2 minute read

Cativados pelo maestro Wilson dos Santos

Next Article
Referências

Referências

O maestro Wilson dos Santos foi parceiro da filha, a maestra Simone, na regência do Coral Pequeno Príncipe e em muitas outras empreitadas musicais. Mais do que isso, o maestro foi referência também para cada um que passou pelo coral. Sua presença se faz sentir ainda hoje no aprendizado dos coralistas, “cativados pelo maestro”, como diz o tenor Sergio. E, no coração da maestra, essa lembrança acolhe a alma. Ela não consegue falar do próprio trabalho sem mencionar o do pai.

“Nasci numa família muito musical. Meu pai se formou em direito, mas não trabalhou muito com isso. Sua paixão principal era a música. Formou-se também em música pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, iniciando sua carreira como maestro e fundando vários corais em Curitiba e em outras cidades do estado. Foi também presidente da Federação de Corais Amadores do Paraná (Fecap) e sempre um grande incentivador da cultura através da música.

Advertisement

Minha mãe, Marli Gross dos Santos, atuou como professora e orientadora educacional, mas tinha em comum com meu pai a paixão pela música. Sempre que o maestro Wilson fundava ou ensaiava um grupo coral, lá estava minha mãe, coordenando, cantando e fazendo solos, pois tinha uma voz impecável! Nascendo nesse meio, só me restava seguir o exemplo dos meus pais.

Para vocês terem uma ideia, quando meu pai levou minha mãe para a maternidade, para o meu nascimento, esqueceram de levar a malinha com as minhas roupinhas; quando ele voltou para casa para buscá-la, achou por bem dar uma passada na Igreja do Cabral [a Igreja Bom Jesus do Cabral, no bairro de mesmo nome], onde estavam montando o órgão de tubos. Ele ficou tão distraído e embevecido com o órgão que perdeu a noção do tempo. Quando nasci, tiveram que me enrolar em panos, pois as roupinhas demoraram bastante para chegar à maternidade!

Frequentei ensaios de coral com meus pais desde bebê, seja em Curitiba, seja em outras cidades. Como sempre recebi apoio e incentivo para arte e cultura, cursei balé clássico na Fundação

Teatro Guaíra e educação musical na instituição que hoje se chama Faculdade de Artes do Paraná

(campus da Universidade do Estado do Paraná – Unespar). Também fiz pós-graduação e vários cursos de extensão.

Como meu pai foi maestro fundador do Coral da Polícia Civil do Paraná, auxiliei ele até a sua aposentadoria. Após se aposentar, ele continuou no coral como auxiliar e eu assumi a titularidade da regência. Fomos parceiros em muitos projetos, como o coral natalino que se apresentava nas janelas do extinto Banco Bamerindus. Era um trabalho bem consistente, muito conhecido na cidade e fora do país.

Nosso trabalho no Coral Pequeno Príncipe também foi sempre muito gratificante. Sentimos muito apoio tanto da instituição que acolhe o grupo quanto das coordenações e dos coralistas, que seguem juntos com muito empenho e vontade de ir além de si mesmos. É tanto envolvimento que a atividade flui quase que por “osmose”.

Simone, maestra

De cima para baixo: os pais da maestra Simone Abati, Wilson dos Santos e Marli Gross dos Santos, durante viagem com o coral em 2012; apresentação do Coral Pequeno Príncipe em viagem ao Paraguai, em 2012.

This article is from: