ProjetoPack em Revista (ano IX) - Edição 53

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LIÇÕES DO PASSADO PARA INSPIRAR O PRESENTE E transformar a crise em oportunidade!

O FUTURO DA FLEXOGRAFIA: Sete cores com gamut expandido

COPO ZAHN 2 E VISCOSÍMETRO AUTOMÁTICO Qual a diferença de precisão entre ambos?

NOTÍCIAS, ARTIGOS TÉCNICOS E MUITO MAIS!

Fusões e Aquisições: mais de um bilhão em compras por aqui já em Janeiro!

Pág. 38


20 anos

Beta 8

Beta 8

Impressora flexográfica

• Set up rapidíssimo (sistema sleeve). • Estrutura do grupo impressor fechada (tipo monobloco). • Camisa porta clichê. • Camisa anilox. • Fusos de esfera pré-carregado e guias lineares que garantem altíssima precisão das unidades de impressão. • CNC para posicionamento dos cilindros do grupo impressor com acionamento por servomotor com encoder absoluto. • Sistema “Gearless” (sem engrenagem) com motor principal montado no eixo do cilindro central. • Sistema “doctor blade” com posicionamento automático e revestimento antiaderente. • Troca automática de bobinas na entrada e saída dotadas de elevador para posicionamento e descarga das bobinas. • Altíssimo controle de tensão do filme mediante controle por células de carga, eixo eletrônico, balancim e “taper tension” nas diversas unidades da impressora.

• Tela de comando de 15 pol. e sensível ao toque. • Secagem final e entre cores de altíssimo rendimento podendo se fornecido por aquecimento elétrico ou a gás. • Cilindro central e calandra dupla de saída dotadas de sistema para refrigeração do liquido refrigerante. • Central eletroeletrônica montada em container climatizado. • Lubrificação centralizada automática e pré- programada. • Botoeira moveis sem fios. • Gerenciador de produção. • Sistema de vídeo inspeção com auto registro. • Sistema de controle automático de viscosidade. • Assistência técnica remota via internet.

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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

ESPAÇO DO LEITOR

3


PROJETOPACK

índice 6

EDITORIAL Mais um ano se inicia. Para a ProjetoPack em Revista, seu nono ano de existência. Para a ProjetoPack & Associados, seu décimo segundo ano de atividade em consultoria e treinamentos às indústrias convertedoras.

08

OEE

8 ARTIGO 14 ARTIGO

Como lucrar com OEE?

9 Dicas úteis de colagem de clichês que ajudam a preservar a superfície dos cilindros e camisas porta-clichês

18 ARTIGO

O futuro da flexografia: Expanded Color Gamut (ECG)

24 CAPA FUSÕES E AQUISIÇÕES 38

38

Lições do passado para inspirar o presente

Fusões e Aquisições: o ano começou a pleno vapor! Málaga Produtos Metalizados é adquirida CCL Industries começa o ano a todo vapor

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

Smurfit Kappa sai às compras e entra no mercado brasileiro

4

Amcor adquire Deluxe Packages Fusão entre DuPont e Dow Chemical: muita publicidade ou uma oportunidade no longo prazo?

44

ARTIGO

52

Nova geração de solventes propílicos para flexografia – imprimindo melhor e mais rápido

ARTIGO Copo Zahn 2 versus Viscosímetro automático diferem entre si?

Fusões e Aquisições: o ano começou a pleno vapor!

24


ESPAÇO DO LEITOR

Aplicativo gratuito que pode ajudar numa hora de aperto

J

á passaram algumas edições sem que trouxéssemos um novo aplicativo para dispositivos móveis que valesse a pena a instalação (e que estivesse relacionado ao nosso ramo de atividade). Há poucas semanas avaliamos aplicativos que prometem automatizar cálculos que realizamos todos os dias: conversão de kg para g/m², metros lineares ou quadrados para kg, preço unitário de embalagem, rendimento de uma bobina dentre outros.

de embalagens flexíveis europeia Constantia Flexibles. Obviamente, é todo em inglês, mas com unidades de medida já no Sistema Internacional (e não no padrão americano). Pensamos que vale sim o download. Brincamos um pouco com todas as funcionalidades e ele, de fato, dá uma mãozinha ao dia-a-dia, especialmente na questão da conversão de unidades. Aponte seu dispositivo móvel no código QR e baixe o aplicativo.

Da quase uma dúzia de apps testados (todos disponíveis gratuitamente nas lojas das plataformas Android ou Apple), um deles mereceu o destaque nesta sessão:

https://goo.gl/rA1T3R

https://goo.gl/lG5YRk

o “Reel-Calc” (do inglês “Calculadora de bobinas”), desenvolvido pela convertedora

D

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

esde o fim de dezembro do ano passado, foi ao ar o novo site institucional da ProjetoPack. Com uma área de blog interna, agora publicaremos muito mais conteúdo, extrapolando as páginas de nossa revista técnica e, inclusive, exibindo versões “estendidas” de matérias da revista limitadas por questões de espaço. Se você quer colaborar com conteúdo

– dicas práticas, palestras, artigos, opiniões, sugestões e críticas ou mesmo trabalhos de conclusão de curso nas áreas de impressão, embalagens, rótulos e etiquetas – não hesite em nos mandar um e-mail para atendimento@projetopack.com. O seu material será publicado com os devidos créditos e chegará às mãos de um cadastro de mais de 27 mil profissionais do segmento, no Brasil e exterior (uma bela chance de mostrar seu trabalho e ampliar sua rede de contatos).

www.projetopack.com

5


EDITORIAL Aislan Baer Editor Chefe Sócio-diretor da ProjetoPack & Associados e editor da ProjetoPack em Revista. Atua há mais de 15 anos na área de embalagens flexíveis, rótulos e impressão, ministrando cursos, palestras e consultoria por todo o hemisfério sul. Mestre em gestão estratégica e economia empresarial pela USP, é membro dos comitês técnicos e consultivos da IoPP (Institute of Packaging Professionals) e especialista na implantação de normas flexográficas pela FTA - Associação Americana de Flexografia.

EDITORIAL

M

ais um ano se inicia. Para

acordos e estratégias enquanto a

a ProjetoPack em Revista,

eficiência da fábrica e a qualidade

seu nono ano de existência.

dos produtos e serviços associados

Para a ProjetoPack & Associados, seu décimo segundo ano de atividade em consultoria e treinamentos às indústrias convertedoras. Nesta década e meia, vimos

margem para erro fica mais estreita. Também sobra cada vez menos dinheiro para se remunerar as partes de forma justa (compensando todo

as portas. Companhias acima de

o risco associado à atividade) e ainda

qualquer suspeita: “tradicionais no

reinvestir para crescer.

alguns até novos – profissionais acima da média, boa carteira de

Este ano de 2016 será um divisor de águas no cenário político, econômico, social e empresarial.

clientes etc.”. Todas as condições

É preciso pensar e agir de forma

propícias para ocupar uma

diferente. Para contribuir com o leitor

posição de destaque e garantir um

neste processo de desconstrução,

crescimento sustentável por um

a ProjetoPack em Revista trará

prazo indeterminado.

durante o ano todo, temas que o

Todavia, não foi suficiente. Um belo dia, deixaram de existir. Foram devoradas pelo mercado, voraz e impiedoso. A sua empresa e a minha PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

O que ocorre é que a cada dia, a

muitas empresas boas fecharem

ramo, com bons equipamentos –

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ficará relegada, em segundo plano.

estão sujeitas a isso. Todas estão. Não podemos colocar a culpa nas externalidades jamais. Ao que vimos, salvo raras exceções, o problema é, quase sempre, um misto de visão de curto prazo com uma gestão “não sistêmica”. É perfeitamente natural uma empresa familiar ter uma gestão orientada para a capacidade do empreendedor que a fundou: um ex-vendedor terá um viés para a área comercial, agressivo em preços,

farão “filosofar” sobre o segmento de embalagens flexíveis, etiquetas, rótulos e impressão. Na edição de número 53, abordaremos as principais tendências de embalagem e de gestão industrial que devem ser consideradas nos próximos meses, além, é claro, de muitos outros temas relevantes e enriquecedores. Boa leitura e que o ano de 2016 lhes traga bons frutos!

PROJETOPACK EDITOR Aislan Baer diretoria@projetopack.com DIRETOR DE CONTEÚDO Lorenzo Baer GESTORA DE CONTAS E ESTRATÉGIA DE MÍDIA Deise Moraes PROJETO GRÁFICO E GESTÃO DE MÍDIAS SOCIAIS Agência Convertty contato@convertty.com JORNALISTA RESPONSÁVEL Fabio Silberstein (MTB 49036) COMITÊ EDITORIAL Alexandre Zanolini Genicola Grupo CBS Elos André Rezende HP do Brasil Prof. Antonio Cabral Universidade Mauá Enio Koetz ProjetoPack & Associados Eudes Scarpeta Scarpeta Treinamentos Joaquim Morais Trenton Consultoria Prof. Lincoln Seragini Seragini Farné Guardado Prof. Lorenzo Baer SENAC Lapa Scipião Wilson Paduan Tecnosolutions Wilson Ramos Junior Inovagraf CONTATOS DE PUBLICIDADE E ASSINATURAS (Para assinar ou adquirir edições anteriores e para participar como patrocinador da publicação) E-mail: revista@projetopack.com Fone: (11) 3258-7134 Não é permitida a reprodução total ou parcial de textos ou matérias publicadas sem a prévia autorização da ProjetoPack em Revista. Para análise e autorização de reprodução, contatar a publicação no e-mail atendimento@projetopack.com. Todos os artigos são assinados por seus autores e não refletem necessariamente a opinião desta revista.


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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

N E V E R S T O P I N N OVAT I O N .

7


ARTIGO

OEE

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

Como lucrar com OEE?

8

E

m sua busca constante por

parque para saber se elas estão sendo

eficiência, as indústrias precisam

totalmente aproveitadas e, se estão

considerar diversos fatores que

de fato trabalhando para trazer lucro

impactam na produtividade de todo o ciclo de produção, e um dos fatores que mais impactam na capacidade total da indústria são as máquinas. Se elas param quando deveriam estar em operação, o negócio complica. Embora as máquinas sejam cada

à empresa. O próximo passo para uma indústria que realizou investimentos em capacidade - contratação e capacitação de pessoas e aquisição de máquinas - é a gestão da eficiência de toda essa operação. Inclusive, para avaliar o

vez mais modernas e muitas indústrias

retorno do investimento realizado nas

atuem com tecnologia extremamente

máquinas e pessoal, é essencial medir

avançada (como robôs e automação

a produtividade e a rentabilidade

de ponta), é crucial gerir todo esse

que cada um traz para indústria, algo


Marcos Roberto de Oliveira Possui formação em desenho industrial e MBA em gestão de projetos pela FGV. Com ampla experiência na impressão de embalagens flexíveis, processos industriais e melhoria contínua, é o responsável técnico pela área de impressão roto UV da indústria moveleira Linea Brasil, em Arapongas, Paraná. marcos.oliveira1@gmail.com

possível somente com a adoção de um

com refugos (aparas) e retrabalho. A

sistema de gestão que controle o OEE e

qualidade final do produto também

esteja integrado ao ERP.

pode ser incrementada caso a operação

Ou seja, as informações da execução da produção precisam ser medidas e sincronizadas com a informação do sistema de gestão da empresa, que possui tanto o controle do investimento realizado, quanto do retorno final em

das máquinas esteja em dia, o que reflete em vendas e crescimento para a organização. A gestão do OEE é capaz de indicar quando uma máquina apresenta falhas, seus motivos e a frequência em que ocorrem. Como a informação está

vendas que as atividades da indústria

sendo monitorada a todo instante, a ação

trazem. A seguir veremos cinco

corretiva é imediata e mitiga os riscos

ganhos em lucratividade e eficiência

da produção fora dos padrões aceitáveis

gerenciando a produção.

pelos clientes.

1. Redução do tempo de máquina parada

3. Aumento na produtividade total da indústria

O grande problema para a produtividade são as paradas não

O grande problema para a produtividade da linha são as paradas não-planejadas.”

Uma máquina que opera abaixo

planejadas. Como essa parada será

de sua capacidade ou com falha, além

sempre imprevista ela sempre trará

de gerar produtos mal-acabados,

prejuízo. É como o gás da cozinha, que

acaba refletindo na queda da

só acaba quando se está cozinhando. O

produtividade total do ciclo. Essa queda

tempo de parada reduzido traz ganhos

na produtividade ocasiona atrasos de

enormes para a produção, além de

pedidos e, provavelmente, na perda de

reduzir custos com manutenção. A

vendas e até de clientes.

intenção é que a “Cadeia de Ajuda” seja o mais eficiente possível para manter a OEE, todo o tempo que foi planejado para isso. A forma é identificar à parada e informar a cadeia de ajuda no momento em que o sintoma da parada foi apontada pelo operador. Isso aliado a uma equipe de manutenção treinada permite manter todo o processo funcionando, sem grandes solavancos.

2. Aumento na qualidade final dos produtos A indústria que gere bem suas máquinas tende a reduzir custos

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

produção com alta produtividade, alto

9


ARTIGO

Com o monitoramento do OEE, a indústria pode tomar decisões com mais segurança, como a hora certa de aumentar a capacidade de um centro, adquirir novas máquinas ou efetuar manutenção nas máquinas existentes.”

4. Balanço entre produtividade e custo das máquinas A gestão do OEE mostra quanto tempo de fato cada máquina opera, quanto tempo ela leva para ser preparada (setup), quanto tempo é perdido com paradas no processo, quanto tempo a manutenção requer para executar reparos etc.; enfim, todas as variáveis que impactam na

(trataremos disso em um tópico mais adiante). O conhecimento do OEE de cada máquina ou setor permite avaliar se, de fato, o que foi planejado está sendo devidamente executado e verificar a tempo se alguma medida precisa ser tomada para manter a produção dentro do cronograma. Ao longo do tempo, as informações

produtividade. Deste modo, é possível chegar a um cálculo real do custo de

tornam-se cada vez mais estratégicas

cada processo produtivo, bem como

e servem para avaliar a evolução do

o custo hora/máquina e identificar

passado e embasar planejamentos

e utilizar capacidades que não estão

futuros de toda a corporação.

operação e maximizar o lucro.

5. Informação certa na hora certa Com o monitoramento do OEE,

Quanto custa uma Parada? Nós sabemos que a disponibilidade é um dos três índices que compõem o OEE e sua importância é tão grande

a gestão da indústria pode tomar

que, se não existe disponibilidade,

decisões com mais segurança, como a

não existe nem desempenho e

hora certa de aumentar a capacidade

nem qualidade (afinal um recurso

de um centro, adquirir novas máquinas,

indisponível não é capaz de produzir,

fazer melhorias e manutenções nas

tão pouco com qualidade).

máquinas existentes e até tirar de operação uma já não tão eficiente. Além disso, é possível avaliar o trabalho dos PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

mais complexa de uma produção

armazenadas em banco de dados

sendo exploradas para otimizar a

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operadores, o Fator Humano, a gestão

Além de a indisponibilidade reduzir drasticamente o OEE de um recurso específico, pode impactar no OEE global da indústria, uma vez que esse recurso, geralmente integra uma linha de produção. Existe um impacto macro muito maior no custo do que uma parada, pois uma coisa é uma breve interrupção de um recurso (baixo desempenho), outra coisa é a sua indisponibilidade para produzir, estando ele encadeado a vários outros recursos interdependentes. As pessoas na produção precisam parar em algum momento, seja para a ginástica laboral, refeição, na troca de turno, ou para fazer a manutenção


ou limpeza das máquinas. Quando

paradas e, para isso, será necessário

a parada é prevista, “ok”, pois a

descobrir quais são as principais causas

capacidade de produção foi calculada

ou sintomas e quais os impactos na

considerando o tempo destas

produção, atacando essas causas

paradas. Mas e quando é uma parada

imediatamente. Utilizaremos uma

emergencial, não planejada? E quando

metodologia conhecida como Gestão

a parada ocorre no instante em que a

da Rotina (falaremos sobre ela em um

indústria está operando no limite da sua

próximo artigo), para tratar as paradas

capacidade em atender determinada

de máquina. Normalmente um pequeno

encomenda com o prazo apertado? É

número de causas são responsáveis

realmente difícil estimar o custo exato

pelas maiores quedas de produtividade.

das paradas, até porque cada indústria

O registro preciso do histórico de

tem um produto diferente, com custos

paradas é a base de tudo.

principais impactos: • O custo da queda na produção, que resulta em menos produtos expedidos; • O custo do acumulo do inventário, quando a parada ocorre em um recurso que tem recursos dependentes; • O custo da ociosidade dos operadores e da desmotivação da equipe; • O custo de perder um cliente

Agindo durante a Parada Independentemente de a parada ocorrer de forma preventiva ou emergencial, ser ocasionada por máquinas ou por pessoas, é necessário existir um plano de ações e contingenciamento de paradas minucioso a ser executado. Por exemplo, ter em estoque certas peças sobressalentes pode minimizar uma parada que levaria horas, ou

quando um pedido não for entregue

paralisaria um recurso por dias,

no prazo.

aguardando a entrega do fornecedor.

Enfim, os impactos são muitos e você pode tentar trazê-los para a realidade da sua indústria e tirar uma “temperatura” da situação. Agora, apenas saber quanto custa a ineficiência não resolve o problema. É preciso agir na causa, e para isso é preciso ter o controle das paradas,

Se a peça está no estoque, pode ser rapidamente substituída. Técnicas de Manutenção Produtiva Total e o histórico de paradas podem apontar quais as peças com maior incidência de falha são necessárias em estoque e assim por diante. É extremamente importante que

as informações e conhecimento

existam os procedimentos adequados

necessários para minimizá-las ou

para manutenção de cada máquina

eliminá-las na origem.

da produção e que a equipe de

Gerenciando as paradas A gestão da produção precisa ter uma atitude proativa em relação às

manutencistas possa ser avisada no exato momento em que ocorre a falha, de modo que seu desempenho possa também ser avaliado de maneira adequada, sem o ônus de terceiros.

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

diferentes; mas podemos citar os

11


ARTIGO

Um sistema de gestão de OEE tem

possibilidade de retorno financeiro

ou parada no exato momento que ela

qualidade. Vamos analisar 5 ações

rápido com o aumento do índice de

ocorre e emitir um alerta visual para a

práticas que permitem definir como

OEE e que não seja muito complexo

manutenção. Assim que a parada ocorre,

iniciar o monitoramento do OEE e

conduzir ações que possam

o sistema irá cronometrar o tempo total

obter retorno do investimento o mais

efetivamente elevar esse índice.

de reparo e qual a ação foi realizada. Essa

rápido possível. E o mais importante,

Por exemplo, uma máquina muito

informação será útil tanto para mensurar

fazer com que esse retorno possa ser

cara pode parecer ser mais fácil de

a capacidade da equipe, quanto para que

reinvestido para gerar mais melhoria,

monitorar, mas as mudanças de

esse tempo seja considerado nos futuros

retroalimentando o ciclo virtuoso.

Agindo após a parada Uma coisa é fato: dificilmente as paradas deixarão de existir por completo em uma indústria. Ter uma ferramenta que forneça informações das paradas é essencial para a indústria que busca

Quando você pensar em monitorar OEE, pense “vou investir para aumentar a produtividade”. Isso implica em produzir mais, melhor e com a mesma planta e recursos, reduzindo o custo por unidade produzida e auferindo mais lucro. 1. Nunca faça tudo de uma vez. Vai

engenharia necessárias podem ser mais difíceis e dispendiosas do que em uma máquina de conceito mais manual; 4. Avalie com o pessoal de produção quais são os “tempos padrão de cada produto” mais próximos do real, para cada equipamento/ linha de produção. Às vezes,

tratar suas paradas como um fator

ficar caro e mais difícil de pagar

especialistas definem valores que

estratégico e previsto na sua operação e

e controlar. Comece aos poucos,

não correspondem com a realidade

não ficar somente apagando incêndios

uma máquina ou linha produtiva

da sua produção (limitações nos

às cegas.

por vez. Garanta que o retorno do

insumos, por exemplo) e isso pode

investimento pague as próximas

acarretar em distorções no índice

etapas da implantação;

de OEE. Lembre-se, a intenção é

As paradas e manutenções formam um ciclo onde é necessário minimizar o número de paradas não previstas, reduzir o impacto de cada uma e reduzir o tempo que leva para a máquina voltar a operar. (Figura 1) O monitoramento do OEE permite que a produção se foque naquilo PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

3. Priorize as áreas que tenham maior

Produzir com menor custo e mais

procedimentos de manutenção.

12

que pode fazer de melhor: produzir.

a capacidade de identificar uma falha

2. Não deixe de iniciar o monitoramento. Não fazer nada também não resolve. Sem

aumentar a produtividade, o OEE é uma consequência deste trabalho; 5. Sempre que possível utilize alguma

informação será impossível

técnica para a redução do tempo de

melhorar, não fazer nada é a pior

setup (como a metodologia SMED).

opção de todas;

Muito das perdas na produção ocorre durante o setup das máquinas, algo que costuma ser problemático desde sua fase de planejamento e programação da produção. Simultaneamente, desafie o pessoal de manutenção a reduzir ao máximo o tempo de manutenção corretiva e preventiva, as máquinas devem estar disponíveis para produção no maior tempo possível. Dessa forma, a nossa bússola (o índice de OEE) poderá orientar nos próximos passos e ajudar na melhoria

Figura 1: Perdas por Manutenção. Fonte: Própria

contínua da produção.


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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016


ARTIGO

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

O futuro da flexografia: Expanded Color Gamut (ECG)

18

M

uitos especialistas em todo

brilhantes, mais contrastadas e próximas dos

e rotogravura. Nos últimos cinco

o mundo têm mencionado

resultados obtidos em offset e rotogravura.

anos ocorreram muitos avanços na

frequentemente o processo de

Por conta desta demanda, traduzimos aqui

tecnologia de produção de chapas

impressão com Gamut de Cor Expandido

um dos mais recentes artigos sobre ECG,

flexográficas, processos digitais

(ou simplesmente ECG) como o futuro da

originalmente publicado na revista Flexo FTA

que revolucionaram as lineaturas

flexografia. De fato, ele vem de encontro

e no blog Flexo Global.

de trabalho e elevaram muito a sua

com necessidades do convertedor, ligadas à eficiência e racionalização dos setups (a flexografia está produzindo cada vez mais lotes pequenos e em grande quantidade) e economia de tintas e aparas. Por outro

No curso deste ano, deveremos trazer ao leitor cases de sucesso nesta aplicação, tanto lá fora como por aqui. A Impressão flexográfica deixou,

qualidade. É bem comum encontrar convertedores imprimindo em flexografia com lineaturas de 60 L/cm e, em alguns casos até acima disso, reproduzindo degradês suaves do

lado, também atende o interesse dos donos

há muito tempo, de ser um processo

chapado ao zero. Convenhamos que

de marca em receberem embalagens

simples, incapaz de reproduzir

esta realidade era pouco provável

e rótulos com cores mais chamativas e

imagens com a qualidade da offset

alguns poucos anos atrás.


Richard Black

All Printing Resources, Inc.

O ECG é só mais uma tendência? A habilidade para imprimir retículas finas e degradês suaves acabando em zero tornou possível ressucitar uma tecnologia, imprimindo com ECG. A offset vem usando ECG há tempos,

usando 7 cores em Gamut Expandido e a contra-capa, impressa em flexografia CMYK padrão. A diferença de cor e a proximidade com as cores Pantone foi incrivelmente superior usando o processo ECG. Na edição do mês de novembro de

em áreas específicas, desde o início

2015, a capa foi impressa novamente

dos anos 90. A bem da verdade, um

em flexografia com 7 cores e processo

artigo escrito por Don Hutcheson

ECG, mas desta vez comparada à

para o relatório da GATF (Graphic Arts

contra-capa impressa em CMYK no

Technology Foundation) em 1999

processo offset tradicional.

informava que sistemas de Gamut de Cor Expandido (à época chamados de Hi-Fi Color) já estavam comercialmente

Conexões premiadas Nós, da APR, somos muito

disponíveis desde 1998:

sortudos em poder ter participado

• Hexachrome (CMYK + Laranja e

em ambos os projetos. No início

Verde), da Pantone; •

MaxCYM (CMYK + CMYK), da Royal Zenith, serviu de base para a HyperColor, da DuPont;

Opaltone (CMYK + RGB).

Por que estamos voltando a falar disso só agora?

A principal razão de se falar em ECG é a possibilidade de se imprimir todo o catálogo Pantone com apenas 7 cores de tinta - CMYK, Laranja, Verde e Violeta”

deste ano a Gidue (agora Bobst) foi notificada de que havia ganho o prêmio FTA Techical Award 2015. A premiação ocorreu durante o forum FTA/Infoflex. A associação perguntou à Gidue se eles gostariam de participar da Impressão da capa

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

Então, se a tecnologia está disponível há tanto tempo, por que está se falando disso na flexografia só agora? A principal razão é a habilidade em reproduzir a maioria das cores especiais do catálogo Pantone usando somente 7 cores de tinta (CMYK + Laranja, Verde e Violeta). Isto foi recentemente demonstrado em algumas capas da revista norte Americana Flexo Magazine (da FTA – Associação Técnica de Flexografia). No mês de outubro de 2015, a capa foi impressa em flexografia

(Gidue recebe o prêmio FTA Innovation Award 2015)

19


ARTIGO

de Novembro da Flexo Magazine

Note o roxo no nome da revista e as

usando uma máquina Gidue M5

tarjas verde e amarela – são cores

Digital Flexo Excellence, localizada na

especiais que tradicionalmente

sede da APR (em Glendale Heights, IL)

deveríamos rodar em separado,

junto com os demais vencedores do

mas com o processo ECG, é possível

ano de 2014, Esko Equinox e SpotOn!

reproduzir virtualmente qualquer cor

Flexo. A meta era mostrar a qualidade

especial. Estas capas são as provas

da Impressão flexo ECG contra um

de que a tecnologia ECG é real e

impresso offset CMYK.

comercialmente viável.

Colocando tudo junto Em Agosto, a APR convidou 12

Use seu dispositivo móvel no código QR para acessar a versão eletrônica (em inglês) do artigo

profissionais do setor para participar

originalmente publicado na Flexo

no trabalho de otimizar, testar e

Magazine sobre a impressão ECG

caracterizar a impressora Gidue antes

versus offset e todos os detalhes

da Impressão da capa com ECG. Este

técnicos do projeto:

processo requeriu quatro entradas em máquina e 16 chapas antes que pudéssemos obter a informação adequada para criar os perfis que originariam as 7 chapas finais. O processo foi intenso e com resultados impressionantes. Veja a imagem das duas capas lado a lado antes de seguirmos adiante: http://goo.gl/2FquDv

Aceitação da indústria para o ECG Outro passo importante na adoção PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

do processo ECG aconteceu em

20

setembro de 2015, quando a Pantone anunciou a nova escala Pantone® Plus Series Extended Gamut Coated Guide, impressa no processo de Gamut de Cor Expandido (7 cores). Link para informações complementares da Pantone: www.pantone.com/what-is-extended-gamut) (Esquerda: Capa da Flexo Magazine em offset CMYK; direita: mesma capa em flexografia ECG – CMYK + OGV)

Por muitos anos nós, da indústria gráfica, mostramos aos criadores

Você pode ver quão brilhante

de conteúdo, os designers, o guia

e colorida a imagem ECG quando

Pantone tradicional e dissemos a

comparada à offset convencional.

eles que você pode pegar quaisquer


21

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016


ARTIGO

duas ou três destas cores e imprimir uma cor especial. Com o novo ECG, o designer pode explorer muito mais cores especiais. Tudo é passível de ser reproduzido. Use seu dispositivo móvel uma vez mais, no código QR a seguir e assista o video de demonstração do catálogo Pantone ECG no YouTube:

Experiência prática com ECG No início deste ano, a Esko e a APR ministraram uma aula prática e imprimiram numa Gidue M5 com tecnologia Esko Full HD e software Equinox, rótulos em CMYK e ECG. Os resultados foram incríveis – foram impressas 15 cores especiais Pantone. Imagine, numa situação comum, um cliente solicitar à sua empresa um trabalho com 15 cores especiais? Se você ainda não migrou para o processo ECG, isso não deve tardar. A questão não é SE o processo ECG se tornará o padrão mundial da flexografia, mas sim QUANDO ele se tornará. E, confesso, isso será muito mais

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

https://youtu.be/8WhzVBjkIgg

22

rápido do que podemos imaginar.


Descubra seu

NX advantage Veja o que os provedores de serviços de flexografia ao redor do mundo já sabem… que o sistema Kodak Flexcel NX aumenta o impacto nas prateleiras e controla custos de produção, permitindo uma incrível melhora no desempenho da impressão, na qual se pode confiar diariamente. Para saber mais sobre esta tecnologia transformadora, visite kodak.com/go/flexcel nx

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

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ARTIGO

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 Jan/Fev 2016

9 Dicas úteis de colagem de clichês que ajudam a preservar a superfície dos cilindros e camisas porta-clichês

14

N

ão raro nos deparamos, na

além de defeitos na Impressão, diminuem

consultoria, com problemas

a velocidade da impressora. Neste breve

sérios de processo ligados ao

texto que segue, trazemos dicas valiosas

controle, manuseio e cuidados com as camisas porta-clichê. Problemas que podem ser de cunho até mesmo estratégico, como a falta de camisas sobressalentes de medidas mais comuns,

para fazer melhor uso do investimento já realizado – o inventário das camisas porta-clichê. A colagem de clichês é uma das

que acabam prejudicando a eficiência

operações mais corriqueiras, porém

dos setups (o colador tem que esperar

mais importantes para se obter

a camisa estar disponível para só então

uma excelente impressão isenta de

colar o próximo trabalho) e os de âmbito

manchas, sujeiras, registro de cores

mais operacional, como deformidades

irregular e também reduzir a perda de

provenientes do desgaste e mau uso que,

tempo com retrabalho (recolagem)


Eudes Scarpeta Possui formação superior em Planejamento Estratégico e Pós-Graduação em Administração Estratégica de Recursos Humanos. Técnico gráfico formado pelo SENAI/SP, especializado em Flexografia e Rotogravura. Atua no mercado há mais de 30 anos.

O uso de estilete é perigoso,

Tudo acaba bem quando começa

porque pode cortar a camisa e

de forma correta. O primeiro passo

permitir a penetração de solventes

importante é o preparo adequado da

nos sulcos provocados pelos

superfície de colagem.

cortes. A camisa passará a absorver

1). Limpar a superfície do cilindro porta-clichês ou da camisa e o clichê com solução apropriada (sugestão: 90% de álcool isopropílico

solventes em sua estrutura interna, inchando com mais facilidade ou mesmo delaminando suas partes; 2). No caso das camisas, procurar

+ 10% de acetato) removendo

usar a mesma pressão de ar

completamente os resíduos de

utilizada pela máquina, ou

tinta seca, óleo, graxa, fitas adesivas

ainda, a menor pressão possível,

dupla-face, calços, fitas de borda etc.;

para evitar eventuais variações

Atenção: o uso de lixa para

no diâmetro externo das mesmas.

“limpar” a superfície dos cortes de

Por este motivo, é crucial aferir

estilete continuamente desgastará

com regularidade a pressão de

o porta-clichês ou camisa, criando

ar no mandril da montadora de

depressões e irregularidades

clichês dentre outros controles do

indeléveis. Assim, o melhor mesmo

equipamento;

é evitar usar estilete na superfície do porta-clichês ou camisa.

O uso de lixa para desbastar a superfície das camisas dos cortes de estilete criará depressões e irregularidades indeléveis”

3). Ao aplicar a fita dupla-face, primeiro desenrole o rolo em uma mesa de trabalho e, sobre uma superfície plana, corte o tamanho da fita proporcional ao tamanho do clichê. Enrole a fita cortada em um tamanho utilizável. Evite segurar o rolo inteiro e apertar muito enquanto manusear a fita, pois isso pode causar dificuldades no processo e criar tensão excessiva na espuma;

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 Jan/Fev 2016

as custas de hora-máquina produtiva.

15


ARTIGO

Nunca deixar coincidir as bordas da fita dupla-face com as bordas do clichê e tampouco a emenda da fita com a do clichê”

4). Aplicar a fita dupla-face com

emenda. É preciso ter cuidado

um movimento amplo, de ponta

e exercer uma pressão firme,

a ponta. O rolete de borracha

mas não demasiada, pois pode

ou metal (ou uma espátula de

deformar os pontos mais frágeis

plástico), ajuda o colador a obter

da área de retícula;

uma pressão mais uniforme e, por conseguinte, uma adesão mais firme e segura. Evitar movimentos em ziguezague, visto que podem acarretar na formação de bolhas; 5). No início, fixar o clichê sobre uma área restrita da fita duplaface. Deve-se evitar um contato prematuro do clichê com a fita, usando como protetor para isso o próprio liner da fita; 6). Quando finalizar o posicionamento do clichê, pressionar o mesmo contra a fita dupla-face com um rolinho, para aumentar a união (adesão) e evitar o surgimento de bolhas.

7). Sempre deixar uma margem de aproximadamente 1,5 cm de fita dupla-face ao redor da área do clichê, para fixar melhor as bordas do mesmo e evitar que ocorra o levantamento das laterais. O levantamento de borda é, costumeiramente, um dos principais motivos de parada na flexografia – principalmente nos diâmetros menores de porta-clichê; 8). Nunca deixar coincidir as bordas da fita dupla-face com as bordas do clichê e tampouco a emenda da fita com a do clichê; 9). Ao limpar o clichê durante a impressão, evitar o contato do solvente com a fita adesiva que margeia o clichê. Este cuidado evita o levantamento prematuro da fita dupla-face em relação ao cilindro.

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 Jan/Fev 2016

Como dica adicional, treine

16

periodicamente coladores, auxiliares de colagem e operadores que efetuam colagens em máquina para todos estes cuidados e faça auditorias para checar se estas recomendações estão sendo, de fato, cumpridas. Há muita economia potencial nestas dicas tão simples, evitando horas de parada de máquina desnecessárias, reinvestimento em camisas por O rolinho é ótimo para

negligência e maximizando a vida útil

fixar melhor o clichê no dupla-

de todo o conjunto camisa x clichê e

face, especialmente na área de

a própria fita adesiva dupla-face.


17

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 Jan/Fev 2016


ARTIGO DE CAPA

S

empre que um ano novo se inicia, costumamos aproveitar o primeiro ar tigo para dar alguma dica ou trazer

alguma informação que possa, de alguma

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

forma, contribuir com o estimado leitor e à

24

sua empresa. Sabemos que estas primeiras semanas são precisamente aquelas em que o leitor volta do recesso, ordena o ambiente de trabalho e cai em reflexão profunda sobre o que é preciso fazer de diferente ou com maior asser tividade ao longo dos próximos 12 meses. Este ano de 2016 é um ano de profundas transformações no cenário político, econômico e empresarial. E uma grande opor tunidade de olhar criticamente ao passado para tirar lições que nor teiem o presente.


Aislan Baer Editor Chefe Com formação técnica e superior em Tecnologia Gráfica e Mestrado em Economia e Gestão Estratégica pela FIPE-USP, é sócio-diretor da ProjetoPack & Associados, maior consultoria de embalagens flexíveis, rótulos e impressão do país e a única do mercado com revista técnica própria, em seu campo de atuação.

Lições do passado para inspirar o presente Em edições passadas, discorremos

no valor adicionado à economia

algo sobre os diversos fatores atribuídos

brasileira foi de 11% do PIB. No ano de

a este fenômeno: a apreciação cambial

2014, a indústria nacional deteriorou

de outrora, o “custo Brasil”, a falta de uma

67 anos, involuindo a meros 10,8% de

política orientada ao desenvolvimento

representatividade do PIB. Em 2016

industrial, as lacunas infra estruturais

estima-se que a indústria corresponderá a

dentre tantos outros temas.

menos de 9% do PIB (dados apresentados por Luiz Guilherme Schymura, diretor do IBRE / FGV). É evidente que todos os setores da

Trazendo o problema para a nossa realidade setorial, a indústria convertedora vem diminuindo sobremaneira na última década. Em

economia sentirão profundamente os

parte, pelo processo de consolidação do

impactos da desindustrialização. No setor

segmento, como também o aumento

de embalagens flexíveis, etiquetas e

gradual e expressivo das concordatas.

rótulos, isso não será diferente. O processo de desindustrialização

Houve ainda uma fragilização cada vez maior da posição do convertedor

numa economia considerada “madura”

em sua cadeia, espremido de um lado

é algo natural – em países onde a renda

pelo oligopólio das matérias-primas

per capita atingiu patamares na ordem

(principalmente as resinas termoplásticas)

de USD 19 mil. No Brasil, a indústria

e, pelo outro, seus clientes (os brand

começou a encolher quando ainda

owners ou donos de marca), que também

não havíamos sequer superado os USD

tiveram que consolidar-se mundialmente

7,5 mil, o que sugere algo precipitado

para enfrentar à altura as grandes cadeias

– uma retração muito longe do pleno

varejistas. Não se consegue mais repassar

potencial ou ápice da atividade

integralmente os sucessivos aumentos

industrial.

das matérias-primas e os custos para se

Rumamos para o setor de serviços, em searas que não geram emprego suficiente e de qualidade, tais como a financeira, vigilância, comunicação etc. (uma análise apresentada por Nelson Marconi,

Não se consegue mais repassar integralmente os sucessivos aumentos das matérias-primas e os custos para se manter no jogo só aumentam (licenças de operação, mão-de-obra, energia, requisitos de segurança das máquinas e equipamentos, sistema da qualidade etc.)”

manter no jogo só aumentam (licenças de operação, mão-de-obra, energia, requisitos de segurança das máquinas e equipamentos, sistema da qualidade etc.). Ano após ano, indústrias têm

coordenador do Centro de Estudos sobre

morrido na praia. O mecanismo

economia brasileira da FGV).

de controle fiscal e tributário da

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

Em 1947, a participação da indústria

25


ARTIGO DE CAPA

O PIB será negativo e a discordância é somente em quanto ele o será. A maioria das previsões sugere algo igual ou maior do que menos 3%.”

máquina pública ganhou eficiência

Em 2016, haja o que houver – a

a níveis inimagináveis (não é à toa

menos que algo miraculoso para o

que ostentamos o título de maiores

bem ou para o mal (uma hecatombe

pagadores de impostos do mundo),

nuclear, um novo dilúvio, uma invasão

dificultando a vida de competidores

alienígena ou a chegada do Messias)

que obtinham resultado operacional

mude completamente o curso dos

em estratagemas não ortodoxos. Esta

acontecimentos, sabemos que

“moralização forçada” do mercado

teremos um ano muito, muito difícil.

também contribuiu com a redução do número de indústrias em diversos setores, incluindo o nosso. Lembro-me que, na ocasião de

O PIB será negativo e a discordância é somente em quanto ele o será. A maioria das previsões sugere algo igual ou maior do que

prestar consultoria industrial em

menos 3%. Sabemos que todos os

um cliente há alguns anos, este

principais índices econômicos e de

reclamava muito da derrocada dos

confiança também serão negativos

preços, praticada especialmente por

e que as únicas coisas em franca

empresas quebradas que ainda estavam

expansão são a taxa de desemprego, a

operando. O cliente havia apelidado

inflação, a dívida pública em todos os

estes concorrentes de “mortos-vivos”. E, a bem da verdade, há cinco ou seis anos atrás o setor era quase um episódio de “The Walking Dead”. Todavia, muitos destes mortos-vivos pararam de sair de seus respectivos túmulos.

seus aspectos, o dólar frente ao real, o número de vezes em que o Brasil será mencionado por escândalos de corrupção nos noticiários em todo o mundo, o estresse e desconforto generalizados da população em respeito a um cenário tão nebuloso. O que todos estes itens comungam entre si é que são externalidades. Portanto, a menos que consigamos eu ou qualquer um

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

dos leitores nos elegermos presidente

26

ao longo das próximas semanas, não há como impedir que tais eventos ocorram. Há, no entanto, o livre-arbítrio que nos permitirá escolher e trilhar este ano alguns destes caminhos possíveis: a) Aguardar passivamente o desenrolar do cenário políticoeconômico e torcer por uma melhora no segundo semestre; b) Elaborar, planejar e implementar um plano contingencial para este cenário econômico desfavorável,


g) “Um pouco” de todas as anteriores.

produtiva, enxuta e competitiva; c) Elaborar, planejar e implementar

Cada vez mais, é preciso olhar o cenário externo e a condição interna

um projeto de venda da empresa,

de forma sistêmica e integrada.

fusão ou mesmo a aquisição de

Mesmo a variável mais discreta de

um negócio (concorrente ou

todas sofre e exerce influência sobre

complementar);

as demais. Sistemas de modelagem

d) Elaborar, planejar e implementar um projeto para exportar embalagens, etiquetas e rótulos;

de cenários e estratégias empresariais genéricas devem tornar-se cada vez menos assertivas pois crises profundas como a que estamos

e) Aproveitar o cenário desfavorável

passando afetam a “racionalidade”

para identificar oportunidades de

dos decisores e do mercado em si,

expandir as vendas angariando

atribuindo uma dose significativa de

carteira de clientes de empresas

imprevisibilidade ao comportamento

encerradas ou em fase de

dos seus atores.

encerramento; f ) Investir no desenvolvimento de novos produtos, serviços e modelos de negócio;

Neste ano, é imprescindível tratar, na fábrica, dos seguintes temas: •

Produção Enxuta (Lean Manufacturing);

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

tornando a indústria mais

27


ARTIGO DE CAPA

Racionalização e otimização dos tempos de setup (SMED);

Orçamento fabril base zero (OBZ);

Manutenção Produtiva Total (TPM);

E ficiência Global do Equipamento (OEE);

Rendimento dos insumos (principalmente tintas e solventes);

Gestão à vista e 5S;

nálise de Modo e Efeito de Falha A (FEMEA);

ontrole estatístico do processo e C Seis Sigma;

Treinamento técnico e operacional;

Auditoria e modelagem de processos (BPM);

Conceitos da Indústria 4.0. Ao propor uma pauta de discussão

com todos ou pelo menos boa parte destes itens, estou seguro de que sua fábrica não apenas estará mais preparada para um ano duro, como também deve adquirir uma dinâmica muito mais condizente com o mercado atual – eficiente, eficaz, enxuta e ágil para atender uma demanda mais fragmentada e desorganizada que a habitual. Durante todo o ano de 2015, exploramos em nossa pauta as dúvidas PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

recorrentes dos empresários ao

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preparar a venda de sua empresa e na administração deste processo de venda (pré-requisitos, valoração do negócio, diligência do comprador, defesa a posteriori etc.). Nas próximas linhas, reunimos algumas tendências do mercado publicadas ou manifestas por

Tendências de Mercado para 2016 Os insights da Mintel A empresa de pesquisa de mercado britânica Mintel publicou, no início deste ano, um breve artigo com seis tendências ligadas ao setor de embalagens:

1) A evolução digital A companhia prevê que este ano será o “ano da virada” para a impressão digital de embalagens, quando as marcas finalmente deverão ir além do emprego da impressão digital na personalização de séries limitadas (normalmente promocionais) de seus produtos para, enfim, capitalizar os benefícios econômicos e as vantagens de se chegar rapidamente às prateleiras ou gôndolas dos supermercados. O sucesso da campanha “Compartilhe uma Coca” da tradicional Coca-Cola – que ajudou a reverter um declínio de vendas de mais de

especialistas que podem orientar ou

uma década da bebida – descortinou

contribuir com o leitor na articulação

um horizonte muito mais promissor

de estratégias de combate à crise este

à impressão digital (afirma a Mintel),

ano. Também complementaremos

criando oportunidades às marcas em

algumas destas ideias com a nossa visão

engajar consumidores num nível local,

a respeito.

pessoal e até emocional.

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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

A prova? Mais de 5000 clientes satisfeitos no mundo todo.

29


ARTIGO DE CAPA

Aproximadamente um terço dos consumidores (32%) associam embalagem flexível com modernidade, enquanto, segundo a Mintel, os flexíveis oferecem hoje oportunidades de decoração e marketing incomparáveis e sem precedentes aos donos das marcas”

De acordo com a consultoria, um quinto da geração Y (Millenials)

ao setor de pouches (especialmente

americana está buscando produtos

os stand-up pouches), com

com embalagens personalizadas,

verdadeiras inovações que mesclem

ao passo que um quarto dos

benefícios dos rígidos e flexíveis

consumidores chineses declara

(embalagens híbridas) com maior

que pagaria “um pouco mais” por

funcionalidade, sustentabilidade e

uma bebida com embalagem

apelo visual nas prateleiras.

personalizada. Coincidentemente, a primeira

logísticos das embalagens flexíveis.

flexíveis do Brasil (uma H.P. 20000)

Acondicionar frascos soprados ou

foi instalada na empresa Camargo

injetados num caminhão é transportar

Embalagens no fim do ano passado.

adicionalmente “ar”. A redução da

possa vir a tornar-se um elemento estratégico ao convertedor que, com flexibilidade para atender a estas demandas promocionais dos clientes e produzir lotes experimentais com mais agilidade, consiga capturar volume adicional aos processos analógicos como a rotogravura e a flexografia.

2) Maior flexibilidade PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

Também já apresentamos, em edições anteriores, os benefícios

impressora digital para embalagens

Entendemos que a impressão digital

30

Em 2016 será mais um ano notável

O uso de embalagens flexíveis aumentou 56% no intervalo entre 2010 e 2014, de acordo com o banco de dados global de novos produtos da Mintel. Aproximadamente um terço dos consumidores (32%) associam embalagem flexível com modernidade, enquanto, segundo a Mintel, os flexíveis oferecem hoje oportunidades de decoração e marketing incomparáveis e sem precedentes aos donos das marcas.

proporção peso da embalagem x peso do produto e a característica de unitização da carga proporcionada pelo material flexível é, por si só, um forte argumento à migração dos rígidos.


E, com as dificuldades logísticas que o país enfrenta, reduzir o número de idas e vindas e a frota necessária para transportar os produtos é um diferencial competitivo muito importante.

3) Mostre-me, mas não muito Ao passo que as embalagens são um grande veículo informacional aos

reutilizáveis são tendências em voga neste e nos anos vindouros. “Quando o preço do produto e a sua qualidade percebida são equivalentes, o consumidor aumenta a preferência por opções com atributos ligados à sustentabilidade e uso alternativo no processo decisório da compra”, completa a consultoria Mintel.

consumidores dos produtos, o excesso de mensagens acaba por vezes dificultando, confundindo ou mesmo coibindo a tomada de decisão no ato da compra. “Informação clara e concisa sobre os ingredientes, atributos funcionais dos produtos ou mesmo conveniência e segurança devem ser comunicadas com total transparência” – uma estratégia-chave que os donos de marca devem adotar nas

Pense Verde!

embalagens e rótulos este ano. O design, portanto, deve assumir um papel ainda mais expressivo e ativo no projeto de embalagem, reforçado pela presença cada vez maior de grandes multinacionais “gestoras de marca e pré-impressão” atuando em território nacional. O site mais importante de design de embalagem da atualidade, o The Dieline, destaca que as embalagens este O minimalismo prega que “menos é mais”. O essencialismo defende que “o suficiente é suficiente”. Os donos de marca devem concentrar esforços na clareza da mensagem, focando o essencial e descartando todo o resto.

4) A evolução do verde A reciclagem de embalagens ainda está muito aquém de seu pleno potencial, de acordo com a consultoria. O foco em materiais de embalagem

É preciso lembrar que a onda verde vai acontecer muito mais cedo do que se espera justamente porque diversos pontos de discussão estão se transformando em legislação (percentual de material reciclado sobre o total, reciclabilidade da embalagem, ciclo de vida do produto etc.). A maioria dos grandes

provenientes de fontes alternativas e

convertedores já possuem em seu

renováveis e a compra de embalagens

quadro de colaboradores, profissionais

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

ano devem optar pelo “essencialismo”.

31


ARTIGO DE CAPA

A flexibilidade de produzir tamanhos diferentes e lotes variados é um dos principais atributos que um convertedor deve possuir para ser competitivo nos dias de hoje”

e setores inteiros dedicados à pesquisa e aplicação de conceitos sustentáveis no desenvolvimento e fabricação das embalagens.

5) O tamanho importa Os donos de marca aumentarão as ofertas de produtos com embalagens de tamanho variado – grandes e pequenas – que os consumidores julguem adequadas às suas famílias, ao consumo individual e em ocasiões de uso variadas. Enquanto 39% dos consumidores

embalagens “mobile-friendly” (amigas dos dispositivos móveis) que empregam códigos QR, mensagens de texto e experiências com realidade aumentada para um novo patamar de engajamento, com conectividade Bluetooth de baixa energia e dispositivos de comunicação NFC (Near-Field Communication). O smartphone vai continuar a modificar o hábito de compra e influenciar profundamente o resultado do varejo. Segundo a Mintel, 0,64 centavos

mais ampla de garrafas menores de

em cada dólar gasto numa loja do varejo

bebidas alcóolicas, por exemplo,

sofrerá alguma interação ou influência de

as famílias em todas as partes do

um dispositivo móvel este ano.

embalagens de leite maiores do que as que aí estão. Mais da metade dos consumidores de snacks saudáveis dizem que experimentariam outras marcas se as embalagens fossem “um pouco menores”. PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

As embalagens serão mais interativas este ano, superando a geração atual de

ingleses querem encontrar uma oferta

mundo têm se interessado mais por

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6) Tornando-se “mobile”

A flexibilidade de produzir tamanhos diferentes e lotes variados é um dos principais atributos que um convertedor deve possuir para ser competitivo nos dias de hoje. É justamente por este motivo que prender-se a velhos paradigmas como ser uma empresa de rotogravura ou flexografia, banda larga ou estreita etc. nunca foi tão inverossímil. Diferentes necessidades e demandas requerem uma empresa de capabilidades industriais múltiplas.

Este é outro hiato na forma de pensar do convertedor. Não devemos desenvolver novas embalagens pensando nas necessidades do dono da marca ou aplicando as inovações trazidas pelos fornecedores de matérias-primas. O


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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016


ARTIGO DE CAPA

A nova geração de consumidores realmente engajados com a sustentabilidade não vai se satisfazer com promessas e declarações em sites na internet”

convertedor deve passar a enxergar suas

precisamente os requerimentos ou

soluções sob a ótica do consumidor final –

condições que o consumidor deveria

o sistema de fecho e refecho, a ergonomia,

estar atento para que a embalagem

o apelo visual, a legibilidade dentre outros

realmente possa se decompor?

– está agregando valor ao dia-a-dia de

Em outras palavras, ser honesto e

quem, de fato, vai usar o produto? É nesta

transparente com os consumidores,

nova forma de encarar o negócio que

deixando cair o véu da “falácia verde”

residem as melhores oportunidades de

será algo crucial este ano.

inovação real (e não aperfeiçoamentos que

2) Apelo aos consumidores conscientes

serão copiados no dia seguinte).

Sustentabilidade e embalagens Na carona da mais recente Conferência do Clima (Paris, 2015), diversos especialistas do setor de embalagens manifestaramse a respeito dos “vetores da sustentabilidade” que devem remodelar em pouco tempo a indústria de embalagens. Tom Szaky, fundador e CEO da

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

realmente engajados com a sustentabilidade não vai se satisfazer com promessas e declarações em sites na internet. Eles vão checar, monitorar e pesquisar o que a empresa está fazendo em termos práticos a respeito das ditas promessas. Se sua companhia declarou, por exemplo, que deverá aumentar a quantidade de material reciclado empregado nas embalagens

companhia americana TerraCycle é

novas, é bom descrever como isso

uma destas autoridades no tema. Em

será feito e criar uma ferramenta

recente entrevista ao portal Packaging

online que permita averiguar o

Digest, ele apontou quatro tendências

andamento disso. Não divulgue na

que devemos nos atentar em 2016:

embalagem nada que não possa

1) Rotulagem clara e concisa

ser averiguado, principalmente em

Uma vez mais, o clamor pela

34

A nova geração de consumidores

transparência ecoa nas previsões e tendências setoriais. Programas de rotulagem como o How2Recycle (iniciativa norte-americana que explica ao consumidor em detalhes como reciclar a embalagem de produtos diversos) são uma alternativa importante para reduzir a bagunça e a confusão dos consumidores, especialmente no que se refere à destinação das embalagens após o consumo. Se o plástico da embalagem de seu produto é compostável, quais são

relação ao meio-ambiente.

3) O “boom” dos bioplásticos O mercado dos plásticos produzidos a partir de materiais renováveis continuará aquecido. Principalmente aqueles sintetizados a partir de plantas. Todavia este ano os donos de marca e os próprios consumidores deverão aculturarse mais a respeito dos chamados bioplásticos para desmistificar, esclarecer e julgar com maior embasamento a sua adoção em determinada embalagem, etiqueta ou rótulo.


35

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016


ARTIGO DE CAPA

ProjetoPack em Revista, por sinal). Portanto é preciso avaliar com cautela e de forma sistêmica todo o ciclo de vida do produto para compreender qual o limite seguro de redução do peso e espessura. Lembremos que uma tendência é um comportamento temporário do mercado. Ela pode vir a se consolidar como algo habitual ou não. Esta efemeridade exige que sejamos rápidos o suficiente para lucrar com isso e estratégicos o suficiente para saber quando ela perderá força para uma nova tendência ou não. Este ano é o ano de sair propositalmente do mercado

4) Embalagens mais leves continuam

(consolidando ou sendo consolidado) ou preparar-se para ficar e colher os

A pressão pela diminuição do peso e

louros no fim deste ciclo de crise político-

espessura das embalagens permanece.

econômica. Não haverá espaço para erros

Isso é algo muito bom em termos de

e não existem meias-vitórias. A ProjetoPack

custo e redução de impacto ambiental,

segue seu caminho assessorando

mas não faz sentido em todo o contexto

convertedores dispostos em melhorar sua

e nem sempre funciona (um tema que foi

performance e “pensar fora da caixa”. Até o

explorado em 2015 em uma edição da

próximo artigo.

" Pedido de assinatura da ProjetoPack em Revista

(por favor envie por e-mail em revista@projetopack.com ou Fax, para (11) 3258-7134). PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

 Sim, por favor faça a minha inscrição. 1 ano  R$ 90,00

2 anos  R$ 170,00

3 anos  R$250,00

 Quero pagar via depósito em conta corrente.

 Quero pagar via boleto bancário.

 Quero pagar via PagSeguro.

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FUSÕES E AQUISIÇÕES

Fusões e Aquisições: o ano começou a pleno vapor!

“ PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 Jan/Fev 2016

Como todos já sabem (todos mesmo), crise para uns, oportunidade para outros.”

38

S

im, o mercado está difícil. Sim,

apreciação do dólar frente ao real, os

o desdobramento da crise

resultados não muito animadores do

político-econômica atual a

mercado e o próprio desânimo e falta

qual nos encontramos pode mudar

de confiança do empresariado nacional.

repentinamente qualquer previsão,

O ano mal começara e os estrangeiros

quer seja técnica e embasada

já haviam gasto quase 1 bilhão de reais

solidamente em números e estatísticas,

na compra de empresas de embalagem,

quer seja holística e tenha o aval

algo que você lerá alguns parágrafos

de entidades espirituais poderosas.

adiante com riqueza de detalhes.

Se o país perder mais um grau de investimento na sua classificação de risco atribuída pelas tradicionais empresas de rating, por exemplo, será um Deus nos acuda. Mas, como todos já sabem (todos

Enquanto não sabemos e tampouco arriscamos palpites (ainda está cedo para isso, essa é só a primeira edição do ano, afinal!), relatamos as primeiras transações de 2016 no Brasil e exterior. Este será mais um ano

mesmo), crise para uns, oportunidade

de mudanças profundas, não só nas

para outros. Quem tem liquidez pode

forças que competem pelo acirrado

comprar empresas brasileiras hoje

mercado de embalagens e rótulos

a preços historicamente imbatíveis.

como também das formas de se fazer

Conjunção de fatores como a

negócio neste ramo.


Málaga Produtos Metalizados é adquirida A companhia belga AR Metallizing, maior fabricante do mundo de papéis metalizados revestidos para embalagens flexíveis e rótulos passa metalizar também em território nacional, com a aquisição integral da brasileira Málaga Produtos Metalizados, referência em metalização por aqui e líder absoluta na atividade, com aproximadamente 45% de participação do mercado sul americano. Com um portfólio amplo de papéis autoadesivos, resistentes à umidade, para aplicação com cola úmida e in-mold label, a empresa pertence ao conglomerado japonês Nissha Group, de atuação industrial múltipla e presença global.

“Dada a sua localização, ao rápido crescimento do mercado de cerveja na América Latina e as suas inovações contínuas ao longo dos anos, a Málaga Produtos Metalizados é o parceiro ideal, a fim de continuarmos a crescer e investir em nosso negócio principal” afirmou o CEO da AR Metallizing, Bart Devos. Em comunicado oficial, a empresa diz que, “com a expansão no Brasil, a AR Metallizing e o Grupo Nissha aumentam sua presença no crescente mercado de rotulagem e embalagens, reforçando a sua cadeia de abastecimento para clientes atuais e futuros na América Latina”. A família Málaga, fundadora da Málaga Produtos Metalizados, continua fazendo parte da gestão da empresa. O valor do negócio não foi divulgado.

Para a CCL industries, o ano começou agitado. Já no início de 2016, ela concluiu duas aquisições – a alemã Woelco AG, fabricante de etiquetas para bens duráveis aos clientes da área automotiva, com fábricas também nos Estados Unidos e China, por USD 27 milhões; a segunda, um par de empresas irlandesas, Label Art e Label Art Digital, sediadas em Dublin e focadas exclusivamente na produção de etiquetas para o segmento de cosméticos e cuidados pessoais pela quantia de USD 15 milhões. Ainda em janeiro, a CCL reforçou sua posição acionária para 75% das cotas no fabricante de tubos e bisnagas JV, em Bangkok, Tailândia.

Enquanto fechávamos a edição, a CCL divulgou à imprensa a aquisição integral da canadense Mabel’s Label por USD 12 milhões.

desde a compra do negócio de

Geoffrey T. Martin, Presidente e CEO do grupo CCL concluiu, sobre a mais recente transação: “Esta é a terceira aquisição que fizemos

nos mercados de etiquetas de

etiquetas da Avery, em 2013, com foco similar. Continuamos reforçando nossa presença consumo e pequenas empresas, suplantando a estratégia com software e impressão digital”.

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 Jan/Fev 2016

CCL Industries começa o ano a todo vapor

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FUSÕES E AQUISIÇÕES

Smurfit Kappa sai às compras e entra no mercado brasileiro

A sinergia entre as duas adquiridas (localização das unidades fabris, capabilidades e carteira de clientes) já faz com que a Smurfit parta em posição de liderança, como a maior produtora panregional de embalagens de papelão ondulado da América Latina. ”

A gigante irlandesa do papelão ondulado, Smurfit Kappa Group, começou 2016 contribuindo de forma solene à consolidação da indústria brasileira de papelão ondulado: com EUR 186 milhões (aproximadamente R$ 805 milhões), ela comprou de uma só vez a Indústria de Embalagens Santana (INPA) e o grupo Paema Embalagens.

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As operações combinadas somam capacidade anual superior a 210 mil toneladas de papelão ondulado e quatro fábricas de corrugado atendendo a todo território nacional. Os ativos líquidos registrados até 30 de setembro de 2015 contemplava R$ 129 milhões e R$ R$ 26 milhões para Grupo Paema e INPA, respectivamente.

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A sinergia entre as duas adquiridas (localização das unidades fabris, capabilidades e carteira de clientes) já faz com que a Smurfit parta em posição de liderança, como a maior produtora pan-regional de embalagens de papelão ondulado da América Latina. A Smurfit também deverá aprimorar os resultados da operação, aplicando conceitos de produção enxuta e inovação em design e produção. Passa também a ofertar uma sólida base operacional no continente aos seus clientes globais. A nova companhia congrega mais de 1700 colaboradores e esperase uma economia potencial pósaquisição na ordem de EUR 6 milhões

(aproximadamente R$ 28 milhões) até o fim de 2017, a maioria com ganhos de escala, escopo, cadeia logística e integração de custos. A companhia deve também alçar uma relação EV/EBITDA na ordem de 6.1 vezes. Tony Smurfit, CEO do grupo Smurfit Kappa comentou a aquisição: “Nós estamos muito satisfeitos em anunciar as aquisições de INPA e Paema, que juntas criaram uma plataforma robusta e estratégica ao grupo para crescer na região. Estamos olhando à frente e ávidos por trazer o experiente time da Smurfit ao time do Brasil e transformarmos a nova empresa em uma líder latinoamericana, oferecendo suporte aos novos clientes e à nossa carteira de clientes existente”.


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FUSÕES E AQUISIÇÕES

Amcor adquire Deluxe Packages A companhia anunciou a aquisição da norte americana Deluxe Packages, empresa familiar produtora de embalagens flexíveis por USD 45 milhões. Com receita de vendas na ordem de USD 42 milhões, a Deluxe opera uma planta com tecnologia de ponta em Yuba City, norte da Califórnia e especializou-se na fabricação de

embalagens flexíveis para snacks e alimentos frescos. “A América do Norte é uma região muito atrativa para o segmento de flexíveis e a aquisição representa uma excelente oportunidade de acelerar nosso crescimento com lucratividade”, concluiu Ron Delia, CEO e diretor geral da Amcor.

Fusão entre DuPont e Dow Chemical: muita publicidade ou uma oportunidade no longo prazo? (originalmente publicado por John Bromels, analista de ações do portal The Motley Fool. O autor não possui ações em nenhuma das companhias citadas).

As duas maiores companhias químicas dos Estados Unidos em valor de mercado anunciaram, no dia 11 de dezembro de 2015, uma fusão inédita que resultará na inimaginável “DowDuPont” As gigantes DuPont (NYSE: DD) e Dow Chemical (NYSE: DOW) planejam fundir-se e, em seguida, dividir a companhia resultante em três entidades distintas. Existe alguma maneira de prever o quanto isso sacudirá o mercado

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e o seu resultado?

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Figura 1

As duas maiores companhias químicas dos Estados Unidos em valor de mercado anunciaram, no dia 11 de dezembro de 2015, uma fusão inédita que resultará na inimaginável “DowDuPont”. Mas DowDuPont não será um nome que perdurará. Na verdade, em um intervalo de menos de dois anos, ela deve ser fracionada em três companhias diferentes. Sejam quais forem os novos nomes das três empresas, elas estarão focadas individualmente em três grandes negócios: agricultura, ciência dos materiais e produtos especiais. As duas empresas caracterizaram a operação como uma “fusão de iguais”. Ambas vem enfrentando um período sem muito brilho durante o ano de 2014 e nos nove primeiros meses de 2015 (figura 1). O ano de 2015 foi especialmente duro com a DuPont. Em maio, o fundo acionista Trian Partners lançou-se em uma fracassada disputa para ganhar alguns assentos no conselho. Em julho, a DuPont cortou dividendos e revisou para baixo as projeções até o fim do ano; em


A história de cooperação entre as duas empresas é longa e teve marcos relevantes como a joint-venture DuPont Dow Elastômeros, que durou de 1996 a 2005. As sinergias de custos que as companhias podem alcançar, se forem bem-sucedidas, são impressionantes: USD 3 bilhões anuais numa primeira estimativa interna. Faz tanto sentido

que as ações de ambas valorizaram 12% no dia do anúncio do acordo. O primeiro grande desafio é vencer todo o processo antitruste e ter a fusão aprovada sem mudanças significativas na estrutura de capital e portfólio de ambas. Em segundo lugar, é preciso superar também a complexidade na redistribuição das cotas para a nova empresa e seus acionistas sem criar grandes desalentos às partes. Será de fato um acontecimento marcante, não apenas às empresas, mas também ao mercado – especialmente o nosso. Seguimos ansiosos por vislumbrar o futuro de marcas como Cyrel, Tyvek, Dowlex e tantas outras que aprendemos a amar.

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outubro, o CEO Ellen Kullman renunciou abruptamente, poucos dias antes da companhia divulgar resultados que seriam um terço do período equivalente do ano anterior. Com a vida pouco mais fácil em 2015, a Dow também amargou resultados aquém do esperado e teve problema com um acionista – Dan Loeb, da Third Point.

43


ARTIGO

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Nova geração de solventes propílicos para flexografia – imprimindo melhor e mais rápido

44

N

a última edição da ProjetoPack

processo de impressão flexográfico

em Revista, abordamos um

é justamente a sua versatilidade

dos principais benefícios da

em imprimir uma ampla gama de

substituição de um thinner a base de

substratos – papéis revestidos e

etanol por um outro a base de solventes

não-revestidos, folha de alumínio

propílicos: a eliminação dos retardantes

soft e blister, plásticos de superfície

e a maior estabilidade do conjunto tinta

uniforme como BOPP e Poliéster e os

x solvente. Neste breve artigo, intentamos expor uma outra característica importante da mistura propílica: a melhor printabilidade. Uma das grandes vantagens do

mais dificultosos como o Polietileno. A flexografia imprime desde a etiqueta autoadesiva de papel que identifica produtos, passando pela caixa de papelão ondulado até a embalagem laminada mais sofisticada.


Rodrigo Valente Gerente de Vendas OXEA rodrigo.valente@oxea-chemicals.com

Este é um desafio de grandes proporções, pois existe uma infinidade

com sucesso determinados materiais

de variáveis que afetam negativamente

mais ou menos favoráveis em termos

estes objetivos. A umidade relativa do

de superfície. A palavra técnica

ar, a temperatura da sala de impressão, a

que descreve este conceito vem do

energia ou tensão superficial do clichê,

inglês “printability” (poderíamos

do cilindro entintador anilox, da tinta e

traduzir como “imprimibilidade”, mas

do filme, a resiliência da fita dupla-face

penso que não soaria bem) – uma

e assim por diante. Quando falamos

junção de “print” (imprimir) e “ability”

de impressão em papel, ainda há toda

(habilidade ou capacidade). Em suma,

a variação da superfície do papel, seu

é a capacidade de imprimir o mais

grau de absorção maior ou menor e

próximo possível dos padrões originais.

tantos outros fatores que poderíamos

Imprimir bem também é um conceito que pode facilmente

ficar horas ponderando a respeito. Uma destas variáveis – aquela que

confundir o leitor. É muito comum as

é o escopo deste artigo – diz respeito

empresas buscarem uma qualidade de

ao solvente empregado na diluição,

impressão superior às referências ou

transporte e fixação da película de tinta

padrões e, não raro, acabam frustradas

sobre a superfície do substrato. Estas

quando, na opinião do cliente,

três fases críticas da impressão têm

desagrada por justamente não ter a

como principal responsável o thinner.

fidelidade requerida. Uma impressão

Uma tinta de impressão é constituída

adequada deveria:

por pigmentos, resinas, aditivos e uma

● Atender às especificações de

mescla de solventes. É sabido que as

registro ou encaixe de cores;

resinas, os pigmentos e a maioria dos

● Possuir contornos vívidos,

aditivos são partes sólidas das tintas.

principalmente nos elementos mais

Portanto a primeira função de um

críticos da imagem como o código

solvente é diluir estes elementos em um

de barras;

fluído estável e capaz de ser transportado.

● Atender às especificações de cores determinadas pelo cliente; ● Ser “limpa” – isto é, isenta de

O solvente também precisa: ● Solubilizar a resina ou a mistura de resinas em um fluído

manchas, borrões, respingos e

reologicamente adequado ao

outros grafismos indesejados;

transporte em todas as fases do

● Apresentar sólidos (chapados e traços) completamente cobertos, sem áreas brancas ou parcialmente impressas; ● Reproduzir o mais fidedignamente os pontos da retícula (com o menor ganho de ponto possível).

É muito comum as empresas buscarem uma qualidade de impressão superior às referências ou padrões e, não raro, acabam frustradas quando, na opinião do cliente, desagrada por justamente não ter a fidelidade requerida”

processo de impressão; ● Ser facilmente removido por evaporação ou absorção; ● Resultar no menor odor possível após a impressão; ● Promover a umectação do substrato e a adesão da película de tinta;

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 Jan/Fev 2016

Todos os processos de impressão possuem uma capacidade de imprimir

45


ARTIGO

A taxa de diluição e a natureza do diluente afetam diretamente a performance da tinta durante a impressão”

● Não degradar as chapas

No artigo passado, arguimos um

flexográficas e os cilindros ou

pouco sobre a azeotropia. De forma

camisas anilox;

muito simplificada, um azeótropo é uma

● Interagir o menos possível com

mistura de duas ou mais substâncias

outros componentes das tintas,

que, em certa proporção, assemelha-se

mantendo a sua estabilidade;

a um elemento puro (e isso se reflete

● Cumprir com as exigências dos clientes e atender à legislação pertinente (ambiental, de saúde e segurança). No dia-a-dia, não percebemos a importância do solvente e a grande responsabilidade que um thinner carrega para atender a todos estes requisitos. Vamos falar um pouco mais sobre os três momentos mais delicados na interação do solvente no processo de impressão?

Diluição da tinta As tintas de impressão flexográficas

na taxa de evaporação, constante e fixa). O azeótropo formado por Acetato de Propila e N-Propanol (65:35) é mais balanceado que o composto por Acetato de Etila e Álcool (69:31). A estabilidade possibilita uma menor viscosidade de trabalho e implica em uma taxa de diluição com maior rendimento em relação ao thinner base Etanol. Português claro: redução de tinta a olhos vistos – uma economia expressiva em se tratando de um dos dois insumos mais caros da impressão. Trabalhar com a viscosidade mais

(mais propriamente as resinas) são

baixa também traz dezenas de outros

diluídas em uma mistura de solventes. A

benefícios de qualidade. O maior

taxa de diluição e a natureza do diluente

deles é a obtenção de uma impressão

afetam diretamente a performance da

mais limpa (normalmente, um dos

tinta durante a impressão.

principais motivos de reclamação dos compradores de embalagens e rótulos é a presença de manchas, respingos e “descargas” de tinta nas bordas das retículas) e uma menor incidência

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de paradas durante o processo

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(preventivas ou corretivas) para a limpeza de anilox e clichê. Lembre-se que cada parada de máquina gera uma emenda e uma quantidade de aparas significativa. O processo de impressão flexográfico não é fácil em muitos aspectos. Um deles é que a tinta segue um árduo caminho até virar a película seca sobre o substrato. Ela deve ser bombeada do reservatório sob forte agitação, percorrer um trajeto sinuoso na mangueira até o doctor blade


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RETÍCULA LIMPA

47


ARTIGO

As chapas flexográficas devem ter tensão de superfície ligeiramente menor que o substrato para que possam transferir integralmente a película de tinta recebida do anilox”

encapsulado, ser dosada pelas lâminas

Este é um dos momentos mais

raspadora e retentora para o interior

críticos de todo o processo. É uma

dos alvéolos do anilox, ser transferida

batalha de tensões superficiais.

em alta velocidade e temperatura

Lembremos que a tensão superficial

elevada numa fração de segundo

(medida em dinas por centímetro)

para o substrato. O excedente deve

nas diversas interfaces de um sistema

ser resolubilizado de forma que não

de impressão – por exemplo entre a

provoque entupimentos no clichê ou

o anilox e a chapa e entre a chapa e

anilox. O thinner propílico, de menor

o substrato – faz com que a tinta se

viscosidade, isento de retardantes e com

desprenda total ou parcialmente e

azeótropo mais equilibrado também

determina para qual superfície ela

favorece a resolubilidade da tinta após a

será transportada.

dosagem pela lâmina raspadora.

Transporte da película O transporte da película filmogênica da tinta ainda não acabou. A despeito de toda a aventura que ela percorreu no trajeto do recipiente da bomba até os alvéolos do anilox, ela ainda será transferida ao clichê e, por fim, ao substrato.

Pela lógica, o substrato (por exemplo um filme de polietileno) deve sempre apresentar a maior tensão entre todos os elementos. Normalmente, os filmes plásticos recebem uma descarga eletrostática Corona que os modifica para tensões entre 38 a 42 dinas por centímetro. As chapas flexográficas devem ter tensão de superfície ligeiramente menor que o substrato para que possam

Bomba Reservatório de tinta Doctor blade Câmara encapsulada Mangueiras das tintas

transferir integralmente a película de tinta recebida do anilox (por exemplo

28

Tinta

32

Anilox

36

40

Substrato

algo entre 34 e 36 dinas/cm). Os cilindros anilox também são críticos neste sentido e devem

Cilindro porta-clichê

apresentar tensão superficial ainda inferior às chapas, de modo que

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 Jan/Fev 2016

possam entintar todo o seu volume

48

Bomba Reservatório de tinta Doctor blade Câmara encapsulada Mangueiras das tintas

sem gerar entupimentos. É por

30

Tinta

40

Anilox

36

38

Substrato

este motivo que fabricantes de cilindros ou camisas anilox cerâmicos estão sempre em busca de novos aperfeiçoamentos que possibilitem

Cilindro porta-clichê

modificar a tensão superficial no interior das células para maximizar a transferência da tinta.

Bomba Reservatório de tinta Doctor blade Câmara encapsulada Mangueiras das tintas

Por fim, a tinta (costumeiramente

30

Tinta

34

Anilox

30

40

Substrato

com tensão entre 28 a 30 dinas/cm) deve não apenas ser compatível com esta “escada” de tensões superficiais,

Cilindro porta-clichê

mas ser equilibrada o suficiente


mesmo sob influência das mudanças

significativamente e reduzindo a sua

no ambiente de impressão, tais como

capacidade de transferência.

a elevação ou queda da temperatura ambiente e umidade relativa do ar. Aqui entra novamente as enormes vantagens do thinner propílico. Além de sua já mencionada estabilidade e a não utilização de retardantes, a blenda propílica é muito menos higroscópica que a mistura a base de etanol (extremamente higroscópica, por sinal). A higroscopia o acúmulo de umidade do ambiente gera, dentre outros problemas, a

A mistura propílica também agride menos o clichê em relação à mistura base de etanol, justamente por não conter retardantes. A ação destes produtos ao longo da impressão também modifica a tensão superficial da chapa, que perde

A mistura propílica também agride menos o clichê em relação à mistura base de etanol, justamente por não conter retardantes”

a capacidade de transferência da película pouco a pouco até que áreas sólidas como chapados e traços não sejam mais plenamente cobertos e

espuma na tinta. A espuma, além

retículas finas exibam os conhecidos

de ser um contaminante que

“pin holes” ou “missing dots” – pontos

pode ocasionar entupimentos,

pequenos que não conseguiram ser

modifica temporariamente a tensão

transferidos e simplesmente ficaram

superficial da tinta, elevando-a

em branco no substrato.

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ARTIGO

cores. Como a secagem final é sempre mais potente (não só em termos caloríficos, mas dado o comprimento do túnel e o auxílio das “facas de ar”), por vezes ocorre uma secagem plena da última película de tinta depositada sobre o filme enquanto as anteriores ainda estão úmidas. Com o embobinamento do filme, a pressão exercida nas camadas externas para o centro do tubo, o cisalhamento entre as camadas da bobina e tantas outras variáveis de manuseio, armazenagem e processamento pós-impressão,

Uma entintagem mais segura permite rodar a máquina com menor incidência de paradas, geração de aparas e com mais estabilidade” Fixação da película O último estágio da entintagem diz respeito à fixação da película de tinta sobre o filme. Outra característica crucial do thinner propílico em relação ao de base etanol é que, posto que dispensa o emprego de retardantes, possui menor incidência de retenção de solvente após

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 Jan/Fev 2016

a secagem final.

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Um dos maiores responsáveis pelos

o solvente retido começa a se manifestar e reagir com as películas de tinta secas, gerando problemas sérios como o blocking (afetando inclusive a força de laminação, no caso dos materiais acoplados) e desprendimento da tinta em testes como adesão com fita (Scotch Test) e resistência ao atrito. Uma entintagem mais segura permite rodar a máquina com menor incidência de paradas, geração de aparas e com mais estabilidade. Quando se trata de impressão, estabilidade significa segurança para imprimir com maior velocidade sem a incidência de defeitos, tudo aquilo que almeja um

problemas de adesão das tintas é o

convertedor hoje em dia, num ambiente

resíduo de solvente após a secagem,

de negócios altamente competitivo

que se dá normalmente na etapa entre

como o nosso.

Sobre a Oxea: formada em 2007 com ativos e o portfólio de duas indústrias químicas, a Oxea possui fábricas de escala mundial na Europa e Estados Unidos. Desde 2013, ela passou a integrar a Oman Oil Company e tornou-se o maior produtor de n-Propanol do mundo, com capacidade produtiva em expansão. É líder de mercado em todos os países usuários do produto e detém grande conhecimento técnico de sua aplicação. www.oxea-chemicals.com


Nossa missão consiste em oferecer soluções globais para um mundo com cada vez maiores necessidades de flexibilidade e eficiência. Na Comexi Group nos esforçamos para proporcionar as melhores prestações de acessibilidade e fácil manutenção dos nossos produtos. A aposta pela inovação, baseada na pesquisa e desenvolvimento tecnológico, nos permite oferecer produtos de alta qualidade, confiáveis e com um elevado rendimento.

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Por isto, estamos lançando este ano no Brasil a impressora F2MC. A impressora flexográfica Comexi FLEXO F2 MC é um novo conceito de impressora que oferece um novo modelo de máquina mais compacta e melhor adaptada a pequenas e médias tiragens de produção. A F2MC possui largura de impressão de 870 mm até 1270 mm, 8 cores e com passo de impressão de até 800 mm. Possui os sistemas eletrônicos mais avançados para obter a melhor qualidade de impressão, inclusive a grandes velocidades (até 400 m/min), e imprimindo em diferentes substratos como: filme plástico, papel ou laminados. O melhor de tudo é que a impressora flexográfica Comexi FLEXO F2 MC, desenvolvida e já lançada com êxito em Girona (Espanha), também será produzida no Brasil. Isto significa que a mais alta tecnologia em impressão flexográfica estará disponível para o Brasil e países do Mercosul com conteúdo e assistência locais.

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Nosso compromisso é também o conhecimento. O Centro Tecnológico Manel Xifra Boada, tem como objetivo, ser o ponto de referência dentro do setor de embalagem flexível, servindo como um motor de conhecimento. Estabelecido como uma entidade independente em 2013 com foco em treinamento, consultoria e desenvolvimento de inovação.

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Comexi do Brasil, Ltda. Estrada Buarque de Macedo, 4499 CEP 95780-000 Montenegro BRASIL Phone: +55.51.3649.8500 Ext. 135 fax: +55.51.3649.8515

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ARTIGO

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Copo Zahn 2 versus Viscosímetro automático diferem entre si?

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A

viscosidade de um líquido

forças aplicadas em sentidos opostos

pode ser definida como uma

e de mesma direção, move-as em

medida da sua resistência ao

velocidades diferentes. A origem

escoamento, oriunda da deformação

da palavra viscosidade é do latim

progressiva por tensão de cisalhamento.

VISCOSUS, “grudento, pegajoso”;

Simplificando, corresponde ao conceito

de VISCUM, “material pegajoso”. O

informal de “espessura” de um líquido.

visco é uma planta arbustiva parasita

Por exemplo, o óleo de um motor possui

donde os grãos produzem uma

uma viscosidade muito mais elevada do

cola deveras adesiva e fina. Quando

que a água. A viscosidade é uma propriedade

o fluido é forçado através de um tubo, as partículas que compõem o

decorrente de colisões entre partículas

fluido geralmente se movem mais

vizinhas em um fluido quando a

rapidamente perto do eixo do tubo e

tensão de cisalhamento, leia-se

mais devagar perto das suas paredes:


Andre Gazineu Engenheiro de produção pela PUCRS com pós em gestão da produção e qualidade na IMED, mestrando em ciências matemáticas na UPF. Passagem pela Ipiranga Produtos de Petróleo, é atualmente engenheiro de produção na Plastimarau e ministra engenharia de produção na CESURG

portanto, é necessária uma diferença

as taxas de reações químicas e fatores de

de pressão entre as duas extremidades

influência no transporte de quantidade de

do tubo para o fluido vencer o atrito

movimento em um fluido. Estes modelos

entre as camadas de partículas e

eram complicados de usar, mas foram

manter seu movimento.

baseados sobre o mecanismo de ação de

Um fluido que não tem essa resistência à tensão de cisalhamento é conhecido como um fluido viscoso

moléculas de um fluido e sua reação nos sítios ativos das superfícies sólidas. Para dar praticidade aos cálculos

ou ideal. Líquidos com zero de

em aplicações de engenharia,

viscosidade são observados apenas

utiliza-se uma constante de

em temperaturas muito baixas,

proporcionalidade para fluidos como

em condições de laboratório e são

a água e óleos finos. A utilização dessa

conhecidos como superfluidos.

constante só é possível porque o vetor

Caso contrário, todos os fluidos têm

gradiente de velocidade dado pela

viscosidade positiva e são tecnicamente classificados como viscosos. Na linguagem coloquial, no entanto, um líquido é dito como viscoso se a sua viscosidade é substancialmente maior do que a água. Um fluido com uma viscosidade relativamente elevada, por exemplo, pode parecer ser um sólido. Aqui, se faz necessário uma diferenciação. Na física, para o entendimento de qualquer fenômeno termodinâmico, é sempre necessário

A viscosidade de um líquido pode ser definida como a medida da sua resistência ao escoamento, oriunda da deformação progressiva por tensão de cisalhamento”

equação de Newton (fig. 1) representa a taxa de deformação angular do fluido. Esta proporcionalidade só pode ser comprovada nos fluidos chamados newtonianos (obedecem à lei de Newton da viscosidade). Para o mesmo padrão da velocidade, a tensão requerida é proporcional à viscosidade do fluido. Os fluidos não newtonianos são compostos por misturas

Figura 1: Lei de Newton da viscosidade – propriedade física que caracteriza a resistência de um fluido ao escoamento, em uma dada temperatura; = taxa de deformação angular do fluido, é o coeficiente de viscosidade.

(objetivando abstrair a complexidade complicada por uma idealizada, que é mais passível de análise. Na maioria dos sistemas de lubrificação, a espessura do óleo lubrificante é ínfima, o que permite considerar a variação da velocidade em relação à espessura do fluido como linear ou diretamente proporcional. A água, de maneira geral, também apresenta uma “espessura” muito pequena. Os engenheiros químicos Hougen e Watson (1959), desenvolveram um modelo termodinâmico denominado de Langmuir-Hinshelwood para representar

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

do mundo real), substituir uma situação

53


ARTIGO

Cabe ressaltar que a viscosidade de um fluido é independente da superfície do sólido do qual entrará em contato.”

heterogêneas como o sangue e sua

podem ser obtidos por fornecedores

viscosidade aparenta diminuir ou

diferentes, com insumos e processos

aumentar gradativamente com o

igualmente diferentes.

aumento da tensão de cisalhamento. Fluidos como tinta látex, óleos de silicone e chantilly irão decair o gradiente de sua viscosidade com o aumento da tensão. O amido de milho apresentará comportamento inversamente contrário. Tintas são classificadas como fluidos

temperatura reduz a viscosidade das tintas. Segundo Mezger (2006), a complexidade das tintas caracteriza um comportamento pseudoplástico frequentemente observado em soluções de polímeros, polímeros de fundição, e fluidos complexos.

apenas características individuais das

Aqui, a propriedade pseudoplástica

partículas, mas interações partícula-

permite à tinta ser espalhada por

a-partícula e solvente-partícula. O

um clichê, por exemplo, e molhar

comportamento não linear das tintas

uniformemente a superfície (evitando

também é explicado pela dupla interação

o gotejamento).

de Van Der Waals. Complexo? As tintas são fluidos ainda mais

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

aumento das tensões de cisalhamento e

não newtonianos, apresentando não

química realizada: ligações covalentes e

54

No entanto, há uma semelhança: o

Cabe ressaltar que a viscosidade de um fluido é independente da superfície do sólido do qual entrará em contato.

complexos por possuírem partículas

Analogamente, contrariando o senso

sólidas de pigmentos dispersos que

comum, a pressão não influenciará

conferem a cor propriamente dita.

na viscosidade do fluido na imensa

Cores semelhantes podem ser obtidas

maioria dos casos graças à propriedade

por pigmentos diferentes. Estes

dos fluidos de serem incompressíveis.


55

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016


ARTIGO

de escoamento também pode ser convertido em viscosidades cinemáticas por meio das equações de conversão (mensura a viscosidade em centistokes e é dependente do número do copo). O procedimento é bastante simples: imergir o copo Zanh 2 (Ø de 2,7mm) no recipiente com a tinta, deixar o copo em repouso por 5min para atingir o equilíbrio térmico, retirar o copo e acionar imediatamente um cronômetro. Após o primeiro sinal de interrupção do escoamento da tinta, travar o cronômetro e registrar o resultado. Os copos Zahn são constituídos de latão, visto que o material é resistente

à corrosão. A incerteza média de

Os copos Zahn são constituídos de latão, visto que o material é resistente à corrosão. A incerteza média de fabricação dos copos é de no máximo 3%”

fabricação dos copos é de no máximo 3%. A menor subdivisão do cronômetro deve ser comparada com o tempo médio de reação do responsável pelo ensaio (em torno de 0,1s a 0,45s). Esta incerteza de medição deve ser igual ao

A viscosidade é medida com vários tipos de viscosímetros e reômetros (para determinação de tensão, taxa de cisalhamento e de pontos de fluidez). Um barômetro é usado para fluidos que não podem ser definidos por um único valor de viscosidade. A viscosidade cinemática, no SI, recebe a unidade PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

(m²/s). A unidade física da viscosidade

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cinemática no Sistema CGS é o stokes, também expresso em centistokes (cS). O controle da temperatura do fluido é essencial para a aquisição de medições precisas em qualquer método. Em particular, em materiais tais como lubrificantes, a viscosidade pode dobrar com uma mudança de apenas 5°C. Para tintas, há um desvio de 5% a cada 0,5ºC. Na indústria de embalagens flexíveis,

maior erro médio. O conceito de propagação de incertezas deve ser utilizado para determinar a incerteza final da viscosidade. Para tal, multiplique a confiabilidade descrita pelo fabricante do copo pela maior incerteza de medição do responsável pelo ensaio. O valor encontrado deve ser superior ou igual a 90% de confiabilidade. A contribuição dos viscosímetros automatizados é na manutenção permanente da viscosidade ideal durante todo o processo. O equipamento de controle de viscosidade de tintas é um sistema automatizado que sustenta o poder tonal das tintas mediante a medição e regulagem da viscosidade, definindo-se os parâmetros desejados no programa de controle eletrônico. O sistema é aplicável

a viscosidade pode ser medida com

a tintas e vernizes, de rotogravura ou

um copo Zahn, extrapolando-se o

flexografia e é indiferente ao número

seu tempo de escoamento. O tempo

de cores. Monitora continuamente a


Figura 1

viscosidade da tinta e compara com valores pré-definidos. Quando a viscosidade da tinta aumenta para além do nível desejado, o solvente é adicionado automaticamente para voltar ao valor de viscosidade prédefinido. A maioria dos sistemas conta com alarmes visuais e sonoros para notificar o operador que o sistema precisa de atenção. Na sequência, um estudo comparativo entre os resultados de viscosidade obtidos através de medições automatizado eletronicamente. Este

Figura 2

estudo objetiva verificar se existe uma

em termos de desvio padrão, o copo

diferença significativa entre as médias

Zahn 2 evidenciou um desvio de 2,017

das viscosidades encontradas em

enquanto o viscosímetro automático

métodos distintos através de uma técnica

obteve 1,591 de desvio. Assim, o teste

chamada análise de variância. Para poder

indica que a diferença entre métodos de

afirmar sobre as médias de populações,

medição é estatisticamente definitiva. O

monitorou-se uma única tinta por 4h de

método do copo Zahn indicou tempos e

serviço a cada 8min.

efluxo maiores e com maior variância. No

Conforme o gráfico (figura 1 e 2), o viscosímetro automático apresentou um tempo de escoamento de 23,767s

entanto, o teste de Levene indica haver homogeneidades de variâncias. Ou seja, ambos os métodos estão

enquanto o método utilizando um copo

mensurando a mesma variável, mas com

Zahn 2 apresentou, em média, 22s. Já

precisão ligeiramente diferente.

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 53 - Jan/Fev 2016

com um copo Zahn 2 e um sistema

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