PANORAMA GERAL DO SETOR DE IMPRESSÃO INDUSTRIAL
Novas oportunidades para o setor gráfico mundial
EXPORTAÇÃO SEM FRONTEIRAS
Modelos para ingressar no cenário internacional
GAMA EXPANDIDA
O que é e para que serve?
SELECIONANDO A FITA DUPLA-FACE IDEAL
Critérios técnicos para balizar a escolha
ARTIGOS, DICAS, NOTÍCIAS
E muito mais!
A responsabilidade das Indústrias
Pág. 40
20 anos
Beta 8
Beta 8
Impressora flexográfica
• Set up rapidíssimo (sistema sleeve). • Estrutura do grupo impressor fechada (tipo monobloco). • Camisa porta clichê. • Camisa anilox. • Fusos de esfera pré-carregado e guias lineares que garantem altíssima precisão das unidades de impressão. • CNC para posicionamento dos cilindros do grupo impressor com acionamento por servomotor com encoder absoluto. • Sistema “Gearless” (sem engrenagem) com motor principal montado no eixo do cilindro central. • Sistema “doctor blade” com posicionamento automático e revestimento antiaderente. • Troca automática de bobinas na entrada e saída dotadas de elevador para posicionamento e descarga das bobinas. • Altíssimo controle de tensão do filme mediante controle por células de carga, eixo eletrônico, balancim e “taper tension” nas diversas unidades da impressora.
• Tela de comando de 15 pol. e sensível ao toque. • Secagem final e entre cores de altíssimo rendimento podendo se fornecido por aquecimento elétrico ou a gás. • Cilindro central e calandra dupla de saída dotadas de sistema para refrigeração do liquido refrigerante. • Central eletroeletrônica montada em container climatizado. • Lubrificação centralizada automática e pré- programada. • Botoeira moveis sem fios. • Gerenciador de produção. • Sistema de vídeo inspeção com auto registro. • Sistema de controle automático de viscosidade. • Assistência técnica remota via internet.
Acesse o nosso canal e assista o vídeo da Beta 8.
FLEXOPOWER IND. COM. E REPRESENTAÇÕES LTDA. Impressoras Flexográficas
Av. Paranapanema, 458 - 09930-450 - Jd. São Judas Tadeu - Diadema - SP Tel/Fax: 55(11) 4043.4230 - deptovendas@flexopower.com.br - www.flexopower.com.br
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
VARIEDADES
3
PROJETOPACK
índice 6
EDITORIAL
8
ARTIGO
A Drupa passou e, com ela, a nossa última edição da ProjetoPack em Revista, plenamente dedicada ao evento. Porém, lendo a edição final impressa, sentimos que algumas dúvidas importantes ainda não haviam sido completamente esclarecidas. Resolvemos então elevar uma destas dúvidas, a mais importante delas, ao status de capa desta edição.
Gama Expandida – O que é e para que serve?
14 ARTIGO
Reintrodução de embalagens flexíveis na cadeia de reciclagem: é possível?
24 40
18 CAPA 24
ARTIGO Exportação sem fronteiras
Panorama geral do setor de Impressão industrial
40 ARTIGO 42 ARTIGO
A responsabilidade da Indústria
50
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Critérios para selecionar a fita de montagem adequada: Qualidade e Produtividade
4
50
ARTIGO A saga pelo acerto de cores zero
Nós erramos! Na última edição especial de 10 anos da ProjetoPack em Revista (especial Drupa), nós fizemos o ilustre Benny Landa passar vergonha. A sua frase profética “Tudo que puder ser digital, se tornará digital. E a impressão não é uma exceção” foi publicada na capa com a grafia errada (excessão, ao invés de exceção). Felizmente, dois leitores e amigos da Scholle IPN (Ademir Fragnani e Marcelo Venci) nos alertaram e pudemos, ao menos, corrigir o equívoco na versão digital. Pedimos desculpas aos leitores e ao mestre Landa, pelo lapso durante a revisão dos textos.
VARIEDADES
???
Lavadora de Clichês
??????
Lâminas raspadoras de alta performance
Lavadora de Anilox
Soluções Econômicas de Alta Qualidade
Produtos para Limpeza de Anilox
Chapas de Fotopolimentos
(19) 3371.4772 (19) 3414.1591 Estrada Tang Wing Sun, 151 Sertãozinho Piracicaba SP contato@alternativaflexo.com.br
www.alternativaflexo.com.br
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
?
????.
5
EDITORIAL Aislan Baer Editor Chefe Sócio-diretor da ProjetoPack & Associados e editor da ProjetoPack em Revista. Atua há mais de 15 anos na área de embalagens flexíveis, rótulos e impressão, ministrando cursos, palestras e consultoria por todo o hemisfério sul. Mestre em gestão estratégica e economia empresarial pela USP, é membro dos comitês técnicos e consultivos da IoPP (Institute of Packaging Professionals) e especialista na implantação de normas flexográficas pela FTA - Associação Americana de Flexografia.
EDITORIAL
A
Drupa passou e, com ela, a nossa última edição da ProjetoPack em Revista, plenamente dedicada ao
evento. Porém, lendo a edição final impressa, sentimos que algumas dúvidas importantes ainda não haviam sido completamente esclarecidas. Resolvemos então elevar uma destas dúvidas, a mais importante delas, ao status de capa desta edição. Falamos, dentre muitas coisas sobre a Drupa, do encolhimento da indústria gráfica tradicional. Um dos processos mais afetados, a offset; em termos de mercado, indubitavelmente que o setor editorial – a impressão de livros, revistas e jornais – diminuiu sobremaneira. Mas, com base nestas observações, um leitor desavisado ou alheio a um contexto mais macroscópico poderia intuir, erroneamente, que a indústria gráfica está morrendo. Na verdade, é exatamente o oposto: a indústria gráfica está crescendo muito, transformando
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
a sua função original de conversão do
6
conhecimento oral em palavra impressa e a sua respectiva disseminação (mídia editorial e impressão comercial) para um segundo e terceiro estágios: a impressão como um veículo de promoção de vendas (no caso de embalagens, etiquetas e rótulos, por exemplo) e como um meio para a personalização em massa de produtos (impressão de roupas e acessórios do vestuário, canecas, paredes, fachadas de edifícios, janelas, veículos, capas protetoras de smartphones e tablets, unhas e uma infinidade de coisas). Virtualmente, tudo pode ser impresso
e tornar-se único, exclusivo, a um determinado consumidor. Por fim, a indústria gráfica nunca deixou de configurar como algo acessório em alguns processos de manufatura, como um meio de decoração ou “pintura”. É o caso da área moveleira, cerâmica, vidro, móveis, têxteis etc.). Também nestes casos, a chamada impressão industrial vem se aperfeiçoando e tornando-se, talvez, o único grande meio eficaz e econômico de diferenciação entre produtos concorrentes. Com o desenvolvimento tecnológico da manufatura aditiva usando a plataforma das impressoras desktop tradicionais, a indústria gráfica encontrou mais uma janela incrível para crescer. É discutível dizer que a impressão de um pulmão, um bolo confeitado, uma prótese ou uma engrenagem de poliacetal possa ser chamada de impressão, neste momento. Mas fica claro que, muito rapidamente, a manufatura aditiva ganhará capabilidades da impressão propriamente dita. Sem mais delongas, esta edição intenta apresentar a você, estimado leitor, um panorama sucinto, porém abrangente, do que é e o que abarca a chamada impressão industrial e quais as oportunidades de negócios ela oferece ao empresário gráfico. Esperamos que o objetivo tenha sido atingido. Boa leitura e nos vemos na próxima edição!
PROJETOPACK EDITOR Aislan Baer diretoria@projetopack.com DIRETOR DE CONTEÚDO Lorenzo Baer GESTORA DE CONTAS E ESTRATÉGIA DE MÍDIA Deise Moraes PROJETO GRÁFICO E GESTÃO DE MÍDIAS SOCIAIS Agência Convertty contato@convertty.com COMITÊ EDITORIAL Alexandre Zanolini Genicola Grupo CBS Elos André Rezende HP do Brasil Prof. Antonio Cabral Universidade Mauá Enio Koetz ProjetoPack & Associados Eudes Scarpeta Scarpeta Treinamentos Joaquim Morais Trenton Consultoria Prof. Lincoln Seragini Seragini Farné Guardado Prof. Lorenzo Baer SENAC Lapa Scipião Wilson Paduan Tecnosolutions Wilson Ramos Junior Inovagraf CONTATOS DE PUBLICIDADE E ASSINATURAS (Para assinar ou adquirir edições anteriores e para participar como patrocinador da publicação) E-mail: revista@projetopack.com Fone: (11) 3258-7134 Não é permitida a reprodução total ou parcial de textos ou matérias publicadas sem a prévia autorização da ProjetoPack em Revista. Para análise e autorização de reprodução, contatar a publicação no e-mail atendimento@projetopack.com. Todos os artigos são assinados por seus autores e não refletem necessariamente a opinião desta revista.
Descubra seu
NX advantage Veja o que os provedores de serviços de flexografia ao redor do mundo já sabem… que o sistema Kodak Flexcel NX aumenta o impacto nas prateleiras e controla custos de produção, permitindo uma incrível melhora no desempenho da impressão, na qual se pode confiar diariamente.
Cores consistentes. Simplicidade comprovada. Impressão Excepcional.
Flexcel NX System © Kodak, 2015. Kodak e Flexcel são marcas registradas da Kodak.
Revendedor Autorizado de Soluções Kodak
falecom@zanatto.com.br www.zanatto.com.br Curitiba (41) 3362-1415 São Paulo (11) 3775-2727 Porto Alegre (51) 3337-7637
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Para saber mais sobre esta tecnologia transformadora, visite kodak.com/go/flexcel nx
7
ARTIGO
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Gama Expandida – O que é e para que serve?
8
O
termo Gama Expandida ou
encontrará os dois termos amplamente
Gama Estendida se tornou
utilizados. Se você procurar no site
popular nos últimos três
da Pantone® encontrará o termo
anos na indústria de flexografia pelo
“Extended Gamut” ou Gama Estendida.
mundo. Especialmente os EUA, que
No entanto, oficialmente a FTA
é um lugar muito pragmático, já vem
(Associação Americana de Flexografia)
usando a metodologia. Segundo Mark
usa “Expanded Gamut” ou Gama
Cisternino, atual presidente da FTA,
Expandida. Bem, eu utilizo o termo
36,5% das empresas de flexografia
Gama Expandida, porque a palavra em
americanas utilizam alguma forma de
português remete a ampliar algo em
fixar as cores na impressora e, para tal,
várias direções. Por exemplo, expandir
lançam mão da Gama Expandida.
os pulmões. Já o termo estender dá
Gama Expandida ou Gama Estendida? Tanto faz. Mundialmente, se você começar a pesquisar a fundo,
outra conotação. Porém, para ser sincero, em minha opinião, não há certo ou errado. Vai de sua preferência ou de como o termo ficar mais comum no Brasil.
Eudes Scarpeta Possui formação superior em Planejamento Estratégico e Pós-Graduação em Administração Estratégica de Recursos Humanos. Técnico gráfico formado pelo SENAI/SP, especializado em Flexografia e Rotogravura. Atua no mercado há mais de 30 anos. scarpeta@terra.com.br
O que é Gama Expandida? Gama Expandida é a metodologia de ampliar o Gamut ou Gama de cores. Em palavras muito simples, significa aumentar a quantidade de tons de cores que uma imagem impressa ou na tela de um monitor pode transmitir/ refletir ao olho humano. Veja na ilustração como os meios de reprodução da cor se apresentam no espaço da cor. Obviamente, imagens em RGB possuem gamut maior, visto que se trata da imagem no monitor. Já o CMYK, que é a imagem impressa, possui um baixo gamut quando comparado ao RGB. Assim, o objetivo
cores: CMYK + OG ou Laranja e Verde. Eu lembro bem dessa época e foi uma revolução quando foi lançado, porque a imagem era realmente impressionante para os patamares de então. Porém, não teve o sucesso de vendas que a Pantone esperava e a própria Pantone descontinuou o Hexachrome® em 2008. Só para deixar claro, apesar de que o Hexachrome® fosse aplicável a qualquer processo de impressão, o foco era a impressão offset e nós apenas
“
Gamut expandido é um conjunto de técnicas para maximizar a quantidade ou gama de cores percebida pelo olho, em uma imagem impressa ou digital”
sonhávamos em fazer isso em flexografia. Outros métodos surgiram nessa época e estão aí até hoje. Vamos ver outros além do Hexachrome®.
da Gama Expandida é aumentar essa percepção de cores – no nosso caso, da imagem impressa.
De onde surgiu? Em meados da década de 90 surgiu a expressão HiFi Color e foi amplamente difundida, especialmente pela DuPont, com o HyperColor®, pela Linotype-Hell e pela Pantone. Entre outras melhorias na imagem como o aumento da lineatura, estava também O MaxCYM foi um nome
cores percebido pelo olho humano no
genérico que utilizava CMYK +
produto impresso.
CMYK. Isso mesmo! Poderia ser o
Em 1998 a Pantone anunciou a patente (sim, patente N° 5.734.800) do Hexachrome® que, como o nome já sugere, utilizava seis cores para aumentar ou expandir o gamut de cores. Funcionava assim: a empresa ou birô
CMYK com mais duas, três e até quatro cores de CMYK. O objetivo era ampliar ou expandir a gama de cores intensificando cada uma delas, mas a ideia não foi pra frente. Logo depois do Hexachrome® surgiu
(como eram chamados os prestadores
o OPALTONE®, desenvolvido por uma
de serviços de pré-impressão na
empresa australiana (uma solução
época) compravam um plug-in para
também patenteada) e baseia-se no
o Photoshop chamado Hexwrench®,
Princípio de Küpper ou Teoria de Cores
que fazia a separação das seguintes
de Küpper, que apresenta o CMY +
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
a ideia de se aumentar o volume de
9
ARTIGO
“
Pode-se utilizar o CMYK mais as cores Laranja, Verde e Violeta em boa parte das técnicas de gama expandida”
RGB (Red, Green e Blue) sendo que o
Há cerca de três anos, a empresa
“K” ou preto é opcional, como ponto
Esko, que pertence atualmente
de ampliação da gama de cores (veja
ao Grupo Danaher (onde estão
figura). O Opaltone está aí até hoje
também X-Rite®, VideoJet® e a própria
e pode ser usado como uma opção
Pantone), lançou o software Equinox®,
interessante para ampliar o gamut.
que pode combinar vários métodos
A HeptaCROMÍA®, da empresa espanhola TrueTone®, é um método também patenteado e trabalha com
ou princípios para expandir o gamut de cores. Por exemplo, pode ser 5, 6 ou 7
CMYK + vermelho, verde e azul reflexo,
cores. Pode utilizar o CMYK + OGV
apesar de que se pode mudar também
(Orange, Green e Violet) para compor
as três últimas, inclusive utilizar o violeta
a sequencia de cores. Os pigmentos
no lugar do azul reflexo. O método,
recomendados são o Laranja 021, o
no entanto, é mais conhecido como
Verde ftalo (ftalocianina) e o Violeta
TrueTone®. Também está disponível para
resistente. Dessa vez, o software
quem quiser utilizar.
conjugado com os plug-ins para Photoshop, foi de início aplicado à flexografia. O resultado é muito bonito e com visual requintado. (Figura 1) Embora todas essas sejam soluções interessantes e que funcionam, a verdade é que é possível aumentar ou expandir o gamut de cores do CMYK por simplesmente aumentar a
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
densidade das cores. É o que ocorre
10
Figura 1
no processo de rotogravura, cuja
por sua vez, também cumpre sua
imagem impressa salta aos olhos.
parte com as modernas tecnologias
As densidades (ou força da cor) das
de gravação à laser e tensão
tintas impressas são elevadas e estão
superficial diferenciada. Há quatro
muito acima do que normalmente
anos, desenvolvi uma metodologia
imprimimos na flexografia.
que chamo de FLEXO 4.0, que busca cruzar o melhor anilox, tinta e clichê
No passado recente era difícil conseguir isso, porém com o avanço
em função da carteira de cada cliente.
tecnológico em tintas, clichês e anilox,
Esta receita intenta trabalhar com o
ficou mais fácil. Por exemplo, os
CMY + K ou uma tinta especial como o
clichês hoje possuem superfície com
Azul Reflexo, dependendo da carteira
células ou texturas produzidas por
de clientes. Com isso, é possível fixar
softwares como DigiCap, Pixel Plus,
na impressora 75% de todas as ordens
MicroCell ou, ainda, com o emprego
de produção, sem usar as cores típicas
de fotopolímeros que já vem de
da Gama Expandida.
fábrica com a superfície modificada (as
Apesar de o foco ser a cromia mais
chamadas “chapas de performance”).
“bonita”, quando vemos a propaganda da Gama Expandida, o fato é que as
Isso permite uma transferência maior da tinta pelo anilox. O anilox,
empresas nos EUA, Europa e também
Teste de solidez à luz e intemperismo para não metálicos Híbrido
Teste suas embalagens por inteiro
Controle de Radiação UV, Umidade e Temperatura Único de produção brasileira Desde 1982
Atendem todas as normas internacionais de Tintas, Plásticos, Têxtil e Cosméticos
Matérias Primas para Especialidades e Equipamentos para laboratório
www.adexim-comexim.com.br desenvolvimento@adexim-comexim.com.br 55 (11) 3966-3155 / 0800 704 31 50
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
360º
Standard
11
ARTIGO
algumas empresas no Brasil utilizam a
da Esko e já estão oferecendo o serviço.
técnica como ajuda para fixar a paleta
A clicheria vai ajuda-lo, caso queira
de cores na impressora.
implementar na sua empresa. Alguns
Assim, surgiu há pouco tempo o termo Color Fixed Palette, cujo objetivo é quase nunca tirar anilox ou tintas da máquina impressora. Color Fixed Palette é um guarda chuva maior e as diversas tecnologias, incluindo a Gama Expandida, estão debaixo dele.
convertedores querem experimentar para ver como funciona e colocam um jogo de clichês na impressora sem critério e sem levantamento de curvas apropriadas. O resultado não fica bom, visto que não há atalhos para isso. Se você realmente enveredar por esse caminho, deve faze o passo-a-passo e se empenhar em fazer pelo menos um trabalho do começo ao fim. Isso significa eleger um trabalho com certa dificuldade técnica e, de preferência, com cores Pantone que não são reproduzíveis na cromia normal como o violeta, o Pantone Green, o Orange, o Azul Reflexo etc.; faça o
C
test form para gama expandida e coloque
M
tintas novas usando anilox limpos para
Y
isso. Para saber se a Gama Expandida é
CM
para você, pergunte-se:
MY
● Tenho controle das tintas na impressão? Consigo controlar a densidade e também o desvio de tom (ΔE) das cores impressas na minha fábrica? Possuo um controle mínimo do meu processo de impressão?
Conclusão PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Fixar as cores na impressora, não
12
Se respondeu sim às perguntas acima,
importando a técnica ou metodologia que
então é possível que a Gama Expandida
se utiliza, traz enormes vantagens: redução
talvez seja para você. Em minha opinião,
do setup, redução do inventário do retorno
vale muito a pena buscar fixar as cores/
de tintas especiais, menos fabricação de
tintas na impressora. Esse deve ser o
tintas Pantone especiais, fixação também
objetivo maior, não importando muito o
dos cilindros e camisas anilox na máquina
meio ou a tecnologia utilizada para isso.
e muitas outras que você já pode imaginar.
De uma forma ou de outra, é bom se
Onde achar e como implementar a tecnologia da Gama Expandida? Há pelos menos cinco clicherias no Brasil que compraram o software Equinox
preocupar com isso, porque há grandes donos de marca no Brasil já utilizando e demandando a gama expandida, em parceria com alguns convertedores. Você não sabia disso, não é? Pois bem, está na hora de começar a olhar para o tema mais de perto.
CY
CMY
K
13
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
ARTIGO
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Reintrodução de embalagens flexíveis na cadeia de reciclagem: é possível?
14
P
ara entender a possibilidade
cooperados passariam a ter uma
da reintrodução dos resíduos
renda ou melhora do orçamento,
de embalagens flexíveis na
consequentemente uma melhor
cadeia de reciclagem, precisamos
qualidade de vida e reinserção na
entender o contexto atual.
cadeia de consumo.
Hoje boa parte dos resíduos
Na prática, existe grande
pós-consumo que retornam para
dificuldade para trabalhar itens
a cadeia de reciclagem no Brasil
recicláveis que não possuem uma
é por meio das cooperativas de
cadeia circular, isto é, que não
catadores. Cooperativas foram
possuem mercado e tecnologia
criadas como forma alternativa de
difundida para sua reciclagem.
geração de trabalho e renda para
Garrafas de PET, latas de alumínio,
pessoas socialmente excluídas da
papelão ondulado, são itens que
sociedade. Com a divisão dos lucros
ganharam papel protagonista
referentes à venda dos resíduos, os
nas cooperativas. Itens de
André Kenji Gerente de P&D da WiseWaste, com mais de 15 anos de experiência em empresas de embalagens como Vitopel, Celulose Irani, etc e um apaixonado pelo assunto embalagens akenji@wisewaste.com.br
comercialização garantida, que com
mais trabalhoso agrupar um quilo de
o passar do tempo passaram a ser
embalagens flexíveis, contra um quilo
uma espécie de “commodity”, ou seja,
de frascos de shampoo.
hoje existem as cadeias de consumo desses itens, mas briga-se apenas por um preço maior para comercialização. Um dos maiores volumes de
Mas o que realmente impede o cooperado a enxergar valor na coleta de embalagens flexíveis é a falta de valor comercial das mesmas no mercado e a
resíduos são as embalagens flexíveis.
valorização de sua matéria-prima para
Como as cooperativas se relacionam
fabricar outros produtos.
com esse tipo de resíduo? Muitas cooperativas de catadores não conhecem as especificidades dos materiais aplicados nas embalagens flexíveis. Muitas vezes chamam de BOPP (Polipropileno biorientado) uma embalagem que pode conter lâminas de diferentes tipos de material. Outra dificuldade é entender quando há presença de folha de
“
Outra dificuldade diz respeito à utilização de folha de alumínio, quer na laminação ou no processo de metalização”
E como gerar valor para essa matéria-prima proveniente de embalagens flexíveis? Após a implementação da PNRS (Política Nacional dos Resíduos Sólidos), a cadeia de bens de consumo passou a ter responsabilidade pelos resíduos pósconsumo. Isso fez com que grandes corporações passassem a ter como objetivo a adoção de uma política
alumínio nas embalagens flexíveis e quando trata-se apenas de um processo de metalização. As cooperativas não têm conhecimento técnico para acompanhar a evolução das embalagens flexíveis. Um exemplo a embalagens que tinham uma estrutura mais complexa e que, por evolução tecnológica, passaram a ter um tipo de material apenas. Podemos citar como por exemplo de transformação, a embalagem de Sonho de Valsa, que hoje é mono material e foi desenvolvida pela Mondelez há alguns anos atrás. Além disso, há outro desafio em relação as embalagens flexíveis, como o cooperado ganha por quilo de material coletado/triado, muito
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
que podemos citar é em relação
15
ARTIGO
“
Há uma tendência forte para a adoção de matérias-primas circulares na fabricação de produtos e suas embalagens”
último, Gui Brammer, CEO da WiseWaste, recebeu Luciana Hashiba, da Natura, e Milena Ferreira, de Nescafé Dolce Gusto, para um bate-papo. Durante o evento, Luciana e Milena
adequada para garantir a destinação
falaram a respeito das iniciativas de
correta destes resíduos.
sustentabilidade de suas respectivas
Por conta de empresas como a WiseWaste (empresa que trabalha a valorização de resíduos através da criação de cadeias de logística reversa e fabricação de produtos), essas grandes corporações passaram
empresas e pudemos perceber que ambas têm iniciativas similares em relação a destinação de resíduos/ logística reversa, confirmando que se trata de um assunto que é tendência. No caso de Nescafé Dolce Gusto, a
a enxergar possibilidades de
WiseWaste desenvolveu porta-cápsulas
transformar os seus resíduos pós-
de café em plástico (produzido em
consumo em produtos que utilizem a resina reciclada (fabricada a partir dos próprios resíduos). Assim, podem
resina reciclada que contêm 15% de cápsulas pós-consumo). Para garantir o desempenho dessas
cumprir as normativas da PNRS e ao
resinas, estão sendo desenvolvidas
mesmo tempo dão segurança aos
formulações com a participação de
consumidores da marca que o resíduo
aditivos de última geração. Esses
pós-consumo tem uma destinação
aditivos, incorporados na dose certa,
nobre e correta.
trazem performances similares ao das
Durante o evento Fórum Flex (evento organizado pela ABIEF – Associação Brasileira das Embalagens Flexíveis) realizado em 16 de junho
resinas virgens. Podemos perceber cada vez mais opções desses aditivos no mercado. Como foi possível perceber, reintroduzir embalagens flexíveis na cadeia produtiva é um grande desafio.
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Porém, como todo grande desafio
16
tem um potencial proporcionalmente grande, tanto do ponto de vista econômico (geração de valor para resíduos que hoje tem destino no aterro), quanto do ponto de vista social (gerando melhores condições para a cadeia de catadores de materiais recicláveis). Apostar em uma tendência de utilização de matérias-primas mais “circulares” para a fabricação de produtos que estarão disponíveis nas gôndolas do varejo é ponto certo. Eu acredito!
17
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
ARTIGO
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Exportação sem fronteiras
18
A
decisão da entrada no mercado
estão sendo “exportadas solidariamente”
internacional dependerá da
pelos seus clientes, acompanhando
vontade dos empresários,
outras milhões de toneladas de
das expectativas de rentabilidade, dos
produtos alimentícios, construção civil,
investimentos necessários, da paridade
higiene pessoal, pet-food etc.
da taxa de câmbio, da capacidade produtiva disponível, das perspectivas do mercado interno e, muitas vezes, da solicitação dos clientes multinacionais para que se participe de licitações regionais de embalagens. Ocorre que, no momento da leitura
De uma posição iminentemente coadjuvante, como no exemplo citado acima, a ideia deste artigo é explorar as várias opções existentes para que as empresas brasileiras passem a ter uma posição de ator principal no cenário internacional quais sejam: as
deste artigo, várias toneladas ou metros
operações indiretas, diretas e as alianças
quadrados de embalagens flexíveis
estratégicas internacionais.
Wagner Delarovera Sócio-diretor da Maxitrade Consultoria. delarovera@uol.com.br
● Redução de riscos comerciais e
basicamente de quatro formas distintas,
de movimentação de mercadoria
a saber:
no exterior;
a. Através de trading companies
● Redução do custo financeiro
que possuam os contatos nos
decorrente das vendas a prazo,
mercados de destino e adquirem
já que, geralmente, as comerciais
as embalagens intermediando as
exportadoras compram a vista;
operações com os clientes finais; b. Através de comerciais
● Conhecimento do mercadoalvo externo pela empresa
exportadoras, empresas
comercial, oferecendo perspectiva
especializadas em comércio
de antecipar o prazo para
exterior e que operam de forma
concretização de exportações de
muito similar às tradings; c. Através de distribuidores que adquirem as embalagens, mantém gestão dos estoques no mercado de destino e
produtos pelo fabricante; ● Racionalização das atividades, uma vez que a empresa produtora se dedica exclusivamente à produção; ● A empresa produtora poderá
prestam todo serviço de
concentrar seus esforços em
assessoria e logística até a
determinados mercados,
entrega ao cliente final;
terceirizando os demais;
d. O produtor de alimentos (e
● São asseguradas, praticamente,
outros produtos) no Brasil poderá
às empresas produtoras, todos
obter um drawback integrado
os incentivos à exportação
e adquirir as embalagens no
disponíveis.
mercado interno, utilizar em seu processo produtivo e exportar o produto final com a embalagem fornecida localmente. As vantagens do modelo de exportação indireta são: ● Gasto reduzido na comercialização do produto; ● Eliminação de pesquisas de
Algumas desvantagens deste modelo são: ● Relação distante com o seu cliente final; ● Redução da margem de lucro por não atuar diretamente no mercado externo; ● Restrição da atuação da empresa em incrementar suas vendas ao
mercado com o objetivo de
mercado internacional, pois essas
identificar potenciais empresas
decisões cabem à interveniente;
importadoras; ● Eliminação dos procedimentos burocráticos e seus custos;
“
No momento da leitura deste artigo, várias toneladas de embalagens flexíveis estão sendo exportadas solidariamente, embalando outros milhares de produtos”
● Participação indireta no mercado externo, que impede a empresa produtora de avaliá-lo em
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Exportação indireta, que se dá
19
ARTIGO
“
As alianças internacionais são uma outra forma de se internacionalizar e que podem ser bastante exploradas pelas convertedoras brasileiras“
detalhes, podendo impossibilitar a expansão de suas atividades internacionais assim como a expansão de sua produção; ● Dependência comercial da trading company ou comercial exportadora. Exportação direta, que se dá quando
proposições de valor ao cliente; ● Possibilidade de maior rentabilidade. Por outro lado, as alianças internacionais são uma outra forma de se internacionalizar e que podem ser bastante exploradas pelas empresas brasileiras do segmento de
o exportador brasileiro investe no
flexíveis. Existem diversos formatos e
mercado internacional, promovendo
possibilidades para a sua construção,
seu produto, imagem corporativa e
a saber:
acessando diretamente o cliente final no destino. As vantagens do modelo de exportação direta são: ● Gasto reduzido na comercialização do produto; ● Conhecer o cliente final e suas reais necessidades; ● Promover a sua imagem no mercado externo; ● Adaptar seu produto às necessidades do cliente; ● Obter melhores condições de financiamento; ● Elaborar e implementar
a. Flexibilidade: uma empresa industrial no exterior é especializada na produção em larga escala, mas ineficiente nas tiragens pequenas e que poderá ser atendida pela empresa brasileira orientada às tiragens menores; b. Complementariedade: como exemplo, uma empresa brasileira com tecnologia em impressão poderá se utilizar de uma empresa no exterior para converter filme em Stand-Up Pouch; c. Terceirização: uma empresa brasileira possui tecnologia de ponta e competitividade
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
na produção de estruturas
20
barreira (PA, EVOH etc.), porém como o mercado de destino é fragmentado, poderia encontrar uma empresa no exterior que pudesse imprimir, laminar e oferecer serviço local ao cliente; d. Ambientais: existem legislações em alguns países que restringem a aplicação de solventes durante o processo de laminação de embalagens; poderia ser viável então produzir no Brasil e utilizar a estrutura comercial do parceiro
21
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
ARTIGO
“
Vale a pena refletir sobre a sua sobrevivência no longo prazo e na exportação como componente estratégico para a sua garantia”
internacional objetivando
terceiro país e somente finalizada
o fechamento de negócios
no país de destino, via algum tipo
internacionais, por exemplo;
de agregação de valor;
e. Technology Providers Partnerships: parcerias com empresas
retort (ou esterilizáveis) ou active
produtoras de tecnologia tais como
packaging poderão ser patenteadas
equipamentos, moldes e outros
no Brasil e a empresa brasileira
aparatos, que poderiam viabilizar
obteria royalties pela concessão de
operações internacionais através
uma licença de produção ou cessão
da homologação de embalagens
de uma patente.
“Made in Brazil”; f. Desenvolvimento conjunto: estabelecer acordos de desenvolvimento conjunto para a produção de embalagens flexíveis, reduzindo custos e
recomenda-se a elaboração de contratos internacionais precisos e detalhados, que reflitam a situação atual e futura de tais operações e parcerias. Inexiste uma única fórmula de
empresa. O resultado poderá vir a
sucesso, e estratégias combinadas
ser a exportação da embalagem
adotando formatos de exportação
ou a venda no mercado interno
direta e indireta bem como alianças
de cada empresa;
estratégicas, dependendo dos mercados
Memberships: ser membro de Associações Internacionais de
de atuação e objetivos da empresa, podem coexistir perfeitamente. As empresas que realmente desejam
Embalagens Flexíveis (tais como
se inserir no contexto internacional como
FPA, FPE e outras) proporcionam
forma de estratégia empresarial de longo
excelentes contatos para
prazo, contam com várias opções de
realização de alianças estratégicas;
internacionalização de suas atividades
h. Aplicação de acessórios: acessórios como alguns tipos PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Para todas as opções indicadas,
priorizando o know-how de cada
g. International Organizations
22
j. Patentes: embalagens flexíveis
de zíperes, sistemas easy-open, alças injetadas dentre outros,
e que vão além das citadas acima, a exemplo dos casos de joint-ventures e aquisições no exterior, caminho trilhado por várias empresas multinacionais e
que poderão ser aplicados no
também, em menor escala, por empresas
exterior com embalagens flexíveis
brasileiras do segmento.
produzidas no Brasil; i. Conteúdo local: vários países
O mercado interno é e continuará sendo o mais importante para a empresa,
consideram que o Made in “x” é
mas vale a pena refletir sobre a sua
um importante fator de venda,
sobrevivência no médio e longo prazos,
uma vez que significa que aquela
bem como nas ações da concorrência
embalagem foi produzida no
interna e externa. Certamente que uma
mesmo país de sua demanda.
empresa internacionalizada terá melhores
Todavia, parte desta produção
condições de competir e fazer crescer o
poderá ser produzida em um
seu negócio.
ARTIGO DE CAPA
O
setor gráfico mundial nunca esteve tão vivo e dinâmico quanto hoje. O que está havendo é uma mudança de foco, um reposicionamento
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
em caráter forçado, verdade seja dita. A indústria
24
gráfica nasceu há aproximadamente 562 anos, com a impressão de livros (a Bíblia de Gutenberg e outros manuscritos que, extraoficialmente, o teriam precedido). Por alguns séculos, ela esteve embasada na produção editorial, com a impressão de livros, jornais e revistas, perdendo gradualmente espaço nos últimos 30 anos para o conteúdo eletrônico distribuído a custos marginais (ou gratuitamente) na internet. Falando especificamente de mídia jornalística, os chamados blogs e microblogs catalisaram a erosão da mídia impressa, assim como as redes sociais potencializam o compartilhamento de conteúdo gratuito (texto e vídeo).
Aislan Baer Editor Chefe Com formação técnica e superior em Tecnologia Gráfica e Mestrado em Economia e Gestão Estratégica pela FIPE-USP, é sócio-diretor da ProjetoPack & Associados, maior consultoria de embalagens flexíveis, rótulos e impressão do país e a única do mercado com revista técnica própria, em seu campo de atuação.
Panorama geral do setor de Impressão industrial ser atendida pelas chamadas “gráficas
duro na indústria gráfica mundial.
rápidas”, que saíram muito rapidamente
Em pouco menos de uma década (o
de cópias em P&B, formato e tiragem
primeiro smartphone foi lançado há 17
limitados a verdadeiras soluções
anos, pela companhia japonesa NTT
flexíveis para atender uma cópia ou
DoCoMo), o planeta contabiliza quase
uma tiragem grande de offset a custos
dois aparelhos per capita, com conexão
razoavelmente competitivos.
instantânea à internet (mesmo que às vezes, com qualidade questionável). O consumo de mídia eletrônica – livros, revistas, clipping, listas etc. – cresceu numa escala desproporcional, influenciado também pela evolução sistemática de e-readers. Uma pesquisa recente do departamento do trabalho norte-americano (USA Bureau of Labor) concluiu que, somente nos Estados Unidos, a indústria de jornais encolheu mais de 60% num espaço de 25 anos; a de revistas, 38%. Muitas gráficas tradicionais deixaram de existir. Como a analogia do sapo na panela de água fervente, não perceberam a coisa esquentar e quando se deram conta, era tarde demais para pular fora. É verdade que a falta de organização e força do setor gráfico como um “grupo” não contribuiu para amenizar a sua derrocada; ativistas próambiente organizaram-se muito mais rapidamente para propagar mensagens como “não imprima e salve uma árvore”. O advento da eletrofotografia, pela
Mas não estamos a lamuriar o declínio de um processo de impressão ou ramo específicos do setor gráfico. Falávamos, nas primeiras linhas, acerca da mudança de curso na história do setor. E, de fato, como disse o Dr. John Hammond, ao se dirigir ao Dr. Ian Malcolm (no filme Jurassic Park), “A vida sempre encontra um meio”. Se tudo que você sabe é imprimir, e as pessoas não leem mais revistas, jornais e livros, é preciso achar outra coisa para se imprimir. Muitas empresas foram para um terreno mais ou menos seguro: a fabricação de embalagens, etiquetas e rótulos. Já disse em inúmeras palestras que, enquanto não inventarem o tele transporte, a embalagem terá papel vital em conter, transportar, identificar e vender o produto aos consumidores. Cabe aqui uma revisão: os papéis podem mudar um pouco – é possível que o desenvolvimento do comércio eletrônico diminua a importância do aspecto comercial da embalagem –
companhia norte-americana Xerox,
e que o aprimoramento da quarta
também fustigou a offset tradicional.
revolução industrial, a IoT (Internet of
Boa parte da sua demanda passou a
Things ou Internet das Coisas) exija
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
A revolução mobile foi outro golpe
25
ARTIGO DE CAPA
uma embalagem mais inteligente e
A impressão funcional
interativa do que uma com elevado shelf
congrega fabricantes de cartões
appeal (apelo de venda na prateleira);
de acesso inteligentes, lâmpadas
emendo também que a manufatura
eletroluminescentes, eletrodos
aditiva influirá, a curto prazo, no nicho
e sensores para diagnóstico e
em questão. Confesso que, ao mesmo
monitoramento médico e terapêutico,
tempo em que fiquei positivamente
condutores impressos, antenas de
surpreso (sou o que se convenciona
radiofrequência (RFID), baterias,
chamar geek, aquele cara que se
acumuladores fotovoltaicos e uma
maravilha com novas tecnologias)
infinidade de componentes eletrônicos
com a inauguração, semanas atrás,
impressos. O nome do segmento já diz:
do primeiro restaurante de comida
atribuir certa funcionalidade ao material
impressa do mundo, em Londres, não
impresso, tal como gerar ou acumular
pude deixar de sentir um leve calafrio.
energia, armazenar e trocar dados em
Comida impressa direta no prato é,
um sistema, rastrear produtos em uma
virtualmente, tele transporte.
cadeia logística e assim sucessivamente.
Muitos processos industriais têm impressão. Ele não é elemento central PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
da manufatura e, em muitos casos, é
26
considerado como um elemento de decoração, um processo acessório. A Outras gráficas foram mais
própria impressão funcional é uma
ousadas. Ao invés de lutar contra o
ramificação da impressão industrial,
leitor de livros digital, resolveram
mas em boa parte (talvez a maioria) dos
imprimi-lo! Alguns prognósticos
casos, ela é o produto em si e, portanto,
apontam para cifras ao redor de USD
considerada uma área distinta.
13,79 bilhões até 2020 para o setor de eletrônica impressa, cujos vetores principais são o aumento exponencial no consumo de eletroeletrônicos e a necessidade de redução de custos (que se traduz em redução de peso e espessura dos aparelhos).
A impressão industrial é quase sempre integrada à cadeia produtiva matriz, e está presente desde a decoração de vidro para arquitetura e indústria automotiva até a manufatura de cerâmica, eletrônicos, têxteis e
É preciso lembrar o quão vasto é o
todos os dias de laboratórios em todo o
setor de tecidos impressos – não abarca
mundo, tais como a impressão de tecido
só o vestuário comum, mas bandeiras,
humano, carne sintética, nano materiais
flâmulas, trajes de banho e mergulho,
e tudo o que se poderia ou não imaginar
forração de mesas de jogos e mobília,
sair de uma impressora 3D, no caso da
banners, acessórios de moda, tapetes,
manufatura aditiva.
carpetes, cortinas, roupas de cama,
Com a personalização em massa e o desenvolvimento de
mesa e banho etc. Dos mais de 30 bilhões de metros
plataformas e-commerce mais
quadrados de tecido impresso, algo em
amigáveis e interativas para incitar à
torno de 65% é oriundo da impressão
personalização, os sistemas digitais –
serigráfica rotativa, 25% da serigrafia
principalmente a impressão jato-
plana e os outros 10%, divididos nas
de-tinta – têm despontado como
demais tecnologias. A impressão digital,
o futuro da impressão industrial, muito embora processos analógicos tradicionais como a rotogravura, a flexografia e a serigrafia têm o seu merecido espaço.
Anatomia da impressão industrial: os principais mercados de atuação Impressão de tecidos naturais e sintéticos O setor têxtil é um dos grandes mercados da impressão industrial em todo o mundo. Cerca de mais de 30 bilhões de metros quadrados de tecido são impressos anualmente. Este setor se subdivide, basicamente, em dois grandes grupos: DTF (Direct-To-Fabric) e DTG (Direct-To-Garment): no primeiro a impressão é do tipo bobina-a-bobina, ocorrendo antes das operações de corte e costura; no segundo, a impressão ocorre no produto em sua forma final, como no caso da estampa serigráfica, sublimática ou termo transferida diretamente sobre uma camiseta, na famigerada Galeria do Rock. Os processos de impressão podem ser diretos ou indiretos (normalmente transfer).
“
Com a personalização em massa, a impressão digital têm despontado como um importante vetor de crescimento da impressão industrial"
nestes 10% restantes, abocanha hoje menos de 2% (600 milhões de metros quadrados). Isso nos dá uma ideia do potencial de crescimento para a impressão digital neste setor. O mercado de impressão têxtil está em constante aperfeiçoamento. Um dos elementos-chave é o desenvolvimento de tintas adequadas para cada tipo de tecido (fibras naturais e sintéticas), de cura ou secagem instantânea, resistentes ao desbotamento (solidez à luz), à lavagem com produtos de diferentes bases químicas, intempéries, com boa fixação e, no caso das vestimentas de uso diário, resistentes também à transpiração. PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
mobília. Aplicações futurísticas emergem
27
ARTIGO DE CAPA
“
A área têxtil é profícua e promissora à indústria gráfica global”
A impressão digital, especificamente, tem investido milhares de dólares a cada ano para tornar as máquinas mais rápidas, mais precisas e econômicas, justamente com o objetivo de diminuir o gap de custo por metro quadrado impresso frente aos sistemas analógicos
Por fim, a impressão digital oferece soluções do tipo “One Pass Printing” (um cabeçote imprimindo em uma só vez) e “Multipass Printing” (uma imagem é impressa em duas ou mais passagens, normalmente por dois ou mais
em têxteis. Há duas vertentes básicas de
cabeçotes ou nozzles).
contínuo e jato de tinta DOD (do inglês Drop-On-Demand, onde há o controle absoluto de cada gota de tinta borrifada sobre o suporte). A tecnologia de fluxo contínuo
Mesmo com a recente desaceleração da indústria têxtil mundial, com a disputa acirrada por mão-de-obra barata para concorrer com a China e outros países asiáticos, a área têxtil é profícua e promissora
atinge velocidades superiores,
à indústria gráfica global. O Brasil,
mas geralmente peca na resolução
detentor do quarto maior parque
(embora sempre existem exceções à
produtivo de confecção do mundo,
regra). A tecnologia DOD tem uma
com mais de 33 mil empresas formais e
qualidade superior, mas para tal exige
autossuficiente em algodão – sozinho,
boa manutenção dos cabeçotes e
responde por mais de 9,4 bilhão de
uma tinta adequada. A geração das
peças confeccionadas anualmente.
gotículas de tinta mais comumente
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
de tamanho variado.
e, com isso, aumentar a sua participação tecnologia, a saber: jato de tinta de fluxo
28
grandes e escala de cinza, com gotas
Tecidos estes que, em sua maioria,
empregada são a térmica e a piezo.
serão impressos por algum sistema
Na impressão de tecidos, a tecnologia
– analógico ou digital – e tenderão a
dominante é a piezo. Em tempo: as
agregar valor precisamente na melhoria
imagens impressas podem ainda ser
visual do produto, com cores cada vez
constituídas por gotas de tamanho
mais vivas ou estampas plenamente
padrão (um princípio binário do
personalizadas. Da toalha do Homem-
tipo gotejar/não-gotejar), binário e
de-Ferro do seu filho à bandana “Meu
multi-pulso, com gotas pequenas e
amigo Rex” do seu cão de estimação, o céu é o limite.
Impressão de cerâmica Outra área em franca expansão no setor de impressão industrial é a cerâmica (azulejos de parede e pisos). Cada vez mais, os setores de arquitetura e decoração enxergam na cerâmica um elemento de diferenciação, mediante a reprodução de padrões naturais, sintéticos e artísticos. Muitas tecnologias dividem os mais de 15 bilhões de metros quadrados
29
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
ARTIGO DE CAPA
este mercado pode absorver bem ambos os processos, analógico e digital. Ainda há muita demanda por lotes maiores, com grafismos menos sofisticados. Processos analógicos como a flexografia e a serigrafia principalmente, conseguem alguns efeitos de enobrecimento (como a impressão de tintas metálicas como ouro e prata) com qualidade superior a digital, pelo menos até o momento. Para superar o problema do contato com as peças, os processos analógicos também criaram adaptações. Há, por exemplo, impressoras serigráficas rotativas indiretas, que transferem a de cerâmica impressa anualmente em
película de tinta a um rolo de silicone, e
todo o mundo: a flexografia, a serigrafia,
desde para a peça, tornando o contato
a impressão digital com termo
mais tênue e delicado.
transferência e a impressão digital direta sobre a cerâmica. Originalmente, o processo de
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
serigrafia foi o mais utilizado na
30
Impressão de padrões e texturas para móveis, pisos, painéis e revestimentos A indústria moveleira é um dos
impressão de cerâmica, dada a sua
maiores mercados da impressão
capacidade de imprimir tintas de
industrial. Bilhões de metros quadrados
elevadas viscosidade e granulometria.
são impressos anualmente em todo o
O problema é que, gradualmente, a
mundo, na sua maioria em processos
cerâmica ficou mais fina e mais frágil
analógicos como a rotogravura.
por conta das delicadas texturas em
Somente a impressão decorativa
uso. O contato direto das telas planas
em papel, estima-se, atingirá a
ou rotativas de serigrafia ou os clichês
cifra de 10,7 bilhões de metros
de flexografia, por vezes ocasionavam
quadrados impressos no ano de 2018,
fraturas e prejuízos na linha. Esta foi
globalmente. Grandes impressores
uma das principais oportunidades para o setor de impressão digital, com o jateamento de tinta na superfície
com presença global como Shattdecor e Interprint dominam esta seara. Há duas vertentes tecnológicas:
da cerâmica sem o contato direto, a
a impressão em papel, pré ou pós
uma distância de cerca de 3 a 5 mm do
impregnado com resinas acrílicas
objeto. A tendência da personalização, o
ou melamínicas e a impressão sobre
outro vetor de impulsão para o digital.
os painéis de fibras de madeira com
A despeito do crescimento da impressão digital também no segmento de decoração de cerâmica, diferentemente da impressão têxtil,
densidades variadas (MDF, HDF, MDP, compensados etc.). Esta impressão sobre os painéis pode ocorrer de forma direta – em
processos digitais como jato-de-tinta – ou com contato indireto, no caso da rotogravura indireta por exemplo, onde a imagem é transferida ao cilindro cromado e, deste, para um rolo de borracha, elastômero ou silicone. Por fim, a imagem é reimpressa à superfície da chapa (algo muito similar rotogravura convencional, com a transferência da imagem do cilindro para a chapa. Cada processo tem suas vantagens e desvantagens relacionadas à produtividade, à uniformidade nos resultados e à máxima resolução de impressão. As impressoras rotogravura deste setor são, normalmente, uma composição de módulos ou estações
A imagem, um padrão natural de madeira por exemplo, é decomposta em sua cor base (que pode ser uma tinta ou um primer de alta cobertura tonalizado) e as demais cores que, reunidas, tecem a intrincada trama da madeira, com seus nós, catedrais e anéis ou “lenheiras”. Uma oportunidade enorme para o
(chamadas impressoras simples,
universo gráfico repousa na impressão
duplas, triplas e múltiplas) e utilizam
de móveis, pisos, revestimentos, painéis,
sistemas de tintas por cura ultravioleta.
fitas de borda e objetos de decoração.
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
à blanqueta offset). Há também a
31
ARTIGO DE CAPA
“
Com a evolução das películas hidrossolúveis, a indústria gráfica encontrou novos nichos na impressão hidrográfica"
Impressão de painéis automotivos e outros componentes Praticamente todos os processos
Anos mais tarde, com a evolução das películas hidrossolúveis (PVA ou PVOH), a indústria gráfica caminhou para um novo processo em meados
de impressão, tanto analógicos como
dos anos 70, mais econômico e
digitais, possuem grande dificuldade
flexível: a impressão hidrográfica
de imprimir sobre uma peça rígida com
(water transfer printing).
detalhes, saliências e reentrâncias. Por incrível que pareça, um dos
Esta tecnologia permitiu a exploração de novos e interessantes
mais tradicionais e recomendados
nichos para a impressão, tais como
processos de impressão para cumprir
a decoração interna de cabines
este intento sempre foi a tampografia,
de veículos, peças automotivas,
um sistema onde a fôrma de impressão
personalização de capacetes e
relevográfica entintada transfere a
acessórios, armações de óculos,
imagem a um tampão (normalmente
equipamentos militares e bélicos etc.
de silicone) e esse amolda-se na superfície irregular da peça a se imprimir, com sérias restrições de formato, qualidade e produtividade.
O filme hidrossolúvel recebe a impressão (em rotogravura, flexografia ou impressão digital do tipo jato-detinta) dos padrões ou texturas; a peça a se imprimir recebe previamente um primer especial para adesão da tinta e é imerso em um tanque com água e o filme, ao tocar na peça, amolda-se, dissolve e deixa a película filmogênica impressa ancorada em toda a sua extensão. Processos de acabamento com o objetivo de fixar definitivamente a tinta e evitar o desbotamento
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
encerram o ciclo.
32
Ele teria usado Apex...
O inventor norte-americano Richard March Hoe construiu a primeira máquina de impressão rotativa litográfica, uma impressora na qual o tipo é colocado um cilindro giratório ao invés de uma mesa plana. Isto melhorou consideravelmente a velocidade de impressão. Fonte: Biography.com
APEX INTERNATIONAL Tel: +55 (0) 41 3677 2678 comercial@apexlatinamerica.com www.apex-groupofcompanies.com
A escolha inovadora
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Richard March Hoe - Inventor (1812 – 1886)
Para mais informações, visite-nos online.
33
ARTIGO DE CAPA
“
Uma das grandes vantagens da serigrafia na impressão sobre vidro é a durabilidade, mesmo em condições ambientais adversas"
Impressão de vidro O maior mercado da serigrafia nos dias atuais, o vidro está presente em todo canto: embalagens, janelas
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
e painéis de prédios e casas, boxes
34
e cabines, nos meios de transporte
foiling (hot stamping, por exemplo), heat transfer, impressão jato-de-tinta ou sublimação, serigrafia e processos que são, basicamente, gravações, como o Laser. Uma das grandes vantagens da
públicos e particulares, em objetos de
serigrafia na decoração de vidro é a
decoração e por aí vai. Gradualmente,
durabilidade. No caso de garrafas, por
porém, a impressão digital também tem
exemplo, a integridade do rótulo e
ocupado uma fatia deste nicho. Assim
a certeza de que, mesmo imersa em
como nos casos já citados, a impressão
um balde de gelo por horas, manterá
digital agrega qualidade fotográfica à
as informações e a imagem da marca
reprodução sobre o vidro, personalização total e reduz perdas no processo. A impressão em vidro é um
indeléveis ao consumidor do produto. Esta vantagem competitiva está, gradualmente, sendo enfrentada por
dos ramos da impressão industrial
tintas UV e cerâmicas de alta resistência
com o maior número de processos
e durabilidade, desenvolvidas para os
disponíveis – é possível imprimir com
sistemas digitais jato-de-tinta.
As melhores marcas. Os melhores produtos.
CHIPFIX CHI HIPFIX REPARADOR DE ANILOX
ESCOVAS PARA LIMPEZA DE ANILOX E CLICHÊS
FITA DE BORDA PARA CLICHÊS
MICROSCÓPIO LUMAGNY MINI-MICROSCÓPIO LED
Sempre atualizada com as novidades e tendências internacionais do mercado de embalagens flexíveis, a Steelserv importa e distribui desde 1997 produtos exclusivos que garantem o melhor custo-benefício na otimização dos processos de impressão em flexografia e rotogravura. Além disso, você conta com profissionais de suporte técnico para auxiliá-lo a obter o melhor desempenho com nossos produtos. Fortaleça seus processos de impressão com os produtos da Steelserv.
LÂMINAS RASPADORAS CBG ACCIAI
FITAS DUPLA-FACE LOHMANN
LÂMINAS PARA REBOBINADEIRAS, EXTRUSORAS E ESTILETES
ESTILETES
(TM)
CERAMCLEAN II (TM) E CERAMCLEAN SOLV-IT
Distribuidor exclusivo no Brasil: CBG Acciai, Lohmann Technologies, Lutz Blades e Harper Scientific.
A melhor impressão é a que fica!!!
Tel.: (11) 3675-3053 - Fax: (11) 3675-3054 vendas@steelserv.com.br - www.steelserv.com.br
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
RETÍCULA LIMPA
35
ARTIGO DE CAPA
Impressão 3D Tendo recebido uma edição especial, a ProjetoPack em Revista número 54, a impressão 3D (ou manufatura aditiva) também foi
realidade muito em breve, corrigindo esta distorção puramente semântica. Este é o terreno mais fértil no qual a impressão pode pavimentar
Espera-se que este ramo alcance uma
seu futuro, com a impressão de
receita de vendas de mais de USD 30
alimentos, medicamentos, cosméticos,
bilhões anuais até 2022.
automóveis, brinquedos, peças de engenharia, prédios, órgãos, próteses
gráfico diria que não é um processo de
e qualquer coisa que a imaginação
impressão. E, de fato, não é. Pelo menos
mandar.
por enquanto. É bastante provável que soluções “All-In-One”, com a manufatura PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
na produção do objeto tornem-se
“adotada” pela impressão industrial.
Neste momento, um profissional
36
aditiva e a decoração concomitantes
É importante lembrar que este estímulo à criatividade, ao alcance de um carretel de polímero, despertará bastante o espírito “DIY” (Do-It-Yourself ou Faça-Você-Mesmo”). Cada vez mais prosumidores (neologismo do inglês prosumer, o consumidor que produz conteúdo) imprimirão e comercializarão produtos em casa. Estes novos micro competidores locais devem ser encarados pelas gráficas não como mais uma adversidade, mas uma oportunidade excepcional para explorar conceitos como inovação aberta e empresas em rede.
37
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
ARTIGO DE CAPA
“
A impressão assume uma responsabilidade crucial na agregação de valor dos mais variados produtos manufaturados"
Últimas palavras Há 256 anos, foi publicado pela primeira vez um ensaio do cientista russo Mikhail Lomonosov, popularizado anos mais tarde pelo químico francês Antoine Lavoisier – A chamada Lei de Conservação das Massas. Filosoficamente falando, “Na natureza nada se cria, tudo se transforma”. Podemos pegar esse exemplo para definir a transformação da indústria gráfica. Originalmente, ela nasceu com o propósito de difundir a palavra escrita, a comunicação e o conhecimento.
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Com as inúmeras mudanças sociais
38
comunicação. Comunicar algo da sua personalidade, crenças, valores, dogmas etc., através do estilo de vida, das marcas, da imagem pessoal, do que se compartilha e do que se produz. A impressão se transformou, portanto, numa ferramenta para esta nova forma de comunicação, personalizando objetos existentes ou criando novos objetos. Por fim, chegamos à um ponto onde praticamente tudo é commodity. E a única forma de sair do lugar-comum é materializar a criatividade do design com agilidade, fidelidade e eficiência de custos, em todo tipo de objeto – de capas protetoras de celular até a fachada de
e as novas gerações, nascidas já na
um edifício. A impressão assume, não
era digital, a comunicação escrita foi
de forma proposital, uma nova e crucial
suplantada pela necessidade de expressão
responsabilidade para com as marcas,
individual, uma faceta diferente da
produtores e os consumidores.
Nossa missão consiste em oferecer soluções globais para um mundo com cada vez maiores necessidades de flexibilidade e eficiência. Na Comexi Group nos esforçamos para proporcionar as melhores prestações de acessibilidade e fácil manutenção dos nossos produtos. A aposta pela inovação, baseada na pesquisa e desenvolvimento tecnológico, nos permite oferecer produtos de alta qualidade, confiáveis e com um elevado rendimento.
Impressão FlexográFIca Impressão oFFset
Por isto, estamos lançando este ano no Brasil a impressora F2MC. A impressora flexográfica Comexi FLEXO F2 MC é um novo conceito de impressora que oferece um novo modelo de máquina mais compacta e melhor adaptada a pequenas e médias tiragens de produção. A F2MC possui largura de impressão de 870 mm até 1270 mm, 8 cores e com passo de impressão de até 800 mm. Possui os sistemas eletrônicos mais avançados para obter a melhor qualidade de impressão, inclusive a grandes velocidades (até 400 m/min), e imprimindo em diferentes substratos como: filme plástico, papel ou laminados. O melhor de tudo é que a impressora flexográfica Comexi FLEXO F2 MC, desenvolvida e já lançada com êxito em Girona (Espanha), também será produzida no Brasil. Isto significa que a mais alta tecnologia em impressão flexográfica estará disponível para o Brasil e países do Mercosul com conteúdo e assistência locais.
rotogravura
lamInação
cortadeIra
ambIente e logístIca
Nosso compromisso é também o conhecimento. O Centro Tecnológico Manel Xifra Boada, tem como objetivo, ser o ponto de referência dentro do setor de embalagem flexível, servindo como um motor de conhecimento. Estabelecido como uma entidade independente em 2013 com foco em treinamento, consultoria e desenvolvimento de inovação.
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
www.comexigroup.com www.manelxifraboada.com
Comexi do Brasil, Ltda. Estrada Buarque de Macedo, 4499 CEP 95780-000 Montenegro BRASIL Phone: +55.51.3649.8500 Ext. 135 fax: +55.51.3649.8515
39 Polígon industrial de Girona - Avinguda Mas Pins, 135 17457 Riudellots de la Selva. GIRONA (Spain) Tel. +34 972 477 744 Fax +34 972 477 384 comexi@comexigroup.com
ARTIGO
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
A Responsabilidade da Indústria
40
N
esta edição, estreamos um
experiência em nosso ramo? Pois
Em 2006, ou seja, há 10 anos,
novo espaço para discutir
é exatamente isso que fizemos. O
fiz uma pesquisa com um grupo de
temas ligados, especialmente,
filósofo-eticista, professor, consultor e
gerentes de produtos de médias
à ética nas organizações. Especialmente
amigo Francisco Santos é o mais novo
e grandes empresas sobre sua
em nosso segmento, estes princípios
contribuinte da ProjetoPack em Revista.
responsabilidade na criação de
universais há muito deixaram de ser praticados. Isso possivelmente explicaria o alto turnover, a baixa fidelidade dos clientes, a pouca solidez nas parcerias e o “matar e morrer pelo preço mais baixo”. Não seria incrível se pudéssemos
A ideia dessa coluna é a de contribuir com o pensamento ético nas atividades das indústrias em geral. Procurei dar foco específico nas indústrias gráficas e de embalagens, com o objetivo de criar sintonia com os agentes. Espero
produtos que sejam éticos em seus conceitos e não produzam maiores danos residuais à sociedade. Eram empresas no setor dental, alimentos, embalagens e assim por diante. Num primeiro momento, todos os
que gostem, critiquem e sugiram
gerentes informaram que tomavam os
trazer para a discussão um catedrático
reflexões a partir dos temas: ética, moral,
devidos cuidados com a concepção
no assunto? Não seria ainda mais
governança, responsabilidade e visão
dos produtos, desde a parte técnica e
incrível se este catedrático tivesse
sistêmica. Vamos nessa?
conceitual até as devidas aprovações
Francisco Santos Filósofo-eticista e consultor. Sócio-diretor da Aprendendo a Pensar e consultor associado da ProjetoPack francisco@aprendendoapensar.com.br
em órgãos competentes, embalagens
que sua responsabilidade no processo
e disposição nos pontos-de-venda.
era muito restrita, mas que poderia
fizemos uma reflexão ética e moral sobre o papel fundamental dos
ser mais abrangente. Para isso seriam necessários alguns pontos importantes: •
A direção da empresa deve
mesmos e suas responsabilidades com
conhecer ética e moral
o entorno. A conversa fluiu sobre “se
profundamente;
o pensamento ético mudava agora a
•
A discussão do propósito da
sua forma de pensar e as defesas feitas
empresa (para que ela existe)
anteriormente”.
deve ser constante;
Todos, sem exceção, falaram que,
•
Mais agentes da empresa devem
sabendo dos conceitos éticos e morais
estar envolvidos na criação de
(que não sabiam profundamente
produtos;
antes) mudariam a forma de conceber produtos e seus processos, pois não
•
O holograma da empresa (clientes, consumidores,
tinham pensado desta forma.
fornecedores, distribuidores,
Entenderam que na sua formação
colaboradores etc.) deve
intelectual, não eram de fato expostos
estar comprometido com o
aos dilemas éticos contemporâneos
pensamento ético e moral;
e, por isso, não pensavam nisso antes de conceber. Além disso, a
•
mercados e lançar produtos na frente da concorrência não dava margem de tempo para pensar eticamente. Preocupante isso, não é mesmo? As reflexões éticas foram feitas
Deve-se divulgar a postura da empresa em relação aos seus
pressão predadora das indústrias que representavam, para conseguir novos
produtos para a sociedade; •
Deve-se cobrar uma postura ética para a criação de produtos. São muitas questões que não
se esgotaram nessa reflexão. O principal é que, cada um que participou, nunca mais foi o mesmo.
com base na seguinte questão: -
Tenho o contato com eles até hoje
Imagine que sua indústria fosse
e percebo que estão preocupados
totalmente responsável pelo uso
com a sua responsabilidade. Alguns
do produto, embalagem e demais
até mudaram de área pois não
componentes, pelos usuários finais e
conseguiram mudar o modelo mental
intermediários, desde a sua concepção
de seus líderes.
até o descarte final do mesmo, não causando nenhum dano ao ambiente e ao entorno. Diante desta reflexão, após a
“
O importante é que essa discussão comece e não se esgote. Em breve ela deve atingir em cheio os parceiros das empresas. Neste caso, a
explicação sobre os conceitos corretos
sua empresa. E você? Está preparado
da ética e moral, os agentes viram
para essa discussão?
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Após as explanações individuais,
A ideia desta coluna é contribuir com o pensamento ético nas atividades das indústrias em geral”
41
ARTIGO
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Critérios para selecionar a fita de montagem adequada: Qualidade e Produtividade
42
A
flexografia se tornou o método
e registro. O que se busca com isto?
de impressão preferido por
O incremento da produtividade e
sua versatilidade, qualidade
qualidade, garantindo a rentabilidade
e velocidade. Os desafios associados
do processo. Elementos que todos
a tiragens mais curtas, redução de
perseguimos e queremos conseguir de
custos de produção e qualidade
forma fácil, correto?
gráfica superior são os objetivos
Não obstante; a escolha de variáveis
dos impressores flexográficos,
e a definição de procedimentos se
implementando principalmente novas
converteram na pedra filosofal de cada
tecnologias de gravação de clichês
impressor e onde, às vezes, a escolha
que aumentam consideravelmente o
das mesmas não é tão fácil como se
range de tons e também incorporando
supunha, havendo tantas ofertas no
máquinas de impressão com sistemas
mercado e onde se parte da premissa
automatizados de ajuste de pressão
que em época de crise o primordial
Iván Arturo Rozo Rodríguez Engenheiro Químico, Especialista em Administração e Mestre em Administração de Negócios com ênfase em mercado e conhecimentos desenvolvidos em flexografia ivan.rodriguez@lohmann-tapes.com
é o preço, busca-se sempre o mais
adesivo propriamente formulado e cuja
econômico e que satisfaça os requisitos
primeira função é permitir a união do
básicos. Queremos tornar tudo mais
clichê ao cilindro/camisa. Fácil, correto?
fácil, correto?
A verdade é que a fita cumpre um papel
entre o preço de um produto e o custo que este tem dentro do processo e onde o departamento de compras deve trabalhar de mãos dadas com o
muito mais importante e, sendo esta parte integral do conjunto do clichê (clichê + fita + camisa), que além disto deve proporcionar: •
Compensar as irregularidades e
pessoal de produção para avaliar, em
variações de medida do cilindro
primeira instância, o peso relativo de
impressor, da placa e do material
cada variável dentro da embalagem
de impressão.
e os requisitos necessários para sua aceitação; certamente, pode-se concluir que os elementos de maior
•
Minimizar as vibrações mecânicas.
•
Permitir o uso de
impacto nos custos da embalagem
compressibilidades diferentes, de
serão o substrato, tinta e solventes,
acordo com o tipo de trabalho
assim como o tempo de máquina.
(sólidos, combinações, cromias).
Enquanto a fita poderia não ser considerada tão relevante, esta contribui sim para um incremento do tempo de máquina (menor velocidade de produção e maior tempo parado), desperdício de tinta e substrato (qualidade impressa não satisfatória), e uma maior reposição de clichês por rompimento/desgaste (tendo estes um preço consideravelmente maior), resultando em um elemento que, se
Desta forma, não existe um elemento mais ou menos importante dentro do processo de impressão flexográfico e a fita deve ter relevância para garantir resultados otimizados de impressão e uma eficiência em todo o seu fluxo de trabalho.
Critérios de seleção da fita de montagem Alguns atributos da fita de
estivermos olhando somente para o preço, pode chegar a ser muito caro se
montagem, que otimizam o rendimento
não permitir que a máquina trabalhe
do clichê e tiram o melhor desempenho
em sua capacidade produtiva máxima
da máquina de impressão, são:
e imprima um produto vendável. E a escolha da fita não é um tema tão fácil, correto? A fita para montagem de clichês
•
Compressibilidade. Basicamente, a propriedade de um corpo ou material que, sob aplicação de uma pressão externa, pode
flexográficos, em sua definição básica,
reduzir seu volume, chama-
é um material que apresenta um corpo
se compressibilidade. Isto é
de espuma (geralmente polietileno
crítico para auxiliar ao clichê na
de células fechadas) ou corpo rígido,
transferência da quantidade
revestido em ambas as faces por um
correta de tinta ao substrato.
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Porém, deve-se saber a diferença
“
A fita duplaface influencia no tempo de máquina, na performance e no índice de aparas gerados no processo de impressão”
43
ARTIGO
Figura 1. Percentagem de compressão de diferentes tipos de espumas a diferentes níveis de pressão. As espumas mais macias terão uma maior deformação com ajustes baixos de pressão. Fonte: Lohmann Technologies Corp.
Dispõe-se de diferentes
elástica; é fundamental para que a
compressibilidades de espumas
impressão se mantenha constante.
para permitir sua aplicação nos
Isto adquire maior valor quando se
diferentes tipos de impressos: com
consideram tiragens grandes ou em
uma espuma muito compressível
altas velocidades, onde a fita não
(baixa densidade/macia) teremos
deve apresentar fadiga e precisa
menor ganho de pontos, mas
recuperar sua condição inicial de
faltará pressão nas áreas sólidas, ao
maneira rápida e precisa. (Figura 2)
contrário de quando diminuímos a compressibilidade (aumento da densidade). (Figura 1)
•
Reforço do corpo de espuma. A exatidão do deslocamento de pressão nas células da espuma é influenciada por este fator. Existem duas tecnologias: Película rígida de PVC/PET sobre o lado do clichê e película flexível de Polietileno sobre ambas as faces. Esta última permite propriedades de compressão e resiliência mais pontuais, com um melhor controle do ganho de pontos, como também a entrega de uma camada de tinta mais consistente. (Figura 3)
Alguns aspectos a serem considerados na seleção da compressibilidade são: os elementos gráficos a reproduzir (cromias, PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
sólidos, combinações), tipo de clichê
44
(dureza, método de gravação, forma de processamento), substrato (rugosidade, energia superficial) e a velocidade de impressão. A inclusão das tecnologias de ponto plano (FTD) demonstrou que a preferência por fitas de densidade médiaalta pode permitir o melhor equilíbrio de todos os detalhes em conjunto a uma menor pressão de trabalho. •
Resiliência. A capacidade que tem o corpo de espuma de voltar à sua
Figura 2. Fator de recuperação de uma fita acolchoada. Fonte: Lohmann Technologies Corp.
forma original depois de ter sido submetido a uma deformação
Figura 3. Películas de reforço do corpo de espuma Fonte: Lohmann Technologies Corp.
Quando a sua reputação está em jogo, nós protegemos você. Inovação de cilindro anilox desde 1979
© Copyright 2016 Praxair S. T. Technology, Inc.
Por mais de 30 anos, os impressores e convertedores de todo o mundo vêm usando os cilindros e revestimentos anilox da Praxair que se ajustam à sua aplicação e oferecem durabilidade, tempo de inatividade reduzido e maior produtividade.
www.praxair.com/printing | +55.41.3661.6200 Making our planet more productive
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Quanto vale a sua reputação?
45
ARTIGO
“
Um parâmetro importante para uma montagem eficiente é a preparação das superfícies para adesão”
•
Longevidade. A durabilidade das
níveis de adesividade que
características de compressão,
permitem suas aplicações em
recuperação e espessura da fita
ambientes de impressão específicos
por um tempo maior depende da
dependendo de: calibre do clichê,
qualidade das matérias primas e da
desenvolvimento da impressão,
tecnologia usada para sua fabricação,
velocidade de impressão,
principalmente quando um ajuste de
temperatura, etc.
pressão considerável é usado. •
Espessura. A menor variação de espessura possível, junto com a indicação exata da mesma em cada rolo produzido, se traduz em um
•
de montagem. A outra parte envolve a
máquina ao reduzir os pontos altos e
fita, para assegurar um fluxo de trabalho
baixos da superfície.
adequado durante as etapas de
Aderência. O objetivo do
montagem e desmontagem (tanto da fita como do clichê) e
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
da tarefa a ser desenvolvida na área otimização do processo de aplicação da
fácil durante as operações de
46
A escolha da fita é só uma parte
ajuste de pressão mais preciso em
adesivo é permitir um manuseio
Figura 4. Efeito de diversos sistemas de limpeza nas costas do clichê sobre a força de adesão da fita. Duas secagens foram avaliadas. Fonte: Lohmann Technologies Corp.
Técnicas de montagem
montagem, impressão e desmontagem e para reduzir os tempos de parada e/ ou perda de produtividade em cada uma delas. Sendo assim, um parâmetro importante
garantir a força de adesão desejada
para uma montagem eficiente é a melhor
entre o clichê e o cilindro/camisa
preparação possível das superfícies a serem
durante a impressão, evitando
aderidas: as costas do clichê e a superfície
o levantamento ou a perda de
do cilindro/camisa. Isto envolve por um
contato de qualquer componente.
lado o estado físico dos materiais, os quais
A maioria dos fabricantes de
devem estar livres de irregularidades,
fitas de montagem incorporam
marcas e cortes; e por outro lado, a limpeza
formulações de adesivos com
dos mesmos, removendo qualquer resíduo
base acrílica por sua versatilidade
de graxa, pó, tinta seca e outros, usando
e características de resistência à
um solvente adequado como álcool
umidade, ao envelhecimento e
isopropílico. Nas salas de montagem
aos solventes. Existem diferentes
usualmente nos deparamos com misturas de solventes que estão reguladas para a diluição das tintas em máquina, contendo ésteres (acetato de etila, propila) e ésteres de glicol (metoxipropanol, etoxipropanol). Estas substâncias não são recomendadas para entrar em contato com o adesivo das fitas porque alteram a estabilidade e a força do mesmo, dando lugar a problemas na desmontagem do clichê ou bolhas debaixo da fita. Em contrapartida, a falta de limpeza das superfícies também gera problemas de adesão, provocando uma diminuição da força real do adesivo (Ver figura 3).
47
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
ARTIGO
“
A melhor forma de concorrer neste mercado desafiador é alcançando processos mais consistentes, previsíveis e controlados”
Após o pré-tratamento superficial,
impressão desejada, a estabilidade do
é importante o uso de ferramentas que
processo (ao longo da tiragem e entre
permitam a aplicação de uma pressão
trabalhos de impressão); a eficiência de
firme e constante no momento de
operações (minimizar o tempo parado
montar a fita sobre a camisa/cilindro
e aumentar a velocidade). A escolha da
e o clichê sobre a fita. Os adesivos que
fita compressível adequada ao processo
incorporam as fitas de montagem
de cada cliente deve ser realizada
são substâncias sensíveis à pressão e,
considerando os fatores expostos e não
portanto, precisarão deste efeito para
somente o valor comercial que muitas
atingir uma umectação adequada dos
vezes pode acabar sendo enganoso
substratos a serem unidos e assim
e superficial. Na busca de melhores
alcançar uma área de contato adequada.
respostas, a Lohmann apresentou ao mercado a nova série DuploFLEX EB (Engineering Bonding) que persegue uma melhoria substancial no rendimento do adesivo com uma fórmula muito mais estável sob variações de temperatura e umidade, junto a benefícios associados a uma maior resistência aos solventes que muitas vezes alteram as propriedades do adesivo e geram problemas de levantamento de clichê, resíduos de adesivo e dificuldades na desmontagem do clichê; tudo isto visando reduzir o desperdício, melhorar os resultados impressos e estabilizar o processo de nossos clientes. No fim, a melhor forma de concorrer neste mercado cada vez mais desafiador é alcançando processos mais consistentes, previsíveis e controlados, que agreguem valor ao cliente com custos
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
razoáveis e, além disto, é bom contar com
48
a fita adequada e o apoio contínuo de um Figura 5. Aplicação da fita à camisa (superior) e do cliché à fita (inferior) Fonte: Lohmann Technologies Corp.
Concluindo: cada empresa deve otimizar o fluxo de trabalho de suas operações através da análise e determinação dos parâmetros de operação preferidos. Estes não devem ser os mais econômicos, nem os da moda, ou muito menos os usados pelos concorrentes; mas sim os que permitam conseguir a qualidade de
fornecedor confiável.
49
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
ARTIGO
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
A saga pelo acerto de cores zero – Episódio I
50
A
cor não existe. É a faculdade
uma única vez naquele instante. As
que os seres vivos têm de
diferenças, no entanto, são sutis e
capturar, reter e interpretar
o olho humano, uma ferramenta
certas parcelas ou comprimentos de
razoavelmente falível e limitada. À
onda do espectro de luz e caracterizar
ciência de mensuração e estudo da
estes dados ou informações como
cor, dá-se o nome de colorimetria.
sendo uma determinada cor, com base em experiências anteriores, aspectos culturais, influência do
Ao engodo milenar que chamamos de cor, surgiu um negócio bilionário
meio circundante e, claro, limitações
e global. Fabricantes de pigmentos e
físicas e bioquímicas. Seria mais
corantes, instrumentos e máquinas
provável assumir que não existe
para pintura, lâmpadas, aparelhos de
cor, mas “situação de cor”: um
medição, impressoras, referências de
conjunto complexo de variáveis
cores, softwares de gerenciamento
que resultará em uma determinada
e assim por diante, todos participam
cor, a um determinado observador,
deste lucrativo filão.
Andrê Gazineu Engenheiro de produção pela PUCRS com pós em gestão da produção e qualidade na IMED, mestrando em ciências matemáticas na UPF. Passagem pela Ipiranga Produtos de Petróleo, é atualmente engenheiro de produção na Plastimarau e ministra engenharia de produção na CESURG andre.gazineu@acad.pucrs.br
entrementes, passam por um ponto comum – fazem referência a um
consumidores. Uma escolha correta
“espaço de cor absoluto”.
de cores pode ser o fator decisivo na compra de um produto, na lembrança de uma marca, na geração de empatia num primeiro contato e em permanecer ou sair de um estabelecimento. A cor pode afetar o estado físico e o psicológico, influindo na ansiedade, cansaço, estresse e humor, por exemplo. Logo, o poder de definir uma cor corretamente e controlar a sua reprodução, em qualquer meio, tecnologia e local é incomensurável. Para cumprir este intento, a indústria da cor se depara com dois grandes desafios: eliminar a subjetividade do observador humano e definir a cor com precisão e parâmetros numéricos, que possam ser reproduzidos, mensurados e convertidos de um dispositivo para outro, com um nível aceitável de perda no processo. Ao primeiro desafio, a indústria suplantou relativamente bem, com o emprego de aparelhos como o colorímetro, o densitômetro, o espectrofotômetro e equipamentos híbridos que reúnem uma ou mais funções. Determinar o que seria um “observador padrão” para pautar a fabricação e a calibração destes aparelhos também não foi fácil e, até os dias atuais, passa por frequentes atualizações e revisões. O segundo empecilho é muito
Existem duas acepções para este termo: a) um espaço de cor no qual a diferença perceptual entre duas cores distintas está diretamente
“
O maior desafio é eliminar a subjetividade do observador humano e definir a cor com precisão numérica”
relacionada com a sua distância (representada em coordenadas) e b) um espaço de cor inequívoco, onde as interpretações das cores no espaço estão colorimetricamente definidas e não sofrem influência externa. Um terceiro, mas não menos relevante desafio é que, uma vez definido um observador padrão (na forma de um aparelho com determinado ajuste ou calibração), as condições de medição como tipo e intensidade do iluminante e o espaço de cor referencial, é preciso corrigir desvios qualitativos com base em critérios que priorizem a matemática (aproximações, interpolações etc.), a biologia (fatores ligados à percepção do olho) ou ambos. A esta disciplina convencionou-se o nome “gerenciamento de cores”, algo de suma importância ao setor gráfico e de embalagens, uma vez que a cor é dependente do dispositivo (uma situação de cor será bastante diferente se exibida em um monitor de computador, uma impressora doméstica ou um smartphone ou mesmo entre aparelhos idênticos, do mesmo fabricante e lote) e que, no caso da impressão, há ainda a contaminação intrínseca dos
mais difícil e não há consenso até hoje,
processos de fabricação de tintas e
tão somente práticas recomendadas
substratos, que afeta diretamente a
por indústria ou aplicação. Todas elas,
consistência e acurácia da cor.
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Tudo isso porque, sabe-se, a cor influencia a todos nós, os
51
ARTIGO
“
As propriedades que utilizamos para distinguir cores diferentes são o brilho, matiz e saturação”
Nesta edição da ProjetoPack, com o auxílio de amigos colaboradores
pretende estabelecer uma ponte entre
da referida indústria, especialistas
a comunicação ser humano -máquina,
em tecnologia gráfica, tintas, pré-
melhorando a sua interface.
impressão, gerenciamento de cores e processamento de imagem digital, começaremos uma saga que visa esclarecer o processo de gerenciamento de cores e responder à “mitológica” questão: - É possível acertar uma cor usando somente um espectrodensitômetro? Todo mundo quer um acerto de cores rápido e eficaz – o chamado Color Matching perfeito (ajuste de cor). A seguir, exploraremos mais a
da cor pelo ser humano, influenciada por aspectos culturais, fadiga visual, idade, saúde ocular, predisposição genética e uma infinidade de outros fatores, há muitas décadas empresas e instituições (tais como a CIE – Comission Internationale de l’Eclairage o fez, em 1931, ao propor o Triângulo da CIE) buscam propor um sistema de avaliação de cores objetivo e isento, fundamentado no espectro visível e nas medições
de cor e iremos, edição por edição,
nanométricas de seus componentes
construindo o arcabouço que nos
fundamentais, os picos ou valores
permitirá responder à questão. Até lá,
tristimulus percebidos pelas
bom aprendizado!
células-cone de um olho humano
Um dos campos de maior interesse e que se desenvolveu de forma quase instantânea é o de processamento de imagem digital – o emprego de operações computacionais para processar imagens geradas por meios digitais. PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Dada a subjetividade de análise
fundo o que está por trás dos espaços
Um breve apanhado histórico
52
de máquina. Ou seja, esta ciência
Suas aplicações cumprem várias
dito normal. Um modelo de cor é fundamental para aprender como cada cor dista, dentro de um espaço tonal definido, de outra cor. Os diversos modelos de espaço de cores são usados para diferentes aplicações, tais como: computação gráfica, processamento de imagem, impressão gráfica, transmissão de TV entre outros. Com o conhecimento de modelos
exigências da vida moderna e a sua
de cores e diferentes formatos que
demanda aumenta exponencialmente,
podem representar a informação
com a popularização dos meios de
de cor da imagem digital, vamos
obtenção de imagens digitais como
partir do pressuposto que a entrada
os smartphones, tablets, câmeras
foi concebida por uma câmera ou
fotográficas digitais, aparelhos
scanner, que pode reconhecer três
médico-hospitalares, satélites e
comprimentos de onda elementares:
assim por diante. As principais áreas
vermelho, verde e azul, oriundos e
de aplicação de processamento de
formadores do feixe de luz branca.
imagens existem para melhorar a
As propriedades que utilizamos
informação e compreensão humana
para distinguir cores diferentes são
da imagem em questão, assim
o brilho, matiz e saturação. Estes
como representa-la em linguagem
parâmetros são classificados em dois
FIQUE DE OLHO NO FUTURO
Vendas de peças para as linhas: SOLUTION, MILLENNIUM, SLEEVE, GEARLESS LAMINADORAS - SOLVENTLESS E BASE SOLVENTE
Assistência técnica com profissionais altamente qualificados Solução integrada para serviços de assistência técnica e venda de peças de reposição em flexografia.
Consulte-nos 55 41 3677-7060
/ 9971-7903 w w w. f l e x o p r e s s . c o m . b r IHM, controladores e drives (Compumotor Parker) eletrônicos em geral
Vedações
• Travamento hidráulico individual • Diagnósticos de defeitos de impressoras e laminadoras • Suporte técnico a impressoras e laminadoras • Remoção de equipamentos com agilidade, conhecimento e segurança
Engrenagens, motores de passo, molas-prato para mancais hidráulicos
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Retrofit em impressoras e retífica de Tambor Central
futura2000@onda.com.br
A FLEXOPRESS está sempre em desenvolvimento tecnológico, e por isso oferece o que há de melhor em peças de reposição e serviços de assistência técnica em flexografia.
53 Controles remotos para ajuste de cores
ARTIGO
componentes; luminância (brilho) e
assumir outros formatos geométricos.
crominância (matiz e saturação). Deste
O arranjo tridimensional criado por
modo, podemos reconhecer cor.
Munsell deu origem aos modelos de
Sobre os modelos de cores
cor como HSV, HLS e HSB.
Um modelo de cor é uma representação gráfica de um sistema para mensuração de cores, na medida em que podem ser percebidas pelo olho. Tipicamente, modelos de cores têm três ou quatro componentes espaciais que, quando combinados, geram as mais diferentes tonalidades possíveis dentro do espectro visível. A mais antiga organização espacial da percepção humana das cores foi o modelo tridimensional de cor Munsell Color System, criado pelo Professor de arte, pintor e inventor americano Albert Henry Munsell. Era o sistema mais familiar a um moderno espaço de cores independente, tal qual conhecemos hoje. Munsell representava em uma forma cilíndrica circunspecta num círculo, três dimensões da cor traduzidas em valores de luminosidade, matiz e saturação (pureza da cor), e foi o primeiro modelo a isolar e atribuir PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
valores matemáticos aos três atributos
54
de cor independentes. A grande importância deste modelo reside no espaçamento uniforme e individual dos atributos de uma cor - a ideia principal de Munsell. Na figura ilustrativa (figura 1), o
Figura 1
O parâmetro cor, conforme figura 2, consiste de 5 cores de base e 5 secundárias. As cores do sistema Munsell em saturação máxima: Vermelho (R), Amarelo (Y), Verde (G), Azul (B),Violeta (P), Laranja (YR),Verde-amarelo (GY), Azul-verde (BG), Azul-violeta
matiz, também conhecido como hue é
(PB),Vermelho-violeta (RP).
disposto em um eixo circular, a “pureza”
O parâmetro V (value) ou
da cor ou chroma, no eixo radial e a
luminosidade, variando de 0 a
luminosidade, “value” (ou lightness),
10, em que 5 é o valor médio
disposta no eixo vertical. Este modelo
e 10 é o branco. O parâmetro
de cores elaborado por Munsell não se
C (chroma) ou saturação,
limita à forma de um cilindro, podendo
variando de 0 a 12 ou mais.
Figura 2
55
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
ARTIGO
cinza na diagonal principal dos valores de preto (0,0,0) e no canto oposto os valores brancos (1,1,1). Isto é, adotado como o modelo de cor basilar para a maioria das aplicações de imagem que, uma vez obtidas por meios digitais, não requeiram novas transformações para a sua exibição em tela. (figuras 3 e 4) Podemos considerar o modelo CMY (cyan, magenta e amarelo) inverso ao modelo RGB. O CMY é baseado num modelo subtrativo (mescla subtrativa) das cores complementares, no que diz respeito ao corante ou pigmento de cor. Também chamado de cor-pigmento, é a representação da subtração de luz primária (RGB) pelos pigmentos, agindo como filtros de suas Figura 3
cores complementares e permitindo a passagem da luz de suas nãocomplementares. Geralmente usado para dispositivos de saída tais como impressoras, a representação do modelo é mostrado na figura 5. A Comissão Internacional de Iluminação, conhecida pela sigla CIE, adotou em 1976 o espaço de cor CIELUV (L**, u*, v*), uma transformação para computador do modelo CIE XYZ de
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
1931, vulgarmente conhecido por sua
56
Figura 4
Figura 5
Um dos espaços de cor mais famosos é o modelo RGB. É facilmente
abreviação CIELab e é este que iremos adotar. (figura 6) Um espaço de cores da escala
compreendido por ser representado
CIELab é um espaço tonal com o eixo
como um cubo. Das três cores primárias
L para a intensidade e a e b para as
aditivas (vermelho, verde e azul) é
dimensões da natureza da cor, com
de onde o nome dos modelos tem
base, por exemplo, o espaço de cor
sido derivado. A chamada “cor-luz” ou
CIE XYZ, mas não obedecendo uma
“síntese aditiva” é a base de pensamento
relação linear entre as coordenadas.
para a elaboração de todos os modelos
O modelo Lab inclui todas as cores
de cor empregados no processamento
perceptíveis, o que significa que a sua
de imagem digital possuindo valores
gama excede a dos modelos de cores
de cor no intervalo [0,1] com valores de
RGB e CMYK (por exemplo, ProPhoto
RGB inclui cerca de 90% de todas as cores perceptíveis). Um dos atributos mais importantes do Lab é a independência do modelo. Isto significa que as cores são definidas independentemente da natureza de sua obtenção. Neste sentido, o espaço de cor Lab é usado para impressão quando os gráficos têm que ser convertidos de RGB para CMYK, visto que o espaço de cor Lab possui em sua gama tanto o RGB quanto o CMYK. Também é usado como um formato de intercâmbio entre diferentes sistemas de cor devido a sua supracitada independência. A grandeza L representa o preto mais escuro na L = 0, e o branco mais brilhante na L = 100. Os canais de cor,
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Figura 6
57
ARTIGO
“
O padrão de iluminante normatizado é o CIE D50”
a e b fornecem a identidade tonal da cor. Quanto mais positivo o a, maior sua inclinação para o vermelho. Quanto ao b, quanto maior sua inclinação ao positivo, mais amarela a cor será. O escalonamento e os limites da escala CIELab dependerá da aplicação específica da cor em questão, mas a gama de ± 100 ou de 127 - 128 é a mais aceita. O espaço de cores 1976 CIELAB foi derivado do “mestre” CIE 1931 de espaço de cores antes XYZ, que pode prever quais as distribuições de potência espectral serão percebidas como a mesma cor, mas que não é particularmente uniforme. O espaço
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
de cor CIE XYZ resultou de uma série de
58
ponto branco também seja especificado.
A saturação ou pureza é dada pelo tom de
Muitas vezes, na prática, o ponto branco
cinza presente. Quanto menor a saturação,
é assumido como um padrão a se seguir
mais cinza terá; maior a saturação, mais
e não é explicitamente o padrão. O
limpa será a imagem. Quanto menor
padrão de iluminante normatizado é o
esse valor, mais acinzentada aparecerá a
CIE D50 (luz do dia).
imagem. Quanto maior o valor, mais pura
Este aumento de brilho por saturação, que se intensifica pari passu a saturação aumenta, pode melhor ser chamado
Esse sistema foi concebido por Alvy Ray Smith nos anos setenta e se trata
“branco” ou luminância acromática é o
de uma transformação não-linear do
padrão de comparação.
sistema de cores RGB. Outros sistemas
Como o espaço do laboratório é muito maior do que a gama reproduzida por monitores de computador, impressoras ou até mesmo a visão humana, uma imagem bitmap representada como Lab requer mais dados por pixel para se obter a mesma precisão com RGB ou bitmap CMYK. Não foi utilizada a letra B para não confundir com o B do RGB. Para os autores, muitas cores dentro do espaço Lab estão fora
por William David Wright e John Aliança,
da gama da visão humana, e são,
fortemente influenciados pelo sistema de
portanto, puramente imaginárias; estas
cores Munsell. A intenção de ambos os
cores não podem ser reproduzidas
espaços de cor “Lab” é criar um espaço que
no mundo físico. Embora o software
possa ser calculado através de fórmulas
de gerenciamento de cores, como o
simples do espaço cartesiano XYZ, mas de
construído em aplicações de edição
modo mais uniforme.
de imagem, irá escolher a melhor aproximação in gama, mudando
que uma alteração da mesma quantidade
leveza, chroma, e, às vezes de matiz
de um valor de cor deveria produzir uma
no processo de convergência. No
alteração de aproximadamente a mesma
âmbito flexográfico, o espaço de
importância visual. Ao armazenar cores
cores empregado é o Lab porque seu
em valores de precisão limitada, isto pode
escalonamento é mais consistente com
melhorar a reprodução de tons. Ambos
diferença perceptual humana.
os espaços Lab são, em relação ao ponto
brilho da cor (0 a 100%).
de luminância cromática, uma vez que
experimentos feitos no final dos anos 1920
Percentualmente uniforme significa
é a imagem. Brilho ou valor determina o
Por fim, têm-se os espaços de cor HSI,
de cores relacionados incluem o HSL (L de luminosidade) e o HSI (I de intensidade). (tabela 1)
Conclusão Algumas das características do modelo de cor são utilizado em diferentes campos de aplicação, tal qual o espaço RGB se adapta perfeitamente em fontes emissoras de luz como os monitores. Já o modelo CMY é utilizado em dispositivos não emissores de luz (como impressoras). O HSV possui o elemento angular que é fundamental à percepção tonal, enquanto o modelo CIE La*b* é o que cobre integralmente e de maneira uniforme a gama de cores, mas é naturalmente contraintuitivo. A tabela acima exibe as vantagens e desvantagens dos modelos mais habituais. É importante salientar que cada modelo de cor têm sua própria representação espacial e componentes, com a capacidade de transformar de uma tonalidade para outra através de fórmulas padrão. Neste artigo, fez-se uma revisão de alguns modelos de
branco, similares ao modelo XYZ, pois os
HSL, HSV que possuem como conceito
cores utilizados na indústria, com a
dados foram convertidos a partir deste
base a ideia do sistema visual humano.
demonstração característica de cada
Esses modelos compreendem a matiz
sistema. A seleção do modelo adequado
espaço de cor.
(tonalidade) e todas as cores do espectro,
para uma aplicação específica depende
de cor anteriormente explicado não
desde o vermelho até o violeta mais
das propriedades do modelo e da
define cores absolutas, a menos que o
amagentado. Admite valores de 0º a 360º.
natureza de sua aplicação.
Conforme o mesmo autor, o espaço
35
PROJETOPACK • Ano X - Edição 55 - Mai/Jun 2016
Tabela 1
Tabela comparativa entre espaços de cor: vantagens e desvantagens MODELO DE COR Munsell
VANTAGEM Diferenças de cores são regulares
DESVANTAGEM Não aplicável
Sem transformações requeridas para exibir informação no ecrã, por esta razão que RGB
considerou como o espaço de cor de base para várias aplicações. Usado na exibição de vídeo por causa da propriedade aditiva e considerado como
Não útil para especificação de objetos e reconhecimento de cores. É difícil determinar uma cor específica no modelo RGB.
computacionalmente prático. CMY CIE XYZ CIELab
Comumente utilizado na produção gráfica Utilizado para misturar a cor por transformar representação e é percebido como uniforme. Percebido como uniforme
Uma vez que é um modelo subtrativo, os componentes são pigmentos e não cores. Modelo de difícil visualização Modelo não intuitivo Indefinidos pontos de matiz acromáticas conjugam
Traduz plenamente a percepção do olho humano
instabilidade na tonalidade, devido à angular natureza do recurso.
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
HSV
59
CALENDÁRIO GUIA DE COMPRAS
Acessórios e consumíveis
Máquinas
Tel.: 55 11 3966-3155 www.adexim-comexim.com.br
Tel.: 55 19 3371-4772 www.alternativaflexo.com.br
Av. Casa Verde, 1758 - Casa Verde 02520-100 - São Paulo/SP
Rua Dom Pedro II, 2272 - Nova America 13419-210 - Piracicaba/SP
Tel.: 55 11 4043-4230 www.flexopower.com.br Av. Paranapanema, 458 Jd. São Judas Tadeu - 09930-450 Diadema/SP
Tel: +55 41 3677 2678 sac@apexlatinamerica.com www.apex-groupofcompanies.com
Tel.: 55 11 9.9657-7739 ID: 55*9*82425 www.famaflexo.com.br
Tel.: 55 41 3653-2979 www.flexolinea.com.br
Tel.: 55 41 3677-7060 Cel.: 55 41 9971-7903 www.flexopress.com.br
Rua Cruzeiro do Sul, 857 83324-423 - Pinhais/PR
Tel.: 55 41 3301-7300 www.laserflex.com.br Tel.: 55 11 97512-2122 www.inovagraf.com.br
Tel.: 55 11 4221-9913 www.steelknife.com.br Rua Gen. Humberto de Alencar Castelo Branco, 48 - São Caetano do Sul/SP
Tel.: 55 41 3661-6200 www.praxair.com/printing
Av. Maringá, 553, Vl. Emiliano Perneta 83324-000 - Pinhais/PR
Tel.: 55 11 3675-3053 Fax: 3675-3054 www.steelserv.com.br Rua Tito, 1021 - São Paulo/SP
Tel.: 55 41 3021-8100 www.tesabrasil.com.br Av. João Gualberto, 1259 18º andar Alto da Glória - 80030-001 Curitiba/PR
www.hp.com/br
Tel.: 55 41 3283 3422 www.ngcinterface.com Rua Antônio Singer, 2885 - Campo Largo da Roseira - 83.090-480 - S. J. Pinhais / PR
Tel. 51 3649.8500 - Ext. 135 Fax: 51 3649.8515 Estrada Buarque de Macedo, 4499 95780-000 - Montenegro/RS
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
Pré-impressão
58
Tel.: 0800 013 23 33 www.3m.com.br 3M do Brasil - Caixa Postal 101 13170-970 - Sumaré - SP
Tel.: 55 19 3869-5943 www.alphaclicheria.com.br
Tel.: 55 11 3868-5090 www.fotograv.com.br Av. Francisco Matarazzo , 1752 Cond. Casa das Caldeiras - Cj. 1.116 Barra funda -São Paulo/SP
Tintas e Solventes
Tel.: 55 11 3487-9224 www.oxea-chemicals.com
Tel.: 55 41 3362-1415 www.zanatto.com.br Av. Comendador Franco, 165 Curitiba/PR
Serviços
Tel.: 55 11 3568-6500 www.tupahue.com.br
Tel.: 55 19 3404-3240 \ 3441-7784 www.uniplastic.com.br
Tel.: 55 11 4055-5923 www.yellowpack.com.br
Rua Luiz lawrie Reid, 454 09930-760 - Diadema/SP
R. Abelardo Pinto de Lemos, 2258 13487-508 - Limeira/SP
Av. Doutor Ulysses Guimarães 984, 09990-080 - Diadema/SP
PROJETOPACK • Ano X - Edição 56 - Jul/Ago 2016
GUIA DE COMPRAS
59