Jornalismo Badjeco Levado a Sério!
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Nº 4 Informativo do Projeto Voz Nativa - Ilha Grande, Angra dos Reis / RJ - Associação Civil Alternativa Terrazul - Maio de 2015
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Jornalismo Badjeco Levado à Sério!
EDITORIAL A edição 4 do Jornal Voz Nativa resgata o passado e as tradições da Ilha Grande, por meio de lendas, contos e memórias contadas por quem mais entende e ama esse lugar: os bajdecos. Através do olhar dos moradores de cada comunidade, a história prova a diversidade e a riqueza deste maravilhoso pedaço de terra no meio do oceano. Desde jovens engajados com a política do Brasil e com o desenvolvimento de suas comunidades, até memórias de livros antigos, poesias, entrevistas e lindas fotos feitas durante cursos, o Jornal 4 está recheado de belezas criadas pelos próprios moradores da Ilha Grande. Como dizia Clarisce Lispector, “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” e é pensando nisso que o Projeto Voz Nativa oferece espaço para que crianças, jovens, adultos e idosos da Ilha
Grande expressem no jornal suas idéias, memórias, pedidos, reclamações e elogios à Ilha. Ninguém sabe mais das belezas e potencialidades deste lugar que os próprios moradores e é por isso que, além do jornal, o Projeto desenvolve uma programação intensa de cursos, oficinas e eventos que valorizam a cultura local e oferecem instrumentos para que a juventude possa se apropriar de seu poder de transformação e fazer a diferença dentro da Ilha. Com cursos gratuitos de inglês, turismo comunitário, gestão ambiental, jornalismo comunitário, design, vídeo, entre outros, o projeto Voz Nativa tem o objetivo de fortalecer o sentimento de pertencimento do jovem nativo, que já faz muito por este lugar e pode muito mais! Saiba das atividades que estão rolando. Fique atento à programação, participe e faça a diferença!!
Associação Civil Alternativa Terrazul Conselho Diretor Presidente Regina Maria Sousa Chaves Diretor Financeiro Pedro Piccolo Contesini Diretora Técnica Camila Ribeiro Soares Projeto Voz Nativa Juventude Protagonista da Ilha Grande Coordenação Geral Marcio Ranauro Coordenação de Comunicação Marina Rotenberg Coordenação Administrativa Arnaldo Augusto Assistentes: Ana Laíse, Guaraci Lage, Luísa Sobral Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social – UFRJ Coordenação Pedagógica Ivan Bursztin Coordenação Multimídia André Paz Jornal Voz Nativa Coordenação Marcio Ranauro e Marina Rotenberg Diagramação e Arte Guaraci Lage Endereço Espaço Voz Nativa Alameda Meu Santo, 250 / Vila do Abraão, Ilha Grande – Angra dos Reis/RJ CEP: 23968-000 Telefones (24)99903-5776 (WhatsApp) projetovoznativa@gmail.com Facebook: Voz Nativa Ilha Grande Site: www.voznativa.eco.br Associação Civil Alternativa Terrazul Rua Floriano Peixoto, 1440 / Centro – Fortaleza/CE - CEP: 60.025-131 www.alternativaterrazul.org.br Tiragem 5.000 Distribuição Gratuita Este jornal é uma iniciativa do Projeto Voz Nativa, sua intenção é dar visibilidade e voz aos jovens nativos da Ilha Grande. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do Terrazul e das instituições parceiras.
Realização
Patrocínio
www.altalternativaterrazul.org.br
Foto: Marcio Ranauro
Foto: Guia Ecológico João Pontes
Espaço Provetá
Jovem de Provetá conta o que pensa sobre política e o futuro da Ilha Grande 1. Fale de você, o que faz e onde mora. Meu nome é Caroline da Silva Moreira, tenho 16 anos, moro no Provetá, Ilha Grande. Eu sempre fui uma aluna estudiosa, gosto de ler, porém a escrita não é meu forte. Moro com meus pais e minha relação com eles é muito boa. Meu pai é pescador e minha mãe é do lar.
vindo mais para a costa e a pesca está difícil. O pessoal tem que ir para fora da Ilha pescar, aqui na Ilha a pesca tem diminuído. Meu pai trabalha embarcado, e muitas vezes o barco tem que ir para o Rio pra encontrar peixes. A praia também está ficando isso Fotos:suja, KareneGarcia tem afastado os turistas, que sempre foram poucos. A maioria dos turistas tomam banho de mar no meio da praia, porque no canto, onde tem as barras, é muito poluído.
2. Fale um pouco de sua comunidade. Provetá é uma comunidade pacata, onde a maior atividade social são os eventos religiosos. O principal ramo 5. Supondo que fosse deputada, o que você faria por Provetá? econômico daqui é a pesca. O povo daqui é muito pa- Eu colocaria um tratamento de esgoto, eu não deirado, a maioria sai da comunidade para estudar em xaria os barcos grandes, de traineira, chegarem aqui, pois ao invés Angra, e muitas “Os jovens são o futuro da Ilha Grande. Eles podem valorizar de pescar lá vezes não volta, só nas festas da a sua cultura, se preocupar com o meio ambiente, com o turismo, pra fora, pescam todos aqui Igreja. com a educação, buscando melhorias para as pessoas daqui.” perto da costa e não deixam 3. O que acha da forpeixes para os barquinhos pequenos. Aqui não tem mação política do jovem da Ilha Grande? Acho que os jovens da Ilha só querem saber de namo- muito emprego! Aqui só tem duas pousadas! Eu inro, a minoria que se interessa por política. Acho que centivaria o turismo, pra gerar mais empregos para as as pessoas não estão interessadas em política, quase pessoas daqui. Acho que só isso de início. nunca vejo ninguém falando sobre o que está acontecendo no país. Acho que isso é ruim, porque hoje em 6. O que faria pela Ilha Grande? dia os acontecimentos políticos caem em provas do Bom, o lugar que eu mais visito é Aventureiro, então eu acho que eu ajudaria as pessoas de lá a colocar luz ENEM e vestibular, mas nenhum jovem se interessa. elétrica e uma torre de celular que tivesse sinal pra Provetá e pra lá. Colocaria também um posto de saú4. Se você pudesse criar uma lei, qual seria? A minha área de interesse é o Meio Ambiente, pois vi- de, porque dá pena das pessoas de lá que não têm vemos na Ilha e os frutos de nosso sustento colhemos médico pra ser atendido. Colocaria mais escolas Estodos daqui, e dependemos do Meio Ambiente para taduais, porque os alunos acordam muito cedo pra isso. Meu interesse seria fazer uma lei que se focasse estudar aqui em Provetá e chegam cansados. Como no tratamento de esgoto, pois toda a sujeira vai para o o barco sai cedo as aulas aqui começam tarde, e se mar. Por ser filha de pescador, tenho visto o mal que tivesse mais escolas eles acordariam na hora certa e a poluição dos mares está fazendo, os peixes não têm teriam aulas às 7:30. Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
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7. O que você pensa em fazer no futuro? Eu pensava em ser professora de geografia, mas tá difícil ser professor, o salário é muito baixo, não valorizam os professores não. Deveriam valorizar mais, sabe por quê? Porque são eles que dão a profissão, que ensinam os profissionais de hoje em dia. Também pensei em entrar pra Marinha, mas ainda estou decidindo.
8. O que acha que os jovens podem fazer pela Ilha Grande? Os jovens são o futuro da Ilha Grande. Eles podem valorizar a sua cultura, se preocupar com o meio ambiente, com o turismo, com a educação, buscando melhorias para as pessoas daqui. Caroline da Silva Moreira, 16 anos, moradora de Provetá
É um lugar onde a felicidade mora
Renato Buys, morador do Abraão 4
Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
Upgrade no Ensino Médio da Ilha Grande Com escolas melhores, o jovem morador não precisa mais sair da Ilha para se formar Em 2015, os dois Colégios Estaduais de Ensino Médio da Ilha Grande começaram o ano reestruturando sua forma de funcionamento e replanejando o ensino para os jovens moradores. Tanto o Colégio Brigadeiro Nóbrega, na Vila do Abraão, quanto o Colégio Pedro Soares, em Provetá, receberam novos diretores, dispostos a criar estratégias para a melhoria dos índices de ensino.
A nova diretora Kelly Pereira conta que o Colégio do Abraão reorganizou sua estrutura em três salas: Ciências da Natureza; Ciências Sociais e Ciências Exatas. “Dessa forma, os livros não ficam mais guardados na biblioteca, mas dispostos em cada sala para que sejam utilizados por alunos e professores.” Diz Kelly.
Em 2013 e 2014, durante a gestão do diretor AnderOs diretores têm trabalhado para preencher o qua- son Pontes, os índices de ensino do Brigadeiro Nódro docente, com professores de todas as matérias brega melhoraram significantemente, e agora Anpara cada turma, além de elaborar, junto ao corpo derson se tornou diretor do Pedro Soares, a fim de docente, o Projeto Político Pedagógico – PPP com levar as experiências positivas do Abrãao também ênfase na realidade socioeconômica, oferecendo para Provetá. mais oportunidades aos alunos das comunidades da Ilha Grande. Uma nova visão de escola está sendo desenvolvida, para que os jovens da Ilha Grande tenham as mesO objetivo é proporcionar uma melhor estrutura mas oportunidades de estudo oferecidas em outras nos colégios, como é o caso da Brigadeiro Nóbrega, localidades e que possam se formar, se capacitar e que além de melhorar as salas com ar-condicionado trabalhar na Ilha, lugar em que nasceram, crescee projetores, organizou o ensino em salas temáticas. ram e que tanto amam.
“Que os jovens da Ilha Grande tenham as mesmas oportunidades de estudo que são oferecidas em outras localidades e possam se formar, se capacitar e trabalhar no lugar em que nasceram”
Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
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Foto: Marcio Ranauro
Espaço Araçatiba
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Tempos Antigos
Eu lembro quando minha avó cozinhava no fogão à lenha. A nossa televisão era à bateria, preto e branco. A minha mãe falava que ela e meus tios carregavam os cadernos no saco de arroz, porque naquela época não havia mochila. Na Ilha não tinha luz elétrica; o nosso lampião era a querosene.
Matheus Ramos 23 anos, morador de Araçatiba
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Ausência de atendimento médico
Vejo que não é suficiente atendimento médico apenas segunda e quarta-feira na unidade de saúde em Araçatiba. Dois dias na semana não são suficientes para atendimento médico. Além de Araçatiba a Praia Vermelha e a Longa também fazem parte desta comunidade. Então eu pergunto: Como a equipe médica poderia atender de modo que viesse suprir nossa carência na área de saúde em três comunidades com apenas dois dias na semana?
Marlon Castro Ramos 17 anos, morador de Araçatiba
Quem escreve a notícia no Jornal Voz Nativa é você. Suas histórias, artes, o que acontece na sua vila, etc... Você pode contar no jornal.
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Escreva pra gente: projetovoznativa@gmail.com / (24) 99903-5776 6
Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
Foto: Guia Ecológico João Pontes
Espaço Badjeco Nesta edição do Espaço Badjeco, selecionamos alguns trechos do livro Maria Amélia, escrito e organizado por Saionara, contando as memórias de sua avó, uma grande mulher da Praia de Araçatiba.
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MARIA AMELIA, MULHER DE VERDADE, DONA DO SEU PRÓPRIO NARIZ ELA É PORTUGUESA CLARA, ISSO ELA DIZ (bis) NÃO DEIXA ALMOÇO PRA JANTA DEIXA ELA FALAR QUEM QUSIER ISTO É QUE É MULHER ISTO É QUE É MULHER!
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Uma homenagem da filha Zenaide, que tem o dom de produzir músicas.
Dicionário Badjeco de Termos e Manias Árvore do dia Os primeiros raios da manhã Café Burro Café amargo Copiada de fora Amarrado de bambu que faz a vez da bóia do lado de fora da rede do cerco Escalar o peixe Limpar e salgar o peixe
FUGITIVOS DA ILHA GRANDE - Tem preso no mato! - Todo mundo usava essa expressão, desde quando me entendo por gente, existiam colônias. Não sei por quanto tempo durou. A mãe dizia para não ir para a roça por causa dos “presos” (fugitivos). Os “presos” parecem que me conheciam. Um dia na roça a gente cortava a lenha, quando de repente... o cachorro ladrou. Então gritaram: -Amélia, o preso está passando! Respondi: -Estou trabalhando, não estou fazendo nada de mal a ninguém. Então o guarda veio e disse: - Dona Amélia, a senhora na roça? O preso é perigoso, pode matá-la! -Mas que nada! -Um dia encontrei um deles e ele disse: o que faço com a senhora? -Não faça nada, vai embora! Já era madrugada e vi um fugitivo roubando minha canoa, então eu disse: - Deixe aí, não é hora de pescaria!
Gavola Mulherengo, namoradeiro Lagamar Local onde a onda quebra na praia Fonte: Glossário Dialeto e Expressões Caiçaras – Casa de Cultura de Paraty
Conhece mais termos? Encaminhe e publicamos!
O seu Carmelino o pegou e o prendeu quando roubava a canoa dele, mas eles não faziam mal. Só queriam passar e ir embora. Hoje é que dá medo em ir para a roça, com várias pessoas estranhas por aí.
Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
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Foto: Guia Ecológico João Pontes
“Eu gosto de estudar, porque sem estudos não conseguimos nada. No meu futuro, penso em fazer barcos, trabalhar como marinheiro ou ser engenheiro naval. Ainda não sei, mas com certeza será com barco e no mar.”
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Meu nome é Guilherme Dias dos Santos, tenho 18 anos, moro na praia da Longa. Vou falar um pouco dos meus desafios. Quando eu tinha de 7 a 8 anos eu andava fazendo barcos de isopor com meus amigos, mas tinha um problema: meus amigos não faziam barcos para mim, eu tinha que me virar sozinho para conseguir fazer um barco, meus amigos faziam vários barcos muito legais, eu tentava fazer mas não conseguia porque era muito difícil de fazer, mas eu sempre tentava fazer e uma certa hora eu peguei a manha de fazer um barco, e hoje eu já sei fazer sem nenhuma ajuda de ninguém. Hoje eu faço qualquer tipo de barco. Foi num certo dia que eu pensei em fazer um
barco de madeira, mas não de um tronco, mas sim de caverna uma cópia de um barco de verdade, aí eu comecei a construir, deixei ele quase pronto, mas eu não queria mais fazer porque achei que iria dar muito trabalho, aí foi que eu joguei fora, aí passou uns dias e eu pensei bem mesmo e fui buscar ele no lixo, peguei ele e comecei a construir de novo e fui terminando a cada dia todos os dias que eu chegava depois da escola eu pegava ele para arrumar, aí se passaram uns dias e eu terminei. Tenho muito orgulho desse barco, porque eu não esperava que eu fosse capaz de construir um barco de madeira e hoje eu consigo fazer vários barcos.
Com talento e precisão, Guilherme Dias, de 18 anos, morador da Longa, faz pequenas réplicas de lanchas, veleiros e canoas em madeira, recuperando a cultura local e mantendo a tradição dos antigos barqueiros da comunidade.
Foto: Karen Garcia
Fotos: Guilherme Dias
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Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
Guilherme Dias 18 anos, morador da Praia da Longa
Espaço Longa
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“Nós, jovens da Praia da Longa, não deveríamos deixar esta cultura morrer”
Sou morador da Praia da Longa. Vou contar uma história do pai do meu tio. Meu tio me contou que na década de 60 ou 70 na Praia da Longa para o morador era difícil ter uma canoa. Só quem tinha era dono de fazenda. Nesta época, nós tínhamos barco a motor. Então eles iam de canoa para Angra dos Reis para comprar seus mantimentos e na volta muitos canoeiros batiam de frente com os perigos. Havia muitos tubarões e para os canoeiros se defenderem eles compravam abóboras e deixavam num caldeirão e depois colocavam dentro de um saco. Quando eles iam para Angra e encontravam os tubarões, eles jogavam as abóboras quentes. Muitos tubarões morriam por conta disso, mas a única defesa era fazer isso. Ao longo dos tempos vieram os barcos e as canoas ficaram esquecidas. Muito poucos na Ilha Grande têm canoas. As canoas já mataram a fome de muitos moradores... Elas foram um começo para a Ilha, mas agora a ilha está sendo o fim para elas. Nós, jovens da Praia da Longa, não deveríamos deixar esta cultura morrer. Dione Santos Oliveira, 22 anos, morador da Praia da Longa
Falta d´água: um problema de todos nós
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Não só na Ilha Grande, mas no mundo todo, estamos sofrendo com a falta de água e cada vez mais os problemas aumentam. Como moradora da Praia da Longa, passando pela cachoeira observo que aquele lugar que era lindo, com água que sustentava toda a comunidade, hoje já não existe mais. Grande parte das cachoeiras da Ilha Grande estão secando, o mundo está em uma séria crise de falta d’água. E agora, o que poderemos fazer? Isso depende da atitude de cada um, talvez possamos melhorar nossas praias ou até o mundo. Ou iremos ficar de braços cruzados esperando que algo aconteça? Vamos nos unir para que tenhamos um futuro melhor. É preciso tomar atitudes para que a vida melhore.
Jamile Neves 15 anos, moradora da Praia da Longa Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
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Retratos da Ilha Grande Dando início às Oficinas de Comunicação Comunitária na Ilha Grande em 2015, o Voz Nativa realizou o curso de Fotografia Digital, na Praia Grande de Araçatiba, entre os dias 16 e 20 de março. O curso marcou o início de um concurso de fotos que premia as melhores fotografias da Ilha Grande publicadas no Instagram com a hashtag #ilhagram. Todos os moradores podem participar da campanha, que, ao final, produzirá um livro com as melhores fotografias dos jovens moradores da Ilha. A oficina ministrada pelo fotógrafo profissional Felipe Varanda (estudioliquido.com) e promovida em parceria com o Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social – LTDS da UFRJ, contou com a participação de jovens e moradores de Araçatiba e abordou aspectos teóricos e práticos da fotografia. A partir das atividades práticas e de exercícios direcionados, a primeira oficina foi encerrada com a entrega de um tablet à aluna Jéssica Ramos, que teve sua foto escolhida como a melhor publicada com a hashtag #ilhagram. Para Jéssica, participar da oficina foi “Muito importante e um incentivo muito grande para fotografar.”, diz. Com a série de cursos de comunicação, o Voz Nativa tem o intuito de despertar nos jovens e moradores da Ilha um olhar mais crítico e contemplativo das questões sociais e da paisagem local.
Fotos: Alunos do Curso
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Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
Espaço Voz Nativa Voz Nativa: Novidades e Planejamentos para 2015 Além dos cursos técnicos de turismo e comunicação comunitária que vem sendo oferecidos em diferentes praias da Ilha, o Voz Nativa e a UFRJ estão preparando duas grandes novidades para 2015: um webdocumentário e um livro com fotos temáticas da Ilha Grande. O webdocumentário será um material interativo na internet que contará casos e curiosidades do passado e do presente da Ilha Grande a partir do olhar do morador, dos jovens e dos apaixonados por esse local. O material pretende ser um Guia Afetivo da Ilha Grande, registrando e apresentando para moradores e visitantes as mais diversas praias, suas histórias e suas riquezas.
Ainda neste ano, o Voz Nativa prepara a publicação de um livro de fotografias que reunirá as fotos de moradores e turistas postadas no Instagram com a hashtag #ilhagram. As melhores fotos estão sendo replicadas em @Ilhagram, a página do Voz Nativa no Instagram, e reunidas para a organização do livro ao final de 2015. Fotos com os temas “trabalho na Ilha”, “imagens antigas” e “paisagem” já podem ser postadas. Marque suas fotos com #ilhagram e fique atento aos cursos de comunicação comunitária do Voz Nativa. Participe também da produção do webdocumentário!
# ILHAGRAM Participe do Concurso de fotografias no Instagram, seguindo @ilhagram e postando fotos do seu dia-a-dia na ilha com a hashtag #ilhagram
*fotos tiradas por risotas e moradores com a hashtag #ilhagram
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Jovens recebem certificados de cursos em Praia Grande de Araçatiba O Voz Nativa realizou, no dia 20 de março de 2015, uma cerimônia de entrega de Certificados em Araçatiba. Na ocasião, foram distribuídos os certificados expedidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ de 3 cursos realizados entre 2014 e 2015: Atendimento e Hospitalidade em Turismo; Turismo de Base Comunitária e Meio Ambiente da Ilha Grande; e Fotografia Digital. No total, mais de 60 moradores de Araçatiba participaram e concluíram os cursos. A entrega dos certificados aconteceu no Escola Municipal General Sylvestre Travassos e contou com o apoio da diretora Saionara Neves; do presidente da Associação de Moradores, Bené, do morador e maricultor Lourival,; e da dona da Pousada Mar de Araçatiba, Andréa.
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Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
Foto: Guia Ecológico João Pontes
Espaço Praia Vermelha LENDA DO LOBISOMEM “O lobisomem correu na noite de 6ª feira, assustando um rapaz na Praia do Aventureiro. Um dia, pescadores botaram a rede, puxaram peixes grandes e pequenos e deixaram alguns peixes na praia. À noite ouviram barulhos de correntes... era o lobisomem passando. Um senhor foi até a casa do rapaz que era o tal lobisomem e o viu desmaiado, pois tinha passado mal. A mãe do rapaz disse que foi algo que havia comido e vomitou, talvez peixe. Então o homem percebeu que aquele rapaz era o lobisomem, que havia comido o peixe cru da praia.
POR QUE O POVO MORAVA NO MORRO ALTO E NÃO NA PRAIA? A avó do Almir, proprietário do cerco diz que tem uma avó índia moradora do Provetá. A avó de Almir contou-lhe que anos atrás, bem no início do século passado, as pessoas não moravam na praia, pois os piratas realizam muitos saques. O povo com medo preferia construir em lugares bem altos. Quando vinham até a praia era só para mariscar ou pescar. A praia Vermelha recebeu este nome por ter sido aqui um local de entrepostos de engorda de escravos cansados da longa viagem e doentes, aqui eram colocados para se recuperarem para dar início ao trabalho. Por ter havido muita luta e sangue derramado, a areia ficara vermelha e originou o nome. Outras pessoas falam que a areia da praia ficou vermelha devido à fábrica de sardinhas. Outras dizem que por tingir redes com casca de cobi e secá-las na praia.
Os trechos acima foram retirados do livro “Resgate Histórico da Praia Vermelha: construindo livro com os alunos”, escrito em 2006 por alunos e professores da Escola Municipal Ayrton Senna da Silva, através de relatos de moradores e fontes literárias, onde foram realizadas pesquisas de campo.
Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
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O Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) foi criado em 1971 para assegurar a preservação do ambiente e incentivar as atividades turísticas, que naquela época quase não existiam na ilha.
Contamos com você para a preservação da Ilha Grande
Hoje, o Parque é em sua maioria uma área de domínio público protegido por lei com o objetivo de realizar o encontro pacifico entre o homem e o meio ambiente. É um orgulho para todos o fato da Ilha Grande ser considerada um paraíso, mas para que ela continue assim, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) trabalha incessantemente, realizando, inclusive, operações especiais durante os feriados prolongados. Durante o período do carnaval de 2015, a administração do PEIG intensificou o monitoramento. Guardiões, Guarda-Parques e Fiscais do INEA atuaram prioritariamente em ações preventivas e de orientação aos visitantes e moradores. Tais ações coibiram infrações como camping selvagem, vendedores ambulantes ilegais, animais domésticos nas praias e lixo rejeitado nas trilhas. O foco durante as operações do INEA é o ordenamento turístico das UCs que compõem a Ilha Grande, Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul (RBEPS), Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Aventureiro (RDS Aventureiro) e Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA Tamoios), impedindo potenciais crimes ambientais. Seguindo um planejamento estabelecido pelo PEIG, conforme os objetivos do INEA, é vislumbrado um cenário promissor para os tempos futuros na Ilha Grande, que resultará em uma melhor qualidade de vida para os moradores, bem como um melhor atendimento aos turistas. Constituição Federal Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações. 14
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Fotos: Eduardo Gouvêa
SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO Olá, caros leitores do Jornal Voz Nativa! Depois de expressar minha opinião sobre identidade cultural e identidade territorial, agora venho colocar um pouco mais sobre este tema que estou chamando de ‘sentimento de pertencimento’ para refletirmos.
sua sub-existência financeira ou qualquer outra justificativa, mas no seu íntimo está o sentimento de perda de sua identidade do seu território.
Mas, esta sensação de perda só existe quando as pessoas conseguem harmonizar estas três informações na Este é um dos sentimentos que não damos a menor sua vida: identidade cultural, identidade territorial e importância no nosso cotidiano até que, realmente, sentimento de pertencimento. perdemos algo de grande importância que não As duas primeiras informações são quando o ser huteremos de volta. mano sente que aquela região pertence à ele, como No falecimento de um parente ou um amigo com o diziam os indígenas Tupis Guaranis na organização qual crescemos juntos, ou na perda de algo que tínha- TAMOIOS, que significa ‘os mais antigos do lugar’ ou, mos e tinha um significado além de qualquer valor es- atualizando a expressão, ‘nascido no lugar’. timado, é justamente nesse momento que vamos perceber quanta falta aquela perda nos causa e que nada Hoje, vejo um monte de gente que se diz nativo ou nascido na Ilha Grande, mas que não tem uma postumais vai substituí-la. ra de alguém que realmente pertence a este lugar. Pois bem! É justamente este sentimento de pertenci- Muitas vezes ficam justificando determinados aconmento territorial que deveríamos obter para com a tecimentos de desrespeito com o território local culnossa região. A legislação brasileira nos oferece liber- pando sempre as pessoas de fora, que não são daqui, o dade em todo o território nacional, e o Brasil é a meta- poder público que não faz nada, etc. e tal. de do continente africano, e temos uma diversidade cultural enorme dando às suas regiões uma particu- Poderíamos ser uma comunidade exemplar para laridade única! Nesse sentido, precisamos atentar um nosso país, onde o privilégio de estar em um paraíso pouco mais para nosso território, nossa essência de como a Ilha Grande nos estimulasse a ter um comporser humano. Existe um lugar no qual você vai se re- tamento razoável como o lugar merece. cuperar, se recompor, Dentre várias susentir-se em casa e “Se cada um dos moradores separasse o seu lixo: gestões e opiniões que estar em sintonia com tudo a sua volta. plástico, madeira papelão, alumínio e orgânico, sem já ouvi em reunião, uma aqui, outra ali, se preocupar com o que vai acontecer com este lixo vou deixar uma regisÉ muito normal entrada neste texto: que contramos pessoas depois, já faríamos uma grande diferença” nem tudo depende do arrependidas por ter poder público ou asdeixado o local onde nasceram. E quando voltam na condição de turista se sociações, ou qualquer outra organização. lamentam de sua infância e adolescência e o motivo de não poder mais viver naquele local, o sentimen- Se cada um dos moradores separasse o seu lixo: plásto de perda é nítido nesta pessoa. Este ser não sofre tico, madeira, papelão, alumínio e orgânico, sem se um sentimento de perda como se tivesse perdido um preocupar com o que vai acontecer com este lixo deente familiar, mas fica explícita na sua expressão cor- pois, já faríamos uma grande diferença! Acredito que poral a sensação de arrependimento por não ter ten- com menos de três meses já apareceria alguém para tado preservar sua história no local e sua identidade. se interessar por este material reciclável e uma fonte E, muitos destes seres que, por alguns momentos, de renda poderia surgir desta iniciativa para o bem da sentem esta perda, muitas vezes se justificam com a nossa comunidade, da Vila do Abraão na Ilha Grande. Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015 15
E, digo mais, se as empresas que movimentam a economia local fossem unidas para o bem estar do seu produto denominado Ilha Grande, já teriam desenvolvido um projeto de cooperativismo para todos esses alimentos perecíveis do Serasa, que poderiam ser trazidos para o Abraão por um grupo de pessoas comprometidas em trazer alimento de qualidade para seu cliente e retornar com todo o lixo produzido de volta para ser reciclado. E para o marketing empresarial, que boa impressão dariam aos seus clientes. É difícil? Eu acredito que não. Para que isto possa acontecer é necessário que as pessoas daqui tenham no mais implícito de sua vida estas três coisas as quais eu já falei. “IDENTIDADE CULTURAL, IDENTIDADE TERRITORIAL & SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO”.
Adriano Fabio da Guia professor de capoeira, arte de expressão corporal, coordenador do projeto Arena Cultural da Ilha Grande
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Taekwondo na Vila do Abraão
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Eu, Ernani Cristianes Neto, há dez anos quando voltei para a Ilha Grande, vi que as crianças e jovens locais não tinham muita opção de lazer e esporte na Vila do Abraão. E isso facilitava alguns a ingressarem no uso do álcool. Preocupado com a situação, como eu já tinha instrução no Taekwondo (1° gubi, vermelha ponta preta), obtive permissão do meu mestre Nelson, de Angra dos Reis, e comecei as aulas de Taekwondo, que é um esporte olímpico de disciplina oriental, no Abraão. Com isso, consegui arrebatar entre os alunos, alguns jovens que estavam entrando no mundo do álcool. Participamos de dois campeonatos estaduais. Trouxemos dez medalhas, sendo cinco campeões. Na época fomos divulgados pelo Jornal O Eco. Mas com o passar do tempo, ocupado, não mais ministrei aulas e nem treinei, e isso me incomodava. Ano passado conheci o professor Tiago Azevedo, faixa preta 2° dan, de Conceição de Jacareí, e fiz o convite para ministrar aulas de Taekwondo aqui na Vila do Abraão, que aceitou de imediato. Ficamos com o problema do espaço para as aulas. Com a ajuda do coordenador da Casa de Cultura Constantino Cokoto, Adriano da Guia, e o apoio da Gevig que entrou com o pedido de uso da Casa de Cultura para as aulas de Taekwondo e Jiu Jitsu, conseguimos dar reinício às práticas. Hoje estamos com um ano de Taekwondo com vários atletas que já passaram por diversos exames de faixa, e o Jiu Jitso, também com um ano de sucesso. Ernani Cristianes Neto morador da Vila do Abraão
No dia 26 de Abril a Vila do Abraão recebeu, na Casa de Cultura, o 1° Grand Island de Taekwondo. Campeonato que contou com seis atletas da Vila do Abraão, e mais quarenta e seis participantes do Estado do Rio de Janeiro que competiram por equipes. Equipe Vencedora - DRAGÃO VERDE “Prof. Tiago do Abraão e Jacarei” Segunda Colocada - DRAGÃO BRANCO “Angra dos Reis” Terceira Colocada - MILTON TKD “Itaguai” DRAGÃO BRANCO “Rio de Janeiro”, EQUIPE TAEGUK, AREAL TKD, IMPÉRIUM TKD, LOBOS TKD, IF TKD e ACADEMIA KIM.
Nossos badjecos fizeram bonito: Wallace Cristianes - Ouro Jay Ferreira - Ouro Lucas Lopes - 2 Ouro Marcus Lima - Ouro Thiago Santos - Ouro Lucas Mendes - Prata Prof. Tiago Azevedo - Ouro
Fotos: Latino
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Turismo Pedagógico: Educação para o lazer e educação pelo lazer Uma nova forma de turismo está ganhando força. É o Turismo Pedagógico. As instituições de ensino estão cada vez mais descobrindo esse caminho de promover a educação e motivar seus alunos ao aprendizado através de um passeio, uma viagem ou aula de campo. A minha experiência com o turismo pedagógico tem sido muito grande e intensa, pois como guia de turismo, atuo principalmente aqui na Ilha Grande , distrito de Angra dos Reis onde moro e minha família nasceu, logo esse fato ajuda muito na minha profissão. A área de história está diretamente ligada a profissão de guia de turismo. O conhecimento que acabei adquirindo vem de minha experiência local e também através de cursos como o de eco monitor, que foi ministrado pela UERJ, no campus do CEADS , que é destinado aos estudos ambientais e desenvolvimento sustentável e da licenciatura em turismo que venho cursando na UFRRJ. Através dos conhecimentos adquiridos nos cursos citados tenho agregado valores cada vez mais interessantes à minha profissão. Antes eu só recebia grupos de estrangeiros para realização de um “Tour Histórico e Cultural” dentro do PEIG “Parque Estadu-
Waldeck Turismo Guia de Turismo e licenciando em Turismo pela UFRRJ 18 Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
al da Ilha Grande”, órgão do INEA “Instituto Estadual do Ambiente”, porém hoje já recebo grupos de colégios e universidades, tanto do Brasil como de outros países. Essa experiência no contato com instituições de ensino me faz acreditar mais no turismo pedagógico como uma atividade enriquecedora para a comunidade, turistas e profissionais. As áreas são diversas, pois a interdisciplinaridade aparece a cada grupo. Um exemplo é que ao receber uma turma do ensino médio, os discentes estão imersos em informações sobre a história local, além de informações técnicas, pois essas visitas são sempre acompanhadas de monitores, que são professores de história, biologia , geografia etc... Vejo o turismo pedagógico uma ótima oportunidade de trabalho para um guia de turismo, pois quem faz uma visita guiada acaba adquirindo conhecimento, tornando sua experiência única. Uma aula de campo, por exemplo, jamais será esquecida pelo o aluno, que vai levar para sempre a experiência do contato com a história e a natureza. O turismo pedagógico segue a seguinte linha: educação para o lazer e educação pelo lazer.
Foto: Guia Ecológico João Pontes
Retrato Perfeito
És rica em verdes e no chão, fonte mais viva da minha inspiração. És o forró do canto, A festa de São Sebastião, alegria do povão e a batida do meu coração. És a rede do pescador, a mão do lavrador, as folhas mortas nas trilhas, você é água fria do bicão a vida, é o sol! É a mais pura emoção. És o papagaio sem asas, a Gruta do Acaiá, Dois Rios, Aventureiro, Festival de Ecologia, Lagoa Azul, Pedra do Amor, és o sopro do criador. És o vento que sopra, Lopes Mendes e sua beleza, Freguesia de Santana, Aqueduto, Escorredeira da Feitceira, és o retrato perfeito da mãe natureza. És Praia Da Julia e o cristalino do mar, preto da areia, os contos de sereia, curva da morte, Sitio Forte, todos os cantos e recanto, e a saudade do Meu Santo. És a visão do mirante, Casa da Dinda, a Pedra do Elefante o Calango do Francino, o sorriso de um menino, o perfume das flores, o canto do sabiá, o pingo da chuva a molhar, Saco do Céu, Enseada das Estrelas um paraíso a brilhar. És lua cheia que vem iluminar os dedos a dedilharem do Russo e seu violão nas noites apaixonantes do velho casarão. És a terra, és Mar! És verde e sedução Ilha das Grandes fantasias, notas musicais que embalam os meus dias, você é os versos mais nobres que compõem minhas poesias és vida viva! É magia a cada amanhecer. Ilha Grande um show de encantos o ano inteiro o retrato perfeito que merece respeito.
Iordan morador da Praia da Longa Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
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Depoimentos de quem conhece o Projeto Voz Nativa Este espaço é aberto, envie o seu também
JUCIARA RAMOS CRUZ
JOÃO PONTES
MÃE DO ALUNO MATHEUS
GUIA TURÍSTICO
Para mim, o trabalho desenvolvido pelo Projeto Voz Nativa é muito importante. Vemos o governo falando o tempo todo de educação e aqui na Ilha, principalmente em Araçatiba, não chega nada. Esse projeto fez com que oportunidades de educação chegassem aqui e isso ajudou muito o meu filho, apresentando cursos diversos. Espero que mais cursos venham para cá.
O maior diferencial do Voz Nativa é que ele olha para a Ilha Grande como um todo. Não é só o Abraão que precisa de cursos e atividades. A Ilha toda precisa, principalmente as praias que têm menos acesso. Meu trabalho também é apresentar todas as belezas que a Ilha tem, através das trilhas e do contato com a natureza. O morador e o turista precisam olhar para toda a Ilha e o Voz Nativa vem fazendo isso
LÍVIA CORRÊA
MATHEUS CRUZ
MORADORA DE ABRAÃO E MESTRANDA DA UFRRJ
JOVEM DE ARAÇATIBA
Procurava um objeto de estudo para a minha pesquisa de mestrado e me deparei com o Voz Nativa. O projeto é muito importante para a Ilha Grande, para dar oportunidade e esperança para os moradores daqui. A profissionalização é fundamental para que o turismo se mantenha na Ilha. Meu foco no estudo vai ser o impacto do projeto na vida dos jovens, a partir dos questionários pré e pós cursos. Espero desenvolver um trabalho bem legal.
Para mim, qualquer oportunidade de curso é muito importante. Fiquei muito feliz de ser certificado em Turismo, Hospitalidade e Fotografia. Hoje trabalho como pedreiro, mas sonho em trabalhar com carteira assinada e os cursos são muito importantes para eu conseguir um emprego. Agradeço muito a oportunidade e o apoio do Voz Nativa em trazer esses cursos pra Araçatiba.
Apoio:
Parceiros: Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega
Colégio Estadual Pedro Soares
Realização:
www.alternativaterrazul.org.br
Patrocínio: Projeto Juventude Protagonista Ilha Grande
Foto: Marcio Ranauro