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Cada coralista entrou no coral por um caminho próprio.
Juntos, alcançaram um uníssono quanto ao sentimento de família que nutrem por seus companheiros e a vontade de compartilhar as quintas-feiras de ensaios.
Dedicando-se amadoramente à música, encontram mais uma forma de se voluntariar pelas crianças, animando as alas do hospital.
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Vozes do bem-querer
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Atualmente, o Coral Pequeno Príncipe reúne 25 integrantes. São 21 coralistas distribuídos em quatro naipes — soprano, contralto, tenor e baixo —, voluntárias e voluntários com as mais diversas trajetórias de vida, que se juntam em uma só voz, acompanhada pelo piano de Elena Moukhorkina Moreno e preparada por Mauro Abati Filho, e todo mundo sob a batuta da maestra Simone Abati. O coral conta, ainda, com a voz infantil do Nikolas, filho da soprano Mônica, um apaixonado pela cantoria desde bem pequenininho.
Estar onde não se ousava nem imaginar é um renascimento, uma descoberta. Apesar de todo o poder que tem a música, o renascer para alguns coralistas acontece pelo primeiro ato solitário de se voluntariar, ato que depois conduz ao canto. Descobrir o poder cantar em diferentes fases da vida ofereceu um impulso para a renovação constante da existência.
Há algo no Pequeno Príncipe próprio dos lugares nos quais as pessoas cumprem missões de vida e se devotam a causas. Durante esses primeiros
10 anos, o Coral Pequeno Príncipe deu vida nova a seus coralistas voluntários e encantou os corredores do hospital. A música exerceu todas as suas potencialidades de mexer com as emoções e fazer fluir os sentidos. O trabalho voluntário rendeu sorrisos para todos os lados. Gerando os mais profundos sentimentos de gratidão entre coralistas, colaboradores e crianças, o coral ajuda o Hospital Pequeno Príncipe a continuar promovendo a vida, a arte e a cultura de forma integrada.
A breve história aqui “cantada” nos ensina que vale a pena ousar e buscar o impensado para nossas vidas. Para os coralistas do Pequeno Príncipe, cantar junto tem o mesmo sentindo mágico e ritualístico de que outrora nossos ancestrais fizeram uso: a música como ferramenta de transformação. Tanto quanto estar nos palcos dos grandes teatros e fazer viagens para se apresentar, importa o estar junto e cantar. E, com isso, os coralistas alcançam novos sentidos para própria história.
E um desses sentidos parece estar em alcançar a capacidade de reconhecer a beleza nos encontros e nas singelezas, sem as pretensões da fama e da perfeição. Pessoas tão diferentes como os coralistas têm o prazer de estar juntas na descoberta da própria voz. E são recompensadas com o poder de se emocionar e de emocionar os outros com a música, tornando mais leve a rotina hospitalar das crianças, de seus pais e dos colaboradores do hospital.
O cantar junto que, na humanidade, iniciou-se na magia, continuou pela oração e comoveu até o mais cético dos filósofos, teceu o canto coral como o conhecemos hoje, potente forma de união e partilha da música. Popularizados em tantos lugares diferentes do Brasil, os corais agregam pessoas que fazem do canto uma prática semanal de preparo conjunto, que diverte e alivia o cotidiano e a solidão da vida contemporânea. A predisposição ao canto ao longo do tempo mostra, ao contrário do que se acredita, que todos podemos cantar. As ciências comprovam e nossos coralistas nos mostram que o cantar é da ordem do querer e do fazer junto.
O Coral Pequeno Príncipe evidencia que a música emociona não simplesmente por suas qualidades de execução, mas também pela vontade impostada na voz de quem canta e pela sensibilidade de cada receptor em sentir a emoção emanada. Uma transmissão não mediada pela razão ou pela técnica, e sim por algo abstrato e ainda incomensurável, da mesma ordem das cores e da natureza.
Como tudo que o Hospital Pequeno Príncipe faz tem a vocação de transformar vidas, em cada tessitura do coral, arranjada e regada nos últimos 10 anos, surge um novo alento! Que o coral viva tanto quanto o hospital para continuar entoando novos sentidos para cada vida que canta e para quem ouve.
Na Itália, quando uma peça musical é muito apreciada, junto com os aplausos a plateia grita da capo! Ou seja, “queremos ouvir de novo”!, “bis!”. É o que nós dizemos também: da capo, Coral Pequeno Príncipe!
Acesse para conhecer o canal do coral no YouTube!
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