ProjetoPack em Revista Edição 65

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TECNOLOGIA, DESIGN, GESTÃO DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS, RÓTULOS E IMPRESSÃO

ESPECIAL: “EM BUSCA DE NICHOS” Leia ainda: • Especial 15 anos de Comexi do Brasil • Teoria das Restrições; • Padrões de Engenharia; • E muito mais!

EFI Connect 2018: Um vislumbre do futuro ao setor gráfico - Pág. 40


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/// SUMÁRIO

ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 65 - Jan/Fev 2018 - 3


/// EDITORIAL

Aislan Baer Editor Chefe Sócio-diretor da ProjetoPack & Associados e editor da ProjetoPack em Revista. Atua há mais de 15 anos na área de embalagens flexíveis, rótulos e impressão, ministrando cursos, palestras e consultoria por todo o hemisfério sul. Mestre em gestão estratégica e economia empresarial pela USP, é diretor técnico adjunto da ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica) e especialista na implantação de normas flexográficas pela FTA - Associação Americana de Flexografia.

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Chegamos à edição de número 65 da ProjetoPack em Revista: a primeira edição de 2018 e a última edição do décimo primeiro ano de vida da publicação (como o tempo passou!). É uma manhã ensolarada e, na sede da ProjetoPack – num conjunto comercial bastante movimentado no bairro da Mooca – há um silêncio absoluto, à exceção do canto de pássaros e de um ruído baixo e intermitente do ar condicionado. O Brasil está praticamente parado desde a última sexta-feira, véspera de Carnaval. Quando despertarmos à realidade, após a quarta-feira de cinzas (para muitos, na próxima semana somente), veremos um Brasil cujo cenário de articulação política beira a ficção e a lista de candidatos ao cargo maior da nação parece ter saído diretamente de um episódio de “Contos da cripta”. As tais reformas estruturantes como a da previdência ainda permanecerão no espectro das intenções, a “disputa de poder entre os poderes” continuará fazendo o brasileiro passar vergonha e certamente faltará, no curto prazo, caixas de papelão em quantidade suficiente para acondicionar toda a documentação proveniente de processos arquivados. Mas como esta edição é histórica, depositamos nela conteúdo técnico de qualidade e boas energias, para que em meio à balbúrdia pós-Carnaval, ela possa servir-lhe de instrumento para repensar o negócio. O artigo de capa, por exemplo, intenta mostrar que commodity e nicho são estados mentais – que todo mercado pode ser explorado até a sua “Cauda Longa”. Ainda nessa linha, trouxemos a nossa experiência cobrindo o evento EFI Connect, que teceu um panorama amplo e técnico sobre a revolução digital e o avanço das tecnologias de impressão digital, que vem remodelando o negócio gráfico em ritmo alucinante. O leitor encontrará ainda um artigo introdutório sobre a metodologia da Teoria das Restrições, uma análise de como a falta de padrões de engenharia adequados tem causado grande prejuízo financeiro às empresas dos mais variados setores e muito mais. Tivemos a honra também de redigir e publicar a matéria especial em comemoração aos quinze anos de vida da Comexi do Brasil. O leitor atento notará também que esta edição conta com muitos apoiadores novos – aos quais agradecemos a confiança e lhe damos as boas-vindas. Ano após ano, sentimos que todo o esforço dedicado na elaboração de conteúdo técnico original e de alto nível às indústrias gráficas e convertedoras não tem sido em vão. O reconhecimento do trabalho está aí, tanto na quantidade cada vez maior de empresas interessadas em fazer parte disso, como no privilégio de ter uma parcela do seu precioso tempo, na leitura de nossas páginas ao longo destes quase doze anos juntos. Muito obrigado.

Nós erramos!

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Na edição da ProjetoPack em Revista de número 63 (setembro e outubro de 2017) – Especial lâminas, fitas dupla-face e outros insumos acessórios, citamos à página 12 que “um dos pioneiros na execução destes tratamentos foi a fabricante alemã MDC Daetwyler”, ao nos referimos à lâmina raspadora long life. No entanto, Rodrigo Rodrigues Soares, representante técnico da marca, nos corrige que o termo correto para este tipo de produto é “revestimento” ou “coating” – um processo industrial diferente em sua natureza, de resultados qualitativos superiores.

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/// SUMÁRIO

EXPEDIENTE Editor Aislan Baer Diretor de conteúdo Prof.° Lorenzo Baer Gerente de marketing Douglas T. Pereira

08 /// CAPA

40 /// REPORTAGEM ESPECIAL

08-21 EM BUSCA DE NICHOS De acordo com a definição da Wikipédia, nichos de mercado são “segmentos ou públicos cujas necessidades particulares são pouco exploradas ou inexistentes”. Quanto mais específico e incomum este conjunto de necessidades ou preferências, mais seleto o público...

22-37 REPORTAGEM ESPECIAL: 15 ANOS DE COMEXI DO BRASIL Há 62 anos, a empresa espanhola “Construções Mecânicas Xifra – a Comexi” lançaria a sua primeira impressora flexográfica – o modelo CF 2/60...

38-39 ETIRAMA BUSINESS WEEK – EBW 2018 A Etirama realizou a 3ª. edição do seu tradicional evento de início de ano (EBW) dentre os dias 30 de janeiro à 01 de fevereiro em seu novo espaço para Showroom na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo – Brasil.

40-45 EFI CONNECT 2018: UM VISLUMBRE DO FUTURO AO SETOR GRÁFICO Quando o CEO israelense da EFI, Guy Gecht, subiu ao palco para proferir a sua palestra de boas-vindas na 19° conferência anual “EFI Connect”, mais de mil e quinhentos profissionais gráficos do mundo todo, arregalaram os olhos e esperaram ansiosos por um vislumbre do futuro.

46-55 VISÃO VIÁVEL Embora a afirmação do Dr. Eliyahu M. Goldratt de que você pode transformar o faturamento atual de sua empresa em lucro líquido em até quatro anos possa ser totalmente “disruptiva”, é uma afirmação real e possível de implementar tanto para empresas de Produtos como de Serviços...

56-61 PADRÕES DE ENGENHARIA Ao meu ver, devo reconhecer que a indústria brasileira, de um modo geral, melhorou a qualidade de seus processos nos últimos 15 anos, mas ainda estamos um pouco distantes de nos considerarmos razoavelmente adequados...

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BOBST APRESENTA O CONCEITO REVO AO BRASIL No mês de dezembro de 2017, a gigante global de máquinas impressoras e de conversão Bobst reuniu empresas parceiras e clientes em uma conferência...

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Gerente de contas Caio Demare Deise Moraes Roberto Lemes Marcelo Santos Projeto Gráfico e gestão de mídias sociais Agência Convertty Revisão dos textos Ricardo Teodoro Alves Comitê editorial Andrê Gazineu André Kenji Prof.° Antônio Cabral Prof.° Bruno Cialone Débora Higino Sodré Eudes Scarpeta Francisco dos Santos Joaquim Morais Liliana Rubio Prof.° Lincoln Seragini Marco Marcelino Nestor Pires Filho Rafael Melo Pedreira Wagner Delarovera Wilson Paduan Wilson Ramos Júnior Contratos de publicidade e assinaturas Para assinar ou adquirir edições anteriores e para participar como patrocinador da publicação, contate-nos: E-mail: revista@projetopack.com Fone: (11) 3258-7134 Não é permitida a reprodução total ou parcial de textos ou matérias publicadas sem a prévia autorização da ProjetoPack em Revista. Para análise e autorização da reprodução, contatar a publicação por e-mail em atendimento@ projetopack.com. Todos os artigos são assinados por seus autores e não refletem necessariamente a opinião desta revista.


/// SUMÁRIO

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/// ARTIGO DE CAPA

EM BUSCA DE NICHOS

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/// ARTIGO DE CAPA Aislan Baer Editor Chefe Sócio-diretor da ProjetoPack & Associados e editor da ProjetoPack em Revista. Atua há mais de 15 anos na área de embalagens flexíveis, rótulos e impressão, ministrando cursos, palestras e consultoria por todo o hemisfério sul. Mestre em gestão estratégica e economia empresarial pela USP, é diretor técnico adjunto da ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica) e especialista na implantação de normas flexográficas pela FTA - Associação Americana de Flexografia.

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e acordo com a definição da Wikipédia, nichos de mercado são “segmentos ou públicos cujas necessidades particulares são pouco exploradas ou inexistentes”. Quanto mais específico e incomum este conjunto de necessidades ou preferências, mais seleto o público e maior a probabilidade de, pelo menos por um período de tempo, se agregar maiores margens e agir sem a pressão acachapante das grandes companhias do chamado “mainstream” (os mercados de massa). Todo o empresário, em algum momento, acaba buscando um nicho para chamar de seu. No segmento de embalagens flexíveis, etiquetas e rótulos, isso não é diferente. Infelizmente, o tal nicho – o “Oceano Azul” – dura bem pouco tempo, até que seja incorporado pelas grandes companhias ou mesmo perseguido e copiado pelos pequenos e médios competidores, comoditizando-se ao final. O desafio maior não é preservar um nicho, mas descobrir novos espaços de mercado de

forma constante e ininterrupta. Nesta sociedade cada vez mais tribal e multifacetada, há inúmeras possibilidades de se ofertar produtos e serviços para determinadas faixas etárias, regiões, credos, classes sociais, ideologias e assim por diante. Vivemos a era das minorias e, se por um lado, um dos efeitos colaterais é um profundo estresse social, é por outro lado e para muitos, uma oportunidade concreta de explorar as diferenças.

“A especialização é virtualmente infinita, o que remete-nos à conclusão de que os conceitos de nicho e commodity são puramente estados mentais.”

Iniciamos o artigo sem grandes pretensões – com tão somente o objetivo de percorrer alguns dos espaços do nosso mercado que poderíamos considerar como sendo “nichos” de negócio. Encerramos, no entanto, com a certeza de que considerar – ao menos no que tange ao setor de flexíveis – um mercado taxativamente como nicho ou de massa, é uma simplificação ingênua. A especialização é virtualmente infinita, o que remete-nos à conclusão de que os conceitos de nicho e commodity são puramente estados mentais.

Estruturas de alta barreira sem metais e outros nichos associados Na maioria das vezes, prover alta barreira à embalagem de um determinado produto alimentício requer o uso de folha de alumínio ou filmes metalizados. Estes ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 65 - Jan/Fev 2018 - 9


/// ARTIGO DE CAPA

“O nicho de embalagens barreira metal-free traz uma redução da pegada de carbono e melhora o aspecto promocional, com a possibilidade de se inserir janelas para visualização do produto”

materiais impedem a passagem da luz natural ou artificial que, por sua vez, age como um catalisador de determinadas reações químicas, culminando na deterioração prematura de certas propriedades organolépticas do produto. Com o avanço dos processos de coextrusão e revestimentos funcionais, muitas soluções têm sido lançadas a cada ano. Este nicho de embalagens flexíveis alta barreira “metal-free” trazem ainda uma redução da pegada de carbono e peso das embalagens (o que afeta positivamente a questão de sustentabilidade e avaliação do ciclo de vida do produto), bem como aumentam o apelo promocional, com a possibilidade de uso das janelas para visualização do produto sem comprometer, contudo, a sua barreira.

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Em que pese o fato de que o próprio segmento de embalagens barreira é ainda um nicho altamente especializado, com necessidades constantes de investimento em coextrusoras com um número cada vez maior de camadas (o que possibilita agregar características especiais em determinadas estruturas ou auferir ganhos econômicos ao maximizar-se materiais de barreira em camadas mais finas, porém em maior quantidade) e recursos tecnológicos avançados como micro layering e irradiação. Tendo em vista que a maioria das aplicações de embalagens barreira – com ou sem películas metálicas, laminadas ou coextrudadas – destina-se ao contato direto com alimentos, muitos deles in natura ou semi processados, o segmento requer uma estrutura robusta por parte do convertedor, não só industrialmente falando, mas também no que concerne ao seu sistema da qualidade – para que se possa garantir a integrid a de e o tempo de vida em prateleira dos produtos acondicionados.


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/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

“Produzir com qualidade filmes para tampas e fundos requer coextrusoras de capas assimétricas do tipo cast”

Uma parte significativa dos itens que demandam alta barreira são alimentos cárneos, laticínios e embutidos em geral – apresentados ao consumidor em embalagens do tipo casing, pouches fechados à vácuo ou bandejas termoformadas. Cada uma das variantes requer estrutura de acabamento e capabilidades industriais específicas – desde máquinas mais simples e de alta produtividade para a formatação de pouches de duas ou mais soldas até os sofisticados stand-up pouches de formato regular ou de tipo “shaped”. Produzir com a qualidade necessária os filmes de tampas e fundos das chamadas trays (bandejas) implica em coextrusoras de capas assimétricas e de orientação planiforme (conhecidas como “cast”), justamente para que se possa confeccionar filmes com a mínima variação de espessura e planicidade, necessárias no processo de envase automático de alto desempenho.

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Algumas das aplicações que demandam embalagens como os tradicionais filmes de alta barreira encolhíveis à vácuo empregam uma mão-de-obra intensiva; alguns dos grandes convertedores de soluções em alta barreira, por exemplo, oferecem soluções de filmes encolhíveis em bobina, que atribuem maior produtividade e economia de mão-de-obra, possibilitando a adoção de linhas mais automatizadas e ágeis. Um mercado onde é pré-requisito oferecer ao cliente a solução de embalagem e a linha de envase ou empacotamento, em caráter de comodato, leasing ou aluguel. A bem da verdade, “embalagens barreira” é um termo muito amplo e difuso. Embalar carnes vermelhas in natura, desossadas ou não, processadas ou defumadas, aves, queijos sólidos, queijos pastosos, frutos do mar – requerem soluções de embalagem distintas. É possível, portanto, encontrar desde os grandes convertedores de soluções barreira – normalmente


/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

empresas de grande porte e com investimentos pesados tanto em impressão quanto em coextrusão (multinacionais como Sealed Air, Bemis e Valgroup e gigantes locais como Videplast, Plaszom etc.), empresas médias atendendo mercados locais ou clientes de menor porte (Grupo Artvac, Descartável, Maquiplast etc.) até os muito especializados, aptos por exemplo, em produzir pouches piramidais para envase de queijos cremosos como catupiry e cheddar (Grati, por exemplo). Novas tecnologias no campo dos aditivos (bloqueadores de radiação ultravioleta, antifog, agentes microbianos etc.) e sistemas de micro perfuração controlada, têm levado o setor de embalagens de alta barreira de sua função passiva a uma postura ativa (active packaging), potencializando a vida útil do produto e prevenindo que fatores de influência externos como eventuais oscilações de temperatura (ou mesmo desligamentos) na cadeia do frio – desde os caminhões de transporte até os locais refrigerados no varejo – possam degradar os alimentos.

Imprimir e converter alumínio exige impressoras, laminadoras e cortadeiras com adaptações específicas para manter a película livre de rugas e amassamentos. Também requer capabilidades na aplicação de primers e vernizes selantes (sobretudo termosselantes ). A maioria destes revestimentos é de alta gramatura – o que faz com que tais convertedoras tenham cilindros aplicadores e máquinas envernizadoras desenvolvidos para esta finalidade. Mais uma vez, temos um exemplo crasso da simplificação, que nos dá uma falsa ideia de comoditização. O mercado de embalagens flexíveis com alumínio é muito vasto e técnico. Na área de medicamentos, por exemplo, há tratativas e diretrizes de embalagem para os chamados medicamentos OTC (isentos de prescrição médica) e os remédios controlados. Determinadas drogas, em função da sua periculosidade – principalmente se

Embalagens flexíveis com emprego de alumínio Se, por um lado, boa parte das estruturas de embalagem têm substituído a folha de alumínio por outros materiais, pode-se dizer que converter alumínio soft ou blister em embalagens flexíveis é uma especialidade para poucos e com um bom mercado ainda a explorar (principalmente o de medicamentos e chocolates).

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ingeridas por crianças - requerem a adoção de sofisticados sistemas de segurança do tipo “childproof” (lacres, selos de violabilidade etc.); aos idosos, sistemas de dispensamento preciso e dispositivos para facilitar a abertura e fechamento (easy open) por mãos muitas vezes trêmulas e frágeis. Certos medicamentos precisam de uma maior barreira à umidade e possuem formatos ou tamanhos inapropriados para os métodos de formação de blister tradicionais. Nestes casos, há convertedores especializados em estruturas para coldform geralmente laminados com alumínio blister e poliamida mono ou bi orientada. Tais estruturas, por conta da poliamida, possibilitam uma melhor printabilidade, inclusive. Dois problemas que assolam a indústria farmacêutica (a maior compradora de embalagens flexíveis base alumínio) são a ne-


/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

“Uma outra vertente do setor de embalagens com alumínio são o de tampas,selos e discos para vedação”

cessidade de monitoramento de carga (desvios, furtos ou ineficiências que prejudicam a logística e causam enormes danos financeiros) e o combate à falsificação. Estes dois vetores abriram uma infinidade de “subespecialidades”, tais como alumínio impresso com holografia, microimpressão, uso de tintas e vernizes de segurança (algo parecido com o que é usado na impressão de papel moeda) e até mesmo a “impressão” de alumínio blister durante o processo de manufatura da folha, usando o próprio óleo residual de laminação para criar motivos únicos ou versões incolores – foscas ou brilhantes – do logotipo do cliente. No Brasil, o mercado de flexíveis em alumínio não é tão segmentado quanto no exterior. Enquanto no resto do mundo, é possível encontrar convertedores gigantes altamente especializados em alumínio (Constantia Flexibles, BilCare etc.), os usuários de alumínio são, geralmente, os grandes impressores de rotogravura

(Amcor, Bemis, Embalagens Flexiveis Diadema, Tecnoval, Inapel, Sonoco – Graffo, Converplast etc.) e empresas de pequeno e médio porte, com impressoras flexográficas banda média ou estreita, imprimindo as menores tiragens e os produtos de menor complexidade visual. Não raro, encontramos indústrias farmacêuticas nacionais produzindo suas embalagens, embora este movimento já tenha cessado (não só pela necessidade de foco do negócio e custos correlatos, mas pela quantidade de implicações legais e licenças de operação necessárias para acomodar uma operação de impressão com solventes em um negócio ligado à saúde humana ou animal). Uma outra faceta deste setor de alumínio é o de tampas flexíveis para potes e frascos – geralmente iogurtes – e o de selos e discos de vedação. Ambos os mercados são nichos liderados por empresas bastante técnicas e especializadas, a exemplo da Geraldiscos e Delgo. Subsetores que exigem grande perícia em equipamentos (seladoras convencionais ou por indução) e, eventualmente, extrusoras para a produção de polietileno expandido.

Embalagens impressas em sistemas digitais Há pouquíssimo tempo, a impressão digital começou a ser utilizada também na impressão de embalagens flexíveis. Este novo nicho permite uma mudança completa do modelo de negócios tradicional – a produção em mas16 - ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 65 - Jan/Fev 2018


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/// ARTIGO DE CAPA

sa de embalagens flexíveis – para a personalização em massa. As possibilidades de uso promocional aos donos das marcas ainda são inimagináveis, uma vez que se pode produzir embalagens únicas para cada consumidor ou necessidade. Apesar do pouco tempo em uso (quando comparamos com os processos analógicos de impressão, tais como a rotogravura e a flexografia), a impressão digital já mostrou o que é capaz de realizar em campanhas promocionais incríveis e criativas como a da Coca-Cola com nomes próprios, a “Nutella única”, “Tang Álbum de Família” e assim por diante. No exterior, já existem convertedores plenamente especializados na produção de embalagens flexíveis e rótulos em pequenas

tiragens, com impressão digital e uma plataforma de atendimento ao cliente e venda (e-commerce) 100% baseada na internet. Daqui há alguns anos, com a popularização e massificação da impressão digital no setor de flexíveis, veremos certamente desdobramentos ou nuances no modelo de negócios, como por exemplo, impressores com máquinas digitais mais velozes, menores custos por metro quadrado impresso e menor qualidade visual abocanhando uma parcela de clientes, enquanto outros com sistemas digitais mais “nobres” e caros, atendendo outros projetos e públicos. Por ora, a Camargo Embalagens e algumas empresas do segmento de banda estreita são os desbravadores deste novo negócio no Brasil.

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O “arroz e feijão” do BOPP mais BOPP Se existe uma estrutura que para a maioria dos convertedores, é considerada commodity, essa estrutura é o laminado de dois filmes de BOPP normalmente usados nas embalagens de biscoitos, salgadinhos e snacks em geral. Já dedicamos, aliás, uma edição da ProjetoPack em Revista inteira a este segmento (edição 36, março e abril de 2013). Apesar de, visualmente, uma bobina de BOPP plano simples ser praticamente idêntica a uma de BOPP especial para aplicações de alto deslizamento (high slip), dizer que são a mesma coisa é um ledo engano. Os alimentos embalados e as próprias características de performance das li-


/// ARTIGO DE CAPA

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/// ARTIGO DE CAPA

fina (pós) e serão mais suscetíveis às cargas eletrostáticas, necessitando de filmes de BOPP com agentes anti-estáticos. Processos como a rotulagem IML (In-Mold Label) tem na estática o principal problema operacional e da geração de aparas. Fabricantes de BOPP tem produtos altamente sofisticados para este fim.

“Com o aperfeiçoamento dos processos de revestimento e coextrusão do BOPP, uma série de novas aplicações tem surgido para o produto” nhas de empacotamento exigirão

Aplicações como o de em-

filmes mais ou menos espessos

balagens para condimentos (ou

(filmes muito finos são especiali-

mesmo snacks condimentados)

dades), seláveis em uma ou nas

podem, por exemplo, requer prin-

duas faces (com forças de sela-

tabilidade maior, por conta da

gem em intensidades maiores ou

maior incidência de migração –

não), metalizados (com função

mesmo nas estruturas laminadas

estética ou níveis de barreira ópti-

– o que poderia afetar a película

ca específicos), matte, perolados, cavitados, branco opacos, deslizantes ou extremamente deslizantes e assim sucessivamente.

filmogênica da tinta e decrescer a força de laminação. Algumas embalagens conterão produtos de granulometria

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Com o aprimoramento dos processos de coextrusão e revestimentos barreira dos filmes de BOPP, uma miríade de novas aplicações tem surgido para o produto – muitas em substituição aos filmes de BOPET, por conta do seu peso e rendimento (além de preço circunstancialmente mais competitivo); o que outrora foi uma das vantagens mais significativas do BOPET, a sua estabilidade dimensional ótima para a impressão e conversão, passou a ser menos importante com o aperfeiçoamento dos dispositivos controladores de tensão e alinhadores de banda presentes em todas as máquinas modernas de processamento bobina a bobina. O BOPET, claro, não parou no tempo, evoluindo e encontrando muitas novas áreas e aplicações (inclusive na indústria de eletroeletrônicos). No entanto, esse tema fica para uma edição posterior. O mais importante, ao final destes parágrafos, é realmente sentir que cada subsegmento do nosso mercado tem meandros profundos, técnicos, onde se pode aportar valor ao cliente e cobrar mais por isso. Tais meandros são comumente chamados de “nichos”. Boa sorte em sua busca.


/// ARTIGO DE CAPA

A Siegwerk uma das maiores fornecedoras internacionais de tintas de impressão para aplicações e rótulos de embalagens, assinou um contrato de compra da Tupahue Tintas. Localizada em Diadema, São Paulo, a Tupahue Tintas é uma das empresas líder no mercado brasileiro de tintas e vernizes de flexografia e rotogravura. Com essa aquisição, a Siegwerk amplia sua presença na região latino-americana e fortalece sua capacidade de atender às demandas específicas do mercado local. Desde sua fundação, em 1989, a Tupahue Tintas tem oferecido produtos especialmente concebidos para atender às necessidades do mercado de embalagens local. "Com a aquisição da Tupahue Tintas, a família Siegwerk ganha mais uma fornecedora de tintas bem estabelecida, com produtos de alta qualidade para aplicações de embalagem", declarou Christian de Almeida, Diretor Geral da Siegwerk Brasil. "É possível ver uma crescente demanda por aplicações personalizadas e embalagens de alta qualidade. A combinação de nosso know-how e tecnologia com os da Tupahue, agregará muito valor à nossa oferta no mercado." O portfólio da Tupahue Tintas abrange tintas e vernizes de flexografia e rotogravura que são ideais para uma ampla gama de substratos, como LDPE, HDPE, BOPP, PP, poliolefina, poliéster, alumínio, filmes metalizados e outros. A oferta de aquisição feita pela Siegwerk inclui a transferência de todo o conhecimento técnico e portfólio de produtos, bem como dos equipamentos de fabricação pertencentes à sede da Tupahue, em Diadema. As duas empresas trabalharão em estreita colaboração para garantir uma integração harmoniosa dos negócios, sem causar nenhuma interferência aos atuais clientes de ambas as empresas. "Investir em mercados emergentes como América Latina ou Ásia é um pilar fundamental da nossa estratégia de crescimento", explica Herbert Forker, CEO da Siegwerk. "Aproximar-se dos clientes e oferecer soluções e serviços com a mesma alta qualidade em todo o mundo são alguns dos nossos objetivos estratégicos. Vamos continuar investindo principalmente em recursos que deem suporte a todos os diferentes segmentos do mercado de embalagens." Para o futuro, a Siegwerk continuará investindo em infraestruturas e no desenvolvimento local de competências. O foco é fortalecer suas posições no mercado local, para então expandir suas ofertas nos mercados de embalagens de todo o mundo. Combinando a tinta de melhor qualidade do setor, produtos com segurança apropriada, suporte e direcionamento contínuo, a Siegwerk está fazendo todos os esforços para dar suporte aos clientes em todo o mundo e, assim, atender às futuras tendências e às necessidades individuais, sempre com soluções de ponta. As partes concordaram em não divulgar nenhum detalhe financeiro relacionados à aquisição. Sobre a Siegwerk Siegwerk Siegwerk, empresa há seis gerações na mesma família, é uma das maiores fabricantes internacionais de tintas de impressão e soluções individuais para embalagens, rótulos e catálogos. Há mais de 180 anos no ramo, a empresa tem sólida experiência e conhece bem os vários procedimentos de impressão. Com sua network global de fabricação e serviços, garante aos clientes produtos e serviços de alta qualidade. Seguindo a filosofia da empresa, "Ink, Heart & Soul", a Siegwerk busca uma cooperação em longo prazo com seus parceiros de negócios. Sediada em Siegburg, perto de Colônia, a Siegwerk emprega cerca mund Para obter mais informações sobre a Siegwerk, visite www.siegwerk.com de 5.000 pessoas em mais de 30 países em todo o mundo.

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/// REPORTAGEM ESPECIAL

REPORTAGEM ESPECIAL: 15 ANOS DE COMEXI DO BRASIL

H

á 62 anos, a empresa catalã “Construções Mecânicas Xifra – a Comexi” lançaria a sua primeira impressora flexográfica – o modelo CF 2/60. É certo que nem seu primeiro cliente, nem o próprio fundador da companhia, o Sr. Xifra, imaginariam que a Comexi se tornaria uma das líderes mundiais em tecnologia de impressão flexográfica (assim como de impressão em geral e conversão), bem como uma das líderes deste mercado tão competitivo e ­tradicionalmente, ítalo-germânico.

22 - ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 65 - Jan/Fev 2018

Equipe Comexi na planta industrial em Montenegro, RS


/// REPORTAGEM ESPECIAL A redação Mande suas sugestões, artigos, dicas ou notícias, críticas e dúvidas para a nossa equipe, pelo e-mail revista@projetopack.com

Quase 50 anos após a sua fundação, a Comexi viria a abrir a sua unidade industrial no Brasil, em Montenegro, RS, suprindo o mercado nacional com quase uma centena de impressoras flexográficas com tecnologia de ponta, desde então, além de algumas centenas de outros equipamentos para laminação, corte e rebobinamento. Nesta matéria especial em comemoração ao seu aniversário de 15 anos, trazemos um apanhado geral das maiores contribuições tecnológicas e de serviços da companhia para o nosso mercado, além da visão de negócios e perspectivas de seus dirigentes para os próximos anos – uma informação rica e que pode ajudar os estimados leitores a compreender melhor o cenário desafiador que temos pela frente e planejar com maior clareza os seus próximos investimentos.

impressora Comexi F2 MC, lançada no país em 2016 e que tem tido uma grande aceitação de mercado, tanto nacional quanto internacionalmente. Já existe mais de uma centena de impressoras da família F2 em todo o mundo, imprimindo produtos dos mais variados. Mais de 270 máquinas ­Comexi foram produzidas em ­Montenegro e vendidas, em sua maioria, às convertedoras brasileiras, segundo os mais altos padrões de qualidade implementados e auditados pela matriz do grupo. A planta nacional conta, além da engenharia e produção, com uma equipe de vendas, serviço técnico e logística.

“Para nós, a Comexi do Brasil tem sido uma aposta claramente estratégica para nosso negócio” Manel Xifra, presidente da Comexi

Marc Boadas destaca que “estes primeiros 15 anos são apenas

Crescimento recorde e boas perspectivas à frente Desde 2002, em sua moderna instalação de 6000 metros quadrados, a Comexi vem quebrando seus próprios recordes anuais de produção e ampliando, sobremaneira, sua participação no mercado brasileiro de máquinas flexográficas, laminadoras e rebobinadeiras – uma fatia de mercado que no ano passado superou os 80%, segundo seu diretor geral, Marc Boadas. Um dos expoentes máximos deste crescimento está sendo a

Manel Xifra, presidente da Comexi

Marc Boadas, gerente geral da Comexi do Brasil

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“Em 2006, fabricamos a nossa primeira flexo gearless no Brasil”

o início de uma história de muito êxito apoiando a cadeia de valor de embalagem flexível”. Para fortalecer o objetivo de crescimento no Brasil e em toda a América do Sul, a Comexi do Brasil tem previsão de lançamento de três novas impressoras até 2020, dentre elas os modelos Comexi F2 MB e Comexi F4. “Os números da economia brasileira dos últimos meses confirmam que depois da crise, a recuperação é real e sustentável”, destaca Marc.

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Para entender mais profundamente a história da companhia no Brasil e os movimentos estratégicos que estão por vir, entrevistamos com exclusividade o seu diretor geral – num bate-papo aberto e abrangente: ProjetoPack: Como foi o início da operação da Comexi no Brasil?

Marc: A Comexi foi fundada em 6 de dezembro de 2002. Naquela época, a maioria das impressoras instaladas no país eram de quatro ou seis cores, produzidas por fabricantes locais. A flexografia não era conhecida no Brasil por ser um processo apto a imprimir embalagens flexíveis em alta qualidade. A Comexi já possuía alguns clientes no Brasil. Com o objetivo de aumentar o nível de competitividade e de serviço, tomou-se a decisão de se instalar uma operação da Comexi no Brasil. Aliado a tecnologia global da Comexi, adicionamos o conteúdo local, que elimina o imposto de importação e permite ao cliente acesso a linhas de crédito governamentais. Em 2003, produzimos quatro impressoras FJ 8 cores engrenadas e quatro laminadoras sem solvente. Eram tempos onde dedicávamos

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aproximadamente 60% da nossa produção ao mercado interno, e os 40% restantes às exportações. A nossa primeira impressora flexográfica gearless feita no Brasil foi fabricada em 2006. A FlexoWishes 1508 (a popular FW) possibilitou-nos um aumento significativo de participação no mercado. Os clientes podiam enfim, com o financiamento do BNDES e a taxas de juro bastante atrativas, adquirir o estado da arte em tecnologia de impressão flexográfica, o que significou grande melhoria aos clientes e mercado flexográfico, de forma geral. Além do mais, a precisão destas novas impressoras gearless, combinada a outros avanços tecnológicos da Comexi e de insumos flexográficos tais como chapas, fita adesiva dupla-face, anilox e tintas fez com que a tec-


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“Mais de 60 anos de experiência, práticas de governança, planejamento sucessório e gestão profissionalizada” nologia flexográfica da Comexi fosse enfim considerada uma boa opção para a impressão de embalagens sofisticadas ao invés da tradicional rotogravura. ProjetoPack: Como está a situação atual da Comexi do Brasil? Quantas pessoas trabalham hoje na empresa e na fábrica? Marc: A Comexi do Brasil está indo muito bem. Atravessamos o período de crise no país revendo nosso modelo de negócios. Melhoramos todos os nossos processos, eliminamos desperdícios e reduzimos custos sem afetar, contudo, nossa qualidade de produtos e serviços. Além do mais, com o suporte da nossa matriz na Catalunha (ES) e os resultados excelentes que viemos atingindo já há alguns anos, alavancamos em muito a nossa competitividade. Atualmente, temos 52 profissionais experientes trabalhando na companhia. A operação vem sendo constantemente aperfeiçoada, não apenas por conta da disciplina e práticas de produção enxuta na montagem e outros processos internos, mas também por conta de uma gestão de logística e uma rede de fornecedores confiáveis. ProjetoPack: Por que você diria que a Comexi é uma empresa líder no Brasil? 26 - ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 65 - Jan/Fev 2018

Marc: A Comexi fornece uma ampla variedade de tecnologias de impressão flexográfica, laminação e acabamento no Brasil, algo que nenhum outro competidor possui. Equipamentos que competem globalmente, com componentes locais, o que possibilita o acesso a linhas de financiamento e crédito junto aos bancos estatais. Somos uma companhia multinacional familiar, com mais de 60 anos de experiência, práticas de governança, planejamento sucessório e gestão profissionalizada. Todas estas razões atribuem robustez, algo que os clientes esperam quando se tata de investir em um ativo tão importante e estratégico para o seu negócio. Neste sentido, a Comexi, fundada em 1954 pelo Sr. Xifra e sua família acumula uma vasta experiência na produção de bens de capital para as indústrias de embalagens flexíveis e conversão. Na matriz da Catalunha (ES), o grupo possui basicamente cinco linhas de produto, sendo cada uma delas especializada em um processo de conversão distinto: impressão flexográfica, impressão offset, impressão em rotogravura, laminação e corte e rebobinamento. Estas linhas (divididas internamente em unidades de negócios) fornecem soluções convergentes às demandas do mercado, porém estão em constante evolução e desenvolvimento. A Comexi oferece equipamentos competitivos e personalizados que reúnem não apenas as mais avançadas tecnologias de manufatura e inovação,


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“Seguindo a nossa estratégia de tornar-se o principal fornecedor global, temos nos posicionado como uma das empresas líderes também no desenvolvimento de soluções para laminação, revestimentos e acabamento” mas também atendem as premissas de sustentabilidade. A área de flexografia é a atividade principal do grupo. Fornecemos diversas impressoras flexográficas para a produção de tiragens curtas, medias e longas. Desenvolvemos novas e importantes soluções ao mercado de impressão em rotogravura e a mais recente e revolucionária solução para a impressão de embalagens flexíveis: a máquina impressora offset com tambor central; Comexi CI8 offset. Seguindo a nossa estratégia de tornar-se o principal fornecedor global, temos nos posicionado nas últimas décadas como uma das empresas líderes também no desenvolvimento de soluções para laminação, revestimentos e acabamento. Deste modo, o grupo lançou equipamentos de alta performance em laminação como as laminadoras Comexi ML1, Comexi SL2 ou Comexi ML2 – sendo esta última inovação responsável pela redução do impacto ambiental com aplicações sem solvente, base água e a usual laminação base solvente. Temos também soluções técnicas que vão ao encontro de demandas de embalagem dos

donos das marcas – heat seal, revestimentos, vernizes barreira e cold seal, além do impactante acabamento holográfico, presente no equipamento Futura. Todas as nossas laminadoras visam, além da qualidade e produtividade no processo de laminação (obtidas com sistemas de trocas rápidas, manuseio fácil das bobinas etc.), prover dados do processo que favoreçam o controle e a rastreabilidade ao convertedor. As cortadeiras e rebobinadeiras Comexi garantem um ciclo de produção curto, graças a seu projeto que alia alta performance e eficiência energética, tal como o dos equipamentos Comexi S1 DT ou Comexi S2 DT – ambos dotados de recursos que maximizam a produtividade e reduzem os tempos de troca. O grupo também segue investindo no desenvolvimento de tecnologias para aumentar a eficiência geral, com o emprego de robótica e automação. Seu sistema laser pode ser totalmente integrado em linha nas cortadeiras e possibilita aplicações especiais como sistemas easy-open e resealable (abertura fácil e voltar a fechar), perfuração, numeração ou mesmo a criação

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de qualquer forma e em qualquer direção, em altíssima velocidade. Por fim, entendemos que “ser uma empresa líder no Brasil” envolve o leque de serviços ofertados aos clientes de nossa base. Provemos, portanto, assistência técnica 24h, 7 dias por semana – além de manutenção, treinamentos, consultoria e venda de peças sobressalentes, com o intuito de ajudar aos clientes e otimizar a produtividade e funcionamento de seus equipamentos. ProjetoPack: Atualmente, o que vocês acreditam ser o potencial do mercado brasileiro para impressoras flexográficas banda larga gearless? Marc: Em geral, o mercado potencial para este tipo de tecnologia no Brasil é bem interessante e nós acreditamos que poderia vir a ser algo entre 15 e 18 impressoras gearless por ano. ProjetoPack: Como o mercado de máquinas usadas tem afetado os negócios da Comexi no Brasil? Marc: O mercado de usados consiste, basicamente, de impressoras mecânicas. Se levarmos em conta o nível cada vez mais alto de competitividade demandado pelo nosso mercado, é possível inferir tanto que a venda de máquinas usadas, quanto a demanda por impressoras mecânicas, deverá cair drasticamente nos próximos anos. ProjetoPack: Se compararmos a performance entre duas máquinas Comexi: uma fabricada na ­Catalunha (ES) e a outra, produzida no Brasil, que diferenças podemos encontrar?


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Ele teria usado Apex...

Johannes Gutenberg - Inventor (1397 – 1468)

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Inventor alemão, Johannes Gutenberg desenvolveu um método inovador de tipo móvel e utilizou-o para criar um dos primeiros grandes livros impressos do mundo ocidental, a Bíblia de Gutenberg (B-42). Fonte: Biography.com

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A escolha inovadora

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“As soluções tecnológicas que apresentamos, a qualidade dos componentes mecânicos e eletrônicos agregados e nossa equipe altamente qualificada atribuem conforto e segurança aos clientes quando chega a hora de escolher seu equipamento Comexi”

Marc: Não há diferença alguma. A Comexi fabrica as mesmas máquinas em todas as suas unidades de produção, com os mesmos desenhos técnicos, componentes e seguindo as mesmas especificações e elevados padrões de qualidade. ProjetoPack: No passado, a Comexi produzia a maioria dos seus acessórios. Hoje, parece-nos mais voltada à integração. Você poderia comentar algo sobre essa mudança de abordagem? Marc: A Comexi está mais focada no seu negócio principal, além da própria integração dos elementos em uma solução completa ao cliente. Entretanto, as partes críticas da máquina – aquelas mais estratégicas – mantemos a produção internamente. “Como exemplo, os tambores centrais e os doctor blades das impressoras flexográficas.” ProjetoPack: Como vocês enxergam o setor de embalagens flexíveis no Brasil nos dias de hoje? Poderiam compartilhar com os leitores o que esperam do futuro deste nosso mercado? Marc: O consumo de embalagens flexíveis na América Latina é três vezes menor que a Europa e oito vezes menor que os Estados Unidos. Portanto, podemos esperar que muitos convertedores globais invistam no Brasil nos próximos anos. Levando em conta também a tendência de crescimento do mercado brasileiro para o próximo triênio, acreditamos que existem sim, boas oportunidades por aqui para nós e a Comexi do

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Brasil está bem preparada para responder a todos os clientes, ao mercado e às necessidades dos convertedores. ProjetoPack: De um ponto de vista estritamente técnico, e deixando de lado o peso da marca Comexi, quais deveriam ser os principais aspectos técnicos que levariam um eventual cliente a escolher uma impressora Comexi, em detrimento de outra marca concorrente, seja ela local ou estrangeira? Marc: Nossa grande participação de mercado nos garante uma boa vantagem em termos de experiência sobre todos os requisitos, tendências e necessidades do mercado brasileiro de flexografia, laminação e acabamento de embalagens flexíveis. As soluções tecnológicas que apresentamos, a qualidade dos componentes mecânicos e eletrônicos agregados e nossa equipe altamente qualificada atribuem conforto e segurança aos clientes quando chega a hora de escolher seu equipamento Comexi, em meio à profusão de ofertas concorrentes. Por último e não menos importante, nosso estoque de peças sobressalentes nos permite atender demandas dos clientes em caráter imediato, outro diferencial importante neste segmento. ProjetoPack: Como o time da Comexi está se sentindo com respeito ao seu décimo quinto aniversário? Há algum evento ou comemoração em vista? Talvez uma festa de debutante? (risos) Marc: Estamos, antes de mais nada, muito orgulhosos em celebrar este aniversário de quinze


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Linha de produtos

“Estamos muito o ­ rgulhosos em celebrar este aniversário de quinze anos. É muito satisfatório perceber, inclusive, que muitos dos nossos colaboradores mais experientes já estão trabalhando conosco há mais de uma década.” anos. É muito satisfatório perceber, inclusive, que muitos dos nossos colaboradores mais experientes já estão trabalhando conosco há mais de uma década.

Use um leitor de QR Codes com seu Smartphone, e acesse a página da Comexi com informações completas das máquinas apresentadas a seguir.

Esta data é tão importante que escolhemos celebrar com toda a nossa equipe e suas respectivas famílias em um Open House, que se realizou no dia 9 de Dezembro, onde pudemos mostrar aos nossos parentes mais próximos (filhos, esposas e maridos) o nosso local de trabalho, de forma que eles possam aprender um pouco sobre a rotina diária na Comexi, nossos produtos e serviços e, claro, aproveitar o dia juntos e em boa companhia. ▪

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Atualmente, a Comexi do Brasil produz diferentes impressoras flexográficas, laminadoras e cortadeiras – rebobinadeiras, comercializadas aos convertedores brasileiros e em toda a América Latina. Conhecida por uma alta performance e uma sólida plataforma de serviços técnicos (o que inclui um avançado Centro de Treinamentos com mais de 2000m² e 13 máquinas para testes na Catalunha (ES) - o Ctec Manel Xifra Boada) e assistência local aos clientes. A linha de produtos contempla:

Impressora flexográfica Comexi F3 A Comexi F3 é uma impressora tambor central gearless bastante robusta, que incorpora os sistemas eletrônicos mais avançados para se atingir uma alta qualidade de impressão em diferentes substratos, a custos altamente competitivos. Está disponível em larguras de impressão de 1270mm, 8 cores e com passo máximo de 800mm.


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Os conceitos patenteados de ergonomia e acessibilidade da Comexi estão reunidos sob a bandeira FLEXOEfficiency”

A máquina é uma referência neste segmento e, logo após ter sido introduzida no mercado em meados de 2010, tem sido replicada por diferentes empresas do setor. Apresenta a melhor relação de custo por metro quadrado impresso nesta faixa de largura.

Impressora Comexi F2 MC

Impressora Comexi F2 MB

A impressora flexográfica gearless F2 MC é bastante versátil e combina conceitos patenteados de ergonomia e acessibilidade (FLEXOEfficiency) com a performance e robustez do restante da linha F2. Possui um sistema de secagem aprimorado e patenteado, apto à impressão de tiragens médias e longas.

A flexográfica gearless F2 MB também traz os benefícios ­FLEXOEfficiency associados à alta performance e reboustez, mas foi idealizada e dimensionada para tiragens medianas, graças a sua simplicidade e eficiência operacional.

Impressora Comexi F4 A impressora flexográfica gearless F4 é a melhor solução de banda média para as tiragens curtas.

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Laminadora Comexi Dual A laminadora Comexi Dual é um sinônimo de versatilidade, apta a laminar ou revestir uma ampla gama de estruturas das mais distintas aplicações do mercado de embalagens flexíveis.


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Laminadora Comexi Evo Desde o seu lançamento, a laminadora EVO tem sido um sucesso absoluto. Este equipamento foi projetado com o estado da arte em sistemas de controle e aplicação de adesivos. Sua simplicidade e design ergonômico possibilitam a laminação competitiva de um amplo range de substratos, desde plásticos até papéis e folha de alumínio.

Laminadora Comexi SL2 A laminadora Comexi SL2 é considerada por muitos como a melhor solução para laminação sem solventes disponível no mercado. Possui uma tecnologia extremamente avançada de controles e ajustes, para

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/// REPORTAGEM ESPECIAL

atender aos conceitos de produtividade e facilidade de operação. Seu design exclusivo do cabeçote aplicador, dotado de motorização completa e emprego de camisas dosificadoras, aliado ao opcional de troca automática e um comando sensível ao toque bastante intuitivo, fazem deste equipamento uma referência em produtividade.

Cortadeira e rebobinadeira Comexi Compack 2 Esta máquina foi uma revolução na área de corte de materiais flexíveis, tendo sido o primeiro equipamento a empregar a tecnologia ALTS – Advanced Linear Tracking System. Sua versatilidade permite adaptação instantânea a quaisquer necessidades dos clientes.

Cortadeira e rebobinadeira S2 DT Notoriamente, o best seller das vendas no segmento das cortadeiras. Esta máquina corta suavemente a maioria dos materiais flexíveis em um ritmo bastante elevado de produção, dada a sua troca automática dupla na saída. Além disso, os equipamentos e acessórios opcionais permitem ao convertedor atingir a máxima qualidade com a máxima eficiência de custos.

O legado da companhia A sexagenária Comexi empreendeu uma rica história de inovação e empreendedorismo, ajudando a construir, junto com outras empresas pioneiras do ramo, o alicerce da flexografia moderna. Também deixou sua marca indelével no segmento de embalagens flexíveis, mudando a tradicional abordagem das companhias alemãs e italianas, para uma plataforma mais versátil com foco em soluções aos convertedores. Uma das provas incon-

testáveis desta orientação estratégica foi o lançamento mundial da primeira máquina híbrida com base no processo offset, mas com as vantagens econômicas e de performance do sistema CI (tambor central) da flexografia – a Offset CI8. Também temos visto um investimento crescente em soluções para a automação plena dos processos (especialmente no suporte às trocas rápidas dos trabalhos) e aos conceitos da Indústria 4.0, com o desenvolvimento constante da nova plataforma Comexi Cloud. É evidente que a abordagem multitecnologia, com equipamentos desenvolvidos especialmente a tiragens e materiais específicos, outros ainda – normalmente do tipo entry level – mais versáteis, a simplificação progressiva da interface homem-máquina e o alto investimento no estudo, pesquisa e capacitação dos clientes em iniciativas como o Ctec demonstram uma companhia no auge do seu conhecimento acerca do mercado e necessidades imediatas e futuras dos clientes. A filial brasileira herda esse rico patrimônio cultural e intelectual e agrega, ainda por cima, a flexibilidade, proximidade aos clientes e conhecimento regional requeridos para se fazer negócios no país – provando nos números que o sucessivo crescimento recorde de vendas de dois dígitos e a meta de 60% de crescimento até 2020 não são ambiciosas, mas sim plenamente factíveis.

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/// REPORTAGEM ESPECIAL

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/// PRESS RELEASE

ETIRAMA BUSINESS WEEK - EBW 2018 A Etirama realizou a 3ª. edição do seu tradicional evento de início de ano (EBW) dentre os dias 30 de janeiro à 01 de fevereiro em seu novo espaço para Showroom na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo – Brasil. O evento teve o apoio e a participação de importantes empresas do segmento, que estiveram presentes com “table top” para atender a todos os visitantes do event, dentre elas a Avery Dennison, Apex, Crown, Nathalgraf, MLC/ Rotometrics, Comprint, Flexo Concepts, Clicheria Alpha, UVTECH, Inmotion (Flexo&Label 2019), Open Brasil e Erhardt Leimer.

O novo espaço da Etirama, em um prédio em frente a sua fábrica com 600 metros quadrados, foi apresentado de forma improvisada para atender especificamente o evento EBW, porém terá toda sua estrutura alterada para a construção definitiva do que a empresa irá chamar de Centro Tecnológico de Flexografia.

O evento recebeu um público de cerca de 150 pessoas e contou com a apresentação de três equipamentos em pleno funcionamento: Superprint New Generation e Nova FIT 350 e Revisora EVO, além de máquinas e acessórios de empresas parceiras e convidadas. 38 - ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 65 - Jan/Fev 2018


/// REPORTAGEM ESPECIAL

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/// REPORTAGEM ESPECIAL

EFI CONNECT 2018:

UM VISLUMBRE DO FUTURO AO SETOR GRÁFICO

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uando o CEO israelense da EFI, Guy Gecht, subiu ao palco para proferir a sua palestra de boas-vin-

das na 19° conferência anual “EFI Connect” (no hotel Wynn, em Las Vegas, Estados Unidos), mais de mil e quinhentos profissionais gráficos do mundo todo, oriundos dos mais variados segmentos de impressão, arregalaram os olhos e esperaram ansiosos por um vislumbre do futuro.

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/// REPORTAGEM ESPECIAL A redação Mande suas sugestões, artigos, dicas ou notícias, críticas e dúvidas para a nossa equipe, pelo e-mail revista@projetopack.com

O título da palestra, ao primeiro slide – “A quarta revolução industrial e a impressão” – suscitaria a questão central de todo o evento: há um caminho viável e sustentável para o setor gráfico, num mundo cada vez mais digitalizado, virtual e conectado? Ou, nas palavras do próprio Guy: “A impressão sobreviverá à revolução digital?” Parte da resposta foi intrigante e embasada em números e pesquisas de diversas fontes; dizer que “a impressão está com os dias contados” é uma falácia sem tamanho e foi sustentada por exemplos marcantes. O primeiro deles é o de que as pessoas estão lendo bem menos sim, mas continuam preferindo livros impressos ao invés de suas versões digitais em e-readers e outros dispositivos móveis. Mesmo as novas gerações. A informação, na forma da palavra impressa, está viva sim senhor.

mudar radicalmente. E a única plataforma gráfica capaz de atender consumidores em suas necessidades e anseios particulares é a impressão digital, onde cada impresso pode ser completamente diferente do outro, feito literalmente sob medida.

da companhia, a EFI aproveita a ocasião para estrear uma série de produtos e tecnologias. Durante os dias 23 a 26 de janeiro deste ano, pudemos acompanhar:

Lançamentos no evento

• O lançamento das impressoras híbridas planas e bobina à bobina EFI VUTEK® HS125 Pro e HS100 Pro-Fast-4™, que oferecem um range de modos super rápidos de impressão quadricromia e tons de cinza, com velocidades de até 225 chapas por hora. Isso possibilita uma produção mais competitiva em tons de cinza de materiais de sinalização e gráficos vistos à distância;

Em sendo não apenas um congresso de porte internacional, mas o maior evento anual

• A EFI VUTEK FabriVU® 340i, uma impressora de sinalização leve que entrega produtos com ­b­aixo

Em especial, a impressão jato-de-tinta integrada a soluções inteligentes e de automação. Estes três pilares são a base do negócio da Electronics for Imaging, que emprega mais de 3 mil colaboradores em todo o mundo, fatura quase um bilhão e meio de dólares e aufere um EBITDA de dois dígitos.

O e-mail marketing têm recuado e perdido espaço para a boa e velha mala-direta impressa. As pessoas recebem uma quantidade tão avassaladora de e-mails diariamente, que estão dessensibilizadas, dando mais atenção ao impresso. Guy explica que um dos desdobramentos da quarta revolução industrial é a personalização em massa. Os donos das marcas precisam reavaliar toda a sua estratégia para atender seus clientes num nível absolutamente individual, pessoal. A impressão, portanto, precisa ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 65 - Jan/Fev 2018 - 41


/// REPORTAGEM ESPECIAL

ma com mais de 200 apresentações cobriu aspectos técnicos, gestão de negócios, marketing, vendas e muito mais a uma audiência de profissionais dos setores de impressão comercial, sinalização, embalagens e praticamente todas as principais vertentes do segmento de impressão, vindos de 23 países.

“Estamos profundamente inseridos no meio da Quarta Revolução Industrial” custo de entrada oferecendo uma sublimação integrada em linha sem comprometer, contudo, velocidade e qualidade; • A versão 6 dos seus suítes de produtividade para enterprise commercial, impressão midmarket, publication quickprint, packaging e corrugated packaging, para aplicações avançadas do tipo end-to-end e fluxos de trabalho MIS/ERP; • Uma plataforma de engajamento do cliente, próxima geração – a EFI MarketDirect – que atribui às gráficas a capacidade de por em prática programas de fidelidade, ofertas, newsletters, pesquisas e outras ferramentas e programas importantes de comunicação com seus clientes;

• O software Escada, recentemente adquirido pela EFI – um robusto produto para o controle de processos na produção de papelão ondulado; • A tecnologia EFI iQuote, aperfeiçoada para entregar o melhor, mais econômico e rápido caminho dentro de um fluxo de trabalho, para se produzir um determinado produto impresso; • O plug-in para Illustrator ­Optitex 3D Design, uma ferramenta poderosa para que os designers possam validar ou personalizar padrões 3D na impressão digital de tecidos.

Mais de 200 apresentações técnicas Ao longo dos quatro dias de EFI Connect, um extenso progra-

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O tradicional “bate-papo ao lado da lareira” com Guy Gecht (uma espécie de “Pinga-Fogo” com dois convidados especiais, conduzida pelo CEO da EFI) entrevistou os dois primeiros usuários da revolucionária impressora da EFI, a Nozomi: Eric Bacourt, CEO da Hinojosa Packaging Solutions (a maior convertedora de embalagens em papelão ondulado da Espanha) e Mal McGowan, CEO da McGowans Print (a maior convertedora de embalagens em papelão ondulado da Irlanda). A conversa, bastante agradável e interessante, entreteve a todos – mas chamou-nos a atenção especialmente por um fato inusitado: - Ali no palco, sentados em confortáveis poltronas ao lado do entrevistador Guy, estavam dois empresários com mais de 50 ou 60 anos de idade, experientíssimos, que contavam aos ouvintes, dentre curiosidades da sua vida pessoal e profissional, a sua vasta trajetória no setor gráfico – as dificuldades e mudanças no mercado consumidor de embalagens em papelão ondulado e displays. Falavam com absoluta desenvoltura e conhecimento técnico acerca das vantagens trazidas pela tecnologia de impressão digital ao seu negócio. Visitando seus sites institucionais a posteriori, as expressões “Foco em


/// REPORTAGEM ESPECIAL

Versatilidade pura A Comexi vai além na indústria de impressão de embalagens flexíveis. A Comexi F2 MC é uma marcadora de tendência, mais compacta e perfeitamente adaptada para tiragens curtas e médias. Esta impressora flexográfica possui os sistemas eletrônicos mais avançados para obter a melhor qualidade de impressão em velocidades altas.

Liderança Produtividade Qualidade

Comexi Brasil Rua Buarque de Macedo nº 4499, Bairro Faxinal, CEP 95780-000, Montenegro, RS, Brasil

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/// REPORTAGEM ESPECIAL

adequada aos nossos leitores. Ao final do congresso, e já de volta às atividades, refletimos que este gesto de “cuidado com a mídia impressa” carrega uma mensagem muito mais poderosa do que simplesmente manter boas relações com a imprensa e conseguir um bom marketing espontâneo (como este próprio texto): trata-se de um entendimento de uma premissa fundamental na era da revolução digital:

Inovação” e “Centrado no cliente e suas necessidades individuais” dão os indícios finais de que a impressão digital é uma força irrefreável e que, mesmo empresas familiares tradicionais como Hinojosa e McGowans terão de reinventar-se, para perpetuar o negócio na era da revolução digital.

O que mais nos impressionou ao participar da EFI Connect Em 2017, tivemos a oportunidade de falar com várias empresas fornecedoras de soluções para o setor gráfico – algumas delas concorrentes diretas da própria EFI ou mesmo parceiras em projetos e OEM’s. Em uma destas conversas, falávamos sobre o público-alvo da ProjetoPack em Revista e debatíamos o impacto de uma eventual campanha de anúncios, até que chegamos a uma encruzilhada: o anunciante em potencial dizia ter uma diretriz corporativa irrevogável para que não se

investisse em mídia impressa e sim, em meio digital. Naquele instante, nos sentimos um tanto confusos, uma vez que a companhia era justamente fornecedora de soluções para indústrias gráficas e de pré-impressão, “impressoras” de produtos como a nossa revista. Meses depois, a EFI nos enviaria um convite formal para fazer a cobertura jornalística do evento, juntamente com mais 149 jornalistas de todo o mundo (todos do setor gráfico). Até a data da viagem, contamos com o suporte eficiente da equipe, enviando-nos uma agenda meticulosa, serviço de pré-agendamento de entrevistas, programação das palestras e informações pertinentes não apenas ao evento, mas à viagem e ao local. Isso perdurou inclusive após a sua realização, com o envio do conteúdo das palestras, lançamentos, fotos, vídeos e todo o material necessário para fazermos um overview com a profundidade

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- O conteúdo é o elemento mais importante. As mídias impressa e digital têm espaço para coexistir, uma vez que tratam o conteúdo de formas distintas e complementares (como diria o filósofo e escritor canadense McLuhan, “o meio é a mensagem”). A rapidez dos tempos atuais precisa da mídia digital para dizer “o quê”, “quando” e “como” os fatos ocorrem. A mídia impressa tem a profundidade e a credibilidade necessárias para explicar o “por quê” dos fatos. Privilegiar só um dos lados é uma escolha perigosa, que trará consequências graves a qualquer empresa ou negócio. A EFI parece compreender esse cenário da importância do conteúdo muito profundamente, uma vez que trabalha no desenvolvimento de soluções que distribuam esse conteúdo de forma rápida, eficiente, conectada, integrada, a custos competitivos e com a versatilidade necessária para reproduzi-lo em quaisquer superfícies, com a adoção da impressão digital e softwares de automação. E, sobretudo, por respeitar e prestigiar os profissionais que produzem conteúdo.


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/// REPORTAGEM ESPECIAL

Vanguarda no fornecimento de Tintas e Solventes Propílicos

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/// ARTIGO TÉCNICO

VISÃO VIÁVEL E

mbora a afirmação do Dr. Eliyahu M. Goldratt de que você pode transformar o faturamento atual de sua empresa em lucro líquido em até quatro anos possa ser totalmente “disruptiva”, é uma afirmação real e possível de implementar tanto para empresas de Produtos como de Serviços; alguns pré-requisitos são necessários e para isto, um exame prévio de cada negócio pode verificar o quanto do potencial proposto pode ser obtido.

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/// ARTIGO TÉCNICO Gilmar de Almeida Sócio e Conselheiro pela GA Consult, Diretor nos Comitês de Logística e Controladoria na ANEFAC, Diretor de Gestão Empresarial da CCM-ULA – Câmara de Comercio Mercosul e União Latino América, Membro da M2BS, Psicanalista Clínico e Executive Mentor. revista@projetopack.com

O projeto Visão Viável (VV) foi uma progressão de implementações da TOC (Theory of Constraints) que nasceu com a edição do livro “A Meta” (1984), quando o físico E. Goldratt foi ajudar um colega que havia perdido o seu pai e lhe deixou uma empresa em más condições de resultados; hoje com mais de 100 títulos e materiais de apoio para estudos e implementações. Os projetos VV só foram divulgados a partir de 2005, quando as primeiras 100 empresas obtiveram os resultados prometidos acima.

O que é TOC (Theory of Constraints)? Foco Existem muitas definições para a palavra foco, mas um bom ponto de partida é uma definição simples como “Concentre-se fazendo o que deve ser feito”. Em quase qualquer sistema, existem muitas ações que contribuem com o desempenho do sistema, então o que significa a dificuldade de se concentrar? Na

verdade, não podemos conduzir todas as ações benéficas porque não temos tempo e nem dinheiro suficientes, mas quanto melhor conseguimos fazer, melhor será. Esta visão ingênua foi quebrada por Pareto com sua regra 80/20; o que Pareto provou é que 20% dos elementos contribuem com 80% do impacto, portanto quando não podemos fazer tudo, é de extrema importância selecionar corretamente o que fazer, aí passa a importar o que nós escolhemos focar.

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/// ARTIGO TÉCNICO

não-importante, pelo contrário, devido as dependências, ignorar uma não-restrição pode afetar a restrição na medida em que o desempenho de todo o sistema se deteriora gravemente. O que é importante notar é que a prevalecer a noção de que “mais é melhor” é correta apenas para as restrições, não é correta para a grande maioria dos elementos do sistema – as não restrições; para não restrições, “Mais é melhor” é correto apenas até o limiar, mas acima deste limiar.... mais é pior.

“É possível afirmar que 1% dos elementos ditam o resultado dos demais 99% em uma organização”

No entanto o próprio Pareto apontou, a regra 80/20 é correta somente quando não há interdependências entre os elementos do sistema; quanto maior a interdependência, mais extrema a situação se torna. Nas organizações, existem interdependências numerosas e variabilidade alta; portanto, o número de elementos que ditam o comportamento do sistema – número de restrições – é extremamente pequeno. Usando o vocabulário de Pareto, pode-se dizer que nas organizações, 1% dos elementos ditam o resultado dos demais 99%; esta constatação dá um novo significado à palavra foco.

Restrições e não-restrições Não há um erro mais grave do que equiparar não-restrição com 48 - ProjetoPack em Revista - Ano XI - Ed. 65 - Jan/Fev 2018

Este limiar é ditado pelas interdependências com as restrições e, portanto, não pode ser determinado examinando a não restrição isoladamente; para as restrições o ótimo local não é igual o ótimo global, portanto, para as não restrições, não necessariamente sua melhora se reverte em melhora do sistema. Agora reconhecemos que a grande maioria dos elementos de um sistema não são restrições; também reconhecemos que para não-restrições, “mais” pode não ser melhor, mas pior. Então é inevitável seguir a noção prevalecente onde mais é melhor? “O motivo número um para não fazer o que deve ser feito é fazer o que não deve ser feito” (E. Goldratt). Não temos escolha senão definir o foco de forma mais restrita: faça o que deve ser feito, e não faça o que não deve ser feito.

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/// ARTIGO TÉCNICO

“Quando a restrição de uma empresa é no Mercado e a empresa possui uma vantagem competitiva, a interpretação do foco é capitalizar o refinamento da vantagem competitiva em operações” ções produzem, elas absorvem o custo no inventário e esse custo, o da absorção, é interpretado como um aumento de lucro. Em outras palavras, o conceito de custo-contabilidade incentiva qualquer produção, mesmo em um gargalo, mesmo que seja acima do limiar; não é de admirar que o primeiro impacto nas implementações de TOC foi contra a Contabilidade de Custos. Pelo exposto, era obrigatório desenvolver uma alternativa que enaltecesse o atravessamento (o fluxo) com definições simples de Ganho (G), Despesas Operacionais (DO) e Inventário (I), o que trouxe a explicação da diferença entre o Mundo do Custo x Mundo do Ganho.

Outros ambientes Embora os raciocínios são lógicos para a produção com a TOC em outros ambientes a natureza da restrição pode ser diferente, em Ambientes de Projetos não são estrangulamentos mas sim o Caminho Crítico e ou a Cadeia Critica, no ambiente de Distribuição não tem relação com estrangulamento, é dinheiro (atacadistas); ou o número de clientes que entram na loja (varejo); o termo gargalo começou a gerar dúbias interpretações e foi substituído pela denominação “restrição”, isto aconteceu em 1987 quanto o nome Teoria das Restrições foi cunhado e foi oferecida uma verbalização mais precisa do processo de focagem e as cinco etapas da focalização: 1. Identificação da Restrição; 2. Exploração da Restrição; 3. Subordinação à Restrição; 4. Elevação da Restrição; 5. Retorno ao primeiro passo. Isso não foi suficiente. Foram necessárias aplicações para uma orientação adequada das não restrições na Distribuição e Suprimentos (bloqueando a tendência de empurrar a mercadoria a jusante (para abastecimento diário) e em Ambientes de Projeto (bloqueando a tendência dos tempos de proteção em multitarefas) com Corrente Crítica em Gerenciamento de Projetos.

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/// ARTIGO TÉCNICO

Processo de raciocínio Quando da implementação de TOC em ambiente de não produção, a mudança de paradigmas passou a ser mais específica quanto ao foco, sem superficialidade. Para se adequar as seguintes questões deveriam ser respondidas: • Como identificamos a Restrição? • Quais são as decisões que levarão a uma melhor Exploração? • Como determinamos a maneira correta de subordinar a restrição à decisão acima? • Como revelamos maneiras mais afetivas de elevar as Restrições? Tornou-se evidente que mesmo as melhores práticas disponí-

veis não apresentavam as respostas necessárias e dependiam de intuição, o que não era suficiente. As formas padrão de identificar as ações necessárias, as formas padrão de focar melhorias, obviamente não eram adequadas; elas começavam com uma lista de problemas, de lacunas existentes entre a situação atual e a desejada; as lacunas quantificadas e seguindo o princípio de Pareto, os itens do topo da lista foram considerados os objetivos para melhoria. Esta abordagem leva, na melhor das hipóteses, apenas a melhorias marginais, uma vez que na base da abordagem é uma suposição errônea de que as lacunas não são interdependentes;

quando as interdependências são levadas em consideração, torna-se evidente que as lacunas não são mais que efeitos, Efeitos Indesejáveis (EI) de uma causa muito mais profunda. Tentando lidar diretamente com tais efeitos indesejáveis, não se leva ao reconhecimento sobre quais ações devem ser tomadas, na verdade isso leva a muitas ações que não deveríamos nos ocupar. Havia uma necessidade premente de fornecer uma estrutura lógica e detalhada para identificar o problema central para ampliar as formas de removê-lo e fazê-lo sem criar estes efeitos. Entre 1989 e 1992 os Processos de Raciocínio da TOC foram desenvolvidos e aprimorados com sucesso.

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Restrição do mercado

“A maioria das pessoas de vendas não são treinadas para realizar uma reunião de vendas quando tem uma concorrência decisiva”

Quando a TOC é implementada nas operações, as melhorias são substanciais na medida em que a restrição vai para o Mercado, pois bem cedo percebeu-se nas implementações que um melhor desempenho das operações abria oportunidades de incrementar as vendas. Esta situação foi descrita no livro A Meta (1984), mas isto levou vários anos e muitas implementações bem-sucedidas quando se percebeu que isto proporcionava à empresa uma vantagem competitiva decisiva. Quando a restrição de uma empresa é no Mercado e a empresa possui uma vantagem competitiva, a interpretação do foco é capitalizar o refinamento da vantagem competitiva em operações. Para obter o foco necessário, a resultante foi uma clara verbalização da vantagem competitiva. Não era uma trivialidade. O que aconteceu

foi que com esta interpretação não só uma vantagem competitiva aconteceu mais sim várias, dependendo das abordagens dos produtos das empresas, a natureza dos clientes, em 1994 no livro “Não é Sorte”, foram descritos vários exemplos de abordagens competitivas, ao lado de instruções do Processo de Raciocínio.

Capitalizar e sustentar Surpreendentemente, a maioria das empresas que implementaram a TOC nas operações não avançaram para capitalizar o resultado em vantagem competitiva; em outras palavras, tornaram-se desfocados, ficando satisfeitos com os resultados de operações melhoradas e cegos para ganhos maiores que agora se tornaram disponíveis – o aumento do lucro quando passam a ganhar mais com o atendimento depois da exposição de uma capacidade maior existente. O que faltava era todo o conjunto de conhecimentos. Raramente uma empresa tem uma vantagem competitiva decisiva. A maioria das pessoas de vendas não são treinadas para realizar uma reunião de vendas quando tem uma concorrência decisiva. A natureza dessas reuniões de vendas neste ambiente é diferente das reuniões convencionais. Ao invés de se concentrar nos produtos da empresa, a reunião deve girar em torno do ambiente do cliente expondo sua necessidade significativa que atualmente não está atendida pelos fornecedores. Com o conhecimento do ambiente do cliente, é possível decifrar causas e efeitos que podem reagir entre eles, assim construindo um ciclo de vendas de

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/// ARTIGO TÉCNICO

acordo – esta mudança é grande e os vendedores tem que ser conduzidos a outros paradigmas. Nos primeiros casos bem sucedidos tornou-se evidente que tínhamos que lidar com outro desafio, capitalizar efetivamente uma vantagem competitiva decisiva que faz com que as vendas aumentem fortemente. O salto resultante de vendas pode facilmente fazer com que a restrição volte para operações e os estrangulamentos vão reaparecer rapidamente. Se este retrocesso não for devidamente controlado, pode demolir a vantagem competitiva. Para continuar a focar, tornou-se essencial saber como sustentar o aumento de vendas e como sincronizar entre vendas e operações para que a taxa de pedidos recebidos não entre em colapso, mas sim um continuo crescimento.

Não foi difícil descobrir os mecanismos simples que proporcionam essa sincronização, mas foi difícil enfrentar o fato que para efetivamente implementá-los, a implementação da TOC deveria ser feita de forma holística. Para suprir esta necessidade de transformação e implementação da TOC Holística, em 1999 foi lançado o programa Satélite onde em 8 seções de 3 horas e mais 4 Insights para estudos, cobriram todos os aspectos de um negócio.

“O processo de melhoria contínua foi acrescentado na edição de A meta em 1985”

Processo de melhoria contínua O processo de melhoria continua POOGI (Process of Ongoing Improvement) foi acrescentado na edição de “A Meta” em 1986 e passou a ser o lema da TOC.

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/// ARTIGO TÉCNICO

É a estrutura lógica que per-

“É preciso aumentar a estabilidade da empresa para um horizonte mais longo”

mite a focagem. Iniciando do objetivo estratégico da empresa, logicamente são derivadas quais ações (e em qual sequência) devem ser tomadas e quais ações

Este processo tem conceitualmente duas curvas diferentes – a curva vermelha, onde a taxa de melhoria cresce exponencialmente e a curva verde, onde a taxa de melhora deteriora-se levando a estabilidade do crescimento (patamar). Esta nova ótica impulsiona as empresas a se orientar pela curva vermelha e condenar a verde. Somente quando a realidade demonstrou a necessidade absoluta de sustentar o rápido crescimento, entendeu-se que a curva verde é tão essencial quanto a curva vermelha. Na verdade, estamos lidando com dois tipos de desempenho: crescimento financeiro e estabilidade. As empresas devem se assegurar de que seu desempenho financeiro cresça em pelo menos alguns por cento por ano, o que é equivalente a exigir o crescimento da curva vermelha. Mas, para garantir que esse crescimento seja sustentado, as empresas devem garantir que o crescimento não reduza a estabilidade. Tornou-se cada vez mais evidente que alcançar a curva vermelha exige a obtenção da curva verde e vice-versa. Para “Ganhar dinheiro agora e no futuro”, é essencial escolher cuidadosamente as ações que não só trarão o crescimento no futuro próximo, mas também aumentar (em vez de pôr em perigo) a estabilidade da empresa

para um horizonte mais longo. Para que toda esta realização seja colhida, o objetivo foi reformulado para “tornar-se uma empresa empreendedora”.

não devem ser tomadas. As arvores de E&T trouxeram clareza para as implementações, elas melhoraram a comunicação através dos níveis de gerencia-

“Concentre-se fazendo o que deve ser feito e não fazendo o que não deve ser feito” obrigou a um reexame e alteração da sabedoria convencional.

mento e sincronização entre os

Nesta fase (2002) o conhecimento já existia, em detalhes suficientes, para construir o caminho para cinco tipos diferentes de industrias: make-to-order, make-to-stock, empresas de projetos, fabricantes de equipamentos e atacadistas. Este conhecimento era tão vasto que levou muitos anos para educar novos especialistas. Foi mais problemático ainda quando a transmissão de conhecimentos dentro das empresas causou muitos mal entendidos. Uma ferramenta abrangente para transferir claramente um vasto conhecimento era um passo obrigatório.

tágio de implementação para o

Árvores de Estratégias e Táticas A Árvore de Estratégias e Táticas (E&T) é provavelmente a mais poderosa ferramenta de Processos de Raciocínio; formalmente ela substitui a Arvore de pré-requisitos, praticamente é o organizador de todo o conhecimento adquirido pelas ferramentas anteriores.

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vários departamentos. O tempo para alcançar os resultados foi consideravelmente reduzido e a transição de um espróximo, tornou-se relativamente suave. Não menos importante em 2008/9 foi apresentado ao público este conhecimento detalhado de como implementar para os cinco ambientes citados acima em uma série de seminários via web.

Novas fronteiras Várias novas fronteiras importantes estão gritando por respostas, e isto sempre será o ambiente desde que continuemos a ser bons cientistas. Segue abaixo uma declaração de E. Goldratt sobre este assunto: “O segredo de um bom cientista, não reside no nosso poder cerebral; nós temos o suficiente. Nós

simplesmente

precisamos

olhar para a realidade e pensar logicamente e precisamente sobre o que vemos. O ingrediente chave é ter a coragem de enfrentar inconsistências entre o que vemos e deduzir o caminho”.


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/// ARTIGO TÉCNICO

PADRÕES DE ENGENHARIA

A

o meu ver, devo reconhecer que a indústria brasileira, de um modo geral, melhorou a qualidade de seus processos nos últimos 15 anos, mas ainda estamos um pouco distantes de nos considerarmos razoavelmente adequados. Este termo “de um modo geral” compreende não só as ações advindas de regularizações governamentais que impedem esta melhoria, mas também de ações internas às empresas de planejamento, determinação, boas práticas operacionais e principalmente de engenharia.

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/// ARTIGO TÉCNICO Joaquim F. A. de Morais Joaquim Fernando Amâncio de Morais, é engenheiro químico (FEI), administrador industrial (USP) e tem ainda formação como auditor líder nas normas ISO 9001, ISO 14001, ISO 22.000, SA 8000, Atuação Responsável (ABIQUIM), ISO 17.025. revista@projetopack.com

O que eu gostaria de abordar no referido artigo é como a influência da engenharia nos projetos e processos da empresa, quando mal aplicada, é um fator que impede sua melhoria, prejudicando seu desempenho e realmente fazendo com que as empresas desperdicem dinheiro. A falta de um trabalho verdadeiro de engenharia se vê em muitas instalações feitas com alto investimento e de forma errada, por pura falta de conhecimento e visão de negócio. As empresas, de um modo geral, não têm na sua concepção e na sua manutenção, uma aplicação adequada de padrões de engenharia.

A situação comumente encontrada nas empresas Muitas empresas têm ou usam engenheiros(as) nos seus negócios e também subcontratam serviços de engenharia, mas o que vemos em grande parte dos casos são soluções fracas de processos produtivos e podemos dizer que, na sua maioria, soluções “caseiras” e práticas que deixam a desejar e se perpetuam ao longo do tempo. A falta de um trabalho verdadeiro de engenharia é notória em muitas instalações industriais, nos mais diversos mercados. Quem já não viu instalações, principalmente em fábricas de embalagens, repletas de canaletas nos pisos tanto para coletar efluentes como para passar utilidades? – canaletas pelo chão só

servem para acrescentar operações de limpeza e estimular o desperdício jogando de tudo nelas. E impressoras, laminadoras e outras máquinas de porte, com difícil acesso para manutenção e operação propriamente dita? - desprezam o tempo que se vai perder gerando improdutividade. As causas principais que levam projetos e processos mal feitos dentro das empresas: 1. Capacidade da área de engenharia (caso mais grave): temos engenheiros com formação escolar de baixo nível, engenheiros sem capacitação ao longo do tempo e engenheiros que não “exercem engenharia”; 2. Áreas de engenharia que contratam serviços de provedores sem capacitação para o escopo desejado e “empurram” soluções inadequadas ou até por interesse comercial destes provedores de serviço. Aliados a isto, tem se o real desprezo por requisitos legais e normas técnicas. Não estou exagerando; basta ver a realidade nas máquinas, equipamentos e estruturas das unidades produtivas; 3. Metodologia de trabalho aplicada nos projetos sem planejamento e determinação – não há um plano estruturado e minucioso – muitas empresas compram uma máquina e depois vão ver onde instalar, como ligar as utilidades, instalação dos a ­ cessórios,

trabalhadores envolvidos, como será a logística etc., ou seja, na maioria das vezes pelos princípios aleatórios; 4. Falta de um benchmarking de qualidade para construir ou melhorar seus processos; 5. Falta de estudo (ou conhecimento) de requisitos legais e outros requisitos aplicáveis como normas técnicas (NBRs, ISOs, ASME etc). É impressionante como as empresas, assim como fornecedores de equipamentos, desprezam normas técnicas. Fazem “vista grossa” para adequações legais, mas depois acabam tendo que adaptar, em que o custo final acaba saindo mais caro. Vale lembrar que tem adequações legais não feitas em determinados equipamentos, as quais custariam o mesmo preço se tivessem sido feitas corretamente desde o início. O maior exemplo disto são passarelas sem rodapé nas estruturas de máquinas cortadeiras, rebobinadeiras e extrusoras. Como as chapas tem abas laterais para dar sustentação, fazer as abas para cima configurando o rodapé custaria o mesmo, atendendendo todavia as normas de boas práticas de fabricação. Isto com base num custo de fabricação do equipamento; 6. Foco somente no valor investido inicial e não no retorno do

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/// ARTIGO TÉCNICO

r­esultado em função dos médio e longo prazos. Isto é uma cultura generalizada do Brasil. Praticamente nenhuma empresa faz um estudo minucioso de retorno. Quando o fazem, são via de regra, estudos superficiais e com base no “feeling” do empresário. Como boa parte tem sorte e outra parte é uma deficiência clara de necessidade, continuam usando a “técnica”. Em toda minha vida profissional eu só presenciei esta prática de análise em uma empresa multinacional americana e numa compra de uma paletizadora por uma empresa de embalagem;

“É comum vermos projetos de engenharia sem planejamento ou determinação, tocados muitas vezes por princípios aleatórios”

7. Hábito em fazer as coisas de forma “caseira” – isto perdura principalmente em empresas familiares. Os erros de engenharia nas instalações das empresas, tanto nas áreas industriais, como também nas administrativas, não encontram limites. Chegam a ser absurdos. Compram-se equipamentos, edificam-se infraestruturas e não há uma análise do processo como um todo, e tudo aquilo se torna totalmente ineficaz; dinheiro jogado fora! Presencio regularmente isto nas empresas. E nada disso é questionado e as vezes sequer causa indignação. Com a minha experiência em meus mais de 25 anos de atuação em torno de 200 empresas dos mais variados ramos de negócios, afirmo com muita convicção, a seguinte distribuição estatística: •

20% das empresas gastam menos dinheiro inicialmente fazendo a instalação correta;

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50% das instalações erradas custariam, no investimento inicial, o mesmo preço de fazê-las corretamente e,

Somente 30% das instalações certas poderiam chegar a custar em torno de 10% mais caras do que aquelas erradas. Isto faz lembrar uma propaganda de tubo de PVC, não é verdade? E faz sentido.

Nesta distribuição estatística, considero que a empresa tinha a intenção de fazer um processo caracterizado como “bom”, ou seja, não fazer algo reconhecidamente de má qualidade. Se formos admitir que o empresário conscientemente fez alguma coisa de má qualidade, o desastre pode ser pior, se ainda ele não tem uma atuação de engenharia competente. Pois temos ainda que considerar também um trabalho excelente de engenharia ter que caminhar na aplicação de recursos de má qualidade na instalação. Neste caso podemos ter um processo bem construído, porém com qualidade e segurança questionáveis. Ainda tenho o pior para dizer: muitas empresas (e põe “muitas” nisso) nem sabem que são ruins. Vamos amenizar... você já deve ter escutado a frase “Perdoem, pois eles não sabem o que fazem”. Pois é, como o mercado pode dar um conforto de lucro para empresas nesta situação, os resultados financeiros podem garantir sobrevivência e um lucro aceitável; então para quê vou me preocupar com processos bem engenhados? Sendo assim, só o mercado em que a empresa atua poderá acordar estes empresários. Os lucros, de uma certa forma,


/// ARTIGO TÉCNICO

vão “mascarando” sua ineficiência. Se num determinado momento a competitividade for comprometida e/ou se a margem de lucro for baixa para o que se espera do negócio, a engenharia poderá ser a diferença; logicamente atuações comerciais são também decisivas. E a “desgraça” pode não ser pouca: se isto ocorrer pelo comprometimento do negócio por soluções de engenharia, refazer os processos pode custar muito e a empresa não eventualmente não conseguirá capitalizar-se para tal mudança.

Padrões de engenharia – como trilhar uma solução? O que são, então, os padrões de engenharia? Padrões de engenharia são todas as práticas, métodos, estudos, cálculos aplicados nos proces-

sos das empresas, com amparo da engenharia em si e das disposições legais e regulamentares. Para ilustrar no âmbito legal, a maioria das Normas Regulamentaras (NRs) do MTE – Ministério do Trabalho e Emprego são praticamente compostas de padrões de engenharia; veja como exemplo as NRs 10, 11, 12, 13 e 18. Vale lembrar também que os Padrões de Engenharia (PE) são apenas uma parte das atividades de engenharia, construída ao longo dos desenvolvimentos realizados nos processos e que precisam ser revistos de forma conjunta. Vamos agora abordar o caminho para esta mudança:

“Vale lembrar que os padrões de engenharia são apenas uma parte das atividades de engenharia”

1. Primeiramente, é conveniente fazer esta “construção” dos Padrões de Engenharia (PE) com a

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/// ARTIGO TÉCNICO

(Segurança, Saúde e Meio Ambiente). Esta disseminação deve ser feita por critérios e procedimentos muito claros. No caso da área de compras, estes padrões entram como especificações a serem atendidas pelos fornecedores no produto ou serviço a ser provido. Neste caso, deve ser incluído no cadastro do serviço ou produto solicitado; 7. Estabelecer processo de inspeção de adequação ao Padrões de EngenhariaPE nas seguintes situações:

empresa em situação confortável com seus resultados, ou pelo menos sem estar com resultados negativos constantes (não que não seja possível fazer em situações mais difíceis); 2. Fazer levantamento de requisitos legais e outros requisitos aplicáveis. Usa-se a mesma metodologia de levantamento adaptada por normas de gestão de meio ambiente, segurança e saúde. Lembrando que os “outros requisitos aplicáveis” seriam principalmente normas de boas práticas operacionais (normas da ABNT, ISO etc) e acordos do seu ramo de negócio; 3. Com ajuda de profissional externo ou não, criar uma equipe multidisciplinar para fazer um diagnóstico de todos os processos produtivos, fazendo estudo de engenharia para melhoria; 4. Criar um Manual de Padrões de Engenharia (MPE) com base nos requisitos legais e outros requisi-

No recebimento de materiais, máquinas, equipamentos ou serviços - Estabelecer planos da qualidade e listas de verificação (checklists) de inspeção, preferencialmente estabelecido para própria ordem de compra. Exemplos: listas de verificação de compra ou mesmo locação de alguma máquina ou equipamento (empilhadeira, compressor, gerador, rebobinadeira, prensa etc.); compra de serviço de SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas);

Conclusão de obras e serviços (estabelecer planos de qualidade de obras e listas de verificação padronizados de obras e serviços customizáveis) – Exemplo: lista de verificação de construção civil – edificações;

Diagnósticos, auditorias e outras inspeções de processos (estabelecer relatórios específicos) – Exemplo: Relatório de auditoria de NRs (Normas Regulamentadoras).

tos de práticas industriais/operacionais. Ter diretório específico na rede com acesso controlado, não pelo sigilo, mas para não ocorrer danos ao conteúdo; 5. Determinar um responsável para gerir o sistema de Padrões de EngenhariaPE, que envolve não somente o ManualMPE, mas todo seu desencadeamento nos processos envolvidos. Não necessariamente o gestor dos Padrões de Engenharia PE precisa ser da Engenharia. Pode ser também do SGI (Sistema de Gestão Integrado) no caso da empresa quando se tem que ter normas de gestão implantadas como ISO 9001, ISO 14001 etc. Se isto ficar sem “dono”, não vai perpetuar; é óbvio que isto é válido para qualquer processo; 6. Disseminar os Padrões de EngenhariaPEs para todos os processos, porém com ênfase para as áreas de compras, projetos/engenharia, manutenção e SSMA

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/// PRESS RELEASE

EVENTO TÉCNICO DA BOBST APRESENTA O CONCEITO REVO AO BRASIL

Legenda (da esquerda para a direita): Simone Topazzini (gerente de projetos e coordenador central de competências), Fernando Vasco (gerente de vendas) e Eric Pavoni (diretor da unidade de negócios “web-fed” para a América Latina).

No mês de dezembro de 2017, a gigante global de máquinas impressoras e de conversão Bobst reuniu empresas parceiras e clientes em uma conferência especial intitulada “As mais recentes tecnologias e soluções para etiquetas e curtas tiragens de embalagens flexíveis”. Sendo este evento, parte de um roadshow e apresentado nas dependências da escola Senai Theobaldo de Nigris, em São Paulo, buscou-se tecer um panorama geral das últimas tec-

nologias e tendências chave do mercado, que definirão o crescimento da indústria de etiquetas, rótulos e embalagens flexíveis e os rumos destes setores para os próximos anos. Dentre os oradores, a Apex, AVT, Dupont, Esko, Flint Group, Henkel, Phoseon, Rossini e UPM Raflatac – parceiros de negócios e expoentes do segmento – contribuíram com os profissionais da Bobst, que dentre outros temas explanou os benefícios econômicos do conceito “Flexo digital REVO”.

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20 a 24 de Março de 2018 - São paulo - SP - BRasil expo center norte | pavilhões azul e branco


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