ProjetoPack em Revista Edição 56

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PANORAMA GERAL DO SETOR DE IMPRESSÃO INDUSTRIAL

Novas oportunidades para o setor gráfico mundial

EXPORTAÇÃO SEM FRONTEIRAS

Modelos para ingressar no cenário internacional

GAMA EXPANDIDA

O que é e para que serve?

SELECIONANDO A FITA DUPLA-FACE IDEAL

Critérios técnicos para balizar a escolha

ARTIGOS, DICAS, NOTÍCIAS

E muito mais!

A responsabilidade das Indústrias

Pág. 40


20 anos

Beta 8

Beta 8

Impressora flexográfica

• Set up rapidíssimo (sistema sleeve). • Estrutura do grupo impressor fechada (tipo monobloco). • Camisa porta clichê. • Camisa anilox. • Fusos de esfera pré-carregado e guias lineares que garantem altíssima precisão das unidades de impressão. • CNC para posicionamento dos cilindros do grupo impressor com acionamento por servomotor com encoder absoluto. • Sistema “Gearless” (sem engrenagem) com motor principal montado no eixo do cilindro central. • Sistema “doctor blade” com posicionamento automático e revestimento antiaderente. • Troca automática de bobinas na entrada e saída dotadas de elevador para posicionamento e descarga das bobinas. • Altíssimo controle de tensão do filme mediante controle por células de carga, eixo eletrônico, balancim e “taper tension” nas diversas unidades da impressora.

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PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

VARIEDADES

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PROJETOPACK

índice 6

EDITORIAL

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ARTIGO

A Drupa passou e, com ela, a nossa última edição da ProjetoPack em Revista, plenamente dedicada ao evento. Porém, lendo a edição final impressa, sentimos que algumas dúvidas importantes ainda não haviam sido completamente esclarecidas. Resolvemos então elevar uma destas dúvidas, a mais importante delas, ao status de capa desta edição.

Gama Expandida – O que é e para que serve?

14 ARTIGO

Reintrodução de embalagens flexíveis na cadeia de reciclagem: é possível?

24 40

18 CAPA 24

ARTIGO Exportação sem fronteiras

Panorama geral do setor de Impressão industrial

40 ARTIGO 42 ARTIGO

A responsabilidade da Indústria

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Critérios para selecionar a fita de montagem adequada: Qualidade e Produtividade

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ARTIGO A saga pelo acerto de cores zero

Nós erramos! Na última edição especial de 10 anos da ProjetoPack em Revista (especial Drupa), nós fizemos o ilustre Benny Landa passar vergonha. A sua frase profética “Tudo que puder ser digital, se tornará digital. E a impressão não é uma exceção” foi publicada na capa com a grafia errada (excessão, ao invés de exceção). Felizmente, dois leitores e amigos da Scholle IPN (Ademir Fragnani e Marcelo Venci) nos alertaram e pudemos, ao menos, corrigir o equívoco na versão digital. Pedimos desculpas aos leitores e ao mestre Landa, pelo lapso durante a revisão dos textos.


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EDITORIAL Aislan Baer Editor Chefe Sócio-diretor da ProjetoPack & Associados e editor da ProjetoPack em Revista. Atua há mais de 15 anos na área de embalagens flexíveis, rótulos e impressão, ministrando cursos, palestras e consultoria por todo o hemisfério sul. Mestre em gestão estratégica e economia empresarial pela USP, é membro dos comitês técnicos e consultivos da IoPP (Institute of Packaging Professionals) e especialista na implantação de normas flexográficas pela FTA - Associação Americana de Flexografia.

EDITORIAL

A

Drupa passou e, com ela, a nossa última edição da ProjetoPack em Revista, plenamente dedicada ao

evento. Porém, lendo a edição final impressa, sentimos que algumas dúvidas importantes ainda não haviam sido completamente esclarecidas. Resolvemos então elevar uma destas dúvidas, a mais importante delas, ao status de capa desta edição. Falamos, dentre muitas coisas sobre a Drupa, do encolhimento da indústria gráfica tradicional. Um dos processos mais afetados, a offset; em termos de mercado, indubitavelmente que o setor editorial – a impressão de livros, revistas e jornais – diminuiu sobremaneira. Mas, com base nestas observações, um leitor desavisado ou alheio a um contexto mais macroscópico poderia intuir, erroneamente, que a indústria gráfica está morrendo. Na verdade, é exatamente o oposto: a indústria gráfica está crescendo muito, transformando

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

a sua função original de conversão do

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conhecimento oral em palavra impressa e a sua respectiva disseminação (mídia editorial e impressão comercial) para um segundo e terceiro estágios: a impressão como um veículo de promoção de vendas (no caso de embalagens, etiquetas e rótulos, por exemplo) e como um meio para a personalização em massa de produtos (impressão de roupas e acessórios do vestuário, canecas, paredes, fachadas de edifícios, janelas, veículos, capas protetoras de smartphones e tablets, unhas e uma infinidade de coisas). Virtualmente, tudo pode ser impresso

e tornar-se único, exclusivo, a um determinado consumidor. Por fim, a indústria gráfica nunca deixou de configurar como algo acessório em alguns processos de manufatura, como um meio de decoração ou “pintura”. É o caso da área moveleira, cerâmica, vidro, móveis, têxteis etc.). Também nestes casos, a chamada impressão industrial vem se aperfeiçoando e tornando-se, talvez, o único grande meio eficaz e econômico de diferenciação entre produtos concorrentes. Com o desenvolvimento tecnológico da manufatura aditiva usando a plataforma das impressoras desktop tradicionais, a indústria gráfica encontrou mais uma janela incrível para crescer. É discutível dizer que a impressão de um pulmão, um bolo confeitado, uma prótese ou uma engrenagem de poliacetal possa ser chamada de impressão, neste momento. Mas fica claro que, muito rapidamente, a manufatura aditiva ganhará capabilidades da impressão propriamente dita. Sem mais delongas, esta edição intenta apresentar a você, estimado leitor, um panorama sucinto, porém abrangente, do que é e o que abarca a chamada impressão industrial e quais as oportunidades de negócios ela oferece ao empresário gráfico. Esperamos que o objetivo tenha sido atingido. Boa leitura e nos vemos na próxima edição!

PROJETOPACK EDITOR Aislan Baer diretoria@projetopack.com DIRETOR DE CONTEÚDO Lorenzo Baer GESTORA DE CONTAS E ESTRATÉGIA DE MÍDIA Deise Moraes PROJETO GRÁFICO E GESTÃO DE MÍDIAS SOCIAIS Agência Convertty contato@convertty.com COMITÊ EDITORIAL Alexandre Zanolini Genicola Grupo CBS Elos André Rezende HP do Brasil Prof. Antonio Cabral Universidade Mauá Enio Koetz ProjetoPack & Associados Eudes Scarpeta Scarpeta Treinamentos Joaquim Morais Trenton Consultoria Prof. Lincoln Seragini Seragini Farné Guardado Prof. Lorenzo Baer SENAC Lapa Scipião Wilson Paduan Tecnosolutions Wilson Ramos Junior Inovagraf CONTATOS DE PUBLICIDADE E ASSINATURAS (Para assinar ou adquirir edições anteriores e para participar como patrocinador da publicação) E-mail: revista@projetopack.com Fone: (11) 3258-7134 Não é permitida a reprodução total ou parcial de textos ou matérias publicadas sem a prévia autorização da ProjetoPack em Revista. Para análise e autorização de reprodução, contatar a publicação no e-mail atendimento@projetopack.com. Todos os artigos são assinados por seus autores e não refletem necessariamente a opinião desta revista.


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PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

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ARTIGO

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Gama Expandida – O que é e para que serve?

8

O

termo Gama Expandida ou

encontrará os dois termos amplamente

Gama Estendida se tornou

utilizados. Se você procurar no site

popular nos últimos três

da Pantone® encontrará o termo

anos na indústria de flexografia pelo

“Extended Gamut” ou Gama Estendida.

mundo. Especialmente os EUA, que

No entanto, oficialmente a FTA

é um lugar muito pragmático, já vem

(Associação Americana de Flexografia)

usando a metodologia. Segundo Mark

usa “Expanded Gamut” ou Gama

Cisternino, atual presidente da FTA,

Expandida. Bem, eu utilizo o termo

36,5% das empresas de flexografia

Gama Expandida, porque a palavra em

americanas utilizam alguma forma de

português remete a ampliar algo em

fixar as cores na impressora e, para tal,

várias direções. Por exemplo, expandir

lançam mão da Gama Expandida.

os pulmões. Já o termo estender dá

Gama Expandida ou Gama Estendida? Tanto faz. Mundialmente, se você começar a pesquisar a fundo,

outra conotação. Porém, para ser sincero, em minha opinião, não há certo ou errado. Vai de sua preferência ou de como o termo ficar mais comum no Brasil.


Eudes Scarpeta Possui formação superior em Planejamento Estratégico e Pós-Graduação em Administração Estratégica de Recursos Humanos. Técnico gráfico formado pelo SENAI/SP, especializado em Flexografia e Rotogravura. Atua no mercado há mais de 30 anos. scarpeta@terra.com.br

O que é Gama Expandida? Gama Expandida é a metodologia de ampliar o Gamut ou Gama de cores. Em palavras muito simples, significa aumentar a quantidade de tons de cores que uma imagem impressa ou na tela de um monitor pode transmitir/ refletir ao olho humano. Veja na ilustração como os meios de reprodução da cor se apresentam no espaço da cor. Obviamente, imagens em RGB possuem gamut maior, visto que se trata da imagem no monitor. Já o CMYK, que é a imagem impressa, possui um baixo gamut quando comparado ao RGB. Assim, o objetivo

cores: CMYK + OG ou Laranja e Verde. Eu lembro bem dessa época e foi uma revolução quando foi lançado, porque a imagem era realmente impressionante para os patamares de então. Porém, não teve o sucesso de vendas que a Pantone esperava e a própria Pantone descontinuou o Hexachrome® em 2008. Só para deixar claro, apesar de que o Hexachrome® fosse aplicável a qualquer processo de impressão, o foco era a impressão offset e nós apenas

Gamut expandido é um conjunto de técnicas para maximizar a quantidade ou gama de cores percebida pelo olho, em uma imagem impressa ou digital”

sonhávamos em fazer isso em flexografia. Outros métodos surgiram nessa época e estão aí até hoje. Vamos ver outros além do Hexachrome®.

da Gama Expandida é aumentar essa percepção de cores – no nosso caso, da imagem impressa.

De onde surgiu? Em meados da década de 90 surgiu a expressão HiFi Color e foi amplamente difundida, especialmente pela DuPont, com o HyperColor®, pela Linotype-Hell e pela Pantone. Entre outras melhorias na imagem como o aumento da lineatura, estava também O MaxCYM foi um nome

cores percebido pelo olho humano no

genérico que utilizava CMYK +

produto impresso.

CMYK. Isso mesmo! Poderia ser o

Em 1998 a Pantone anunciou a patente (sim, patente N° 5.734.800) do Hexachrome® que, como o nome já sugere, utilizava seis cores para aumentar ou expandir o gamut de cores. Funcionava assim: a empresa ou birô

CMYK com mais duas, três e até quatro cores de CMYK. O objetivo era ampliar ou expandir a gama de cores intensificando cada uma delas, mas a ideia não foi pra frente. Logo depois do Hexachrome® surgiu

(como eram chamados os prestadores

o OPALTONE®, desenvolvido por uma

de serviços de pré-impressão na

empresa australiana (uma solução

época) compravam um plug-in para

também patenteada) e baseia-se no

o Photoshop chamado Hexwrench®,

Princípio de Küpper ou Teoria de Cores

que fazia a separação das seguintes

de Küpper, que apresenta o CMY +

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

a ideia de se aumentar o volume de

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ARTIGO

Pode-se utilizar o CMYK mais as cores Laranja, Verde e Violeta em boa parte das técnicas de gama expandida”

RGB (Red, Green e Blue) sendo que o

Há cerca de três anos, a empresa

“K” ou preto é opcional, como ponto

Esko, que pertence atualmente

de ampliação da gama de cores (veja

ao Grupo Danaher (onde estão

figura). O Opaltone está aí até hoje

também X-Rite®, VideoJet® e a própria

e pode ser usado como uma opção

Pantone), lançou o software Equinox®,

interessante para ampliar o gamut.

que pode combinar vários métodos

A HeptaCROMÍA®, da empresa espanhola TrueTone®, é um método também patenteado e trabalha com

ou princípios para expandir o gamut de cores. Por exemplo, pode ser 5, 6 ou 7

CMYK + vermelho, verde e azul reflexo,

cores. Pode utilizar o CMYK + OGV

apesar de que se pode mudar também

(Orange, Green e Violet) para compor

as três últimas, inclusive utilizar o violeta

a sequencia de cores. Os pigmentos

no lugar do azul reflexo. O método,

recomendados são o Laranja 021, o

no entanto, é mais conhecido como

Verde ftalo (ftalocianina) e o Violeta

TrueTone®. Também está disponível para

resistente. Dessa vez, o software

quem quiser utilizar.

conjugado com os plug-ins para Photoshop, foi de início aplicado à flexografia. O resultado é muito bonito e com visual requintado. (Figura 1) Embora todas essas sejam soluções interessantes e que funcionam, a verdade é que é possível aumentar ou expandir o gamut de cores do CMYK por simplesmente aumentar a

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densidade das cores. É o que ocorre

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Figura 1


no processo de rotogravura, cuja

por sua vez, também cumpre sua

imagem impressa salta aos olhos.

parte com as modernas tecnologias

As densidades (ou força da cor) das

de gravação à laser e tensão

tintas impressas são elevadas e estão

superficial diferenciada. Há quatro

muito acima do que normalmente

anos, desenvolvi uma metodologia

imprimimos na flexografia.

que chamo de FLEXO 4.0, que busca cruzar o melhor anilox, tinta e clichê

No passado recente era difícil conseguir isso, porém com o avanço

em função da carteira de cada cliente.

tecnológico em tintas, clichês e anilox,

Esta receita intenta trabalhar com o

ficou mais fácil. Por exemplo, os

CMY + K ou uma tinta especial como o

clichês hoje possuem superfície com

Azul Reflexo, dependendo da carteira

células ou texturas produzidas por

de clientes. Com isso, é possível fixar

softwares como DigiCap, Pixel Plus,

na impressora 75% de todas as ordens

MicroCell ou, ainda, com o emprego

de produção, sem usar as cores típicas

de fotopolímeros que já vem de

da Gama Expandida.

fábrica com a superfície modificada (as

Apesar de o foco ser a cromia mais

chamadas “chapas de performance”).

“bonita”, quando vemos a propaganda da Gama Expandida, o fato é que as

Isso permite uma transferência maior da tinta pelo anilox. O anilox,

empresas nos EUA, Europa e também

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PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

360º

Standard

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ARTIGO

algumas empresas no Brasil utilizam a

da Esko e já estão oferecendo o serviço.

técnica como ajuda para fixar a paleta

A clicheria vai ajuda-lo, caso queira

de cores na impressora.

implementar na sua empresa. Alguns

Assim, surgiu há pouco tempo o termo Color Fixed Palette, cujo objetivo é quase nunca tirar anilox ou tintas da máquina impressora. Color Fixed Palette é um guarda chuva maior e as diversas tecnologias, incluindo a Gama Expandida, estão debaixo dele.

convertedores querem experimentar para ver como funciona e colocam um jogo de clichês na impressora sem critério e sem levantamento de curvas apropriadas. O resultado não fica bom, visto que não há atalhos para isso. Se você realmente enveredar por esse caminho, deve faze o passo-a-passo e se empenhar em fazer pelo menos um trabalho do começo ao fim. Isso significa eleger um trabalho com certa dificuldade técnica e, de preferência, com cores Pantone que não são reproduzíveis na cromia normal como o violeta, o Pantone Green, o Orange, o Azul Reflexo etc.; faça o

C

test form para gama expandida e coloque

M

tintas novas usando anilox limpos para

Y

isso. Para saber se a Gama Expandida é

CM

para você, pergunte-se:

MY

● Tenho controle das tintas na impressão? Consigo controlar a densidade e também o desvio de tom (ΔE) das cores impressas na minha fábrica? Possuo um controle mínimo do meu processo de impressão?

Conclusão PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Fixar as cores na impressora, não

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Se respondeu sim às perguntas acima,

importando a técnica ou metodologia que

então é possível que a Gama Expandida

se utiliza, traz enormes vantagens: redução

talvez seja para você. Em minha opinião,

do setup, redução do inventário do retorno

vale muito a pena buscar fixar as cores/

de tintas especiais, menos fabricação de

tintas na impressora. Esse deve ser o

tintas Pantone especiais, fixação também

objetivo maior, não importando muito o

dos cilindros e camisas anilox na máquina

meio ou a tecnologia utilizada para isso.

e muitas outras que você já pode imaginar.

De uma forma ou de outra, é bom se

Onde achar e como implementar a tecnologia da Gama Expandida? Há pelos menos cinco clicherias no Brasil que compraram o software Equinox

preocupar com isso, porque há grandes donos de marca no Brasil já utilizando e demandando a gama expandida, em parceria com alguns convertedores. Você não sabia disso, não é? Pois bem, está na hora de começar a olhar para o tema mais de perto.

CY

CMY

K


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PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016


ARTIGO

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Reintrodução de embalagens flexíveis na cadeia de reciclagem: é possível?

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P

ara entender a possibilidade

cooperados passariam a ter uma

da reintrodução dos resíduos

renda ou melhora do orçamento,

de embalagens flexíveis na

consequentemente uma melhor

cadeia de reciclagem, precisamos

qualidade de vida e reinserção na

entender o contexto atual.

cadeia de consumo.

Hoje boa parte dos resíduos

Na prática, existe grande

pós-consumo que retornam para

dificuldade para trabalhar itens

a cadeia de reciclagem no Brasil

recicláveis que não possuem uma

é por meio das cooperativas de

cadeia circular, isto é, que não

catadores. Cooperativas foram

possuem mercado e tecnologia

criadas como forma alternativa de

difundida para sua reciclagem.

geração de trabalho e renda para

Garrafas de PET, latas de alumínio,

pessoas socialmente excluídas da

papelão ondulado, são itens que

sociedade. Com a divisão dos lucros

ganharam papel protagonista

referentes à venda dos resíduos, os

nas cooperativas. Itens de


André Kenji Gerente de P&D da WiseWaste, com mais de 15 anos de experiência em empresas de embalagens como Vitopel, Celulose Irani, etc e um apaixonado pelo assunto embalagens akenji@wisewaste.com.br

comercialização garantida, que com

mais trabalhoso agrupar um quilo de

o passar do tempo passaram a ser

embalagens flexíveis, contra um quilo

uma espécie de “commodity”, ou seja,

de frascos de shampoo.

hoje existem as cadeias de consumo desses itens, mas briga-se apenas por um preço maior para comercialização. Um dos maiores volumes de

Mas o que realmente impede o cooperado a enxergar valor na coleta de embalagens flexíveis é a falta de valor comercial das mesmas no mercado e a

resíduos são as embalagens flexíveis.

valorização de sua matéria-prima para

Como as cooperativas se relacionam

fabricar outros produtos.

com esse tipo de resíduo? Muitas cooperativas de catadores não conhecem as especificidades dos materiais aplicados nas embalagens flexíveis. Muitas vezes chamam de BOPP (Polipropileno biorientado) uma embalagem que pode conter lâminas de diferentes tipos de material. Outra dificuldade é entender quando há presença de folha de

Outra dificuldade diz respeito à utilização de folha de alumínio, quer na laminação ou no processo de metalização”

E como gerar valor para essa matéria-prima proveniente de embalagens flexíveis? Após a implementação da PNRS (Política Nacional dos Resíduos Sólidos), a cadeia de bens de consumo passou a ter responsabilidade pelos resíduos pósconsumo. Isso fez com que grandes corporações passassem a ter como objetivo a adoção de uma política

alumínio nas embalagens flexíveis e quando trata-se apenas de um processo de metalização. As cooperativas não têm conhecimento técnico para acompanhar a evolução das embalagens flexíveis. Um exemplo a embalagens que tinham uma estrutura mais complexa e que, por evolução tecnológica, passaram a ter um tipo de material apenas. Podemos citar como por exemplo de transformação, a embalagem de Sonho de Valsa, que hoje é mono material e foi desenvolvida pela Mondelez há alguns anos atrás. Além disso, há outro desafio em relação as embalagens flexíveis, como o cooperado ganha por quilo de material coletado/triado, muito

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que podemos citar é em relação

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ARTIGO

Há uma tendência forte para a adoção de matérias-primas circulares na fabricação de produtos e suas embalagens”

último, Gui Brammer, CEO da WiseWaste, recebeu Luciana Hashiba, da Natura, e Milena Ferreira, de Nescafé Dolce Gusto, para um bate-papo. Durante o evento, Luciana e Milena

adequada para garantir a destinação

falaram a respeito das iniciativas de

correta destes resíduos.

sustentabilidade de suas respectivas

Por conta de empresas como a WiseWaste (empresa que trabalha a valorização de resíduos através da criação de cadeias de logística reversa e fabricação de produtos), essas grandes corporações passaram

empresas e pudemos perceber que ambas têm iniciativas similares em relação a destinação de resíduos/ logística reversa, confirmando que se trata de um assunto que é tendência. No caso de Nescafé Dolce Gusto, a

a enxergar possibilidades de

WiseWaste desenvolveu porta-cápsulas

transformar os seus resíduos pós-

de café em plástico (produzido em

consumo em produtos que utilizem a resina reciclada (fabricada a partir dos próprios resíduos). Assim, podem

resina reciclada que contêm 15% de cápsulas pós-consumo). Para garantir o desempenho dessas

cumprir as normativas da PNRS e ao

resinas, estão sendo desenvolvidas

mesmo tempo dão segurança aos

formulações com a participação de

consumidores da marca que o resíduo

aditivos de última geração. Esses

pós-consumo tem uma destinação

aditivos, incorporados na dose certa,

nobre e correta.

trazem performances similares ao das

Durante o evento Fórum Flex (evento organizado pela ABIEF – Associação Brasileira das Embalagens Flexíveis) realizado em 16 de junho

resinas virgens. Podemos perceber cada vez mais opções desses aditivos no mercado. Como foi possível perceber, reintroduzir embalagens flexíveis na cadeia produtiva é um grande desafio.

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Porém, como todo grande desafio

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tem um potencial proporcionalmente grande, tanto do ponto de vista econômico (geração de valor para resíduos que hoje tem destino no aterro), quanto do ponto de vista social (gerando melhores condições para a cadeia de catadores de materiais recicláveis). Apostar em uma tendência de utilização de matérias-primas mais “circulares” para a fabricação de produtos que estarão disponíveis nas gôndolas do varejo é ponto certo. Eu acredito!


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PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016


ARTIGO

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Exportação sem fronteiras

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A

decisão da entrada no mercado

estão sendo “exportadas solidariamente”

internacional dependerá da

pelos seus clientes, acompanhando

vontade dos empresários,

outras milhões de toneladas de

das expectativas de rentabilidade, dos

produtos alimentícios, construção civil,

investimentos necessários, da paridade

higiene pessoal, pet-food etc.

da taxa de câmbio, da capacidade produtiva disponível, das perspectivas do mercado interno e, muitas vezes, da solicitação dos clientes multinacionais para que se participe de licitações regionais de embalagens. Ocorre que, no momento da leitura

De uma posição iminentemente coadjuvante, como no exemplo citado acima, a ideia deste artigo é explorar as várias opções existentes para que as empresas brasileiras passem a ter uma posição de ator principal no cenário internacional quais sejam: as

deste artigo, várias toneladas ou metros

operações indiretas, diretas e as alianças

quadrados de embalagens flexíveis

estratégicas internacionais.


Wagner Delarovera Sócio-diretor da Maxitrade Consultoria. delarovera@uol.com.br

● Redução de riscos comerciais e

basicamente de quatro formas distintas,

de movimentação de mercadoria

a saber:

no exterior;

a. Através de trading companies

● Redução do custo financeiro

que possuam os contatos nos

decorrente das vendas a prazo,

mercados de destino e adquirem

já que, geralmente, as comerciais

as embalagens intermediando as

exportadoras compram a vista;

operações com os clientes finais; b. Através de comerciais

● Conhecimento do mercadoalvo externo pela empresa

exportadoras, empresas

comercial, oferecendo perspectiva

especializadas em comércio

de antecipar o prazo para

exterior e que operam de forma

concretização de exportações de

muito similar às tradings; c. Através de distribuidores que adquirem as embalagens, mantém gestão dos estoques no mercado de destino e

produtos pelo fabricante; ● Racionalização das atividades, uma vez que a empresa produtora se dedica exclusivamente à produção; ● A empresa produtora poderá

prestam todo serviço de

concentrar seus esforços em

assessoria e logística até a

determinados mercados,

entrega ao cliente final;

terceirizando os demais;

d. O produtor de alimentos (e

● São asseguradas, praticamente,

outros produtos) no Brasil poderá

às empresas produtoras, todos

obter um drawback integrado

os incentivos à exportação

e adquirir as embalagens no

disponíveis.

mercado interno, utilizar em seu processo produtivo e exportar o produto final com a embalagem fornecida localmente. As vantagens do modelo de exportação indireta são: ● Gasto reduzido na comercialização do produto; ● Eliminação de pesquisas de

Algumas desvantagens deste modelo são: ● Relação distante com o seu cliente final; ● Redução da margem de lucro por não atuar diretamente no mercado externo; ● Restrição da atuação da empresa em incrementar suas vendas ao

mercado com o objetivo de

mercado internacional, pois essas

identificar potenciais empresas

decisões cabem à interveniente;

importadoras; ● Eliminação dos procedimentos burocráticos e seus custos;

No momento da leitura deste artigo, várias toneladas de embalagens flexíveis estão sendo exportadas solidariamente, embalando outros milhares de produtos”

● Participação indireta no mercado externo, que impede a empresa produtora de avaliá-lo em

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Exportação indireta, que se dá

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ARTIGO

As alianças internacionais são uma outra forma de se internacionalizar e que podem ser bastante exploradas pelas convertedoras brasileiras“

detalhes, podendo impossibilitar a expansão de suas atividades internacionais assim como a expansão de sua produção; ● Dependência comercial da trading company ou comercial exportadora. Exportação direta, que se dá quando

proposições de valor ao cliente; ● Possibilidade de maior rentabilidade. Por outro lado, as alianças internacionais são uma outra forma de se internacionalizar e que podem ser bastante exploradas pelas empresas brasileiras do segmento de

o exportador brasileiro investe no

flexíveis. Existem diversos formatos e

mercado internacional, promovendo

possibilidades para a sua construção,

seu produto, imagem corporativa e

a saber:

acessando diretamente o cliente final no destino. As vantagens do modelo de exportação direta são: ● Gasto reduzido na comercialização do produto; ● Conhecer o cliente final e suas reais necessidades; ● Promover a sua imagem no mercado externo; ● Adaptar seu produto às necessidades do cliente; ● Obter melhores condições de financiamento; ● Elaborar e implementar

a. Flexibilidade: uma empresa industrial no exterior é especializada na produção em larga escala, mas ineficiente nas tiragens pequenas e que poderá ser atendida pela empresa brasileira orientada às tiragens menores; b. Complementariedade: como exemplo, uma empresa brasileira com tecnologia em impressão poderá se utilizar de uma empresa no exterior para converter filme em Stand-Up Pouch; c. Terceirização: uma empresa brasileira possui tecnologia de ponta e competitividade

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

na produção de estruturas

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barreira (PA, EVOH etc.), porém como o mercado de destino é fragmentado, poderia encontrar uma empresa no exterior que pudesse imprimir, laminar e oferecer serviço local ao cliente; d. Ambientais: existem legislações em alguns países que restringem a aplicação de solventes durante o processo de laminação de embalagens; poderia ser viável então produzir no Brasil e utilizar a estrutura comercial do parceiro


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PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016


ARTIGO

Vale a pena refletir sobre a sua sobrevivência no longo prazo e na exportação como componente estratégico para a sua garantia”

internacional objetivando

terceiro país e somente finalizada

o fechamento de negócios

no país de destino, via algum tipo

internacionais, por exemplo;

de agregação de valor;

e. Technology Providers Partnerships: parcerias com empresas

retort (ou esterilizáveis) ou active

produtoras de tecnologia tais como

packaging poderão ser patenteadas

equipamentos, moldes e outros

no Brasil e a empresa brasileira

aparatos, que poderiam viabilizar

obteria royalties pela concessão de

operações internacionais através

uma licença de produção ou cessão

da homologação de embalagens

de uma patente.

“Made in Brazil”; f. Desenvolvimento conjunto: estabelecer acordos de desenvolvimento conjunto para a produção de embalagens flexíveis, reduzindo custos e

recomenda-se a elaboração de contratos internacionais precisos e detalhados, que reflitam a situação atual e futura de tais operações e parcerias. Inexiste uma única fórmula de

empresa. O resultado poderá vir a

sucesso, e estratégias combinadas

ser a exportação da embalagem

adotando formatos de exportação

ou a venda no mercado interno

direta e indireta bem como alianças

de cada empresa;

estratégicas, dependendo dos mercados

Memberships: ser membro de Associações Internacionais de

de atuação e objetivos da empresa, podem coexistir perfeitamente. As empresas que realmente desejam

Embalagens Flexíveis (tais como

se inserir no contexto internacional como

FPA, FPE e outras) proporcionam

forma de estratégia empresarial de longo

excelentes contatos para

prazo, contam com várias opções de

realização de alianças estratégicas;

internacionalização de suas atividades

h. Aplicação de acessórios: acessórios como alguns tipos PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Para todas as opções indicadas,

priorizando o know-how de cada

g. International Organizations

22

j. Patentes: embalagens flexíveis

de zíperes, sistemas easy-open, alças injetadas dentre outros,

e que vão além das citadas acima, a exemplo dos casos de joint-ventures e aquisições no exterior, caminho trilhado por várias empresas multinacionais e

que poderão ser aplicados no

também, em menor escala, por empresas

exterior com embalagens flexíveis

brasileiras do segmento.

produzidas no Brasil; i. Conteúdo local: vários países

O mercado interno é e continuará sendo o mais importante para a empresa,

consideram que o Made in “x” é

mas vale a pena refletir sobre a sua

um importante fator de venda,

sobrevivência no médio e longo prazos,

uma vez que significa que aquela

bem como nas ações da concorrência

embalagem foi produzida no

interna e externa. Certamente que uma

mesmo país de sua demanda.

empresa internacionalizada terá melhores

Todavia, parte desta produção

condições de competir e fazer crescer o

poderá ser produzida em um

seu negócio.



ARTIGO DE CAPA

O

setor gráfico mundial nunca esteve tão vivo e dinâmico quanto hoje. O que está havendo é uma mudança de foco, um reposicionamento

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

em caráter forçado, verdade seja dita. A indústria

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gráfica nasceu há aproximadamente 562 anos, com a impressão de livros (a Bíblia de Gutenberg e outros manuscritos que, extraoficialmente, o teriam precedido). Por alguns séculos, ela esteve embasada na produção editorial, com a impressão de livros, jornais e revistas, perdendo gradualmente espaço nos últimos 30 anos para o conteúdo eletrônico distribuído a custos marginais (ou gratuitamente) na internet. Falando especificamente de mídia jornalística, os chamados blogs e microblogs catalisaram a erosão da mídia impressa, assim como as redes sociais potencializam o compartilhamento de conteúdo gratuito (texto e vídeo).


Aislan Baer Editor Chefe Com formação técnica e superior em Tecnologia Gráfica e Mestrado em Economia e Gestão Estratégica pela FIPE-USP, é sócio-diretor da ProjetoPack & Associados, maior consultoria de embalagens flexíveis, rótulos e impressão do país e a única do mercado com revista técnica própria, em seu campo de atuação.

Panorama geral do setor de Impressão industrial ser atendida pelas chamadas “gráficas

duro na indústria gráfica mundial.

rápidas”, que saíram muito rapidamente

Em pouco menos de uma década (o

de cópias em P&B, formato e tiragem

primeiro smartphone foi lançado há 17

limitados a verdadeiras soluções

anos, pela companhia japonesa NTT

flexíveis para atender uma cópia ou

DoCoMo), o planeta contabiliza quase

uma tiragem grande de offset a custos

dois aparelhos per capita, com conexão

razoavelmente competitivos.

instantânea à internet (mesmo que às vezes, com qualidade questionável). O consumo de mídia eletrônica – livros, revistas, clipping, listas etc. – cresceu numa escala desproporcional, influenciado também pela evolução sistemática de e-readers. Uma pesquisa recente do departamento do trabalho norte-americano (USA Bureau of Labor) concluiu que, somente nos Estados Unidos, a indústria de jornais encolheu mais de 60% num espaço de 25 anos; a de revistas, 38%. Muitas gráficas tradicionais deixaram de existir. Como a analogia do sapo na panela de água fervente, não perceberam a coisa esquentar e quando se deram conta, era tarde demais para pular fora. É verdade que a falta de organização e força do setor gráfico como um “grupo” não contribuiu para amenizar a sua derrocada; ativistas próambiente organizaram-se muito mais rapidamente para propagar mensagens como “não imprima e salve uma árvore”. O advento da eletrofotografia, pela

Mas não estamos a lamuriar o declínio de um processo de impressão ou ramo específicos do setor gráfico. Falávamos, nas primeiras linhas, acerca da mudança de curso na história do setor. E, de fato, como disse o Dr. John Hammond, ao se dirigir ao Dr. Ian Malcolm (no filme Jurassic Park), “A vida sempre encontra um meio”. Se tudo que você sabe é imprimir, e as pessoas não leem mais revistas, jornais e livros, é preciso achar outra coisa para se imprimir. Muitas empresas foram para um terreno mais ou menos seguro: a fabricação de embalagens, etiquetas e rótulos. Já disse em inúmeras palestras que, enquanto não inventarem o tele transporte, a embalagem terá papel vital em conter, transportar, identificar e vender o produto aos consumidores. Cabe aqui uma revisão: os papéis podem mudar um pouco – é possível que o desenvolvimento do comércio eletrônico diminua a importância do aspecto comercial da embalagem –

companhia norte-americana Xerox,

e que o aprimoramento da quarta

também fustigou a offset tradicional.

revolução industrial, a IoT (Internet of

Boa parte da sua demanda passou a

Things ou Internet das Coisas) exija

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

A revolução mobile foi outro golpe

25


ARTIGO DE CAPA

uma embalagem mais inteligente e

A impressão funcional

interativa do que uma com elevado shelf

congrega fabricantes de cartões

appeal (apelo de venda na prateleira);

de acesso inteligentes, lâmpadas

emendo também que a manufatura

eletroluminescentes, eletrodos

aditiva influirá, a curto prazo, no nicho

e sensores para diagnóstico e

em questão. Confesso que, ao mesmo

monitoramento médico e terapêutico,

tempo em que fiquei positivamente

condutores impressos, antenas de

surpreso (sou o que se convenciona

radiofrequência (RFID), baterias,

chamar geek, aquele cara que se

acumuladores fotovoltaicos e uma

maravilha com novas tecnologias)

infinidade de componentes eletrônicos

com a inauguração, semanas atrás,

impressos. O nome do segmento já diz:

do primeiro restaurante de comida

atribuir certa funcionalidade ao material

impressa do mundo, em Londres, não

impresso, tal como gerar ou acumular

pude deixar de sentir um leve calafrio.

energia, armazenar e trocar dados em

Comida impressa direta no prato é,

um sistema, rastrear produtos em uma

virtualmente, tele transporte.

cadeia logística e assim sucessivamente.

Muitos processos industriais têm impressão. Ele não é elemento central PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

da manufatura e, em muitos casos, é

26

considerado como um elemento de decoração, um processo acessório. A Outras gráficas foram mais

própria impressão funcional é uma

ousadas. Ao invés de lutar contra o

ramificação da impressão industrial,

leitor de livros digital, resolveram

mas em boa parte (talvez a maioria) dos

imprimi-lo! Alguns prognósticos

casos, ela é o produto em si e, portanto,

apontam para cifras ao redor de USD

considerada uma área distinta.

13,79 bilhões até 2020 para o setor de eletrônica impressa, cujos vetores principais são o aumento exponencial no consumo de eletroeletrônicos e a necessidade de redução de custos (que se traduz em redução de peso e espessura dos aparelhos).

A impressão industrial é quase sempre integrada à cadeia produtiva matriz, e está presente desde a decoração de vidro para arquitetura e indústria automotiva até a manufatura de cerâmica, eletrônicos, têxteis e


É preciso lembrar o quão vasto é o

todos os dias de laboratórios em todo o

setor de tecidos impressos – não abarca

mundo, tais como a impressão de tecido

só o vestuário comum, mas bandeiras,

humano, carne sintética, nano materiais

flâmulas, trajes de banho e mergulho,

e tudo o que se poderia ou não imaginar

forração de mesas de jogos e mobília,

sair de uma impressora 3D, no caso da

banners, acessórios de moda, tapetes,

manufatura aditiva.

carpetes, cortinas, roupas de cama,

Com a personalização em massa e o desenvolvimento de

mesa e banho etc. Dos mais de 30 bilhões de metros

plataformas e-commerce mais

quadrados de tecido impresso, algo em

amigáveis e interativas para incitar à

torno de 65% é oriundo da impressão

personalização, os sistemas digitais –

serigráfica rotativa, 25% da serigrafia

principalmente a impressão jato-

plana e os outros 10%, divididos nas

de-tinta – têm despontado como

demais tecnologias. A impressão digital,

o futuro da impressão industrial, muito embora processos analógicos tradicionais como a rotogravura, a flexografia e a serigrafia têm o seu merecido espaço.

Anatomia da impressão industrial: os principais mercados de atuação Impressão de tecidos naturais e sintéticos O setor têxtil é um dos grandes mercados da impressão industrial em todo o mundo. Cerca de mais de 30 bilhões de metros quadrados de tecido são impressos anualmente. Este setor se subdivide, basicamente, em dois grandes grupos: DTF (Direct-To-Fabric) e DTG (Direct-To-Garment): no primeiro a impressão é do tipo bobina-a-bobina, ocorrendo antes das operações de corte e costura; no segundo, a impressão ocorre no produto em sua forma final, como no caso da estampa serigráfica, sublimática ou termo transferida diretamente sobre uma camiseta, na famigerada Galeria do Rock. Os processos de impressão podem ser diretos ou indiretos (normalmente transfer).

Com a personalização em massa, a impressão digital têm despontado como um importante vetor de crescimento da impressão industrial"

nestes 10% restantes, abocanha hoje menos de 2% (600 milhões de metros quadrados). Isso nos dá uma ideia do potencial de crescimento para a impressão digital neste setor. O mercado de impressão têxtil está em constante aperfeiçoamento. Um dos elementos-chave é o desenvolvimento de tintas adequadas para cada tipo de tecido (fibras naturais e sintéticas), de cura ou secagem instantânea, resistentes ao desbotamento (solidez à luz), à lavagem com produtos de diferentes bases químicas, intempéries, com boa fixação e, no caso das vestimentas de uso diário, resistentes também à transpiração. PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

mobília. Aplicações futurísticas emergem

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ARTIGO DE CAPA

A área têxtil é profícua e promissora à indústria gráfica global”

A impressão digital, especificamente, tem investido milhares de dólares a cada ano para tornar as máquinas mais rápidas, mais precisas e econômicas, justamente com o objetivo de diminuir o gap de custo por metro quadrado impresso frente aos sistemas analógicos

Por fim, a impressão digital oferece soluções do tipo “One Pass Printing” (um cabeçote imprimindo em uma só vez) e “Multipass Printing” (uma imagem é impressa em duas ou mais passagens, normalmente por dois ou mais

em têxteis. Há duas vertentes básicas de

cabeçotes ou nozzles).

contínuo e jato de tinta DOD (do inglês Drop-On-Demand, onde há o controle absoluto de cada gota de tinta borrifada sobre o suporte). A tecnologia de fluxo contínuo

Mesmo com a recente desaceleração da indústria têxtil mundial, com a disputa acirrada por mão-de-obra barata para concorrer com a China e outros países asiáticos, a área têxtil é profícua e promissora

atinge velocidades superiores,

à indústria gráfica global. O Brasil,

mas geralmente peca na resolução

detentor do quarto maior parque

(embora sempre existem exceções à

produtivo de confecção do mundo,

regra). A tecnologia DOD tem uma

com mais de 33 mil empresas formais e

qualidade superior, mas para tal exige

autossuficiente em algodão – sozinho,

boa manutenção dos cabeçotes e

responde por mais de 9,4 bilhão de

uma tinta adequada. A geração das

peças confeccionadas anualmente.

gotículas de tinta mais comumente

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

de tamanho variado.

e, com isso, aumentar a sua participação tecnologia, a saber: jato de tinta de fluxo

28

grandes e escala de cinza, com gotas

Tecidos estes que, em sua maioria,

empregada são a térmica e a piezo.

serão impressos por algum sistema

Na impressão de tecidos, a tecnologia

– analógico ou digital – e tenderão a

dominante é a piezo. Em tempo: as

agregar valor precisamente na melhoria

imagens impressas podem ainda ser

visual do produto, com cores cada vez

constituídas por gotas de tamanho

mais vivas ou estampas plenamente

padrão (um princípio binário do

personalizadas. Da toalha do Homem-

tipo gotejar/não-gotejar), binário e

de-Ferro do seu filho à bandana “Meu

multi-pulso, com gotas pequenas e

amigo Rex” do seu cão de estimação, o céu é o limite.

Impressão de cerâmica Outra área em franca expansão no setor de impressão industrial é a cerâmica (azulejos de parede e pisos). Cada vez mais, os setores de arquitetura e decoração enxergam na cerâmica um elemento de diferenciação, mediante a reprodução de padrões naturais, sintéticos e artísticos. Muitas tecnologias dividem os mais de 15 bilhões de metros quadrados


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PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016


ARTIGO DE CAPA

este mercado pode absorver bem ambos os processos, analógico e digital. Ainda há muita demanda por lotes maiores, com grafismos menos sofisticados. Processos analógicos como a flexografia e a serigrafia principalmente, conseguem alguns efeitos de enobrecimento (como a impressão de tintas metálicas como ouro e prata) com qualidade superior a digital, pelo menos até o momento. Para superar o problema do contato com as peças, os processos analógicos também criaram adaptações. Há, por exemplo, impressoras serigráficas rotativas indiretas, que transferem a de cerâmica impressa anualmente em

película de tinta a um rolo de silicone, e

todo o mundo: a flexografia, a serigrafia,

desde para a peça, tornando o contato

a impressão digital com termo

mais tênue e delicado.

transferência e a impressão digital direta sobre a cerâmica. Originalmente, o processo de

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

serigrafia foi o mais utilizado na

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Impressão de padrões e texturas para móveis, pisos, painéis e revestimentos A indústria moveleira é um dos

impressão de cerâmica, dada a sua

maiores mercados da impressão

capacidade de imprimir tintas de

industrial. Bilhões de metros quadrados

elevadas viscosidade e granulometria.

são impressos anualmente em todo o

O problema é que, gradualmente, a

mundo, na sua maioria em processos

cerâmica ficou mais fina e mais frágil

analógicos como a rotogravura.

por conta das delicadas texturas em

Somente a impressão decorativa

uso. O contato direto das telas planas

em papel, estima-se, atingirá a

ou rotativas de serigrafia ou os clichês

cifra de 10,7 bilhões de metros

de flexografia, por vezes ocasionavam

quadrados impressos no ano de 2018,

fraturas e prejuízos na linha. Esta foi

globalmente. Grandes impressores

uma das principais oportunidades para o setor de impressão digital, com o jateamento de tinta na superfície

com presença global como Shattdecor e Interprint dominam esta seara. Há duas vertentes tecnológicas:

da cerâmica sem o contato direto, a

a impressão em papel, pré ou pós

uma distância de cerca de 3 a 5 mm do

impregnado com resinas acrílicas

objeto. A tendência da personalização, o

ou melamínicas e a impressão sobre

outro vetor de impulsão para o digital.

os painéis de fibras de madeira com

A despeito do crescimento da impressão digital também no segmento de decoração de cerâmica, diferentemente da impressão têxtil,

densidades variadas (MDF, HDF, MDP, compensados etc.). Esta impressão sobre os painéis pode ocorrer de forma direta – em


processos digitais como jato-de-tinta – ou com contato indireto, no caso da rotogravura indireta por exemplo, onde a imagem é transferida ao cilindro cromado e, deste, para um rolo de borracha, elastômero ou silicone. Por fim, a imagem é reimpressa à superfície da chapa (algo muito similar rotogravura convencional, com a transferência da imagem do cilindro para a chapa. Cada processo tem suas vantagens e desvantagens relacionadas à produtividade, à uniformidade nos resultados e à máxima resolução de impressão. As impressoras rotogravura deste setor são, normalmente, uma composição de módulos ou estações

A imagem, um padrão natural de madeira por exemplo, é decomposta em sua cor base (que pode ser uma tinta ou um primer de alta cobertura tonalizado) e as demais cores que, reunidas, tecem a intrincada trama da madeira, com seus nós, catedrais e anéis ou “lenheiras”. Uma oportunidade enorme para o

(chamadas impressoras simples,

universo gráfico repousa na impressão

duplas, triplas e múltiplas) e utilizam

de móveis, pisos, revestimentos, painéis,

sistemas de tintas por cura ultravioleta.

fitas de borda e objetos de decoração.

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

à blanqueta offset). Há também a

31


ARTIGO DE CAPA

Com a evolução das películas hidrossolúveis, a indústria gráfica encontrou novos nichos na impressão hidrográfica"

Impressão de painéis automotivos e outros componentes Praticamente todos os processos

Anos mais tarde, com a evolução das películas hidrossolúveis (PVA ou PVOH), a indústria gráfica caminhou para um novo processo em meados

de impressão, tanto analógicos como

dos anos 70, mais econômico e

digitais, possuem grande dificuldade

flexível: a impressão hidrográfica

de imprimir sobre uma peça rígida com

(water transfer printing).

detalhes, saliências e reentrâncias. Por incrível que pareça, um dos

Esta tecnologia permitiu a exploração de novos e interessantes

mais tradicionais e recomendados

nichos para a impressão, tais como

processos de impressão para cumprir

a decoração interna de cabines

este intento sempre foi a tampografia,

de veículos, peças automotivas,

um sistema onde a fôrma de impressão

personalização de capacetes e

relevográfica entintada transfere a

acessórios, armações de óculos,

imagem a um tampão (normalmente

equipamentos militares e bélicos etc.

de silicone) e esse amolda-se na superfície irregular da peça a se imprimir, com sérias restrições de formato, qualidade e produtividade.

O filme hidrossolúvel recebe a impressão (em rotogravura, flexografia ou impressão digital do tipo jato-detinta) dos padrões ou texturas; a peça a se imprimir recebe previamente um primer especial para adesão da tinta e é imerso em um tanque com água e o filme, ao tocar na peça, amolda-se, dissolve e deixa a película filmogênica impressa ancorada em toda a sua extensão. Processos de acabamento com o objetivo de fixar definitivamente a tinta e evitar o desbotamento

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

encerram o ciclo.

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Ele teria usado Apex...

O inventor norte-americano Richard March Hoe construiu a primeira máquina de impressão rotativa litográfica, uma impressora na qual o tipo é colocado um cilindro giratório ao invés de uma mesa plana. Isto melhorou consideravelmente a velocidade de impressão. Fonte: Biography.com

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PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Richard March Hoe - Inventor (1812 – 1886)

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33


ARTIGO DE CAPA

Uma das grandes vantagens da serigrafia na impressão sobre vidro é a durabilidade, mesmo em condições ambientais adversas"

Impressão de vidro O maior mercado da serigrafia nos dias atuais, o vidro está presente em todo canto: embalagens, janelas

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

e painéis de prédios e casas, boxes

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e cabines, nos meios de transporte

foiling (hot stamping, por exemplo), heat transfer, impressão jato-de-tinta ou sublimação, serigrafia e processos que são, basicamente, gravações, como o Laser. Uma das grandes vantagens da

públicos e particulares, em objetos de

serigrafia na decoração de vidro é a

decoração e por aí vai. Gradualmente,

durabilidade. No caso de garrafas, por

porém, a impressão digital também tem

exemplo, a integridade do rótulo e

ocupado uma fatia deste nicho. Assim

a certeza de que, mesmo imersa em

como nos casos já citados, a impressão

um balde de gelo por horas, manterá

digital agrega qualidade fotográfica à

as informações e a imagem da marca

reprodução sobre o vidro, personalização total e reduz perdas no processo. A impressão em vidro é um

indeléveis ao consumidor do produto. Esta vantagem competitiva está, gradualmente, sendo enfrentada por

dos ramos da impressão industrial

tintas UV e cerâmicas de alta resistência

com o maior número de processos

e durabilidade, desenvolvidas para os

disponíveis – é possível imprimir com

sistemas digitais jato-de-tinta.


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RETÍCULA LIMPA

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ARTIGO DE CAPA

Impressão 3D Tendo recebido uma edição especial, a ProjetoPack em Revista número 54, a impressão 3D (ou manufatura aditiva) também foi

realidade muito em breve, corrigindo esta distorção puramente semântica. Este é o terreno mais fértil no qual a impressão pode pavimentar

Espera-se que este ramo alcance uma

seu futuro, com a impressão de

receita de vendas de mais de USD 30

alimentos, medicamentos, cosméticos,

bilhões anuais até 2022.

automóveis, brinquedos, peças de engenharia, prédios, órgãos, próteses

gráfico diria que não é um processo de

e qualquer coisa que a imaginação

impressão. E, de fato, não é. Pelo menos

mandar.

por enquanto. É bastante provável que soluções “All-In-One”, com a manufatura PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

na produção do objeto tornem-se

“adotada” pela impressão industrial.

Neste momento, um profissional

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aditiva e a decoração concomitantes

É importante lembrar que este estímulo à criatividade, ao alcance de um carretel de polímero, despertará bastante o espírito “DIY” (Do-It-Yourself ou Faça-Você-Mesmo”). Cada vez mais prosumidores (neologismo do inglês prosumer, o consumidor que produz conteúdo) imprimirão e comercializarão produtos em casa. Estes novos micro competidores locais devem ser encarados pelas gráficas não como mais uma adversidade, mas uma oportunidade excepcional para explorar conceitos como inovação aberta e empresas em rede.


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PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016


ARTIGO DE CAPA

A impressão assume uma responsabilidade crucial na agregação de valor dos mais variados produtos manufaturados"

Últimas palavras Há 256 anos, foi publicado pela primeira vez um ensaio do cientista russo Mikhail Lomonosov, popularizado anos mais tarde pelo químico francês Antoine Lavoisier – A chamada Lei de Conservação das Massas. Filosoficamente falando, “Na natureza nada se cria, tudo se transforma”. Podemos pegar esse exemplo para definir a transformação da indústria gráfica. Originalmente, ela nasceu com o propósito de difundir a palavra escrita, a comunicação e o conhecimento.

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Com as inúmeras mudanças sociais

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comunicação. Comunicar algo da sua personalidade, crenças, valores, dogmas etc., através do estilo de vida, das marcas, da imagem pessoal, do que se compartilha e do que se produz. A impressão se transformou, portanto, numa ferramenta para esta nova forma de comunicação, personalizando objetos existentes ou criando novos objetos. Por fim, chegamos à um ponto onde praticamente tudo é commodity. E a única forma de sair do lugar-comum é materializar a criatividade do design com agilidade, fidelidade e eficiência de custos, em todo tipo de objeto – de capas protetoras de celular até a fachada de

e as novas gerações, nascidas já na

um edifício. A impressão assume, não

era digital, a comunicação escrita foi

de forma proposital, uma nova e crucial

suplantada pela necessidade de expressão

responsabilidade para com as marcas,

individual, uma faceta diferente da

produtores e os consumidores.


Nossa missão consiste em oferecer soluções globais para um mundo com cada vez maiores necessidades de flexibilidade e eficiência. Na Comexi Group nos esforçamos para proporcionar as melhores prestações de acessibilidade e fácil manutenção dos nossos produtos. A aposta pela inovação, baseada na pesquisa e desenvolvimento tecnológico, nos permite oferecer produtos de alta qualidade, confiáveis e com um elevado rendimento.

Impressão FlexográFIca Impressão oFFset

Por isto, estamos lançando este ano no Brasil a impressora F2MC. A impressora flexográfica Comexi FLEXO F2 MC é um novo conceito de impressora que oferece um novo modelo de máquina mais compacta e melhor adaptada a pequenas e médias tiragens de produção. A F2MC possui largura de impressão de 870 mm até 1270 mm, 8 cores e com passo de impressão de até 800 mm. Possui os sistemas eletrônicos mais avançados para obter a melhor qualidade de impressão, inclusive a grandes velocidades (até 400 m/min), e imprimindo em diferentes substratos como: filme plástico, papel ou laminados. O melhor de tudo é que a impressora flexográfica Comexi FLEXO F2 MC, desenvolvida e já lançada com êxito em Girona (Espanha), também será produzida no Brasil. Isto significa que a mais alta tecnologia em impressão flexográfica estará disponível para o Brasil e países do Mercosul com conteúdo e assistência locais.

rotogravura

lamInação

cortadeIra

ambIente e logístIca

Nosso compromisso é também o conhecimento. O Centro Tecnológico Manel Xifra Boada, tem como objetivo, ser o ponto de referência dentro do setor de embalagem flexível, servindo como um motor de conhecimento. Estabelecido como uma entidade independente em 2013 com foco em treinamento, consultoria e desenvolvimento de inovação.

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

www.comexigroup.com www.manelxifraboada.com

Comexi do Brasil, Ltda. Estrada Buarque de Macedo, 4499 CEP 95780-000 Montenegro BRASIL Phone: +55.51.3649.8500 Ext. 135 fax: +55.51.3649.8515

39 Polígon industrial de Girona - Avinguda Mas Pins, 135 17457 Riudellots de la Selva. GIRONA (Spain) Tel. +34 972 477 744 Fax +34 972 477 384 comexi@comexigroup.com


ARTIGO

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

A Responsabilidade da Indústria

40

N

esta edição, estreamos um

experiência em nosso ramo? Pois

Em 2006, ou seja, há 10 anos,

novo espaço para discutir

é exatamente isso que fizemos. O

fiz uma pesquisa com um grupo de

temas ligados, especialmente,

filósofo-eticista, professor, consultor e

gerentes de produtos de médias

à ética nas organizações. Especialmente

amigo Francisco Santos é o mais novo

e grandes empresas sobre sua

em nosso segmento, estes princípios

contribuinte da ProjetoPack em Revista.

responsabilidade na criação de

universais há muito deixaram de ser praticados. Isso possivelmente explicaria o alto turnover, a baixa fidelidade dos clientes, a pouca solidez nas parcerias e o “matar e morrer pelo preço mais baixo”. Não seria incrível se pudéssemos

A ideia dessa coluna é a de contribuir com o pensamento ético nas atividades das indústrias em geral. Procurei dar foco específico nas indústrias gráficas e de embalagens, com o objetivo de criar sintonia com os agentes. Espero

produtos que sejam éticos em seus conceitos e não produzam maiores danos residuais à sociedade. Eram empresas no setor dental, alimentos, embalagens e assim por diante. Num primeiro momento, todos os

que gostem, critiquem e sugiram

gerentes informaram que tomavam os

trazer para a discussão um catedrático

reflexões a partir dos temas: ética, moral,

devidos cuidados com a concepção

no assunto? Não seria ainda mais

governança, responsabilidade e visão

dos produtos, desde a parte técnica e

incrível se este catedrático tivesse

sistêmica. Vamos nessa?

conceitual até as devidas aprovações


Francisco Santos Filósofo-eticista e consultor. Sócio-diretor da Aprendendo a Pensar e consultor associado da ProjetoPack francisco@aprendendoapensar.com.br

em órgãos competentes, embalagens

que sua responsabilidade no processo

e disposição nos pontos-de-venda.

era muito restrita, mas que poderia

fizemos uma reflexão ética e moral sobre o papel fundamental dos

ser mais abrangente. Para isso seriam necessários alguns pontos importantes: •

A direção da empresa deve

mesmos e suas responsabilidades com

conhecer ética e moral

o entorno. A conversa fluiu sobre “se

profundamente;

o pensamento ético mudava agora a

A discussão do propósito da

sua forma de pensar e as defesas feitas

empresa (para que ela existe)

anteriormente”.

deve ser constante;

Todos, sem exceção, falaram que,

Mais agentes da empresa devem

sabendo dos conceitos éticos e morais

estar envolvidos na criação de

(que não sabiam profundamente

produtos;

antes) mudariam a forma de conceber produtos e seus processos, pois não

O holograma da empresa (clientes, consumidores,

tinham pensado desta forma.

fornecedores, distribuidores,

Entenderam que na sua formação

colaboradores etc.) deve

intelectual, não eram de fato expostos

estar comprometido com o

aos dilemas éticos contemporâneos

pensamento ético e moral;

e, por isso, não pensavam nisso antes de conceber. Além disso, a

mercados e lançar produtos na frente da concorrência não dava margem de tempo para pensar eticamente. Preocupante isso, não é mesmo? As reflexões éticas foram feitas

Deve-se divulgar a postura da empresa em relação aos seus

pressão predadora das indústrias que representavam, para conseguir novos

produtos para a sociedade; •

Deve-se cobrar uma postura ética para a criação de produtos. São muitas questões que não

se esgotaram nessa reflexão. O principal é que, cada um que participou, nunca mais foi o mesmo.

com base na seguinte questão: -

Tenho o contato com eles até hoje

Imagine que sua indústria fosse

e percebo que estão preocupados

totalmente responsável pelo uso

com a sua responsabilidade. Alguns

do produto, embalagem e demais

até mudaram de área pois não

componentes, pelos usuários finais e

conseguiram mudar o modelo mental

intermediários, desde a sua concepção

de seus líderes.

até o descarte final do mesmo, não causando nenhum dano ao ambiente e ao entorno. Diante desta reflexão, após a

O importante é que essa discussão comece e não se esgote. Em breve ela deve atingir em cheio os parceiros das empresas. Neste caso, a

explicação sobre os conceitos corretos

sua empresa. E você? Está preparado

da ética e moral, os agentes viram

para essa discussão?

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Após as explanações individuais,

A ideia desta coluna é contribuir com o pensamento ético nas atividades das indústrias em geral”

41


ARTIGO

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Critérios para selecionar a fita de montagem adequada: Qualidade e Produtividade

42

A

flexografia se tornou o método

e registro. O que se busca com isto?

de impressão preferido por

O incremento da produtividade e

sua versatilidade, qualidade

qualidade, garantindo a rentabilidade

e velocidade. Os desafios associados

do processo. Elementos que todos

a tiragens mais curtas, redução de

perseguimos e queremos conseguir de

custos de produção e qualidade

forma fácil, correto?

gráfica superior são os objetivos

Não obstante; a escolha de variáveis

dos impressores flexográficos,

e a definição de procedimentos se

implementando principalmente novas

converteram na pedra filosofal de cada

tecnologias de gravação de clichês

impressor e onde, às vezes, a escolha

que aumentam consideravelmente o

das mesmas não é tão fácil como se

range de tons e também incorporando

supunha, havendo tantas ofertas no

máquinas de impressão com sistemas

mercado e onde se parte da premissa

automatizados de ajuste de pressão

que em época de crise o primordial


Iván Arturo Rozo Rodríguez Engenheiro Químico, Especialista em Administração e Mestre em Administração de Negócios com ênfase em mercado e conhecimentos desenvolvidos em flexografia ivan.rodriguez@lohmann-tapes.com

é o preço, busca-se sempre o mais

adesivo propriamente formulado e cuja

econômico e que satisfaça os requisitos

primeira função é permitir a união do

básicos. Queremos tornar tudo mais

clichê ao cilindro/camisa. Fácil, correto?

fácil, correto?

A verdade é que a fita cumpre um papel

entre o preço de um produto e o custo que este tem dentro do processo e onde o departamento de compras deve trabalhar de mãos dadas com o

muito mais importante e, sendo esta parte integral do conjunto do clichê (clichê + fita + camisa), que além disto deve proporcionar: •

Compensar as irregularidades e

pessoal de produção para avaliar, em

variações de medida do cilindro

primeira instância, o peso relativo de

impressor, da placa e do material

cada variável dentro da embalagem

de impressão.

e os requisitos necessários para sua aceitação; certamente, pode-se concluir que os elementos de maior

Minimizar as vibrações mecânicas.

Permitir o uso de

impacto nos custos da embalagem

compressibilidades diferentes, de

serão o substrato, tinta e solventes,

acordo com o tipo de trabalho

assim como o tempo de máquina.

(sólidos, combinações, cromias).

Enquanto a fita poderia não ser considerada tão relevante, esta contribui sim para um incremento do tempo de máquina (menor velocidade de produção e maior tempo parado), desperdício de tinta e substrato (qualidade impressa não satisfatória), e uma maior reposição de clichês por rompimento/desgaste (tendo estes um preço consideravelmente maior), resultando em um elemento que, se

Desta forma, não existe um elemento mais ou menos importante dentro do processo de impressão flexográfico e a fita deve ter relevância para garantir resultados otimizados de impressão e uma eficiência em todo o seu fluxo de trabalho.

Critérios de seleção da fita de montagem Alguns atributos da fita de

estivermos olhando somente para o preço, pode chegar a ser muito caro se

montagem, que otimizam o rendimento

não permitir que a máquina trabalhe

do clichê e tiram o melhor desempenho

em sua capacidade produtiva máxima

da máquina de impressão, são:

e imprima um produto vendável. E a escolha da fita não é um tema tão fácil, correto? A fita para montagem de clichês

Compressibilidade. Basicamente, a propriedade de um corpo ou material que, sob aplicação de uma pressão externa, pode

flexográficos, em sua definição básica,

reduzir seu volume, chama-

é um material que apresenta um corpo

se compressibilidade. Isto é

de espuma (geralmente polietileno

crítico para auxiliar ao clichê na

de células fechadas) ou corpo rígido,

transferência da quantidade

revestido em ambas as faces por um

correta de tinta ao substrato.

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Porém, deve-se saber a diferença

A fita duplaface influencia no tempo de máquina, na performance e no índice de aparas gerados no processo de impressão”

43


ARTIGO

Figura 1. Percentagem de compressão de diferentes tipos de espumas a diferentes níveis de pressão. As espumas mais macias terão uma maior deformação com ajustes baixos de pressão. Fonte: Lohmann Technologies Corp.

Dispõe-se de diferentes

elástica; é fundamental para que a

compressibilidades de espumas

impressão se mantenha constante.

para permitir sua aplicação nos

Isto adquire maior valor quando se

diferentes tipos de impressos: com

consideram tiragens grandes ou em

uma espuma muito compressível

altas velocidades, onde a fita não

(baixa densidade/macia) teremos

deve apresentar fadiga e precisa

menor ganho de pontos, mas

recuperar sua condição inicial de

faltará pressão nas áreas sólidas, ao

maneira rápida e precisa. (Figura 2)

contrário de quando diminuímos a compressibilidade (aumento da densidade). (Figura 1)

Reforço do corpo de espuma. A exatidão do deslocamento de pressão nas células da espuma é influenciada por este fator. Existem duas tecnologias: Película rígida de PVC/PET sobre o lado do clichê e película flexível de Polietileno sobre ambas as faces. Esta última permite propriedades de compressão e resiliência mais pontuais, com um melhor controle do ganho de pontos, como também a entrega de uma camada de tinta mais consistente. (Figura 3)

Alguns aspectos a serem considerados na seleção da compressibilidade são: os elementos gráficos a reproduzir (cromias, PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

sólidos, combinações), tipo de clichê

44

(dureza, método de gravação, forma de processamento), substrato (rugosidade, energia superficial) e a velocidade de impressão. A inclusão das tecnologias de ponto plano (FTD) demonstrou que a preferência por fitas de densidade médiaalta pode permitir o melhor equilíbrio de todos os detalhes em conjunto a uma menor pressão de trabalho. •

Resiliência. A capacidade que tem o corpo de espuma de voltar à sua

Figura 2. Fator de recuperação de uma fita acolchoada. Fonte: Lohmann Technologies Corp.

forma original depois de ter sido submetido a uma deformação

Figura 3. Películas de reforço do corpo de espuma Fonte: Lohmann Technologies Corp.


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PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Quanto vale a sua reputação?

45


ARTIGO

Um parâmetro importante para uma montagem eficiente é a preparação das superfícies para adesão”

Longevidade. A durabilidade das

níveis de adesividade que

características de compressão,

permitem suas aplicações em

recuperação e espessura da fita

ambientes de impressão específicos

por um tempo maior depende da

dependendo de: calibre do clichê,

qualidade das matérias primas e da

desenvolvimento da impressão,

tecnologia usada para sua fabricação,

velocidade de impressão,

principalmente quando um ajuste de

temperatura, etc.

pressão considerável é usado. •

Espessura. A menor variação de espessura possível, junto com a indicação exata da mesma em cada rolo produzido, se traduz em um

de montagem. A outra parte envolve a

máquina ao reduzir os pontos altos e

fita, para assegurar um fluxo de trabalho

baixos da superfície.

adequado durante as etapas de

Aderência. O objetivo do

montagem e desmontagem (tanto da fita como do clichê) e

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

da tarefa a ser desenvolvida na área otimização do processo de aplicação da

fácil durante as operações de

46

A escolha da fita é só uma parte

ajuste de pressão mais preciso em

adesivo é permitir um manuseio

Figura 4. Efeito de diversos sistemas de limpeza nas costas do clichê sobre a força de adesão da fita. Duas secagens foram avaliadas. Fonte: Lohmann Technologies Corp.

Técnicas de montagem

montagem, impressão e desmontagem e para reduzir os tempos de parada e/ ou perda de produtividade em cada uma delas. Sendo assim, um parâmetro importante

garantir a força de adesão desejada

para uma montagem eficiente é a melhor

entre o clichê e o cilindro/camisa

preparação possível das superfícies a serem

durante a impressão, evitando

aderidas: as costas do clichê e a superfície

o levantamento ou a perda de

do cilindro/camisa. Isto envolve por um

contato de qualquer componente.

lado o estado físico dos materiais, os quais

A maioria dos fabricantes de

devem estar livres de irregularidades,

fitas de montagem incorporam

marcas e cortes; e por outro lado, a limpeza

formulações de adesivos com

dos mesmos, removendo qualquer resíduo

base acrílica por sua versatilidade

de graxa, pó, tinta seca e outros, usando

e características de resistência à

um solvente adequado como álcool

umidade, ao envelhecimento e

isopropílico. Nas salas de montagem

aos solventes. Existem diferentes

usualmente nos deparamos com misturas de solventes que estão reguladas para a diluição das tintas em máquina, contendo ésteres (acetato de etila, propila) e ésteres de glicol (metoxipropanol, etoxipropanol). Estas substâncias não são recomendadas para entrar em contato com o adesivo das fitas porque alteram a estabilidade e a força do mesmo, dando lugar a problemas na desmontagem do clichê ou bolhas debaixo da fita. Em contrapartida, a falta de limpeza das superfícies também gera problemas de adesão, provocando uma diminuição da força real do adesivo (Ver figura 3).


47

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016


ARTIGO

A melhor forma de concorrer neste mercado desafiador é alcançando processos mais consistentes, previsíveis e controlados”

Após o pré-tratamento superficial,

impressão desejada, a estabilidade do

é importante o uso de ferramentas que

processo (ao longo da tiragem e entre

permitam a aplicação de uma pressão

trabalhos de impressão); a eficiência de

firme e constante no momento de

operações (minimizar o tempo parado

montar a fita sobre a camisa/cilindro

e aumentar a velocidade). A escolha da

e o clichê sobre a fita. Os adesivos que

fita compressível adequada ao processo

incorporam as fitas de montagem

de cada cliente deve ser realizada

são substâncias sensíveis à pressão e,

considerando os fatores expostos e não

portanto, precisarão deste efeito para

somente o valor comercial que muitas

atingir uma umectação adequada dos

vezes pode acabar sendo enganoso

substratos a serem unidos e assim

e superficial. Na busca de melhores

alcançar uma área de contato adequada.

respostas, a Lohmann apresentou ao mercado a nova série DuploFLEX EB (Engineering Bonding) que persegue uma melhoria substancial no rendimento do adesivo com uma fórmula muito mais estável sob variações de temperatura e umidade, junto a benefícios associados a uma maior resistência aos solventes que muitas vezes alteram as propriedades do adesivo e geram problemas de levantamento de clichê, resíduos de adesivo e dificuldades na desmontagem do clichê; tudo isto visando reduzir o desperdício, melhorar os resultados impressos e estabilizar o processo de nossos clientes. No fim, a melhor forma de concorrer neste mercado cada vez mais desafiador é alcançando processos mais consistentes, previsíveis e controlados, que agreguem valor ao cliente com custos

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

razoáveis e, além disto, é bom contar com

48

a fita adequada e o apoio contínuo de um Figura 5. Aplicação da fita à camisa (superior) e do cliché à fita (inferior) Fonte: Lohmann Technologies Corp.

Concluindo: cada empresa deve otimizar o fluxo de trabalho de suas operações através da análise e determinação dos parâmetros de operação preferidos. Estes não devem ser os mais econômicos, nem os da moda, ou muito menos os usados pelos concorrentes; mas sim os que permitam conseguir a qualidade de

fornecedor confiável.


49

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016


ARTIGO

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

A saga pelo acerto de cores zero – Episódio I

50

A

cor não existe. É a faculdade

uma única vez naquele instante. As

que os seres vivos têm de

diferenças, no entanto, são sutis e

capturar, reter e interpretar

o olho humano, uma ferramenta

certas parcelas ou comprimentos de

razoavelmente falível e limitada. À

onda do espectro de luz e caracterizar

ciência de mensuração e estudo da

estes dados ou informações como

cor, dá-se o nome de colorimetria.

sendo uma determinada cor, com base em experiências anteriores, aspectos culturais, influência do

Ao engodo milenar que chamamos de cor, surgiu um negócio bilionário

meio circundante e, claro, limitações

e global. Fabricantes de pigmentos e

físicas e bioquímicas. Seria mais

corantes, instrumentos e máquinas

provável assumir que não existe

para pintura, lâmpadas, aparelhos de

cor, mas “situação de cor”: um

medição, impressoras, referências de

conjunto complexo de variáveis

cores, softwares de gerenciamento

que resultará em uma determinada

e assim por diante, todos participam

cor, a um determinado observador,

deste lucrativo filão.


Andrê Gazineu Engenheiro de produção pela PUCRS com pós em gestão da produção e qualidade na IMED, mestrando em ciências matemáticas na UPF. Passagem pela Ipiranga Produtos de Petróleo, é atualmente engenheiro de produção na Plastimarau e ministra engenharia de produção na CESURG andre.gazineu@acad.pucrs.br

entrementes, passam por um ponto comum – fazem referência a um

consumidores. Uma escolha correta

“espaço de cor absoluto”.

de cores pode ser o fator decisivo na compra de um produto, na lembrança de uma marca, na geração de empatia num primeiro contato e em permanecer ou sair de um estabelecimento. A cor pode afetar o estado físico e o psicológico, influindo na ansiedade, cansaço, estresse e humor, por exemplo. Logo, o poder de definir uma cor corretamente e controlar a sua reprodução, em qualquer meio, tecnologia e local é incomensurável. Para cumprir este intento, a indústria da cor se depara com dois grandes desafios: eliminar a subjetividade do observador humano e definir a cor com precisão e parâmetros numéricos, que possam ser reproduzidos, mensurados e convertidos de um dispositivo para outro, com um nível aceitável de perda no processo. Ao primeiro desafio, a indústria suplantou relativamente bem, com o emprego de aparelhos como o colorímetro, o densitômetro, o espectrofotômetro e equipamentos híbridos que reúnem uma ou mais funções. Determinar o que seria um “observador padrão” para pautar a fabricação e a calibração destes aparelhos também não foi fácil e, até os dias atuais, passa por frequentes atualizações e revisões. O segundo empecilho é muito

Existem duas acepções para este termo: a) um espaço de cor no qual a diferença perceptual entre duas cores distintas está diretamente

O maior desafio é eliminar a subjetividade do observador humano e definir a cor com precisão numérica”

relacionada com a sua distância (representada em coordenadas) e b) um espaço de cor inequívoco, onde as interpretações das cores no espaço estão colorimetricamente definidas e não sofrem influência externa. Um terceiro, mas não menos relevante desafio é que, uma vez definido um observador padrão (na forma de um aparelho com determinado ajuste ou calibração), as condições de medição como tipo e intensidade do iluminante e o espaço de cor referencial, é preciso corrigir desvios qualitativos com base em critérios que priorizem a matemática (aproximações, interpolações etc.), a biologia (fatores ligados à percepção do olho) ou ambos. A esta disciplina convencionou-se o nome “gerenciamento de cores”, algo de suma importância ao setor gráfico e de embalagens, uma vez que a cor é dependente do dispositivo (uma situação de cor será bastante diferente se exibida em um monitor de computador, uma impressora doméstica ou um smartphone ou mesmo entre aparelhos idênticos, do mesmo fabricante e lote) e que, no caso da impressão, há ainda a contaminação intrínseca dos

mais difícil e não há consenso até hoje,

processos de fabricação de tintas e

tão somente práticas recomendadas

substratos, que afeta diretamente a

por indústria ou aplicação. Todas elas,

consistência e acurácia da cor.

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Tudo isso porque, sabe-se, a cor influencia a todos nós, os

51


ARTIGO

As propriedades que utilizamos para distinguir cores diferentes são o brilho, matiz e saturação”

Nesta edição da ProjetoPack, com o auxílio de amigos colaboradores

pretende estabelecer uma ponte entre

da referida indústria, especialistas

a comunicação ser humano -máquina,

em tecnologia gráfica, tintas, pré-

melhorando a sua interface.

impressão, gerenciamento de cores e processamento de imagem digital, começaremos uma saga que visa esclarecer o processo de gerenciamento de cores e responder à “mitológica” questão: - É possível acertar uma cor usando somente um espectrodensitômetro? Todo mundo quer um acerto de cores rápido e eficaz – o chamado Color Matching perfeito (ajuste de cor). A seguir, exploraremos mais a

da cor pelo ser humano, influenciada por aspectos culturais, fadiga visual, idade, saúde ocular, predisposição genética e uma infinidade de outros fatores, há muitas décadas empresas e instituições (tais como a CIE – Comission Internationale de l’Eclairage o fez, em 1931, ao propor o Triângulo da CIE) buscam propor um sistema de avaliação de cores objetivo e isento, fundamentado no espectro visível e nas medições

de cor e iremos, edição por edição,

nanométricas de seus componentes

construindo o arcabouço que nos

fundamentais, os picos ou valores

permitirá responder à questão. Até lá,

tristimulus percebidos pelas

bom aprendizado!

células-cone de um olho humano

Um dos campos de maior interesse e que se desenvolveu de forma quase instantânea é o de processamento de imagem digital – o emprego de operações computacionais para processar imagens geradas por meios digitais. PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Dada a subjetividade de análise

fundo o que está por trás dos espaços

Um breve apanhado histórico

52

de máquina. Ou seja, esta ciência

Suas aplicações cumprem várias

dito normal. Um modelo de cor é fundamental para aprender como cada cor dista, dentro de um espaço tonal definido, de outra cor. Os diversos modelos de espaço de cores são usados para diferentes aplicações, tais como: computação gráfica, processamento de imagem, impressão gráfica, transmissão de TV entre outros. Com o conhecimento de modelos

exigências da vida moderna e a sua

de cores e diferentes formatos que

demanda aumenta exponencialmente,

podem representar a informação

com a popularização dos meios de

de cor da imagem digital, vamos

obtenção de imagens digitais como

partir do pressuposto que a entrada

os smartphones, tablets, câmeras

foi concebida por uma câmera ou

fotográficas digitais, aparelhos

scanner, que pode reconhecer três

médico-hospitalares, satélites e

comprimentos de onda elementares:

assim por diante. As principais áreas

vermelho, verde e azul, oriundos e

de aplicação de processamento de

formadores do feixe de luz branca.

imagens existem para melhorar a

As propriedades que utilizamos

informação e compreensão humana

para distinguir cores diferentes são

da imagem em questão, assim

o brilho, matiz e saturação. Estes

como representa-la em linguagem

parâmetros são classificados em dois


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53 Controles remotos para ajuste de cores


ARTIGO

componentes; luminância (brilho) e

assumir outros formatos geométricos.

crominância (matiz e saturação). Deste

O arranjo tridimensional criado por

modo, podemos reconhecer cor.

Munsell deu origem aos modelos de

Sobre os modelos de cores

cor como HSV, HLS e HSB.

Um modelo de cor é uma representação gráfica de um sistema para mensuração de cores, na medida em que podem ser percebidas pelo olho. Tipicamente, modelos de cores têm três ou quatro componentes espaciais que, quando combinados, geram as mais diferentes tonalidades possíveis dentro do espectro visível. A mais antiga organização espacial da percepção humana das cores foi o modelo tridimensional de cor Munsell Color System, criado pelo Professor de arte, pintor e inventor americano Albert Henry Munsell. Era o sistema mais familiar a um moderno espaço de cores independente, tal qual conhecemos hoje. Munsell representava em uma forma cilíndrica circunspecta num círculo, três dimensões da cor traduzidas em valores de luminosidade, matiz e saturação (pureza da cor), e foi o primeiro modelo a isolar e atribuir PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

valores matemáticos aos três atributos

54

de cor independentes. A grande importância deste modelo reside no espaçamento uniforme e individual dos atributos de uma cor - a ideia principal de Munsell. Na figura ilustrativa (figura 1), o

Figura 1

O parâmetro cor, conforme figura 2, consiste de 5 cores de base e 5 secundárias. As cores do sistema Munsell em saturação máxima: Vermelho (R), Amarelo (Y), Verde (G), Azul (B),Violeta (P), Laranja (YR),Verde-amarelo (GY), Azul-verde (BG), Azul-violeta

matiz, também conhecido como hue é

(PB),Vermelho-violeta (RP).

disposto em um eixo circular, a “pureza”

O parâmetro V (value) ou

da cor ou chroma, no eixo radial e a

luminosidade, variando de 0 a

luminosidade, “value” (ou lightness),

10, em que 5 é o valor médio

disposta no eixo vertical. Este modelo

e 10 é o branco. O parâmetro

de cores elaborado por Munsell não se

C (chroma) ou saturação,

limita à forma de um cilindro, podendo

variando de 0 a 12 ou mais.

Figura 2


55

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016


ARTIGO

cinza na diagonal principal dos valores de preto (0,0,0) e no canto oposto os valores brancos (1,1,1). Isto é, adotado como o modelo de cor basilar para a maioria das aplicações de imagem que, uma vez obtidas por meios digitais, não requeiram novas transformações para a sua exibição em tela. (figuras 3 e 4) Podemos considerar o modelo CMY (cyan, magenta e amarelo) inverso ao modelo RGB. O CMY é baseado num modelo subtrativo (mescla subtrativa) das cores complementares, no que diz respeito ao corante ou pigmento de cor. Também chamado de cor-pigmento, é a representação da subtração de luz primária (RGB) pelos pigmentos, agindo como filtros de suas Figura 3

cores complementares e permitindo a passagem da luz de suas nãocomplementares. Geralmente usado para dispositivos de saída tais como impressoras, a representação do modelo é mostrado na figura 5. A Comissão Internacional de Iluminação, conhecida pela sigla CIE, adotou em 1976 o espaço de cor CIELUV (L**, u*, v*), uma transformação para computador do modelo CIE XYZ de

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

1931, vulgarmente conhecido por sua

56

Figura 4

Figura 5

Um dos espaços de cor mais famosos é o modelo RGB. É facilmente

abreviação CIELab e é este que iremos adotar. (figura 6) Um espaço de cores da escala

compreendido por ser representado

CIELab é um espaço tonal com o eixo

como um cubo. Das três cores primárias

L para a intensidade e a e b para as

aditivas (vermelho, verde e azul) é

dimensões da natureza da cor, com

de onde o nome dos modelos tem

base, por exemplo, o espaço de cor

sido derivado. A chamada “cor-luz” ou

CIE XYZ, mas não obedecendo uma

“síntese aditiva” é a base de pensamento

relação linear entre as coordenadas.

para a elaboração de todos os modelos

O modelo Lab inclui todas as cores

de cor empregados no processamento

perceptíveis, o que significa que a sua

de imagem digital possuindo valores

gama excede a dos modelos de cores

de cor no intervalo [0,1] com valores de

RGB e CMYK (por exemplo, ProPhoto


RGB inclui cerca de 90% de todas as cores perceptíveis). Um dos atributos mais importantes do Lab é a independência do modelo. Isto significa que as cores são definidas independentemente da natureza de sua obtenção. Neste sentido, o espaço de cor Lab é usado para impressão quando os gráficos têm que ser convertidos de RGB para CMYK, visto que o espaço de cor Lab possui em sua gama tanto o RGB quanto o CMYK. Também é usado como um formato de intercâmbio entre diferentes sistemas de cor devido a sua supracitada independência. A grandeza L representa o preto mais escuro na L = 0, e o branco mais brilhante na L = 100. Os canais de cor,

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

Figura 6

57


ARTIGO

O padrão de iluminante normatizado é o CIE D50”

a e b fornecem a identidade tonal da cor. Quanto mais positivo o a, maior sua inclinação para o vermelho. Quanto ao b, quanto maior sua inclinação ao positivo, mais amarela a cor será. O escalonamento e os limites da escala CIELab dependerá da aplicação específica da cor em questão, mas a gama de ± 100 ou de 127 - 128 é a mais aceita. O espaço de cores 1976 CIELAB foi derivado do “mestre” CIE 1931 de espaço de cores antes XYZ, que pode prever quais as distribuições de potência espectral serão percebidas como a mesma cor, mas que não é particularmente uniforme. O espaço

PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016

de cor CIE XYZ resultou de uma série de

58

ponto branco também seja especificado.

A saturação ou pureza é dada pelo tom de

Muitas vezes, na prática, o ponto branco

cinza presente. Quanto menor a saturação,

é assumido como um padrão a se seguir

mais cinza terá; maior a saturação, mais

e não é explicitamente o padrão. O

limpa será a imagem. Quanto menor

padrão de iluminante normatizado é o

esse valor, mais acinzentada aparecerá a

CIE D50 (luz do dia).

imagem. Quanto maior o valor, mais pura

Este aumento de brilho por saturação, que se intensifica pari passu a saturação aumenta, pode melhor ser chamado

Esse sistema foi concebido por Alvy Ray Smith nos anos setenta e se trata

“branco” ou luminância acromática é o

de uma transformação não-linear do

padrão de comparação.

sistema de cores RGB. Outros sistemas

Como o espaço do laboratório é muito maior do que a gama reproduzida por monitores de computador, impressoras ou até mesmo a visão humana, uma imagem bitmap representada como Lab requer mais dados por pixel para se obter a mesma precisão com RGB ou bitmap CMYK. Não foi utilizada a letra B para não confundir com o B do RGB. Para os autores, muitas cores dentro do espaço Lab estão fora

por William David Wright e John Aliança,

da gama da visão humana, e são,

fortemente influenciados pelo sistema de

portanto, puramente imaginárias; estas

cores Munsell. A intenção de ambos os

cores não podem ser reproduzidas

espaços de cor “Lab” é criar um espaço que

no mundo físico. Embora o software

possa ser calculado através de fórmulas

de gerenciamento de cores, como o

simples do espaço cartesiano XYZ, mas de

construído em aplicações de edição

modo mais uniforme.

de imagem, irá escolher a melhor aproximação in gama, mudando

que uma alteração da mesma quantidade

leveza, chroma, e, às vezes de matiz

de um valor de cor deveria produzir uma

no processo de convergência. No

alteração de aproximadamente a mesma

âmbito flexográfico, o espaço de

importância visual. Ao armazenar cores

cores empregado é o Lab porque seu

em valores de precisão limitada, isto pode

escalonamento é mais consistente com

melhorar a reprodução de tons. Ambos

diferença perceptual humana.

os espaços Lab são, em relação ao ponto

brilho da cor (0 a 100%).

de luminância cromática, uma vez que

experimentos feitos no final dos anos 1920

Percentualmente uniforme significa

é a imagem. Brilho ou valor determina o

Por fim, têm-se os espaços de cor HSI,

de cores relacionados incluem o HSL (L de luminosidade) e o HSI (I de intensidade). (tabela 1)

Conclusão Algumas das características do modelo de cor são utilizado em diferentes campos de aplicação, tal qual o espaço RGB se adapta perfeitamente em fontes emissoras de luz como os monitores. Já o modelo CMY é utilizado em dispositivos não emissores de luz (como impressoras). O HSV possui o elemento angular que é fundamental à percepção tonal, enquanto o modelo CIE La*b* é o que cobre integralmente e de maneira uniforme a gama de cores, mas é naturalmente contraintuitivo. A tabela acima exibe as vantagens e desvantagens dos modelos mais habituais. É importante salientar que cada modelo de cor têm sua própria representação espacial e componentes, com a capacidade de transformar de uma tonalidade para outra através de fórmulas padrão. Neste artigo, fez-se uma revisão de alguns modelos de

branco, similares ao modelo XYZ, pois os

HSL, HSV que possuem como conceito

cores utilizados na indústria, com a

dados foram convertidos a partir deste

base a ideia do sistema visual humano.

demonstração característica de cada

Esses modelos compreendem a matiz

sistema. A seleção do modelo adequado

espaço de cor.

(tonalidade) e todas as cores do espectro,

para uma aplicação específica depende

de cor anteriormente explicado não

desde o vermelho até o violeta mais

das propriedades do modelo e da

define cores absolutas, a menos que o

amagentado. Admite valores de 0º a 360º.

natureza de sua aplicação.

Conforme o mesmo autor, o espaço


35

PROJETOPACK • Ano X - Edição 55 - Mai/Jun 2016


Tabela 1

Tabela comparativa entre espaços de cor: vantagens e desvantagens MODELO DE COR Munsell

VANTAGEM Diferenças de cores são regulares

DESVANTAGEM Não aplicável

Sem transformações requeridas para exibir informação no ecrã, por esta razão que RGB

considerou como o espaço de cor de base para várias aplicações. Usado na exibição de vídeo por causa da propriedade aditiva e considerado como

Não útil para especificação de objetos e reconhecimento de cores. É difícil determinar uma cor específica no modelo RGB.

computacionalmente prático. CMY CIE XYZ CIELab

Comumente utilizado na produção gráfica Utilizado para misturar a cor por transformar representação e é percebido como uniforme. Percebido como uniforme

Uma vez que é um modelo subtrativo, os componentes são pigmentos e não cores. Modelo de difícil visualização Modelo não intuitivo Indefinidos pontos de matiz acromáticas conjugam

Traduz plenamente a percepção do olho humano

instabilidade na tonalidade, devido à angular natureza do recurso.

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HSV

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