ProjetoPack em Revista (ano IX) - Edição 52

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O QUE O DONO DE MARCA ESPERA DO CONVERTEDOR?

Um pouco sobre a visão dos seus clientes! PRODUZINDO MAIS COM MENOS: Melhorando a eficiência da produção com a adoção do programa OEE

OLHANDO PARA 2015 E PLANEJANDO 2016: Retrospectiva e perspectivas

NOVA GERAÇÃO DE SOLVENTES PROPÍLICOS PARA FLEXOGRAFIA Uma visão geral do produto

UM SISTEMA DE VÍDEO INSPEÇÃO É SUFICIENTE

Para atender a exigência dos clientes?

Fusões e aquisições: retrospectiva 2015

Pág. 48


20 anos

Beta 8

Beta 8

Impressora flexográfica

• Set up rapidíssimo (sistema sleeve). • Estrutura do grupo impressor fechada (tipo monobloco). • Camisa porta clichê. • Camisa anilox. • Fusos de esfera pré-carregado e guias lineares que garantem altíssima precisão das unidades de impressão. • CNC para posicionamento dos cilindros do grupo impressor com acionamento por servomotor com encoder absoluto. • Sistema “Gearless” (sem engrenagem) com motor principal montado no eixo do cilindro central. • Sistema “doctor blade” com posicionamento automático e revestimento antiaderente. • Troca automática de bobinas na entrada e saída dotadas de elevador para posicionamento e descarga das bobinas. • Altíssimo controle de tensão do filme mediante controle por células de carga, eixo eletrônico, balancim e “taper tension” nas diversas unidades da impressora.

• Tela de comando de 15 pol. e sensível ao toque. • Secagem final e entre cores de altíssimo rendimento podendo se fornecido por aquecimento elétrico ou a gás. • Cilindro central e calandra dupla de saída dotadas de sistema para refrigeração do liquido refrigerante. • Central eletroeletrônica montada em container climatizado. • Lubrificação centralizada automática e pré- programada. • Botoeira moveis sem fios. • Gerenciador de produção. • Sistema de vídeo inspeção com auto registro. • Sistema de controle automático de viscosidade. • Assistência técnica remota via internet.

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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

ESPAÇO DO LEITOR

3


índice PROJETOPACK

6

EDITORIAL

8

ARTIGO

16

ARTIGO

Mais um ano se encerra. Para a ProjetoPack em Revista, o nono ano de sua história. Vale uma breve retrospectiva do que fizemos como revista e como consultoria em 2015 ao mercado de embalagens flexíveis, etiquetas, rótulos e impressão

08

OEE

Produzindo mais com menos: melhorando a eficiência da produção com a adoção do programa OEE

Olhando para 2015 e planejando 2016: Retrospectiva e Perspectivas

24

48

ARTIGO Um sistema de vídeo inspeção é suficiente para atender a exigência dos clientes?

30 CAPA PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

O que o dono de marca espera do convertedor?

4

44 ARTIGO

Nova geração de solventes propílicos para flexografia – uma visão geral do produto

48 FUSÕES E AQUISIÇÕES Transações envolvendo empresas brasileiras

Lista das principais transações envolvendo empresas brasileiras e companhias do exterior em 2015 Fusões e aquisições notáveis de 2015 Retrospectiva de fusões e aquisições em nosso setor ao longo de 2015

Fusões e Aquisições: retrospectiva 2015

30


ESPAÇO DO LEITOR

Tudo o que a flexografia pode ser.

E

stamos chegando ao fim da nossa “novela” Kodak – Zanatto – ProjetoPack. Neste capítulo, você

verá logo ao lado, toda a tecnologia embarcada de pré-impressão flexográfica em apenas um centímetro quadrado de fotopolímero: alta definição e densidade, reprodução pixel por pixel, flat top dots (pontos de topo plano), aplicação de retícula de superfície Digicap NX, retícula Maxtone Hyperflex NX e muito mais – tudo isso obtido no poderoso Prinergy PowerPack e gravado na plataforma Kodak Flexcel NX Advantage. Surpreenda-se olhando o centímetro quadrado com seu melhor conta-fios e não se esqueça de baixar o arquivo tiff de 1 bit que originou este clichê. Posicione seu melhor conta-fios e veja

até onde você pode ir com a flexografia. O limite não está mais em igualarse à rotogravura ou mesmo offset. O Cole aqui o Clichê!

limite está em superá-los, cercando-se dos melhores parceiros e das melhores

1ª Etapa- Ed. 50

2ª Etapa - Ed. 51

3ª Etapa - Ed. 52 (atual)

Imagem colorida em RGB, adquirida no banco de imagens Istockphoto.com. Possui altas luzes, sombras e sólidos, elementos complexos para uma impressão com alta qualidade sem a utilização dos melhores recursos de pré-impressão.

Imagem colorida CMYK, trabalhada com a menor quantidade de intervenções do operador, convertida em CMYK, porém preservando atributos do original RGB. Guarde essas imagens, pois você irá se surpreender na próxima edição.

TIFF 1 Bit que gerou o cm2. Inspecione em seu software de conferência digital e compare se todos os grafismos estão realmente gravados. Entenda que a chapa de impressão vai muito além de um cm2.

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

tecnologias.

5


EDITORIAL Aislan Baer Editor Chefe Sócio-diretor da ProjetoPack & Associados e editor da ProjetoPack em Revista. Atua há mais de 15 anos na área de embalagens flexíveis, rótulos e impressão, ministrando cursos, palestras e consultoria por todo o hemisfério sul. Mestre em gestão estratégica e economia empresarial pela USP, é membro dos comitês técnicos e consultivos da IoPP (Institute of Packaging Professionals) e especialista na implantação de normas flexográficas pela FTA - Associação Americana de Flexografia.

EDITORIAL

M

ais um ano se encerra. Para a ProjetoPack em Revista, o nono ano de sua história. Vale uma breve retrospectiva do que fizemos como revista e como consultoria em 2015 ao mercado de embalagens flexíveis, etiquetas, rótulos e impressão: • Trabalhamos ostensivamente em treinamentos in-company às empresas de rotogravura, flexografia e conversão de embalagens flexíveis, etiquetas e rótulos no Brasil. Este ano, superamos a cifra acumulada de mais de 250 indústrias atendidas com processos de capacitação, especialmente no chão-da-fábrica;

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

• Editamos mais seis números de nossa publicação, encerrando o período com a 52ª edição da ProjetoPack em Revista, sempre abordando os principais temas de interesse do setor, da forma mais técnica, abrangente e objetiva que nos foi possível. Neste ano, ampliamos nossas fronteiras com a efetivação de nossa revista digital, que caminha em paralelo com a versão impressa;

6

• Consolidamos nossa participação junto ao mercado moveleiro com a realização do seminário Movelprint 2015, o primeiro evento técnico especializado em tecnologia de impressão para as indústrias moveleiras, fitas de borda e revestimentos em geral. O evento registrou mais de 100 proprietários, diretores e gerentes ligados aos processos de impressão das referidas indústrias no pólo moveleiro de Arapongas, Paraná; • Prosseguimos com nosso carro-chefe, a consultoria especializada em processos de impressão – auxiliando clientes a imprimirem melhor, com menor custo, maior qualidade, consistência de resultados e fidelidade em relação aos padrões e referências. Somente em 2015, mais de 20 clientes receberam nossos serviços de consultoria;

• Crescemos exponencialmente no setor de M&A (fusões e aquisições) de embalagens flexíveis, etiquetas e rótulos, cumprindo com sucesso mais de seis mandatos no país e dois no exterior, tanto como “deal hunters”, como desempenhando o papel de advisor técnico destas operações; • Iniciamos um trabalho de assessoria para a exportação de embalagens flexíveis, etiquetas e rótulos a alguns clientes selecionados, algo que seguiremos em 2016. Nesta última edição do ano, trazemos a tão esperada “Retrospectiva Setorial”. Foi um ano tenso, agitado e desfavorável, mas o momento de se fortalecer é agora. De olhar para os pontos nevrálgicos do processo e arrumar a casa. Lembrem-se que as externalidades são comuns ao mercado, a competitividade está dentro das empresas. Por fim, o artigo da capa tenta responder, de forma despretensiosa, mas corajosa, o que esperam os donos de marca de seus fornecedores de embalagens. Uma pergunta complexa, cheia de nuances, mas com conceitos que podem ser pontuados com firmeza. Esperamos que os amigos leitores, anunciantes e colaboradores tenham todos um ano de 2016 repleto de saúde, energia e, acima de tudo, esperança e paixão pelo negócio. A paixão é o motor que nos impulsiona a levantar cedo e encarar a batalha diária do trabalho. A esperança, a bússola que nos faz, mesmo em meio ao céu mais tempestuoso, encontrar mares mais serenos para ancorar nosso bote. E que não esqueçamos nunca da lei universal de que “depois de toda tempestade, vem, enfim, a bonança”. Bom fim de ano e até Janeiro!

PROJETOPACK EDITOR Aislan Baer diretoria@projetopack.com DIRETOR DE CONTEÚDO Lorenzo Baer GESTORA DE CONTAS E ESTRATÉGIA DE MÍDIA Deise Moraes PROJETO GRÁFICO E GESTÃO DE MÍDIAS SOCIAIS Agência Convertty contato@convertty.com JORNALISTA RESPONSÁVEL Fabio Silberstein (MTB 49036) COMITÊ EDITORIAL Alexandre Zanolini Genicola Grupo CBS Elos André Rezende HP do Brasil Prof. Antonio Cabral Universidade Mauá Enio Koetz ProjetoPack & Associados Eudes Scarpeta Scarpeta Treinamentos Joaquim Morais Trenton Consultoria Prof. Lincoln Seragini Seragini Farné Guardado Prof. Lorenzo Baer SENAC Lapa Scipião Wilson Paduan Tecnosolutions Wilson Ramos Junior Inovagraf CONTATOS DE PUBLICIDADE E ASSINATURAS (Para assinar ou adquirir edições anteriores e para participar como patrocinador da publicação) E-mail: revista@projetopack.com Fone: (11) 3258-7134 Não é permitida a reprodução total ou parcial de textos ou matérias publicadas sem a prévia autorização da ProjetoPack em Revista. Para análise e autorização de reprodução, contatar a publicação no e-mail atendimento@projetopack.com. Todos os artigos são assinados por seus autores e não refletem necessariamente a opinião desta revista.


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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

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7


ARTIGO

OEE

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

Produzindo mais com menos: melhorando a eficiência da produção com a adoção do programa OEE

8

E

specialmente em uma economia

devido à resistência perante a

lenta, as empresas de conversão

renovação e ao aperfeiçoamento.

precisam fazer com que cada

Isso é um desdobramento normal na

segundo de produção seja aproveitado.

ordem natural das coisas humanas

Atuamos em um mercado onde a

e, no entanto, não deixa de afetar

falta de método vai se elevando e,

profundamente as organizações.

em alguns setores, chega a uma

Por exemplo, podemos observar

ausência completa. Ao passo em que a

a constante busca das empresas

humanidade inaugura cada época do

por diferenciação, redução de

nosso ciclo de existência, cada inovação

custos e maior competitividade,

pode ser vista com uma grande

utilizando-se para tal de uma série de

oportunidade aos que se adaptam, ou

novidades tecnólogicas, sistemáticas,

uma terrível ameaça aos que acabam

quantificadoras e administrativas. Ante

tragados pelo desenvolvimento,

a situação atual em que tanto se fala em


Marcos Roberto de Oliveira Possui formação em desenho industrial e MBA em gestão de projetos pela FGV. Com ampla experiência na impressão de embalagens flexíveis, processos industriais e melhoria contínua, é o responsável técnico pela área de impressão roto UV da indústria moveleira Linea Brasil, em Arapongas, Paraná. marcos.oliveira1@gmail.com

globalização, o mundo caminha cada

decisões como máquina parada,

vez mais para uma economia aberta

desvio de qualidade do produto ou

e sem fronteiras, o que possibilita às

processo, tempo de setup fora da meta

corporações transnacionais concorrer

estimada e assim por diante. Quase

diretamente com empresas locais, que

tudo na produção exige resposta com

antes eram líderes nos seus mercados

a produção ainda em curso - “trocar o

de origem.

pneu com o carro andando”.

Como consequência, as empresas

Segundo Selichi Nakajima, existem

estão buscando a máxima utilização de

três origens principais para as perdas de

todos os seus recursos disponíveis. O

produção:

gerenciamento da produção é uma das atividades mais difíceis de ser executada em uma fábrica, afinal de contas a fábrica gira em torno da linha de produção. E praticamente o dia a dia do gestor de produção é apagar incêndios. - Ou estou exagerando? O que já se sabe é que para se gerenciar de forma adequada, é fundamental ter informações sobre

Na gestão fabril, a dimensão do tempo deve ser considerada tão importante quanto a precisão e confiabilidade das informações”

• Perdas relacionadas a paradas de equipamentos; • Perdas devido ao equipamento não funcionar na velocidade padrão; • Perdas de produtos que não cumprem a especificação. A partir destas três origens, foram definidas as seis grandes perdas dos equipamentos produtivos:

o que está acontecendo, seja gestão financeira, gestão comercial, gestão de pessoas etc.; é preciso ter informação

1- Avarias / Falhas 2 - Setup / Ajustes e ou outras paradas

3 - Pequenas pardas

5 -Refugos e Retrabalhos

4 - Perda de Velocidade

6 - Perdas de arranque

com qualidade, verdadeira, e que reflita a realidade (não enviesada). Mas por essa informação, além de verdadeira,

Paradas

Perdas de Velocidade

Defeitos

tenha de ser em tempo real? A expressão “tempo real” implica que a dimensão tempo deve ser

Redução do tempo

Redução da

Produtos

disponível para

eficiência do

Defeituosos ou

produzir

equipamento

rejeitados

DISPONIBILIDADE

PERFORMANCE

QUALIDADE

considerada tão importante quanto a precisão da informação em si. Uma informação financeira para uma indústria tem uma dinâmica que, na maioria das vezes, não requer a tomada

Quando falamos em indicadores,

de decisão imediata. O mesmo ocorre

queremos dizer que são índices

com a gestão de recursos humanos ou,

representados de forma quantitativa,

ainda, com a gestão do estoque.

com o monitoramento frequente de

Na gestão da produção, o imediatismo impera na tomada de

sua evolução frente a um valor ideal ou “meta”; a gestão deve ser ordenada e

Figura 1: As Seis Grandes Perdas Fonte: Autoria própria

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

que a gestão da produção precisa que

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ARTIGO

Com o tempo, o OEE passou a designar não só a eficiência de uma máquina, mas também de um conjunto de máquinas, linhas de produção ou mesmo de plantas industriais inteiras”

eficiente na averiguação do resultado

Quando o Japan Institute of Plant

das ações propostas, planejadas e

Maintenance (JIPM - Instituto Japonês

implementadas, bem como o custo

de Manutenção Industrial) oficializou

operacional destas implantações e os

como calcular corretamente o OEE, a

resultados auferidos.

intenção do JIPM foi obter um índice

O objetivo principal da Gestão de Indicadores está ligado à satisfação de todos os envolvidos, onde os fatos e dados são concretos e possibilitam a tomada de decisão no tempo adequado:

que pudesse servir para todas as indústrias japonesas e que permitisse servir de base comparativa para se avaliar o desempenho operativo de máquinas – do teórico ao real e de uma máquina ou fábrica para outra. Com o tempo, o OEE passou a

FATO + DADOS = TOMADA DE DECISÃO

designar não só a eficiência de uma máquina, mas também de um conjunto

Para avaliarmos se algo é bom ou ruim, é necessário provar, experimentar e testar. Para uma avaliação ainda mais apurada, é necessário ter uma referência para comparar - saber se é melhor ou pior sempre implica em comparar uma coisa com outra.

Surge enfim o OEE O OEE – “Overall Equipment Effectiveness” ou “Eficiência Geral ou Global do Equipamento ou Máquina”

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

foi originalmente concebido

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de máquinas, linhas de produção ou mesmo de plantas industriais inteiras. O JIPM criou então o conceito de World Class OEE, que são plantas produtivas e eficientes, com índice OEE igual ou acima de 85%, e concluiu que a média da maioria das empresas japonesas da época tinha um OEE em torno de 60%.

A máquina perfeita “Se durante um período de tempo

dentro do sistema de gestão da

não existem perdas de nenhum tipo,

manutenção, desenvolvido pela

isto é, o equipamento esteve sempre

Toyota e conhecido como TPM

apto a produzir quando necessário

ou Total Productive Maintenance

(DISPONIBILIDADE) e produziu sempre

(Manutenção Produtiva Total).

produtos sem defeitos da primeira

O OEE se aplicava no início a máquinas que integravam a linha de produção das indústrias automobilísticas, onde os próprios operadores eram treinados à execução de algumas tarefas de manutenção

vez (QUALIDADE) e a uma velocidade máxima definida como padrão da velocidade mecânica (DESEMPENHO), então se diz que o equipamento operou com 100% de OEE. ” Fabricantes de ponta quantificam

(manutenção autônoma), algo que

o OEE de suas linhas produtivas e

no modelo tradicional americano

processos, como parte de seus esforços

era de responsabilidade exclusiva da

para aumentar o tempo de operação

equipe de manutenção. Desde então, a

líquido e a produtividade. A melhoria do

metodologia OEE passou a ser a forma

OEE é vista como um fator importante

mais difundida de medir a eficiência na

para obter e manter uma vantagem

área industrial.

sustentável sobre os concorrentes.


Porém, a otimização inteligente do

esteve apto (disponível) a produzir,

OEE requer mais do que simplesmente

quando necessário ou demandado.

analisar valores de tempo de operação

Os motivos de indisponibilidade são

e produção. Essa otimização demanda

as Paradas Planejadas e Paradas Não

uma análise mais a fundo para descobrir

Planejadas. (Figura 3)

as razões por trás dos números e as oportunidades reais de melhoria. Por que utilizar o OEE? • Indicador utilizado nas maiores e melhores indústrias mundialmente conceituadas;

A disponibilidade impacta diretamente: • Na redução da quantidade de produto produzido por período; • Possível necessidade de execução de horas extras;

• Permite visualizar o passado, presente e futuro;

PERDAS

• O indicador é visualizado por todos

1. Quebra/Falha

os níveis hierárquicos da empresa;

Disponibilidade

• Ferramenta capaz de identificar as

2. Setup e regulagens 3. Perdas/Engenharia

perdas e suas causas primárias.

Mas, afinal de contas, como é calculado o OEE?

4. Pequenas paradas OEE

Performance 5. Queda de velocidade

Para calcular o OEE é necessário medir 3 índices de máquinas, linhas ou células produtivas: Disponibilidade, Desempenho e Qualidade. São valores percentuais de cada índice que compõem o OEE. (Figura 2) O cálculo do OEE é feito

6. Refugo Qualidade 7. Retrabalho Figura 2: Elementos da Eficácia Global de uma máquina Fonte: Autoria própria

3 índices. Parece fácil não é? A conta é fácil, o difícil é obter esses dados com confiabilidade e em tempo real, para a tomada de decisão, como já falamos anteriormente. OEE = índice de disponibilidade x índice de eficiência x índice de qualidade

Disponibilidade É o indicador que contempla o percentual do tempo em que o recurso

Figura 3: Índice de disponibilidade Fonte: Autoria própria

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

simplesmente multiplicando-se estes

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ARTIGO

• Ociosidade de mão de obra, no caso de paradas não planejadas;

• Na ocupação da capacidade produtiva com execução de retrabalhos (critico no caso de operação gargalo). (Figura 6)

• Maiores parcelas de custos fixos de fabricação.

Desempenho É o indicador de desempenho que toma por base o tempo padrão Recurso x Produto, em comparação com o tempo real de processamento. As perdas de desempenho ocorrem por variações de velocidade de processamento e micro paradas não identificadas. (Figura 4) O desempenho impacta diretamente:

Figura 4: Índice de Eficiência Fonte: Autoria própria

• Na capacidade produtiva “sacrificada” devido à velocidade de processamento abaixo do especificado; • Na redução da quantidade de produtos produzidos por período; • Na eventual necessidade de execução de horas extras; • No aumento dos custos fixos de fabricação.

Qualidade

Figura 5: Índice de Qualidade Fonte: Autoria própria

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

É o indicador de qualidade que

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aponta o percentual de produtos produzidos sem falhas (Fazer certo da primeira vez). A definição de produtos com falhas estende-se a produtos refugados e retrabalhados. (Figura 5) A qualidade impacta diretamente: • No custo da matéria-prima refugada; • No custo do “valor agregado” das operações anteriores (M.O., energia, ferramental etc.); • No custo duplicado de “valor agregado” da operação;

Figura 6: Demonstrativo de OEE Fonte: Autoria própria


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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015


ARTIGO

É fundamental saber quais são as principais causas de paradas para atuar diretamente no problema o quanto antes”

Como obter os índices para o cálculo do OEE? Um dos grandes problemas que dificulta atingir um OEE de 85 % são as paradas de máquina (falaremos

toda essa tarefa demanda. As informações, confiáveis ou não, podem até estar contidas num sistema de gestão de OEE, mas depois de quanto

causas de paradas para atuar diretamente

tempo elas poderão ser consultadas? Se

no problema o quanto antes e é preciso

acontecer algo no chão de fábrica que

também saber quais as maiores causas

demande uma decisão imediata, com

originárias destas paradas.

que rapidez estarão disponíveis?

Coleta Manual O chão de fábrica possui máquinas,

Coleta de dados direta da produção para o Sistema Um sistema de coleta de dados

linhas, células e principalmente pessoas,

na produção elimina a necessidade

muitas pessoas. Nessa estratégia,

de planilhas paralelas e profissionais

uma pessoa ou algumas pessoas são

descontentes com a missão de anotar o

destinadas à função de anotar tudo o

que acontece na fábrica. Ele estende o

que está acontecendo na produção e

benefício do ERP da corporação para o

em alguns casos é o próprio operador,

chão de fábrica. Os coletores, estando em

quando tem tempo suficiente para isso.

pontos mais relevantes da produção, além

As informações coletadas não são

da função de coletar informações permitem

muito confiáveis, pois pode ocorrer

apresentar indicadores de desempenho e a

interrupção, erros de interpretação, atrasos

visualização da informação em tempo real.

e interesses outros, que não permitem a

Isso faz toda a diferença.

exatidão na hora de coletar e processar os dados, e, não raro, falha humana. PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

informações, além do precioso tempo que

fundamental saber quais são as principais

Existem algumas maneiras de se

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ainda mais os riscos de divergências nas

sobre estas paradas mais adiante). É

obter estes dados. Vamos a elas:

Figura 7: OEE Fonte: Autoria própria

sistema de gestão da empresa aumenta

Estejam elas digitadas em uma planilha ou escritas no papel, a hora de lançá-las no

Em pouco tempo essa informação estratégica estará disponível para o gerente de produção e os demais gestores da companhia. As informações estão asseguradas pela TI e integradas com os demais sistemas da empresa, gerando inteligência do negócio e maior eficiência para a organização. Essa coleta pode ser automática, utilizando equipamento específico para isso, ou, ainda, utilizando computadores de baixo custo instalados na produção, mas tendo sempre em mente que o operador não é um especialista em TI e, portanto, a interface tem que ser a mais simples e eficaz possível. (Figura 7)


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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015


ARTIGO

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52- Nov/Dez 2015

Olhando para 2015 e planejando 2016: Retrospectiva e Perspectivas

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P

rezado amigo leitor, nosso

é possível reduzir os gastos com tintas

colega Aislan me pediu para

de impressão em pelo menos 25%,

fazer uma breve retrospectiva

melhorando a qualidade e imprimindo

de 2015, sucinta e focada nos grandes

com maior velocidade? Duvida? Então

acontecimentos. Temos muito a

tem muita coisa interessante para sua

dizer, não é verdade? Mas penso em

leitura nos parágrafos seguintes.

somente destacar as tendências mais contundentes para 2016. Lembre-se de que a tecnologia pode ajudá-lo a economizar dinheiro,

O Flat Top Dot ou ponto plano veio pra ficar? Sim, com certeza! E nos parece que

algo tão precioso num momento

o caminho é sem volta. Dificilmente, a

econômico difícil como o que estamos

flexografia voltará ao tradicional ponto

todos passando. Se eu lhe dissesse que

bullet shape. Há cerca de sete anos (seis no


Eudes Scarpeta Possui formação superior em Planejamento Estratégico e Pós-Graduação em Administração Estratégica de Recursos Humanos. Técnico gráfico formado pelo SENAI/SP, especializado em Flexografia e Rotogravura. Atua no mercado há mais de 30 anos.

então, só ocupou mais e mais mercado. A grande vantagem desse ponto reside na sua melhor definição, especialmente nas áreas claras da imagem a ser impressa, além da versatilidade e facilidade de acerto de máquina. A questão não é mais sobre o ponto de topo plano. A pauta é como obtê-lo de forma mais rápida, econômica e assertiva. Um ponto plano obtido por meio

É a chapa que resulta em pontos de topo plano, com a simples exposição de luz UV-A, algo feito no processo de exposição convencional das chapas digitais – ao ar (atmosfera normal). O controle de potência das lâmpadas ocorre da mesma maneira que no sistema digital normal. As chapas têm alta dureza e variam de 74º a 80º Shore A, na espessura 1,14 mm, por exemplo. A Flint Group lançou em junho desse ano uma tecnologia análoga.

de laminação, introdução de gás inerte,

A chapa Nyloflex FTF Digital pode

UV-LED etc.; neste cenário de definição

ser copiada em equipamentos

de métodos, a flexografia alçou novos

convencionais de uma clicheria.

patamares de qualidade, muitas

Essa placa incorpora a tecnologia de

vezes até superiores à rotogravura e

elastômeros de rápida polimerização,

offset que se encontra no mercado

mas mantem uma excelente latitude de

nacional. Como efeito colateral, a chapa

exposição, sendo possível a formação

encareceu bastante.

do ponto plano e a textura de superfície

No passado, quando as empresas de pré-impressão fugiam de fluxos de trabalho fechados, a tendência é a

(reduzindo significativamente os tempos de processo). Nesta vertente, a MacDermid

simplificação: obter um ponto plano

também lançou seu recente Lux ITP (In

de alta qualidade sem ter que adquirir

The Plate).

máquinas e software específicos para tal. O “pulo do gato” está na chapa. Por exemplo, em maio deste ano a DuPont lançou mundialmente a chapa Cyrel Easy, com tecnologia que permite isso.

Todos os fabricantes de chapas já possuem seus sistemas, cada qual com seus prós e contras uns em relação aos outros. O embate agora é quem chega primeiro a uma tecnologia que derrube drasticamente os custos de formatura flexográfica.

Qual a próxima onda de tecnologia em fotopolímeros e clichês? Este ano serviu para mostrar outra tendência que ficou clara na Conferência Intercontinental de Microfotografia chapa Cyrel

A tendência é a simplificação: obter um ponto plano de alta qualidade sem ter que adquirir máquinas e software específicos para tal. O “pulo do gato” está na chapa”

Flexografia, promovida pela ABFLEXO

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52- Nov/Dez 2015

Brasil), o ponto flat top aterrissou e, desde

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ARTIGO

Outro avanço é a possibilidade de gradientes mais amplos na cópia do fotopolímero, como está fazendo a Kodak com o novo NX Advantage”

em setembro. Em minha opinião, a

de mínima, mediante a formação

tecnologia avançará ainda muito no

de pequenas áreas que possibilitam

que se refere à reticula de superfície ou

a passagem de luz UV durante a

surface patterning.

exposição principal, proporcionando

O que significa isso? Bem, quando um clichê NX da Kodak, por exemplo, é copiado e recebe a aplicação de um software de “reticulagem” na superfície da chapa – o DigiCap – estamos falando justamente disso. Estas soluções de reticulagem de superfície ainda tem muito espaço para desenvolvimento. As vantagens são enormes! Há uma transferência de tinta muito melhor e pode se cobrir a mesma área com menos tinta – algo que, no branco, pode fazer toda a diferença! Há também chapas com superfície

variam de 0,4% a 99,6%, com superfície plana e alta resolução.

E a cura por Electron Beam (feixe de elétrons ou “E.B.”)? E que dizer do UV LED para banda estreita? Vamos por etapas. A cura E.B. é uma opção às tintas convencionais com secagem solvente, água ou UV. A principal aplicação é na banda larga. Ainda está engatinhando e há pouca gente usando. O problema não

de performance DuPont ou as da Flint,

é a tinta, que, grosso modo, é como

Nyloflex FTF Digital.

se fosse uma tinta UV normal sem o

de gradientes mais amplos na cópia do fotopolímero, como está fazendo a Kodak com o novo NX Advantage, lançado em setembro deste ano. Agrega a tecnologia Hyperflex, que permite o aumento da espessura do contra grafismo ao redor dos pontos PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52- Nov/Dez 2015

mínima. O sistema NX traz pontos que

pré-modificada. É o caso das chapas

Outro avanço é a possibilidade

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maior resistência e vida útil às áreas de

agente fotoiniciador. O que promove a cura (endurecimento) da tinta é o bombardeamento de feixes de elétrons sobre a superfície da película impressa. O efeito é um crosslink dos monômeros que promove a cura imediata. O que tem na verdade impedido o crescimento (em meu ponto de vista) são o desconhecimento da tecnologia e o custo elevado do equipamento, um impeditivo para muitos convertedores. Assim sendo, não vejo perspectivas de crescimento acentuado para essa tecnologia, ao menos num curto e médio prazo. A situação é diferente para o UV LED. Para quem não sabe, trata-se da tecnologia de cura por radiação ultravioleta com as lâmpadas de LED (Light Emitting Diode ou Diodo Emissor de Luz). Foram inventadas na década de 60 no Texas, EUA e tem se difundido cada vez mais nos últimos anos. São


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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52- Nov/Dez 2015

RETÍCULA LIMPA

19


ARTIGO

cujo produto entrará em contato direto com as tintas. Em 2005, a Nestlé na Europa encontrou vestígios de ITX nas embalagens fornecidas pela TetraPak. O ITX era um fotoiniciador utilizado na tinta UV e foi detectado no leite da Nestlé, em quantidade acima do permitido. Depois de um jogo de empurra-empurra, a TetraPak baniu o ITX, mas a polêmica estava formada e os fabricantes de alimentos passaram a ficar receosos das tintas UV. Para piorar, a Parmalat também reclamou algo similar, colocando mais lenha nessa fogueira. De forma que, apesar de comprovadamente ser uma tinta isenta

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52- Nov/Dez 2015

20

de quaisquer malefícios para o ser humano ou animal, há uma barreira

O ano de 2016 será o de consolidação desta tecnologia LED, muito em função da necessidade premente de se economizar energia”

fontes de energia altamente confiáveis, consistentes, estáveis, econômicas em termos de consumo energético e com ampla faixa de aplicação. O ano de 2016 será o de consolidação desta tecnologia, muito em função da necessidade premente

psicológica em aceitar ou até mesmo especificar a tinta UV por parte dos grandes brand owners.

O nebuloso cenário das máquinas impressoras flexográficas A Windmoeller, tradicional fabricante

de se economizar energia. Outro fator

alemã de impressoras flexo banda

propulsor é o fato de que muitos

larga deixou a sua base no país e agora

fabricantes de impressoras já possuem

apenas exporta suas máquinas. Muitos

versões de equipamentos com UV LED

fabricantes nacionais de máquinas

como padrão de fábrica. Na Labelexpo

e equipamentos estão em sérias

Europe de 2011, falava-se de algo como

dificuldades financeiras e alguns poderão

5% dos sistemas UV instalados no

fechar as portas em 2016. As empresas

mundo com tecnologia LED. Este ano,

não estão comprando impressoras,

esta cifra já ultrapassa os 30%!

porque simplesmente caiu a demanda e

E que dizer da tinta UV para alimentos?

há incertezas para o ano que vem.

Embora haja avanços na tecnologia que garantem segurança para embalagens (tintas de baixa migração para contato com alimentos), esse é um recurso que ainda é tabu na maioria das empresas compradoras de embalagens alimentícias, especialmente aquelas

É óbvio que há sempre exceções à regra e encontramos empresas que estão conseguindo passar pela crise com pouco ou nenhum endividamento, custos enxutos, baixo desperdício etc.; fizeram a lição de casa. Já em banda estreita tivemos a parceria entre a Etirama e a Nilpeter. O


mercado até que não foi tão ruim para os fabricantes de máquinas menores, quando comparado aos outros mercados. A Feira Label Latinoamerica foi uma agradável surpresa em termos de visitação e geração de negócios.

Qualificação profissional e a mão-de-obra que precisamos Tomamos um susto esse ano quando o governo anunciou a intenção de reduzir o sistema “S” (SENAI, SESC, SESI, SENAC, SENAR, SESCOOP E SEST). Proposta absurda devido às instituições como o Senai, que prepara e qualifica mão-de-obra para a indústria brasileira, inclusive na área gráfica e de embalagens.

porque não estão conseguindo repassar

Felizmente, o Congresso recuou, mas

essa diferença cambial.

ainda assim, devido a crise, para o

Há alguma tecnologia nova, radical

ano que vem alguns cursos foram

e totalmente inovadora que vai ajudar

cancelados e provavelmente, o quadro

a economizar dinheiro em 2016? - A

de instrutores será reduzido.

resposta é sim!

Não foi um ano fácil. Janeiro e fevereiro foram meses de produção boa para a indústria de flexíveis e rótulos. A partir de março a coisa foi piorando, piorando e os convertedores atingiram o fundo do poço em meados de setembro. As

Os insumos mais representativos em volume na indústria de conversão são as resinas, tintas e solventes, que juntos chegam a contabilizar 60% do custo total de fabricação. A empresa alemã Oxea introduziu

demissões ainda não cessaram e ano

este ano, no mercado de impressão

que vem, o mercado deve encolher

flexográfica, um thinner propílico

ainda mais.

bi-componente, que substitui a

Insumos dolarizados Muitos insumos e consumíveis

tradicional mistura de solventes a base de etanol. Os resultados em campo têm encontrado cifras

no nosso mercado são fabricados

impressionantes: mais de 20% de

fora do país. E são muitos mesmos:

redução no consumo de tintas,

facas, dupla-face, resinas, pigmentos,

além de benefícios outros como a

chapas flexográficas etc.; as empresas

eliminação de retardantes nas tintas

tradicionais que revendem esses

e o aumento da performance na

produtos estão passando aperto,

impressão.

Os insumos mais representativos em volume na indústria de conversão são as resinas, tintas e solventes, que juntos chegam a contabilizar 60% do custo total de fabricação”

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52- Nov/Dez 2015

para reter 30% ou mais do que é

21


ARTIGO

O ano de 2016 marcará o início de uma parceria entre as duas maiores consultorias no mercado de flexíveis e rótulos do país... Devemos inaugurar o Instituto de Impressão, cuja proposta é levar qualificação ao mercado gráfico nacional, bem como auxiliar os convertedores a melhorar seus resultados”

As impressoras híbridas estão de volta? E que dizer das impressoras digitais? Bem, não sei se algum dia foram embora. A nova onda é que praticamente todos os fabricantes internacionais de impressoras banda estreita estão integrando cabeçotes de impressão digital ink jet com cura

de impressão. Todavia, ainda há

e a minha empresa, a Scarpeta

muitos problemas no negócio de

Consultoria e Treinamentos.

impressão digital que precisam ser superados para que ela ocupe uma fatia relevante no segmento de embalagens flexíveis, etiquetas e rótulos brasileiro.

O que vem por aí em 2016? O cenário está montado e sou

UV. Vamos ficar de olho porque a

sempre positivo. Há algum tempo

vantagem é clara: inserção em linha

atrás, disse a mim mesmo: “Me recuso a

de dados variáveis na impressão flexo

entrar nessa crise”. Não há tempo para

de rótulos e etiquetas.

lamentações, pois o tempo urge.

A Label Expo Europa deste ano

O ano de 2016 marcará o início de

trouxe uma enxurrada de novas

uma parceria entre as duas maiores

impressoras digitais, convergindo

consultorias no mercado de flexíveis

para a redução gradual dos lotes

e rótulos do país: a ProjetoPack

Devemos inaugurar o Instituto de Impressão, cuja proposta é levar qualificação ao mercado gráfico nacional, bem como auxiliar os convertedores a melhorar seus resultados. O Instituto será focado em difundir, da melhor forma possível, o conhecimento técnico gráfico através de estratégias de mídia e cursos, tão necessários às empresas e profissionais do mercado. Como primeiro evento importante, em março teremos o Congresso Nacional de Rótulos ou CONALABEL 2016. Esse evento inédito no Brasil trará dezenas de palestras técnicas de especialistas do mercado, variando desde temas técnicos de interesse comum como tintas, problemas, causas e soluções, tecnologias de impressão bem como palestras focadas na gestão

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52- Nov/Dez 2015

da empresa e outros processos-chave

22

do negócio. Os empresários poderão ter acesso à informações úteis para preparar a sucessão ou mesmo a venda da empresa, dentre tantos outros temas. Garanto que será extremamente acessível a todos e em qualquer lugar do Brasil. Onde vamos parar? Bem, o mundo é dos fortes e me faz lembrar o tema do premiado filme Onde os Fracos Não Têm Vez, dos irmãos Joel e Ethan Coen. Parece que será assim em 2016...


23

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52- Nov/Dez 2015


ARTIGO

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

Um sistema de vídeo inspeção é suficiente para atender a exigência dos clientes?

24

E

m alguns casos, como, por exemplo,

A inspeção em linha de produção

na flexografia, a inspeção em 100%

vem subtraindo o fator humano

do lote é impraticável ou gera

por meio de múltiplos softwares de

uma demanda que ocasiona custo alto

monitoramento onde os mesmos

e tempo desperdiçado. A amostragem

fornecem medições instantâneas,

através da aceitação foi criada no período

possibilitando ao operador visualizar

da Segunda Guerra Mundial e empregada

imediatamente os resultados de todos

pelo exército americano. Fundamentada

os ajustes do processo e reduzindo, por

em análises estatísticas e parâmetros

conseguinte, os itens defeituosos de

estabelecidos pela organização, a

um lote. Neste sentido, a amostragem

amostragem por aceitação minimiza

por aceitação é válida para analisar a

de maneira expressiva toda a energia e

capabilidade de um sistema produtivo e

recursos envolvidos para decidir se um lote

a probabilidade do cliente aceitar o lote

será aceito ou não pelo cliente.

sem incorrer em mais custos.


Andre Gazineu Engenheiro de produção pela PUCRS com pós em gestão da produção e qualidade na IMED, mestrando em ciências matemáticas na UPF. Passagem pela Ipiranga Produtos de Petróleo, é atualmente engenheiro de produção na Plastimarau e ministra engenharia de produção na CESURG

Aqui, estaremos falando sobre

rejeitados pelo cliente, o chamado

amostragem por atributos, visto que o

risco do produtor ou alfa, é grande

procedimento de recebimento de lotes

e intrínseco ao processo. Paradas de

de embalagens impressas no nicho

máquina, encaixes e desvios de pressão

gráfico é qualitativo. A norma que dita

ocorrem justamente nas trocas de

sobre avaliação por atributos chama-se

bobina. Por si só, é onde o risco do lote

NBR 5426.

ser rejeitado é ainda maior e o NQA

sobre amostragem por variáveis

torna-se impraticável. Objetivando contornar ou mitigar

(quantitativas), o rigor de inspeção

a probabilidade do não aceite de um

desta pesquisa será delimitado em

lote bom pelo cliente, há disponível

uma das etapas necessárias à aplicação

no mercado diversos sistemas de

da amostragem de aceitação é a

vídeo inspeção, capazes de monitorar

demarcação do rigor de inspeção. Por

a qualidade do material impresso

definição, o NQA significa a máxima

que, conforme os criadores da

porcentagem defeituosa de um lote

tecnologia, é recurso suficientemente

ou o máximo número de defeitos por

acurado, de forma a garantir os mais

cem unidades. O nível de inspeção

elevados padrões de qualidade e

(tamanho do lote em relação ao

fidelidade de impressão.

tamanho da amostra). Assim, neste estudo, o NQA, como exemplo ilustrativo, será fixado em 2,5, algo comum no segmento de embalagens flexíveis, etiquetas e rótulos impressos. Para entender o NQA, basta

Portanto, o objetivo principal deste artigo é validar a hipótese de que um sistema de vídeo inspeção é capaz de monitorar a qualidade do material impresso e garantir um NQA de 2,5 da NBR 5426. Como objetivo

conceber um número que representa o

específico, tem-se a construção de um

maior número de produtos defeituosos

modelo matemático que descreve o

ou defeitos de aceitação por regras

comportamento do sistema de inspeção

simples: o nível II de inspeção é o

e os fatores que nele incidem.

padrão onde o nível I representa metade do rigor aplicado no nível II. Já o terceiro nível de inspeção é duas vezes mais rigoroso que o nível II. O NQA necessita ser consistente com as unidades de medição, porém, por ter um range percentual, pode ser comparado com outros planos de amostragem. Nesta pesquisa, a unidade de medida será o mm². Entretanto, quando o assunto é impressão, o risco de lotes bons serem

Esta pesquisa é justificada pelo foco na satisfação e fidelização de cliente em um mercado onde a oferta é maior do que a demanda e a alta competitividade faz com que a qualidade seja cada vez mais o norte das organizações.

Procedimentos metodológicos Neste tópico é ilustrado o procedimento metodológico utilizado na pesquisa, tal qual sua

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

Tal qual não falaremos

O objetivo principal deste artigo é validar a hipótese de que um sistema de vídeo inspeção é capaz de monitorar a qualidade do material impresso e garantir um NQA de 2,5 da NBR 5426”

25


ARTIGO

sequencia lógica: coleta de dados,

Por fim, tem-se a fase da

que nele incidem”, em uma malha

estruturação matemática dos

modelagem estatística onde se

de 1.220.000mm² e um sistema de

fatores e a modelagem estatística

confronta a estruturação matemática

visualização de 38.500mm², o percentual

em si. Primeiramente, avaliou-se

com a Curva Característica de Operação

da amostragem varia conforme a

a amostragem de aceitação por

conforme a NBR 5425 com risco do

velocidade. Por exemplo, enquanto

atributos em um NQA de 2,5 conforme

produtor α de 0,05 e do consumidor β

o sistema leva 1,32s para analisar

a NBR 5426, em um processo de

de 0,10, NQA de 2,5%.

4% de uma malha, o visualizador

flexografia onde o processo rodava uma malha de clichês com 1.000mm

deixou de analisar 5.345.766,67mm²

Resultados

(5.384.266,67mm² - área do monitor).

x 1.220mm. Assim, a unidade de

Considerando-se as propostas

Assim, quanto maior a velocidade

análise possui uma área total de

desta pesquisa, o objetivo específico, “a

de máquina, menor é o poder da

1.220.000mm². O sistema de vídeo

construção de um modelo matemático

amostragem. Esta relação pode ser

inspeção, em questão, possui 220mm

que descreve o comportamento

observada abaixo em tabela ou por meio

x 175mm, ou seja, uma área total de

do sistema de inspeção e os fatores

de um gráfico de contorno:

38.500mm² e se movimenta a uma velocidade constante de 200mm/s na

Velocidade (m/s)

Área (mm²) produzida

% da amostragem

3,33

5.384.266,67

0,72

5,00

8.076.400,00

0,48

5,83

9.422.466,67

0,41

horizontal. A imagem total visualizada no sistema foi seccionada em 25 partes iguais e o tempo de flash parametrizado em 0,7s. Deste modo, tem-se o sistema com uma movimentação oriunda do sistema mecânico, na horizontal, de 1s somado ao tempo de flash de 0,7s: 1,7s. O deslocamento na vertical é virtual, logo, apenas o tempo de flash de 0,7s. Ao inspecionar todas as vinte e cinco partes da imagem, o sistema necessita percorrer mecanicamente quatro casas

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

para se reiniciar. Para simplificar, tem-se

26

o tempo total de 33,1s para conferir uma malha por inteiro e 1,32s para o sistema inspecionar um único ponto. A coleta de dados ocorreu no próprio software do equipamento e aferiu com a cronoanálise. Para determinação da Curva Característica de Operação, utilizou-se o software Minitab em sua versão 17. Posteriormente, interpôs-se o fator velocidade de máquina para avaliar quantas imagens

Neste exemplo ilustrativo, com a malha dividida em 25 partes iguais (4% da área de

totais eram produzidas enquanto o

inspeção), o fator velocidade de máquina representa uma grandeza dez vezes maior

sistema visualiza 4% de uma única

que a velocidade de um sistema de vídeo inspeção é capaz de monitorar. Também, a

imagem da malha.

inspeção é classificada como defeituosa ou não por tratar-se de um atributo.


27

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015


ARTIGO

O exemplo utilizado nesta

imprimindo um serviço do mercado

pesquisa é a impressão de uma

arrozeiro à 300m/min. Para malhas

embalagem do segmento de Pet

ainda maiores ou segmentos onde

Food (ração animal), onde os lotes

a produtividade em máquina é

são relativamente pequenos e o

fator competitivo o percentual de

nível de qualidade é crítico devido

amostragem é inferior a 0,41%. Este

à espessura e alto valor agregado

fato implica que a amostragem não

da estrutura em relação ao produto

terá poder para conhecer o quanto

nela contido. Assim, para atender

à população (lote ou processo

ao objetivo principal deste estudo,

produtivo do fornecedor) controla

simulou-se a entrega de 10.000

a probabilidade de aceitar um lote

embalagens com um NQA de 2,5

ruim, ou pior, rejeitar um lote bom.

com risco do produtor α de 0,05 e do consumidor β de 0,10. A Figura abaixo ilustra Curva Característica de Operação do modelo desta pesquisa.

Na prática, é fundamental que independente do plano de amostragem definido, com seu nível de qualidade aceitável, possua-se inspeções com níveis de significância estatísticos altos, mesmo em situações onde os lotes de material impresso sejam relativamente “pequenos”.

Conclusão Levando em conta os aspectos do exemplo acima, onde uma câmera matricial (38.500mm²) visualiza 4% da imagem total de uma malha e tem-se o tempo de 33,1s para conferir a imagem em sua totalidade, velocidades acima de 130m/min desviam-se da Curva Característica PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

de Operação e não garantem, em

28

NQA de 2,5, a qualidade do lote ou processo. Sendo assim, os fabricantes Deste modo, valendo-se do

de sistemas de vídeo inspeção

modelo (unidade de análise) desta

têm investido no desenvolvimento

pesquisa, para atender um NQA

de soluções, ao invés do sistema

de 2,5 com risco do produtor α de

por amostragem, em sistemas de

0,05 e do consumidor β de 0,10, a

inspeção automática 100%, cuja área

velocidade máxima da impressão

de inspeção é exatamente a largura

é de 2,17m/s ou 130m/min. Nesta

útil da máquina impressora, tirando

velocidade, a área produzida, para

o fator deslocamento e as perdas a

atender a Curva Característica de

ele associadas. Estas ações focam

Operação do modelo desta pesquisa,

em benefícios como economia de

é de 3.505.157,60mm², isto é,

tempo, aumento da produtividade e

5% do que produz uma máquina

minimização de desperdícios.


29

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015


ARTIGO DE CAPA

T

ida como a “pergunta de um milhão de dólares”, ainda há um hiato considerável na comunicação entre o convertedor e o dono

de marca, o chamado brand owner – tipicamente, as empresas fabricantes de bens de consumo de

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

giro rápido como as indústrias alimentícias e de

30

bebidas, cosmética, farmacêutica, produtos para cuidados com o lar etc. É uma relação de amor e ódio, por assim dizer, onde, a despeito da embalagem ser parte intrínseca do produto e elemento de diferenciação importante e estratégico, é tratada pelo usuário final como uma commodity qualquer. Aliás, o esporte favorito de uma parcela expressiva dos brand owners (especialmente os de presença global) é espremer o fornecedor até que ele, impossibilitado de repassar os sucessivos aumentos das matérias-primas (hoje em dia, quase todas oligopolizadas), entre no vermelho para nunca mais sair.


Aislan Baer Editor Chefe Com formação técnica e superior em Tecnologia Gráfica e Mestrado em Economia e Gestão Estratégica pela FIPE-USP, é sócio-diretor da ProjetoPack & Associados, maior consultoria de embalagens flexíveis, rótulos e impressão do país e a única do mercado com revista técnica própria, em seu campo de atuação.

O que o dono de marca espera do convertedor? Em contrapartida, o convertedor

quer economizar, (mais do que dinheiro)

– que deveria tratar cada cliente

seu tempo – o ativo mais importante no

deste mercado tão competitivo

mundo em que estamos vivendo, onde

como um bom parceiro – não raro

a correria impera.

considera-o um inimigo ou alguém indigno de confiança e cortesia. Se solicita acompanhar uma aprovação, é um “chato”; se quer devolver um lote em função do não-atendimento à especificação, “está com muita embalagem em estoque e procurando desculpas para não usar o material”; se demanda amostra para um novo produto, “quer material de graça”, se quer auditar a fábrica então... melhor parar por aqui, afinal. Nessa briga de comadres, todos

A embalagem tem um papel crucial nesta árdua tarefa de economizar tempo, nos poupando de sair para procurar uma faca ou tesoura para abri-la (ao agregar

A embalagem tem um papel crucial na árdua tarefa de economizar tempo no dia-a-dia do consumidor final”

dispositivos de fácil abertura ou easyopen), um pregador de roupas ou clipe de papel para fechá-la (incorporando sistemas de refechamento ou resealable) ou ainda, de sair esvaziando e redistribuindo seu conteúdo em potes de vidro ou plástico para que caibam nos espaços cada vez menores dos armários das cozinhas dos apartamentos.

acabam perdendo. De um lado, clientes infiéis que trocam de empresa convertedores entrando num leilão de preços que contribui ostensivamente para a queda da atratividade geral do “negócio embalagem”, envenena o mercado e faz com que empresários até jovens tenham estresse elevado e problemas crônicos de saúde. Seria tão fácil se pudéssemos todos nos entender uns aos outros, não acham?

Conveniência e simplicidade No frigir dos ovos e de forma quase “subliminar”, o consumidor moderno

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

por alguns centavos e, do outro,

31


ARTIGO DE CAPA

A embalagem, enquanto veículo principal de comunicação e personificação dos valores das marcas, deve ser consoante com a identificação pessoal do consumidor”

A embalagem também economiza

atraído a colocar a embalagem no cesto

nos permite o descarte rápido (sem ter

ou carrinho e ir com ela até o caixa,

que fazer mil peripécias para amassá-la

coroando todo esse esforço.

para que caiba no pequeno cesto de lixo da copa, normalmente a menor área de um apartamento padrão), e na

Gente diferente, vontades, valores e relacionamento com produtos e

nos possibilita o consumo de todo o

marcas também distintos entre si. A

seu volume (algo difícil, por exemplo,

embalagem, enquanto veículo principal

nos tubos laminados de gel dental,

de comunicação e personificação dos

cosméticos etc.).

valores das marcas deve ser consoante

Conveniência é uma característica transporte, a exemplo das embalagens

com a identificação pessoal do consumidor-alvo. Talvez este seja o maior desafio da

retort de comida para bebês, mais

embalagem atualmente. Isso porque

fáceis de transportar em viagem do

mensurar a eficiência da estética é algo

que os potes de vidro) e que, quando

muito complexo e de tangibilidade

associadas ao sistema de dosagem

questionável. Pesquisas de mercado,

ideal (a exemplo da colher plástica

entrevistas, testes com consumidores,

já integrada na tampa), permite que

supermercados modelo (reais ou

a mãe possa alimentar seu filho no

virtuais), heurística e neurociência

banco de trás do carro sem grande

aplicadas fazem parte do enorme

transtorno. O “consumo em trânsito” é

investimento dos donos de marca para

realidade há tempos.

tentar descobrir o quão “legal” é seu

Este atributo também está presente ao se produzir embalagens que atendam demandas específicas

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

Estética e identidade

certa poupa algum dinheiro quando

que também está presente no

32

supermercado – o consumidor não é

bastante nosso precioso tempo, quando

produto, aos olhos dos diversos tipos de consumidores, Na prática, embalagens precisam

de consumidores, como o Braille aos

remeter a certos estilos de vida

portadores de necessidades especiais,

mais sofisticados (premium) ou o

um sistema de abertura fácil para

contrário, mais simples e acessíveis. Há

idosos e uma tampa child-proof

embalagens que transmitem o estilo

(contra a abertura por criança) em um

mais “natureba”, “feito artesanalmente”,

medicamento ou produto químico de

as que evocam a lembrança dos bons

alta toxicidade.

tempos (retrô) e assim por diante. Apesar

Olhar para o que o dono da marca quer é entender o que quer o sujeito lá na ponta, comprando o seu produto. É preciso sempre ter em mente que não adianta a campanha publicitária mais cara e bem-feita, um produto espetacular, um sistema de distribuição super capilar se, no fim, a batalha no ponto de compra – a prateleira do

de individualidade humana, para o marketing, é muito mais fácil estereotipar em agrupamentos por similaridade – cada vez que um novo padrão comum de interesses é descoberto ou reclassificado, têm-se aí o que costumamos chamar de “nicho de mercado”. E como a embalagem se encaixa nisso tudo? Como ela pode atender ao


cliente do nosso cliente com atributos

amplo, que envolve não apenas a

tão etéreos quanto estética e identidade?

resolução gráfica, mas também o

impressas. E, diferentemente da subjetividade dos atributos de estética e identidade, uma imagem bem impressa se pode quantificar com instrumentos (densitômetros, espectrofotômetros, lineômetros etc.): ● Ganho de ponto, lineatura, balanço de grises, ΔE, contraste, trapping e assim por diante. Um estudo de caso conduzido em

contraste tonal (por este motivo, boa parte dos produtos micados nas prateleiras apresenta o erro crasso da impressão “tom sobre tom” – a exemplo de um biscoito amarelo sobre um fundo também amarelo), o contraste figura x fundo (normalmente o quão saliente fica a foto do produto, supostamente a imagem de maior apelo da embalagem, do restante do painel impresso)

Janeiro deste ano por Olawepo e Ibojo,

e o contraste

intitulado “A relação entre a embalagem

da embalagem

e a intenção de compra do consumidor”

em relação aos

revelou, por exemplo, que para cada

demais produtos

1% (um por cento) de melhoria na

de sua categoria

qualidade da imagem impressa nas

e vizinhos de

embalagens da Nestlé Nigéria Plc.,

prateleira,

subsidiaria da Nestlé no país, havia um

incluindo aí

incremento de 85,2% na intenção de

o contraste

compra dos consumidores!

dela em face da sua

Talvez agora, caro leitorconvertedor, você comece a compreender um pouco melhor a frenesi dos brand owners em

apresentação no ponto de compra com outras centenas ou milhares de unidades. Ao dono de marca, pouco importa

subir ao máximo a lineatura dos

o processo de impressão (falando

impressos. Uma lineatura mais alta,

especificamente de qualidade

desde que tecnicamente factível,

de reprodução, e não de custos e

está diretamente relacionada com o

tiragens) – rotogravura, flexografia,

atributo mais crucial que diferencia

offset ou digital – ela precisa criar

uma embalagem na prateleira em

o contraste suficiente para prover

relação às demais: contraste.

atratividade ao consumidor no ato da

A título de lembrete, contraste é justamente definido como “a diferença entre as áreas de mínimas e máximas de uma imagem impressa”. Quanto mais distante

compra. E ponto final.

Qualidade e novas tecnologias A embalagem não é mais um

esta diferença, mais contrastada e

elemento estático, pegando poeira

“tridimensional” a embalagem.

na prateleira enquanto aguarda um

É evidente que o contraste é um conceito muito mais

consumidor disposto a leva-la para casa. Se você visitou recentemente um

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

Imagens impressas. Majestosamente

33


ARTIGO DE CAPA

Os consumidores eram preguiçosos demais para guardar a embalagem, ir até um computador e digitar a url de uma promoção para se cadastrar. Hoje em dia, isso é feito na hora, com o smartphone ou tablet e um plano de internet móvel”

Exatamente por isso, o número de promoções e eventos que começam na embalagem e estendem-se a outros canais de comunicação aumenta a cada dia. Alguns deles, memoráveis, e já mencionados na ProjetoPack em Revista em outras edições – a CocaCola personalizada com os principais nomes por região, o pote de sorvete

supermercado, verá que, de uma forma

Haagen-Dazs com aplicação de

mais ou menos intensa, os hábitos

realidade aumentada (ao apontar o

e o perfil do consumidor mudaram sobremaneira. As pessoas estão com o smartphone na mão. Usam aplicativos para consultar e comparar preços, listas

tantos outros exemplos. As pessoas, principalmente

pontos e participar de promoções

as novas gerações tais como os

(PiggyPeg, por exemplo) e até mesmo

Millenials (conhecida também

QR CODE

para ler códigos QR nas

como geração Y) estão muito mais

embalagens.

ligadas às tecnologias móveis.

site de alguns produtos (da sua batata ou refrigerante preferido, para ilustrar um caso) e promoções cuja plataforma base era a embalagem surtiam pouco ou nenhum efeito. Os consumidores eram

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

tocava parte de uma sinfonia) dentre

de compras online, para acumular

Há poucos anos, o

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celular, um músico surgia na tampa e

preguiçosos demais para guardar a embalagem, ir até um computador e digitar a url de uma promoção para se cadastrar.

Para vender a estes senhores, é preciso ofertar uma embalagem “2.0” com maior interatividade, o que sofistica e amplia a experiência de compra e da embalagem ao incorporar reconhecimento de objetos, sobreposições em 2D ou 3D, geolocalização, interação audiovisual, cupons promocionais online, m-commerce, jogos e gamification e assim sucessivamente. A embalagem – algo que também mencionamos numa edição especial só sobre o tema – não pode mais agir passivamente em relação ao produto.

Hoje em dia, isso é

O sistema logístico e de armazenagem,

feito na hora, com o

cada vez mais deficiente e saturado,

smartphone ou tablet e um plano de internet móvel.

exige capabilidades de monitoramento em tempo real dos produtos, integração com sistemas informatizados como ERP, possibilidade de atualizar informações como preços e validade e interagir com o seu conteúdo, maximizando sua vida útil ao invés de somente preservar a validade original. É a era


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A prova? Mais de 5000 clientes satisfeitos no mundo todo.

35


ARTIGO DE CAPA

Muito embora saibamos que existem atividades bem mais nocivas que a fabricação e o descarte de embalagens, em termos de poluição, no fim de uma enchente é a sacolinha do supermercado, a fgarrfa PET e o laminado do biscoito que chamam a atenção”

das embalagens ativas e inteligentes,

aos olhos do consumidor. O caminho

um caminho sem volta e que consta

também passa por diminuir peso,

na pauta de praticamente todos os

espessura, tamanho e a proporção peso

grandes compradores de embalagens

de embalagem x peso do produto.

do planeta.

A questão da ética é outro ponto

Sustentabilidade e ética É certo que uma das maiores crises do planeta é a poluição. Não damos mais conta de tanto lixo e tanta depredação do patrimônio que outrora chamamos natureza. Muito embora, todos saibamos

problemas ligados às embalagens e aos sistemas de empacotamento e envase. Contaminação com produtos químicos em alimentos e bebidas, insetos e roedores envasados, falsificação de produtos e a coisa não para. É preciso garantir que as embalagens e tudo que

e industriais bem mais nocivas do

congrega o seu processo de fabricação

que a fabricação e o descarte de

desde a matéria-prima até o descarte

embalagens, em termos de poluição,

final respeite os preceitos de ordem

no fim de uma enchente é a sacolinha

valorativa e moral do indivíduo, grupo

do supermercado, a garrafa PET e

social e da sociedade como um todo.

chama a atenção, enquanto é arrastado corredeira abaixo. A embalagem está hoje e continuará a estar na pauta da preocupação ambiental dos governos. Ontem a sacolinha de PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

marcas têm enfrentado cada vez mais

que existem atividades agrícolas

o laminado do biscoito que

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de suma importância. Os donos das

supermercado, hoje o Bisfenol-A e amanhã, só Deus sabe. Por estas e outras,

Há uma linha tênue entre reduzir custos de embalagem e ser negligente com a saúde dos consumidores, por exemplo. Isto se traduz num dono de marca mais questionador sobre a procedência dos materiais que compõe a embalagem do seu produto e tudo o que concerne à saúde e integridade física e moral dos seus consumidores – essa tendência causou, por exemplo, o crescimento de selos de vedação de garrafas e frascos, proteções intermediárias como o cover leaf de margarinas e os rótulos termoencolhíveis tamper evident

o dono de marca está

(sistemas de inviolabilidade) em

olhando a questão

medicamentos.

da reciclabilidade, da logística reversa e da adoção gradual e sistemática de materiais (substratos, principalmente) de origem renovável, como o PLA. O trabalho é melhorar a imagem da embalagem

Segurança e assuntos regulatórios Um desdobramento natural ao se questionar elementos de embalagem e a “humanidade” na cadeia produtiva é falar de segurança. As companhias despendem fortunas anualmente para


Por este motivo, o usuário busca

vez mais difícil em razão da internet e

convertedores preparados em

da comunicação móvel. A manutenção

atender, a preços competitivos, uma

do brand equity é uma conta que custa

heterogeneidade de produtos em lotes

cada vez mais cara.

econômicos, os menores possíveis, com

Não menos importante o fato de que o comércio ocorre cada vez mais intrazona e a embalagem deve cumprir diferentes marcos regulatórios e premissas particulares de cada bloco econômico ou país em que é comercializada. O dono de marca não quer, não pode ou não tem tempo e conhecimento para gerenciar todas estas nuances num material que, na sua visão, não é foco do negócio. Portanto ele espera que os fornecedores (neste caso, os convertedores) façam isso por ele.

A embalagem como um serviço O dono de marca adquire, antes da embalagem, um pacote de serviços. Ou, ao menos, é o que espera de seus fornecedores. O primeiro requisito deste pacote é o preço, sem dúvida. Bens de giro rápido, não raro, são baratos, e a embalagem pode vir a representar

alta flexibilidade de entrega – algo que só pode ser suprido com uma também heterogeneidade de tecnologias de impressão (rotogravura, flexografia, digital etc.). O brand owner quer ainda um desenvolvimento de embalagens próativo, uma das queixas mais frequentes nas pesquisas sobre embalagem em todo o mundo. O convertedor é muito reativo a estas solicitações e, quase toda inovação acaba partindo dos fornecedores de matérias-primas. É preciso lembrar que, por mais antenado em embalagem que seja o cliente, seu foco está no conteúdo da mesma – ele espera do convertedor sugestões de como estender o tempo-de-vida-emprateleira, como apresentar melhor o produto, como criar algum diferencial que se traduza em benefício para o usuário final.

Insights de embalagem na visão dos Brand Owners Numa recente entrevista ao

mais de 10% do custo total do produto.

fabricante alemão de máquinas

Portanto, além de querer adquirir

impressoras e de conversão Bobst, o

ao menor preço possível, o brand

responsável global pelas embalagens

owner também quer comprar a menor

da Nestlé, Marco Bernasconi, pontuou

quantidade de embalagem possível

algumas tendências interessantes:

por vez (lote econômico), no conceito Just-In-Time. Em suma, ninguém quer estoque de embalagem – seja pelo dinheiro empatado, seja pelos custos e perdas associadas ao seu

1) O aumento da atividade de e-commerce, mesmo na compra de produtos de baixo valor; 2) O aumento da participação

armazenamento ou mesmo pela falta de

do papel como material de

previsibilidade das vendas no varejo.

embalagem no futuro;

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

conter escândalos – algo que fica cada

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ARTIGO DE CAPA

O papel, por outro lado, é uma cadeia muito mais consolidada e, com o avanço contínuo dos revestimentos especiais (vernizes barreira para diversas aplicações), ele deve ocupar um espaço muito maior em função da relação custo x benefício x sustentabilidade”

3) Tecnologia digital e interatividade. No que tange ao aumento das

liderança global (incluindo Omo,

acredita) que isso diminui um pouco

Hellmann’s, Dove, Axe, Lipton e

a relevância da embalagem como

Knorr) e 2 bilhões de consumidores

gatilho de compra (mais consumidores

utilizando seus produtos diariamente,

preferem receber o produto em casa

a Unilever tem uma abordagem

do que ir busca-lo na loja) e, por outro

completamente voltada à economia

lado, demanda mais dos atributos de

circular de embalagem – com o

proteção e segurança.

objetivo de manter os produtos,

Respeito à sustentabilidade, faz tempo que os materiais derivados de fontes renováveis são uma promessa (a exemplo do polietileno verde). O problema, na sua visão, é que os preços destes materiais são fortemente influenciados pelo custo dos grãos, e energia, o que implica no momento em uma baixa capacidade produtiva instalada, em termos globais. O papel, por outro lado, é uma cadeia muito mais consolidada e, com o avanço contínuo dos revestimentos especiais (vernizes barreira para

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

Com mais de 400 marcas de

compras online, Marco acredita (a Nestlé

disponibilidade de terras cultiváveis

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integradas às embalagens.

componentes e materiais (nesse caso, de embalagem) em seu mais alto nível de utilidade e valor o tempo todo. Existem diversas técnicas empregadas na economia circular para atingir esse intento. Uma delas é a troca do lixo industrial e peças defeituosas de uma indústria para outra distinta, que possa aproveitar esses dejetos como parte integrante de seu processo, seja na forma de matéria-prima ou fonte geradora de energia. O elemento que faz esta complexa engrenagem funcionar é a Análise do Ciclo de Vida dos produtos (LCA – Life Cycle Analisys). Um bom exemplo disso é a PepsiCo

diversas aplicações), ele

e sua agricultura colaborativa cruzada

deve ocupar um espaço

(Cross-farm collaboration), onde ela

muito maior em função da

utiliza a lama de criações de porcos na

relação custo x benefício x

Bélgica e Holanda como fertilizante

sustentabilidade.

natural nas plantações de batatas, o

Na questão das embalagens integradas ao mundo digital, os grandes brand owners ainda não conseguem ter a percepção

que diminui a necessidade de solo melhorado com produtos químicos e emissões de carbono associadas à prática. Esse esquema é altamente benéfico e econômico à PepsiCo e ao ambiente, uma vez que 40 a 50 por

clara de todas as oportunidades

cento das emissões de carbono do

que se descortinam nessa

cultivo de batata da empresa advém da

seara. Mas todos têm a convicção de que são muitas, infindáveis, e que mais cedo do que se espera, estarão definitivamente

adoção de fertilizantes. Outro tema recorrente na pauta das grandes companhias compradoras de embalagens


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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015


ARTIGO DE CAPA

Existem diversas técnicas empregadas na economia circular para atingir esse intento. Uma delas é a troca do lixo industrial e peças defeituosas de uma indústria para outra distinta, que possa aproveitar esses dejetos como parte integrante de seu processo, seja na forma de matériaprima ou fonte geradora de energia”

é o chamado design inclusivo.

embalagem para comunicar-se com os

“Colocar o consumidor no centro do

consumidores.

desenvolvimento de embalagem e torna-la mais acessível e utilizável a um maior número de pessoas”. A Nestlé, por exemplo, em parceria com um instituto de pesquisas especializado em artrite e outras

área da embalagem ganham espaço nas prateleiras – a exemplo dos rótulos-bula, rótulos sleeve, stand-up pouches etc. O papel da embalagem como mídia é favorecido pelo fato de que

Institute, em Atlanta, Estados Unidos)

ela é o único veículo que atua (em

desenvolveu uma luva especial

conjunto com as peças de apoio

que restringe os movimentos de

como os displays) na venda, com o

uma forma parecida com a de uma

consumidor dentro da loja e preparado

pessoa debilitada pela artrite. A partir

para a compra (com algum meio de

disso, reavaliar todos os sistemas de

pagamento à mão).

fechamento atuais e desenvolver novos sistemas que contemplem esta dificuldade é um exemplo prático do design inclusivo.

A embalagem é, acima de tudo,

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

que geram melhor aproveitamento da

doenças (Georgia Tech Research

A embalagem como mídia

40

Em função disso, diversas aplicações

Diversas pesquisas já foram conduzidas em todo o mundo para tentar quantificar este poder de atração da embalagem como mídia, em relação às tradicionais mídias de massa como os anúncios na televisão, rádio, jornais e revistas. Uma delas, publicada no Manual de Engenharia

uma grande mídia aos donos de marca.

de Embalagem (HANLON, Joseph,

E como tal, eles esperam aproveitar

1992) apontava a embalagem como

ao máximo esse veículo, tanto pelo

a mídia com melhor custo x benefício

design e reprodução gráfica, como

em relação ao seu alcance (número

também maximizando a área da

médio de consumidores em trânsito


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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015


ARTIGO DE CAPA

O papel da embalagem como mídia é favorecido pelo fato de que ela é o único veículo que atua (em conjunto com as peças de apoio como os displays) na venda, com o consumidor dentro da loja e preparado para a compra (com algum meio de pagamento à mão).”

sobre filmes plásticos ultrafinos pode, num relativamente curto espaço de tempo, transformar o painel das embalagens em mídias não mais estáticas – mas sim verdadeiros televisores ou telas touch exibindo vídeos promocionais, receitas e jogos interativos para crianças e adultos.

Palavras finais

no ponto de compra expostos à mensagem da embalagem versus seu custo de produção).

Vá até um supermercado e faça algo simples como escolher um

De certa maneira, esta preocupação se reflete no surgimento de companhias globais de gestão de marca e

sabonete para o banho. Você deverá encontrar sabonetes hidratantes. E também relaxantes, esfoliantes, adstringentes, amaciantes,

embalagem (Shawk!, Trident, Diadeis etc.) para os grandes brand owners. Em suma, uma mídia tão importante como a embalagem precisa ser administrada profissionalmente.

suavizantes, refrescantes, emolientes, tonificantes, anti-acne, anti-germe (chegando a eliminar 99,99% destes), anti-bactericida, massageadores, anatômicos, orgânicos, naturais, sem

A evolução das tintas à base

corantes, com corantes, com corantes

de grafeno e da impressão de

naturais, com ingredientes extraídos

componentes e sistemas eletrônicos

de forma sustentável, perfumados,

" Pedido de assinatura da ProjetoPack em Revista

(por favor envie por e-mail em revista@projetopack.com ou Fax, para (11) 3258-7134). PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

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Empresa:

Endereço de recebimento da revista:

Cidade: 42

Estado:

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formulados pelos melhores perfumistas do mundo e com “Notas que permitem uma viagem pelo mundo”. Possivelmente, também encontrará sabonetes produzidos de acordo com métodos ancestrais, indicados para higiene do corpo, das mãos, do rosto e para as partes íntimas. Para peles morenas, claras, adultos, idosos, bebês, mulheres e homens. Fica não só difícil escolher um sabonete, mas dá para imaginar o que será que ainda não foi inventado em termos de sabonete. É aí que entra a embalagem. Não meio a todo esse ruído, mas para

alguma diferença, em um mercado tão

criar algum diferencial adicional. Em

comoditizado quanto o da maioria dos

boa parte dos casos, a embalagem

bens de giro rápido. “Num ambiente

acaba sendo o único elemento do

onde quase tudo é mais do mesmo, só a

produto capaz de ainda estabelecer

embalagem salva.”

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

apenas para ajudá-lo a se decidir em

43


ARTIGO

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

Nova geração de solventes propílicos para flexografia – uma visão geral do produto

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N

ormalmente, as empresas

Como o próprio nome diz: vício é

que imprimem em flexografia

um hábito que se adquire, que gera

acabam adquirindo

dependência e que causa grandes

alguns vícios ao longo dos anos. O

malefícios à saúde, seja na pessoa

reaproveitamento de fitas adesivas dupla-

física ou mesmo na jurídica.

face, que acabam gerando paradas de

O que abordaremos aqui trata-se

máquina e custos muito maiores do que

do vício na utilização de solventes

a pouca economia gerada, é um dentre

derivados do etanol, no mercado

tantos exemplos rotineiros. Há vícios em

brasileiro de impressão flexográfica, e

praticamente tudo, desde práticas não

as enormes oportunidades que residem

muito ortodoxas para armazenar clichês

na adoção de um thinner propílico

até as populares “gambiarras” para rodar

a base de n-Propanol e Acetato de

um determinado trabalho.

n-Propila.


Rodrigo Valente Gerente de Vendas OXEA rodrigo.valente@oxea-chemicals.com

Não pretendemos esgotar o tema

fórmulas. O convertedor presencia

nesta edição. Portanto falaremos em

isso todos os dias. A maior parte

alguns breves artigos, a respeito das

das indústrias de embalagens era

diferenças técnicas ligadas não apenas

abastecida ou produzia internamente

à qualidade da mistura propílica como

dezenas de linhas de tintas diferentes,

também da performance na impressão.

uma para cada aplicação. Hoje, todas

Solventes convencionais e solventes propílicos – a base da formulação

as empresas vêm sistematicamente

Um solvente tradicional de flexografia é uma mistura (thinner) formada por diversos solventes: 1. Acetato de etila (geralmente o

otimizando estas formulações a uma ou duas linhas “universais”. O mesmo para adesivos de laminação, primers, vernizes etc. Os solventes a base de etanol possuem formulações mais variadas, precisamente porque o produto

segundo maior percentual da

base – o etanol – apesar de ser muito

fórmula);

barato e abundante, é um solvente

2. Etanol anidro (a base do thinner); 3. Isopropanol (o terceiro maior componente em participação); 4. Glicóis (o “ajuste fino”);

A experiência nos mostra que tudo o que agrega um número amplo de componentes gera uma série de fatores complicadores, tais como a pouca repetibilidade do resultado”

instável para a impressão, devido a sua alta volatilidade e higroscopia. Isso acaba requerendo solventes auxiliares, mais pesados, com melhores taxas de resolubilidade e viscosidades mais

5. Outros solventes, tais como Sec-

equilibradas e baixas, que possam

butanol, Sec-butila, DAA etc. (em

diminuir as deficiências do etanol.

percentuais variados). A experiência nos mostra que tudo o que agrega um número amplo de componentes gera uma série de fatores repetibilidade do resultado (muita variabilidade na formulação impede uma consistência entre dois ou mais lotes de thinner), muitas interações distintas (cada solvente tem uma afinidade molecular maior ou menor entre si e para com os componentes das resinas das tintas e adesivos de laminação), maior instabilidade em

A mistura propílica, por outro lado,

relação à temperatura e umidade

é bi componente: somente Acetato

relativa do ar na sala de impressão e

de Propila, de evaporação mais lenta

assim por diante.

(dissolvendo a nitrocelulose das resinas

Quando se trata de produtos químicos, o ideal é a simplificação de

por mais tempo) e baixa viscosidade e o n-Propanol, com taxa de evaporação

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

complicadores, tais como a pouca

45


ARTIGO

A forma mais precisa de se manter a concentração constante do acetato no thinner é através de um azeótropo. Esta palavra difícil, de origem grega, significa uma mistura de duas ou mais substancias (no nosso caso, dois ou mais solventes) que, numa certa proporção, possui uma taxa de evaporação (ponto de ebulição) constante e fixa, como se fosse uma substância pura. O azeótropo formado por Acetato de Propila e N-Propanol (na proporção de 65:35) permite um ajuste de viscosidade da tinta em

Uma formulação ideal recomendada seria de apenas 20% de Acetato de Propila e 80% de n-Propanol, resultando num thinner altamente balanceado.”

máquina muito mais balanceado, rápido, estável e com menor perda de ideal, contribuindo para uma

solvente, numa viscosidade bastante

transferência de tinta eficiente, boa

inferior do que a mesma tinta

resolubilidade e ganhos variados no processo, principalmente em relação

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por Acetato de Etila e Álcool (69:31).

ao menor número de paradas para

Na prática, uma tinta diluída com

limpar os odiosos entupimentos de

um produto bi componente, mais lento,

clichês e cilindros anilox.

estável e equilibrado se traduz numa

Uma formulação ideal recomendada seria de apenas 20% de Acetato de Propila e 80% de n-Propanol, resultando num thinner altamente balanceado.

46

ajustada com o azeótropo formado

Por que estes solventes funcionam tão bem juntos? Na “bíblia da flexografia”, o manual de princípios e práticas flexográficas editado pela associação americana de flexografia, há uma frase emblemática:

impressão de qualidade e eficiência muito superiores e uma economia considerável no consumo de tinta e no preço da tinta por metro linear impresso.

A simplicidade é a alma do negócio Trabalhar com dois solventes numa fórmula ao invés de um thinner com três a seis solventes também significa liberdade. A operação de comprar dois solventes a granel e formular internamente passa a ser economicamente muito mais

“... para manter o equilíbrio dos

viável do que estocar cinco ou seis

solventes na tinta, a mistura de ajuste

produtos, gerenciar seus volumes,

deve ter uma concentração constante

tomar medidas para garantir a

do ativo (acetato), pois este é o

dosagem adequada de cada um

primeiro a evaporar-se.”

no thinner, fazer a inspeção no


recebimento e assim por diante. Manusear dois produtos é muito mais simples e rápido e, ao formular, além da liberdade de efetuar um pequeno ajuste quando necessário, tornando a mistura mais rica ou não em relação à formulação ideal

efetiva do número de paradas e do

Sobre a Oxea: formada em 2007 com ativos e o portfólio de duas indústrias químicas, a Oxea possui fábricas de escala mundial na Europa e Estados Unidos. Desde 2013, ela passou a integrar a Oman Oil Company e tornou-se o maior produtor de n-Propanol do mundo, com capacidade produtiva em expansão. É líder de mercado em todos os países usuários do produto e detém grande conhecimento técnico de sua aplicação.

setup na impressão flexográfica ao

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recomendada, há economia potencial no custo de aquisição, uma vez que o processo de estocagem e manuseio pelo fornecedor ou distribuidor são agregações de valor incutidas a cada litro de solvente vendido. No próximo artigo, falaremos sobre os ganhos de velocidade, economia com aparas e a redução

adotar-se a mistura de propílicos.

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FUSÕES E AQUISIÇÕES

Fusões e Aquisições: retrospectiva 2015

N

o cenário macro, as fusões e aquisições caíram no Brasil 44,4% nos três primeiros trimestres deste ano, o menor nível desde 2009 segundo dados do Mergermarket, uma empresa que

monitora estas transações em todo o mundo. Apesar da queda, o volume de negócios ainda somou USD 21,6 bilhões, o equivalente a 51,2% do total de operações na América Latina inteira. A queda, sabemos, é reflexo da recessão econômica, da crise política e da fragilizada “confiança dos investidores” de que as coisas devam melhorar num curto prazo. O maior negócio do ano ficou por conta da aquisição do HSBC pelo Bradesco, por mais de USD 5 bilhões. Todavia, em nosso mercado de embalagens flexíveis, etiquetas, rótulos e impressão – tanto aqui quanto lá fora, o ano foi agitadíssimo. E merece, nesta última edição de 2015 da ProjetoPack em Revista, um resumo das principais transações. Vamos recordá-las?

Transações envolvendo empresas brasileiras

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Tivemos em 2015, até o fechamento desta edição, 17 transações dignas de nota envolvendo empresas brasileiras e grupos estrangeiros (ou seja, não estamos considerando neste rol a tomada de controle, arrendamentos mercantis, fusões e aquisições entre duas ou mais companhias nacionais).

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• O grupo alemão Altana (com suas quatro divisões de negócios: Byk Aditivos, Eckart Pigmentos de Efeito, Elantas Materiais Isolantes e Actega Revestimentos e Selantes) adquiriu este ano duas companhias brasileiras fabricantes de tintas e vernizes, reforçando sua presença no Brasil; • A Bemis saiu de um período sabático de compras no Brasil e arrematou a Emplal Participações, uma das líderes na produção de embalagens rígidas termoformadas de Polipropileno, com unidades

produtivas em Três Lagoas (MS) e Cabo de Santo Agostinho (PE), que, somadas, empregam por volta de 850 colaboradores. O volume agregado de resina processada nas duas fábricas da Emplal eleva a operação da Bemis no Brasil (uma das 10 maiores transformadoras de Polipropileno do país) ao grupo das cinco maiores. De acordo com a consultoria MaxiQuim, em 2014 o segmento de embalagens termoformadas em PP representou 11% do consumo total do polímero no Brasil, cerca de 160 mil toneladas. A Emplal Participações registrou uma receita de vendas de aproximadamente USD 75 milhões em 2014. A transação ocorreu pouco depois da Bemis desinvestir globalmente na sua divisão de materiais auto-adesivos MACtac, vendendo integralmente ao fundo de investimentos Platinum Equity por aproximadamente USD 170 milhões no fim do ano passado;


• Única produtora sul-americana de papel para impressão de moeda e documentos de segurança, a subsidiária no Brasil da francesa Arjo Wiggins foi adquirida este ano por 85 milhões de Euros. A adquirente, a italiana Fedrigoni consolida, portanto, posição de liderança no Brasil na oferta variada de papéis especiais e auto-adesivos (em 2009 ela havia comprado a Arconvert Brasil). Em 2014, a Arjo Wiggins Brasil faturou aproximadamente 70 milhões de Euros; • A holding americana Griffon concluiu a compra das cotas remanescentes da operação da Clopay (incluindo sua operação brasileira). O mercado de Tecido-Não-Tecido está sendo completamente reformulado em termos globais e praticamente já não há mais companhias nacionais operando neste segmento (isso inclui a Cia Providência, pertencente à americana Berry Plastics AVINTIV e a Isofilme, absorvida nos anos 2000 pela própria Clopay); • A tradicional companhia brasileira especializada em stand-up pouches (que noticiamos há duas edições atrás) foi enfim parcialmente adquirida e agregada ao grupo italiano Gualapack – um dos líderes mundiais na solução SUP; • Uma das maiores indústrias do mundo em soluções para

embalagens industriais, a alemã Mauser Group adquire da concorrente a brasileira Greif/Fustiplast (subsidiária da americana Greif ), líder na fabricação de tambores e IBC’s (Intermediate Bulk Containers) e que opera 9 unidades em território nacional; • Líder em ferramental de corte para rótulos e etiquetas, a americana RotoMetrics adquiriu a brasileira MLC Facas, número um do país em participação de mercado. Lá fora, o mercado de rótulos e etiquetas brasileiro é considerado promissor, não apenas pelas taxas de crescimento ainda elevadas para os padrões europeus e americanos, mas possivelmente pela sua consolidação – fornecedores como RotoMetrics visam uma base local instalada

para atender aos clientes de presença global desembarcando por aqui a cada ano; • A gigante coreana Samsung Electronics comprou a Simpress, uma empresa “destaque” especializada em oferecer soluções de impressão e gestão de documentos terceirizada aos seus clientes (outsourcing). Bastante focada atualmente no negócio B2B, a Samsung incorpora uma empresa com mais de 1900 colaboradores, 1700 contratos firmados e mais de 100 mil equipamentos instalados em todo o território nacional (incluindo mais de 600 revendas e um relevante time de mais de mil técnicos especializados); • Surpresa de fim de ano, a japonesa Sato Corporation adquiriu a tradicional indústria de rótulos e etiquetas paulista

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• Continua a saga global pela liderança absoluta do mercado de design, pré-mídia e gestão de marca para os brand owners. O evento mais recente é a primeira aquisição da francesa Diadeis – a agência Kong-Rex, de Marco Aurelio Kato;

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FUSÕES E AQUISIÇÕES

Alguns destes mandatos cumpridos foram significativos e até emblemáticos. De certa forma, todas as empresas adquiridas são atuantes em nichos de mercado e notoriamente conhecidas pela sua excelência em gestão e qualidade dos produtos e serviços ofertados” Prakolar Rótulos Autoadesivos S/A por valor não divulgado. Com a aquisição, ela acelera a entrada no mercado sul-americano, algo que já vinha realizando através de sua unidade de negócios sediada na Argentina;

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• A norte-americana Sonoco adquiriu participação majoritária e controle na convertedora de embalagens flexíveis Graffo Paranaense de Embalagens S/A. Em 2014, a Graffo auferiu receita de vendas de aproximadamente USD 35 milhões, operando uma planta com modernos ativos de rotogravura e empregando cerca de 230 colaboradores;

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• A Thunnus Participações, uma sociedade detida por fundos e gerenciada pela Tarpon Investimentos celebrou este ano um aditivo ao contrato com o bloco Abrilpar, para assumir definitivamente o controle da Abril Educação. Alguns meses depois, a Abril Educação adquire, por R$ 725 milhões, 100% da operação Saraiva Educação (um braço formado por selos como Atual, Benvirá, Editora Saraiva, Editora Érica e sistema de ensino Ético); • Uma das maiores empresas de transformação e conversão do país, o grupo Tecnoval (Valgroup) adquire uma unidade fabril da Dow Chemical, em Findley, Ohio – Estados Unidos, através de sua subsidiária Valfilm North America. A fábrica de transformação de filmes (PE) foi incorporada por USD 225 milhões e estabelece o primeiro

degrau no processo de expansão da companhia em solo americano; • A Vistaprint, número 33 na lista dos 500 maiores varejistas da internet concluiu a aquisição de uma fatia minoritária na start-up brasileira Printi, que comercializa impressos em plataforma webto-print. O aporte de USD 25 milhões, segundo diversas fontes, seria usado também na construção de um novo centro de atendimento e despacho de pedidos online; • A tradicional fabricante de tubos e bisnagas impressas Globalpack foi adquirida pela alemã Weener Plastic Packaging Group (WPPG), integrando as 24 fábricas em mais de 16 países de sua plataforma operacional. Alguns destes mandatos cumpridos foram significativos e até emblemáticos. De certa forma, todas as empresas adquiridas são atuantes em nichos de mercado e notoriamente conhecidas pela sua excelência em gestão e qualidade dos produtos e serviços ofertados. Esperemos muito mais para o ano que vem, enquanto a apreciação do dólar e a fragilidade da economia favorecem aos grandes grupos com presença global adquirirem empresas boas por preços mais “amenos”. Confira as principais transações envolvendo empresas brasileiras e companhias do exterior em: Tabela 1 - Retrospectiva de fusões e aquisições em nosso setor ao longo de 2015.


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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015


FUSÕES E AQUISIÇÕES

Praticamente impossível manter registros precisos, muito em função da forma como alguns destes acordos são alinhados (“off the record”) estão as fusões e aquisições entre empresas brasileiras de médio e pequeno portes. No entanto, é possível dizer que ocorreu uma quantidade significativa delas, em sua maioria no setor de transformação de polietileno, em função da crise e da necessidade destas companhias de angariar maior musculatura para compra das resinas termoplásticas e contratos de energia elétrica. Também houve um pequeno número de fusões nos setores de pré-impressão e clicheria, etiquetas e rótulos e embalagens de papelão ondulado e cartão.

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Evidentemente, muitos outros estão ficando pelo caminho. Até outubro deste ano, os pedidos de falência registraram alta de 16,1% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2014 segundo dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito, com abrangência nacional.

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A fraca atividade econômica, os custos crescentes, a elevação da taxa de desemprego e a desvalorização cambial (lembrando que as nossas matérias-primas são atreladas ao dólar) dificultam muito a geração de caixa e o equilíbrio deste fluxo. Outros fatores que contribuem negativamente para o cenário ruim são o aumento considerável dos níveis de inadimplência e a contração no crédito às empresas e aos consumidores na ponta. Este ano possivelmente apresentará o maior aumento de falências desde a série iniciada em 2005, com a Lei das Falências.

Fusões e aquisições notáveis de 2015 No contexto das transações globais em nosso segmento, este foi

mais um ano de recorde absoluto, com alguns mandatos que entrarão para a história do setor: • A aquisição da gigante holandesa Constantia Flexibles, pelo fundo de investimentos francês Wendel Group, por EUR 2,3 bilhões (mais de noves vezes o EBITDA do ano anterior) passa a ser a maior aquisição do setor de flexíveis desde 2009, quando a australiana Amcor adquiriu os ativos da Alcan, pela “bagatela” de USD 2.8 bilhões; • A aquisição da AVINTIV, ex-PGI Specialty Materials (na ocasião, em posse do maior fundo de investimentos do mundo, o Blackstone Group) pela norteamericana Berry Plastics, ao valor de USD 2.4 bilhões. A Berry incorpora, portanto, as 24 fábricas em 14 países, mais de 4.500 colaboradores, EBITDA incremental de USD 303 milhões (auferido nos últimos 12 meses) e toda a competência técnica da AVINTIV na fabricação de materiais plásticos especiais para os mercados de cuidados pessoais, médico-hospitalar e industrial; • A fusão entre Ampac Holdings e Prolamina Corporation, promovida pelo fundo de investimentos Wellspring Capital Management (que possivelmente se chamará Prolampac Intermediate Corp) resulta numa nova companhia de embalagens flexíveis com 16 fábricas ao redor do mundo, mais de 2000 colaboradores, todos os processos de impressão e conversão e receitas iniciais superiores a USD 700 milhões; • A conclusão da compra da suíça Sig Combibloc, por EUR 3,75 bilhões, pelo fundo de

investimentos Onex Corporation. A Sig, uma das líderes mundiais em embalagens cartonadas assépticas para bebidas e máquinas de envase asséptico era parte integrante do grupo Reynolds; • A fusão entre as gigantes MeadWestvaco Corporation e sua concorrente direta, RockTenn, formando a WestRock, uma das maiores companhias de embalagens do mundo, com 42 mil colaboradores em 30 países e receita de vendas anual na casa dos USD 15 bilhões em papelão ondulado e cartão. Os grandes continuam comprando a todo vapor – Amcor, Bemis, Berry, Coveris, Constantia, CCL Industries, Graphic Packaging, Huhtamaki Oyj, Mondi, Sealed Air e Sonoco. Alguns dos habituais consolidadores, no entanto, estiveram um pouco “sumidos”. Um deles, a norte-americana Brady, tem uma boa desculpa – tem sido declaradamente sondada como potencial alvo para aquisição pela Honeywell. Nesta mesma situação está a Novolex, empresa constituída pelo fundo de investimentos Wind Point, também estaria a venda por um valor próximo a USD 1,75 bilhões. A Novolex conta hoje com 5000 colaboradores espalhados em 37 fábricas nos EUA, uma no Canadá e outra no México e fatura USD 1.9 bilhões. Abaixo, relacionamos mais de 90 transações que julgamos terem sido relevantes e que, de alguma forma, estão redesenhando os rumos do nosso setor gráfico e de embalagens flexíveis, etiquetas e rótulos – todas ocorridas ao longo de 2015, sendo algumas delas iniciadas nos últimos meses de 2014.


QUEM COMPROU

QUEM VENDEU

CORE BUSINESS DA CIA. ADQUIRIDA

AIP

Goss International

Máquinas de acabamento

Altana Group

Premiata Tintas

Tintas de impressão

Altana Group

Overlake

Vernizes de impressão

Amcor Group

Packaging India Private Limited (PIPL)

Embalagens flexíveis

Amcor Group

Encon

Embalagens rígidas

Amcor Group

Nampak Flexibles

Embalagens flexíveis

Amcor Group

Zhongshan Tiancai Packaging

Embalagens flexíveis

Amcor Group

Souza Cruz (gráfica)

Embalagens para cigarros

Americk Packaging

Adare Advantage

Etiquetas e rótulos

Arkema

Bostik

Adesivos e vernizes

ÅR Packaging Group

MeadWestvaco (unidades na Europa)

Embalagens de cartão e P.O.

Barry-Wehmiller

Bielomatik Paper

Papéis especiais

Bemis

Emplal Participações

Embalagens rígidas

Berry Plastics

AVINTIV

Materiais geotécnicos

Bobst Group

Nuova Gidue

Impressoras banda estreita

Brother Industries

Domino Printing

Datadores digitais

Bosch

Kliklok-Woodman Corporation

Máquinas de acabamento

CCL Industries

Worldmark

Etiquetas e rótulos

CCL Industries

Fritz Brunnhoefer

Etiquetas e rótulos

CCL Industries

pc/nametag

Etiquetas e rótulos

CCL Industries

Meetings Direct

Etiquetas e rótulos

Constantia

Pemara Labels Group

Etiquetas e rótulos

Constantia

Afripack

Embalagens flexíveis

Coveris

Grupo Olefinas

Embalagens flexíveis

Coveris

Elldex Packaging

Embalagens flexíveis

Davis-Standard

Gloucester Engineering

Máquinas extrusoras

DBAG

Huhtamaki Films (divisão de filmes)

Filmes higiênicos

Diadeis

Kong-Rex

Design de embalagem

Duravant

Mespack

Máquinas de envase

EFI

Shuttleworth

Software MIS para gráficas

EFI

Matan Digital Printers

Impressoras digitais

Endless Enact Fund

Excelsior Tecnhnologies

Embalagens flexíveis

Esko

MediaBacon

Software de gestão

PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

TABELA 1 - RETROSPECTIVA DE FUSÕES E AQUISIÇÕES EM NOSSO SETOR AO LONGO DE 2015

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PROJETOPACK • Ano IX - Edição 52 - Nov/Dez 2015

FUSÕES E AQUISIÇÕES

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Essentra

Clondalkin (divisão de especialidades)

Embalagens flexíveis

Fedrigoni

Arjowiggins

Papéis especiais

Flint Group

Xeikon

Impressoras digitais

Fort Dearborn

Core Label

Etiquetas e rótulos

Fortis Solutions

Kopco Graphics

Etiquetas e rótulos

Fortis Solutions

Color Craft Labels

Etiquetas e rótulos

Glenroy

PF Flexibles

Stand-up pouches

Graphic Packaging

G-Box

Embalagens de cartão e P.O.

Graphic Packaging

Carded Graphics

Embalagens de cartão e P.O.

Griffon Company

Clopay (cotas remanescentes)

Filmes gofrados e TNT

Gualapack Group

Tradbor

Stand-up pouches

Henkel

Novamelt

Hotmelts

Highland Partners

Popular Ink

Embalagens flexíveis

Huhtamaki Oyj

Pure-Stat Technologies

Embalagens de proteção

Huhtamaki Oyj

Positive Packaging

Embalagens flexíveis

IIMAK

American Ink Jet

Tintas de impressão

Inland Labels

Monet Graphics

Etiquetas e rótulos

Interplast Group

Haremar Plastic Manufacturing

Filmes de PE diversos

Kay Toledo Tag

Ennis Graphics

Etiquetas e rótulos

KapStone Corporation

Victory Packaging

Embalagens de cartão e P.O.

Marvaco

FlexoPartner

Pré-impressão e clicheria

Mauser Group

Greif

Tambores e IBC’s

Maxcess

Ebex

Sistemas de alinhamento

Maxcess

Fife Guiding Systems

Sistemas de alinhamento

Maxcess

Tidland

Eixos expansíveis

Maxcess

Magpowr

Sistemas de alinhamento

Maxcess

Valley Roller Company

Sistemas de alinhamento

Mayr-Melnhof

Illeos (divisão de cartão)

Embalagens de cartão e P.O.

Michelman

Supack International

Distribuidor de vernizes

Microscan

Label Vision Systems

Sistemas de inspeção

Mondi Group

KSP Packaging

Stand-up e retort pouches

Multi-Color

Super Label

Etiquetas e rótulos

Multi-Color

Era Packaging

Etiquetas e rótulos

Multi-Color

Multi-Labels

Etiquetas e rótulos

Novolex

Wisconsin Film & Bag

Sacos e sacolas de LDPE

Polifilm Extrusion

Mondi Group (uma fábrica do grupo)

Filmes para laminação

Reflex Group

Century Arts

Etiquetas e rótulos


MLC Facas

Ferramental de corte

Samsung

Simpress

Outsourcing de impressão

Sato Corporation

Jenkins Labels

Etiquetas e rótulos

Sato Corporation

Okil Labels

Etiquetas e rótulos

Sato Corporation

Prakolar

Etiquetas e rótulos

Scientex Berhad

Mondi Group (duas fábricas do grupo)

Embalagens flexíveis

Sealed Air (Cryovac)

B+Equipment

Máquinas de envase

Sigma Plastics

Tara Plastics Corporation

Filmes PE coex 3 camadas

Sonoco Products

Graffo Paranaense

Embalagens flexíveis

Südpack Group

Baphol

Embalagens flexíveis

Sun Plastech (Asahi)

Novachem

Aditivos para purga

SWM

Argotec

Filmes especiais

Tapp Label

Metro Label

Etiquetas e rótulos

Tarpon

Abril Educação (cotas remanescentes)

Gráfica editorial

Transcontinental

Ultra Flex Packaging

Embalagens flexíveis

Transilwrap

Clear Focus Imaging

Filmes especiais

Verso Paper

NewPage Holdings

Papéis especiais

Vistaprint

Printi

Start-up web-to-print

Valgroup (Tecnoval)

Dow Chemical (unidade Findlay/USA)

Filmes de PE

Wendel Group

Constantia

Embalagens flexíveis

Wendel Group

CSP Technologies

Embalagens de proteção

Werner Group

Globalpack

Tubos e bisnagas

Western Shield

Hand On a Label

Etiquetas e rótulos

WUH

BSW

Máquinas de acabamento

Os fundos de investimento Há pelo menos um ano e meio atrás, numa das primeiras edições da ProjetoPack em Revista que apresentava a dinâmica das fusões e aquisições em nosso setor, falávamos aos leitores que o negócio de embalagens flexíveis e rótulos estaria quase todo na mão de fundos de investimento e tecíamos algumas considerações a respeito. Para quem estava cético com a informação, a lista acima talvez ajude. Praticamente já não existem mais grandes companhias globais de

flexíveis sem a participação expressiva de fundos de investimento, o que traz, obviamente, ganhos a curto e médio prazos (acesso a recursos financeiros, economias de escala e escopo mediante processos de fusão e aquisição, profissionalização da gestão nas empresas familiares etc.) e potenciais efeitos colaterais no longo prazo (uma vez que boa parte destes fundos precisa rentabilizar seu investimento num prazo relativamente curto, realizam cortes em pessoal, estrutura, ativos e processos que podem minar a competitividade destas empresas num horizonte maior de tempo).

Alguns fatores têm sido relevantes neste processo de consolidação do setor por fundos de investimento. Um deles é o próprio apetite dos CEO’s em alavancar suas companhias de forma rápida (aquisições caem como uma luva). Não menos importante está o excesso de liquidez dos grandes fundos de investimento e a falta de mercados para aplicação destes recursos (boa parte dos mercados já passou por sucessivas ondas de consolidação). Mas o principal deles é a geração de caixa livre – o setor de embalagens é um dos segmentos mais diversificados da economia e menos suscetíveis às sazonalidades do mercado,

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RotoMetrics

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FUSÕES E AQUISIÇÕES

sofrendo menor impacto na geração de caixa, condição imprescindível para sustentar o crescimento via aquisições. Muitos consolidadores estão aproveitando os processos de aquisição e fusão para estabelecer bases em países de economia emergente, com custos de mão-de-obra, energia e logística inferiores (este último, em relação à menor distância de embarque das embalagens aos seus clientes do que a exportação).

Estruturação tem sido a palavra de ordem

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Este ano foi o ano de reestruturação interna e revisão da estratégia para a maioria dos competidores deste mercado cada dia mais difícil. Alguns exemplos dignos de nota foram:

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• A tradicional RR Donnelley deve separar a companhia em três negócios distintos: o primeiro deles voltado em comunicações financeiras e serviços de dados (impressão de boletos, principalmente), o segundo orientado em editorial e o último, ligado ao gerenciamento e soluções de comunicação multiplataforma. A ideia é que os negócios possam caminhar e crescer individualmente, possibilitando parcerias e flexibilidade na gestão ou ainda, conflito de interesses entre as unidades de negócios e a carteira de clientes como um todo; • Depois da aquisição vultuosa da AVINTIV, a Berry Plastics reorganiza a empresa também em três grandes negócios: saúde, higiene e especialidades, embalagens para consumo e materiais de engenharia. Interessante é que a maioria das companhias de embalagens com presença global têm escolhido o triunvirato como base estratégica e organizacional. Seria algo cabalístico, de fácil memorização ou uma simples

coincidência? Boa parte das empresas também esteve ocupada estruturando alianças estratégicas, a exemplo da israelense AVT e a alemã Erhardt+Leimer, que passa pela aquisição inicial da unidade de negócios de sistemas de inspeção da Erhardt, que como especialista em integração de sistemas, assume a tarefa da passagem do bastão aos usuários.

O apagão da mão-de-obra Uma vez mais (já citamos dezenas de vezes em edições passadas), a falta de mão-de-obra qualificada atravanca o crescimento setorial em todo o planeta. Mesmo nos países desenvolvidos, há reflexos deste apagão, mas com conotação diferente – na Europa, especialmente, há uma carência generalizada de mão-de-obra industrial, em função do envelhecimento da população. Os poucos jovens disponíveis no mercado de trabalho, a geração Y (millenials) constituem um público mais avesso ao tipo de trabalho industrial

e acabam saindo da empresa pouco tempo depois, nas etapas intermediária ou final de sua curva de aprendizagem profissional. A escassez de trabalhadores acaba onerando as empresas, seja na disputa para contratá-los como nos investimentos necessários para mantê-los. Nos países latino-americanos a taxa de produtividade por empregado cai consideravelmente, uma combinação de fatores socioculturais, baixa taxa de escolaridade e salários desmotivadores (um desdobramento dos pesados encargos trabalhistas pagos pelas contratantes que coíbem melhores salários). Mesmo na China, há reflexos da escassez da mão-de-obra e o cenário é nebuloso. O país deixou em pouco tempo um modelo agrário para uma economia industrial e, mais rapidamente ainda, passou a integrar a economia de mercado, competindo globalmente não apenas em preço, mas também pela aceitação de seus produtos – o que demanda melhoria contínua na qualidade, atendimento a especificações internacionais, aprimoramento do


O problema só piora quando lembramos que a produção de embalagens ainda está razoavelmente longe de um nível de automação que mitigue a participação humana. A despeito de todos os controles sofisticados, as impressoras ainda são pilotadas por pessoas, as cores em sua maioria, aprovadas por pessoas e até o espectrodensitômetro não se calibra sozinho.

É preciso investir em treinamento e formação técnica da equipe, principalmente no chão-de-fábrica e na sua supervisão. Não raro presenciamos a mesma embalagem ou rótulo sendo produzida em convertedores diferentes, em equipamentos similares (muitas vezes do mesmo modelo e ano de fabricação) e com insumos também similares. E aí, as diferenças são realmente chocantes: um convertedor chega a produzir com velocidade quase 50% acima, desperdiçando uma fração da apara do outro e, não raro, com qualidade muito superior. Como explicar algo assim? Sorte? Felizmente não: mérito de quem investe nas pessoas e na manutenção dos ativos.

A ProjetoPack se consolida em M&A setorial Dos seus quinze anos atuando como consultoria especializada em embalagens flexíveis, etiquetas, rótulos e tecnologias de impressão, a ProjetoPack completou cinco como advisor e deal hunter em processos de fusões e aquisições ao setor. No ano de 2016, não será diferente. Estaremos promovendo encontros privados com os maiores consolidadores (convertedores e fundos) da cadeia e empresários dispostos a vender ou associar-se a estes grupos estrangeiros (saiba mais como participar enviando e-mail para atendimento@projetopack.com.

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serviço, da comunicação e do pósvenda, mesmo que seja um pós-venda transcontinental. Por conseguinte, os custos aumentaram significativamente e minaram bastante o outrora diferencial de mão-de-obra barata e em quantidade. A desaceleração da economia chinesa afeta diretamente este ciclo.

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