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A música no século XX

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Referências

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Nas duas primeiras décadas do século XX, quando ainda não havia rádio e nem televisão, a música era uma importante forma de entretenimento nos lares brasileiros. As famílias se reuniam para cantar, dançar e transmitir tradições musicais. Mas, naquela época, faziase distinção entre a música cantada e aquela executada por instrumentos. Esta última era considerada mais nobre, pois a prática de um instrumento exigia formação, escolarização e preparo, enquanto o canto estava associado à vida cotidiana e às festas populares.

O canto era uma manifestação muito comum também durante o trabalho, entoado de forma coletiva. Esse costume, vindo dos tempos da escravidão, adentra o século XX. Em 1920, por exemplo, o poeta paulista Mário de Andrade (1893–1945), que também era etnógrafo, excursionou pelo Brasil pesquisando o folclore e registrou, dentre outras músicas, alguns desses cantos.

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Hoje em dia, com tantas outras formas de lazer e entretenimento, o canto coletivo é bem menos presente, mas não desapareceu. Ainda são comuns, em nossa cultura popular, as reuniões para se fazer música e cantar.

Acesse e conheça alguns dos cantos de trabalho entoados durante atividades laborais em municípios da Bahia.

Nas comunidades caiçaras do litoral norte do Paraná e do litoral sul de São Paulo, por exemplo, o fandango é aprendido, tocado e cantado entre parentes e vizinhos. Os instrumentos — a viola, o adufo (ou adufe) e a rabeca — são esculpidos com a caxeta, madeira da região também usada para fazer canoas, e os versos e notas são aprendidos “olho no olho”.

Outra manifestação popular marcada pelo canto coletivo é a tradicional Folia de Reis, que todo 6 de janeiro toma ruas e casas em muitas cidades do Brasil. As músicas que embalam o reisado são tocadas e aprendidas no ritmo da troca de saberes entre gerações.

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