ­inbound sales, o domínio dos equipamentos de envase, versatilidade no atendimento

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comercial às pequenas empresas e, por outro lado, a estrutura para comportar projetos SUP das gigantes. ProjetoPack: Como se deu a aquisição da Tradbor? Alan: Foi um desdobramento natural de um contato que fizemos, buscando licenciar uma tecnologia superior para o SUP com bico. Desde então, identificamos uma forte sinergia de pensamento, gestão e visão do negócio e, em 2015, vendemos parte majoritária da empresa ao grupo Gualapack. Este ano, adotamos definitivamente o nome Gualapack, por sinal. ProjetoPack: A Gualapack apresenta um slogan de “Technology Crossover”. Qual é a proposta de valor por trás desta frase? Alan: Nossa ampla atuação na cadeia de SUP nos permite comercializar tanto uma solução completa como o sistema Gualapack (pouches, tampas e equipamento de envase) como os componentes desta solução em separado: os laminados, bicos e tampas para FFS, pouches unspouted, Pep-up® e assim por diante. Além, é claro, de todo o leque de serviços consultivos para o desenvolvimento de novas aplicações neste universo, a todos os agentes da cadeia de embalagens.

Até onde o SUP vai colar? Por sua flexibilidade (literalmente falando), o SUP têm sido adotado em praticamente todos os segmentos de mercado, desde o envase de alimentos e be-


/// ARTIGO DE CAPA

Único sistema de prova digital que produz provas em substratos, DESCARTÁVEIS • CARTUCHOS • RÓTULOS • METAL • BOPP • SLEEVE • METALIZADOS • RÍGIDOS • LAMINADOS • FLEXÍVEIS

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/// ARTIGO DE CAPA

“Um dos maiores vetores para o crescimento e diversificação do mercado de SUP’s é a impressão digital em materiais flexíveis.”

bidas (inclusive cerveja e vinho), cosméticos, produtos para limpeza até mesmo óleo lubrificante e tintas industriais. No momento em que este artigo era redigido, um convertedor importante dos EUA nos enviara uma nota de imprensa declarando o lançamento oficial da primeira aplicação SUP para combustível. Um dos setores atualmente mais explorados pelo SUP é o de alimentação infantil, com o desenvolvimento cada vez mais rápido de soluções para dispensar a comida (colheres, bicos para sucção etc.), conferindo maior praticidade às mamães.

máquinas HP Indigo 20000) produzindo majoritariamente, SUP’s personalizados. Um bom exemplo deste filão é a norte-americana e-Pac Flexible Packaging, inaugurada em 2016 e que, em fevereiro deste ano, quadruplicou sua capacidade fabril ao adquirir 10 impressoras HP Indigo 20000. Com lead times de 10 a 15 dias (da solicitação até a entrega no cliente), empresas como a e-Pac tem ocupado uma fatia cada vez maior do segmento de SUP’s, principalmente o promocional. Espera-se que, com o aumento gradual das compras pela internet, esse número suba ainda mais.

É difícil, no entanto, determinar um mercado específico como “bola da vez” para o SUP. Processos de conversão como a metalização registrada criam soluções interessantes de “janela” nas embalagens SUP, especialmente para confeitos e hortifrutigranjeiros. O paper pouch, por sua vez, traz uma experiência táctil e um apelo ambiental incrível para algumas aplicações.

Mas isso não é tudo. Existem muitos laboratórios de pesquisa de embalagem – muitos deles com sólido conhecimento em neuromarketing – avaliando a resposta do consumidor às embalagens SUP, ­comparativamente às demais. Laboratórios como o ­Packaging InSight, da Universidade Clemson. Até o presente instante, o resumo dos estudos conduzidos aponta que o SUP tem maior efetividade em quase todas a métricas de avaliação do consumidor: tempo de atenção total, tempo para focar a atenção, impulso de compra etc.

Um dos maiores vetores para o crescimento e diversificação do mercado de SUP’s é a impressão digital. Já existem hoje no mundo, diversas plantas de conversão 100% baseadas na plataforma digital (usualmente,

Isso significa que, nos bastidores, os donos das marcas líderes tem a exata noção do quão poderosa é a solução flexível que fica em pé. Sabendo disso, é possível prever que muito dinheiro, tempo e energia serão dedicados no aperfeiçoamento desta solução, nos próximos anos.

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/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

STAND-UP POUCHES

possuem um impacto ambiental muito menor do que as garrafas e frascos que eles substituem. Aqui está a prova: Nove caminhões do mesmo tamanho são necessários para levar 364.000 garrafas de vidro ou plástico de mesmo conteúdo, em 234 pallets de madeira

Um caminhão semi-pesado pleno de Stand-Up Pouches pode levar 364.000 unidades dispostas em 26 pallets de madeira

Considerando o consumo médio de combustível apenas para exercício (5 Km por litro de Diesel) em carga plena e R$ 3,40 por litro de Diesel em postos da capital, teremos um custo de frete pela distância (sem contar todos os custos inerentes a pedágio, manutenção de veículo, motorista etc.) de aproximadamente R$ 68,00 por 100 Km rodados. Se calcularmos as emissões de Carbono e outros componentes orgânicos voláteis no transporte, poderemos comparar o impacto ambiental na logística do SUP, seguindo a mesma proporção nove vezes abaixo da opção ao lado

Teremos um custo nove vezes maior para o transporte da mesma carga de garrafas, com R$ 612,00 por 100 Km percorridos

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/// ARTIGO DE CAPA Duas horas homem em média serão necessárias para carregar e descarregar um caminhão semi-pesado de embalagens SUP, com 52 viagens de empilhadeira

Dezoito horas homem serão empregadas na carga e descarga de nove caminhões de garrafas, em 468 viagens de empilhadeira

StandUp Pouches possuem 8x menos impacto ambiental que as garrafas plásticas menos espaço para armazenagem;

menos consumo de pallets de madeira;

Pouches usam 40% menos plástico que as garrafas plásticas de volume equivalente; Apresentam uma área para decoração e promoção do produto bastante superior; Mostram ao consumidor final que a sua empresa está preocupada com o meio-ambiente, seus recursos finitos e com a saúde dos seus habitantes. ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 67 - Mai/Jun 2018- 35


/// ARTIGO TÉCNICO

INK TRAP – CONCEITO, IMPORTÂNCIA E CONTROLE

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/// ARTIGO TÉCNICO Andrê Gazineu Engenheiro de produção pela PUCRS com pós em gestão da produção e qualidade na IMED, mestrando em ciências matemáticas na UPF. Passagem pela Ipiranga Produtos de Petróleo, é atualmente engenheiro de produção na Plastimarau e ministra engenharia de produção na CESURG andre.gazineu@acad.pucrs.br

ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 67 - Mai/Jun 2018 - 37


/// ARTIGO TÉCNICO

“Ink trap é a capacidade de uma tinta assentar sobre um substrato e segurar uma nova camada de tinta úmida por sobre.”

O

fenômeno de trapping, do inglês “armadilha”, mas que pode ser melhor traduzido “como aceitação de tinta” ocorre na impressão multicolorida quando as tintas são sobreimpressas. Assim, menos tinta é transferida para uma camada já existente de tinta do que em um substrato sem impressão. É um indicador relativo da capacidade de uma tinta assentar em um substrato e segurar uma nova camada de tinta úmida por sobre.

úmido “wet-on-wet”, em que o valor pode ser inferior a 70%.

O resultado é expresso em percentagem de captura (pela primeira tinta impressa), onde 100% corresponde à quantidade de tinta transferida plenamente em um substrato não impresso. Os valores de captura são normalmente inferiores a 100%, especialmente na impressão à

2. segunda cor impressa

Os valores de captura emitidos por um densitômetro de reflexão não são medidas absolutas, mas dependem fortemente da característica da cor e dos filtros realmente utilizados. Um conjunto de três medições deve ser feito usando o filtro da segunda cor impressa e sempre na sequência: 1. primeira cor impressa

3. sobreposição Exemplo C + M: 1. Densidade sólida do ciano (D1) 2. Densidade sólida do magenta (D2) 3. Densidade sólida da impressão sobreposta ciano + magenta (D12) Para todas as medições, neste exemplo, utilizar o filtro magenta. A maioria dos densitômetros modernos selecionam o filtro correto automaticamente. Uma das razões para valer-se sempre do filtro da segunda cor é que a densidade efetiva estará retida sobre a primeira cor. Os valores de trapping também podem ser determinados pela pesagem da quantidade de tinta efetivamente transferida. No entanto, mesmo essa abordagem gravimétrica não produz uma medida absoluta. Na práti-

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/// ARTIGO TÉCNICO

ca, a densidade de reflexão de sólidos sinaliza o máximo de saturação de uma cor mensurada em um trabalho impresso. Obviamente, a densidade de reflexão de sólidos é intrínseca à espessura do filme formada pelo depósito de tinta. E qual a importância do controle dos níveis de saturação das cores da cromia? Com o controle da cromia e um bom balanceamento de gris, o tom das sobreposições será um valor controlado e previsível. Neste sentido, a qualidade do ink trap não depende exclusivamente da quantidade de tinta transferida, mas também da distribuição ou espalhamento, da

segunda cor impressa. As novas tecnologias de microtexturas em clichês corrobora com este fator: diferentes micro relevos produzem diferentes refrações de cor. Por este motivo, o método gravimétrico de controle de ink trap se mostrou ineficaz. Além disso, o mais importante para o controle das operações de impressão do que o valor absoluto do trapping é, na prática, a maneira pela qual o valor muda durante a impressão. O trapping deve ser medido sempre que um fator chave (resiliência do dupla-face, clichê, pressão de impressão, tinta ou anilox) for alterado. A comparação do valor anterior à mudança e posterior demonstra

“O Ink trap deve ser medido sempre que um fator chave do processo de impressão é alterado.”

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/// ARTIGO TÉCNICO

claramente se a alteração tornou o trapping melhor ou pior. As alterações no trapping influenciam significativamente a composição ou síntese de cores da imagem como um todo, o que afetará expressivamente a textura, iluminação, tonalidade e perspectiva da impressão e, portanto, é um elemento para ser observado com cuidado. Mas quais são os métodos de medição e elementos de controle para a garantia de um bom ­trapping? O fato de que nenhuma determinação absoluta de ink trap é possível levou ao desenvolvimento de uma variedade de métodos de medição, cada um dos quais tem suas próprias vantagens e desvantagens.

medidos e na mesma sequência. Os métodos diferem um do outro quanto à fórmula usada para calcular o trapping das medições D1, D2 e D12. A razão pela qual os operadores de máquinas e impressores não usam um valor tão importante para controlar o processo poderia ser um significado confuso e obscuro do valor percentual do trapping. Um método simples

para medir e avaliar o valor de trapping é a fórmula do Preucil. O método Preucil é o resultado de uma superposição de densidades relativas. Nada obstante, dentre os três métodos mais populares, o método de Preucil é o mais comumente usado. Se os valores de trapping forem citados sem especificar o método, pode-se supor que os valores são baseados no método Preucil. O cálculo é feito usando a fórmula: (Veja figura 1)

Figura 1

TR =

Na determinação do ­t rapping, os elementos de controle são a densidade tonal do ciano, ­m agenta e amarelo e a densidade da sobreposição da cromia (C + M; M + Y e C + Y). As tiras de controle de impressão – os chamados “targets” – facilitam a determinação e controle do ink trap. Existem três métodos para a determinação do trapping: Preucil, Ritz e Brunner. Ao menos, são os métodos mais difundidos no mercado. Todos os métodos exigem que os mesmos elementos de controle sejam

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D12-D1 D2

* 100 (%)


/// ARTIGO TÉCNICO

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/// ARTIGO TÉCNICO

“Preucil é o método mais fácil e intuitivo de se estimar o ink trap.” Isso resulta em uma correlação linear simples entre o valor de trapping (%) e o valor de densidade da sobreposição D12. Um viés de se utilizar este método é a maior influência das características do filtro empregado. Ao medir a combinação de cores M + Y, por exemplo, o filtro azul mostra valores de alta densidade D1 para magenta, com o resultado de que valores de trapping próximos a 100% nunca são atingidos. Seguramente, o método mais facilmente compreensível e intuitivo. Possuindo um espectrodensitômetro, o impressor sempre visará valores mais altos de densidade tonal no Trapping, do que os valores da segunda cor impressa. Um segundo método bastante popular é o de Ritz. Este método baseia-se no pressuposto Figura 2

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de que as diferenças no trapping são causadas não pela quantidade de tinta transferida, mas pelo espalhamento desigual da segunda cor impressa. Testes mostraram que a segunda cor impressa não é espalhada uniformemente, mas forma gotículas. (Figura 2) Vampos partir do conceito de que em uma impressão multicolorida, as tintas serão impressas com estreitos intervalos de secagem, o que significa que na área em que as tintas de processo se sobrepõem, uma ou mais tintas serão impressas em outra tinta que não está seca o suficiente. O poder adesivo entre as tintas úmidas é diferente e menor em comparação com o poder adesivo entre uma tinta completamente seca. A força de adesão entre o substrato e a tinta impressa também é diferente de uma tinta para outra. Dependendo deste poder adesivo e do poder de coesão interna das tintas, a espessura da segunda camada de tinta impressa varia.


/// ARTIGO TÉCNICO

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/// ARTIGO TÉCNICO

O comportamento de uma tal camada de tinta impressa em sobreposição é semelhante ao de uma camada de tinta única e pode ser descrito por um formulário de Murray-Davies modificado. A fórmula Ritz é: (Veja figura 3) Este método oferece vantagens, visto que há um mesmo valor para os resultados medidos em diferentes tipos de substratos. Mesmo nos extremos do intervalo (em torno de 0% e 100% de trap), o método oferece resultados plausíveis e, na faixa de interesse principal (85% a 100%), uma diferenciação perfeita é alcançada. Em uma analogia, o método de Preucil enxerga cidades e o método de Ritz enxerga bairros e ruas. Por fim, tem-se o método de Brunner: este método, como o do Figura 3

TR =

1-10

-(D12-01)

D2

-D2

* 100 (%)

Figura 4

TR =

1-10 D2

-D12

-(D1+ D2)

* 100 (%)

Ritz, usa uma fórmula modificada de Murray-Davies: (Veja figura 4) O método de Brunner também reduz a influência das características do filtro no resultado medido. Uma desvantagem deste método é que valores de trapping muito altos ficam distorcidos visualmente, e não expressam realmente a diferença. A importância do controle do trapping vai além. No processo de qualquer impressão multicolorida, diferentes tintas são colocadas em sequência para construir a imagem final. A sequência em que as tintas são depositadas pode alterar significativamente o resultado final impresso. A sequência de tintas também pode afetar se o trabalho é executado com êxito ou falha na impressão. A impressão sempre envolve um nível de assertividade e a escolha da sequência de tinta não é uma exceção. No entanto, embora existam poucas “regras” e, surpreendentemente, praticamente nenhuma informação documentada sobre esse tópico, há vários fatores notáveis a serem considerados ao se determinar a sequência de tinta apropriada a ser usada para qualquer aplicação específica, como a conformidade com um padrão da indústria como por exemplo a ISO 12647-2: 2004 para controle de processo, que padroniza a sequência de tinta cromática para CMY. Não obstante, a viscosidade da tinta e a “janela” que permite que

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/// ARTIGO TÉCNICO

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Inventor alemão, Johannes Gutenberg desenvolveu um método inovador de tipo móvel e utilizou-o para criar um dos primeiros grandes livros impressos do mundo ocidental, a Bíblia de Gutenberg (B-42). Fonte: Biography.com

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/// ARTIGO TÉCNICO

uma tinta sobreposta adira a uma camada de tinta já impressa estão dependentes da chamada cobertura. Quanto maior a cobertura de uma tinta, menos as seguintes tintas são capazes de reter a cor sobreposta eficientemente com ela. Ou seja, são características antagônicas. Tal qual uma tinta com alta opacidade e transparência: fatores contrários.

sobreposta de cyan foi impressa numa segunda passagem após a tinta magenta ter secado. A espessura do filme de tinta de ambas as cores era a mesma.

Na impressão de várias cores, a primeira tinta “prende” a que segue. A aderência, influenciada pela viscosidade da tinta, é um fator importante que permite que as tintas conformam-se ou acabam por fundir-se umas às outras. Na sequência correta, a primeira tinta de impressão deve possuir a maior aderência.

O segundo exemplo foi produzido em uma impressora multicolorida. Novamente magenta é impresso primeiro em um substrato. Em seguida, uma camada de cyan foi impressa sobre a tinta magenta ainda úmida. Enquanto o filme de tinta magenta foi preso bem pelo papel seco, o aprisionamento (o trapping) de tinta para cyan não foi tão bom, dado o fato de que a tinta magenta estava molhada e, portanto, o azul resultante onde eles se sobrepõem, tem

Neste primeiro exemplo, uma camada de magenta foi impressa em uma única impressora colorida. Em seguida, uma camada

Figura 5

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O resultado é uma boa captação de filme de tinta com um azul onde as duas cores se sobrepõem, não tendo uma tendência para cyan ou magenta. (Figura 5)


/// ARTIGO TÉCNICO

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/// ARTIGO TÉCNICO

um tom decididamente avermelhado. (Figura 6) No terceiro exemplo, o método de impressão “wet-on-wet” foi usado novamente, mas com a ordem de tinta invertida: o resultado é que o azul, onde cyan e magenta se sobrepõem, agora tem um subtom azulado. Observe que essa ­s equência de tinta

Figura 6

Figura 7

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específica é o padrão para tintas CM na impressão colorida do processo CMYK. (Figura 7) Este trapping a úmido também pode apresentar um desempenho instável em tons mais escuros e é frequentemente citado como um dos principais problemas ao combinar várias impressoras diferentes para con-


/// ARTIGO TÉCNICO

seguir um mesmo impresso (até em um mesmo substrato padrão. Neste sentido, os processos de impressão com trapping “a seco” podem alcançar uma gama de cores maior do que a impressão com trapping úmido. Um baixo percentual de trapping compromete a integridade das cores secundárias, com falta de vivacidade e uma aparência manchada. Quanto mais distantes duas estações de cor estiverem, melhor deverá será o percentual de trapping efetivo. Ou seja: em uma sequência de tinta KCMY, C e Y (formando verde) serão capturados melhor que C e M (­formando

o azul-violeta) ou M e Y (­formando vermelho). Modernos espectrodensitômetros já possuem a medição de trap automática (basta medir a primeira cor impressa, a seguinte e a sobreposição). Esta função determina quão bem uma tinta sólida é impressa sobre outra tinta sólida. O percentual de trap é calculado usando uma das três fórmulas: Preucil, Brunner e Ritz. Uma melhor cobertura garante uma melhor gama de cores. Uma boa dica de leitura para aprofundar os conhecimentos é o livro Basics Design: Print and Finish, de Gavin Ambrose e Paul Harris, da editora Fairchild Books.

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/// ARTIGO TÉCNICO

PLR E O PROPÓSITO

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/// ARTIGO TÉCNICO Francisco Santos (Xiko Acis) Filósofo-eticista e consultor. Sócio-diretor da Aprendendo a Pensar e consultor associado da ProjetoPack francisco@aprendendoapensar.com.br

C

ostumo dizer que ninguém gosta de acordar às 07h00 da manhã, se dirigir ao trabalho, para enriquecer o dono da empresa. As pessoas fazem isso por obrigação e não por opção. Geralmente, quando aprendem mais sobre isso, deixam a empresa que estão e seguem em busca dos seus sonhos. Os empresários tentam reter esses talentos pagando bons salários, às vezes, e implementando o conhecido PLR – Programa de Participação nos Lucros e Resultados. Cada programa deste tem uma regra própria, por vezes com interferência e/ou orientação dos sindicatos, outras criadas direta-

mente pelos “grandes cérebros” das empresas que mais dificultam o acesso do que criam políticas mais saudáveis e éticas. Nada contra estes programas. Muito pelo contrário. Sou a favor da implementação da distribuição de resultados de forma genuína e constante. É dessa forma que vejo a empresa praticando o seu “contrato social” que, antes de ser um documento de identidade empresarial, é também um documento de “contrato COM o social”, que é a origem sadia das empresas. O problema desta ferramenta PLR, é que ela aparece muito mais como uma “cenoura” para que

ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 67 - Mai/Jun 2018 - 51


/// ARTIGO TÉCNICO

“A minha ideia de PLR começa com a ideia de propósito.”

os talentos fiquem mais tempo na empresa e tragam resultados. Na hora de pagar pelos resultados, aparecem muitos “senões” que banalizam o tema e deixam no mesmo grau que se encontra a famosa “parceria”. Hoje, quando falamos essa palavra, muitas pessoas se arrepiam por quão banal ela se tornou. A minha ideia de participação nos resultados começa com a ideia de propósito, ou seja, se a empresa sabe perfeitamente “para quê?” ela existe, todo o resto fica mais fácil. O difícil é responder essa pergunta de forma colaborativa e que construa legados e não heranças. Poucas empresas sabem responder o seu “Para Quê?”. A resposta é, invariavelmente imaterial. É algo que demonstra que a empresa existe não apenas para dar

(Tabela 1)

Distribuição para Acionistas

12,00

40%

Distribuição Colaboradores

7,50

25%

Investimentos

10,50

35%

RESULTADO OPERACIONAL (EBTIDA)

30,00

30%

TOTAL GERAL DE DESPESAS

70,00

70%

TOTAL DESPESAS DE PESSOAL

40,00

40%

TOTAL DESPESAS ADMINISTRATIVAS

10,00

10%

TOTAL DESPESAS FINANCEIRAS

5,00

5%

TOTAL DESPESAS TECNOLOGIA

5,00

5%

TOTAL DESPESAS CLIENTES/PROSPECTS

10,00

10%

TOTAL RECEITA LÍQUIDA

100,00

100%

TOTAL IMPOSTOS

15,00

15%

TOTAL RECEITA BRUTA

115,00

155%

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lucro, mas sim para outros objetivos maiores e mais éticos. Quando ela sabe responder, automaticamente atrai pessoas que querem participar desse propósito e seguem juntas conquistando riquezas, sendo éticas, inspiradoras e perenes. Quando ajudo algumas empresas nessa questão, a primeira coisa que faço é inverter o DRE -Demonstrativo de Resultados do Exercício. O foco aqui é conquistar o RO – Resultado Operacional que seja satisfatório e não buscar faturamento. A empresa vive de Resultados e não de emissão de nota fiscal. Ao inverter o DRE, criamos uma meta para todos os colaboradores. Vamos atrás do RO e, quando conseguirmos o objetivo, vamos distribuir da melhor forma possível. Veja um gráfico descritivo (Tabela 1) Trabalhar com o DRE invertido já é uma política de PLR avançada. Os colaboradores entendem que é preciso melhorar todos os outros números para atingir o objetivo. Com essa política, aparecem soluções para diminuição de despesas, pois ela afeta diretamente o RO e outras soluções criativas do gênero. Quando engajados no propósito, os colaboradores entendem que participar dos resultados é consequência de seu esforço direto e por isso merecido. E sua empresa? Está fazendo essa “lição de casa” de forma estruturada e construtiva?


/// NOTÍCIAS DE MERCADO

BEMIS ENCERRA OPERAÇÃO DE CARTUCHOS

A

Bemis Brasil anunciou o encerramento da sua operação de cartuchos a partir do dia 15 de junho. A unidade da empresa em Guarulhos, na via Dutra, produz exclusivamente embalagens de papel cartão para detergentes em pó e tem apenas um cliente – a Unilever. A Bemis divulgou nota afirmando que “houve uma mudança de estratégia por parte do cliente, e diante desse fato, não resta outra alternativa senão o encerramento da atividade de produção de cartuchos”. Com o encerramento dessa operação, a Bemis deixará de oferecer esse tipo de embalagem em seu

portfólio de produtos e a unidade Dutra deixará de ter operação fabril. “A Bemis esclarece que vai encerrar as atividades de fabricação de embalagens de ­ papel-cartão da unidade Dutra, em São Paulo, em função da não-renovação de

contrato com seu cliente, exclusivo para essa operação e tipo de embalagem. A medida entrará em vigor a partir de 16 de junho de 2018. A liderança da empresa e a equipe de Recursos Humanos estão dando todo o suporte necessário aos funcionários dessa operação.”

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/// NOTÍCIAS DE MERCADO

BALANÇO DA NPE 2018: A MAIOR DE TODOS OS TEMPOS

“Nós trabalhamos diligentemente para continuar a tradição de inovação que consagrou desde sempre a NPE, em iniciativas como a área de 80 mil metros quadrados de linhas de envase e engarrafamento e nosso programa de educação ampliado”,

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O

s organizadores do evento relatam que a NPE 2018 foi a maior edição da sua história, com 2180 expositores dispostos ao longo de mais de 1,2 milhões de metros quadrados de pavilhão. “Nós trabalhamos diligentemente para continuar a tradição de inovação que consagrou desde sempre a NPE, em iniciativas como a área de 80 mil metros quadrados de linhas de envase e engarrafamento e nosso programa de educação


/// NOTÍCIAS DE MERCADO

ampliado”, afirmou a vice-presidente de feiras de plásticos e marketing, Susan Krys. “Durante os cinco dias, estivemos no pavilhão e em contato direto com colaboradores, expositores e visitantes, trabalhando em conjunto e incansavelmente para realizar um evento desta magnitude. Os visitantes ficaram realmente impressionados com a NPE este ano”.

Maiores informações sobre o evento podem ser acessadas em: http://www.npe.org/.

A feira trienal apresentou um tema “Nós cobrimos tudo”. Visitantes em Orlando ocuparam a semana descobrindo inovações, inteligência de negócios e oportunidades, acessando profissionais da cadeia, processos, ciência e ideias que deverão modelar o futuro da indústria plástica nos próximos anos.

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/// NOTÍCIAS DE MERCADO

MPS FOI ADQUIRIDA PELA ABN AMRO PARTICIPAÇÕES “Ter um novo ­acionista com esta musculatura nos possibilita acelerar nosso plano de negócios.”

A

ABN AMRO Participaties (AAP) chegou enfim a um acordo para a aquisição da MPS Group B.V., holding controladora da indústria holandesa de máquinas impressoras de banda media e estreita, a MPS Systems BV, atualmente na posse da Braver Investments, Ost NL e os fundadores da MPS. Wim van den Bosch (CEO), Willem Huijink (CFO) assim como os

f­undadores Bert van den Brink e Eric Hoendervangers continuarão gerindo e investindo no negócio, junto à AAP. Sediada na Holanda, a MPS fabrica impressoras flexográficas, offset, e modelos híbridos de flexografia e impressão digital, usadas na produção de rótulos autoadesivos, etiquetas e embalagens de alimentos, bebidas, fármacos, cosméticos e higiene pessoal, dentre outras tantas aplicações. A companhia está ranqueada como uma das top 5 competidoras deste segmento, em nível global, com presença maior nos mercados europeu, norte-americano e asiático. Wim van den Bosch, CEO da MPS, comenta: “nos últimos anos, sob a gestão e controle da Braver Investment e Oost NL, a MPS rumou para uma plataforma de desenvolvimento de produto, organização financeira e administrativa de excelência. Agora, estamos prontos para levar a MPS para tornar-se uma das top 3 no Mercado mundial. Ter um novo acionista com esta musculatura nos possibilita acelerar nosso plano de negócios. Estou convicto de que o suporte da AAP nos permitirá atingir nossas ambiciosas metas de crescimento para os próximos anos.”

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